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CONTEÚDO E 
METODOLOGIA DO 
ENSINO DE 
HISTÓRIA
Simone de Oliveira 
Ensino de história 
no contexto da Lei 
nº. 11.645/2008: desafios e 
possibilidades de trabalho
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 Analisar no que consiste a Lei Federal nº 11.645 e suas implicações
no ensino de história.
 Elaborar propostas de trabalho a partir do ensino de história da cultura 
africana e afro-brasileira e indígena.
 Identificar como a Lei nº 11.645 tem sido tratada nos livros didáticos
atuais.
Introdução
A Lei nº 11.645/2008 altera a Lei nº 9.394/1996, modificada pela Lei nº 
10.639/2003, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. 
A lei de 2008 inclui no currículo oficial da rede de ensino a obrigatorie-
dade da temática “História e cultura afro-brasileira e indígena” em todas 
as escolas públicas e privadas. A importância dessa lei é indiscutível. 
Ela nasce a partir das demandas da sociedade, dos movimentos sociais 
e de um contexto de país que quer conhecer e valorizar o patrimônio 
cultural da sua nação.
Neste capítulo, você vai estudar o contexto histórico e legal do sur-
gimento da Lei nº 11.645, assim como as suas implicações no ensino de 
história. Além disso, você vai conhecer propostas de trabalhos que pode 
aplicar para efetivar a lei. Por fim, vai refletir sobre os livros didáticos e 
sobre a escolha de recursos pedagógicos que respondam às demandas 
desse contexto de estudo.
A Lei nº 11.645 e o ensino de história
Para estudar a Lei nº 11.645, você deve compreender o contexto do seu surgi-
mento e as leis que a antecederam. A seguir, você vai ver os marcos legislativos 
que normatizam os processos educacionais em âmbito nacional. A ideia é 
verifi car em que medida a lei infl uencia as práticas pedagógicas. A lei em 
estudo tem suas bases ainda na Constituição Federal de 1988, mais especifi ca-
mente no art. 210. Esse artigo reconhece a interculturalidade brasileira. Veja: 
“Serão fi xados conteúdos mínimos para o ensino fundamental, de maneira 
a assegurar a formação básica comum e o respeito aos valores culturais e 
artísticos, nacionais e regionais [...]” (BRASIL, 1988, documento on-line). 
Essa determinação foi advinda da sociedade como um todo.
Como você sabe, após o período da ditadura militar no Brasil, surgiram 
inúmeros movimentos sociais a favor de políticas públicas que defendessem e 
viabilizassem as diversidades socioculturais, atingindo os setores da educação. 
Além disso, ganharam destaque as demandas do Movimento Negro, que denuncia 
inúmeras formas de desigualdade, preconceito e falta de reconhecimento da 
diversidade étnica que forma o País (SILVA JUNIOR, 2002). Tal situação neces-
sitava de uma “intervenção conscienciosa” (COELHO, 2009) com o objetivo de 
efetivar a promoção do princípio constitucional da igualdade (BRASIL, 1988).
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (LDB, Lei nº 9.394/1996) 
incluiu a discussão referente à diversidade étnica nos currículos das escolas 
por meio do artigo 26-A, que trata da obrigatoriedade de inclusão, no currí-
culo oficial da rede de ensino, da temática “História e cultura afro-brasileira 
e indígena”. Tal inclusão constitui um dos indicativos de que as demandas 
sociais repercutem nos processos legislativos.
É muito importante você notar que a Lei nº 11.645 não emergiu do interior 
do sistema educacional. Não foram as escolas ou os professores que destacaram 
a sua necessidade. Ela foi aprovada nas instâncias normativas e operacionais 
(o Ministério e as Secretarias de Educação — estaduais e municipais) e suas
constituintes e legitimadoras, mas não nasceu nessas esferas. Ela nasceu da
demanda da sociedade civil organizada. Foram os movimentos civis que
apontaram uma lacuna na formação oferecida: o subdimensionamento da
participação do negro na formação da nacionalidade brasileira. Havia uma
orientação exclusivamente europeia na compreensão dos processos que con-
formavam a trajetória histórica nacional (COELHO; COELHO, 2013).
Esse envolvimento da sociedade civil organizada, indicando demandas que 
lhe são atinentes, permite observar uma evolução histórica do povo, levantando a 
necessidade de mudanças e respeito à história do País, constituída pela intercul-
Ensino de história no contexto da Lei nº. 11.645/2008: desafios e possibilidades de trabalho2
turalidade. Isso pode ser respaldado pelas análises da evolução das assimetrias 
apresentadas na sociedade brasileira no que concerne aos quesitos cor e raça. Para 
o mapeamento dessa evolução, foram adotados como parâmetros os indicadores
sociais presentes nas bases de dados que contenham informações estatísticas
sobre a população residente no país (PAIXÃO et al., 2010).
A partir desse cenário, foi promulgada em 2003 a Lei nº 10.639, que institui 
a obrigatoriedade da inclusão da temática “História e cultura afro-brasileira” 
nos currículos escolares das redes pública e privada de Ensino Fundamental. 
A Lei nº 9.394 passa a vigorar acrescida dos artigos 26-A, 79-A e 79-B. Veja:
Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e par-
ticulares, torna-se obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira. 
§ 1º O conteúdo programático incluirá o estudo da História da África e dos
Africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na
formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas
áreas social, econômica e política pertinentes à História do Brasil. 
§ 2º Os conteúdos referentes serão ministrados no âmbito de todo o currículo 
escolar, em especial nas áreas de Educação Artística e de Literatura e História 
Brasileiras (BRASIL, 1996, documento on-line).
Essa lei também institui no calendário escolar o dia 20 de novembro como 
o Dia Nacional da Consciência Negra. Como você pode perceber, ela constitui 
um dos encaminhamentos para atender à demanda histórica do Movimento
Negro. Assim, contribui para colocar oficialmente discursos e vozes historica-
mente silenciados nos currículos das escolas, conforme reivindicado por anos.
Ocorre, então, o início de um processo de se pensar a escola como agente 
transformador da sociedade. Para isso, são necessárias estratégias pedagógicas 
e conteúdos programáticos que analisem a história do País a partir dele próprio 
e de suas raízes, valorizando uma visão local e menos europeizada. Esse foi 
um passo importante das políticas públicas para desenvolver a intercultura-
lidade numa educação para o reconhecimento do outro. A ideia é promover 
o diálogo entre os diferentes grupos socias e as suas contribuições culturais
para a formação da sociedade brasileira.
A cultura afro-brasileira fez contribuições à música, à alimentação, ao 
ves-tuário e às religiões nacionais, por exemplo. Uma das formas de 
resistência dos primeiros escravos que vieram para o Brasil foi a religião. A 
vinda da população africana nas terras brasileiras não foi constituída por um 
processo voluntário, mas sim, de um período em nossa história em que a 
escravidão era uma prática aceita em diferentes territórios. 
3Ensino de história no contexto da Lei nº. 11.645/2008: desafios e possibilidades de trabalho
Diante de um cenário de práticas, hoje, felizmente condenáveis 
pela sociedade contemporânea, as diferentes culturas que vieram do 
continente africano contribuíram para o enriquecimento cultural brasileiro no 
que tange aspectos da música, gastronomia, esporte, vestuário e religião. A 
religião de seus ancestrais foi uma forte aliada do povo africano para resistir 
ao sofrimento e ao catecismo forçado. Nesse contexto, alguns de seus 
deuses se misturaram aos santos católicos. A Lei nº 10.639 legitima e 
reconhece a importância da luta dos negros e do estudo da história africana no 
Brasil. Ela contribui para deixar de lado a visão eurocêntrica e valorizar a 
perspectiva dos negros vendidos como escravos para o Brasil.
Ensino de história no contexto da Lei nº. 11.645/2008: desafiose possibilidades de trabalho4
Considere o seguinte: por que um país precisa criar uma lei para que um povo que 
contribuiu para a construção da nação seja reconhecido como parte da sua história? 
Em muitas medidas, essa necessidade é estranha e até um pouco constrangedora, não 
é? Assim como uma sociedade, um povo forma um patrimônio. Ele compreende um 
conjunto de bens materiais e imateriais constituídos historicamente e que representam as 
identidades e as memórias do país. Diante disso, se o país como um todo e os governantes 
compreendessem a real importância da formação da nação brasileira, não haveria a 
necessidade de criar uma lei para respeitar a interculturalidade. Você não concorda?
Como você viu, a Lei nº 10.639 apresenta apenas a obrigatoriedade da 
inclusão da temática “História e cultura afro-brasileira” nos currículos esco-
lares. E os primeiros habitantes desta terra, como eram estudados? Quando? 
Somente no Dia do Índio? São muitas as perguntas que podem levar você a 
refletir sobre a história e a formação do povo brasileiro. A seguir, você vai 
encontrar respostas para alguns desses questionamentos.
Com intuito de complementar a Lei nº 10.639, foi criada a Lei nº 11.645. 
Ela altera a Lei nº 9.394, que estabelece as diretrizes e bases da educação 
nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade 
da temática “História e cultura afro-brasileira e indígena”. A Lei nº 11.645 
salienta uma dinâmica que se aproxima do que propõe a lei promulgada em 
2003. Em síntese, ela busca conferir visibilidade às demandas dos povos 
indígenas.
Isso ocorre em função da mobilização política desses povos, que levou à 
conquista dos direitos fixados na Constituição Federal de 1988. Todas essas 
iniciativas, como você pode imaginar, contribuem para que a sociedade em 
geral (re)descubra os índios (SILVA, 2012).
A Lei nº 11.645 traz um movimento circundado pela legislação que con-
templa as diversidades dos povos africanos e indígenas. Nesse sentido, o índio deve 
ser estudado como fonte formadora da nação, com as suas contribuições 
culturais. Ele não pode ser visto como um estereótipo, mas como alguém 
que sobrevive com suas tradições em meio à modernidade. O respeito a esse 
grupo étnico, simbolizado pelo direito à educação indígena, preserva suas tradições e 
também insere essa população na realidade e nas demandas contemporâneas.
Sobre esses dois povos referendados na lei, você deve considerar dois 
pontos principais. Veja a seguir.
 O modo como é abordado o estudo no que se refere à história, às lutas 
e às contribuições sociais desses grupos no âmbito do currículo nas 
escolas públicas e privadas — uma das preocupações deve ser como 
efetivar essa política nas salas de aula, com estratégias interdisciplinares 
que aprofundem essa temática com complexidade teórica e prática.
 O direito garantido por lei, de ações e políticas públicas que sustentam 
o funcionamento de escolas específicas que assegurem a preservação 
dos referidos grupos culturais..
Um dos marcos relacionados ao segundo ponto é o Referencial Curricular Na-
cional para as Escolas Indígenas. Ele “[...] estabelece enfaticamente a diferenciação 
da escola indígena das demais escolas do sistema pelo respeito à diversidade cultural 
e à língua materna, e pela interculturalidade [...]” (BRASIL, 1998, documento 
on-line). Já a Resolução 3, de 10 de novembro de 1999, fixa as diretrizes nacionais 
para o funcionamento das escolas indígenas e dá outras providências.
Por sua vez, o Referencial para a Formação de Professores Indígenas (BRA-
SIL, 2002) contempla processos de formação, atendendo às especificidades 
dos povos indígenas. Os Parâmetros Curriculares em Ação: Educação Escolar 
Indígena determinam que o ensino deve “ser realizado em um contexto de 
formação de profissionais da educação, propiciando o estabelecimento de 
vínculos com as práticas locais” (BRASIL, 2002). Tais aspectos confirmam 
uma dinâmica na qual as mobilizações dos povos indígenas, apontadas por 
Silva (2012) como elementos desencadeadores da atenção a seus direitos, 
demarcam a implantação da educação indígena.
5Ensino de história no contexto da Lei nº. 11.645/2008: desafios e possibilidades de trabalho
Em 2012, foi assinado o documento de diretrizes curriculares nacionais para a educação 
escolar quilombola. Ele institui orientações para que os sistemas de ensino formulem 
projetos político-pedagógicos adequados à especificidade das vivências, realidades e 
história das comunidades quilombolas do País. Aprovadas anteriormente pelo Conselho 
Nacional de Educação (CNE), as diretrizes foram publicadas no Diário Oficial da União. 
As diretrizes curriculares nacionais para a educação escolar quilombola constam na 
Resolução nº 8 do CNE (BRASIL, 2012).
Propostas de trabalho
Com a criação da Lei nº 11.645 e a inserção ofi cial da temática em questão 
nos currículos escolares, é necessário pensar em estratégias pedagógicas. 
Além disso, é preciso comprometer-se com a interdisciplinaridade. A te-
mática “História e cultura afro-brasileira e indígena” não pode ser apenas 
um conteúdo da aula de história, mas um tema transversal que cria itine-
rários por várias áreas do conhecimento. Afi nal, a sua efetivação concorre 
para encaminhar a formulação de outra trama do processo de formação da 
nacionalidade, por meio da qual todos os agentes possam identifi car-se e 
orientar-se (COELHO; COELHO, 2013).
Além da inserção nos currículos escolares dos conteúdos solicitados 
pela lei, “outra trama” é anunciada por Coelho e Coelho (2013). Tal trama 
materializa a referência à diversidade e ao reconhecimento de identidades 
pessoais, que constituem uma diretriz para a educação nacional. Nessa 
direção, você deve atentar ao objetivo de contribuir para a constituição de 
identidades afirmativas, persistentes e capazes de protagonizar ações autôno-
mas e solidárias em relação a conhecimentos e valores indispensáveis à vida 
cidadã. Isso demanda uma proposta de educação voltada para a superação 
de discriminações e exclusões em múltiplos contextos e no interior das 
escolas, combatendo o racismo e os preconceitos originados pelas situações 
socioeconômicas, regionais, culturais e étnicas.
Ensino de história no contexto da Lei nº. 11.645/2008: desafios e possibilidades de trabalho6
É muito importante perceber a relevância da escola nesse processo como 
“[...] uma instância privilegiada de reflexão e problematização 
[...]” (BRASIL, 1998, documento on-line). A escola tem o papel de 
resgatar a autoestima, deixando para trás o imaginário negativo e 
discriminatório construído em relação a alguns dos povos que 
protagonizaram os processos de formação da nacionalidade (COELHO; 
COELHO, 2013). Para a efetivação da lei, a escola deve se comprometer 
com a inserção dos conteúdos e das vivências que abrangem a nova 
temática. Mas tão importante quanto o comprometimento da escola é a 
adesão dos professores. Eles precisam planejar conteúdos e práticas 
pedagógicas interdisciplinares que respondam à demanda da edu-cação 
intercultural.
Nesse sentido, é preciso pensar também na formação do professor. Ele 
é um agente muito importante no processo de efetivação e transformação 
dessa realidade. Mas será que o professor está preparado para esse desafio? 
Atualmente, muitas instituições estão preocupadas com a formação de 
professores para atuarem e efetivarem a Lei nº 11.645. As universidades 
incluíram a temática trazida pela lei em seus currículos para a formação 
básica das licenciaturas. Além disso, a maioria dos cursos de história fez 
uma inserção complexa e profunda dessa temática em seus planos de exe-
cução curriculares. Universidades federais, estados e municípios ofertam 
de forma gratuita cursos para professores estudarem e se apropriarem da 
lei, aprendendo a desenvolvê-la no cotidiano escolar, em diferentes 
contextos e realidades.
Como você pode notar, tanto a escola como o professor são fundamen-
tais nesse contexto. A seguir, vocêvai refletir sobre quais atividades são 
válidas para o trabalho com a temática “História e cultura afro-brasileira e 
indígena”. Além disso, vai ver exemplos concretos. Primeiro, você vai 
conhecer propostas de trabalho que se referem ao estudo da história da 
África e dos africanos e à luta dos negros no Brasil. Depois, vai explorar 
atividades relacionadas ao estudo dos povos indígenas do País.
7Ensino de história no contexto da Lei nº. 11.645/2008: desafios e possibilidades de trabalho
Propostas de trabalho: os africanos 
e a luta dos negros no Brasil
É necessário preparar o professor para efetivar as práticas pedagógicas de 
forma a desmistifi car e recontar a história desses povos. O papel destinado 
à escola é o de promover o debate a respeito de tudo o que sempre foi 
trans-mitido sobre a centralidade de uma cultura em detrimento das 
demais, do poder de um povo sobre o outro. A ideia é discutir os processos 
de exclusão provocados pelo preconceito e pela exploração, bem como 
questionar as relações de poder, históricas, que mantiveram sempre uma 
linha divisória entre o rico e o pobre, o negro e o branco, a cidade e o 
bairro, o centro e a periferia. No Quadro 1, você pode ver algumas 
sugestões de atividades.
Ensino de história no contexto da Lei nº. 11.645/2008: desafios e possibilidades de trabalho8
Tema Objetivo Atividades propostas
A arte africana e 
suas influências
Introduzir o aluno, 
em um processo 
teórico-prático, 
aos fundamentos 
teóricos dos 
elementos 
constitutivos da 
cultura africana, 
com a interferência 
da mídia.
Oficinas para a construção de 
algumas artes, tais como:
– “máscaras”, que são as 
formas mais conhecidas 
da plástica africana.
– dança africana, em que cada 
parte do corpo movimenta-se com 
um ritmo diferente. Os pés seguem 
a base musical, acompanhados 
pelos braços, que equilibram o seu 
balanço.
– pintura em pedra, uma arte 
apreciada por diferentes grupos 
culturais de origem africana.
– música, destacando que muitos 
gêneros da música popular, como 
blues, jazz, salsa e rumba, derivam 
em diversos graus das músicas 
tradicionais da África.
Afro-brasileiro: 
conhecimento 
e valorização
Mostrar aos 
educandos, por 
meio da realização 
das atividades, 
as possibilidades 
de desconstruir 
as imagens 
negativas sobre o 
continente africano, 
valorizando sua 
contribuição para 
o povo brasileiro.
Pesquisa sobre o continente 
africano no laboratório de 
informática. Em seguida, os alunos 
apresentam suas pesquisas em 
plenária para o grande grupo, 
como forma de estabelecer o 
intercâmbio de informação. 
Finalmente, os alunos conseguem 
ressignificar os valores sobre a 
África e a arte africana, o que 
promove a conscientização contra 
o preconceito racial. O produto 
final é um trabalho artístico 
sobre a arte africana, relacionado 
a adereços e vestimentas.
 Quadro 1. Sugestões de atividades 
(Continua)
9Ensino de história no contexto da Lei nº. 11.645/2008: desafios e possibilidades de trabalho
Tema Objetivo Atividades propostas
A diversidade 
da África e os 
africanos
Identificar, no mapa 
político do mundo, a 
localização da África 
e de seus países.
Conhecer os 
grupos étnicos 
Yorubá e Bantu.
Conhecer a cultura 
africana: língua 
falada, alimentação 
e vestuário.
A aula se inicia com a apresentação 
da letra da música África, do grupo 
Palavra Cantada. Em seguida, 
cada aluno deve ler um trecho 
da música. Após todos realizarem 
a leitura, é exibida a gravação 
da música em vídeo. Depois, 
é proposto um debate com o 
objetivo de apresentar o continente 
africano e os seus vários países.
Depois de ouvir a música África, 
pode-se apresentar o mapa do 
mundo e solicitar que os alunos 
identifiquem o continente africano. 
Nesse momento, é importante 
relembrar o conceito de continente 
e salientar o nome de outros 
continentes, como o americano, o 
europeu, o asiático e a Oceania.
Após a visualização do mapa 
do mundo, pode-se apresentar 
também o mapa político do 
continente africano. É interessante 
solicitar que cada aluno identifique 
no mapa os países mencionados 
na música. Depois, eles podem 
pesquisar no laboratório de 
informática sobre um dos países 
citados. São eles: Senegal, Nigéria, 
Gabão, Sudão do Sul, Tanzânia, 
Namíbia e Guiné-Bissau. Cada 
dupla deve pesquisar as seguintes 
informações sobre cada país: 
(a) dialeto, (b) costumes, (c) 
vestimenta, (d) condições de vida 
e (e) o que tem em comum com 
o Brasil. Após a pesquisa, pode-se 
sugerir a elaboração de um texto 
informativo sobre a África.
 Quadro 1. Sugestões de atividades 
(Continuação)
Ensino de história no contexto da Lei nº. 11.645/2008: desafios e possibilidades de trabalho10
Propostas de trabalho: os índios na formação 
da sociedade brasileira
O que se pretende com a Lei nº 11.645 é levar para o currículo escolar a refl exão 
sobre o que se ensinou e o que se ensina atualmente nas salas de aula a respeito 
dos negros e dos indígenas, indo além das noções de negro escravizado e de 
índio catequizado. A ideia é estudar as contribuições desses povos para a 
formação da identidade cultural brasileira, assim como construir relações 
mais positivas, no sentido do respeito cultural, não da tolerância. É preciso 
fortalecer identidades e permitir a disseminação real do patrimônio cultural dos 
indígenas no Brasil. No Quadro 2, você pode ver algumas sugestões de 
trabalhos.
Tema Objetivo Atividades propostas
Redescoberta 
do valor 
do índio na 
formação 
da cultura 
no viés da 
educação 
infantil
Despertar o interesse 
pela cultura indígena e 
a curiosidade para co-
nhecer o modo de vida 
dos índios brasileiros, a 
organização de várias 
etnias e as diferenças 
entre cada grupo, 
possibilitando ao aluno 
compartilhar uma iden-
tidade cultural comum.
A turma visita uma escola 
indígena para observar como 
funciona, como é a aldeia e 
como se dá a organização social. 
A ideia é desmistificar a figura 
do índio, sempre associada 
ao descobrimento. Depois, 
os alunos narram para outras 
turmas o que viram na visita.
Conhecendo 
os índios 
de hoje
Mostrar como a 
ideia do índio pré-
colonial não faz o 
menor sentido hoje. 
Trabalho em sala de aula com livro 
Fala de bicho, fala de gente, obra que 
reúne 49 cantigas de ninar da cultura 
juruna (grupo que vive no Parque 
Indígena do Xingu, no Mato Grosso).
Uma maneira de mostrar como a 
ideia do índio pré-colonial não faz 
o menor sentido hoje é indagar aos 
alunos como eles se veem e se essa 
visão corresponde, por exemplo, às 
pinturas do tempo do Brasil Império. 
Fazer pesquisas sobre: quem 
é o índio brasileiro? Onde está 
a população indígena?
 Quadro 2. Sugestões de atividades 
(Continua)
11Ensino de história no contexto da Lei nº. 11.645/2008: desafios e possibilidades de trabalho
Vários teóricos (SILVA, 2007; BERGAMASCHI, 2012; PENHA 2012; NEVES, 
2013) têm apresentado a Lei nº 11.645 como a busca de um mecanismo para o 
combate ao preconceito, à discriminação étnico-racial e à invisibilidade da qual 
foram alvo os povos indígenas e afro-brasileiros. Nesse sentido, a escola tem o 
papel de propiciar uma discussão sobre os estereótipos e preconceitos relaciona-
dos a esses grupos sociais, possibilitando a valorização da diversidade cultural 
nacional. No entanto, você deve considerar que a Lei nº 11.645 aponta poucos 
conteúdos de aprendizagem para se trabalhar a temática. Fica a cargo das escolas 
organizarem-se para explorar e aprofundar a temática em projetos pedagógicos.
Como a Lei nº 11.645 é tratada nos livros 
didáticos?
Na atualidade, trabalhar com a temática “História e cultura afro-brasileira e 
indígena” no contexto escolar não é uma tarefa fácil, nem é facilitada por alguns 
livros didáticos ou apostilas. Especialmente nos anos iniciais da educação 
básica, explorar essa temática implica levantar conceitos inexplorados por 
Tema Objetivo Atividades propostas
Identidade do 
povo indígena 
brasileiro
Conhecer um pouco 
da história dos 
índios e perceber a 
sua importânciana 
cultura brasileira.
Discussão sobre a cultura indígena 
usando fotos, vídeos, músicas e a 
vasta literatura de contos indígenas. A 
ideia é mostrar aos alunos que os po-
vos indígenas não vivem mais como 
em 1500. Hoje, muitos têm acesso à 
tecnologia, à universidade e a tudo o 
que a cidade proporciona. Nem por 
isso deixam de ser indígenas e de 
preservar a cultura e os costumes.
Também é importante debater sobre 
o que se pode aprender com esses 
povos. A sustentabilidade é um 
tema interessante. Pode-se indicar 
aos alunos, por exemplo, o modo 
como as populações indígenas se 
sentem parte da terra, cuidando-a e 
valorizando-a.
 Quadro 2. Sugestões de atividades 
(Continuação)
Ensino de história no contexto da Lei nº. 11.645/2008: desafios e possibilidades de trabalho12
muitos professores. É necessário compreender que o preconceito tem cor e raça, 
que não é uma palavra vazia que se solta no ar. Além disso, é preciso trazer à 
tona a ideia de alteridade, segundo a qual as pessoas só se constituem como 
semelhantes e aparam as diferenças a partir do momento em que conseguem 
se ver no outro e se colocar em seu lugar.
Conforme Santiago e Pagès (2016), as propostas curriculares para a cultura 
e a educação no Brasil encaminharam metas para a conservação do patrimônio 
nacional e das múltiplas memórias do País. Nesse sentido, os Parâmetros 
Curriculares Nacionais (PCNs) colaboram para a compreensão do lugar que o 
negro e o indígena precisam ocupar na sala de aula, bem como da necessidade 
de formar sujeitos que aprendam a se posicionar no lugar do outro.
Entretanto, Mota e Rodrigues (1999) sinalizam que, até os anos 1970, os indíge-
nas não tinham futuro nem passado. Assim, ocorria a sua irreversível assimilação 
à sociedade envolvente e o seu extermínio diante da ação e do progresso capitalista 
nas áreas de fronteira. Somente nos anos 1980 é que a situação começou a mudar, 
a partir dos movimentos sociais e da Constituição de 1988.
No contexto educacional, o ensino de história e cultura afro-brasileira e 
indígena tem sido tema de constantes debates e estudos. Isso ocorre desde o 
estabelecimento da Lei nº 10.639 e se intensificou com a Lei nº 11.645, que 
tornou a temática obrigatória nos componentes curriculares. Como você pode 
imaginar, essa obrigatoriedade impôs aos professores o estudo desse tema a 
fim de adequar as suas metodologias à nova demanda sociocultural.
O livro didático é uma das ferramentas pedagógicas ainda mais utilizadas 
pelos professores, apesar de toda a discussão contemporânea quanto à sua 
eficácia, a respeito da qual alguns teóricos se posicionam contra e outros se 
posicionam a favor. No entanto, considerando a importância do livro didático 
como instrumento do cotidiano escolar, foram feitos alguns estudos com foco 
no modo como os conteúdos de história afro-brasileira, africana e indígena 
estão sendo abordados nas obras didáticas contemporâneas.
A escolha do livro didático como objeto de estudo deve-se aos seus usos 
e práticas na sala de aula. Tal uso pode os caracterizar como produtores e 
reprodutores de conhecimento, valores e ideologias, estereótipos e preconceitos. 
Segundo Bittencourt (2005), apesar de polemizado e criticado, o livro didático 
ainda é um instrumento essencial ao processo de escolarização. A persistência 
da valorização do livro didático é o motivo de você ter de refletir sobre como 
os temas abordados são apresentados por ele no processo educativo.
Somente nas últimas décadas é que os livros didáticos passaram a des-
pertar o interesse de pesquisadores, que, em seus estudos, mostram algumas 
dificuldades e problemáticas de utilização. Na atualidade, vários teóricos têm 
13Ensino de história no contexto da Lei nº. 11.645/2008: desafios e possibilidades de trabalho
reiterado que o livro didático é um elemento importante na construção do 
saber escolar, potencializador da formação dos conteúdos disciplinares para 
professores e alunos (BEZERRA; DE LUCA, 2006). Como são instrumentos 
de ampla e larga utilização nas escolas, os livros didáticos devem estar em 
conformidade com as leis elencadas neste capítulo, bem como com o exposto 
nas diretrizes curriculares. Isso implica oportunizar a desconstrução de tabus, 
mitos e preconceitos que acabaram por legitimar esses elementos nas relações 
étnico-raciais na sociedade brasileira.
As reivindicações e as demandas por educação pelos afro-brasileiros 
— por meio de suas organizações, movimentos sociais e representações 
políticas, intelectuais, culturais — se intensificaram no decorrer do século 
XX. Isso gerou mobilização em diversos segmentos sociais e suscitou es-
tudos e pesquisas sobre livros didáticos em geral e sobre o racismo nesses
materiais pedagógicos.
Os livros de história, objetos de estudo de algumas pesquisas, revelaram 
mais permanências do que mudanças. Em especial, se mantém a tendência à 
representação da população negra exclusivamente escravizada. Comumente, 
tais obras dão a impressão de que a condição de escravizada é inerente à 
população negra, o que atua para a reiteração da subordinação dos negros. 
Uma abordagem interessante seria o estudo da história dos povos africanos 
e das formas como eles foram capturados. Também é fundamental enfatizar 
que houve inúmeras guerras em decorrência da escravização. 
Além da permanência da representação do escravo, há a coisificação do 
personagem negro, especialmente quando se aborda o período colonial. O 
negro aparece vinculado ao sistema colonial brasileiro como uma peça: es-
cravizado passivo e massacrado pelo referido sistema. Ademais, as imagens 
dos livros, segundo Souza (2010), reproduzem cenas dramáticas: castigos 
corporais, fugas e torturas. Nas coleções selecionadas pelo autor apareceram 
120 imagens representando o segmento social negro; a maioria delas retrata 
cenas de escravização e castigos. Apenas 17 imagens apresentam aspectos 
positivos do povo negro, como líderes políticos, ativistas em movimentos 
sociais, esportistas e artistas.
Da mesma forma que o negro, o indígena vem sendo tratado de maneira 
inadequada tanto pelos projetos pedagógicos como pelos livros didáticos. 
Essa conjuntura assinala a necessidade de que a questão seja abordada de 
outra forma. Isso é corroborado pela constatação de que em muitos livros 
não há uma única imagem do índio. Geralmente, aparece apenas a tradicional 
imagem da chegada dos portugueses no Brasil, em que os índios aparecem 
recepcionando os europeus na praia.
Ensino de história no contexto da Lei nº. 11.645/2008: desafios e possibilidades de trabalho14
Esse estilo de livro didático — em que o negro e o índio aparecem como 
seres inferiores, escravizados e submetidos à cultura branca — ignora a his-
tória e o patrimônio cultural desses povos. Infelizmente, isso revela uma 
política de racismo e discriminação que acaba por perpetuar-se por todo o 
País. Basta uma folheada nos livros didáticos para ver que fenômenos como 
os anteriormente citados aparecem como atos de descobrimento, aventuras 
humanas, feitos heroicos, desejos de civilizar seres primitivos ou bárbaros, 
de fazê-los participar da verdadeira religião, etc.
Conforme alguns estudos sobre os livros didáticos, o campo do conhe-
cimento produzido pela historiografia e o campo do conhecimento histórico 
construído para a escola, e na escola, encontram-se num processo de aproxi-
mação. Porém, ainda não há relação orgânica entre historiadores e professores, 
historiadores e autores de livros didáticos, professores e editoras. Como você 
pode imaginar, tal relação é fundamental para que os saberes socialmente 
construídos se articulem no fazer cotidiano da sala de aula.
Assim, os diálogos, as discussões e os debates relativos às temáticas em 
questão necessitam tomar novas dimensões, que assegurem a sua inserção 
eficaz no rol das pesquisas e no processo de ensino e aprendizagem. A 
discussão precisa ganhar mais força para alterar a realidade educacional. 
Quem sabe com a Base Nacional Comum Curricularnão se possa retomar 
a importância da real efetivação dessas políticas no campo educacional, em 
prol da transformação da sociedade e do reconhecimento dos povos que 
formaram a nação brasileira? Fique atento: observe qual é a história que os 
livros didáticos estão contando!
No link a seguir, veja sugestões de projetos que podem ser realizados em sala de aula 
para o trabalho com a temática “História e cultura afro-brasileira e indígena”.
https://goo.gl/YjrkrY
15Ensino de história no contexto da Lei nº. 11.645/2008: desafios e possibilidades de trabalho
BERGAMASCHI, M. A. Interculturalidade nas práticas escolares indígenas e não indígenas. In: 
PALADINO, M.; CZARNY, G. (Org.). Povos indígenas e escolarização: discussões para repensar 
novas epistemes nas sociedades latinoamericanas. Rio de Janeiro: Garamond, 2012.
BEZERRA, H. G.; DE LUCA, T. R. Em busca da qualidade PNLD História –1996/2004. In: SPO-
SITO, M. E. B. (Org.). Livros didáticos de história e geografia: avaliação e pesquisa. São Paulo: 
Cultura Acadêmica, 2006.
BITTENCOURT, C. (Org.). O saber histórico na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2005.
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www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm>. Acesso em: 21 nov. 2018.
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nacional. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9394.htm>. Acesso 
em: 21 nov. 2018.
BRASIL. Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003. Altera a Lei nº 9.394/1996, que estabelece as 
diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino 
a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-brasileira”, e dá outras providências. 
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.639.htm>. Acesso em: 
21 nov. 2018.
BRASIL. Lei nº 11.645, de 10 março de 2008. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, 
modificada pela Lei no 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que estabelece as diretrizes e bases 
da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade 
da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11645.htm>. Acesso em: 21 nov. 2018.
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lei-11645-08-em-acao-sugestoes-para-se-trabalhar-em-sala-de-aula-texto-1/52663>. Acesso 
em: 21 nov. 2018.
17Ensino de história no contexto da Lei nº. 11.645/2008: desafios e possibilidades de trabalho
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