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EAE 0106 - Introduc¸a˜o a` Economia Professores: Andre´ G. Clemente e Eurico H. Ueda Monitora: Lia S. Chitolina Gabarito da Lista 2 Custos da Tributac¸a˜o 1. Quanto maiores as elasticidades de oferta e demanda, maior o peso morto de um imposto. Um imposto e´ um peso morto porque induz compradores e vendedores a uma mudanc¸a de comportamento. O imposto eleva o prec¸o pago pelos compradores, de modo que eles consomem menos. Ao mesmo tempo, reduz o prec¸o recebido pelos vendedores, assim eles passam a pro- duzir menos. Por causa dessas mudanc¸as de comportamento, o tamanho do mercado diminui e fica abaixo do ideal. As elasticidades da oferta e da demanda medem o quanto vendedores e compradores respondem a`s variac¸o˜es no prec¸o e, portanto, determinam quanto um imposto distorce o resultado do mercado. Come´rcio Internacional 2. - 3. (a) Se a tarifa imposta e´ de $250,00 o prec¸o pago pelos consumidores dome´sticos por um notebook importado e´ de $500,00 + $250,00 = $750,00, o que e´ $250,00 mais barato que os $1000,00 do notebook produzido internamente. Os produtores dome´sticos ganhara˜o vendas no total de Q2 −Q1, em consequeˆncia desta tarifa. 1 (b) Se a tarifa e´ de $500,00, o prec¸o pago pelos consumidores dome´sticos por um notebook importado e´ de $500,00 + $500,00 = $1000,00, o mesmo prec¸o do notebook produzido internamente. O produto importado na˜o tera´ mais uma vantagem de prec¸o sobre o produto dome´stico, as importac¸o˜es sera˜o suspensas e os produtores dome´sticos ira˜o capturar todas as vendas possiveis, vendendo a quantia QA. Desta forma, os produtores dome´sticos ganhara˜o em vendas o total de QA −Q1. (c) Desde que a tarifa seja pelo menos $500,00, aumenta´-la na˜o tera´ efeito. A uma tarifa de $500,00 todas as importac¸o˜es ja´ sa˜o blo- queadas. 4. Tanto as tarifas quanto as cotas de importac¸a˜o elevam o prec¸o interno do bem, reduzem o bem-estar dos consumidores internos, aumentam o bem-estar dos produtores internos e da˜o origem a um peso morto. Existe somente uma diferenc¸a entre esses dois tipos de restric¸a˜o ao come´rcio: a tarifa aumenta a receita do governo, enquanto que as cotas de importac¸a˜o criam um excedente para os detentores de licenc¸a. Externalidades 5. O teorema de Coase diz que, mesmo na presenc¸a de externalidades, os agentes econoˆmicos privados sempre podem alcanc¸ar uma soluc¸a˜o efi- ciente, desde que os custos de transac¸a˜o sejam suficientemente baixos. Qualquer que seja a distribuic¸a˜o inicial dos direitos, as partes interessadas sempre podem chegar a um acordo no qual todos fiquem numa situac¸a˜o melhor e o resultado seja eficiente. 6. Um rastreador transmite uma externalidade positiva para os demais pro- prieta´rios de carros. Os ladro˜es estara˜o menos dispostos a roubar qualquer carro se alguns carros tiverem rastreador, pois eles na˜o conseguem iden- tificar se o carro tem ou na˜o. Ja´ a trava transmite uma externalidade negativa para os demais proprieta´rios de carros, pois os ladro˜es estara˜o mais dispostos a roubar os carros que na˜o tem a trava. Nesta situac¸a˜o, provavelmente havera´ um elevado nu´mero de proprieta´rios de carros que utilizam a trava, e um baixo nu´mero de proprieta´rios de carro que possuem o rastreador, levando a um resultado ineficiente na busca por diminuir o furto de carros. Uma maneira de resolver esta situac¸a˜o seria subsidiar a compra de rastreadores ou taxar a compra de travas. Bens Pu´blicos e Recursos Comuns 7. Os bens pu´blicos apresentam duas caracter´ısticas: • Na˜o-excludeˆncia: quando as pessoas na˜o podem ser exclu´ıdas de seu consumo. Consequentemente, se torna dif´ıcil ou ate´ mesmo im- poss´ıvel cobrar produtos com esse tipo de caracter´ıstica. Ex.: segu- ranc¸a nacional. 2 • Na˜o-rivalidade: quando, para qualquer n´ıvel de produc¸a˜o, o custo marginal de produc¸a˜o e´ zero para um consumidor adicional. Ex.: transmissa˜o de ra´dio. 8. (a) Empresas privadas produzem um n´ıvel ineficientemente baixo de pesquisa cient´ıfica de base, isto ocorre porque o pesquisador na˜o e´ compen- sado pela externalidade positiva que a sua pesquisa representa para todos os demais pesquisadores e outros que se beneficiariam do uso da informac¸a˜o. A pesquisa pode ser considerada um bem pu´blico, pois uma vez que a informac¸a˜o e´ produzida ela se torna livremente dispon´ıvel para todos e na˜o diminui conforme o uso. (b) Uma pol´ıtica poss´ıvel pode ser subsidiar centros de pesquisa. Patentes tambe´m podem ser u´teis, ao permitir que alguns tipos de pesquisa sejam mais facilmente realizadas visando o lucro do pesquisador. (c) Se os novos conhecimentos disponibilizados pela pesquisa podem ser facilmente explorados por todos aqueles que leˆem a publicac¸a˜o, mas se o sistema de patente existe, ou se a pesquisa e´ mais util para um pa´ıs em particular que em outro, enta˜o os benef´ıcios de mercado podem ser excludentes. Se assim for, a pesquisa de base na˜o mais se classifica como um bem pu´blico. Os custos de produc¸a˜o 9. Sempre que o custo marginal for menor do que o custo total me´dio, o custo total me´dio estara´ em queda. Sempre que o custo marginal for maior do que o custo total me´dio, o custo total me´dio estara´ aumentando. Deste modo, a curva de custo marginal cruza com a curva de custo total me´dio em seu ponto mı´nimo. 10. (a) Tabela de Custos do Big Dog do Joa˜o: Q CF CMg CV CT CFM CVM CTM 0 9,00 0,00 0,00 9,00 - - - 1 9,00 1,00 1,00 10,00 9,00 1,00 10,00 2 9,00 1,50 2,50 11,50 4,50 1,25 5,75 3 9,00 2,25 4,75 13,75 3 1,58 4,58 4 9,00 3,38 8,13 17,13 2,25 2,03 4,28 5 9,00 5,06 13,19 22,19 1,08 2,64 4,44 6 9,00 7,59 20,78 29,78 1,50 3,46 4,96 (b) O produto de custo mı´nimo e´ de 4 cachorros-quentes, isso gera o menor custo total me´dio, $4,28. Quando o produto e´ inferior a 4, o custo marginal de um cachorro-quente e´ menor que o custo to- tal me´dio dos cachorros-quentes ja´ produzidos. Assim, fazer um cachorro-quente adicional reduz o custo total me´dio. Quando a produc¸a˜o e´ mais que 4, o custo marginal de um cachorro-quente e´ maior que o custo me´dio total dos cachorros-quentes ja´ produzidos. Conse- quentemente, fazer um cachorro-quente adicional aumenta o custo total me´dio. 3 Empresas em mercados competitivos 11. No curto prazo, se o prec¸o do produto fica abaixo do custo varia´vel me´dio, a empresa ficara´ em melhor situac¸a˜o se paralisar as atividades. Portanto, a curva de oferta de curto prazo das empresas competitivas e´ a curva de custo marginal acima do custo varia´vel me´dio. No longo prazo, se o prec¸o for inferior ao custo total me´dio, a empresa ficara´ em melhor situac¸a˜o se sair do mercado. Portanto, a curva de oferta de longo prazo das empresas competitivas e´ a parte da curva de custo marginal que esta´ acima do custo total me´dio. 12. (a) A firma fecha imediatamente quando o prec¸o e´ menor do que o custo varia´vel me´dio mı´nimo, o prec¸o de fechamento. No diagrama abaixo, esta e´ a soluc¸a˜o o´tima para os prec¸os que va˜o de 0 a P1. (b) Quando o prec¸o e´ superior ao custo varia´vel me´dio mı´nimo (o prec¸o de fechamento), mas inferior ao custo total me´dio mı´nimo (o prec¸o que iguala custo e receita), a firma deveria continuar a operar no curto prazo mesmo que tenha preju´ızo. Este e´ o o´timo para prec¸os que va˜o de P1 a P2 e quantidades de Q1 a Q2. 4 (c) Quando o prec¸o excede o custo total me´dio mı´nimo (o prec¸o que iguala custo e receita), a firma tem lucro. Isso acontece para prec¸os superiores a P2 e quantidades superiores a Q2. Monopo´lio 13. (a) Tabela de Receita Total e Receita Marginal Prec¸o Nu´mero de CDs Receita Total Receita Marginal ($) ($) ($) 24 10.000 240.000 240.000 22 20.000 440.000 200.000 20 30.000 600.000 160.000 18 40.000 720.000 120.000 16 50.000 800.000 80.000 14 60.000 840.000 40.000 (b) O custo marginal de produzir 10.000 CDs a mais e´ sempre $50.000 (pois cada CD custa $5,00 para ser produzido). A empresa deve produzir enquanto a receita marginal exceder $50.000. Portanto, produzir 50.000 CDs e´ a melhorescolha para a empresa, pois para quantidades de ate´ 50.000 CDs a receita marginal excede o custo marginal, e para quantidades maiores o oposto ocorre. O prec¸o co- brado sera´ $16,00 e o lucro sera´ de $800.000 − $250.000 = $550.000. 14. (a) Falso. A ineficieˆncia surge do fato de que uma parte do excedente do consumidor e´ transformada em perda por peso morto, e na˜o do fato de que e´ transformada em lucro. (b) Falso. Um monopolista que discrimina prec¸os vendera´ a alguns con- sumidores, algo que um monopolista u´nico rejeitara´ - a saber, os clientes de alta elasticidade-prec¸o da demanda que esta˜o dispostos a pagar apenas um prec¸o relativamente baixo pelo bem. (c) Falso. Embora de fato um monopolista discriminador de prec¸os capte mais do excedente do consumidor, a ineficieˆncia e´ menor: ocorrem mais transac¸o˜es mutuamente bene´ficas, porque o monopolista faz mais vendas a consumidores com baixa disposic¸a˜o de pagar pelo bem. Oligopo´lio 15. Se os membros de um oligopo´lio puderem formar um cartel, tentara˜o max- imizar o lucro conjunto produzindo a quantidade de monopo´lio e cobrando o prec¸o de monopo´lio. Quando os membros em um monopo´lio escolhem individualmente a quantidade produzida que maximiza o lucro, produzem uma quantidade maior do que o n´ıvel produzido pelo monopo´lio e menor do que o n´ıvel produzido pela competic¸a˜o. O prec¸o do oligopolista e´ in- ferior ao prec¸o do monopolista, mas superior ao prec¸o competitivo (que e´ igual ao custo marginal). 5 16. (a) Quadro de deciso˜es e resultados (b) Este e´ o jogo cla´ssico do dilema dos prisioneiros. Faltar ao dever e´ a estrate´gia dominante: na˜o importa a escolha que seu colega tomar, sempre sera´ prefer´ıvel para voceˆ faltar ao dever, e o mesmo para o seu colega. (Faltar ao dever, Faltar ao dever) sera´ o resultado e cada um conseguira´ ’10 unidades de felicidade’. Em jogos repetidos pode fazer mais sentido a estrate´gia de cooperac¸a˜o. Neste caso, a estrate´gia o´tima seria combinar que cada um ira´ se es- forc¸ar (trabalhar) enquanto o outro tambe´m estiver se esforc¸ando, mas se um trapacear (deixar de trabalhar) hoje o outro podera´ puni- lo trapaceando amanha˜, e assim por diante. A ameac¸a de punic¸a˜o serve para levar ao resultado em que cada um trabalha todos os dias. (c) Quadro de deciso˜es e resultados Neste caso, trabalhar e´ a estrate´gia dominante para seu colega. Na˜o 6 importa o que voceˆ escolhe, ele escolhera´ se esforc¸ar, deixando voceˆ livre para faltar ao dever e ainda assim receber um B. E´ claro que voceˆ ira´ preferir este colega, ja´ que no jogo anterior voceˆ conseguiu apenas ’10 unidades de felicidade’ e agora voceˆ conseguira´ 30. Mas seu colega certamente prefere fazer parceria com algue´m como ele, ja´ que com voceˆ ele podera´ conseguir no ma´ximo um B, mas poderia conseguir um A se o parceiro dele tambe´m se importasse com as notas. Competic¸a˜o Monopol´ıstica 17. Os treˆs atributos-chave que descrevem a competic¸a˜o monopol´ıstica sa˜o: • Muitos vendedores • Diferenciac¸a˜o dos produtos • Livre entrada Equil´ıbrio de Longo Prazo no mercado monopolisticamente competitivo: No mercado monopolisticamente competitivo, se as empresas esta˜o tendo lucro, novas empresas entrara˜o e as curvas de demanda daquelas ja´ exis- tentes se deslocara˜o para a esquerda. De maneira similar, se as empresas esta˜o tendo preju´ızo, algumas das existentes saira˜o do mercado e as cur- vas de demanda das remanescentes se deslocara˜o para a direita. Por causa destes deslocamentos da demanda, uma empresa monopolisticamente com- petitiva acabara´ por se encontrar no equil´ıbrio de longo prazo em que o prec¸o se iguala ao custo total me´dio, e a empresa tera´ lucro igual a zero. Ha´ duas diferenc¸as nota´veis entre o equil´ıbrio de longo prazo no mercado monopolisticamente competitivo e o equil´ıbrio de longo prazo no mercado perfeitamente competitivo: • Capacidade Ociosa: A empresa perfeitamente competitiva produz na escala eficiente (em que o custo total me´dio e´ minimizado). Ja´ a empresa monopolisticamente competitiva produz abaixo da escala 7 eficiente. A diferenc¸a entre estes n´ıveis de produc¸a˜o e´ a capacidado ociosa. • Markup sobre o Custo Marginal: Na competic¸a˜o perfeita o prec¸o e´ igual ao custo marginal, ja´ na competic¸a˜o monopol´ıstica o prec¸o fica acima do custo marginal. O Markup representa essa diferenc¸a no prec¸o. 18. Uma marca de sucesso indica um atributo deseja´vel, como qualidade, para o comprador potencial. Assim, tudo o mais mantido constante, tal como prec¸o, uma firma com uma marca de sucesso alcanc¸ara´ maiores vendas do que um rival com produto compara´vel, mas sem marca de sucesso. Isso provavelmente desencorajara´ novas firmas de entrarem na indu´stria em que existem firmas com uma marca de sucesso. 8
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