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Hidráulica Remanso Remanso Um escoamento é definido como gradualmente variado quando os seus parâmetros hidráulicos variam progressivamente ao longo da corrente. Remanso Aplicações O movimento uniforme em um curso d’água- seção de escoamento e declividade constante. Tais condições podem deixar de ser satisfeitos, por exemplo, quando se executa uma barragem em um rio. A barragem causa a sobre elevação das águas, influenciando o nível d’água a uma distância a montante. É isto que é denominado remanso. Altura d’água Sendo y a altura d’água numa seção qualquer de um escoamento variado e y0 a altura d’água no escoamento uniforme, a diferença y-y0 é chamada de remanso. Altura d’água Remanso Altura d’água Remanso -Usina Hidrelétrica de Itá Relembrando: O movimento é gradualmente variado quando: 1. As profundidades variam gradual e lentamente ao longo do conduto 2. As grandezas referentes ao escoamento, em cada seção, não se modificam com o tempo, 3. As distribuições de pressões são hidrostáticas, de forma que as fórmulas do escoamento uniforme podem ser aplicadas com aproximação satisfatória. Remanso Remanso https://www.youtube.com/watch?v=rAN6Ji_-iB4&ab_channel=MarllusGustavoNeves Método Direto (Simplificado) O método direto deriva da consideração do balanceamento energético entre duas seções vizinhas, 1 e 2: Método Direto (Simplificado) Equação para determinar o comprimento do Remanso. Para determinar o J: ∆𝐿 = 𝐸2 − 𝐸1 𝐼 − 𝑗 𝑗 = 𝑛2തv2 𝑅ℎ 4/3 é a média do raio hidráulico. é a média da velocidade Tipos de Remanso Remanso de elevação É a curva que ocorre num canal de fraca declividade, quando pela construção de uma barragem, por exemplo, a água deve elevar-se acima da profundidade normal do escoamento para vencer o obstáculo. Tipos de Remanso Remanso de Abaixamento É o perfil que ocorre num canal de fraca declividade, quando a superfície de água sofre um abaixamento: por exemplo, por uma queda na extremidade do canal, por um degrau no leito ou pela mudança da declividade para outra mais acentuada. Tipos de Remanso Uma Terceira Forma O corre num canal de fraca declividade, quando a água é nele admitida com uma profundidade inferior ao valor crítico, como por exemplo, por uma comporta de fundo. Exemplo https://www.youtube.com/watch?v=Ml9lT1HrcdQ&ab_channel=JorgeLuizdaPaix%C3%A3oFilho Em um canal retangular de concreto (n=0,015), com declividade de 0,0005 m/m e largura de 2 m, funciona em regime uniforme com profundidade de 1,43 m. Determinar o remanso causado por uma pequena barragem de 1 m de altura. Exemplo - Encontrando a vazão em regime uniforme: 𝑄 = 𝐴. 1 𝑛 . 𝑅ℎ 2/3 . 𝐼1/2 𝑅ℎ = 𝐴 𝑃 = 𝑏. ℎ 𝑏 + 2. ℎ = 2.1,43 2 + 2.1,43 = 0,59 𝑚 𝑄 = 2,86. 1 0,015 .0,59 2/3 .0,00051/2 𝑄 = 2,99 = 3 𝑚3/𝑠 Exemplo - Encontrando a altura crítica, yc, no regime crítico: yc = 32 9,81. 22 0,33 = 0,61 𝑚 - Profundidade imediatamente a montante da barragem: 0,61 𝑚 + 1𝑚 = 1,61 𝑚 Exemplo - Encontrando a velocidade na seção 1: - Encontrando a energia na seção 1: v1 = 3 2.1,6 = 0,94 𝑚/𝑠 𝐸1 = 𝑦 + v2 2𝑔 𝐸1 = 1,61 + 0,942 2.9,81 = 1,65 𝑚 v1 = 𝑄 𝐴 Exemplo - Encontrando a Rh na seção 1: 𝑅ℎ = 𝐴 𝑃 = 𝑏. ℎ 𝑏 + 2. ℎ = 2.1,61 2 + 2.1,61 = 0,62 𝑚 - Encontrando a velocidade na seção 2: v1 = 3 2.1,43 = 1,05 𝑚/𝑠v1 = 𝑄 𝐴 Exemplo - Encontrando a energia na seção 2: 𝐸2 = 𝑦 + v2 2𝑔 𝐸2 = 1,43 + 1,052 2.9,81 = 1,49 𝑚 - Encontrando a perda de carga unitária, j: 𝑗 = 0,00044 𝑚/𝑚 𝑗 = 𝑛2തv2 𝑅ℎ 4/3 𝑗 = 0,0152. ( 1,05 + 0,94 2 )2 ( 0,61 − 0,59 2 )4/3 Exemplo - Encontrando o comprimento do Remanso: ∆𝐿 = 1,49 − 1,65 0,0005 − 0,00044 = −2669,64 𝑚 ∆𝐿 = 𝐸2 − 𝐸1 𝐼 − 𝑗 O remanso atingirá uma distância de 2669,64 m acima da barragem. O sinal negativo indica que o valor calculado está no sentido contrário ao escoamento. Hidráulica Ressalto hidráulico Ressalto hidráulico Brusca elevação do nível da água em um canal funcionando em regime permanente. Ocorre com a passagem de um escoamento de profundidade menor que a crítica para outra maior. Quando passa do regime rápido para o lento, isto é, do escoamento torrencial para fluvial. Se observa no sopé das barragens, a jusante das comportas e nas vizinhanças de obstáculos submersos. Ressalto hidráulico Teorema A variação da quantidade de movimento durante certo tempo, é igual a impulsão da força durante esse tempo. Ressalto hidráulico Tipos de Ressalto hidráulico Salto elevado - comum grande turbilhamento, forçando o líquido rolar contra a corrente. Superfície agitada - sem redemoinho e sem retorno do líquido. Classificação Classificação Ressalto ondulado (1 < Fr1< 1,7) Ressalto fraco (1,7 < Fr1< 2,5) Ressalto oscilante (2,5 < Fr1< 4,5) Ressalto estacionário (4,5 < Fr1< 9) Ressalto forte (Fr1> 9) Número de Froude 𝑭𝒓 = 𝐯 𝒈. 𝒉 Onde: Fr = número de Froude v = velocidade (m/s) h = altura hidráulica Movimento permanente Movimento permanente Ressalto em um canal retangular Desconsiderando a força de atrito; Canal retangular de largura b, Inclinações pequenas cosθ~1, Wsenθ ~ 0 e Considerando β1=β2=1,tem-se, após simplificações: Energia específica Onde: E = energia específica (m) h = altura d’água (m) v = velocidade do escoamento (m/s) Altura do salto hidráulico Considerando um canal retangular de largura unitária com as duas seções indicadas na figura: Tem-se: ℎ2 = − ℎ1 2 + 2𝑞2 𝑔 + ℎ1 2 4 A vazão por unidade de largura do canal q é: 𝑞 = v1. ℎ1𝑞 = 𝑄 𝑏 Lembrando que h e y são iguais, se referem a profundidade. Altura do salto hidráulico Substituindo q: ℎ2 = − ℎ1 2 + 2v1 2. ℎ1 𝑔 + ℎ1 2 4 A altura do ressalto será h2-h1. Também pode ser utilizada a fórmula, que relaciona as alturas conjugadas e o número de Froude: 𝑦2 𝑦1 = 1 2 1 + 8𝐹𝑟2 − 1 Perda de carga A perda de carga entre as duas seções será: Também pode ser encontrada apenas em função das profundidades: ∆𝐻 = v1 2 2𝑔 + ℎ1 − 𝑣2 2 2𝑔 + ℎ2 ∆𝐻 = ℎ2 − ℎ1 3 4. ℎ2. ℎ1 Eficiência A eficiência do ressalto é medida pela sua capacidade de dissipação da energia mecânica do escoamento torrencial e pode ser obtida por: Onde: E1 = energia específica na seção a montante do ressalto E2 = energia específica na seção a jusante do ressalto ∆𝑬 = ∆𝑯η = ∆𝑬 𝑬𝟏 Comprimento do ressalto de fundo horizontal (L) Onde: L = comprimento do ressalto (m) hr = altura rápida (m) hl = altura lenta (m) Exemplo Em um canal de seção retangular, com 2,5 m de largura e 9,25 m3/s de vazão, forma-se um ressalto hidráulico. Conhecendo-se a profundidade de montante (0,9 m), determinar a altura do ressalto. 𝑞 = 𝑄 𝑏 𝑞 = 9,25 2,5 = 3,7 𝑚3 𝑠 .𝑚 ℎ2 = − ℎ1 2 + 2𝑞2 𝑔 + ℎ1 2 4 ℎ2 = − 0,9 2 + 2. 3,72 9,81 + 0,92 4 ℎ2 = −0,45 + 1,82 = 1,37 𝑚 A altura do ressalto será h2-h1. Exemplo ℎ2 = − ℎ1 2 + 2𝑞2 𝑔 + ℎ1 2 4 ℎ2 = − 0,9 2 + 2. 3,72 9,81 + 0,92 4 ℎ2 = −0,45 + 1,82 = 1,37 𝑚 A altura do ressalto será h2-h1: 1,37 – 0,9 = 0,47 m Hidráulica CÁLCULO DO ESCOAMENTO EM CANAIS Seções Circulares e Semicirculares Canais de seção fechada - canalizações de águas pluviais, esgotos, drenagem subterrânea, bueiros e galerias de instalações hidrelétricas, que funcionam parcialmente cheios. Seções Circulares e Semicirculares O valor máximo para a velocidade das águas num conduto circular, ocorre quando o conduto está parcialmente cheio com: Seções Circulares e Semicirculares Maior vazão não é a que se obtém com o conduto funcionando completamente cheio. A vazão irá aumentando até o ponto mencionado, para de pois sofrer uma pequena redução, decorrente do enchimento completo do conduto (maior resistência). 𝑄𝑚á𝑥→𝑦=0,95𝐷 Seções Circulares e Semicirculares Para o Escoamento a Meia Seção onde: Q é a vazão, m³/s n éo coeficiente de rugosidade da parede D é o diâmetro da tubulação, m I é a declividade do fundo do canal, m/m 𝑄 = 0,156. 1 𝑛 . 𝐷8/3. 𝐼 Seções Circulares e Semicirculares Para o Escoamento a Seção Plena 𝐷 = 1,55 𝑄. 𝑛 𝐼 3/8 onde: Q é a vazão, m³/s n é o coeficiente de rugosidade da parede (Tabelado) D é o diâmetro da tubulação, m I é a declividade do fundo do canal, m/m 𝑄 = 0,312. 1 𝑛 . 𝐷8/3. 𝐼 Seções Circulares e Semicirculares Para Condutos Parcialmente Cheios 𝑄 = 𝐴. 1 𝑛 . 𝑅ℎ2/3. 𝐼 Seção Retangular Forma retangular - adotada nos canais de concreto e nos canais abertos em rochas. Tratando-se de seção retangular, a mais favorável é aquela para a qual a base b é o dobro da altura h. 𝑏 = 2. h Seção Trapezoidal Para determinada seção de escoamento, a forma mais econômica será aquela que levará à maior velocidade e ao menor perímetro. Dos hexágonos de mesma seção, o hexágono retangular é o que tem o menor perímetro. A seção mais vantajosa é a de um semi-hexágono regular (a=60º). Seção Trapezoidal Nem sempre essa seção pode ser adotada; se não houver revestimento, a inclinação das paredes laterais do canal deverá satisfazer ao talude natural das terras, para sua estabilidade e permanência. Seção Trapezoidal Seção Muito Irregulares Canais que apresentam seções transversais muito irregulares ou seções duplas, obtêm–se resultados melhores quando se subdivide a seção em partes cujas profundidades não sejam muito diferentes. Seção com Rugosidades Diferentes O perímetro molhado de uma mesma seção pode incluir trechos de diferentes graus de rugosidade, n1, n2, n3, etc. Para os cálculos hidráulicos admite-se um grau de rugosidade média obtido pela seguinte expressão de acordo com Forchheimer. CÁLCULO DO ESCOAMENTO EM CANAIS CÁLCULO DO ESCOAMENTO EM CANAIS DISTRIBUIÇÃO DAS VELOCIDADE NOS CANAIS A resistência oferecida pelas paredes e pelo fundo reduz a velocidade. Na superfície livre a resistência oferecida pela atmosfera e pelos ventos também influencia a velocidade. A velocidade máxima será encontrada na vertical (1) central (Figura a) em um ponto pouco abaixo da superfície livre. Figura a DISTRIBUIÇÃO DAS VELOCIDADE NOS CANAIS As curvas isotáquicas constituem o lugar geométrico dos pontos de igual velocidade (Figura b). Figura b DISTRIBUIÇÃO DAS VELOCIDADE NOS CANAIS Seção transversal DISTRIBUIÇÃO DAS VELOCIDADE NOS CANAIS Seção transversal DISTRIBUIÇÃO DAS VELOCIDADE NOS CANAIS Seção longitudinal RELAÇÕES PARA A VELOCIDADE MÉDIA Numa tentativa de se obter um valor aproximado para a velocidade média numa vertical, algumas propostas são feitas e aceitas pelos hidrometristas. Para valores pequenos de ho, considera-se que a velocidade média seja igual á velocidade que se obtém a 60% da profundidade, medida em relação à superfície livre (0,60h), com erro máximo de aproximadamente 3% e médio de 1%. 𝑽méd=𝑽0,6 RELAÇÕES PARA A VELOCIDADE MÉDIA Quando a profundidade ho se torna maior, tal valor é um pouco discrepante dos valores obtidos experimentalmente, de forma que um novo valor foi proposto, considerando-se as velocidades que se obtém a 0,20ho e 0,80ho, medidas em relação à superfície livre, com erro máximo da ordem de 1% e um erro médio quase nulo, de forma que: 𝑽𝒎é𝒅 = 𝑽𝟎,𝟐 + 𝑽𝟎,𝟖 𝟐 RELAÇÕES MÉTODOS QUE USAM A RELAÇÃO VELOCIDADE-ÁREA RELAÇÕES MÉTODOS QUE USAM A RELAÇÃO VELOCIDADE-ÁREA Velocidade Média e Limites Práticos O custo de execução de um canal para o escoamento de uma dada vazão é função do seu tamanho; Será tanto menor quanto a área da sua seção transversal, o que se consegue elevando-se a velocidade média do escoamento ao máximo valor possível, sem que haja erosão do fundo e das paredes; A velocidade média do escoamento deverá estar limitada à resistência do material utilizado na confecção das paredes e fundo do canal. RELAÇÕES MÉTODOS QUE USAM A RELAÇÃO VELOCIDADE-ÁREA Água limpa pode escoar com velocidade elevadas (até10m/s) sem danificar o material do revestimento. A velocidade não pode ficara abaixo de um certo limite mínimo, sob pena de haver deposição de eventuais partículas ou materiais em suspensão. Para dimensionar canais: Vmin< Vmed< Vmax. Vmin-é a velocidade abaixo da qual o material sólido contido na água é sedimentado, provocando assoreamento do canal. Vmax-é a velocidade acima da qual ocorre erosão das paredes do canal. RELAÇÕES MÉTODOS QUE USAM A RELAÇÃO VELOCIDADE-ÁREA Valores médios para as velocidades nos canais e os valores que não devem ser ultrapassados, sob risco de haver erosão das paredes ou fundo dos canais. RELAÇÕES MÉTODOS QUE USAM A RELAÇÃO VELOCIDADE-ÁREA Velocidades muito baixas podem propiciar a deposição de material em suspensão ou mesmo o crescimento de plantas aquáticas. Em canais de terra, velocidades da ordem de 0,60 m/s impedem o assoreamento e a fixação de vegetação. Para que não haja possibilidade de sedimentação das partículas carreadas pela água em suspensão, as velocidades devem ter um valor mínimo. RELAÇÕES MÉTODOS QUE USAM A RELAÇÃO VELOCIDADE-ÁREA RELAÇÕES MÉTODOS QUE USAM A RELAÇÃO VELOCIDADE-ÁREA Para canais de terra, a velocidade recomendada para uso nos projetos dos canais, impedindo a erosão das paredes e a deposição de partículas suspensas pode ser obtida através da fórmula de Kennedy, dada por: Onde: h é a profundidade média no canal e C um coeficiente que depende da granulometria do material em suspensão, conforme pode ser visto na tabela seguinte. 𝑉=𝐶ℎ0,64 RELAÇÕES MÉTODOS QUE USAM A RELAÇÃO VELOCIDADE-ÁREA RELAÇÕES MÉTODOS QUE USAM A RELAÇÃO VELOCIDADE-ÁREA Para projetos de canais é costume, também, observar recomendações práticas para as velocidades médias nos canais, conforme tabela seguinte. RELAÇÕES MÉTODOS QUE USAM A RELAÇÃO VELOCIDADE-ÁREA Recomendações para a declividade das faces dos canais, onde z refere-se a declividade na forma 1:z(V:H) e βo ângulo da face com a direção vertical. RELAÇÕES MÉTODOS QUE USAM A RELAÇÃO VELOCIDADE-ÁREA Quando se trata de se estabelecer a declividade longitudinal do eixo do canal, também é preciso levar em conta certos limites.
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