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Giulia Pacheco Souza É uma diminuição dos pelos resultante na falha de formação, alteração do ciclo capilar e/ou destruição folicular. Um exame empregado para avaliação da saúde dos fios seria o tricograma que consiste em analisar a porcentagem de fios em cada fase em uma amostra de 30 a 50 fios, no qual o formato de taco de golfe no microscópico indica fase anágena e o formato de cotonete sugere fase telogéna. As citadas abaixo são tipos de alopecias adquiridas e não cicatriciais. Alopecia areata É caracterizada por áreas sem cabelos em formato redondo ou oval, com placas lisas e brilhantes, sem sinais inflamatórios, acometendo, em especial, couro cabeludo e barba. Além disso, é comum a presença de fio em ponto de exclamação ou pelo peládico, isto é, retirada do pelo com massa branca na base. Normalmente é localizada, mas pode ter áreas confluentes. O primeiro episódio costuma ser antes dos 20 anos. É comum a presença de história pessoal ou familiar de outras doenças autoimunes. É interessante estabelecer diagnóstico diferencial com tinea do couro cabeludo. O tratamento nas formas localizadas baseia no uso de corticoides tópicos com dexametasona creme ou propionato de clobetasol em solução capilar. Caso Clínico: Homem, 28 anos, procurou atendimento médico queixando-se de inúmeras falhas circulares no couro cabeludo e área de barba que coalesciam há cerca de 6 meses. Passou com o dermatologista do convênio que, em uma rápida consulta, optou por realizar o tratamento com Minoxidil 5%, 2 vezes ao dia, mas relata pouca melhora. Referiu o mesmo quadro ocorrido há 5 anos, após período de grande estresse emocional, com resolução espontânea. Optou-se pelo uso de corticoides tópicos nas áreas de alopecia relatadas. O paciente foi orientado pelo real risco de recidivas ao longo dos anos. Após 3 meses de clobetasol 0,05% em solução capilar, o paciente apresentou ótimo resultado, restando apenas uma área de alopecia em região parietal esquerda. Assim, optou-se pela infiltração de triancinolona 5 mg/mL intralesional. Após 4 sessões, realizadas quinzenalmente, a área apresentou repilação. Giulia Pacheco Souza Eflúvio anágeno-distrófico Apresenta uma perda difusa de fios em fase anágena decorrente de quimioterapia, infecções, intervenções cirúrgicas prolongadas ou sífilis secundária. O tratamento baseia na exclusão da causa. Eflúvio telógeno Alopecia difusa com queda generalizada de fios em fase telogéna, de forma abrupta, sem áreas de rarefação e com um fator desencadeante prévio em 3 meses (doença prévia ou estresse, como restrição alimentar, pós parto, ACO, deficiência proteica e de ferro, LES, DM e doenças tireoidianas). Apresenta teste de tração positivo (retira mais de 6 fios) e exame do couro cabeludo normal. Normalmente, o paciente queixa de uma queda excessiva de cabelos que piorou nos últimos meses. Pode acontecer em qualquer idade, exceto na infância. É classificado em agudo (< 6 meses com prognóstico bom e recuperação) e crônico (> 6 meses em ciclos ou de forma contínua). A crônica é subdividida em primária (idiopática: estresse emocional) e em secundária (doença crônica: hipo e hipertireoidismo). Caso Clínico: Mulher de 22 anos, vem à UBS com queixa de queda capilar excessiva. Traz à consulta um tufo de cabelos, que refere ter caído durante a última escovação. Referiu ter queda de cabelo há alguns anos, mas o quadro se agravou há 2 meses. Há 5 meses deu à luz a sua filha, em um parto cesárea, sem intercorrências. Não está mais amamentando e não faz uso de quaisquer medicamentos. A paciente foi orientada sobre o eflúvio telógeno e sua persistência por meses após o parto. Recebeu orientações sobre a importância de uma dieta rica em proteínas e vitaminas, bem como o estado temporário do quadro. Foi solicitado exames laboratoriais de rotina, que mostrou ao hemograma, anemia hipocrômica e microcítica, ferro sérico 40 µg/dL, ferritina 9 ng/mL. Assim, prescrito sulfato ferroso 40 mg, 2 vezes ao dia, 30 minutos antes do almoço e jantar. Após 4 meses, a paciente notou diminuição acentuada em número de fios desprendidos. O hemograma de controle apresentou-se normal. OBS.: alopecia areata ofiásica - queda de cabelo no lugar de implantação dos fios. Giulia Pacheco Souza Por estar relacionado a um fator secundário, pode ser necessário a solicitação de alguns exames, como hemograma completo, ferritina (< 70), cálcio sérico, VDRL, TSH e vitamina D. O tratamento envolve tratar a etiologia de base, e em alguns casos, pode prescrever Minoxidil 2%. Alopecia de tração É mais frequente em mulheres devido ação de tração (escova, alisamento, prender o cabelo), sendo mais comum nas têmporas e na orla do couro cabeludo, com aparecimento de fios curtos na região frontal. Caso o dano capilar não seja interrompido, pode agravar o processo inflamatório com evolução para alopecia cicatricial. Alopecia androgenética Caso Clínico: Homem, 48 anos, relata durante consulta de rotina que, comparando fotos do passado, passou a reparar em "entradas" nas regiões frontais laterais, que evoluíram de forma acentuada no último ano. Referiu que seu pai era calvo. Está preocupado porque ouviu dizer que o tratamento para a calvície poderia atrapalhar seu desempenho sexual. Nega ter realizado tratamentos prévios. É hipertenso e diabético. O paciente foi orientado sobre a característica genética da doença e, pela idade de início do quadro, dificilmente evoluiria para uma alopecia extensa. Recebeu orientação sobre o tratamento com finasterida, quando indicado, pois raramente provoca disfunção erétil ou perda de libido, além de cessar com a interrupção do tratamento. O médico prescreveu o uso de Minoxidil a 5%, reservando o uso de finasterida para um segundo momento, em caso de resistência ao tratamento tópico. Giulia Pacheco Souza Essa alopecia é resultante da sensibilidade do tecido capilar aos androgênios (di- hidrotestosterona), justificando a frequência precoce e a maior gravidade em homens. É comum ocorrer na pós puberdade e na terceira idade, geralmente com história familiar positiva. No homem é mais comum na porção central do couro cabeludo podendo estender para região frontotemporal (recuos laterais) e vértice, com evolução gradual e progressiva (calvície total da coroa). Além disso, pode ter presença de seborreia. Já nas mulheres, o quadro é um pouco diferente, em que é característico um afinamento progressivo dos fios com rarefação difusa na região frontotemporal sem a formação de áreas de alopecia. Além disso, deve ser investigado alguns distúrbios hormonais, como SOP, hiperplasia suprarrenal congênita e síndrome de SAHA (seborreia, alopecia, hirsutismo e acne). O tratamento baseia no uso de Minoxidil 5% em solução capilar de 1 a 2x por dia ou finasterida 1 mg ao dia (opção somente para homens) ou espironolactona 200 mg ao dia (opção para mulheres).
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