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FACULDADE SANTA LÚCIA 
 MATERIAL DE APOIO 
DISCIPLINA: PROCESSO CIVIL I (PROCESSO DE CONHECIMENTO) 
PROFESSOR: Joel Valente 
CURSO: DIREITO – 4º SEMESTRE - 2021/2 
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Sala 17 - 1º Encontro – 09.08.2021 – Aula inaugural – Contrato Pedagógico 
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
AULA INAUGURAL – CONSIDERAÇÕES SOBRE O SEMESTRE 
 Matéria 
 (Obs.: os alunos receberão material de apoio para todos os encontros, nos quais forem 
ministradas matéria. Esse material, para fins de atualização, pode sofrer alterações sem 
prévio aviso). 
 Bibliografia 
 Biblioteca virtual (consultar – precisa de senha) 
 Leitura de doutrina e jurisprudência – Debates 
Abordagem de outros temas, dentre os seguintes: processo eletrônico, educação para terceira idade, política de 
gêneros, sustentabilidade, relações étnicas, direitos humanos, educação ambiental, relações étnico-raciais e 
ensino de história e cultura afro-brasileira, africana e indígena, e estímulo a resolução de problemas por meio da 
cultura da paz, utilizando instrumentos como conciliação, mediação e arbitragem. 
 
 Faculdade aberta (nov/19) (elaborar projeto) 
 
 1º estudo de caso + 1ª avaliação escrita (n1+2) 
Avaliações { }/3 = média geral 
 2º estudo de caso + 2ª avaliação escrita (n2+2) 
 
(A média geral será apurada da seguinte forma: [(n1+2(n2)/3], onde n1+2 = nota do estudo de caso + nota 
da avaliação escrita (1ª avaliação). n2+2 = nota do estudo de caso + nota da avaliação escrita (2ª 
avaliação). /3 = soma das médias das duas avaliações, divida por três). 
Faltas (só serão abonadas nos casos legais: gravidez, doença infecto contagiosa, serviço militar). 
 
Chamada (no início, meio ou final da aula). Responder “presente” em alto e bom tom. 
 
- Esperar o término da chamada para sair da classe (quando ela for feita no final). (Obs.: não se aplica nas 
aulas remotas). 
Regras de comportamento: (Obs.: não se aplicam nas aulas remotas). 
- Proibição de celulares 
- Evitar sair e entrar na sala com a aula em desenvolvimento. 
- Manter silêncio (para melhor aproveitamento do encontro e não perturbar colegas interessados na aula). 
 
 FACULDADE SANTA LÚCIA 
 MATERIAL DE APOIO 
DISCIPLINA: PROCESSO CIVIL I (PROCESSO DE CONHECIMENTO) 
PROFESSOR: Joel Valente 
CURSO: DIREITO – 4º SEMESTRE - 2021/2 
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Sala 17 - 2º Encontro – 11.08.2021 – 
Processo de Conhecimento. Considerações iniciais. Os tipos de processo (conhecimento e execução) e as suas 
finalidades. 
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
Do processo – Conceito – Objeto – Tipos – Natureza jurídica – Relação jurídica processual (Am. Santos, vol. 1, 
275/280) – Processo e procedimento (Wambier, vol. 1, 179vº) 
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
PROCESSO 
CONCEITO: 
Processo é meio de que se vale o Estado para exercer sua função jurisdicional (Am. Santos, vol. 1, pág. 
276) 
“Processo é o instrumento da jurisdição.” (Am. Santos, vol. 1, pág. 276) 
É um conjunto de atos coordenados, tendentes à atuação da lei. 
Exercida a pretensão (exigência da subordinação de um interesse de outrem ao próprio), havendo 
resistência, instaura-se a lide. 
O processo é o instrumento de composição da lide. 
A finalidade do processo é compor a lide segundo o direito objetivo, fazendo atuar a vontade da lei. 
(“lide é o conflito de interesses qualificado por uma pretensão resistida.” – Am. Santos, ob. cit., p. 9) 
 
OBJETO: 
Além do objetivo de compor a lide, o processo tem dois objetos: 
A pretensão do autor (o pedido do autor) que o juiz acolherá ou não após conhecer da ação, portanto 
objeto material do processo é a pretensão. 
E o outro objeto, de natureza formal (objeto formal do processo), que é o próprio processo. Ele atua sobre 
ele mesmo. 
Assim temos: 
a) objeto material (pretensão) e 
b) objeto formal (o próprio processo). 
 
 
 
 FACULDADE SANTA LÚCIA 
 MATERIAL DE APOIO 
DISCIPLINA: PROCESSO CIVIL I (PROCESSO DE CONHECIMENTO) 
PROFESSOR: Joel Valente 
CURSO: DIREITO – 4º SEMESTRE - 2021/2 
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TIPOS DE PROCESSO: 
 
Os tipos de processo se estabelecem segundo a tutela jurisdicional que se busca. 
 
Hoje pode se dizer que são duas as espécies jurisdicionais: a) de conhecimento e 
 b) de execução e 
No CPC/73 eram três, pois havia também o processo cautelar. 
 
 
Assim, os tipos de processo seriam: 1) processo de conhecimento, 
 2) processo de execução e 
 3) processo cautelar. 
 
 
Repetindo, hoje, com referência ao processo cautelar, não mais. 
O Livro III do CPC/73, que disciplinava o Processo Cautelar, não subsiste mais no NCPC. Neste, tanto no 
procedimento comum como nos procedimentos diferenciados (especiais), é viabilizada a prestação da 
tutela satisfativa, assim como a cautelar, de maneira antecedente ou incidental (art. 294, parágrafo único) 
(MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz, e MITIDIERO, Daniel. Novo Código de Processo Civil 
Comentado, Editora Revista dos Tribunais: 2015, SP, nota 1, ao artigo 294, pág. 306). 
 
O processo de conhecimento comporta: a) ações declaratórias, 
 b) ações constitutivas e 
 c) ações condenatórias. 
 
Para as ações declaratórias e constitutivas o processo de conhecimento se desenvolve entre dois termos: a 
petição inicial e a sentença. 
 
 
 
Para as ações condenatórias a sentença não é mais o ato final do processo. 
 
O ato final do processo é a satisfação do direito reclamado e concedido. 
 
Por isso o processo dessas ações vem sendo chamado de processo sincrético. 
 
Ele reúne atos do processo de conhecimento e atos do processo de execução. 
 
 
O processo de execução se funda num título executivo e com ele se busca a entrega de coisa certa ou 
incerta, de quantia certa, ou de obrigação de fazer e de não fazer. 
Nele é feito pedido de execução. 
 
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DISCIPLINA: PROCESSO CIVIL I (PROCESSO DE CONHECIMENTO) 
PROFESSOR: Joel Valente 
CURSO: DIREITO – 4º SEMESTRE - 2021/2 
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O antigo processo cautelar, ou preventivo, visava assegurar a eficácia de outro processo chamado de 
principal. Ele atendia às medidas urgentes. 
Mais uma vez, como já dito, hoje a tutela cautelar se faz, antecipada ou incidentalmente, dentro do 
procedimento comum. 
 
NATUREZA JURÍDICA DO PROCESSO: 
Os romanos davam ao processo natureza contratual. Ele era iniciado pela actio que era o direito à 
fórmula. Esta estabelecia um direito novo, qual seja, o das partes se submeterem à sentença. Essa 
submissão voluntária correspondia a um contrato – o contrato judicial -, o que foi aceito até princípios do 
século XIX. 
Mas no processo as partes não tem vontade livre e daí passou-se a entender o processo como um quase 
contrato, concepção aceita até depois da metade do século XIX. 
Na segunda metade desse século surgem outras teorias, principalmente a de BULOW (1868), que em obra 
clássica (Teoria das Exceções e dos Pressupostos Processuais) introduz a teoria da relação jurídica 
processual, pois no processo se desenvolvem inúmeros atos das partes e do juiz, os quais se sucedem até 
a sentença, consistindoisso numa relação jurídica. 
Essa tem sido a teoria prevalecente em nossos dias. 
 
RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL: 
A sucessão ordenada de atos, tendentes a um fim, formando uma unidade para a prestação da tutela 
jurisdicional, é composta de direitos, deveres e ônus das partes, mais direitos, deveres e poderes do juiz, 
prescritos em lei processual, formando, portanto, uma relação jurídica – chamada de relação jurídica 
processual -. 
Relação jurídica processual é pois, o conflito de interesses regulado pelo direito (Am. Santos, vol. 1, ps. 
6 e 281) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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DISCIPLINA: PROCESSO CIVIL I (PROCESSO DE CONHECIMENTO) 
PROFESSOR: Joel Valente 
CURSO: DIREITO – 4º SEMESTRE - 2021/2 
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Sala 17 - 3º Encontro – 16.08.2021 – 
Procedimento comum e procedimento especial. 
Fases do procedimento. 
(Considerações sobre o procedimento sumário à luz do NCPC). 
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
 
PROCEDIMENTO COMUM E PROCEDIMENTO ESPECIAL. 
 
PROCESSO E PROCEDIMENTO 
 
Na definição de Wambier 
 
“Processo é conceito de cunho finalístico, teleológico, que se consubstancia numa relação 
jurídica de direito público, traduzida num método de que se servem as partes para buscar a solução 
do direito para os conflitos de interesse (especificamente, para aquela parcela do conflito levada a 
juízo, ou seja, para a lide).” 
 
“... é o instrumento através do qual a jurisdição atua.”1 
 
O mesmo autor aponta que o “vocábulo processo tem sua origem etimológica em procedere que, na 
língua latina, significa “seguir adiante”.” 
 
 
Já, procedimento, embora ligado ao processo, “...é o mecanismo pelo qual se desenvolvem os processos 
diante dos órgãos da jurisdição.” É também designado por “rito”.2 
 
Ambos, processo e procedimento se somam para compor a relação jurídica processual. 
 
Procedimento é, portanto, “o modo pelo qual o processo anda, ou a maneira pela qual se encadeiam 
os atos do processo.”3 
 
 
O procedimento é o COMUM (que antes se subdividia em ORDINÁRIO e SUMÁRIO no CPC/73 - art. 
272, caput). 
 
No CPC/15 essa subdivisão deixou de existir. O art. 318, parágrafo único, do atual Código assim 
dispõe: “O procedimento comum aplica-se subsidiariamente aos demais procedimentos especiais e 
ao processo de execução.” 
 
Conforme aponta Barbosa Moreira4, o “âmbito de incidência do procedimento comum é delimitado por 
exclusão: a ele se submetem todas as causas para as quais não preveja a lei um procedimento especial (art. 
271).” 
 
Distinguem-se, portanto, o procedimento comum e os procedimentos especiais. O procedimento comum 
será utilizado para todas as causas para as quais a lei não preveja procedimento especial. 
 
1Wambier, Luiz Rodrigues; Talamini, Eduardo; e Almeida, Flávio Renato Correia de. Curso Avançado de Processo Civil. Teoria Geral do 
Processo e Processo de Conhecimento. 10ª ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2008, v. 1, pág. 180. 
2Wambier. Ob. cit., p. 181. 
3Führer, Maximilianus Cláudio Américo. Resumo de Processo Civil. 37ª ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2012, pág. 17. 
4Moreira, José Carlos Barbosa Moreira. O Novo Processo Civil Brasileiro. 24ª ed. Rio de Janeiro: Editora Forense, 2006, pág. 4. 
 
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DISCIPLINA: PROCESSO CIVIL I (PROCESSO DE CONHECIMENTO) 
PROFESSOR: Joel Valente 
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PROCEDIMENTO COMUM 
 
O novo Código de Processo Civil traça as regras de todo o processo de conhecimento nos artigos 318 a 
538, incluindo aí as regras para o cumprimento de sentença. 
 
O procedimento comum é, assim, único, ou seja, não se biparte mais como acontecia no direito anterior 
(em que o procedimento comum era ordinário ou sumário – CPC/73, art. 272). 
 
Ele é aplicado, portanto, a todas as causas, salvo quando houver disposição em contrário, cujas 
disposições podem estar no próprio Código (como acontece para os procedimentos especiais – artigos 539 
a 770), ou em leis extravagantes. 
 
É o que está no artigo 318 e seu parágrafo único, do NCPC. (Lei n. 13.105, de 16.03.2015). 
 
 
PROCEDIMENTO ESPECIAL 
O procedimento especial é instituído pelo legislador levando em conta a proteção do direito material. 
Constitui-se em técnicas ou métodos de adequação da tutela jurisdicional à correção da lesão de direito.5 
O procedimento especial adota a aplicação subsidiária das regras do procedimento comum e se subdivide 
em: 
Procedimentos especiais de jurisdição contenciosa e 
Procedimentos especiais de jurisdição voluntária. 
Sistemática legal. 
Aos procedimentos especiais tem aplicação as regras gerais do processo, quando com eles não 
conflitarem. 
Isso, em decorrência da regra de hermenêutica de que a NORMA ESPECIAL DERROGA A GERAL. 
 
Além dos previstos no CPC, há outros procedimentos especiais previstos em LEIS EXTRAVAGANTES, 
que poderão ser de jurisdição contenciosa ou voluntária. 
 
 
5Teoria Geral dos Procedimentos Especiais. Filho, Vicente Greco. Direito Processual Civil Brasileiro. 19ª ed. São Paulo: Editora Saraiva, 
2008, vol.3, págs. 213/216. 
 
 
 
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PROFESSOR: Joel Valente 
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É que o legislador, nesses casos, vê a UTILIDADE PRÁTICA DO INSTITUTO e NÃO A SUA 
QUALIFICAÇÃO JURÍDICA. 
Na Parte Especial, no Livro I, Título III, do Código de Processo Civil de 2015, o legislador disciplinou os 
procedimentos especiais de jurisdição contenciosa (artigos 539 a 718), e no Capítulo XV, daquele mesmo 
título, os procedimentos especiais de jurisdição voluntária (artigos 719 a 770). 
No CPC de 1973, a matéria era disciplinada no Livro IV, Título I. Os procedimentos especiais de 
jurisdição contenciosa eram disciplinados dentro desse Título, nos artigos 890 a 1102-C (NCPC, artigos 
539/718), e no Título II, o legislador tratava dos procedimentos especiais de jurisdição voluntária (artigos 
1.103 a 1.210) (NCPC, artigos 719/770). Também o CPC/73, no artigo 1.218 (sem correspondência no 
NCPC ou CPC 2015), mantinha vigentes alguns procedimentos do Código de 1939. 
Assim, repetindo, temos os 
a) procedimentos especiais de jurisdição contenciosa e 
b) os procedimentos especiais de jurisdição voluntária. 
Professa Maximilianus6: 
Na jurisdição contenciosa o juiz decide um litígio entre partes antagônicas. Na jurisdição voluntária, 
certos negócios ou atos jurídicos são submetidos ao controle do juiz, para que tenham validade, como a 
abertura de testamentos, a venda de bens de menores ou a separação consensual. 
A doutrina dominante entende que a jurisdição voluntária não é propriamente uma jurisdição, mas apenas 
uma atividade administrativa do juiz, instituída para a proteção de certos interesses. Por isso, na jurisdição 
voluntária não haveria processo, mas apenas uma medida administrativa. 
 
 
Observação sobre o antigo PROCEDIMENTO SUMÁRIO 
 
 
O procedimento sumário tinha o seu regramento nos artigos 275/281, do CPC/73, e esses artigos não tem 
mais correspondência no NCPC. 
 
Era um procedimento ditado por uma maior celeridade processual. Nele, os atos processuais eram 
concentrados. 
 
Era adotado em razão da matéria e também quanto ao valor da causa. Esses critérios são considerados 
também para as hipóteses da adoção do processo dos Juizados Especiais Cíveis (Wambier, ob. cit., pág. 
183). 
 
Não se aplicava nas causas relativas ao estado e à capacidade das pessoas. 
 
6Maximilianus Cláudio Américo Führer. Resumo deProcesso Civil. 37ª ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2012, pág. 17. 
 
 
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DISCIPLINA: PROCESSO CIVIL I (PROCESSO DE CONHECIMENTO) 
PROFESSOR: Joel Valente 
CURSO: DIREITO – 4º SEMESTRE - 2021/2 
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(Estado: nacionalidade, cidadania, paternidade, maternidade, nulidade ou anulabilidade de 
casamento, divórcio, separação judicial, união estável etc.) 
 
(Capacidade: interdição, suplementação de idade, nulidade de testamento etc.) 
 
 
Pelo artigo 1.046, §1º, do NCPC, os processos que se iniciaram pelo procedimento sumário e que ainda 
não foram sentenciados, quando do início da vigência do novo Código, continuarão pelo mesmo rito, até 
o seu final. 
 
 
 
FASES DO PROCEDIMENTO 
 
Procedimento Comum - Ordem Procedimental (antigo procedimento ordinário) – Fases: Postulatória – 
Intermédia ou de ordenamento - Julgamento conforme o estado do processo – Instrutória - Decisória. 
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
O CPC/73 estabelecia o chamado Procedimento Ordinário, nos artigos 282 e seguintes. 
 
No CPC 2015, o procedimento comum é tratado na Parte Especial, Livro I, Título I, e se desenvolve 
desde o artigo 318 até o 508, seguindo-se ainda dentro do procedimento comum, as disposições do Título 
II, que tratam do Cumprimento da Sentença (artigos 513 a 538). 
 
 
FASES 
 
A doutrina ensina que o processo de conhecimento se desenvolve em fases. 
 
Segundo Moacyr Amaral Santos, que sobre a matéria acompanha Frederico Marques (Primeiras Linhas, 
Saraiva, SP, 2009, vol. 2, p. 132), são quatro as fases do procedimento chamado de comum ordinário, 
hoje somente procedimento comum: 
 
a) fase postulatória; 
b) fase intermédia de ordenamento do processo; 
c) fase instrutória; e, 
d) fase decisória. 
 
Pode, ainda, haver uma fase liquidativa e uma fase executiva (ou de cumprimento de sentença) 
 
A fase postulatória (ou ordinatória) compreende a postulação do autor e resposta do réu; 
 
A intermédia é a fase de ordenamento do processo, e corresponde à das providências preliminares 
(NCPC, arts. 347/353) (CPC/73, arts. 323 a 328); 
 
A instrutória ou probatória é a fase da colheita das provas (vai até a audiência – NCPC, arts. 358/364 - 
CPC/73, art. 454); 
 
A fase decisória é a da prolação da sentença (NCPC, art. 366 – CPC/73, art. 456 do CPC). 
 
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 MATERIAL DE APOIO 
DISCIPLINA: PROCESSO CIVIL I (PROCESSO DE CONHECIMENTO) 
PROFESSOR: Joel Valente 
CURSO: DIREITO – 4º SEMESTRE - 2021/2 
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A reunião de todas as fases compreende a fase cognitiva do processo, podendo ser seguida da fase 
liquidativa (na qual se fixa o valor da condenação, quando não for líquida a sentença) e a fase executiva 
(ou de cumprimento de sentença), que é a fase em que se entrega ao autor o provimento do seu direito 
reconhecido na sentença. 
 
Hoje, como já dito, o processo de conhecimento (e também o cumprimento de sentença), vem 
disciplinado dentro do Livro I, da Parte Especial, e tratado somente como procedimento comum 
(NCPC, arts. 318 a 538). 
 
Na fase postulatória, o réu é citado para comparecer à audiência de conciliação ou mediação (art. 
334, caput), a qual, se produtiva com acordo, o processo será extinto com a prolação da respectiva 
sentença (art. 334, §11), caso contrário, inicia-se o prazo para oferecimento de contestação (art. 335, 
observadas as hipóteses aí previstas). 
 
Após a apresentação da contestação, em linhas gerais, a sequência procedimental é a mesma do CPC/737, 
passando a se desenvolver conforme as fases mencionadas acima. 
 
Voltando a falar da liquidação e cumprimento de sentença, o Livro I da Parte Especial do novo Código, 
traz a “disciplina relativa ao “cumprimento de sentença”, isto é, a fase (ou etapa) do processo 
predestinada à execução ou cumprimento do título executivo judicial, vale insistir, “à satisfação do 
direito, ainda que contra a vontade daquele que, de acordo com o título executivo, é devedor da obrigação 
nele representada.”8 Essa fase pode ser antecedida da “liquidação de sentença” (Capítulo XIV do Título I 
do Livro I da Parte Especial, arts. 509 a 512), destinada a apurar o quantum debeatur da condenação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
7Bueno, Cassio Scarpinella. Novo Código de Processo Civil Anotado. São Paulo: Saraiva, 2015, pág. 29. 
8Scarpinella. Ob. cit., pág. 32. 
 
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DISCIPLINA: PROCESSO CIVIL I (PROCESSO DE CONHECIMENTO) 
PROFESSOR: Joel Valente 
CURSO: DIREITO – 4º SEMESTRE - 2021/2 
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Sala 17 - 4º Encontro – 18.08.2021 – 
Tutela Provisória de urgência e de emergência 
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
 
TUTELA PROVISÓRIA 
 
Antiga TUTELA ANTECIPADA (CPC, arts. 294, 296, 297, 300, 311, 312, 298, 356 e 519). 
 
Significa antecipar a tutela jurisdicional almejada, total ou parcialmente, mas tem caráter 
provisório. 
 
Introduzida pela Lei nº 8.952, de 13 de dezembro de 1994, a tutela antecipada surge como uma 
resposta do legislador à necessidade de dar celeridade ao processo, cumprindo o seu ideal de 
efetividade (Am. Santos, Primeiras Linhas, Saraiva, SP, 2009, vol. 2, p. 135). 
 
Hoje, assim como as medidas cautelares, foi incluída no LIVRO V do novo Código de Processo 
Civil (Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015), em vigor desde 16 de março de 2016, que trata da “Tutela 
Provisória”. 
 
 
TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA E DE EVIDÊNCIA 
 
O artigo 294 do CPC está assim redigido: 
 
A tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou evidência. 
 
Parágrafo único. A tutela provisória de urgência, cautelar ou antecipada, pode ser 
concedida em caráter antecedente ou incidental. 
 
Nesse artigo de lei é visto que o legislador processual agrupou dentro das chamadas tutelas 
provisórias “tanto as tutelas satisfativas como as tutelas cautelares que podem ser prestadas 
mediante cognição sumária, isto é, fundadas em juízo de probabilidade (art. 300, CPC).” (Marinoni, 
Arenhart e Mitidiero. Novo Código de Processo Civil Comentado, São Paulo: 2015, Ed. RT, p. 307). 
 
A tutela provisória pode ser prestada de forma antecedente ou incidental. 
 
Quando antecedente “será autônoma” ou “incidental”. Se fundada na evidência, só será 
“incidental” (ob. e loc. cit.) 
 
A concessão da tutela antecipatória (satisfativa), está disciplinada nos artigos 303 e 304 do CPC, e a 
tutela cautelar nos artigos 305 a 310. 
 
É necessário pedido da parte interessada (CPC, artigos 2º e 141), isto é, o juiz não pode conceder de 
ofício essas tutelas (a antecipatória satisfativa ou a cautelar). 
 
O recurso cabível das decisões que concedem ou negam tutela provisória é o de agravo de 
instrumento (art. 1015, I, do CPC), exceto se concedida na sentença, hipótese em que caberá 
apelação (art. 1013, §5º do CPC). 
 
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DISCIPLINA: PROCESSO CIVIL I (PROCESSO DE CONHECIMENTO) 
PROFESSOR: Joel Valente 
CURSO: DIREITO – 4º SEMESTRE - 2021/2 
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A tutela provisória requerida em caráter incidental, independe do pagamento de custas (art. 295) e, 
se concedida, conserva sua eficácia durante o processo, mas pode, a qualquer tempo, ser modificada 
ou revogada (art. 296). Também durante o período de suspensão do processo, a tutela provisória 
conserva sua eficácia (parágrafo único, do art. 296). 
 
A decisão deverá ser sempre fundamentada (art. 298) 
 
COMPETÊNCIA (art. 299 do CPC) 
 
Competente para apreciar o pedido de tutela provisória é o juiz da causa, e, quando antecedente, o 
juiz competente para conhecer do processo principal (art.299). Nos tribunais, o órgão jurisdicional 
competente para conhecer do mérito recursal (parágrafo único do art. 299). 
 
 
TUTELAS DE URGÊNCIA (art. 300 do CPC) 
 
Serão concedidas quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de 
dano ou o risco ao resultado útil do processo (CPC, art. 300, caput). 
 
Para a sua concessão, o juiz pode exigir caução real ou fidejussória idônea, podendo ser dispensada 
a parte economicamente hipossuficiente (§1º do art. 300). 
 
Pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia (§2º) e não será concedida se houver 
perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão (§3º). 
 
A parte responde objetivamente pelos danos causados à parte adversa, pela efetivação da medida, 
nos casos dos incisos I, II, III e IV do art. 302 do CPC. 
 
 
CARÁTER ANTECEDENTE (art. 305, do CPC) 
 
EM CARÁTER ANTECEDENTE será concedida quando contemporânea à propositura da ação 
(art. 303), e será pleiteada mediante a elaboração de petição inicial, nos moldes exigidos pelo art. 
305, vale dizer, indicando a lide e seu fundamento e demonstrando o periculum in mora e o fumus 
boni iuris, consistente no risco do resultado útil do processo. 
 
 
TUTELA DE EVIDÊNCIA (art. 311, do CPC) 
 
A tutela de evidência será concedida independentemente da demonstração de perigo de dano ou de 
risco ao resultado útil do processo, nos casos em que houver abuso do direito de defesa (inciso I, do 
art. 311); alegações de fato comprovadas documentalmente e tese já firmada em ações repetitivas 
(inciso II); pedido reipersecutório com prova documental (inciso III); e petição inicial instruída 
com documentos probatórios suficientes dos fatos alegados pelo autor, a que o réu não oponha 
prova (inciso IV). 
 
 
 
 
 
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Sala 17 - 5º Encontro – 23.08.2021 – 
Petição inicial – Emenda e Indeferimento. Pedido. Valor da causa 
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
Do Pedido: Conceito - Requisitos – Espécies – Interpretação (CPC, arts. 322/329); (Am. Santos, vol. 2, 159/164; 
Wambier, vol. 1, 332/338). 
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
 
PETIÇÃO INICIAL - CONCEITO 
 
O direito de agir manifesta-se através de uma petição escrita do autor ao juiz. 
 
É a chamada petição inicial, ou, simplesmente, inicial. 
 
A petição inicial é, necessariamente, o ponto inaugural do processo (a sentença é o ponto final). 
Aquela determina o conteúdo desta (Sententia debet esse libello conformis) (Am. Santos, vol. 2, p. 142). 
 
É o ato mais importante da parte (já a sentença é o ato mais importante do juiz). 
 
A petição inicial contém um pedido e um requerimento. O pedido é o libelo (peça escrita contendo 
uma pretensão) e o requerimento é o de citação do réu. 
 
No sistema do Código atual, libelo e requerimento de citação do réu formam, necessariamente, uma 
peça única – a petição inicial (Am. Santos, vol. 2, p. 143). 
 
 
REQUISITOS (art. 319 do CPC) 
 
I – o juízo a que é dirigida; 
II - os nomes, prenomes, estado civil, existência de união estável, a profissão, o número de inscrição 
no CPF ou no CNPJ, o endereço eletrônico, o domicílio e residência do autor e do réu; 
III – o fato e os fundamentos jurídicos do pedido; 
IV – o pedido com as suas especificações; 
V – o valor da causa; 
VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados; 
VII – a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação. 
 
Outro requisito importantíssimo da petição inicial é o requerimento de citação do réu. Marinoni 
aponta que “Embora o art. 319, CPC, tenha omitido essa referência, ela decorre dos arts. 246 e 
seguintes, CPC.” (Marinoni, Arenhart e Mitidiero. Novo Código de Processo Civil Comentado, Ed. RT, SP, 
2015, nota 14 ao art. 319, p. 341) 
 
A petição inicial possui requisitos externo e internos. 
 
a) Requisito externo é a forma escrita; 
 
b) Requisitos internos são os dos incisos I a VII do texto legal. 
 
Estes são de duas ordens: 
 
 
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Os dos incisos I, II, V, VI, VII, dizem respeito ao processo; os incisos III e IV, dizem respeito ao 
mérito e constituem, propriamente, o libelo. 
 
 
INSTRUÇÃO COM DOCUMENTOS (Art. 320) 
 
Além dos requisitos mencionados, a petição inicial será instruída com os documentos indispensáveis 
à propositura da ação (art. 320) 
 
 
Hoje, temos o processo eletrônico, disciplinado pela Lei n. 11.419, de 19 de dezembro de 2006, 
podendo a petição inicial ser em formato digitalizado. 
 
 
EMENDA 
 
A petição inicial admite emenda (art. 321), quando não preenche os requisitos exigidos nos artigos 
319 e 320. 
Caso não emendada ou completada, quando isso for determinado pelo juiz, ela será indeferida. 
 
DEFERIMENTO 
 
Estando em termos, o juiz a despachará, designando audiência de conciliação ou de mediação, 
ordenando a citação do réu (art. 334). É o deferimento da petição inicial. Esse deferimento é apenas 
uma aceitação da petição inicial, para iniciar a formação do processo. 
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
 
IMPROCEDÊNCIA LIMINAR DO PEDIDO (art. 332) 
(Julgamento liminar de ações repetitivas) (CPC/73, art. 285-A) 
 
a) Quando houver precedentes do STF ou do STJ (inciso I); 
 
b) Jurisprudência sumulada referente a ações repetitivas (inciso II); 
 
c) Prescrição ou decadência (§1º) 
 
O julgamento será de improcedência, independente de citação do réu. 
 
Somente se a matéria for de direito (desnecessidade de provas). 
 
Se houver matéria fática não pode haver julgamento liminar. Também não pode haver julgamento 
liminar de procedência. 
 
Aplicação dos princípios da economia e da igualdade do processo. 
 
 
 
 
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
 
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Ainda s/ a petição inicial. Do Pedido: Conceito - Requisitos – Espécies – Interpretação (CPC, arts. 322/329); (Am. 
Santos, vol. 2, 159/169; Wambier, vol. 1, 332/338). 
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
Ainda sobre a petição inicial e recordando: 
 
DA PETIÇÃO INICIAL – arts. 319, 320 e 321 
 
É a manifestação de vontade do autor em provocar a jurisdição. 
É ato introdutório do processo 
 
Ela obedece a requisitos externo e internos exigidos no art. 320. 
 
Requisito externo é a forma escrita (poderá ser manuscrita, datilografada ou impressa, datada e 
assinada pelo procurador do autor, ou pelo próprio autor quando agir em causa própria). 
Hoje, com a edição da Lei n. 11.419, de 19 de dezembro de 2006, que dispõe sobre a informatização 
do processo judicial, admite-se a distribuição da petição inicial em formato digital. 
 
Requisitos internos são os exigidos nos incisos I a VII do texto legal, que se subdividem em duas 
ordens: 
 
os incisos I, II, V, VI e VII, dizem respeito ao processo; 
 
os incisos III e IV, dizem respeito ao mérito e constituem, propriamente, o libelo. 
 
 
Incisos: 
 
I – (JUIZO A QUE É DIRIGIDA) cabeçalho ouendereço da petição; 
 
II – (PARTES) qualificação e individualização das partes, inclusive com RG e CPF (Lei nº 11.419, 
de 19.12.2006 e Res. 460 do STF) e CNPJ (agora no novo CPC), (serve para identificar os sujeitos 
da relação processual e da lide), com menção da profissão, residência e domicílio (essencial para 
fixação da competência e para fins da citação, quer por oficial de justiça, quer pelo correio); 
 
III – FATO E FUNDAMENTOS JURÍDICOS DO PEDIDO 
Requisito a ser observado com todo o cuidado. 
O autor narra os fatos e os fundamentos da ação. 
(este requisito mais o pedido, formam o libelo (IV)) 
 
Da narração dos fatos deve resultar claro o pedido. Lá a causa petendi, aqui o objeto (res, petitum) 
 
Na narração dos fatos (causa petendi) deverão ficar claras as condições da ação9: a possibilidade 
jurídica do pedido, a legitimação para agir, o interesse de agir. 
 
 
9 Fredie Didier Jr., aponta que “O novo CPC não mais menciona a categoria condição da ação. 
O inciso VI do art. 485 do CPC autoriza a extinção do processo sem resolução do mérito pela ausência de “legitimidade ou de 
interesse processual”. 
http://wagnerfrancesco.jusbrasil.com.br/artigos/172171702/as-condicoes-da-acao-e-o-novo-cpc 
Acesso 29/08/2016 - 11:17 HS. 
 
http://www.frediedidier.com.br/
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10686517/artigo-485-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
http://wagnerfrancesco.jusbrasil.com.br/artigos/172171702/as-condicoes-da-acao-e-o-novo-cpc
 
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O Código, quanto aos fundamentos do pedido, adotou a teoria da substanciação, havendo 
necessidade de se mencionar a causa próxima e a causa remota, ou seja, deve ser mencionado o fato 
gerador do direito. 
 
Não basta dizer que é credor. É preciso dizer que é credor a título de mútuo. 
Não basta dizer que é senhor. É preciso dizer que é senhor, em virtude de escritura de venda e 
compra devidamente transcrita. 
 
Por isso o Código, no inciso III, do art. 319, fala que se deve mencionar o fato (causa remota) e os 
fundamentos jurídicos do pedido (causa próxima). 
 
O vocábulo fato, segundo Amaral Santos (vol. 2, p. 146), tem sentido técnico de fato constitutivo do 
direito e de fato constitutivo da ação. 
 
Na inicial se deve mencionar, portanto, o fato que gera o direito e a obrigação do réu. 
 
 
Tudo deve ser dito com CLAREZA e PRECISÃO, não se dispensando a CONCISÃO. 
 
Fundamentos jurídicos do pedido não quer dizer que deve se mencionar a norma jurídica. 
 
Não. 
 
É bom que se indique a norma, mas não é necessário. 
 
A exposição dos fatos é suficiente para que deles extraia o juiz o direito aplicável: da mihi factum, 
dabo tibi ius; iura novit curia. 
 
 
O PEDIDO E SUAS ESPECIFICAÇÕES (inciso IV): 
 
Pedido é o objeto da demanda. É o objeto da ação e do processo. É o que o autor pede. 
 
O pedido tem dois aspectos: uma providência jurisdicional – uma sentença, seja ela declaratória, 
constitutiva ou condenatória (e isso será o pedido imediato); 
 
E a tutela de um bem jurídico - pedido mediato: o bem jurídico pretendido, a utilidade da sentença. 
 
O preenchimento do requisito do inciso III e mais este do inciso IV, formam o libelo. 
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
 
OS MEIOS DE PROVA (inciso VI): 
 
Deve se mencionar os meios de prova que serão utilizados para demonstrar a verdade dos fatos 
alegados. 
 
 
 
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REQUERIMENTO PARA CITAÇÃO DO RÉU (no CPC/73, correspondia ao inciso VII) (agora, no 
novo CPC, decorre do art. 246): 
 
É item essencial. 
A petição inicial deve trazer o requerimento para citação do réu. A falta de citação do réu 
importará em nulidade do processo (art. 239) (CPC/73, art. 214) 
 
 
VALOR DA CAUSA (item V): 
 
Também é exigência legal a ser cumprida. 
O valor da causa constará sempre da petição inicial (art. 291), fixado com observação dos critérios 
estabelecidos no art. 292, e servirá para determinar a competência do juízo em razão do valor, e 
serve também para fixação da taxa judiciária. 
 
 
DOCUMENTOS (art. 320) 
 
A petição inicial deverá ser instruída com os documentos necessários à propositura da ação (art. 
320) e também com o instrumento de procuração outorgada ao advogado (art. 104). 
 
 
 
EMENDA DA PETIÇÃO INICIAL (art. 321). 
 
Caso a inicial não cumpra os requisitos legais, o juiz determinará que o autor a emende, ou a 
complete, no prazo de quinze dias. 
 
Não emendada, o juiz a indeferirá (parágrafo único do art. 321). 
 
 
INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL (art. 330). 
 
O recurso cabível do indeferimento da petição inicial é a apelação, facultada ao juiz a retratação 
(art. 331). 
 
 
 
DEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL (art. 334). 
 
Estando em termos a petição inicial, o juiz a deferirá, por despacho, designando audiência de 
conciliação ou de mediação e mandando citar o réu para comparecimento à audiência. Em sendo 
negativa a conciliação ou a mediação, o réu poderá contestar (art. 335). 
 
Com a citação o réu tomará ciência da ação e receberá a advertência para contestá-la, sob pena de 
incidir em revelia (art. 344). 
 
 
 
 
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JULGAMENTO DE AÇÕES REPETITIVAS (art. 332) 
 
Só quando houver matéria de direito. Se houver matéria fática não pode ocorrer. Também não 
pode haver julgamento liminar de procedência. 
 
Aplicação dos princípios da economia e da igualdade do processo. 
_____________________________________________________________________________________ 
 
 
 
DO PEDIDO (art. 322/329). 
 
CONCEITO: “É a expressão da pretensão. É o que se pede em juízo. É a dedução da pretensão em 
juízo.” (Am. Santos, vol. 2, p. 159). 
 
É O OBJETO DA AÇÃO. Não há ação sem pedido, pois ele é um dos seus elementos. 
“res, petitum” 
 
 
O pedido será: 
 
 Imediato: a sentença, quer condenatória, quer declaratória, quer constitutiva, 
reclamada pelo autor, e 
 
Mediato: bem jurídico pretendido, a utilidade tutelada pela sentença, por 
exemplo: o recebimento da dívida, a coisa reivindicada, o fato a ser 
prestado etc. (Moacyr Amaral Santos, vol. 2, p. 160) 
 
REQUISITOS (art. 322 e 323): 
 
O pedido deve ser certo e determinado. Porém, pode haver pedido genérico. 
 
Certo quer dizer expresso e determinado quer dizer definido ou delimitado em sua qualidade e 
quantidade. Deve ainda ser concludente, isto é, resultar da causa de pedir. 
 
Não se pede um imóvel, mas o imóvel tal, nem se reivindica a parte ideal de um certo e determinado 
imóvel, mas sim a parte ideal de um terço ou de um quinto, de certo e determinado imóvel. 
 
 
 
ESPÉCIES DE PEDIDO: 
 
 
Pedido alternativo (art. 325): Um ou outro pedido. Ex.: pedido de restituição de tributo ou de 
compensação tributária. 
 
 
Pedido sucessivo (pedido principal e pedido subsidiário) (art. 326): Analisa-se o primeiro pedido. Se 
não acolhido, passa-se a analisar o segundo e assim sucessivamente (por exemplo, pede-se a entrega 
 
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de coisa, ou, não sendo possível, o pagamento de seu valor; pede-se a complementação da área que 
se adquiriu, ou não sendo possível, o abatimento proporcional do preço). 
 
O primeiro pedido é o chamado pedido principal e o segundo é o subsidiário. Eles são apreciados 
pelo juiz nessa ordem. Não sendo possível o acolhimento do primeiro pedido (o principal), passa-se 
a decidir sobre o pedido subsidiário. 
 
 
Cumulação de pedidos (art. 327): formulação de vários pedidos (é preciso que sejam compatíveis 
entre si (art. 327, §1º, I), ou seja, que possam coexistir; que seja competente para conhecer deles um 
mesmo juízo (art. 327, §1º, II); que seja adequado para todos eles o mesmo tipo de procedimento 
(art. 327, §1º, III). Neste último caso pode ocorrer de ser empregado o procedimento comum para 
todos os pedidos e aí será admitida a cumulação. 
 
Interpretação dos pedidos (CPC, 322, §2º). Será sempre de forma restritiva, considerando o 
conjunto da postulação e o princípio da boa-fé. 
O juiz decidirá o mérito nos limites propostos pelas partes, sendo lhe vedado conhecer de questões 
não suscitadas a cujo respeito a lei exige iniciativa da parte (CPC, art. 141). 
Consagração do princípio de adstrição do juiz ao pedido da parte. Esse princípio é repetido no art. 
492, agora, em relação à sentença. Afastando-se desse princípio a sentença será extra ou ultra petita. 
 
Duas exceções: 
 
1ª) Art. 322, §1º, referente aos juros legais, correção monetária e sucumbência, inclusive honorários 
advocatícios (art. 85). 
 
2ª) Prestações vincendas (art. 323). 
 
 
 
ADITAMENTO DO PEDIDO (art. 329): somente antes da citação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Sala 17 - 6º Encontro – 25.08.2020 – 
Citação. Conceito. Modalidades. Efeitos da citação 
(CPC, artigos 238/258) 
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
Citações – Natureza – Necessidades – Efeitos – Formalidades (Am.Santos, vol. 2, págs. 171/190; Wambier, vol. 1. 
págs. 345/349) 
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
 
DAS CITAÇÕES (arts. 238/258) 
 
A citação constitui-se em uma das formas de comunicação processual. Outra é a intimação. 
 
“Citação é o chamamento do réu a juízo para defender-se da ação contra ele proposta.” (Amaral 
Santos, Moacyr, Primeiras Linhas de Direito Processual Civil, Editora Saraiva, SP, 2009, vol. 2, p. 172) 
 
Citação é o ato pelo qual são convocados o réu, o executado ou o interessado para integrar relação 
processual (CPC, art. 238). 
 
A citação aperfeiçoa a relação jurídica processual (art. 239, caput). Deve ser feita pessoalmente ao 
réu ou na pessoa de seu representante legal, ou ainda na pessoa de seu procurador, do executado ou 
do interessado, mandatário, administrador, preposto ou gerente (art. 242, caput, §§1º e 2º), onde 
quer que se encontre (art. 243). 
 
Todavia, não será feita, salvo para perecimento de direito, nos casos previstos no art. 244, incisos I, 
II, III e IV do CPC: 
 
I – a quem estiver participando de culto religioso; 
II – ao cônjuge, companheiro ou parente do morto, no dia do falecimento e nos 7 dias seguintes; 
III – aos noivos, nos três (3) primeiros dias seguintes ao casamento; 
IV – ao doente, enquanto grave o seu estado. 
 
Citando mentalmente incapaz ou impossibilitado de recebê-la, aplica-se o art. 245 (CPC/73, art. 
218): 
a) Descrição minuciosa do oficial de justiça; 
b) Nomeação de médico para exame do citando, com apresentação de laudo em cinco (5) 
dias, ou dispensa quando pessoa da família apresente declaração médica atestando a 
incapacidade; 
c) Nomeação de curador ao citando, restrita à causa; 
d) Citação na pessoa do curador a quem incumbirá a defesa dos interesses do citando. 
 
 
NATUREZA: É ato do juiz. 
 É ato escrito. 
 É ato constitutivo da relação processual. 
 
 
 
Sem citação o processo é nulo, inválido (CPC, art. 239, caput). 
 
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Não se integrou a relação processual. Tal nulidade pode ser alegada em qualquer momento do 
processo, mesmo que transitada em julgada a sentença, por via de ação rescisória (CPC, art. 966, 
V). 
 
O comparecimento espontâneo do réu em juízo, sana o vício da falta de citação ou da citação 
viciada (CPC, art. 239, §1º). 
 
 
O DESTINATÁRIO DA CITAÇÃO é o réu, ou o executado, ou o interessado – art. 242. 
 
Os absolutamente incapazes: serão citados nas pessoas de seus representantes legais; 
 
Os relativamente incapazes: serão citados nas suas próprias pessoas, com assistência de seus 
representantes legais (art. 71); 
 
As pessoas jurídicas de direito público serão citadas nas pessoas de seus representantes legais: a 
União, os Estados, o Distrito Federal e os Territórios, na dos seus procuradores; 
 
O Município, na pessoa do seu Prefeito ou procurador (art. 75, III); 
 
As autarquias serão citadas na pessoa do seu diretor ou órgão que a lei instituidora indicar. 
 
As pessoas jurídicas de direito privado serão citadas nas pessoas designadas por seus estatutos ou 
por seus diretores (art. 75, VIII, IX). 
 
As chamadas pessoas formais: massa falida, na pessoa do administrador judicial; herança jacente, 
na pessoa de seu curador; espólio, na pessoa de seu inventariante, salvo quando dativo; 
condomínio, na de seu administrador ou síndico (art. 75, V, VI, VII, XI). 
 
----------- 
EFEITOS DA CITAÇÃO: 
 
Três efeitos: induz litispendência, faz litigiosa a coisa e constitui em mora o devedor. Não mais 
previne o juízo, como acontecia antes, pois a propositura da petição inicial é que torna prevento o 
juízo (CPC, arts. 59, 284 e 312). Também a citação não mais interrompe a prescrição, como era no 
CPC/73, pois o que interrompe é o despacho que a ordena (CPC, art. 240, §1º) (Marinoni, Arenhart 
e Mitidiero, Novo CPC comentado, RT 2015, p. 269). 
 
No direito anterior eram cinco os efeitos da citação válida: 
 
Tornava prevento o juízo, 
Induzia litispendência e fazia litigiosa a coisa, constituia em mora o devedor e interrompia a 
prescrição (artigos 59, 240, caput, §§1º, 2º e 3º; 241 e 802, parágrafo único); (Mora - CC., art. 397, 
parágrafo único) (Prescrição - CC, art. 202, I). 
 
Os dois primeiros são de direito processual e os demais de direito material. 
 
 
 
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MODALIDADES DE CITAÇÃO (CPC, artigo 246) 
 
1) Pelo Correio (art. 246, caput, I; e 247/248); 
2) Por oficial de justiça (artigo 246, inc. II; e artigos 249/255); 
3) Pelo escrivão ou chefe de Secretaria se o citando comparecer em cartório (artigo 246, inciso 
III; 
4) Por edital (artigo 246, inciso lV; e artigos 256/259); 
5) Por meio eletrônico – inciso V (Lei 11.419, de 19.12.06); 
6) Citação com hora certa (art. 252, caput; e artigos 253, 254. 
 
 
 CITAÇÃO REAL: a por mandado e a pelo correio 
 
 CITAÇÕES FICTAS (ou presumidas): a por edital e a com hora certa. 
 
 
Outras formas de citação: por precatória, rogatória ou carta de ordem (CPC, art. 260). 
 
As empresas públicas e privadas são obrigadas a manter cadastro nos sistemas de processos em 
autos eletrônicospara efeito de recebimento de citações e intimações, as quais serão, 
preferentemente, realizadas por esse meio (CPC, §1º do art. 246). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Sala 17 - 7º Encontro – 30.08.2021 – 
Audiência de conciliação ou de mediação 
(CPC, parágrafo 3º do art. 3º; 139, V, e 334) 
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
 
O artigo 3º, caput, do Código de Processo Civil, põe em evidência o princípio da “inafastabilidade da 
jurisdição” ou do “acesso à justiça”, consagrado na Constituição Federal, no art. 5º, inciso XXXV, 
segundo o qual “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça direito;” 
 
Segundo Cassio Scarpinella Bueno10, as “exceções feitas pelos parágrafos – da arbitragem e dos “meios 
alternativos de resolução de conflitos” – são plenamente compatíveis com o referido princípio e devem 
ser – como, felizmente, são – incentivadas pelas leis processuais civis e também pelo novo CPC.” 
 
E prossegue o mesmo autor: “Prova segura da afirmação está na obrigatoriedade, como regra, de 
audiência de conciliação ou de mediação no procedimento comum (art. 334, caput e § 4º, I).” 
 
A arbitragem é disciplinada na Lei nº. 9.307, de 23-9-1996. 
 
Já a mediação pela Lei nº. 13.140, de 26 de junho de 2015. 
 
Ambas são meios alternativos de solução de conflitos, incentivadas para assegurar maior rapidez na 
solução dos mesmos. 
 
 
AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO OU DE MEDIAÇÃO (CPC, art. 334) 
 
Uma das grandes novidades no novo CPC é a obrigatoriedade da designação de audiência prévia de 
conciliação ou de mediação, ditada pelo art. 334 daquele diploma, no procedimento comum. 
 
No sistema atual, o réu é citado não mais para oferecer resposta como era antes e sim para comparecer à 
audiência de conciliação (ou de mediação), para se tentar por fim ao processo. 
Caso ela resulte negativa, aí sim, inicia-se o prazo para o réu oferecer defesa. 
 
10 Novo Código de Processo Civil anotado. Saraiva: São Paulo, 2015, p. 43. 
 
 
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Quando a petição inicial está formalmente em ordem, isto é, com os requisitos dos artigos 319 e 320 do 
CPC, o juiz designa a audiência com antecedência mínima de trinta (30) dias, citando-se o réu com 
antecedência também mínima, de vinte dias. O autor é intimado da audiência na pessoa de seu advogado. 
 
A audiência só não será realizada quando as partes expressamente manifestarem desinteresse na 
composição, devendo o autor manifestar-se a esse respeito na petição inicial, e o réu, em petição 
apresentada com dez dias de antecedência da data designada (§5º do art. 334). 
 
Havendo litisconsórcio, o desinteresse pela audiência deve ser manifestado por todos os litisconsortes 
(§6º do art. 334). 
 
Consequência do não comparecimento injustificado do autor ou do réu, será a consideração de que tal 
atitude consiste em atentado à dignidade da justiça, passível de aplicação de multa, de até dois por cento 
da vantagem econômica pretendida ou do valor da causa, cuja multa reverte a favor da União ou do 
Estado (§8º do art. 334). 
 
As partes devem estar acompanhadas de seus advogados ou defensores públicos, e pode também a parte 
constituir advogado com poderes para negociar e transigir (§§9º e 10 do art. 334). 
 
Ocorrendo autocomposição, ela será reduzida a termo e homologada por sentença (§11 do art. 334), 
constituindo título executivo judicial (art. 515, II), apto para ser exigido em cumprimento de sentença. 
 
Pode haver mais de uma sessão destinada à conciliação ou mediação, não podendo exceder a dois meses 
da data da primeira sessão, desde que necessárias à composição das partes (§2º do art. 334). 
 
REALIZAÇÃO A QUALQUER TEMPO 
Em não havendo acordo nessa fase inicial, nada impede de o juiz designar outra audiência conciliatória 
em outra fase processual, ou mesmo quando da audiência de instrução e julgamento (CPC, artigos 139, V, 
e 359). 
 
 
 
 
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Sala 17 - 8º Encontro – 01.09.2021 – 
Contestação. Espécies de defesa. 
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Defesa do réu – Direito – Defesa contra o processo – Defesa contra o mérito (CPC, arts. 335, caput, e §§1º e 2º); 
(Am. Santos, vol. 2, 195/201). 
 
Contestação (CPC, arts. 335, caput, e §§1º e 2º); (Am. Santos, vol. 2, 195/201). (CPC, arts. 336, 337, 341 e 342; 
340, caput). 
Reconvenção (arts. 343, caput, e §§1º e 2º); Am. Santos, vol. 2, 203/241; Wambier, vol. 1, 383/408. 
Exceções (146, §2º; 64, §§2º e 3º; 146, caput, e §§1º, 4º e 5º). 
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DEFESA DO RÉU (antiga RESPOSTA DO RÉU) 
 
Em todo processo há, necessariamente, ao menos duas partes: o autor (aquele que invoca a 
prestação da tutela jurisdicional) e o réu (aquele contra quem é invocada a mesma tutela). 
 
No art. 5º, LV, da CF, está disposto que: 
 
“aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são 
assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes.” 
 
Assim, o réu tem o direito de defesa. 
 
Ele tem o direito de opor-se à pretensão do autor, quer para livrar-se do processo, quer para livrar-
se da pretensão daquele. 
 
 
O réu não tem a obrigação de defender-se. Ele tem o ônus, isto é, defende-se, se quiser. Mas, optando 
por não defender-se, ele sofrerá as consequências previstas na lei. 
 
 
Nesse sentido é que se diz que o autor tem o direito de ação e o réu o direito de defesa, ou de 
exceção. (Amaral Santos, vol. 2, 2009,m Saraiva, SP, p. 195/197). 
 
O autor formula uma pretensão (que é a exigência da subordinação do interesse de outrem ao 
próprio) (Am. Santos, vol. 1, p. 9). Ele faz um pedido. 
 
 
O réu nada pretende. Ele se defende, ou seja, resiste à pretensão do autor. 
 
 
 
Portanto, na defesa não se contém pretensão, mas resistência. 
 
 
 
 
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Uma vez citado regularmente para a audiência prévia de conciliação ou de mediação (art. 334) e 
inviabilizada a autocomposição, o réu terá o prazo de quinze (15) dias (CPC, art. 335), para 
apresentar a sua contestação, que no direito anterior se constituia da resposta. 
 
Como resposta, ele podia oferecer: contestação, exceção e reconvenção (CPC/73, art. 297), em peças 
separadas. 
 
 
No CPC/2016 ele pode oferecer em petição simples (mero requerimento, que poderá ser autuado 
como incidente), apenas o que eram as exceções de impedimento e de suspeição (art. 146, caput, e 
§2º) (Marinoni, Arenhart e Mitidiero. Novo Código de Processo Civil, Cap. VI, Da Contestação, nota 1, p. 356; 
Ed. RT, SP, 2015). A reconvenção é oferecida na CONTESTAÇÃO, numa única peça de defesa (arts. 
335 e 343). 
 
Eliminadas foram as exceções e os incidentes de defesa: a incompetência absoluta e a relativa agora 
é matéria da contestação (art. 337, II),assim como a impugnação ao valor da causa (art. 337, III); a 
impugnação à gratuidade da justiça (art. 337, XIII) e a intervenção de terceiros (artigos 126 e 131) 
(Marinoni, Arenhart e Mitidiero, ob. e loc. cit.). 
 
 
Assim, ele pode, portanto, adotar várias atitudes: 
 
1) pode contestar o pedido, impugnando a pretensão do autor. Nesse caso oferecerá contestação, que 
é a modalidade mais importante de resposta; 
 
2) pode não fazer nada. Nada responde, e, aí, tornar-se-á revel (CPC, art. 344). O réu revel não é 
mais intimado dos atos do processo, que segue sem a sua participação (CPC, art. 346), além do que 
os fatos alegados contra ele, dependendo de cada fato, serão tidos como verdadeiros (CPC, art. 
344); 
 
3) pode também, em simples petição argüir o impedimento ou a suspeição (CPC, art. 146, caput), 
procurando afastar o juiz do julgamento do processo; 
 
4) pode ainda, oferecer reconvenção (art. 343), que é defesa, mas na mesma ele exerce pretensão, 
isto é, faz pedido contra o autor. A reconvenção é contra-ataque. É ação do réu contra o autor; 
 
5) pode, igualmente, concordar, parcial ou totalmente, com o pedido do autor, dando-se então o 
reconhecimento do pedido (CPC, art. 487, III, a); 
 
 
Além dessas respostas ele pode também oferecer, na contestação: 
 
a) Impugnação ao valor da causa (art. 337, III) (CPC/73, art. 261); e ainda 
 
 
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b) Impugnação à assistência judiciária (art. 337, XIII) (art. 4º, §2º, da Lei nº 1.060, de 5.2.50 
(LAJ), quando o autor for beneficiário da gratuidade da justiça. Aliás, esta medida pode ser 
tomada em qualquer tempo e grau de jurisdição. 
 
 
ESPÉCIES DE DEFESA 11 
 
A defesa pode voltar-se contra o mérito ou contra o processo. 
 
 
a) CONTRA O PROCESSO 
 
A defesa contra o processo subdivide-se em: 
 
a) defesa processual direta (objeções) e 
b) defesa processual indireta (exceções). 
 
A defesa processual direta, que alguns autores chamam de objeção, é aquela que se faz com 
referência à inexistência de pressupostos processuais ou de condições da ação. 
 
Por exemplo: a incompetência absoluta é uma defesa processual direta, ou uma objeção, por se 
tratar de pressuposto processual. 
 
A defesa processual indireta, também denominada exceção, refere-se à incompetência relativa 
do juiz, bem como ao impedimento ou à suspeição. 
 
 
b) CONTRA O MÉRITO 
 
A defesa contra o mérito é aquela voltada contra a matéria de fato e de direito em julgamento. 
 
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
Quadro sinótico: 
 
Espécies de defesa: 
 
 Contra o processo: 
 
 direta (objeções) (inexistência de pressupostos processuais 
ou de condições da ação). (Argúi-se como preliminar na 
contestação). 
 
 indireta: argüições de impedimento e de suspeição 
(mediante simples petição, no prazo da contestação ou em 
qualquer tempo). 
 
 
11Führer, Maximilianus Cláudio Américo. Resumo de Processo Civil, 34ª edição, Malheiros Editores, SP, 2008, p. 89. (com anotações nossas sobre o 
NCPC) 
 
 
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 Contra o mérito: matéria de fato e de direito 
 
 
 
 
DA CONTESTAÇÃO DO RÉU (artigos 335 e ss.) 
 
 
O réu poderá oferecer no prazo de quinze dias: 
 
- Contestação 
 
 e 
 
- Reconvenção (será vista mais adiante) 
 
Poderá alegar ainda na mesma contestação: 
 
- Impugnação ao valor da causa (art. 337, III) e 
- Impugnação à gratuidade da justiça (art. 337, XIII) (art. 4º, §2º, da Lei n. 1.060, de 5.2.50 (LAJ) 
 
 
 
A contestação e a reconvenção serão oferecidas numa única peça processual (CPC, art. 343). 
 
- A incompetência absoluta e relativa são argüidas em preliminar (art. 337, II); 
- O impedimento e suspeição serão alegados em simples petição (art. 146). 
(Estas defesas serão vistas mais adiante) 
 
 
É importante que se diga que as peças autônomas de Exceções de incompetência, impedimento e 
suspeição (CPC/73, arts. 304, 307 e 312, c.c. os arts. 134 e 135), foram abolidas no novo CPC. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Ainda sobre contestação. 
 
 
CONTESTAÇÃO (art. 335) 
 
Conceito 
 
“Contestação é a resposta do réu à ação do autor. Por ela o réu exerce, na sua plenitude, o direito de 
contradição, ou defesa, em face da ação e da pretensão do autor. Também se chama contrariedade, ou 
simplesmente defesa.” (AM. Santos, vol. 2, p. 217) 
 
Na contestação se argúem as preliminares (art. 337) (CPC/73, art. 301), que são defesas processuais 
diretas. 
 
Depois é contestado o mérito. 
Nela se deve impugnar especificadamente cada um dos fatos narrados na petição inicial, expondo as suas 
razões e indicando as provas que pretenda produzir. 
 
Presumem-se verdadeiros os fatos não impugnados, salvo se não for admissível, a seu respeito, a 
confissão (CPC, art. 341). Não se admite a negativa geral, a não ser para o advogado dativo, o 
curador especial e o órgão do Ministério Público (parágrafo único do art. 341). 
 
É a consagração do princípio da eventualidade , segundo o qual o réu deve aduzir toda a sua defesa 
na contestação, ainda que convicto de que bastará esta ou aquela preliminar para pôr termo à ação, 
pois, eventualmente, a preliminar poderá ser repelida, e já não lhe será mais possível aditar a 
defesa. Nesse sentido: JTJ 198/150. (Theotonio Negrão, CPC, 43ª Ed., nota 3 ao art. 100, p. 425). 
 
Então, repetindo, alegam-se: 
 
Preliminares: matérias do art. 337, incisos I ao XIII; e, 
 
Mérito (artigos 336 e 341) (impugnação especificada dos fatos) 
 
 
Na contestação o réu não faz pedido. 
 
Exceção é vista na contestação de ações de rito especial dos Juizados Especiais, em que o réu pode, 
eventualmente, apresentar o chamado pedido contraposto (Lei n. 9.099, de 26-9-1995, art. 31). E 
também nas ações de natureza dúplice, nas quais pode o réu requerer proteção judiciária. 
 
 
FORMA 
 
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De regra, a contestação deve ser ofertada em petição escrita, subscrita por advogado e endereçada 
ao juiz da causa (art. 335, CPC). 
Entretanto, no procedimento especial da ação de alimentos, o réu pode optar por oferecê-la de 
forma oral, por termo, na própria audiência de conciliação, instrução e julgamento (art. 9º, Lei nº 
5.478/68, LA) (Júnior, Gediel Claudino de Araújo. Processo Civil – Processo de Conhecimento, 5ª 
edição, Editora Atlas, SP, ps. 118/119) 
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
(Recapitulando): 
 
Espécies de defesa: 
 c/ o processo: direta (objeções) (inexistência de pressupostos. 
processuais ou de condições da ação). 
 (argúi-se como preliminar na contestação). 
 
indireta: (argüições de impedimento e de suspeição 
(mediante simples petição, no prazo da contestação ou 
em qualquer tempo).c/ o mérito: matéria de fato e de direito 
 
 
 contraria matéria de fato 
Contra o mérito { 
 contraria matéria de direito 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Sala 17 - 9º Encontro – 08.09.2021 – 
Reconvenção. Exceções. Revelia. 
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
Reconvenção (arts. 343, caput, e §§1º e 2º); Am. Santos, vol. 2, 203/241; Wambier, vol. 1, 383/408. 
Exceções (146, §2º; 64, §§2º e 3º; 146, caput, e §§1º, 4º e 5º). 
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
 
RECONVENÇÃO (CPC, art. 343) 
 
É ação do réu contra o autor. 
Requisitos: conexidade com a ação principal ou com o fundamento da defesa. 
 
Sendo vários os réus, o prazo para contestação começa a correr depois de confirmada a citação por 
quaisquer das formas previstas nos incisos I a VIII do art. 231, conforme está no seu §1º, e será em 
dobro (30 - trinta dias), caso tenham procuradores de escritórios de advocacia distintos, cessando 
esse prazo em dobro caso haja dois réus e somente um deles ofereça contestação (art. 229, caput), 
com observação, ainda, do que está disposto no art. 335, §1º, ou seja, se todos os litisconsortes se 
opuserem à realização da audiência de conciliação, o prazo de contestação de cada um será 
autônomo, e contado da data da apresentação do seu pedido de cancelamento da audiência 
(Marinoni, ob. cit. p. 358). 
 
Aqui convém repetir a observação já feita acima, sobre a contestação, na qual o réu não faz pedido, 
exceto no caso de contrapedido ou pedido contraposto, das ações do juizado especial e ações de 
caráter dúplice. 
 
Nesses casos o réu faz pedido na própria peça de defesa (contestação). 
 
 
Por último, pode haver, como resposta, o reconhecimento do pedido (art. 487, III, a). 
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
 
NULIDADES 
 
Devem ser alegadas na primeira oportunidade que couber à parte falar nos autos, sob pena de 
preclusão (art. 278). 
 
Não se aplica esta disposição às nulidades que o juiz deva decretar de ofício (parágrafo único do 
art. 278). 
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
ARGUIÇÃO DE FALSIDADE DE DOCUMENTOS (art. 430/433). 
 
O incidente de falsidade tem lugar em qualquer tempo e grau de jurisdição, cabendo à parte, 
contra quem foi produzido o documento, suscitá-lo na contestação ou no prazo de 15 (quinze) dias, 
contados da intimação da sua juntada aos autos (art. 430 do CPC). 
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
 
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CONTUMÁCIA E REVELIA 
 
Em relação ao réu são palavras sinônimas (Am. Santos, 25ª Ed., vol. 2, p. 246). 
 
A contumácia do réu é total ou parcial. 
 
Após citado, nasce-lhe o ônus de se defender. Caso não o faça torna-se revel. 
 
Revelia é a omissão total do réu em se defender. 
 
As alegações de fato constantes da petição inicial, não impugnadas pelo réu, presumem-se 
verdadeiras (art. 341, parte final do CPC). 
 
Todavia, embora revel, essa presunção de veracidade dos fatos alegados contra o réu não se verifica 
nos casos previstos no art. 345, incisos I a IV do CPC: 
 
- havendo pluralidade de réus, um deles conteste a ação (art. 345, I); 
 
- se o litígio versar sobre direitos indisponíveis (art. 345, II); 
 
- se a petição inicial não estiver acompanhada do instrumento público, que a lei 
considere indispensável à prova do ato (art. 345, III). 
 
- as alegações de fato formuladas pelo autor forem inverossímeis ou estiverem em 
contradição com prova constante dos autos (art. 345, IV). 
 
Caso de contumácia parcial do réu, ou mesmo do autor, ocorre, quando algum deles (mesmo não 
sendo o réu revel), por seu procurador, deixa de praticar atos processuais que lhes competem, por 
exemplo, o não comparecimento à audiência de instrução e julgamento para a qual ocorreu 
intimação regular (Am. Santos, vol. 2, p. 249). 
 
 
 
 
 
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Sala 17 - 10º Encontro – 13.09.2021 – PRIMEIRO ESTUDO DE CASO 
 
Sala 17 - 11º Encontro – 15.09.2021 – 
Providências preliminares (arts. 347/353). Não incidência dos efeitos da revelia (arts. 348 e 349) 
(Am. Santos, vol. 2, 251/264); (Wambier, vol. 1, 437/442). . 
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
 
DAS PROVIDÊNCIAS PRELIMINARES (CPC, art. 347) 
 
ORDENAMENTO DO PROCESSO 
 
É avaliação do processo pelo juiz, preparando-o para a fase das provas ou julgamento antecipado. 
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
 
DA REVELIA (arts. 344 e 345) 
(Matéria já estudada, mas não custa repetir) 
 
É o não oferecimento de contestação pelo réu. 
 
 
NÃO INCIDÊNCIA DOS EFEITOS DA REVELIA (arts. 348 e 349) 
Há casos previstos na lei, em que, mesmo sendo o réu revel, os efeitos da revelia não incidirão12 
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
 
 
DOS FATOS IMPEDITIVOS, MODIFICATIVOS OU EXTINTIVOS DO PEDIDO (art. 350) 
DAS ALEGAÇÕES DO RÉU (art. 351/353) 
 
1) Réplica do autor (prazo de 15 dias); 
 
12 CONTUMÁCIA E REVELIA 
Em relação ao réu são palavras sinônimas (Am. Santos, 25ª Ed., vol. 2, p. 246). 
A contumácia do réu é total ou parcial. 
Após citado, nasce-lhe o ônus de se defender. Caso não o faça torna-se revel. 
Revelia é a omissão total do réu em se defender. 
 
As alegações de fato constantes da petição inicial, não impugnadas pelo réu, presumem-se verdadeiras (art. 341, parte final do CPC). Todavia, embora 
revel, essa presunção de veracidade dos fatos alegados contra o réu não se verifica nos casos previstos no art. 345, incisos I a IV do CPC: 
 
- havendo pluralidade de réus, um deles conteste a ação (art. 345, I); 
- se o litígio versar sobre direitos indisponíveis (art. 345, II); 
- se a petição inicial não estiver acompanhada do instrumento público, que a lei considere indispensável à prova do ato (art. 345, III). 
- as alegações de fato formuladas pelo autor forem inverossímeis ou estiverem em contradição com prova constante dos autos (art. 345, 
IV). 
 
Caso de contumácia parcial do réu, ou mesmo do autor, ocorre, quando algum deles (mesmo não sendo o réu revel), por seu procurador, deixa de praticar 
atos processuais que lhes competem, por exemplo, o não comparecimento à audiência de instrução e julgamento para a qual ocorreu intimação regular 
(Am. Santos, vol. 2, p. 249). 
 
 
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2) Suprir nulidades ou irregularidades sanáveis no prazo de trinta (30)dias (art. 352); 
3) Indicação das provas que serão utilizadas (despacho para indicação ou especificação das 
provas) (arts. 350 e 351). 
 
Sala 17 - 12º Encontro – 20.09.2021 – 
Julgamento conforme o estado do processo: julgamento antecipado do mérito. Julgamento parcial do mérito. 
(Am. Santos, vol. 2, 265/274); (Wambier, vol. 1, 443/448). Improcedência liminar do pedido. 
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
 
JULGAMENTO CONFORME O ESTADO DO PROCESSO (arts. 353, 354 e 316) 
 
Nessa fase processual pode ocorrer o que segue: 
 
- Extinção do processo, com ou sem julgamento de mérito 
 
- Julgamento antecipado da lide (sentença), total ou parcialmente (arts. 355 e 356) 
 
- Audiência de conciliação prévia (art. 334, caput, I e II e §11; art. 357, caput, I a IV) 
 
Julgamento conforme o estado do processo (arts. 354/357) 
 
a) extinção do processo com ou sem julgamento do mérito (art. 354): quando ocorrer algumas 
das hipóteses dos artigos 485 (acolhimento de defesas processuais) ou as do art. 487, incisos I 
a III; 
b) julgamento antecipado da lide (art. 355): conhecimento direto do pedido quando: I – a 
questão de mérito (a questão de fundo, o ponto dominante em que se funda o pedido do autor), 
for unicamente de direito, ou, sendo de direito e de fato, não houver necessidade de produzir 
prova em audiência; II – quando ocorrer a revelia (art. 344). 
c) Audiência preliminar (tentativa de conciliação – art. 334) que, se frutífera, leva à 
homologação do acordo das partes (sentença homologatória com julgamento do mérito – art. 
487, III) e, se infrutífera, passa-se a fase de saneamento do processo, em que é proferido o 
despacho saneador (é o despacho que considera regular o processo e o remete para a fase 
probatória, qual seja, designa ou não audiência de instrução e julgamento e defere e determina 
a realização das provas). 
(Obs.: o juiz pode, a qualquer tempo, tentar conciliar as partes – art. 139, V). Essa audiência 
preliminar (art. 334) na prática, costuma ser designada antes até das providências mencionadas 
nos incisos “a” e “b”, acima, pois se se consegue a conciliação (acordo) das partes, já é proferida 
sentença de homologação e nem se adentra e muito menos se aprofunda nas questões 
processuais ou meritórias do processo. 
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JULGAMENTO PARCIAL DO MÉRITO (art. 356, incisos I e II) 
 
- quando um mais pedidos ou parcelas deles, mostram-se incontroversos; 
 
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- quando estiver em condições de imediato julgamento, por não haver necessidade de produção de 
provas, ou for o réu revel. 
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Improcedência liminar do pedido. Preclusão. 
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DA IMPROCEDÊNCIA LIMINAR DO PEDIDO (art. 332 do CPC). 
 
Marinoni, Arenhart e Mitidiero apontam que: 
 
“Ao lado da possibilidade de indeferir a petição inicial por hipóteses que não dizem 
respeito ao mérito da causa (art. 330, CPC), o novo Código prevê a possibilidade de o 
juiz julgar improcedente liminarmente o pedido (art. 332, CPC). Vale dizer: resolver 
desde logo o mérito contra o autor independentemente da citação do réu. O Juiz poderá 
fazê-lo com base em precedentes do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal 
de Justiça (art. 332, I, II e III, CPC), com base em jurisprudência sumulada ou oriunda 
de incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de comet^wencia dos 
Tribunais Reginais Federais ou dos Tribunais de Justiça (art. 332, III e IV, CPC) ou 
com base na prescrição da pretensão ou na decadência do direito (art. 332, §1º, CPC).” 
(Auts. cit., Novo Código de Processo Civil Comentado. São Paulo: Ed. Thomson Reuters – Revista 
dos Tribunais, 2015, nota 1 ao art. 332, p. 353). 
 
Como visto, ocorrendo: (a) contrariedade a enunciado de Súmula do STF ou do STJ; (b) a acórdão 
desses Tribunais proferido em julgamento de recursos repetitivos; (c) a entendimento firmado em 
incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência, ou (d) a enunciado 
de súmula de tribunal de justiça sobre direito local, cabe julgar liminarmente improcedente o 
pedido. 
 
 
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Sala 17 - 13º Encontro – 22.09.2021 – 
Saneamento e organização do processo (Am. Santos, vol. 2, 276/281). Das provas. Teoria geral. Destinatário. 
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DESPACHO SANEADOR e ORGANIZAÇÃO DO PROCESSO 
 
 
DO DESPACHO SANEADOR (CPC, art. 357) 
 
 
No Capítulo IX, do Título I, do Livro I, do Código de Processo Civil, está o art. 347, assim 
redigido: 
 
 
“Art. 347. Findo o prazo para contestação, o juiz tomará, conforme o caso, as 
providências preliminares constantes das seções deste Capítulo.” 
 
 
No Capítulo mencionado, o legislador dita regras sobre as “Providências Preliminares” e o 
“Saneamento do Processo”. 
 
Uma vez já estudado o julgamento conforme o estado do processo, que envolve o julgamento 
antecipado do mérito, total ou parcialmente (artigos 355 e 356), passamos, agora, ao estudo do 
saneamento e da organização do processo (art. 357). 
 
No direito anterior (CPC/73), o juiz designava a chamada audiência de conciliação preliminar, 
também conhecida como audiência prévia de conciliação (CPC/73, art. 331), na qual se buscava 
conciliar as partes (obter acordo entre elas) e, isso acontecendo, a lide era resolvida antes e 
independente de longa instrução probatória, com a prolação de sentença com resolução de mérito 
(CPC, art. 487, III, “b”) (CPC/73, art. 269, III). 
 
Caso resultasse frustrada a tentativa de conciliação, passava-se à fase de saneamento do 
processo, “...via de regra, na própria audiência, diante das partes e seus procuradores. Nesse 
instante procedimental, o juiz expurgará os vícios de que eventualmente padeça o processo, 
decidirá questões processuais pendentes e preparará a instrução probatória, visando a torná-la o 
mais objetiva possível.” (Wambier, Luiz Rodrigues; Talamini, Eduardo; Almeida, Flávio Renato Correia 
de. Curso Avançado de Processo Civil, V. 1, Teoria Geral do Processo e Processo de Conhecimento, 10ª 
edição, Editora Revista dos Tribunais, São Paulo, 2008, p. 525). 
 
Ainda é assim, pois, em sendo o direito disponível, i.é., em processos em que é admitida a 
autocomposição, nada impede de o juiz designar audiência, visando a composição da lide, pois ele 
pode e deve, a qualquer tempo, promover a autocomposição, com base no art. 139, V, do CPC, e 
dentro do estímulo do legislador processual ao fomento da solução consensual do litígio (art. 3º e 
 
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§2º), inclusive dentro do que é admitido às partes, no art. 190, do mesmo diploma, tal qual já 
estudado no 12º encontro, verbis:

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