Buscar

Resumo para prova prática de Cardio Natália

Prévia do material em texto

Resumo para prova prática de Cardio – Natália
· Bradicardia = fc < 60 e Taquicardia = fc > 100 bpm. Podem ser fisiológicos ou indicar patologias como hipo/hipertireoidismo ou disfunção do nó sinoatrial.
· Algumas alterações no ciclo cardíaco podem levar a um atraso ou adiantamento de um dos componentes, gerando um maior intervalo entre os sons e permitindo sua diferenciação à ausculta.
· Bloqueio de ramo direito: pode levar ao desdobramento de B1. Quando impulso elétrico sofre um atraso nas vias de condução do ventrículo direito, levando a um atraso em sua sístole em relação ao esquerdo.
· Desdobramento de B2 pode ocorrer fisiologicamente na inspiração, quando a redução da pressão intratorácica aumenta o retorno venoso para as câmaras direitas e o tempo de ejeção desse ventrículo, o que atrasa o fechamento da valva pulmonar.
· B4: É uma bulha extra, que pode estar presente em casos patológicos, logo antes de B1. É formada pela contração atrial vigorosa, no final da diástole ventricular e está relacionada à hipertrofia atrial ou a obstruções à passagem de sangue do átrio para o ventrículo (hipertrofia ventricular, hipertensão).
· Inspeção e palpação: 
1. Abaulamento (aneurisma de aorta, cardiomegalia, derrame pericárdico e cardiopatias congênitas)
2. Ictus cordis = pulsação do ápice do coração. Se invisível e impalpável: enfisema pulmonar, obesidade, grandes mamas, musculatura muito desenvolvida. O deslocamento do ictus cordis indica dilatação e/ou hipertrofia de ventrículo esquerdo, como ocorre na hipertensão arterial e insuficiência aórtica. O ictus deve ser avaliado quanto à sua extensão em polpas digitais e quanto à contração, podendo ser propulsivo quando a mão é levantada, um achado semiológico indicativo de hipertrofia.
3. Batimentos ou movimentos: batimentos visíveis ou palpáveis (retração sistólica, levantamento de massa em precórdio, pulsação epigástrica ou supresternal). Comorbidades associadas: podemos pensar em hipertrofia direita quando há retração sistólica apical (durante sístole há retração). Já em caso de hipertrofia do ventrículo direito pode ser percebido como uma área relativamente grande próxima ao esterno.
4. Frêmito cardiovascular: sensação tátil determinada por vibrações produzidas no coração ou nos vasos. Em caso de presença de frêmito, deve-e investigar localização, situação do ciclo cardíaco e intensidade (avaliado em cruzes ++++/IV). Estão associados aos sopros.
5. Ausculta cardíaca: Ao auscultar o coração, os seguintes aspectos devem ser avaliados: bulhas cardíacas, ritmo e frequência cardíaca, ritmos tríplices, cliques ou estalidos, ruídos, atritos ou sopros.
· Foco mitral: situa-se no 5º espaço intercostal (EIC) esquerdo na linha hemiclavicular e corresponde ao ictus cordis.
· Foco pulmonar: situa-se no 2º EIC esquerdo, junto ao esterno. Nesse espaço podemos avaliar desdobramentos da 2ª bulha cardíaca.
· Foco aórtico: 2º EIC direito, justaesternal. Porém, algumas vezes, o melhor local para auscultar alterações de origem aórtica é a área entre o 3º e 4º EIC esquerdo, onde fica localizado o foco aórtico acessório.
· Foco tricúspide: situa-se na base do apêndice xifóide ligeiramente para a esquerda. Os fenômenos acústicos originados na valva tricúspide (sopro sistólico) costumam ser mais percebidos na área mitral.
6. Bulhas cardíacas: 
· (B1): fechamento da valva mitral e tricúspide, o componente mitral antecedendo o tricúspide. Coincide com o ictus cordis e o pulso carotídeo. É mais grave e tem duração um pouco maior que a 2ª bulha. O som pode ser representado por “TUM”.
· (B2): é constituído por 4 grupos de vibrações, porém só são audíveis as originadas pelo fechamento das valvas aórtica e pulmonar. Ouve-se o componente aórtico em toda região precordial (principalmente foco aórtico), enquanto o ruído da pulmonar é auscultado em uma área limitada (foco pulmonar). Durante a expiração as duas valvas fecham dando origem ao som representado por “TA”. Na inspiração, devido ao prolongamento da sístole ventricular (maior afluxo de sangue), o componente pulmonar sofre um retardamento, sendo possível perceber os 2 componentes. Esse fenômeno é chamado de desdobramento fisiológico da 2ª bulha que pode ser auscultado como “TLA”.
· (B3): é um ruído protodiastólico de baixa frequencia que se origina da vibração da parede ventricular distendida pela corrente sanguínea que penetra na cavidade durante o enchimento ventricular rápido. É mais audível na área mitral com o paciente em decúbito lateral esquerdo. Pode ser representada por “TU”.
· (B4): ruído débil que ocorre no fim da diástole ou pré-sístole e pode ser ouvida mais raramente em crianças e adultos jovens normais. Sua gênese não está completamente esclarecida, mas acredita-se que seja originada pela brusca desaceleração do fluxo sanguíneo na contração atrial em encontro com o sangue no interior do ventrículo, no final da diástole.
7. Cliques e estalidos:
· Estalidos diastólicos: podem ocorrer nas estenoses das valvas mitral (ruído seco, agudo e de curta duração, representado por um “TEP”, audível no 3º ou 4º EIC e no foco mitral) e tricúspide.
· Estalidos protossistólicos: ruídos de ejeção, de alta frequência, agudos e intensos, produzidos na artéria pulmonar e na aorta. O estalido protossistólico pulmonar (presente na estenose pulmonar, hipertensão pulmonar grave) é mais audível no foco pulmonar e na borda esternal esquerda, diferenciando-se de B1 pelo timbre mais agudo. O protossistólico aórtico (presente na dilatação ou aneurismas de aorta, tetralogia de Fallot) é mais audível do 4º EIC esquerdo, borda esternal até a área mitral.
8. Sopros:
· Os sopros podem surgir dos seguintes mecanismos:
· aumento da velocidade da corrente sanguínea (exercício físico, hipertireoidismo, febre);
· diminuição da viscosidade sanguínea (anemia);
· passagem do sangue por uma passagem estreita (estenoses);
· passagem do sangue por zona dilatada (aneurismas).
· Os seguintes aspectos do sopro devem ser avaliados:
· Situação do sopro no ciclo cardíaco: sistólico, diastólico, sistodiastólicos ou contínuos;
· Localização: qual foco de ausculta o sopro é mais audível
· Irradiação: deslocar o estetoscópio em várias direções para identificar irradiação.
· Intensidade: avaliação subjetiva, feita em graduação (+ a ++++)
· Timbre e tonalidade: “qualidade do sopro”; pode ser suave, rude, musical, em jato, piante, ruflar.
· Suspeita diagnóstica de acometimento valvar (estenose mitral ou aórtica, insuficiência mitral ou aórtica).
· Insuficiência aórtica: Sopro diastólico; melhor audível no foco aórtico acessório.
· Estenose aórtica: Sopro sistólico de ejeção; localizado no foco aórtico.
· Insuficiência mitral:	Sopro sistólico de regurgitação no foco mitral.
· Estenose mitral: Sopro diastólico com estalido, melhor audível em decúbito lateral esquerdo.
· Ruído de pericardite constritiva: Origina-se na distensão do pericárdio endurecido. É audível quando há comprometimento do pericárdio ao nível da região apical na face anterior. É mais precoce que B3, audível em foco mitral e tricúspide.
· Atrito pericárdico: Origina-se do roçar de folhetos pericárdicos. Em geral é um ruído perceptível na sístole e na diástole, sem relação constante e fixa com as bulhas cardíacas. É mais audível entre o ictus 
e a borda esternal esquerda.
9. Resumo de como descrever os exames do aparelho cardiovascular:
· Inspeção: abaulamentos, retrações, deformidades, pulsações, ictus cordis;
· Palpação: ictus cordis – descrever localização e intensidade (polpas digitais); presença de frêmitos na região precordial;
· Ausculta: descrever ritmicidade (ritmo regular, ritmo de galope, ritmo irregular); frequência cardíaca (auscultar por 1 minuto); intensidade das bulhas cardíacas (normo, hipo ou hiperfonéticas); desdobramentos ou presença de 3ª ou 4ª bulha; presença de sopros (se presente, localizar qual foco é mais audível e em seguida se é sistólico ou diastólico).
· Descrição do exame normal: Precórdio calmo, sem abaulamentos, retrações ou deformidades, ictuscordis palpável 1-2 polpas digitais na linha hemiclavicular esquerda no 5º EIC. Bulhas cardíacas rítmicas, normofonéticas em dois tempos, sem sopros.

Continue navegando