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Unidade II - Xilografia e Linoleografia

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Gravura
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Profa. Ms. Lídice Romano de Moura
Revisão Textual:
Prof. Ms. Claudio Brites
Xilografia e Linoleografia
• Xilografia
• O Projeto – Desenho
 · Compreender os aspectos técnicos que correspondem a essa técnica 
em cada uma de suas etapas.
 · Estudar a gravura em relevo que está representada nesta unidade 
por meio da xilografia e linoleografia.
 · Conhecer os elementos fundamentais da linguagem e produção 
da gravura;
 · Adquirir conhecimentos técnicos e procedimentos fundamentais da 
linguagem da gravura;
 · Conhecer o desenvolvimento e a evolução das técnicas de gravura 
em seus contextos históricos, sociais e estéticos;
 · Pesquisar individual e/ou coletivamente a utilização da linguagem 
gráfica nas manifestações artísticas;
 · Elaborar uma poética pessoal adequada à linguagem gráfica e às 
potencialidades próprias da gravura;
 · Produzir, executar e imprimir gravuras.
 · Desenvolver pesquisa de materiais, meios e procedimentos de 
gravura adequados a situações de ensino;
 · Observar, analisar, comparar e criticar a produção contemporânea 
de gravura e outras produções artísticas
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Xilografi a e Linoleografi a
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas: 
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como o seu “momento do estudo”.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo.
No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e 
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também 
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua 
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, 
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato 
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Xilografia e Linoleografia
Contextualização
Você provavelmente já ouviu falar em xilogravura. Talvez relacionada a alguma 
imagem de livro, a uma obra em um museu ou ainda à literatura de cordel. Nesta 
unidade, você compreenderá o que é uma gravura em relevo e conhecerá as 
técnicas da xilografia e linoleografia. Estudaremos todo o processo utilizado por 
artistas, desde a preparação de uma matriz até a obtenção da estampa final.
A partir do estudo desta unidade, você compreenderá o processo de produção 
de uma gravura em relevo. Essa compreensão permitirá que você identifique uma 
estampa executada em xilogravura a partir de suas características plásticas.
Depois desta unidade, quando você ouvir a palavra xilogravura em alguma 
ocasião, ela não será mais um mistério para você.
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9
Xilografi a
A xilografia é classificada como gravura em relevo. Essa definição justifica-se 
devido ao depósito da tinta na parte alta da superfície da matriz durante o processo 
de impressão. Dessa forma, a tinta é passada para o papel pela parte em relevo da 
matriz, ou seja, pelas partes não gravadas pelo artista – perceba que o processo de 
gravura em relevo é igual ao de um carimbo.
Figura 1 – Gravura em relevo com localização da tinta na matriz e transferência para o papel
A palavra Xilografia deriva dos termos gregos Xylon, que significa madeira e 
Graphein escrever ou gravar. Na gravura, os nomes das técnicas possuem relação 
com substrato da matriz, e a xilogravura 
não foge a essa regra, pois, como a eti-
mologia aponta, nessa técnica a matriz 
consiste em uma placa de madeira.
O corte da madeira, ou seja, a for-
ma como ela será trabalhada pelo artis-
ta determina dois tipos de possibilidade 
expressiva na xilografia: fio ou corte. 
Na xilografia a fio, a madeira é corta-
da paralelamente à direção das fibras 
da árvore, isto é, o corte é longitudinal 
ao tronco. Para entendermos melhor, é 
preciso visualizar que o corte é feito da 
copa da árvore à sua raiz, verticalmente.
Na xilografia de Topo, a madeira é 
cortada perpendicularmente. O corte é 
horizontal, isto é, perpendicularmente 
à direção das fibras da árvore.
Figura 2 – Madeiras de fi o (A) e topo (B) 
e as ferramentas específi cas para uso
Fonte: MARTINS, 1987.p. 37
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UNIDADE Xilografia e Linoleografia
Na língua portuguesa é corrente encontrarmos na literatura o termo xilogravura 
aplicado à xilografia de topo ou a fio, entretanto, por serem tão expressivos os 
diferentes resultados entre as duas técnicas, em outros idiomas encontramos o uso 
de diferentes palavras para especificar o uso da madeira a fio ou contra fibra.
No espanhol, encontramos xilografía para a gravura executada em madeira 
a fio e grabado en madera para remeter a uma matriz gravada a contra fibra. 
Para se fazer essa diferenciação no Inglês, uma gravura executada em madeira de 
topo é nomeada de wood cut e uma em madeira a fio recebe a nomenclatura de 
wood engraving.
A respeito de nomenclatura, Costella (1984, p.32), dentre outros autores, faz 
distinção entre a técnica da xilografia e da estampa resultante desse processo: 
“xilogravura é uma estampa produzida com matriz de madeira, enquanto xilografia 
é a arte ou a técnica de produzir estampas com matrizes de madeiras”.
Se seguirmos o mesmo raciocínio, temos que calcografia é a técnica de gravura 
onde a matriz constitui-se de metal e calcogravura consiste na estampa gerada 
por essa técnica. Assim, teremos ainda nomenclaturas como litografia, serigrafia, 
tipografia, monotipia, referindo-se às variadas técnicas de gravura conhecidas.
Gravação: Madeira de Fio e Topo
A princípio qualquer madeira pode ser utilizada como matriz para a xilografia, 
entretanto suas características podem interferir no resultado da estampa e facilitar 
ou dificultar o corte durante o processo de gravação.
Em relação ao resultado, verificaremos que na xilografia a fio, os veios da 
madeira são elementos atuantes na estampa, já na xilografia de topo as fibras 
não irão interferir na estampa. Observamos que madeiras com maior quantidade 
de veios ou com veios mais “abertos”’ resultam em estampas menos negras. Na 
xilografia de topo, na qual os veios não irão interferir, iremos obter negro intensos 
e chapados nas estampas.
A Resistência das Madeiras
Em relação à gravação, encontramos madeiras brandas ou duras. As madeiras 
brandas facilitam o corte, oferecendo menos resistência à ferramenta e resultan-
do numa maior interferência dos veios. Observe a xilogravura de Edvard Munch 
(1863-1944), O beijo.
Madeiras duras são resistentes ao corte, oferecendo maior oposição à ferramen-
ta, entretanto a interferência dos veios na estampa será menor. A madeira mais 
resistente muitas vezes permite até corte contra os veios, o que, a princípio, não 
é recomendado na xilografia de fio. Gravar a madeira no sentido contrario à fibra 
produz linhas “mordidas” e descontínuas.
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Figura 3 – Munch, Edvard. O beijo.Xilogravura a fi o, 1902
Fonte: Costella (1984, p. 73)
Figura 4 – Munch, Edvard. 
Xilografi a a fi o, 1899
Fonte: Catafal (2003, p. 43)
Observe a estampa da xilografi a Os solitários de autoria de Edvard Munch. Compare com 
o beijo do mesmo autor. Quais as diferenças entre as obras? Ambas são igualmente es-
tampas derivadas de xilografi a a fi o, entretanto podemos perceber os veios presentes em 
abundância na primeira e pouco visíveis na segunda. Sabemos assim que foram utilizadas 
madeiras distintas e com diferentes graus de resistência.
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Na literatura, recomenda-se para uso em xilografia madeiras dóceis ao corte, 
mas não moles em demasia, pois poderiam quebrar ou lascar durante o processo de 
impressão. Madeiras boas para gravação são: cedro, mogno, imburana, cerejeira, 
louro, castanheiro e imbuia. As madeiras mais adequadas para a xilogravura de 
topo são a pereira, peroba rosa e peroba do campo, guatambu, pau- marfim, 
laranjeira, macieira, ameixeira e goiabeira.
Apesar de todas as informações sobre madeiras maciças diversas e seu uso 
“adequado”, todas as pesquisas e experimentos são válidos. Estudando história 
da arte você encontrará artistas fazendo uso de madeiras e outros materiais como 
matrizes para gravura em relevo: Lívio Abramo (1903-1993) utilizou compensado 
em algumas matrizes; Pablo Picasso (1881-1973), madeiras macias sem preparação 
e linóleo; além dos artistas contemporâneos que utilizam o MDF (Medium-Density 
Fiberboard), que consiste em uma mistura de fibra de madeira e resina.
Preparação da Matriz para Xilografi a 
Recomenda-se preparar a madeira para utilizá-la como matriz de xilografia. A 
madeira deve ser lixada para eliminar farpas ou riscos, pois eles resultariam em 
marcas na estampa.
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UNIDADE Xilografia e Linoleografia
A preparação deve ser iniciada com uma lixa grossa e seguir para uma de 
granulação média até chegarmos a uma lixa bem fina. Utilize as lixas sempre no 
sentido dos veios da madeira, preferencialmente apoiadas sobre um pequeno taco 
de madeira para se obter uniformidade na matriz.
Figura 5 – Preparação da matriz com lixa no sentido dos veios da madeira
Fonte: Dawson (1996, p. 56)
É aconselhável entre uma lixada e outra a limpeza da poeira e a aplicação de 
uma camada de goma laca. Você deverá observar o tempo de secagem da goma, 
para poder lixar novamente a matriz. Siga a sequência: lixa > goma > lixa, segundo 
a necessidade de cada matriz. Esse procedimento levará você a obter uma matriz 
resistente ao corte, pois as fibras da madeira enrijecerão com o uso da goma, 
evitando que ela desfie ou lasque durante a gravação.
A matriz bem preparada terá uma superfície lisa como a pele de um bebê. Para 
isso é importante que a última etapa seja o uso de uma lixa fina, não restando 
qualquer resíduo de goma laca na superfície de nossa futura matriz.
Ferramentas
Para fazer xilografia, “podemos usar qualquer instrumento que corte ou fira a 
madeira” (HERSKOVITS, 2005, p. 21). Nesse sentido, podemos utilizar grosas 
de madeira, pontas de aço, pregos, punções, ferramental utilizados por dentistas, 
bisturis, hastes de guarda chuvas e mesmo o próprio martelo como ferramentas 
para produzirmos marcas e texturas na matriz. 
As ferramentas utilizadas tradicionalmente em xilografia são as facas, goivas e 
formões para a madeira de fio. Na xilogravura de topo, utilizam-se tradicionalmente 
o buril, mas não é incomum o uso de goivas. Volte à ilustração 2 e observe as formas 
das ferramentas e suas indicações. Outro ponto importante a ser observado é que 
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as ferramentas para gravação devem ser de aço bem temperado e estarem afiadas 
para que cortem adequadamente e não seja necessário afiá-las com frequência. 
Opte por ferramentas de qualidade no momento de adquiri-las.
As facas são utilizadas para contornos precisos e são amplamente utilizadas na 
gravura japonesa. As goivas em V produzem linhas finas e precisas, podendo ser 
utilizadas para se obter linhas de contorno e texturas.
Você utilizará as goivas em U para obter texturas mais claras e para gravar áreas 
com grandes quantidades de brancos.
Os buris, utilizados na xilografia de topo, terão resultados variados de acordo o 
tipo específico de buril (buril losango, quadrado, faca, reto redondo, raiado, elíptico).
Na gravura não são necessárias gravações profundas como em uma escultura. 
Catafal (2003) recomenda um mínimo de 2 a 3 mm. Para as áreas brancas, 
aprofunde até 5mm e faça verificação com impressões de provas de estado.
Importante!
Uma recomendação importante é que sempre que seu projeto permita, evite gravar 
contra a direção do veio da madeira. Isso evitará uma linha mordida ou mesmo que sua 
madeira lasque quando essa for mole.
Importante!
O Projeto – Desenho
Os iniciantes costumam formular projetos, ou seja, desenhos preliminares, line-
ares, onde predominam contornos. Entretanto, o trabalho linear por si só não é um 
bom caminho para quem deseja aprender a gravar. Obviamente que a linha branca 
sobre fundo negro resultará em alguma imagem, porém a linguagem da gravura é 
rica em texturas e volumes, devendo ser explorada em toda a sua plenitude.
Os projetos iniciais devem explorar o uso de brancos, negros e texturas. Um 
projeto bem elaborado oferece segurança ao iniciante que, na maioria das vezes, 
desconhece a linguagem que a técnica oferece.
Assista a um trecho do programa de TV Catálogo, que trata de arte contemporânea. No trecho 
escolhido do programa criado pelo diretor Marcos Ribeiro, você assistirá ao artista brasileiro 
Rubem Grilo falando sobre seu trabalho em xilogravura. Observe as texturas presentes nos 
trabalhos do artista e as descrições de como ele obtém cada uma delas com as ferramentas. 
O programa Catálogo é uma realização do Canal Brasil. O link para você assistir ao referido 
trecho é: https://youtu.be/5BHUbZD9r5A
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UNIDADE Xilografia e Linoleografia
Gravação
Antes de passar o projeto para a matriz de madeira devemos inverter o desenho. 
Isso é necessário porque durante a impressão a imagem será invertida, alterando 
a composição – exatamente como acontece em um carimbo comum, onde, na 
matriz, lemos as letras invertidas e, uma vez carimbadas no papel, lemos as letras 
em sua posição normal.
O projeto pode ser desenhado à mão livre diretamente sobre a matriz ou decal-
cado com papel carbono. Nesse segundo caso, não devemos apertar demasiada-
mente o lápis, pois em madeiras mais macias podemos criar sulcos que resultarão 
em linhas brancas na estampa.
Desenhada a matriz, podemos iniciar 
a gravação.
No início desta unidade, explicamos 
que na xilografia, como técnica de gra-
vura em relevo, a tinta será depositada 
na superfície da matriz durante a im-
pressão, ou seja, na parte mais alta da 
madeira onde não ocorreu gravação. 
Assim sendo, para que você obtenha 
os negros, não é necessário fazer nada, 
pois eles serão obtidos pela superfície 
da matriz intocada – os negros já estão 
prontos nas gravuras em relevo.
Figura 6 – Passando o desenho por decalque
Fonte: Dawson (1996, p. 60)
Para se obter áreas brancas em uma matriz de xilografia, deve-se gravar, ou 
seja, rebaixar toda a superfície da madeira na área que corresponda ao branco 
do projeto.
As texturas variadas construirão os tons de cinzas. Uma textura construída a 
partir de maior quantidade ou cortes mais espessos resultará em cinzas claros. 
Texturas elaboradas com menor quantidade de corte ou marcas mais finas resul-
tarão em cinzas mais escuros. São exatamente as aproximações e afastamentos 
dos cortes que determinaram as variações tonais e as modelagens das formas na 
gravura em relevo.
Lembre-se: recomendamos que você faça diversas impressões – 
provas de estados P.E. – para acompanhar com mais segurança o 
andamento do seu trabalho. Os iniciantes também devem manter-
se atentos aos seus projetos, orientando-se pelo seu desenho.
14
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Importante!
O manuseio das ferramentas deve ser feito com cuidado, verifi cando-se se a mão quesegura a matriz não está na “rota” do corte da ferramenta, a qual poderá escapar e ferir 
o gravador. Nunca utilize as ferramentas na direção do corpo ou das mãos, assim você 
evitará acidentes.
Importante!
Figura 7 – Gravando com a mão na ‘rota’ da ferramenta
Fonte: Dawson (1996, p. 60)
Figura 8 – Confecção do suporte em S
O artista pode utilizar um suporte em S de fácil elaboração, que se destina a 
segurar a matriz, permitindo que o gravador utilize um martelo para impulsionar 
a ferramenta. Além de facilitar o processo de gravação, esse suporte garante que 
o artista fique com as duas mãos ocupadas, uma pela ferramenta e outra pelo 
martelo, evitando acidentes.
15
UNIDADE Xilografia e Linoleografia
Impressão
A impressão é o momento em que se deposita a tinta sobre a matriz para trans-
feri-la para o papel, gerando assim a estampa – xilogravura.
A tinta utilizada tradicionalmente no ocidente para xilografia é a tinta à base de 
óleo, a tinta tipográfica, utilizada também em gráficas.
O processo consiste em se depositar a tinta sobre um vidro com a ajuda de 
uma espátula, espalhando-a com o auxílio de um rolinho de borracha ou silicone 
próprio para essa função.
Figura 9 – Espalhando Tinta no vidro
Fonte: Farjado (1999, p. 74)
Figura 10 – Transferindo a tinta para matriz
Fonte: Farjado (1999, p. 74)
A tinta é transferida então para a matriz através desse rolo. Para que o resul-
tado seja uniforme, o rolinho deve ser rolado sobre o vidro para ser carregado 
com a tinta e depois ir à matriz para ser passado em diferentes posições. Esse 
processo é repetido quantas vezes for necessário, até que a matriz esteja tintada 
de maneira uniforme.
Na gravura, só a experiência poderá dar ao impressor as medidas exatas da 
quantidade de tinta no momento da impressão. Entretanto, a quantidade de tinta 
pode ser verificada através do som característico do rolinho sobre a tinta e pelo 
aspecto da mesma espalhada no vidro – se o som é muito forte, temos a indicação 
de que há excesso de tinta no vidro; som muito suave indica falta de tinta. Na 
impressão, o uso excessivo de tinta borrará o papel, pois a tinta escorregará para 
dentro dos sulcos escondendo pequenos detalhes da gravação. A falta de tinta 
resultará em uma imagem pálida, sem negros, acinzentada. Você deverá fazer 
testes, imprimindo várias provas de estado com diferentes quantias de tinta até 
perceber a quantidade que resulta em melhor qualidade para cada estampa.
Existem dois métodos de impressão: com o uso da colher ou na prensa.
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Na impressão com o uso da colher utiliza-se tradicionalmente papel fino, de 
baixa gramatura (mais fino), como o papel arroz japonês. Podemos utilizar papel 
de seda, papel de filtro de café ou outro de baixa gramatura que tenhamos acesso. 
Nesse processo, o papel é depositado delicadamente sobre a matriz já tintada. 
Desliza-se a mão com suavidade do centro da matriz em direção a suas bordas 
para esticar o papel com perfeição. Com uma colher de pau ou de sopa, vamos 
esfregando o papel, pressionando-o contra a matriz, com movimentos circulares 
para se transferir a imagem. O papel fino solicita que esse processo seja executado 
com calma por toda a superfície da matriz.
Figura 11 – Impressão com colher
Fonte: HERSKOVITS, 2005, p. 38
Depois de finalizada a impressão, retira-se suavemente o papel para que o mes-
mo não se rasgue, obtendo assim a estampa.
Figura 12 – Retirando a folha impressa
Fonte: HERSKOVITS, 2005, p. 39
Para que todas as cópias tenham a mesma posição no papel fazemos uso de um 
artifício nomeado de registro. O registro consiste em uma folha de papel, papelão 
ou mesmo madeira fina que é exatamente do mesmo tamanho das folhas que serão 
utilizadas na impressão. Esse suporte possui um desenho da exata localização da 
matriz em relação às bordas do papel. O registro é indispensável nas impressões 
de gravuras coloridas.
17
UNIDADE Xilografia e Linoleografia
Para utilizar esse recurso no processo de impressão, você deverá colocar a 
matriz sobre o registro e depois encaixar o papel em suas marcas respectivamente.
Proceda a impressão sempre utilizando as marcas para que em todas as estampas 
de sua edição a imagem ocupe o mesmo local no papel.
Figura 13 – Utilização do registro
Para impressão na prensa de rosca, também chamada de prensa vertical, 
plana ou de platina, utilizamos papel de maior gramatura que pode estar umedecido 
ou seco. Quando umedecido, o papel acomoda-se melhor na matriz, criando certo 
relevo. Para essa impressão, devemos montar um “sanduíche”: coloca-se a matriz 
já tintada sobre o registro e acomodando-se o papel sobre o mesmo; sobre o papel, 
colocamos um feltro. Esse “sanduíche” é levado à prensa para a impressão.
Figura 14 – Material posicionado para impressão na prensa
O processo manual de impressão na colher é mais lento sendo adequado a 
pequenas tiragens. Para grandes tiragens, recomenda-se a impressão na prensa. 
As cópias secam devagar por oxidação e absorção da tinta e devem ser mantidas 
separadas para que não grudem ou borrem antes da finalização da secagem.
Você ainda poderá experimentar o relevo seco, isso é uma xilogravura impressa 
sem tinta. Nesse tipo de impressão, basta montar o sanduíche com a matriz sem 
tinta; entretanto, será obrigatório que o papel seja umedecido previamente. Nessa 
impressão, o papel deve ser resistente, com gramatura alta, e possuir capacidade 
18
19
para dilatação, pois deverá ser previamente umedecido com um borrifador ou 
banho de imersão em uma bacia com água.
Você deverá secar o papel entre folhas de jornais para que, no momento da 
impressão, ele não tenha poças d’água ou esteja encharcado. Esse papel úmido 
deve acomodar-se sobre a matriz e seus sulcos sem romper-se. A pressão utilizada 
no momento da impressão deve ser estudada para que a cópia não apresente 
partes rasgadas ou rachadas pelo excesso de pressão.
Findado o processo de impressão, a matriz deve ser armazenada limpa. Para 
limpeza da matriz e utensílios, utilizamos estopa e removedor. Muitos gravadores 
utilizam o óleo de cozinha para limpeza de materiais, pois esse remove a tinta com 
segurança e não oferece riscos ao gravador
O Linóleo
O linóleo é um material industrial que foi criado como revestimento para piso. 
Segundo Mayer (2002, p. 659), “o Linóleo é composto de aniagem revestida com 
uma grossa camada de linoxina, que é feita de óleo polimerizado misturada com 
cortiça moída e pigmentos”. O nome linoleografia deriva do latim linum e oleum, 
prefixos que se referem à substância linoxina, nosso conhecido óleo de linhaça, 
que está presente nesse material, como descrito por Mayer, desde sua invenção por 
Fredrick Walton em 1860, na Inglaterra.
Sua aparência se assemelha a uma borracha, possuindo uma superfície lisa e 
uniforme que produz uma estampa com negros chapados. Outra característica 
desse material é ser flexível e oferecer menor resistência que a madeira, facilitando 
o processo de gravação, além de poder ser cortado em qualquer direção.
Para facilitar a gravação, devido a sua flexibilidade, pode-se colá-lo sobre uma 
placa de Duratex ou outra superfície mais rígida. O linóleo não necessita de preparo 
como a madeira, e o processo de gravação é similar ao de uma xilografia com 
uso de facas e goivas. No processo de impressão podem ser seguidas todas as 
orientações dadas para a xilografia.
Muitos artistas contemporâneos utilizam o linóleo pela facilidade de gravação quando 
comparado à xilogravura. Contudo, se sua gravação é mais fácil, por que a xilografi a 
continua sendo praticada em larga escala entre os artistas gravadores? A matriz de madeira 
carrega em si características que interessam a esses artistas, suas marcas e veios oferecem 
um diálogo que acrescenta ao projeto do artista o inesperado, o “mágico”. Se alguns 
artistas preferem o linóleo por ser brando ao corte, outros preferem a madeira por suas 
interferências. Cada artista busca uma resposta plástica específi ca para sua gravura eassim 
a escolha da matriz nunca é um capricho ou um acaso.
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or
Finalizamos assim a unidade. Aprendemos como fazer uma xilografia e linogra-
fia, além de vários conceitos referentes à gravura em relevo. Na próxima unidade, 
estudaremos a calcografia e muitas de suas possibilidades expressivas.
19
UNIDADE Xilografia e Linoleografia
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Livros
Xilogravura: Manual Prático
COSTELLA, Antonio. Xilogravura: manual prático. Campos do Jordão, SP: editora 
Mantiqueira, 1987.
 Vídeos
Viaje pelo tempo através da arte na Casa da Xilogravura
Para iniciar, assista ao vídeo sobre a casa da xilogravura, o único museu brasileiro 
especializado na arte da xilografia.
https://youtu.be/auYAZ1nA2Qc
 Leitura
Catálogo Digital do Acervo Nacional do Museu Olho Latino
Em um segundo momento, para ampliar seu conhecimento sobre artistas gravadores 
latinos, suas obras e vida, indicamos o acesso ao Catálogo Digital do Acervo Nacional 
do Museu Olho Latino.
https://goo.gl/19h1zK
20
21
Referências
CATAFAL, Jordi; OLIVA, Clara. Gravura. Lisboa: Estampa, 2003.
COSTELLA, Antonio. Introdução à gravura e história da xilografia. Campos 
do Jordão, SP: editora Mantiqueira, 1984.
DAWSON, John. Guia Completa de Grabado e Impresion: Técnicas Y Materiales. 
Madrid: H. Blume, 1996.
FAJARDO, Elias; SUSSEKIND, Felipe; VALE, Marcio do. Oficinas: Gravuras. Rio 
de Janeiro: Senac Nacional, 1999.
HERSKOVITS, Anico. Xilogravura: Arte e Técnica. Porto Alegre: Pomar 
Editorial, 2005.
MARTINS, Itajahy. Gravura: Arte e Técnica. São Paulo: Fundação Nestlé da 
Cultura e Laserprint Editorial, 1987.
MAYER, Ralph. Manual do artista. São Paulo: Martins fontes , 2002.
Sites visitados
<http://www.gravura.art.br/skin/frontend/galeria/default/images/details/
eBook-gravura.pdf>.
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