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1 UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP EAD PROJETO INTEGRADO MULTIDISCIPLINAR CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA RELATÓRIO PIM IV Gestão Pública e Políticas Públicas no Brasil. RIBEIRÃO PRETO/2021 Nº. NOME RA 01 ADRIANA ALVES DO PRADO 2058890 Sumário 1.INTRODUÇÃO 2 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 3 2.1 DESENVOLVIMENTO DA GESTÃO PÚBLICA NO BRASIL 3 2.2 ALGUNS DOS ATUAIS DESAFIOS ENFRENTADOS PELA GESTÃO PÚBLICA BRASILEIRA 5 2.3 DESAFIOS E FERRAMENTAS DE GESTÃO 6 2.4 ALGUMAS FERRAMENTAS DE GESTÃO 9 2.5 A UTILIZAÇÃO DE FERRAMENTAS FOCADAS NA MELHORIA DA GESTÃO PÚBLICA NO BRASIL 9 2.6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 9 3. TEORIA GERAL DO ESTADO 10 3.1 INTRODUÇÃO 11 3.2 Origem da sociedade- Origem natural da sociedade. 11 3.3 Elementos característicos da sociedade 12 3.4 As Sociedades políticas- Sociedades de fins políticos 13 3.5 TEORIA DA ORIGEM VIOLENTA DO ESTADO (OU TEORIA DA FORÇA COMO PREFERE SAHID MALUF) 14 4- A IMPORTÂNCIA DAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS NAS EMPRESAS. 14 4.1 Fatores determinantes das relações interpessoais 14 4.2 O relacionamento interpessoal no ambiente de trabalho 15 4.3 Os principais problemas de relacionamento interpessoal nas empresas 16 4.4 Falta de objetivo pessoal 17 4.5 Dificuldade em estabelecer prioridades 17 2 4.6 Dificuldade em ouvir 17 4.7 Falta de Inteligência emocional 18 5. Como as empresas avaliam os candidatos na questão comportamental 19 5.1 Ferramentas de avaliação 19 5.2 Dicas para desenvolver um bom relacionamento interpessoal 20 6- Relações Interpessoais e Eficácia na Administração Pública: Um estudo de caso em Ribeirão Preto/SP 21 6.1 MATERIAL E MÉTODOS 22 6.2 RESULTADOS E DISCUSSÃO 24 7- CONCLUSÃO 25 REFERÊNCIAS 26 3 1.INTRODUÇÃO O intuito deste estudo é fazer uma retrospectiva da evolução da gestão pública no Brasil, analisando seu desenvolvimento até os dias atuais, seus desafios e perspectivas futuras. O questionamento proposto por esta pesquisa concentra-se nos desafios enfrentados pela gestão pública contemporânea, tais como adaptar-se às mudanças apresentadas pelo mundo atual, melhorar, continuamente, os serviços oferecidos pelo Estado e implementar políticas públicas eficientes que atendam às expectativas e bem-estar dos clientes (sociedade). Dessa forma, o presente estudo procura responder a seguinte pergunta: quais são os desafios e perspectivas da Gestão Pública no Brasil? Ser capaz de adaptar-se às mudanças do mundo contemporâneo, melhorar de forma gradativa e contínua os serviços estatais e implementar políticas públicas que atendam as expectativas dos cidadãos são os desafios enfrentados pela Gestão Pública Brasileira. É necessário, para superar os desafios acima citados, a utilização de várias ferramentas, são elas: orçamento participativo, qualificação profissional do servidor público, modernização da mão-de-obra do Estado, motivação dos servidores públicos, profissionalização da gestão pública e a utilização de ferramentas da tecnologia da informação. Observa-se que existe um esforço governamental voltado para o aprimoramento da gestão pública. A implementação da transparência e a integração sistêmica das ouvidorias responsáveis pela interlocução Estado/ Sociedade é um exemplo desse esforço. Nesse contexto, o objetivo geral deste trabalho consiste em explanar os desafios e as perspectivas da gestão pública no panorama brasileiro. Para alcançar este objetivo geral foram definidos os seguintes objetivos específicos: analisar o desenvolvimento da gestão pública no Brasil; apontar alguns dos atuais desafios enfrentados pela gestão pública brasileira; enunciar algumas ferramentas de gestão e propor a utilização de ferramentas focadas na melhoria da 4 gestão pública no Brasil. Assim sendo, este estudo tem como base a pesquisa bibliográfica e a coleta de dados a partir da internet. Possui natureza predominantemente descritiva e dedutiva, tendo sido utilizado, subsidiariamente, a técnica de análise de conteúdo. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 DESENVOLVIMENTO DA GESTÃO PÚBLICA NO BRASIL A política adotada até 1930 era a do clientelismo. Tal política privilegiava a elite ruralista mineira e paulista, principal eixo de comando político na república velha. Garantia, à elite, privilégios sociais e econômicos, como, também, a impunidade diante da corrupção e demais benefícios. Com a revolução de 1930, o sulista Getúlio Vargas assumiu o poder e adotou práticas inovadoras para a gestão pública brasileira. O Estado ganhou um novo perfil: o de desenvolvimentista e de articulador na consolidação de uma nova identidade nacional. (FREITAS, DACORSO, 2014). Em 1979, durante a ditadura militar, apenas uma política foi desenvolvida em relação à inovação dos processos públicos: a criação do Ministério da Desburocratização. A principal prática inovadora foi a de ressaltar que o contribuinte não é um súdito do Estado, mas um cliente com direito à boa prestação de serviços públicos (FREITAS, DACORSO, 2014). A década de 80 foi marcada por reformas orientadas para a democratização das políticas públicas. Com a promulgação da Constituição Federal em 1988, inaugurou-se um ciclo descentralizador. Os recursos antes administrados pela União foram transferidos para os Estados, Distrito Federal e Municípios. Isto proporcionou mais autonomia aos entes governamentais. Paralelamente, a sociedade civil mobilizou-se e passou a envolver-se com as ações do poder público de forma mais ativa, especialmente nas áreas de saúde, educação e assistência social. Tal posicionamento levou a criação de novos espaços públicos de interação e negociação. Nesse contexto, novos conceitos de gestão foram difundidos junto à máquina estatal. 5 A disponibilidade do governo em ouvir os apelos da sociedade culminou na inovação institucional, a saber, a promulgação da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011. Esta lei, denominada Lei de Acesso à Informação, disciplina os procedimentos a serem seguidos pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, a fim de garantir acesso da população às informações públicas (FREITAS, DACORSO, 2014). Posteriormente, buscou-se estreitar a comunicação entre sociedade/governo a partir do orçamento participativo. Segundo Freitas e Dacorso (2014), a inserção das práticas de administração privada na gestão de órgãos públicos ficou conhecida como New Public Management (NPM) ou Nova Gestão Pública (NGP). A Nova Gestão Pública enfoca o cidadão como sendo um cliente e tem como objetivo atender suas necessidades e expectativas. Atualmente, existe a necessidade de integrar o cidadão ao processo decisório da administração pública, ou seja, no processo de decisão política. A contribuição dos cidadãos, representantes dos interesses locais, também denominados stakeholders, contribuem, de forma inovadora, para a solução de vários problemas enfrentados pelo governo. Segundo Freitas e Dacorso (2014), a Open Government Partnership – OGP, implementada desde 2011 no Brasil, representa o esforço governamental de utilizar práticas da administração privada na administração pública. Seus compromissos, dentre outros, é a aproximação da sociedade do processo decisório do governo, combater a corrupção, estimular a transparência e incentivar o uso de novas tecnologias. O governo brasileiro, signatário deste programa, criou um programa federal de acesso à informação visando estimular a transparência. Criou, também, um banco único de dados que visa facilitar e otimizar o acesso às informações contidas no programa, empenhando-se concomitantemente em capacitar seus recursos humanos e aproximar-se, dessa forma, dos stakeholders. As ouvidorias representam, ainda, um canal que faz com que a sociedade seja capaz de se aproximar do governo, exprimindo, para tanto, as suas reclamações e sugestões. Este feedback dado pela sociedade a partir das ouvidorias proporciona que o governo busque o aprimoramento contínuo de seus 6 serviços. A implementação de todas estas medidas e o investimento em tecnologia dainformação capacitam o governo federal, o estadual, o distrito federal e o municipal a alcançar uma maior comunicação e eficiência na gestão pública. 2.2 ALGUNS DOS ATUAIS DESAFIOS ENFRENTADOS PELA GESTÃO PÚBLICA BRASILEIRA Diversos são os desafios enfrentados pela gestão pública brasileira. Pode-se mencionar a corrupção, a falta de transparência, o excesso de burocracia, a obsolescência das normas legais, a deficiente comunicação entre governo e sociedade, os escassos investimentos em ferramentas gerenciais e em tecnologia da informação, a desídia (desinteresse) por parte da sociedade em participar dos orçamentos participativos e a mão de obra estatal desmotivada e não qualificada. 2.3 DESAFIOS E FERRAMENTAS DE GESTÃO São muitos, no cenário contemporâneo, os desafios enfrentados pelo setor público. Dentre eles destaca-se a adaptação às mudanças apresentadas no mundo atual, conferir maior agilidade aos processos licitatórios e ao gestor público, motivar os recursos humanos, buscar a melhoria contínua dos serviços estatais e implementar políticas públicas eficientes que atendam as expectativas dos clientes promovendo o bem-estar da sociedade. O governo federal, objetivando superar os desafios acima citados, implementou a Open Government Partnership – OGP, e, assim, adotou uma nova técnica de gestão denominada Nova Gestão Pública – NGP. O alinhamento do governo federal com a comunidade internacional para implantação da OGP aliado a utilização de ferramentas de gestão como a NGP, gestão de projetos e o investimento em sistemas informatizados capazes de consolidar informações gerenciais são instrumentos determinantes para superarmos os desafios atuais e edificar a nova gestão pública brasileira. Paralelamente, é importante destacar que o investimento em qualificação profissional do servidor público, a profissionalização da gestão pública e a motivação da mão-de-obra do estado são fatores que impactam na qualidade dos serviços prestados pelo Estado. Segundo Ferreira Júnior (2011), o investimento na 7 profissionalização da gestão pública, focado nos resultados e metas, são fatores que influem, diretamente, na qualidade dos serviços públicos. Os fatores que motivam o ser humano são vários e intrínsecos. Não existe uma fórmula motivacional única e infalível. Cada indivíduo responde diferentemente a uma forma de incentivo. A motivação e a satisfação dos indivíduos estão intrinsecamente ligadas às suas necessidades. Entretanto, um fator motivacional importante a ser considerado é como as condições do trabalho são gerenciadas. Há uma vertente de ideias relacionada ao que motiva o servidor público, são eles o salário, a gratificação e o prêmio em pecúnia vinculado ao desempenho do servidor. Segundo De Toni, deve-se adotar a uma nova realidade e a transparência de objetivos e metas institucionais. Brandão et al (2014) defendem que os fatores motivacionais que predominam na geração da satisfação dos funcionários públicos estão atrelados à realização profissional, às atividades desempenhadas e à responsabilidade atribuída. A motivação do servidor público pode ser uma mescla de tudo o que foi anteriormente abordado. Independentemente do fator preponderante responsável pela motivação do servidor, a sua participação é indispensável para a construção de um novo modelo de gestão. Cabe, aos governos, juntamente com o gestor público, o desenvolvimento de políticas e planos de carreira suscetíveis a desenvolver, motivar e valorizar seus recursos humanos. Prado et al (2014) enfatizam que o fator motivador dos colaboradores será determinante na qualidade e excelência do serviço prestado. No mister de oferecer à sociedade um serviço público de qualidade, focado na economicidade dos recursos governamentais, surge a necessidade de modernizar a administração pública. Fazem-se necessárias a revisão dos textos legais e a realização de investimentos em gestão de projetos e tecnologia da informação (TI). A gestão de projetos representa uma ferramenta de inestimável valia ao gestor e à administração pública. Segundo Furtado (2011), a gestão de projetos é uma prática emergente nas instituições governamentais. É um novo método de gestão no qual são definidas estratégias e metas. 8 O Brasil utiliza, predominantemente, o modelo de administração pública gerencial. Este método proporciona, aos gestores, maior autonomia em suas ações e considera os cidadãos como clientes. Utiliza-se de práticas gerenciais cujo foco está na descentralização, delegação de autoridade, planejamento, organização, eficácia, liderança e controle sobre o desempenho. A proposta dessa ferramenta gerencial é auxiliar o gestor público na tomada de decisões, dando ensejo à antecipação e saneamento de problemas. A gestão de projetos permite que os objetivos e metas traçados sejam alcançados de forma mais rápida, eficiente e com qualidade, e, também, proporciona à administração pública reduzir custos, tempo e oferecer à sociedade um serviço de maior qualidade. Ziviani (2004) defende que existe uma mobilização global em prol da modernização da administração pública focada na eficiência, eficácia e agilidade. O advento da internet resultou na ampla divulgação da aplicação de recursos que favoreceram o controle e transparência dos gastos públicos. Nesse contexto, surgiu a Lei de Responsabilidade Fiscal. Ela representa um código de conduta para os gestores públicos. A Lei também preza pela modernização da administração, pelo equilíbrio e qualidade das finanças públicas. Ainda há um longo caminho a ser percorrido. É necessária uma mobilização para modernizar a legislação vigente, pois, ao gestor público, só é permitido fazer o que a lei permite, conforme o princípio da legalidade expresso no artigo 37 da Constituição Federal (MELLO, 2001). Exemplificando, podemos citar a Lei 8.666/93. A lei regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal e institui normas para licitações e contratos da administração pública. Segundo Xavier (2014), o coordenador geral de cadastro e licitação do DNIT afirmou que a legislação atual é muito formalista, tendo como consequência para a população o atraso na entrega do produto/serviço. Defende, ainda, que é necessário inovar no campo jurídico por meio da revisão do texto legal vigente. Afirmou, também, que a inovação seria necessária para que melhores práticas sejam incorporadas à administração pública, proporcionando, a ela, maior agilidade, além de simplificar o processo de licitação pública. 9 Silveira e Garcez (2002) defendem que um dos principais entraves na modernização da gestão é a carência de sistemas e métodos adequados empregados na consolidação de informações gerenciais. É necessário um esforço focado na capacitação, no fortalecimento institucional e na informatização. Segundo Rezende (2007), existem várias classificações para os sistemas de informação. Eles podem ser gerenciais, estratégicos, de manutenção ou adaptação, de desenvolvimento e aquisição. O sucesso desses sistemas depende do capital intelectual dos funcionários envolvidos e representará o fator determinante da qualidade dos serviços prestados pelo Estado. O planejamento da informação, conhecimento e informática pela administração pública também pode ser chamado de Planejamento Estratégico da Tecnologia da Informação (PETI). Sua viabilização depende das informações coletadas, do emprego da tecnologia adequada e do comprometimento da mão-de-obra. Esse planejamento deve ser integrado e alinhado com os planejamentos estratégico, plurianual e plano diretor, pois são esses elementos que irão auxiliar o gestor público na tomada de decisões. Conforme Rezende (2007), o desenvolvimento de sistemas de informação focados na Gestão Pública resulta na obtenção de qualidade, de produtividade e de inteligência organizacional. 2.4 ALGUMAS FERRAMENTAS DE GESTÃO Ferramentas de gestão representam recursos estratégicos que balizam as decisões dos gestores e impactam diretamentena qualidade e agilidade da gestão. Citaremos algumas dessas ferramentas, são elas: a técnica de gestão conhecida como Nova Gestão Pública (NGP); gestão de projetos; a internet e os sistemas informatizados capazes de consolidar informações gerenciais (podemos citar o SAP – software específico para gestão do setor público, ou o software IPM), dentre outros. 2.5 A UTILIZAÇÃO DE FERRAMENTAS FOCADAS NA MELHORIA DA GESTÃO PÚBLICA NO BRASIL 10 A fim de que a Gestão Pública brasileira evolua e se aprimore constantemente propomos a ampliação da utilização da Open Government Partnership – OGP, da internet e do orçamento participativo. O investimento maciço em sistemas informatizados capazes de consolidar informações gerenciais, ferramentas de gestão e qualificação e a modernização e motivação da mão de obra estatal é fundamental. 2.6 CONSIDERAÇÕES FINAIS Os desafios da gestão pública concentram-se prioritariamente em investimento em: ferramentas de gestão, em tecnologia da informação, na mão de obra estatal e na revisão/atualização dos textos legais. Dentre as perspectivas da Gestão Pública Brasileira está: o alinhamento com as tendências internacionais (OGP); o aprimoramento dos serviços oferecidos à população (NGP orçamento participativo); a adoção de novas técnicas (OGP) e novas técnicas de gestão (NGP/Gestão de Projetos/Tecnologia da Informação). Baseando-se no posicionamento atual do governo, a tendência é que a Gestão Pública se torne mais ágil, eficiente e transparente. A análise do desenvolvimento da gestão nos proporciona compreender as dificuldades a serem superadas no presente e projetar o que queremos construir para o futuro. Os desafios enfrentados pela gestão brasileira concentram-se em motivar/ qualificar a mão-de-obra estatal. Tal fato será o fator determinante da qualidade, agilidade e excelência do serviço prestado e dados coletados. Assim, os alocados na esfera moral devem ser saneados através da revisão/adequação dos textos legais à realidade do século XXI, os que dizem respeito a agilidade da máquina estatal propõem uma revisão da lei que rege os processos licitatórios e é pertinente que sejam feitos investimentos em ferramentas gerenciais. Tais ferramentas proporcionarão ao gestor público a consolidação de informações, o controle dos processos em andamento e agilidade no gerenciamento das informações da máquina pública proporcionando o desenvolvimento de políticas públicas que atendam as expectativas da sociedade. 11 Para que tal empreitada tenha sucesso sugere-se a utilização das seguintes ferramentas de gestão: NGP; gestão de projetos; internet e sistemas informatizados capazes de consolidar informações gerenciais (TI). A melhoria da gestão pública no Brasil está atrelada a diversos fatores tais como à ampliação das ouvidorias, à capacitação da mão-de-obra, à ampliação da OGP, ao investimento em ferramentas gerenciais acima citadas e à vontade política. 3. TEORIA GERAL DO ESTADO Na idade média, diversos autores, assim como Santo Agostinho E Santo Tomás de Aquino produziram estudos sobre o Estado, mas foi no século XVI que Maquiavel, em sua obra “O Príncipe” lançou l os fundamentos da política como arte de governar os Estados, depois vieram autores como Hobbes, Locke, Montesquieu e Rousseau, sustentando a existência do poder político na própria natureza humana. Finalmente, no século XIX é que se desenvolveu, especialmente na Alemanha, um trabalho de sistematização da ciência politica defendido por Georg Jellinek, a quem se deve a criação de uma TGE, como disciplina autônoma, tendo por objeto o conhecimento do Estado. 3.1 INTRODUÇÃO O Direito Constitucional tem por objetivo um estado determinado, o estudo da organização de um Estado como fato histórico, singular, concreto. Demos à Ciência política a destinação que melhor lhe cabe de Teoria Geral do Estado e assentemos que seu objetivo é o estudo do Estado em geral, do Estado como fato social, que se repete uniformemente, quanto a natureza intrínseca, no tempo e no espaço, é a ciência que investiga e expõe princípios fundamentais da sociedade política denominada Estado, sua origem, estrutura, formas e finalidades. Comumente se denomina política à orientação específica do Estado em determinado assunto: política econômica, política educacional, etc. por isso, sempre 12 que se tenha por objeto o estudo do estado, se deve dizer Ciência Política, para eliminar confusões. A Teoria Geral do Estado tem sido tratada e ensinada sob dois pontos de vista distintos. Para alguns, a preocupação do aspecto jurídico predomina; para outros, prevalece a orientação sociológica e política. Se a análise jurídica da organização de Estado é necessária, não é menos necessário conhecer o aspecto social e político, como nascem e evoluem as diversas instituições, qual a influência das ideias e sentimentos, através da história, sobre essa construção há um tempo delicada e poderosa que é o Estado. O método da Teoria Geral do Estado tem de ser complexo. Ao lado dos processos lógicos empregados pela ciência jurídica, terá de usar também os peculiares à Sociologia: a observação, a indução e a generalização. Sem exageros, em silogismos que levam aos sofismas. 3.2 ORIGEM DA SOCIEDADE-ORIGEM NATURAL DA SOCIEDADE O antecedente mais remoto da afirmação de que o homem é um ser social por natureza encontra-se no séc. IV a.C, em Aristóteles. Para este só o indivíduo de natureza vil ou superior ao homem, viveria isolado. Nesta mesma ordem de ideias, temos inúmeros autores medievais como São Tomás de Aquino, os quais entendem que o homem é, por natureza, animal social e político e precisa viver em multidão. Autores modernos se filiam a essa mesma corrente e entendem que o homem é induzido fundamentalmente por uma necessidade natural, porque o associar-se com outros é condição essencial de vida, pois só desta maneira poderá conseguir satisfazer suas necessidades. Assim, para os autores que defendem essa teoria a sociedade é produto da conjugação de um simples impulso associativo natural e da cooperação da vontade humana. Opõe-se a esse pensamento o Contratualismo. Os contratualistas entendem que a sociedade é somente o produto de um acordo de vontades, um contrato 13 hipotético celebrado pelos homens. A esse respeito predomina a aceitação no sentido de compreender ser a sociedade resultante de uma necessidade natural do homem, sem excluir a participação da vontade humana. 3.3 ELEMENTOS CARACTERÍSTICOS DA SOCIEDADE Como observado pelos contratualistas, a sociedade é fruto da vontade humana. Os naturalistas, por outro lado, defendem que a sociedade decorre da natureza humana. É comum, um grupo de pessoas se reunirem em determinados lugares em função de objetos comuns. Tal reunião, no entanto, ainda que numerosa e motivada por interesses relevantes para o grupo não se pode dizer tenha se constituído uma sociedade. Surge daí, então, a pergunta que se busca responder quanto ao que é necessário para que um grupo humano possa ser considerado como sociedade. Dallari Argúi que em toda sociedade existe: a) Uma finalidade ou valor social; b) Manifestações de conjunto ordenadas c) O poder social. A maioria dos autores reconhece a necessidade do poder. Na verdade, o poder sempre existiu, apenas mudou de forma com o passar do tempo. Se nos primórdios se confundiam com a ideia de força, após uma evolução, percebe-se que o poder se utiliza da força, mas não se confunde com esta. Assim o poder e o direito devem ser vistos como fenômenos concomitantes. O poder deve ser uma encarnação do próprio grupo, resumindo suas aspirações. A coletividade deve manifestar seu consentimento, pois assim o poder será considerado legítimo. Quanto ao poder social, há autores e teorias que negam a necessidade do poder social, são os chamados “anarquistas”. Por uma série de circunstâncias, entre as quais o excessivo apelo à violência, o anarquismo foi perdendo adeptos ao longo do tempo.14 Mas, a maioria dos autores reconhece a necessidade do poder. Na verdade, o poder sempre existiu, apenas mudou de forma com o passar do tempo. Se nos primórdios se confundia com a ideia de força, após uma evolução, percebe-se que o poder se utiliza da força, mas não se confunde com esta. Assim o poder e o direito devem ser vistos como fenômenos concomitantes. O poder deve ser uma encarnação do próprio grupo, resumindo suas aspirações. A coletividade deve manifestar seu consentimento, pois assim o poder será legítimo. 3.4 AS SOCIEDADES POLITICAS -SOCIEDADES DE FINS POLITICOS De acordo com sua finalidade, podemos distinguir duas espécies de sociedades: a) Sociedades de fins particulares têm finalidade definida, voluntariamente escolhida por seus membros. b) Sociedade de fins gerais- objetiva criar as condições necessárias para que os indivíduos e as demais sociedades que nela se integram consigam atingir os seus fins particulares. As sociedades de fins gerais são as chamadas sociedades políticas. Visam criar condições para a consecução dos fins particulares de seus membros, ocupam-se da totalidade das ações humanas, coordenando-as em função de um bem comum. Entre estas, as que atingem um círculo menor de pessoas é a família. Mas, a sociedade política de maior importância é o Estado. 3.5 TEORIA DA ORIGEM VIOLENTA DO ESTADO (OU TEORIA DA FORÇA COMO PREFERE SAHID MALUF) São contemporâneas das teorias contratualistas. Seus autores vêem na sociedade política o produto da luta pela vida, nos governantes a sobrevivência dos mais fortes. Glumplowiscz e Oppenheimer desenvolveram amplos estudos a respeito das primitivas organizações sociais, concluindo que foram elas resultantes das lutas 15 travadas entre os indivíduos, sendo o poder público uma instituição que surgiu com a finalidade regular a dominação dos vencedores e a submissão dos vencidos. Os marxistas, principalmente Engels, apontam a luta de classes para explicar o fenômeno. Apontam o Estado como a classe dominante, economicamente mais poderosa, que assim adquire novos meios para explorar os mais fracos Outro grupo é o dos chamados “cínicos” (Miguel Elias). É correto afirmar que a guerra e a dominação de povos vencidos é um dos modos de formação de novos Estados. Não é, porém, a origem do Estado. O erro está no fato de quando um grupo domina outro, organiza uma nova ordem política, mas o Estado já existia. Cria um novo Estado. Para os autores, a obra de Charles Darwin sobre a evolução das espécies sustenta a teoria da força. 4- A IMPORTÂNCIA DAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS NAS EMPRESAS O conceito de relacionamento interpessoal se dá pela interação entre duas ou mais pessoas. A todo momento estamos interagindo, seja em casa, na comunidade, no ambiente social e principalmente no ambiente de trabalho. Mas na verdade nos relacionamos com as pessoas de forma automática. Nos acostumamos em agir e nos expressar de determinada forma, como uma marca registrada. Marca baseada no que somos e no que aprendemos na prática desta interação. 4.1 FATORES DETERMINANTES DAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS Na relação interpessoal, o que define o tipo de interação que se estabelece entre as pessoas é o fator personalidade. Ou seja, a partir das características individuais de cada pessoa, é determinada a forma como ela se relaciona com o outro. Mas cada um de nós tem uma personalidade diferente. Com um determinado nível cultural, valores morais e éticos, pensamentos e objetivos diferentes. Somos educados de acordo com o ambiente em que estamos inseridos e com a perspectiva do que buscamos como meta de vida. 16 Você deve estar refletindo sobre como é difícil relacionar-se o tempo todo com pessoas diferentes e perfis divergentes do nosso. A resposta é que realmente é muito complicado, um desafio constante que necessita de aprimoramento e aprendizado contínuo. Faz parte do mundo moderno a necessidade de melhorar a qualidade das relações em qualquer âmbito, seja ele familiar, social ou corporativo. Evoluir é uma premissa básica para atingir seus objetivos com sucesso. 4.2 O RELACIONAMENTO INTERPESSOAL NO AMBIENTE DE TRABALHO É a forma como as pessoas se relacionam e interagem dentro de um grupo ou de um ambiente micro ou macro. Estamos constantemente nos relacionando e interagindo a todo momento, em qualquer lugar. Trocamos informações, experiências e percepções, sem nos dar conta das informações e mensagens subliminares que estamos passando. Cada pessoa tem uma personalidade, um modo de ser e agir, este modo é o que determina o tipo de relação que temos com os demais. No ambiente corporativo na relação interpessoal no trabalho, ou seja, a interação entre as pessoas e equipes, constitui fator chave para alinhamento entre a estratégia da empresa e a operacionalização de toda a engrenagem operacional organizacional. Mas este fator pode influenciar todos os processos. As empresas são formadas por um conjunto de pessoas, que necessitam relacionarem-se entre si para que tudo funcione bem. Por isso, a área de Recursos humanos é tão importante dentro das organizações, porque é necessário gerenciar as relações para que as pessoas estejam alinhadas aos objetivos. Embora o ambiente organizacional seja mais formal, regrado e mais complexo do que outros, como o ambiente familiar por exemplo, sempre surgem conflitos gerados pelas interações entre pessoas e equipes, estas dificuldades podem partir do gestor para seu colaborador, de colega para colega, ou entre áreas. Quanto maior a empresa, maior o desafio de integrar pessoas, equipes e departamentos inteiros. A dificuldade em manter relações saudáveis é um desafio cada vez maior nas organizações, pois cada pessoa interage conforme suas tendências 17 comportamentais e individuais, dentro de um universo maior que é composto por pessoas que são diferentes entre si em vários aspectos e níveis de conhecimento. 4.3 OS PRINCIPAIS PROBLEMAS DE RELACIONAMENTO INTERPESSOAL NAS EMPRESAS Os problemas mais comuns são dificuldades de comunicação, falta de afinidade com relação a valores morais e éticos, dificuldade de respeito às regras básicas de disciplina, competição por ambição de promoção e poder. Vamos entender um pouco mais a respeito destes itens: ● Problemas de comunicação: Este fator se refere a forma como são transmitidas as mensagens de uma pessoa para outra. Muitos conflitos ocorrem por conta da dificuldade das pessoas em se comunicarem de forma clara e objetiva. Isso acontece por diversos motivos: falta de conhecimento específico, falta de direcionamento, por problemas comportamentais, falta de afinidade com o interlocutor, uma série de fatores isolados que atrapalham a comunicação que por fim afetam toda tarefa que deve ser feita. ● Problemas de comportamento: Algumas características pessoais podem interferir de forma significativa nas relações. As atitudes negativas habituais que se repetem sem perspectiva de mudança e erros recorrentes, um bom exemplo é quando a empresa contrata um profissional ou estagiário que tem uma excelente formação, tem a competência técnica exigida para aquela determinada função, e com o passar do tempo a pessoa passa a ter problemas de relacionamento por conta de características comportamentais oriundas da sua própria personalidade ou imaturidade emocional. 4.4 FATORES QUE AFETAM O DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL: ● Falta de objetivo pessoal A pessoa não tem projetos, desanima ao primeiro obstáculo, não exercita a criatividade, não busca soluções, trabalha com algo que não gosta e não faz nada 18 para tentar mudar. Vive frustrada, espera que as pessoas lhe tragam soluções. Passividade e acomodação fazem parte deste perfil. ● Dificuldade em estabelecer prioridades Não consegue administrar seu tempo de forma produtiva, procrastinação, se propõe a fazer muito mais do que consegue e não dá conta, ou não faz nada por não saber por onde começar pelo acúmulo. Normalmente, apresenta essa dificuldade tantono âmbito profissional quanto no familiar e social. Precisa ser direcionado por alguém, normalmente a pessoa não consegue realizar as tarefas solicitadas no tempo hábil, aqui entra também a dificuldade de organização ou de negociação de prioridade e urgências, um reflexo da dificuldade de comunicação. Segundo uma teoria chamada Human Dynamics, de Sandra Seagal e David Home, as personalidades são subdivididas em grandes grupos. Demonstrando um padrão na questão do seu funcionamento, ou seja, mostra que existem tipos padronizados de funcionamento mental, percepção e processamento de informações, em outras palavras, um tipo de pessoa capta informações e processa de um jeito, e um outro tipo de outro. Sugerindo que muitos dos problemas de comunicação se dão por esta diferença de percepção, como se cada perfil de personalidade tivesse um jeito próprio de compreender as situações. ● Dificuldade em ouvir A pessoa não consegue lidar com críticas ou com posições contrárias às suas. Mesmo que seja a respeito do seu trabalho, desmotiva-se por qualquer coisa ou adversidade. Muitas vezes pode ouvir, mas não compreende e não pergunta, ou por falta de interesse ou por uma dificuldade em aceitar o que é dito. Exemplo: O Gerente pede uma tarefa urgente e a pessoa fica aflita porque está fazendo outra coisa e terá que parar. No momento em que a tarefa é solicitada, 19 a pessoa se desconcentra por conta da contrariedade e não consegue fazer a nova tarefa, porque não prestou atenção às orientações, já que esta ordem gerou uma frustração. ● Falta de Inteligência emocional Hoje é muito divulgado o conceito de inteligência emocional criado e amplamente divulgado pelo Psicólogo e PHD de Harvard, Daniel Goleman. Ele defende que é preciso ter controle das emoções para que haja o desenvolvimento da inteligência. Segundo ele, o cérebro possui áreas que são maleáveis, passíveis de serem trabalhadas e lapidadas a fim de provocar mudanças de comportamento e até de temperamento. Partindo desta premissa, podemos mudar a forma de pensar e agir, criar novos hábitos e comportamentos a partir da identificação dos próprios sentimentos e emoções. O nosso sucesso ou insucesso depende da forma como administramos esses cinco fatores: ● Autoconhecimento emocional; ● Automotivação; ● Controle emocional (conhecendo nossas limitações e bloqueios); ● Reconhecimento das emoções de outras pessoas (empatia); ● Relacionamento interpessoal (desenvolver as competências sociais). Segundo Serge Moscovici, um Psicólogo Social que se erradicou na França, a interação na empresa ocorre em dois níveis. O primeiro é a tarefa que ela executa individualmente e em grupos, e que podemos observar. O segundo nível é socioemocional que está diretamente relacionado com as sensações e sentimentos gerados pela convivência diária. Mas esses dois níveis estão interligados. Se os sentimentos são positivos, a produtividade é satisfatória com relação a tarefa designada, mas caso o clima emocional não seja bom ou satisfatório, a tarefa tende a sofrer os efeitos despertando emoções negativas como; desagrado, aversão, antipatia, irritação etc. 20 Resumindo em poucas palavras, se os relacionamentos interpessoais são construtivos, colaborativos ou permeados por laços de amizade ou afeto, é possível uma boa interação e coesão grupal, mas caso haja um clima desfavorável no nível emocional, toda a integração é comprometida e consequentemente a produtividade. Não basta ter competência técnica, é preciso ter competência emocional. 5. COMO AS EMPRESAS AVALIAM OS CANDIDATOS NA QUESTÃO COMPORTAMENTAL 5.1 FERRAMENTAS DE AVALIAÇÃO Não é à toa que as empresas estão sempre buscando ferramentas e testes para verificar o perfil dos candidatos. O que elas procuram vai além das competências técnicas, é sobre perfil comportamental. Através deste perfil, podemos entender a maneira que executam seu trabalho e se relacionam com as equipes. Por isso, investem em técnicas que auxiliam no processo seletivo. O candidato na maioria das vezes não revela seus pontos fracos e não possui autoconhecimento suficiente para isso. Os testes de personalidade são muito procurados por fornecerem dados que não podem ser observados só pela entrevista. Uma das ferramentas muito utilizadas atualmente pelo seu alto grau de acerto, é a Grafologia, que estuda a personalidade da pessoa através da escrita. Identificando seus pontos fracos, dificuldades e limitações e principalmente suas características comportamentais. Diferentemente do que a pessoa relata na entrevista e diz o que o entrevistador quer ouvir e precisa, a grafia mostra o aspecto oculto e negativo que precisa ser avaliado. Os consultores de RH que trabalham com Recrutamento e Seleção afirmam que as empresas não querem somente a competência técnica, porque a técnica pode ser aprendida, mas sim querem pessoas que possam se relacionar de forma saudável e colaborativa nas equipes. Ou seja, que possuam habilidade comportamental para agregar valor ao trabalho e aos objetivos traçados. 21 5.2 DICAS PARA DESENVOLVER UM BOM RELACIONAMENTO INTERPESSOAL As principais características a serem desenvolvidas são: ● Autoconhecimento: Autoconhecimento é buscar sempre ferramentas ou caminhos que levem a descoberta de si mesmo. Entender como você se sente, e como se relaciona com as pessoas e com o mundo. A partir deste conhecimento pode buscar soluções, como cursos comportamentais, cursos online, materiais de auto ajuda, terapias etc… ● Proatividade: O conceito de proatividade se refere a iniciativa em aprender. Proatividade implica buscar soluções, se antecipar aos problemas, dar sugestões, procurar sempre fazer melhor do que antes. Esta habilidade é o oposto da acomodação. É o oposto da passividade, daquela pessoa que faz só o trabalho “necessário” e acha que fez muito. A pessoa proativa não espera o gestor pedir algo, ela surpreende, coopera, faz mais do que é esperado. ● Ética: Este tema fundamental vem sendo muito discutido hoje, principalmente no âmbito econômico e político do nosso país. Temos como referência nesta área os educadores, palestrantes e professores, Mário Sérgio Cortella e Clóvis de Barros Filho. Eles defendem a ética nas relações. Cortella diz: é necessário cuidar da ética para não anestesiarmos nossa consciência e começarmos a achar que tudo é “normal”. A ética nas relações de trabalho é fundamental para criar relacionamentos transparentes e produtivos. Ela é pautada no respeito acima de tudo. Um profissional ético não denigre a imagem de um colega perante o chefe. Não faz sabotagem com o trabalho do outro. Não diz que fez um trabalho que o outro fez, para ficar com o elogio. Ser ético é estar em um nível superior de consciência. A ética deriva da moral e dos princípios que entendemos como certos e errados. Ela tem relação direta com o nosso caráter. Um colega mal intencionado e sem ética 22 cria situações conflitantes, insinua e provoca. A ética é um reflexo dos valores aprendidos e praticados. As empresas vêm investindo cada vez mais em treinamentos comportamentais, em cursos presenciais, Curso de Relações Interpessoais, e Relacionamento interpessoal no trabalho. Abordando de forma mais específica a importância de criar um bom relacionamento e integração nas equipes, visando maior produtividade. A mensagem que precisa ser entendida, é que sem desenvolvimento comportamental não é possível alcançar objetivos profissionais tão almejados. O aprendizado constante é fator chave para o sucesso. Esteja sempre atento aos cursos de aprimoramento e perceba o diferencial de cada um deles na sua formação e desenvolvimento profissional. 6- RELAÇÕES INTERPESSOAIS E EFICÁCIA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: UM ESTUDO DE CASO EM RIBEIRÃO PRETO/SP Uma sociedade na qual as relações interpessoais são desgastadas e conflituosas, tende a privilegiar a comunicação por meio de redes sociais, inibindo sentimentos, o que se reflete nas organizações, quedeixam de ter conversas diretas para apresentar conversas subliminares. Os relacionamentos interpessoais são relevantes pois, numa empresa ou numa organização pública, as pessoas que compõem este corpo coletivo não se resumem a um simples grupo, mas se trata de uma equipe, na qual cada um deve se responsabilizar pelo crescimento dos demais e o apelo pela eficiência individual subtrai a eficácia da equipe. O incentivo à eficiência é importante, porém, não deve se restringir a um único participante e sim por toda a equipe. Quando uma instituição nasce, sendo ela pública ou privada, a primeira questão que vem à mente de seus fundadores é o objetivo que aquela organização terá que alcançar. Deste modo, cada colaborador dessa organização deve vestir a camisa da empresa ou órgão, fazendo com que o seu nome e o objetivo estejam entrelaçados com os que estão empregados nela. A perda de identidade da instituição privada ou pública se acarreta devido ao seus acertos e erros dentro da sociedade que ela se estabelece, onde esta participa 23 direta e indiretamente dos resultados ocorrentes dentro desta organização, sejam eles positivos como geração de emprego e circulação de riqueza (instituição privada), no acesso às políticas públicas de qualidade (instituição pública), ou negativos, como externalidades negativas socioambientais (instituição privada) e serviços públicos ineficientes (instituição pública). Conseguinte, estabelecer suas metas de modo que saibam utilizar seus recursos e ferramentas em prol da sociedade e não contra ela. Dessa forma, o principal objetivo da pesquisa é analisar a eficácia das relações interpessoais no setor público de Ribeirão Preto, para identificar o nível de relacionamento existente entre os membros deste ente federativo. Assim, a questão que norteia o presente estudo é assim enunciada: quais as características do relacionamento interpessoal entre os integrantes do serviço público municipal de Ribeirão Preto? Tal estudo é relevante, na medida em que seus resultados podem colaborar para melhorar a gestão pública municipal e auxiliar na implementação de serviços públicos e políticas públicas com maior eficiência. 6.1 MATERIAL E MÉTODOS Trata-se de pesquisa exploratória-descritiva, em face de haver literatura que trate de relacionamento interpessoal em organizações de variados portes, mas se constatou que não há investigação feita acerca do tema em Ribeirão Preto. A abordagem é de natureza qualitativa,que utilizou, inicialmente, a pesquisa bibliográfica para fazer um levantamento de artigos e obras que tenham examinado a influência de relações interpessoais no ambiente de trabalho, considerando variáveis organizacionais, emocionais e motivacionais, permitindo um aprofundamento do tema. Os dados foram coletados na Secretaria de Administração do município se referem ao período de 2016 até o ano de 2020, limitados aos servidores e empregados públicos de Ribeirão Preto, lotados nesta Secretaria. 24 Ribeirão Preto faz parte da região nordeste do Estado de São Paulo, pertence à Mesorregião e Microrregião de Ribeirão Preto possuindo população total estimada de 720.116 pessoas, área territorial de 650,916 km² e a economia é baseada principalmente em serviços e agronegócio. Para alcançar o objetivo da pesquisa foi necessário compreender alguns conceitos acerca dos relacionamentos interpessoais e suas implicações no ambiente de trabalho no setor público. Isto porque a relação do indivíduo em grupo vai muito além dos limites das organizações, vida pessoal e privada estabelece laço e força entre os indivíduos, havendo uma competição em busca de um objetivo. Decorrente deste fato, a falta de participação e interesse da sociedade em conhecer mais do seu trabalho, da sua cidade, ou de seu país pode ocasionar fracassos pessoais, profissionais e decisões ineficientes em políticas e/ou programas públicos gerando um déficit, que as torna incapazes para que alcance os objetivos e metas propostas. A competência técnica e as características pessoais são atributos básicos que contribuem para o rendimento profissional, da mesma forma que o comportamento e as atitudes demonstradas diante das ações de superiores, opiniões de subordinados ou de pessoas do mesmo convívio. O mal-estar no ambiente de trabalho, com relatos de constrangimentos, abusos e assédios, agressões verbais aplicadas como maneira de punir e corrigir, tem o condão de gerar problemas, como baixa autoestima e insegurança. A não participação do ser humano em meios que encorajem e permitam o crescimento pessoal e profissional pode se constituir em uma espécie de violência, desacreditando sua capacidade e potencial. A organização deve conter e compreender a melhor forma com que a dinâmica das relações interpessoais e intergrupais se estabelecem, havendo ocasionalmente dentro de seus membros da organização a busca por um objetivo comum. As habilidades que compõem relacionamentos interpessoais, no momento da construção de um projeto são a liderança, comprometimento, motivação, autocontrole, assertividade, descontração, abertura, criatividade, orientação para o alcance de resultados, eficiência, aconselhamento, negociação, conflitos e crises, 25 confiabilidade, valores e ética - essenciais para a construção de equipes, liderança e resolução de conflitos. A responsabilidade de uma empresa não está somente nos ombros de investidores e acionistas pois essa responsabilidade se estende para a sociedade em geral, assim podendo identificar as relações entre as medidas organizacionais e o próprio desempenho social em suas escolhas e modelo para a tomada de decisão, como ocorre com externalidades positivas. Para que uma organização assegure seus lucros, ela precisa estar atenta às estratégias na qual ela está estabelecida, estratégias fortalecidas são a base para a sobrevivência de um mercado. Ressalvadas as devidas distinções, este raciocínio pode ser aplicado ao setor público, em que o Estado deve estar atento ao seu meio, para buscar o máximo de resultados positivos em sua atuação por meio de serviços públicos, com o mínimo de dispêndio de recursos orçamentários. Por isso, serão medidas algumas das habilidades mencionadas, por meio da análise dos dados obtidos, para identificar em que situação está a Secretaria de Administração de Ribeirão Preto e discutir os resultados. 6.2 RESULTADOS E DISCUSSÃO Por se tratar de pesquisa em desenvolvimento, nem todos os dados foram coletados e sistematizados. Ao mesmo tempo, o fato de ter focado apenas na Secretaria de Administração municipal permitiu constatar algumas situações. 1. Parte dos servidores são temporários, que geralmente são trocados conforme as eleições para o Chefe do Executivo Municipal; 2. Não é comum haver cursos de aperfeiçoamento, apesar de existirem alguns; Desta forma, ainda que em nível preliminar, é possível constatar que é importante estimular a realização de concursos públicos, para que os servidores possam se especializar em sua atividade profissional, bem como é importante aumentar as oportunidades de capacitação para ampliar a produtividade. No que tange ao relacionamento entre os servidores foi possível notar que havia comprometimento e tendência à resolução de conflitos, evidenciando o potencial de 26 ampliar os resultados, desde que haja foco da equipe. Não foram encontrados problemas relacionados a assédio ou constrangimento, o que é positivo. 7- CONCLUSÃO Assim, é necessário considerar que se trata de pesquisa em desenvolvimento, o que implica no reconhecimento de suas limitações, da mesma forma que o estudo inicial se restringiu a uma única Secretaria Municipal, não sendo possível generalizar os resultados às demais. Logo, o estudo foi relevante com potencial de colaborar para melhorar a gestão pública municipal e auxiliar na implementação de serviços públicos e políticas públicas com maior eficiência. 27 REFERÊNCIAS BORDIN, L. B. Brasil começa a aderirao formato digital de orçamento participativo. Vida Pública. 2014. 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