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ARA0192 – Ciência Política e Teoria do Estado
Prof. Joaquim Neto – Aulas 01 a 16
ARA0192 - Ciência Política e Teoria do Estado
Semana 1: Tema ­ 1. FORMAÇÃO DO ESTADO NAÇÃO
ARA0192 - Ciência Política e Teoria do Estado
Semana 1: Tema ­ 1. FORMAÇÃO DO ESTADO NAÇÃO
ARA0192 - Ciência Política e Teoria do Estado
Semana 1: Tema ­ 1. FORMAÇÃO DO ESTADO NAÇÃO
CARGA HORÁRIA: 3 horas-aulas teóricas presenciais + 1 hora-aula digital
EMENTA: Formação do Estado- nação. Estruturas políticas do Estado moderno. Ideologias políticas e seus reflexos no Estado moderno. Comunicação e política. Justiça e sociedade: impactos humanos. Crise do capitalismo e sua reinvenção no século XXI. 
Objetivos:
Debater a evolução do Estado moderno, reconstruindo-o como um processo consequente da modernização social, para testá-lo enquanto técnica de gestão social.
Avaliar as configurações políticas, históricas e atuais, utilizando as teorias e pesquisas políticas, para uma apropriação analítica e crítica da cidadania
ARA0192 - Ciência Política e Teoria do Estado
Semana 1: Tema ­ 1. FORMAÇÃO DO ESTADO NAÇÃO
Mapear as ideologias políticas, compreendendo sua influência na estrutura do Estado moderno, para examinar suas soluções e resultados para o bem-estar da sociedade. 
Propor soluções aos desafios políticos atuais, considerando, sobretudo, os povos tradicionais, indígenas, a cultura afro-brasileira e as relações étnico-raciais, para a formação de uma sociedade justa, plural, inclusiva e igualitária.
Desenvolver novas formas de organização política, respondendo aos desafios da expansão do capitalismo global, transformação digital e emergência climática, ampliando a proteção dos indivíduos precarizados.
ARA0192 - Ciência Política e Teoria do Estado
Semana 1: Tema ­ 1. FORMAÇÃO DO ESTADO NAÇÃO
A disciplina adotará o modelo de sala de aula invertida e aprendizagem baseada em problemas. O processo de ensino-aprendizagem iniciará por meio de uma preleção, que terá como base uma situação problema previamente definida pelo professor.  Serão utilizados como estratégias: exposição e discussão de filmes e documentários, estudos de casos que subsidiarão a análise de problemas, debates estruturados, fóruns de discussão, brainstormings, jogos e ferramentas digitais que tornarão o aluno protagonista de seu aprendizado.  Ao final da aula, será aplicada uma atividade verificadora da aprendizagem que poderá ocorrer, também, por meio da Sala de Aula Virtual de Aprendizagem. O modelo de aprendizagem prevê a realização da Atividade Autônoma Aura ­ AAA: duas questões elaboradas para avaliar se os objetivos estabelecidos, em cada plano de aula, foram alcançados pelos alunos.  A Atividade Autônoma Aura ­ AAA tem natureza diagnóstica e formativa, suas questões são fundamentadas em uma situação­problema, estudada previamente, e cuja resolução permite aferir o aprendizado do(s) tema/tópicos discutidos na aula. 
ARA0192 - Ciência Política e Teoria do Estado
Semana 1: Tema ­ 1. FORMAÇÃO DO ESTADO NAÇÃO
Temas de aprendizagem:
1. FORMAÇÃO DO ESTADO NAÇÃO
1.1 ESTADO: A QUESTÃO FUNDAMENTAL NO PENSAMENTO POLÍTICO MODERNO
1.2 ESTADOS NACIONAIS E NACIONALISMO COMO IDEOLOGIA POLÍTICA DA MODERNIDADE
1.3 REVOLUÇÕES SOCIAIS QUE CONFRONTARAM A ESTRUTURA DO ESTADO-NAÇÃO
2. ESTRUTURAS POLÍTICAS DO ESTADO-MODERNO
2.1 O SURGIMENTO DOS PRINCÍPIOS POLÍTICOS DA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA
2.2 ESTADO MODERNO: A TRANSIÇÃO DO ABSOLUTISMO AO ESTADO LIBERAL, ASCENSÃO E CONSOLIDAÇÃO DA BURGUESIA NO PODER
2.3 PODERES DO ESTADO (EXECUTIVO, LEGISLATIVO E JUDICIÁRIO): CAPACIDADES ESPECÍFICAS E MECANISMOS DE INDEPENDÊNCIA
ARA0192 - Ciência Política e Teoria do Estado
Semana 1: Tema ­ 1. FORMAÇÃO DO ESTADO NAÇÃO
3. IDEOLOGIAS POLÍTICAS E SEUS REFLEXOS NO ESTADO
3.1 A IDEOLOGIA CONSERVADORA E SEU SURGIMENTO NA CONJUNTURA DA REVOLUÇÃO FRANCESA (1799 - 1899)
3.2 A IDEOLOGIA POLÍTICA LIBERAL COMO UM DESDOBRAMENTO DO PENSAMENTO PROGRESSISTA QUE FUNDOU A MODERNIDADE
3.3 NACIONALISMO E FASCISMO
3.4 O DESENVOLVIMENTO DOS FASCISMOS NA PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XX
4. COMUNICAÇÃO E POLÍTICA (CRÉDITO DIGITAL)
4.1 ORIGENS DA NOÇÃO DE POLÍTICA MODERNA
4.2 GÊNESE DA ESFERA PÚBLICA
4.3 RELAÇÕES ENTRE POLIARQUIA E NOVAS MÍDIAS
ARA0192 - Ciência Política e Teoria do Estado
Semana 1: Tema ­ 1. FORMAÇÃO DO ESTADO NAÇÃO
6. CRISE DO CAPITALISMO E SUA REINVENÇÃO NO SÉCULO XXI
6.1 A DINÂMICA DO MODELO NEOLIBERAL DE ACUMULAÇÃO CAPITALISTA
6.2 O FORTALECIMENTO DOS PROJETOS POLÍTICOS QUE, NO INÍCIO DO SÉCULO XXI, QUESTIONARAM O MODELO NEOLIBERAL DO CAPITALISMO INTERNACIONAL
6.3 O FORTALECIMENTO DE POPULISMOS DE EXTREMA-DIREITA
ARA0192 - Ciência Política e Teoria do Estado
Semana 1: Tema ­ 1. FORMAÇÃO DO ESTADO NAÇÃO
Procedimentos de Avaliação:
Os procedimentos de avaliação contemplarão competências desenvolvidas durante a disciplina nos âmbitos presencial e digital. Indicações para procedimentos e critérios de avaliação:
As avaliações serão presenciais e digitais, alinhadas à carga-horária da disciplina, divididas da seguinte forma: 
Avaliação 1 (AV1), Avaliação 2 (AV2), Avalição Digital (AVD) e Avaliação 3 (AV3): 
ARA0192 - Ciência Política e Teoria do Estado
Semana 1: Tema ­ 1. FORMAÇÃO DO ESTADO NAÇÃO
AV1 - Contemplará os temas abordados na disciplina até a sua realização e será assim composta: 
- Prova individual com valor total de 7 (sete) pontos; 
As atividades acadêmicas avaliativas consistirão na realização de quiz avaliativo sobre os temas 1 e 2, vinculados ao conteúdo digital, cada um com um valor de 1.5 (um ponto e meio), somando, ao final, valor total de 3 (três) pontos. A realização deve ser acompanhada pelo professor da disciplina. 
- A soma de todos os instrumentos que possam vir a compor o grau final da AV1 não poderá ultrapassar o grau máximo de 10 (dez) pontos. 
AV2 - Contemplará todos os temas abordados pela disciplina e será composta por uma prova teórica no formato PNI - Prova Nacional Integrada, que poderá ter os seguintes formatos: 
ARA0192 - Ciência Política e Teoria do Estado
Semana 1: Tema ­ 1. FORMAÇÃO DO ESTADO NAÇÃO
Nas disciplinas que contêm créditos teóricos e digitais: PNI de 0 a 10,0
AVD - Avaliação digital do(s) tema(s) / tópico(s) vinculado(s) ao crédito digital no valor total de 10 (dez) pontos ou AVDs - Avaliação digital do(s) tema(s) / tópico(s) vinculado(s) ao crédito digital no valor total de 10 (dez) pontos. 
AV3 - Contemplará todos os temas abordados pela disciplina. Será composta por uma prova no formato PNI - Prova Nacional Integrada, com total de 10 pontos, substituirá a AV1 ou AV2 e não poderá ser utilizada como prova substituta para a AVD. 
Atingir resultado igual ou superior a 6,0, calculado a partir da média aritmética entre os graus das avaliações presenciais e digitais, sendo consideradas a nota da AVD ou AVDs e apenas as duas maiores notas obtidas dentre as três etapas de avaliação (AV1, AV2 e AV3). A média aritmética obtida será o grau final do aluno na disciplina;
ARA0192 - Ciência Política e Teoria do Estado
Semana 1: Tema ­ 1. FORMAÇÃO DO ESTADO NAÇÃO
Obter grau igual ou superior a 4,0 em, pelo menos, duas das três avaliações presenciais e em uma das avaliações digitais (AVD ou AVDs);
Frequentar, no mínimo, 75% das aulas ministradas.
ARA0192 - Ciência Política e Teoria do Estado
Semana 1: Tema ­ 1. FORMAÇÃO DO ESTADO NAÇÃO
BIBLIOGRAFIA:
MIRANDA, Jorge. Teoria do Estado e da Constituição. Rio de Janeiro: Forense, 2019. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788530982768/cfi/6/8!/4/2/4@0:0.00 
RAMOS, Flamarion Caldeira; MELO, Rúrion; FRATESCHI, Yara. Manual de filosofia política : para os cursos de teoria do Estado e ciência política, filosofia e ciências sociais. 3ª ed. São Paulo: Saraiva Jur, 2018. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788553600878/cfi/0!/4/4@0.00:0.00 
RANIERI, Nina. Teoria do Estado: do Estado de Direito ao Estado Democrático de Direito. 2.ed. Barueri: Manole, 2019. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788520455791/cfi/0!/4/2@100:0.00ARA0192 - Ciência Política e Teoria do Estado
Semana 1: Tema ­ 1. FORMAÇÃO DO ESTADO NAÇÃO
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR:
CUNNINGHAM, Frank. Teorias da Democracia. Porto Alegre: Artmed, 2009. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788536319490/cfi/0!/4/4@0.00:0.00 
GAMBA, João Roberto Gorini. Teoria Geral do Estado e Ciência Política. São Paulo: Atlas, 2019. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597021707/recent 
LOCKE, John. Dois tratados do governo civil. Lisboa: Edições 70, 2015. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9789724422008/cfi/0!/4/4@0.00:0.00 MACKENZIE, Iain. Política: conceitos-chave em filosofia. Porto Alegre: Artmed, 2011. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788536325811/cfi/0!/4/4@0.00:0.00 
MALUF, Sahid. Teoria geral do Estado. 35 ed.. São Paulo: Saraiiva, 2019. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788553610020/cfi/0!/4/4@0.00:0.00 
ARA0192 - Ciência Política e Teoria do Estado
Semana 1: Tema ­ 1. FORMAÇÃO DO ESTADO NAÇÃO
ARA0192 - Ciência Política e Teoria do Estado
Semana 1: Tema ­ 1. FORMAÇÃO DO ESTADO NAÇÃO
ARA0192 - Ciência Política e Teoria do Estado
Semana 1: Tema ­ 1. FORMAÇÃO DO ESTADO NAÇÃO
ARA0192 - Ciência Política e Teoria do Estado
Semana 1: Tema ­ 1. FORMAÇÃO DO ESTADO NAÇÃO
ARA0192 - Ciência Política e Teoria do Estado
Semana 1: Tema ­ 1. FORMAÇÃO DO ESTADO NAÇÃO
Leonardo da Vinci – Homem Vitruviano (1490)
ARA0192 - Ciência Política e Teoria do Estado
Semana 1: Tema ­ 1. FORMAÇÃO DO ESTADO NAÇÃO
Leonardo da Vinci – “A Gioconda” ou Mona Lisa (1503)
ARA0192 - Ciência Política e Teoria do Estado
Semana 1: Tema ­ 1. FORMAÇÃO DO ESTADO NAÇÃO
Escola de Atenas 'Scuola di Atene’ (1509-1510)
ARA0192 - Ciência Política e Teoria do Estado
Semana 1: Tema ­ 1. FORMAÇÃO DO ESTADO NAÇÃO
«A Lição de Anatomia», Rembrandt (1632)
ARA0192 - Ciência Política e Teoria do Estado
Semana 1: Tema ­ 1. FORMAÇÃO DO ESTADO NAÇÃO
ARA0192 - Ciência Política e Teoria do Estado
Semana 1: Tema ­ 1. FORMAÇÃO DO ESTADO NAÇÃO
ARA0192 - Ciência Política e Teoria do Estado
Semana 1: Tema ­ 1. FORMAÇÃO DO ESTADO NAÇÃO
ARA0192 - Ciência Política e Teoria do Estado
Semana 1: Tema ­ 1. FORMAÇÃO DO ESTADO NAÇÃO
ARA0192 - Ciência Política e Teoria do Estado
Semana 1: Tema ­ 1. FORMAÇÃO DO ESTADO NAÇÃO
ARA0192 - Ciência Política e Teoria do Estado
Semana 1: Tema ­ 1. FORMAÇÃO DO ESTADO NAÇÃO
ARA0192 - Ciência Política e Teoria do Estado
Semana 1: Tema ­ 1. FORMAÇÃO DO ESTADO NAÇÃO
ARA0192 - Ciência Política e Teoria do Estado
Semana 1: Tema ­ 1. FORMAÇÃO DO ESTADO NAÇÃO
ARA0192 - Ciência Política e Teoria do Estado
Semana 1: Tema ­ 1. FORMAÇÃO DO ESTADO NAÇÃO
ARA0192 - Ciência Política e Teoria do Estado
Semana 1: Tema ­ 1. FORMAÇÃO DO ESTADO NAÇÃO
ARA0192 - Ciência Política e Teoria do Estado
Semana 1: Tema ­ 1. FORMAÇÃO DO ESTADO NAÇÃO
A política e o poder
O poder é um fenômeno social, pois nasce das relações entre os membros de uma dada sociedade.
O Termo “política” vem de pólis que, em grego, significa cidade. Quem vive na cidade é o cidadão. Logo, pólis significava a cidade organizada por todos aqueles que são cidadãos, isto é, participam com igualdade da organização da cidade.
De acordo com o dicionário Caldas Aulete, a palavra Política significa:
1. Arte e ciência da organização e administração de um Estado, uma sociedade, uma instituição etc.
2. O conjunto de fatos, processos, conceitos, instituições etc. que envolvem e regem a sociedade, o Estado e suas instituições, e o relacionamento entre eles. 
ARA0192 - Ciência Política e Teoria do Estado
Semana 1: Tema ­ 1. FORMAÇÃO DO ESTADO NAÇÃO
O termo “ciência política” surgiu com o pensamento de Nicolau Maquiavel, no século XV/XVI.
Ciência Política é o ramo do conhecimento científico dedicado ao estudo do poder político, o qual concerne ao espaço do Estado, logo, Ciência do Estado. (Darcy Azambuja. Introdução à Ciência Política).
Dallari já entende que Ciência Política se dedica ao estudo fenômeno do poder, e a Teoria do Estado à organização e estruturação do poder político, ou seja, Estado. Ambas têm como objeto, portanto, a problemática do Estado.
ARA0192 - Ciência Política e Teoria do Estado
Semana 1: Tema ­ 1. FORMAÇÃO DO ESTADO NAÇÃO
Assista aos vídeos:
O que é o Estado?
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=P_X1zNTTGww 
Ciência Política
Aula 04: A CONFIGURAÇÃO DO ESTADO MODERNO
- Estado Moderno e sua configuração a partir de Vestefália
- processo histórico que desencadeará na formação do chamado Estado Moderno a partir da Paz de Vestefália.
 
passagem de uma organização política típica da medievalidade para uma formação política típica da modernidade, mais especificamente com o surgimento do Estado Absoluto e a criação do Direito Internacional Público, tal qual é concebido nos dias atuais;
estabelecer o conceito de Estado partir da coexistência dos seus três grandes elementos essenciais (povo, território e soberania una e indivisível).
Ciência Política
Aula 04: A CONFIGURAÇÃO DO ESTADO MODERNO
1 O conceito de povo em uma perspectiva jurídico-política;
2 Distinção conceitual entre povo e população;
3 Conceito de nação.
Ciência Política
Aula 04: A CONFIGURAÇÃO DO ESTADO MODERNO
1 O conceito de povo:
1.1 conceituação quantitativa:
É o elemento humano formador do Estado;
Abrange todas as pessoas que se encontram no território determinado Estado;
1.2 Conceituação qualitativa de povo e suas dimensões política, jurídica e sociológica
1.2.a Nível político: a categoria conceitual de povo diz respeito, essencialmente, ao corpo eleitoral, ou seja, àqueles que possuem o direito de votar e serem votados, conforme pondera Lier Pires Ferreira. Exemplo: artigo 1, p único c/c 14, CF/88.
Ciência Política
Aula 04: A CONFIGURAÇÃO DO ESTADO MODERNO
1.2.b Nível jurídico: o significado de povo assume a figura do cidadão nacional nato ou naturalizado.
Conforme ensina Celso Ribeiro bastos: “o povo está unido ao Estado pelo vínculo jurídico da nacionalidade”.
1.2.c Nível sociológico: povo equivale a nação, isto é, assume uma dimensão histórica e cultural que os níveis político e jurídico não atingem.
Nas lições de Celso Ribeiro Bastos: “agrupamento humano dotado de muitas afinidades linguísticas, culturais, religiosas, étnicas etc”.
A acepção sociológica de povo exige traços e características específicas, pois além do idioma, da terra natal, da submissão à mesma soberania, o elemento nacional (Nação) se configura a partir da historicidade , de uma história comum, da comunhão de interesses e aspirações, identidade moral e uma personalidade coletiva. Nação é o que permite pronunciar o “nós”.
Ciência Política
Aula 04: A CONFIGURAÇÃO DO ESTADO MODERNO
A partir da abordagem qualitativa de povo é possível aproximar e relacionar a sua dimensão cívica, ou seja, como cidadão, já que ser cidadão é participar da vontade soberana do Estado. Como cidadão, povo está dotado da titularidade de direitos civis, políticos e sociais, econômicos e culturais, “enquanto partícipe da ordem constitucional, submetido à jurisdição do Estado constituído a partir de laços socio-histórico-culturais”, de acordo com o prof. Lier Pires Ferreira.
Ciência Política
Aula 04: A CONFIGURAÇÃO DO ESTADO MODERNO
1 O conceito de povo em uma perspectiva jurídico-política;
 
o conjunto de indivíduos que em um dado momento se une para constituir o Estado, estabelecendo um vínculo político-jurídico de caráter permanente denominado nacionalidade”;
atributo que capacita esses indivíduos a se tornarem cidadãos
Ciência Política
Aula 04: A CONFIGURAÇÃO DO ESTADO MODERNO
2 Distinção conceitual entre povo e população:
- Enquanto o povo é formado pelos membros de uma sociedade política ligados pelo vínculo jurídico-político da nacionalidade, o conceito de população projeta o conjunto de pessoas que se encontram na base geográfica de poder do Estado, sem que isso importe necessariamenteligação com a possibilidade de participar da vida política do País
Ciência Política
Aula 04: A CONFIGURAÇÃO DO ESTADO MODERNO
3 Conceito de nação.
Enquanto o POVO é formado pelos membros de uma sociedade política ligados pelo vínculo jurídico-político da NACIONALIDADE, a NAÇÃO representa uma coletividade real que se sente unida pela origem comum, pelos laços linguísticos, culturais ou espirituais, pelos interesses comuns, por ideais e aspirações comuns. Assim, nação pode ser entendida como grupos constituídos por pessoas que, não necessitando ocupar um mesmo espaço físico para compartilhar dos mesmos valores axiológicos e da vontade de comungar um mesmo destino. Do ponto de vista de nossos estudos, pessoas de nacionalidades diversas podem fazer parte de uma mesma nação e pessoas de uma mesma nacionalidade podem ser membros de nações diversas.
Ciência Política
Aula 04: A CONFIGURAÇÃO DO ESTADO MODERNO
3 Conceito de nação.
Enquanto o POVO é formado pelos membros de uma sociedade política ligados pelo vínculo jurídico-político da NACIONALIDADE, a NAÇÃO representa uma coletividade real que se sente unida pela origem comum, pelos laços linguísticos, culturais ou espirituais, pelos interesses comuns, por ideais e aspirações comuns. Assim, nação pode ser entendida como grupos constituídos por pessoas que, não necessitando ocupar um mesmo espaço físico para compartilhar dos mesmos valores axiológicos e da vontade de comungar um mesmo destino. Do ponto de vista de nossos estudos, pessoas de nacionalidades diversas podem fazer parte de uma mesma nação e pessoas de uma mesma nacionalidade podem ser membros de nações diversas.
Ciência Política
Aula 04: A CONFIGURAÇÃO DO ESTADO MODERNO
TÓPICOS DA AULA:
1 A formação do Estado Moderno em oposição ao fragmentado poder da era medieval;
2 O conceito de soberania por Jean Bodin
Legitimidade do poder do Rei de França no contexto de disputa entre o poder temporal e o poder espiritual;
Uma teoria da soberania absoluta do Estado no contexto da Modernidade;
A contribuição dos clássicos contratualistas;
Ciência Política
Aula 04: A CONFIGURAÇÃO DO ESTADO MODERNO
3 Conceito de Soberania:
É uma noção que surge na Antiguidade Clássica com a formação e organização da Pólis Grega, sendo seu conceito extraído da ideia de superioridade da cidade-Estado, por ser dotada de autarquia (poder autossuficiente), na perspectiva de Lier Pires;
Por outro lado, Dallari lembra que não foi um conceito formulado propriamente pelos gregos, pois entre eles não existia a oposição entre o poder do Estado e outros poderes;
A primeira obra teórica a desenvolver o conceito de soberania foi a do francês Jean Bodin, no Livro “Seis livros da República”, no século XVI.
É no final da Idade Média que encontramos o contexto que expressa o conceito de Soberania na supremacia dos monarcas e no processo de afirmação do poder supremo do rei sobre os senhores feudais. Entretanto, sobre ele (monarca) existia o poder do Sumo Pontífice, o Papa. 
Ciência Política
Aula 04: A CONFIGURAÇÃO DO ESTADO MODERNO
3 Conceito de Soberania:
É uma noção que surge na Antiguidade Clássica com a formação e organização da Pólis Grega, sendo seu conceito extraído da ideia de superioridade da cidade-Estado, por ser dotada de autarquia (poder autossuficiente), na perspectiva de Lier Pires;
Por outro lado, Dallari lembra que não foi um conceito formulado propriamente pelos gregos, pois entre eles não existia a oposição entre o poder do Estado e outros poderes;
A primeira obra teórica a desenvolver o conceito de soberania foi a do francês Jean Bodin, no Livro “Seis livros da República”, no século XVI.
É no final da Idade Média que encontramos o contexto que expressa o conceito de Soberania na supremacia dos monarcas e no processo de afirmação do poder supremo do rei sobre os senhores feudais. Entretanto, sobre ele (monarca) existia o poder do Sumo Pontífice, o Papa. 
Ciência Política
Aula 04: A CONFIGURAÇÃO DO ESTADO MODERNO
3 Conceito de Soberania:
Segundo Dallari, Soberania é “o poder de organizar-se juridicamente e de fazer valer dentro de seu território a universalidade de suas decisões nos limites dos fins éticos de convivência”;
Ou seja, designa o poder político no Estado, que o exerce de modo interno e externo. Internamente, indica expressão do seu poder de comando, ou seja, a plenitude da capacidade de direito em relação aos demais poderes dentro do Estado. Sob uma perspectiva externa, a soberania significar o atributo que possui o Estado nacional de não ser submetido às vontades estatais alienígenas (estrangeiras). 
Plano interno: Soberania vs. Autonomia
Plano externo: Soberania vs. Soberania
Ciência Política
Aula 04: A CONFIGURAÇÃO DO ESTADO MODERNO
3.1 Características da Soberania:
UNA: não podem existir duas soberanias num mesmo Estado;
INDIVISÍVEL e INDISSOLÚVEL: não se separa ou fragmenta;
INALIENÁVEL: não é possível cedê-la, sob pena de desaparecer, seja o povo, a nação ou o próprio Estado;
IMPRESCRITÍVEL: é um poder perpétuo, ou seja, não possui prazo de duração.
3.2 Fundamentos da Soberania: legalidade e legitimidade
TEMA 01: PRESSUPOSTOS TEÓRICOS DO ESTADO MODERNO
1.2 TEORIAS NATURALISTAS DO ESTADO
1.3 TEORIAS CONTRATUALISTAS DO ESTADO
III - Da Sociedade e seus elementos:
Finalidade ou valor social;
Manifestação de conjunto ordenado;
Poder social
Conclusão: a sociedade é uma necessidade natural do homem, sem excluir a participação da consciência e da vontade humana.
Qual a origem da sociedade? Da relação entre indivíduos, ou seja, o homem é um ser social (Vídeo sobre Helen Keller).
Esquema: INIDIVÍDUO <> SOCIEDADE <> ESTADO
Pergunta derradeira: A sociedade é um fato natural ou uma escolha racional (ato)?
O que vocês acham?
- Outra pergunta complexa: é evidente que a sociedade traz benefícios aos homens, por outra lado, favorece a criação de uma série de limitações que afetam a liberdade humana. Como se explica este fato? As relações produzem benefícios ou limitações para o exercício da liberdade humana?
IV – Estado e Direito
IV.1 Teoria monística (estatismo jurídico);
IV.2 Teoria dualística (pluralismo jurídico);
IV.3 Teoria do Paralelismo
I – Fundamentação natural da sociedade e do Estado
Adeptos da acepção de que a sociedade é um fenômeno natural;
I.1 Aristóteles: “o homem é
 um animal político” (séc. IV a.C – A Política).
I.2 Cícero (I a.C): “a primeira causa da agregação de uns homens a outros é umm certo instinto de sociabilidade em todos inato...(que) leva (a todos) a procurar o apoio comum”. Da República.
I.3 São Tomás de Aquino (séc. XIII d.C): “o homem é, por natureza, social e político, vivendo em multidão...que se evidencia pela natural necessidade”. Summa Theológica I, XCVI.
“Reafirma-se, portanto, a existência de fatores naturais determinando que o homem procure a permanente associação com os outros homens” .
Dalmo de Abreu Dallari.
 
Associação: condição natural de vida.
Indivíduos <> Sociedade (Fato natural, material, afetivo e existencial): impulso associativo natural e de cooperação da vontade humana.
Finalidade (FIM): (melhorar a si mesmo) 
II Fundamento contratual da sociedade
Sociedade: “produto de um acordo de vontades, ou seja, de um contrato hipotético celebrado entre homens, razão pela qual esses autores são classificados como contratualistas”. Dallari.
II.1 Platão: organização social construída racionalmente (modelo ideal). A República.
II.2 Thomas Hobbes (1588-1679): “Leviatã, 1651”. A sociedade como expressão de um ato puramente racional.
Inglaterra do século XVII está em plena revolução liberal e o modo de produção capitalista já é predominante, o que se confirma com a ascensão de uma nova classe social, a burguesia.
Contestação dos dogmas divinos da Igreja Católica e a origem divina dos reis;
Coroa x Parlamento;
Thomas Hobbes publica o “Leviatã”, em 1651, nesse ambiente de intensos conflitos políticos gerado pelas guerras cívico-religiosas, buscando encontrar a segurançae paz para a sociedade, defende que somente o poder absoluto do soberano possui autoridade capaz de fazer calar as paixões e instalar a estabilidade institucional.
Hobbes é um autor contratualista, logo a chave para compreender sua teoria é ESTADO DE NATUREZA e o modo como entende a NATUREZA HUMANA.
Segundo os autores contratualistas, há um fundamento natural anterior ao contrato que dá origem ao Estado e à sociedade;
A passagem do estado de natureza para o estado civil ocorre através do contrato social;
Para Hobbes, o estado de natureza é marcado pelo egoísmo, luxúria, os excessos, agressões mútuas. Caracteriza-se pela situação de constante desordem, ocorrendo sempre quando os homens não têm suas ações reprimidas, ou pela razão ou por instituições políticas eficientes;
Da liberdade e igualdade plenas, gera-se um estado de desconfiança;
Mesmo fins e expectativas são ensejadoras de desconfiança recíproca; como nenhum pode triunfar sobre o outro, daí resulta a “guerra de todos contra todos”; “homem é o lobo homem”;
Do contrato social: momento de transferência dos direitos naturais (liberdade e igualdade) ao Estado (homem ou assembleia de homens). Consiste numa atitude racional de renúncia aos direitos previamente existentes para a coexistência pacífica e segura dos indivíduos, cessando-se, assim, o medo da morte violenta.
Estado/civitas: “uma pessoa de cujos atos se constitui uma grande multidão, mediante pactos recíprocos uns com os outros, com o fim de que essa pessoa possa empregar a forçar e os meios de todos, como julgar conveniente, para assegurar, a paz e a defesa comum” (Capítulo XVII, “Leviatã”).
II. 3 John Locke (1632-1704)
Obra: Dois Tratados sobre o governo civil;
Adota perspectiva contratualista e
Jusnaturalista;
Fundamentação parlamentarista do poder;
Pacto de consentimento;
Estado de Natureza: os homens são bons e 
com liberdade e igualdade plenas;
Os indivíduos antecedem ao surgimento
do Estado;
Direitos naturais: vida, liberdade, propriedade, tolerância;
Substituição do trabalho como fonte da propriedade pela moeda e pelo dinheiro, o que leva a um acúmulo ilimitado da propriedade;
Por que o contrato social? Preservação da propriedade e proteção da comunidade.
II.4 Jean-Jacques Rousseau (1712-1778)
Fundamento democrático do poder;
Pacto de associação;
O Pacto Social dá início ao corpo político;
Os homens são bons, há a predominância da bondade humana no Estado de Natureza;
Defende que o exercício da soberania seja exercido pelo povo, condição para sua libertação da servidão;
Obras: Discurso sobre a origem da desigualdade e Do Contrato Social;
II.4 Jean-Jacques Rousseau (1712-1778)
“O homem nasce livre e em toda parte encontra-se a ferros”;
Lei da propriedade e da desigualdade – o pacto inicial sob o estado de natureza é regido segundo o interesse e pela força dos mais ricos e afortunados;
O Contrato Social é o único pacto legítimo de liberdade e igualdade, agora, de natureza civil;
O titular do poder soberano, assim, é o povo, devendo obedecer às leis que prescreve a si mesmo, isto é, verdadeiro ato de liberdade.
SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA: A IDENTIDADE SOCIOPOLÍTICA DO HOMEM
âmbito familiar, no ambiente de trabalho, na faculdade e com os amigos;
problemas: violência, desemprego, miséria, doenças etc.
lembramos das diferenças culturais entre os países e povos.
experiência em sociedade e nosso momento histórico;
mudanças tecnológicas e sociais; 
percepção enganosa, deturpada da realidade.
 
“A sociedade em que vivemos é algo relativamente recente do ponto de vista histórico. Quando olhamos para o passado, é comum imaginarmos que as pessoas viviam de forma parecida com a nossa, talvez com menos tecnologias. No entanto, vários conceitos que usamos atualmente, como patriotismo, leis escritas, liberdades e direitos individuais, ou não existiam, ou não tinham o mesmo sentido que damos a eles hoje. A própria noção de indivíduo não fazia parte do ideário das sociedades antigas e medievais”.
INTERPRETAÇÕES DA SOCIEDADE (FORMAM A BASE TEÓRICA CLÁSSICA DA SOCIOLOGIA ): 
Karl Marx (1818-1883) – método: materialismo histórico e dialético; luta de classes;
Émile Durkheim (1858-1917) – Fato Social;
Weber (1864-1920) – Sociologia compreensiva
FORMAÇÃO POLÍTICA, JURÍDICA E INSTITUCIONAL DO ESTADO:
o nascimento do indivíduo e o contrato social: sociedades inventadas;
Se buscarmos o “nascimento” da noção de indivíduo, provavelmente a encontraremos na obra de René Descartes (1596-1650). O famoso filósofo francês, em seu livro Discurso do Método (1637) escreveu sua frase mais conhecida “Penso, logo existo”;
Se os indivíduos existem independentemente da sociedade, por que escolhem viver nela?
MOMENTO DE REFLEXÃO:
“Sem um controle, os indivíduos tenderiam a um confronto eterno, o que reduziria suas liberdades e seus direitos. Para garantir esses direitos, eles apresentam a ideia de que os homens escolheriam abandonar o estado de natureza para constituírem uma sociedade politicamente organizada, através de uma espécie de contrato, no qual os indivíduos delegam parte — ou o todo — de seus poderes no estado de natureza para um “outro”, tendo em vista que esse “outro” proteja seus direitos naturais — ou parte deles”.
LIGANDO OS PONTOS:
Os modelos hipotéticos dos contratualistas — cada qual a sua maneira — nos chamam a atenção para um aspecto basilar: eles fazem emergir teorias que apresentam os indivíduos como detentores de direitos naturais (fundamentais) invioláveis. Se violados, colocaríamos a vida humana em risco. Se olharmos bem de perto, percebemos que os contratualistas nos dão os princípios das doutrinas liberais que, alinhadas ao desenvolvimento do modo de produção capitalista — com a emergência da classe burguesa —, nos fornecem o quadro político e econômico das sociedades contemporâneas.
Ciência Política e Teoria do Estado
Aulas 05 a 07: ESTRUTURAÇÃO DO ESTADO
TÓPICOS DA AULA:
2 .5 Formas de Estado e Separação se Poderes
2 .6 Formas de Governo
2 .7 Sistemas de Governo
2 .8 Regimes Políticos
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Aulas 05 a 07: ESTRUTURAÇÃO DO ESTADO
1 FORMAS DE ESTADO: Confederativo e Federativo
DIFERENÇA:
Unidade de poder político, ou seja, fonte normativa para todo o território do Estado;
Federação: se caracteriza pela existência de um Estado Soberano e de Estados-membros sem soberania (mas com autonomia e capacidade de auto-organização político-administrativa) e sem direito de secessão, ou seja, sem o direito de separar-se da União, logo, há descentralização do poder político;
Confederação: o pacto confederativo é dissolúvel, pois a Confederação é a União de Estados Soberanos, enquanto que o pacto federal é indissolúvel, visto que a Federação é a União de Estados Autônomos. 
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Aulas 05 a 07: ESTRUTURAÇÃO DO ESTADO
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Aulas 05 a 07: ESTRUTURAÇÃO DO ESTADO
2 Experiência federativa: EUA e BRA
O federalismo estadunidense que se formou a partir de Estados soberanos (modelo centrípeto);
O modelo brasileiro é resultado de uma desagregação (centrífugo), mais precisamente da dissolução de um Estado Unitário, no qual as antigas Províncias (sem nenhuma autonomia em relação ao poder central) foram transformadas em Estados-membros dotados de igual capacidade jurídica ao poder central.
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FORMAS DE GOVERNO:
Monarquia:
Características:
Vitaliciedade
Hereditariedade
Irresponsabilidade
República:
Características:
Temporariedade;
Eletividade;
Responsabilidade.
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7 Conceituação de Estado:
“Ordem jurídica soberana que tem por fim o bem comum de um povo situado em determinado território”. Dalmo de Abreu Dallari.
O Estado é uma associação político-jurídica soberana que atua com a finalidade de atingir o bem comum, exercendo sua autoridade através de um governoconstituído e legitimado pelo povo e situada em determinado território.
Personalidade jurídica do Estado
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8 - SISTEMAS DE GOVERNO:
Conceito de sistema de governo: “é a maneira pela qual o poder político é dividido e exercido no âmbito de um mesmo Estado” (p. 269, material didático)
Sistema parlamentarista – histórico:
Inglaterra – berço do governo representativo;
Carta Magna Inglesa de 1215 e o ano de 1295 como oficialização das reuniões entre o rei e barões, cavaleiros, burgueses e súditos;
Século XIV: criação das duas Casas do Parlamento: Barões e Comuns.
Sistema presidencialista – histórico:
EUA – Declaração de Filadélfia (Thomas Jefferson) de 1787 e o fortalecimento da União pela formação do pacto federativo;
Evitar: poder monárquico e a volta ao absolutismo;
Função representativa e governativa.
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O Presidencialismo como sistema de governo
1.1 Características:
o Presidente da República é, a um só tempo, Chefe de Estado (função de representação e vínculo moral do Estado) e Chefe de Governo (direção do poder executivo);
o Poder Executivo é unipessoal, sendo que o poder presidencial deriva da própria nação; o mandato presidencial tem prazo determinado;
o Presidente da República, com seu poder de veto possui participação efetiva no processo de elaboração das leis;
é um sistema típico das repúblicas;
a separação entre os poderes executivo, legislativo e judiciário é rígida, embora estes poderes busquem manter a harmonia entre si.
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O Parlamentarismo como sistema de governo
Características:
as relações entre os Poderes Legislativo e Executivo se estabelecem em nível mais flexível, sendo este último um órgão colegiado liderado pelo Primeiro-Ministro, que tem responsabilidade ministerial perante o Parlamento (princípio da responsabilidade do governo perante o parlamento);
o Primeiro-Ministro não possui tempo de mandato definido expressamente pela Constituição, pois, sua duração depende do apoio da maioria parlamentar, sendo que se ausentando esta dá-se a dissolução do parlamento com a convocação de eleições gerais.
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REGIMES DE GOVERNO: Democráticos e Autocráticos
Critérios definidores do regime democrático:
regra da maioria;
participação efetiva;
igualdade de voto;
entendimento esclarecido;
controle do programa de planejamento;
inclusão do maior número de participantes;
Obs1: “Poliarquia: participação x oposição”, de Robert Dahl: .
Obs2: “A liberdade dos antigos comparada à dos modernos”, de Benjamin Constant.
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REGIMES DE GOVERNO
A democracia dos antigos e a democracia dos modernos
	Democracia Antiga ou Clássica: modelo que tem seu fundamento na democracia ateniense, com o exercício democrático direto do poder (praticado diretamente pelos cidadãos);
	Democracia Moderna: fundamenta-se em sistema de controle e limitação, com base na transmissão representativa do poder do povo a seus representantes, que passam a exercer mandatos políticos, representando a vontade da cidadania.
	Os dois modelos são ainda hoje as referências principais para se pensar a democracia nos quadros atuais.
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1 Critérios definidores do regime democrático:
regra da maioria;
participação efetiva;
igualdade de voto;
entendimento esclarecido;
controle do programa de planejamento;
inclusão do maior número de participantes;
Obs1: “Poliarquia: participação x oposição”, de Robert Dahl: .
Obs2: “A liberdade dos antigos comparada à dos modernos”, de Benjamin Constant.
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2 Critérios definidores do regime autocrático:
2.1 O poder autocrático é exercido sem limitações;
2.2 Autoridade atua sem barreiras institucionais;
2.3 Exigência de ordem e obediência dos cidadãos;
3 Tipos de autocracias: Autoritário e o Totalitário
3.1 Regime autoritário: não se baseiam no primado de uma ideologia e podem admitir uma certa esfera de liberdade ao cidadão para escolhas no âmbito privado;
3.2 Regime Totalitário: caracteriza-se pela existência de uma ideologia oficial e de partido único, controle policial da população, monopolização de todos os meios de informação e das forças armadas e direção centralizada da economia.
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Aulas 05 a 07: ESTRUTURAÇÃO DO ESTADO
3- O totalitarismo e sua concretização no âmbito histórico
São alguns dos principais exemplos típicos de regimes totalitaristas o Nazismo da Alemanha hitleriana (após 1938), o Fascismo da Itália de Mussolini (principalmente a partir de 1927) e o Comunismo da União Soviética stalinista (depois de 1930). Embora sejam estes os exemplos de referência, também são apontados por especialistas (embora sem unanimidade) como possíveis exemplos de regimes totalitaristas, o comunismo chinês e os antigos Estados-satélites à União Soviética.
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FUNDAMENTOS IDEOLÓGICOS DAS IDENTIDADES POLÍTICAS E SUAS IMPLICAÇÕES NOS ESTADOS (TEMA 03)
Liberalismo – Revoluções Liberais e modernidade europeia;
Conservadorismo;
Nacionalismo;
Facismo
Nazismo
ARA0192 - Ciência Política e Teoria do Estado
AULAS 10 A 13: COMUNICAÇÃO E POLÍTICA (CRÉDITO DIGITAL)
Conteúdo desta aula: TEMA 04 (CRÉDITO DIGITAL): COMUNICAÇÃO E POLÍTICA - as origens da noção de política moderna; os elementos da esfera pública; Identificar o conceito de Poliarquia.
Aulas 10 e 11: Origens da noção da Política Moderna (Crédito digital).
COMUNICAÇÃO E POLÍTICA (CRÉDITO DIGITAL)
- Identificar as origens da noção de política moderna. 
- Avaliar as origens da noção de política moderna e suas as configurações políticas, históricas e atuais.
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AULAS 10 A 13: COMUNICAÇÃO E POLÍTICA (CRÉDITO DIGITAL)
Aula 12: Gênese da esfera pública (Crédito digital)
- Compreender as origens da política e da democracia.
- Reconhecer as ideologias políticas.
- Compreender a influência das ideologias políticas na estrutura do Estado moderno.
- Compreender o conceito de Poliarquia. 
Aula 13: RELAÇÕES ENTRE POLIARQUIA E NOVAS MÍDIAS
- Compreender as relações entre Poliarquia e as novas mídias.
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AULAS 10 A 13: COMUNICAÇÃO E POLÍTICA (CRÉDITO DIGITAL)
A POLÍTICA MODERNA – UMA CONSTRUÇÃO SURGIDA DE QUATRO GRANDES INOVAÇÕES
	A inspiração no ideal de democracia grega.
	A tradição republicana clássica e moderna.
	A instituição da representatividade.
	A lógica da igualdade como ideia impulsionadora da construção do sufrágio universal
PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO E DERIVADO
OBJETIVOS: 
Analisar as principais características do Poder Constituinte. Identificar as espécies de Poder Constituinte.
Conteúdo desta aula: Titularidade e legitimidade do Poder Constituinte; Características e limites do Poder Constituinte.
PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO E DERIVADO
Conceito;
Titularidade;
Formas de exercício;
Espécies: poder constituinte originário e poder constituinte derivado (poder constituinte derivado reformador e poder constituinte derivado concorrente).
Conteúdo desta aula: Titularidade e legitimidade do Poder Constituinte; Características e limites do Poder Constituinte.
PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO E DERIVADO
1 CONCEITO DE PODER CONSTITUINTE
Consiste no poder de elaborar e modificar normas constitucionais, ao estabelecer a Constituição de um Estado ou modificar a já existente.
A teoria do poder constituinte em Emmanuel Sieyès;
Iluminismo do século XVIII;
Rousseau e a vontade geral;
Constitucionalistas franceses e a soberania popular (Carré de Malberg).
PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO E DERIVADO
CARACTERÍSTICAS DO PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO:
São cinco as característicasapontadas pela doutrina:
Poder político: extrajurídico ou pré-jurídico, já que é ele quem faz nasce a ordem jurídica, que começa com ele, e não antes dele, podendo ser divido em poder político histórico (Estado novo) ou revolucionário (substituição da Constituição);
Poder inicial: representa a base da ordem jurídica, criando um novo Estado ou rompendo com a ordem jurídica anterior;
Poder incondicionado: não está sujeito a nenhuma forma anterior ou prefixada para manifesta a sua vontade;
Poder permanente: não se esgota no momento de seu exercício, que se dá no momento da elaboração da Constituição, estando apto a se manifestar a qualquer tempo, desde que desejado pelo povo.
Pode ilimitado: sua atividade não respeita limites ou restrições, sequer reconhece obstáculos, diante do desejo de criação de uma nova Constituição.
PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO E DERIVADO
6.1 CARACTERÍSTICAS DO PODER CONSTITUINTE DERIVADO:
Poder jurídico: ele integra o Direito, estando e regulado no texto da Constituição Federal. Assim, é poder que se expressa necessária e expressamente através de comando constitucional, por exemplo o poder de emenda na CF/88 indicado e regrado expressamente no artigo 60 do texto constitucional;
Poder derivado: porque é instituído, deriva, do poder constituinte originário, para modificar e complementar a sua obra, nunca para criar outra ordem;
Poder limitado ou subordinado: porque encontra limitações constitucionais expressas e implícitas, não podendo desrespeitá-las, sob pena de inconstitucionalidade. Por exemplo, não pode dispor de alteração das cláusulas pétreas;
Poder condicionado: sua atuação obedece literal e estritamente o que determina a Constituição, por exemplo, o procedimento de emenda, contido no art. 60 da CF/88, sob pena de inconstitucionalidade;
PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO E DERIVADO
6.1 CARACTERÍSTICAS DO PODER CONSTITUINTE DERIVADO:
Poder jurídico: ele integra o Direito, estando e regulado no texto da Constituição Federal. Assim, é poder que se expressa necessária e expressamente através de comando constitucional, por exemplo o poder de emenda na CF/88 indicado e regrado expressamente no artigo 60 do texto constitucional;
Poder derivado: porque é instituído, deriva, do poder constituinte originário, para modificar e complementar a sua obra, nunca para criar outra ordem;
Poder limitado ou subordinado: porque encontra limitações constitucionais expressas e implícitas, não podendo desrespeitá-las, sob pena de inconstitucionalidade. Por exemplo, não pode dispor de alteração das cláusulas pétreas;
Poder condicionado: sua atuação obedece literal e estritamente o que determina a Constituição, por exemplo, o procedimento de emenda, contido no art. 60 da CF/88, sob pena de inconstitucionalidade;
PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO E DERIVADO
6.2 PODER CONSTITUINTE DERIVADO REFORMADOR
É o poder de modificar a Constituição Federal de 1988, desde que respeitadas as regras e limitações impostas pelo poder constituinte originário. Esse conceito baseia-se na ideia de que o povo tem sempre o direito de rever e reformar a Constituição.
Na CRFB/1988, o exercício do poder constituinte derivado reformador foi atribuído ao Congresso Nacional, para a alteração do texto constitucional, mediante dois procedimento distintos:
Procedimento de emenda constitucional – art. 60 da CF/88
Procedimento de revisão constitucional – art. 3 da ADCT
PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO E DERIVADO
7 PODER CONSTITUINTE DERIVADO DECORRENTE
É o poder atribuído pela Constituição aos estados-membros para se auto-organizarem, por meio da elaboração de suas próprias constituições, nos termos do art.25 c/c o art. 11 do ADCT.
A competência atribuída pelo poder constituinte originário aos estados-membros para se auto-organizarem e criarem as suas próprias Constituições está condicionada às regras e limitações impostas pela Constituição Federal.
PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO E DERIVADO
Tema ­ 5. JUSTIÇA E SOCIEDADE: IMPACTOS HUMANOS
Identificar o papel do constitucionalismo e suas relações históricas como conquistas sociais do mundo contemporâneo
Avaliar o papel da Constituição e da Jurisdição constitucional na garantia dos direitos dos grupos vulnerabilizados.
O Poder Constituinte é fundamental para a compreensão da legitimidade democrática e de seu resultado, que é a Constituição. É função do constitucionalismo traçar os princípios ideológicos que serão a base de toda a organização interna da Constituição de um Estado, servindo de fundamental importância para compreender o processo de publicização do Direito que resultou na atual centralidade da Constituição.
PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO E DERIVADO
Duas grandes controvérsias marcaram a relação entre Estado e Direito.
A primeira foi o debate travado entre Kelsen e Schmitt no início da década de 1930 sobre quem é o guardião da constituição.
A outra o famoso caso Marbury vs Madison e o surgimento do controle judicial das decisões (judicial review)
PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO E DERIVADO
Os conceitos como: direitos humanos, dignidade humana, soberania popular e a atuação dos chamados ?grupos de pressão? e advocacy, bem como suas estratégias para a mudança de políticas públicas e busca de respostas favoráveis do Legislativo são fundamentais, em especial quando o Poder Executivo se mostra inoperante ou não acompanha as demandas da complexidade social. Além disso, existe a importância da atuação desses grupos fora desses Poderes, ou seja, na sociedade civil.
Originalmente, os direitos declarados em 1948, em um contexto de pós ­Segunda Guerra Mundial tinham uma carga mais individualista e exprimia a desconfiança do cidadão contra o Estado e todas as formas de Poder instituído e organizado. Desejava-se um Estado não intervencionista nas liberdades e nos direitos dos cidadãos. Com o tempo, os direitos coletivos e sociais foram ganhando mais espaço na agenda dos direitos humanos. A autonomia privada e a pública exigem a satisfação do chamado mínimo existencial como pressuposto para o exercício das liberdades de consciência, de crença, de expressão, de trabalho, de associação e outros direitos individuais, além dos direitos políticos.
PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO E DERIVADO
Minorias e grupos vulneráveis originam-­se de relações em que há assimetria social (econômica, educacional, cultural etc.). Partindo-­se dessa premissa, minoria pode ser conceituada como a existência de grupos que se distinguem da maioria, entendida essa como aquele agrupamento generalizado, baseado na indeterminação de traços e que pertence ao padrão normalizado (branco, masculino e heteronormativo), considerado majoritário em relação a outro que dele destoa (negros, mulheres, população LGBTQI+ etc).
As ações afirmativas como respostas à discriminação institucional e à discriminação indireta existente na sociedade não devem ser vistas como tratamentos preferenciais, mas como medidas de combate ao racismo e às desigualdades por ele perpetradas. Um caso emblemático foi o de Brown vs. Conselho de Educação, julgado pela Suprema Corte dos EUA em 1954. Ao ter a matrícula da filha negada, em uma escola pública de brancos, o pai da menina negra Linda Brown, que na época tinha apenas 8 anos de idade, entrou com uma ação judicial.
PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO E DERIVADO
Tema ­ 6. CRISE DO CAPITALISMO E SUA REINVENÇÃO NO SÉCULO XXI
O receituário neoliberal, caracterizado pelo corte abrupto nos gastos do Estado, o que significa precarizar serviços públicos e reduzir o arco de direitos sociais garantidos pelo governo. Em questão está o debate sobre qual seria a função do Estado, que, na lógica liberal, deve ficar restrita à garantia da segurança interna e da soberania nacional, intervindo o mínimo possível na economia, que deveria funcionar de acordo com a ?lei do livre mercado? A agenda política e econômica do neoliberalismo consiste na radicalização de preceitos liberais que vinham sendo desenvolvidos desde o século XVIII. O dilema da pobreza social tornou-­se ainda maior no século XIX,com o aprofundamento da Revolução Industrial. Surgiram grandes conglomerados urbanos em diversos países da Europa, com trabalhadores amontoados em bairros proletários, com acesso precário à água e aos serviços sanitários. As doenças se espalhavam, assim como a violência. Foi esse modelo neoliberal que se tornou hegemônico no capitalismo internacional em fins do século XX e, como veremos a seguir, entrou em colapso já nos primeiros anos do século XXI.
PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO E DERIVADO
O século XXI nasceu sobre os impactos da lógica neoliberal acumulados ao longo da década de 1990. Em regiões mais pobres do mundo, sobretudo na América Latina, as diretrizes do Consenso de Washington provocaram o empobrecimento geral das sociedades civis, a precarização de serviços públicos e o comprometimento da soberania nacional, com a privatização em empresas públicas estratégicas. Um dos principais efeitos do neoliberalismo se deu na transformação na ideia de Estado e, consequentemente, de função do poder público.
O neoliberalismo inflou a lógica econômica a tal ponto que todas as ações humanas passaram a ser vividas a partir das ideias de lucro e prejuízo. Até mesmo a temporalidade foi afetada pela lógica neoliberal, com horizontes de futuro sendo fechados e a experiência humana sendo encerrada no eterno presente, no curto tempo da performance, da eficiência e do consumo. A mundialização dos preceitos neoliberais provocou desconforto e mal­-estar em diversas regiões do mundo.
PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO E DERIVADO
Com o passar dos anos, a crise do neoliberalismo foi ganhando contornos mais trágicos, motivados pela insatisfação social provocada pela precarização da qualidade de vida em diversos países ocidentais. Esse ambiente de frustração e ressentimento serviu como combustível para a ascensão de governos de extrema-­direita. A causa das crises democráticas, então, não seria o modelo liberal, mas o precário desenvolvimento capitalista desses países, sendo os ataques à democracia originários sempre de atores políticos exteriores ao funcionamento da própria democracia, como as forças armadas. A democracia não é simplesmente o governo fundado na vontade da maioria. Esse é um aspecto elementar da democracia, mas não a esgota. A democracia não pode se esgotar na simples manifestação da vontade da maioria porque é função do Estado democrático proteger, também, as minorias, muitas vezes contra a vontade da maioria. Posições políticas minoritárias e derrotadas nas eleições, minorias étnicas, grupos socialmente vulneráveis por questões de raça e gênero. 
PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO E DERIVADO
É dever da democracia garantir a existência, na diversidade, dessas pessoas, com pleno acesso a todos os direitos garantidos pela cidadania. Por isso, ao transformar a democracia em tirania da maioria, esses autocratas eleitos, mesmo que contando com apoio de setores numericamente relevantes da sociedade, se transformam em risco para a ordem democrática.
AVANCE PARA FINALIZAR A APRESENTAÇÃO.
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