Buscar

Introdução à Teoria Microeconômica

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

*
*
Renata Pedretti Morais Furtado
UFLA
TEORIA ECONÔMICA
*
*
Demanda, Oferta e Equilíbrio de Mercado
*
*
Introdução
Breve histórico: início da evolução do estudo da teoria microeconômica foi com a análise da demanda de bens e serviços.
Utilidade: grau de satisfação do consumidor com os bens e serviços que podem ser adquiridos no mercado.
Teoria do valor-utilidade: contrapõe-se à teoria do valor-trabalho, pressupondo que o valor de um bem se forma por sua demanda, sendo portanto subjetiva e leva em conta que o valor nasce da relação do homem com os objetos.
Visão utilitarista: prepondera a soberania do consumidor.
Valor de uso: utilidade que o produto representa o consumidor.
Valor de troca: se forma pelo preço do mercado.
*
*
Utilidade total e utilidade marginal
Utilidade total: tende a aumentar quanto maior a quantidade consumida do bem ou serviço.
Utilidade marginal: é a satisfação adicional obtida pelo consumo de mais uma unidade do bem, é decrescente, pois o consumidor vai perdendo a capacidade de percepção da utilidade.
Ex: Paradoxo da água e do diamante.
Demanda de mercado
Conceito: quantidade de certo bem ou serviço que os consumidores desejam adquirir em determinado período de tempo.
*
*
Relação entre quantidade procurada e preço do bem: a lei geral da demanda
Lei geral da demanda: relação inversamente proporcional entre quantidade procurada e o preço do bem, que pode ser expressa pela curva ou escala de procura, revelando as preferências dos consumidores.
Qd=f(P)
Qd= quantidade procurada de determinado bem ou serviço, num dado período de tempo
P= preço do bem ou serviço.
Efeitos que causam a queda da quantidade demandada:
 efeito substituição;
 efeito renda.
*
*
Outras variáveis que afetam a demanda de um bem
 renda dos consumidores: bem normal, bens inferiores, bens superiores e bens de consumo saciado.
 preços de outros bens e serviços: bens substitutos ou concorrentes e bens complementares.
 hábitos e preferências dos consumidores.
 outros fatores específicos: efeitos sazonais, localização, condições de crédito, etc.
Demanda do bem X = f (preço X, preços dos bens substitutos do bem X, preço dos bens complementares do bem X, renda dos consumidores, preferências dos consumidores)
*
*
Distinção entre demanda e quantidade demandada
Demanda: escala ou curva que relaciona os possíveis preços a determinadas quantidades.
Quantidade demandada: ponto específico da curva relacionando um preço a uma quantidade.
*
*
Oferta de mercado: várias quantidades que os produtores desejam oferecer ao mercado em determinado período de tempo, dependendo de inúmeros fatores (preço, custo, fatores de produção, etc.).
A oferta de um bem depende de seu próprio preço, admitindo a hipótese coeteris paribus, quanto maior for o preço de um bem, mais interessante se torna produzi-lo e, portanto, a oferta é maior.
É importante lembrar que a oferta do bem depende também dos preços dos fatores de produção. De fato, o preço dos fatores, juntamente com a tecnologia empregada, determina o custo de produção. Havendo aumento do preço de fator, aumentaria o custo de produção.
Outra questão é que a oferta de um bem pode ser alterada por mudança nos preços dos demais bens produzidos. Se os preços dos demais bens subirem e o preço do bem x permanecer idêntico, sua produção torna-se menos atraente em relação à produção dos outros bens, conseqüentemente diminuindo sua oferta.
*
*
Oferta do bem ou serviço= f (preço de X, custos dos fatores de produção, nível de conhecimento tecnológico, número de empresas no mercado)
Oferta e quantidade ofertada
Oferta: escala,significa toda a curva
Quantidade ofertada: ponto específico da curva da oferta.
O aumento no preço do bem provoca um aumento da quantidade ofertada (movimentos ao longo da curva), enquanto uma alteração nas outras variáveis desloca a oferta. 
Por exemplo: um aumento no custo das matérias-primas provoca uma queda na oferta mantido o mesmo preço, as empresas são obrigadas a diminuir a produção. É possível também que exista uma diminuição no preço dos insumos, ou uma melhoria tecnológica em sua utilização, ou ainda um aumento no número de empresas no mercado, conduzindo a um aumento da oferta.
*
*
Equilíbrio de mercado
A lei da oferta e da procura: tendência ao equilíbrio
A interação das curvas da demanda e de oferta determina o preço e a quantidade de equilíbrio de um bem ou serviço em um dado mercado.
Pode-se observar que quando há competição tanto de consumidores como de ofertantes, há uma tendência natural no mercado para se chegar a uma situação de equilíbrio.
Não existindo obstáculos para livre movimentação dos preços, ou seja, interferência do governo e existência de oligopólios (cartéis) , observa-se uma tendência natural dos preços e da quantidade atingirem determinado nível desejado tanto pelos consumidores como pelos ofertantes. 
*
*
Se a quantidade ofertada se encontrar abaixo daquela de equilíbrio teremos uma situação de escassez do produto.
Se quantidade ofertada se encontrar acima do ponto de equilíbrio haverá excesso ou excedente de produção.
Deslocamento das curvas de demanda e oferta
Há vários fatores que podem provocar o deslocamento das curvas de oferta e demanda, com evidentes mudanças no ponto de equilíbrio. Um deslocamento na curva de oferta afetará a quantidade de mercado e o preço de equilíbrio.
Isso pode ocorrer quando o governo intervém na formação de preços de mercado, quando fixa impostos, dá subsídios, estabelece os critérios de reajuste do salário mínimo, fixa preços mínimos para produtos agrícolas, decreta tabelamentos ou, ainda, congela preços e salários.
*
*
Política de preços mínimos na agricultura: visa dar garantia de preços ao produtor agrícola, com o propósito de protegê-lo das flutuações dos preços no mercado, provocando queda da renda agrícola.
O governo antes do início do plantio garante um preço que pagará após a colheita do produto. Se por ocasião da colheita , os preços de mercado forem superiores aos preços mínimos, o agricultor prefirirá vendê-la no mercado. Contudo, se os preços mínimos forem superiores aos preços de mercado, o produtor preferirá vender sua produção para o governo ao preço anteriormente prefixado. O governo acaba adquirindo um estoque regulador para utilizar em períodos subseqüentes.
Nesse caso o governo pode utilizar dois tipos de políticas:
 política de compras: comprar o excedente ao preço mínimo.
 política de subsídios: pagar subsídio no preço. O governo deixa os produtores colocarem no mercado toda a produção, provocando queda no preço para os consumidores . Os produtores receberão o preço mínimo e o governo banca a diferença. (Pmin – Pcons)
*
*
Tabelamento: intervenção do governo no sistema de preços de mercado para coibir abusos por parte dos vendedores, controlar preços de bens de primeira necessidade ou refrear o processo inflacionário.
Estabelecimento de impostos: os impostos podem se classificar como impostos indiretos e diretos, específicos ou ad valorem.
Impostos indiretos: impostos incidentes sobre o consumo ou sobre as vendas, por exemplo, ICMS, IPI
Impostos diretos: impostos incidentes sobre a renda e o patrimônio. Exemplo: imposto de renda, IPTU.
Impostos específicos: independente do valor do produto o imposto é fixo.
Imposto ad valorem: é um percentual, uma alíquota aplicada sobre o valor da venda. Por exemplo, 10% sobre o valor do automóvel, a alíquota permanece inalterada, mas o valor do imposto vai variar de acordo com o preço do automóvel.
*
*
Incidência tributária
No Brasil os impostos são na maioria ad valorem.Os impostos representam um aumento nos custos de produção, o produtor procurará a repassar a totalidade do imposto ao consumidor, entretanto, o que será efetivamente repassado dependerá do grau de sensibilidade (ou elasticidade) que depende do tipo de mercado.
Quanto mais competitivo ou concorrencial o mercado, maior a parcela do imposto paga pelos produtores, pois eles não
poderão aumentar o preço do produto para nele embutir o tributo. Quanto mais concentrado, maior o grau de transferência do imposto para os consumidores finais.
*
*
Conceito de elasticidade: mede a sensibilidade ou reação do produto em relação às variações de preços e renda.
Elasticidade-preço da demanda:
 Demanda elástica: quando a variação da quantidade demandada supera a variação do preço.
 Demanda inelástica: ocorre quando uma variação percentual no preço provoca uma variação percentual relativamente menor nas quantidades procuradas.
 Demanda de elasticidade-preço unitária: variações percentuais no preço e na quantidade são de mesma magnitude, porém, em sentido inverso.
 Número puro: é fornecido pelo conceito de elasticidade.
*
*
Fatores que influenciam o grau de elasticidade-preço da demanda:
 existência de bens substitutos;
 essencialidade do bem;
 importância do bem, quanto a seu gasto, no orçamento do consumidor.
Formas de cálculo: 
 elasticidade num ponto específico: quando calculamos a elasticidade apenas para um dado preço e quantidade.
 elasticidade no ponto médio: em vez de utilizar apenas um ponto, consideram-se as médias de preços e de quantidades em um dado trecho da demanda.
*
*
Relação entre receita total do produtor e o grau de elasticidade:
 receita total do produtor: gasto total dos consumidores.
A receita total para uma dada mercadoria é igual à quantidade vendida vezes seu preço unitário de venda. Dada uma variação no preço do produto pode acontecer com a receita total:
 demanda elástica;
 demanda inelástica;
 demanda de elasticidade unitária.
Incidência tributária e elasticidade-preço da demanda:
 quanto mais inelástica for a demanda maior será a proporção do imposto repassada ao consumidor.
 quanto mais elástica for a demanda, menor será a proporção repassada ao consumidor e maior a parcela paga pelo produtor.
*
*
Elasticidade-renda da demanda
O coeficiente de elasticidade-renda da demanda mede a variação percentual da quantidade da mercadoria comprada resultante de uma variação percentual na renda do consumidor.
 bem inferior: quando a elasticidade-renda da demanda é negativa.
 bem normal: quando a elasticidade-renda é positiva, mas menor que 1.
 bem superior: quando a elasticidade-renda é positiva e maior que 1.
Discussão na literatura econômica: deterioração dos termos de troca no comércio internacional.
Elasticidade-preço cruzada da demanda: mede a mudança percentual na quantidade demandada do bem quando se modifica percentualmente o preço de outro bem.
*
*
 bens substitutos: elasticidade-preço cruzada da demanda é positiva.
 bens complementares: elasticidade-preço cruzada da demanda é negativa.
Elasticidade-preço da oferta
 resultado da elasticidade será positivo, pois a correlação entre preço e quantidade ofertada é direta. Quanto maior o preço, maior a quantidade disposta para se ofertar.
 Pode ser calculada em um ponto específico ou em um ponto médio. 
 Corrente estruturalista: aponta a elasticidade da oferta de produtos agrícolas como principal causa da inflação.
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Continue navegando