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realityconcursos.com REALITY CONCURSOS 1 2020 Reality concursos Cadernos Aplicados e Mentoria LEI 7.210/84 - EXECUÇÃO PENAL https://www.cursoagoraeupasso.com.br/ realityconcursos.com REALITY CONCURSOS 2 SUMÁRIO LEI DE EXECUÇÃO PENAL - Lei 7.210/84 ............................................................................................................ 7 Do objetivo e da Aplicação da Lei de Execução Penal (Art. 1º ao art. 4º) ..................................................... 7 Finalidades da Pena em Abstrato: ................................................................................................................. 7 PREVENÇÃO GERAL.................................................................................................................................... 7 Finalidades da Pena na Execução .................................................................................................................. 8 RETRIBUTIVA E PREVENÇÃO ESPECIAL ...................................................................................................... 8 RESSOCIALIZADORA - EDUCATIVA ............................................................................................................. 8 Da Classificação do Condenado (art. 5º ao 9º) ................................................................................................ 12 Comissão Técnica de Classificação (CTC) ..................................................................................................... 12 Exame Criminologico ................................................................................................................................... 14 Identificação do Perfil Genético .................................................................................................................. 15 Princípios da Execução Penal .......................................................................................................................... 17 1) PRINCÍPIO DA LEGALIDADE ................................................................................................................. 17 2) PRINCÍPIO DA IGUALDADE ou ISONOMIA ........................................................................................... 17 3) PRINCÍPIO DA INDIVIDUALIZAÇÃO DA EXECUÇÃO DA PENA .............................................................. 17 4) PRINCÍPIO DA JURISDICIONALIDADE ................................................................................................... 18 5) PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL ........................................................................................... 18 6) PRINCÍPIO REEDUCATIVO / PRINCÍPIO DA RESSOCIALIZAÇÃO ............................................................ 18 7) PRINCÍPIO DA HUMANIDADE DAS PENAS ........................................................................................... 18 Da Assistência (art. 10 e Art.11) ...................................................................................................................... 19 Da Assistência Material ............................................................................................................................... 19 Da Assistência à Saúde ................................................................................................................................ 20 Da Assistência Jurídica ................................................................................................................................. 21 Da Assistência Educacional .......................................................................................................................... 22 Da Assistência Social .................................................................................................................................... 24 Da Assistência Religiosa ............................................................................................................................... 24 Da Assistência ao Egresso ............................................................................................................................ 25 Do Trabalho ..................................................................................................................................................... 26 Remuneração do preso ............................................................................................................................... 27 Do Trabalho Interno .................................................................................................................................... 28 Jornada de Trabalho .................................................................................................................................... 30 Do Trabalho Externo .................................................................................................................................... 32 Dos Deveres ..................................................................................................................................................... 33 Dos Direitos ..................................................................................................................................................... 34 Da Disciplina .................................................................................................................................................... 36 https://www.cursoagoraeupasso.com.br/ realityconcursos.com REALITY CONCURSOS 3 Das Faltas Disciplinares ................................................................................................................................... 38 Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) ........................................................................................................... 41 Regra ............................................................................................................................................................ 41 Hipóteses de Cabimento ............................................................................................................................. 41 Características ............................................................................................................................................. 42 I - DURAÇÃO MÁXIMA DE ATÉ 2 ANOS, SEM PREJUÍZO DE REPETIÇÃO DA SANÇÃO POR NOVA FALTA GRAVE DE MESMA ESPÉCIE ..................................................................................................................... 42 II - RECOLHIMENTO EM CELA INDIVIDUAL; ............................................................................................. 42 III - VISITAS QUINZENAIS, DE 2 PESSOAS POR VEZ, A SEREM REALIZADAS EM INSTALAÇÕES EQUIPADAS PARA IMPEDIR O CONTATO FÍSICO E A PASSAGEM DE OBJETOS, POR PESSOA DA FAMÍLIA OU, NO CASO DE TERCEIRO, AUTORIZADO JUDICIALMENTE, COM DURAÇÃO DE 2 HORAS; .............................. 42 IV - DIREITO DO PRESO À SAÍDA DA CELA POR 2 HORAS DIÁRIAS PARA BANHO DE SOL, EM GRUPOS DE ATÉ 4 PRESOS, DESDE QUE NÃO HAJA CONTATO COM PRESOS DO MESMO GRUPO CRIMINOSO; ...... 43 V - ENTREVISTAS SEMPRE MONITORADAS, EXCETO AQUELAS COM SEU DEFENSOR, EM INSTALAÇÕES EQUIPADAS PARA IMPEDIR O CONTATO FÍSICO E A PASSAGEM DE OBJETOS, SALVO EXPRESSA AUTORIZAÇÃO JUDICIAL EM CONTRÁRIO; .............................................................................................. 43 VI - FISCALIZAÇÃO DO CONTEÚDO DA CORRESPONDÊNCIA; .................................................................. 43 VII - PARTICIPAÇÃO EM AUDIÊNCIAS JUDICIAIS PREFERENCIALMENTE POR VIDEOCONFERÊNCIA, GARANTINDO-SE A PARTICIPAÇÃO DO DEFENSOR NO MESMO AMBIENTE DO PRESO. ........................ 43 RDD cumprido no SISTEMA PENITENCIÁRIO FEDERAL ...............................................................................44 Prazo do RDD ............................................................................................................................................... 44 Das Sanções e das Recompensas .................................................................................................................... 47 Sanções Disciplinares ................................................................................................................................... 48 Recompensas ............................................................................................................................................... 49 I - O ELOGIO; ............................................................................................................................................ 49 II - A CONCESSÃO DE REGALIAS. .............................................................................................................. 49 Da Aplicação das Sanções ............................................................................................................................ 50 Do Procedimento Disciplinar ....................................................................................................................... 51 Medidas Preventivas ................................................................................................................................... 51 Dos Órgãos da Execução Penal ........................................................................................................................ 52 Do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária......................................................................... 53 Do Juízo da Execução ................................................................................................................................... 54 Do Ministério Público .................................................................................................................................. 55 Do Conselho Penitenciário .......................................................................................................................... 56 Dos Departamentos Penitenciários ............................................................................................................. 57 Do Departamento Penitenciário Nacional (DEPEN) ................................................................................ 57 Do Departamento Penitenciário Local .................................................................................................... 58 Da Direção e do Pessoal dos Estabelecimentos Penais ........................................................................... 58 Do Patronato ............................................................................................................................................... 59 https://www.cursoagoraeupasso.com.br/ realityconcursos.com REALITY CONCURSOS 4 Do Conselho da Comunidade ...................................................................................................................... 60 Da Defensoria Pública .................................................................................................................................. 61 Dos Estabelecimentos Penais (arts. 82 a 104) ................................................................................................. 62 Disposições Gerais ....................................................................................................................................... 62 Estabelecimento destinado às mulheres ................................................................................................. 64 Terceirizados na Execução Penal ............................................................................................................. 64 Funções Indelegáveis ............................................................................................................................... 65 Separação entre Preso provisório e o Condenado .................................................................................. 65 Separação do funcionário da administração da justiça criminal ............................................................. 65 Separação do preso com integridade física, moral ou psicológica ameaçada ........................................ 66 Da Penitenciária ........................................................................................................................................... 67 Da Colônia Agrícola, industrial ou similar .................................................................................................... 68 Da Casa do Albergado .................................................................................................................................. 69 Da Cadeia Pública ........................................................................................................................................ 70 Do Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico ................................................................................... 71 Do Centro de Observação ............................................................................................................................ 73 Da Execução das Penas em Espécie ................................................................................................................ 74 Das Penas Privativas de Liberdade .............................................................................................................. 74 Guia de Recolhimento ................................................................................................................................. 75 Superveniência de Doença Mental .......................................................................................................... 76 Dos Regimes (art. 110 a 119) ........................................................................................................................... 77 Soma e Unificação das Penas ...................................................................................................................... 77 Legislação Local ....................................................................................................................................... 80 Súmulas ........................................................................................................................................................... 81 Súmula 716 - STF ..................................................................................................................................... 81 Súmula 718 - STF ..................................................................................................................................... 81 Súmula 719 - STF ..................................................................................................................................... 81 Súmula 440 - STJ ...................................................................................................................................... 81 Súmula 269 - STJ ...................................................................................................................................... 81 PROGRESSÃO DE REGIME ................................................................................................................................ 82 REGIME FECHADO para o REGIME SEMIABERTO ........................................................................................ 84 Progressão de regime no RDD ................................................................................................................. 84 REGIME SEMIABERTO para o REGIME ABERTO ........................................................................................... 85 Progressão de Regime para mulher gestante ou responsável por pessoa com deficiência ....................... 87 Cometimentode FALTA GRAVE na execução da pena privativa ................................................................. 87 Data Base para Progressão de Regime ........................................................................................................ 88 Prisão Domiciliar da LEP – Regime Aberto .................................................................................................. 90 https://www.cursoagoraeupasso.com.br/ realityconcursos.com REALITY CONCURSOS 5 Tempo Máximo de cumprimento de pena .................................................................................................. 93 Regressão de Regime .................................................................................................................................. 94 Regressão Cautelar ou Preventiva de Regime ............................................................................................. 95 Progressão em saltos ................................................................................................................................... 98 Das Autorizações de Saída ............................................................................................................................... 99 Da Permissão de Saída................................................................................................................................. 99 Da Saída Temporária ................................................................................................................................. 100 Da Remição .................................................................................................................................................... 103 Remição pelo Estudo ................................................................................................................................. 104 Remição por Trabalho ............................................................................................................................... 104 Revogação do Tempo Remido ................................................................................................................... 105 Do Livramento Condicional ........................................................................................................................... 106 Requisitos do livramento condicional ....................................................................................................... 107 A Caderneta do Livramento Condicional ................................................................................................... 112 Da Monitoração Eletrônica ............................................................................................................................ 114 Cabimento ................................................................................................................................................. 114 Deveres ...................................................................................................................................................... 114 Consequências da Violação ....................................................................................................................... 114 Hipóteses de Revogação ............................................................................................................................ 115 Das Penas Restritivas de Direitos .................................................................................................................. 116 Das Penas Restritivas de Direitos .......................................................................................................... 118 Da Prestação de Serviços à Comunidade .................................................................................................. 119 Da Limitação de Fim de Semana................................................................................................................ 121 Da Interdição Temporária de Direitos ....................................................................................................... 122 Da Suspensão Condicional ............................................................................................................................. 123 MULTA ........................................................................................................................................................... 126 Da Execução das Medidas de Segurança ....................................................................................................... 128 Medidas de Segunda no Código Penal ...................................................................................................... 128 Disposições Gerais ..................................................................................................................................... 130 Da Cessação da Periculosidade ................................................................................................................. 131 Dos Incidentes de Execução .......................................................................................................................... 132 Das Conversões ......................................................................................................................................... 132 Do Excesso ou Desvio ................................................................................................................................ 133 Da Anistia e do Indulto .............................................................................................................................. 133 Do Procedimento Judicial .............................................................................................................................. 135 Das Disposições Finais e Transitórias ............................................................................................................ 136 QUESTÕES ...................................................................................................................................................... 137 https://www.cursoagoraeupasso.com.br/ realityconcursos.com REALITY CONCURSOS 6 GABARITO .................................................................................................................................................. 143 Referências Bibliográficas .............................................................................................................................. 144 https://www.cursoagoraeupasso.com.br/ realityconcursos.com REALITY CONCURSOS 7 LEI DE EXECUÇÃO PENAL - LEI 7.210/84 DO OBJETIVO E DA APLICAÇÃO DA LEI DE EXECUÇÃO PENAL (ART. 1º AO ART. 4º) Art. 1º A execução penal tem por objetivo efetivar as disposições de sentença ou decisão criminal e proporcionar condições para a harmônica integração social do condenado e do internado. A lei de execução criminal tem por objetivo disciplinar a vida do sujeito que está com a liberdade cerceada, seja por sentença condenatória transitada em julgado, seja em decisão cautelar de privação de liberdade de locomoção. Por isso que não é para efetivar apenas as “disposições da SENTENÇA” e sim, também, as decisões criminais. Desse modo, a LEP é aplicada ao preso condenado e ao preso provisório. As finalidades da execução penal se assemelham às próprias finalidades da pena, em um de seus planos. FINALIDADES DA PENA EM ABSTRATO: PREVENÇÃO GERAL Visa a sociedade e atua mesmo antes da prática do crime, pois a simples tipificação jurídica e cominação de pena conscientiza a coletividade do valor dado ao bem jurídico Objetivo: Inibir a prática do crime Mostrar a autoridade da norma “Art. 121 (6 a 20 anos) ” – a pena em abstrato já tem a finalidade de prevenção geral (coibir a prática do crime,evitando que membros da sociedade venham a delinquir, e reafirmar a norma penal) https://www.cursoagoraeupasso.com.br/ realityconcursos.com REALITY CONCURSOS 8 FINALIDADES DA PENA NA EXECUÇÃO RETRIBUTIVA E PREVENÇÃO ESPECIAL O caráter retributivo nada mais é que retribuir com o mal um mal causado. Espera-se que, com o indivíduo absorvendo esse caráter retributivo, evite-se, também, a reincidência, formando, assim, a prevenção especial. Prevenção especial: busca-se evitar a reincidência. a pena serve para prevenir que o infrator volte a delinquir, pois com sua imposição ele sabe os efeitos negativos para aqueles que praticam crimes, funcionando também como retribuição pela prática de crime ou contravenção. RESSOCIALIZADORA - EDUCATIVA “Proporcionar condições para a harmônica integração social” Buscar a ressocialização do condenado. Caráter Educativo: não visa somente efetivar os efeitos da sentença (punição e prevenção), mas proporcionar condições para a harmônica integração social do condenado e do internado, isto é reeducá-lo para que no futuro, possa reingressar ao convívio social. A Execução Penal tem por objetivo efetivar as disposições de sentença ou decisão criminal (Prevenção Especial e Caráter Retributivo) e proporcionar condições para a harmônica integração social do condenado e do internado (Caráter Educativo). APLICA-SE A LEP AO MENOR INFRATOR? Pena Medida de Segurança Medida Socioeducativa Finalidades: a) Prevenção Especial b) Redistribuição c) Ressocialização Finalidade essencialmente preventiva Finalidades: a) Integração Social do adolescente b) Garantia de seus direitos individuais e sociais APLICA-SE A LEP APLICA-SE A LEP APLICA-SE ECA e leis correlatas ao ECA. JAMAIS A LEP https://www.cursoagoraeupasso.com.br/ realityconcursos.com REALITY CONCURSOS 9 ESCREVA O QUE ENTENDEU PARA FIXAR! Finalidades da Pena em Abstrato: PREVENÇÃO GERAL ____________________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________________ Finalidades da pena na execução RETRIBUTIVA E PREVENÇÃO ESPECIAL ____________________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________________ RESSOCIALIZADORA - EDUCATIVA ____________________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________________ FIQUE DE OLHO NA REDAÇÃO!! Quem tal essas informações na redação? A execução da pena tem como objetivo efetivar a sentença criminal e também proporcionar condições para que o preso possa efetivar de forma harmônica o seu convívio em sociedade. No caso de a banca pedir alguma informação ou conhecimentos acerca das funções da pena ou finalidades da pena, o aluno não deve deixar de falar MUITO BEM sobre o caráter RESSOCIALIZADOR e EDUCATIVO da pena, afinal, o caráter o caráter educativo é o mais difícil de ser conquistado, é o que existe a maior necessidade de discussão. https://www.cursoagoraeupasso.com.br/ realityconcursos.com REALITY CONCURSOS 10 Art. 2º A jurisdição penal dos Juízes ou Tribunais da Justiça ordinária, em todo o Território Nacional, será exercida, no processo de execução, na conformidade desta Lei e do Código de Processo Penal. A execução penal será exercida de acordo com a LEP e com o Código de Processo Penal Parágrafo único. Esta Lei aplicar-se-á igualmente ao preso provisório e ao condenado pela Justiça Eleitoral ou Militar, quando recolhido a estabelecimento sujeito à jurisdição ordinária. Exemplo: Militar que comete crime militar compre pena em estabelecimento prisional militar. Na falta de estabelecimento prisional militar, o preso militar deve ir para estabelecimento prisional COMUM. E, assim acontecendo, o preso terá direito a todos os benefícios da Lei de Execução Penal. Art. 3º Ao condenado e ao internado serão assegurados todos os direitos não atingidos pela sentença ou pela lei. Qual direito é atingido diretamente pela sentença ou lei? Logicamente o direito a liberdade é o atingido. Assim, os outros direitos devem ser assegurados. Ex: integridade moral, corporal, garantia da dignidade da pessoa humana etc. Parágrafo único. Não haverá qualquer distinção de natureza racial, social, religiosa ou política. Não há vedação a distinção por SEXO, ORIENTAÇÃO SEXUAL e IDADE! Pode haver distinção em razão de SEXO, ORIENTAÇÃO SEXUAL e IDADE. Exemplo: Há presídios para homens e para mulheres. ATENÇÃO: O trangênero (masculino ou feminino) deve cumprir pena em estabelecimento prisional FEMININO. A transferência de transexuais femininas para presídios femininos é, ainda, compatível com a razão de decidir de julgados do STF em que se reconheceu o direito deste grupo a viver de acordo com a sua identidade de gênero e a obter tratamento social compatível com ela. Não há a mesma clareza, contudo, quanto ao tratamento a ser conferido às travestis, que apresentam uma identidade de gênero mais fluida, como exposto acima. Na Resolução Conjunta (RESOLUÇÃO CONJUNTA Nº 1, DE 15 DE ABRIL DE 2014), previu-se que as travestis poderiam optar por “espaços de vivência específicos”, compartilhados com homossexuais, sem prever sua transferência para unidades prisionais femininas. As travestis não se identificam plenamente com o gênero feminino, tanto que, embora o uso de vestuário oposto ao sexo biológico satisfaça uma experiência de pertencimento a tal gênero, não há desejo de mudança permanente de sexo (Orientações sobre identidade de gênero: conceitos e termos. Brasília, 2012, p. 24, disponível em: www.sertao.ufg.br). https://www.cursoagoraeupasso.com.br/ realityconcursos.com REALITY CONCURSOS 11 RESOLUÇÃO CONJUNTA Nº 1, DE 15 DE ABRIL DE 2014 Art. 2º - A pessoa travesti ou transexual em privação de liberdade tem o direito de ser chamada pelo seu nome social, de acordo com o seu gênero. Parágrafo único - O registro de admissão no estabelecimento prisional deverá conter o nome social da pessoa presa. Art. 3º - Às travestis e aos gays privados de liberdade em unidades prisionais masculinas, considerando a sua segurança e especial vulnerabilidade, deverão ser oferecidos espaços de vivência específicos. § 1º - Os espaços para essa população não devem se destinar à aplicação de medida disciplinar ou de qualquer método coercitivo. § 2º - A transferência da pessoa presa para o espaço de vivência específico ficará condicionada à sua expressa manifestação de vontade. Art. 4º - AS PESSOAS TRANSEXUAIS MASCULINAS E FEMININAS DEVEM SER ENCAMINHADAS PARA AS UNIDADES PRISIONAIS FEMININAS. Parágrafo único - Às mulheres transexuais deverá ser garantido tratamento isonômico ao das demais mulheres em privação de liberdade. Art. 5º - À pessoa travesti ou transexual em privação de liberdade serão facultados o uso de roupas femininas ou masculinas, conforme o gênero, e a manutenção de cabelos compridos, se o tiver, garantindo seus caracteres secundários de acordo com sua identidade de gênero. Art. 4º O Estado deverá recorrer à cooperação da comunidade nas atividades de execução da pena eda medida de segurança. Para alcançar os objetivos da Execução Penal o Estado deverá recorrer à cooperação da comunidade (art. 4º), assegurando ao condenado e ao internado todos os direitos não atingidos pela sentença (art. 3º), sendo vedado distinção de natureza racial, social, religiosa ou política. Importante para a ressocialização. https://www.cursoagoraeupasso.com.br/ realityconcursos.com REALITY CONCURSOS 12 DA CLASSIFICAÇÃO DO CONDENADO (ART. 5º AO 9º) A classificação é pensada no plano individualizador do cumprimento da pena. É a igualdade material, tratar os desiguais de forma desigual. A importância da classificação é para se identificar as características do preso, individualizando, para orientar o caráter educativo da pena. Tem deficiência? Tem limitação? Tem habilidade? Pode trabalhar? Art. 5º Os condenados serão classificados, segundo os seus antecedentes e personalidade, para orientar a individualização da execução penal. Critérios de Classificação: Antecedentes: É o histórico de vida” criminal do reeducando. ” Personalidade Estrutura completa de valores que descrevem o comportamento. COMISSÃO TÉCNICA DE CLASSIFICAÇÃO (CTC) Art. 6º A classificação será feita por Comissão Técnica de Classificação que elaborará o programa individualizador da pena privativa de liberdade adequada ao condenado ou preso provisório. Art. 7º A Comissão Técnica de Classificação, existente em cada estabelecimento, será presidida pelo diretor e composta, no mínimo, por 2 chefes de serviço, 1 psiquiatra, 1 psicólogo e 1 assistente social, quando se tratar de condenado à pena privativa de liberdade. Comissão Técnica de Classificação (CTC) irá elaborar o programa individualizador Presidida pelo Diretor do Presídio Composição: Diretor (presidente) 2 Chefes de serviço 1 Psiquiatra 1 Assistente Social Parágrafo único. Nos demais casos a Comissão atuará junto ao Juízo da Execução e será integrada por fiscais do serviço social. Nas outras penas (multa, restritivas de direito, prestação de serviços a comunidade) a CTC atuará junto ao Juízo de Execução. Se pode extrair do parágrafo único que a CTC para presos privados de liberdade atua no próprio local onde o preso estiver preso. Estes critérios vão orientar a individualização da execução penal. Atende ao princípio da Individualização da pena (Dignidade da pessoa humana) https://www.cursoagoraeupasso.com.br/ realityconcursos.com REALITY CONCURSOS 13 PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE DEMAIS CASOS (restritiva de direitos, multa) Diretor (presidente) 2 Chefes de serviço 1 Psiquiatra 1 Assistente Social Será integrada por fiscais do serviço social e atuará junto ao Juízo da Execução Não confundir EXAME CRIMINOLÓGICO com CLASSIFICAÇÃO. TODO CONDENADO SERÁ CLASSIFICADO. O condenado a pena privativa de liberdade será classificado no próprio estabelecimento prisional pela CTC. Nos demais casos, a CTC atuará no juizo de execução e será composta pelos fiscais de serviço social. https://www.cursoagoraeupasso.com.br/ realityconcursos.com REALITY CONCURSOS 14 EXAME CRIMINOLOGICO Art. 8º O condenado ao cumprimento de pena privativa de liberdade, em regime fechado, será submetido a exame criminológico para a obtenção dos elementos necessários a uma adequada classificação e com vistas à individualização da execução. Parágrafo único. Ao exame de que trata este artigo poderá ser submetido o condenado ao cumprimento da pena privativa de liberdade em regime semi-aberto. O exame criminológico contribui para o trabalho da CTC, já que serve para obter ELEMENTOS NECESSÁRIOS para uma adequada CLASSIFICAÇÃO. Embora a nova redação do artigo 112 da Lei n. 7.210/84 não mais exija, de plano, a realização de exame criminológico, cabe ao magistrado verificar o atendimento dos requisitos à luz do caso concreto. Assim, ele pode determinar a realização de perícia, se entender necessário, ou mesmo negar o benefício, desde que o faça fundamentadamente, quando as peculiaridades da causa assim o recomendarem, em observância ao princípio da individualização da pena Assim, o EXAME CRIMINOLÓGICO É FACULTATIVO, cabendo ao juizo determinar sua necessidade. Sumula Vinculante 26 Para efeito de progressão de regime no cumprimento de pena por crime hediondo, ou equiparado, o juízo da execução observará a inconstitucionalidade do art. 2º da Lei 8.072, de 25 de julho de 1990, sem prejuízo de avaliar se o condenado preenche, ou não, os requisitos objetivos e subjetivos do benefício, podendo determinar, para tal fim, de modo fundamentado, a realização de exame criminológico. Em resumo, para PROGRESSÃO DE REGIME, o mérito do sentenciado deve ser demonstrado sempre por atestado de conduta carcerária e, EVENTUALMENTE, pelo exame criminológico, caso assim determinado e fundamentado pelo juiz, de acordo com as peculiaridades do caso concreto. O parecer do exame criminológico não é vinculativo. A CTC pode entrevistar a familia do preso, ir a empregos anteriores e demais diligências que sejam importantes. Art. 9º A Comissão, no exame para a obtenção de dados reveladores da personalidade, observando a ética profissional e tendo sempre presentes peças ou informações do processo, poderá: I - entrevistar pessoas; II - requisitar, de repartições ou estabelecimentos privados, dados e informações a respeito do condenado; III - realizar outras diligências e exames necessários. https://www.cursoagoraeupasso.com.br/ realityconcursos.com REALITY CONCURSOS 15 IDENTIFICAÇÃO DO PERFIL GENÉTICO Art. 9º-A. Os condenados por crime praticado, DOLOSAMENTE, com VIOLÊNCIA DE NATUREZA GRAVE CONTRA PESSOA, ou por qualquer dos crimes previstos no art. 1º da LEI DE CRIMES HEDIONDOS, serão submetidos, obrigatoriamente, à IDENTIFICAÇÃO DO PERFIL GENÉTICO, mediante extração de DNA - ácido desoxirribonucleico, por técnica adequada e indolor. O aluno deve perceber que o artigo dos “crimes previstos no art. 1º da lei de crimes hediondos” mas não fala dos EQUIPARADOS a hediondos (tráfico, tortura e terrorismo). Porém, os condenados por terem cometido dolosamete tráfico, tortura e terrorismo podem identificação do perfil genético obrigatório por terem o outro requisito: CRIMES COM VIOLÊNCIA GRAVE CONTRA A PESSOA. Assim, um condenado por crime de tortura poderá ser submetido a identificação obrigatória do perfil genético? Depende! A tortura própria, por exemplo, pode ser realizada mediante a prática de VIOLÊNCA ou GRAVE AMEAÇA. Caso a tortura tenha sido praticada pelo agente mediante VIOLÊNCIA, este poderá ter ser perfil genético identificado de forma obrigatória. § 1º A identificação do perfil genético será armazenada em BANCO DE DADOS SIGILOSO, conforme regulamento a ser expedido pelo Poder Executivo. A lei informa que será criada um Decreto que regulamentará o banco de dados onde será armazenado essas informações. § 1º-A. A regulamentação deverá fazer constar GARANTIAS MÍNIMAS DE PROTEÇÃO DE DADOS GENÉTICOS, observando as melhores práticas da genética forense. (PACOTE ANTICRIME!) § 2º A autoridade policial, federal ou estadual, poderá requerer ao juiz competente, no caso de inquérito instaurado, o acesso ao banco de dados de identificação de perfil genético. O delegado estadual ou federal poderá requerer ao juiz – no caso de inquérito instaurado – o acesso ao banco de dados de identificação de perfil genético para verificar se o sujeito que cometeu o crime que ensejou a abertura do inquérito já esteja no banco de dados. Instrumento importante principalmente para busca de autoria de estupro (crime de natureza grave contra a pessoa) e que deixa vestígios materiais do seu DNA. https://www.cursoagoraeupasso.com.br/realityconcursos.com REALITY CONCURSOS 16 § 3º Deve ser viabilizado ao titular de dados genéticos o acesso aos seus dados constantes nos bancos de perfis genéticos, bem como a todos os documentos da cadeia de custódia que gerou esse dado, de maneira que possa ser contraditado pela defesa. (PACOTE ANTICRIME!) É viabilizado ao titular dos dados genéticos o acesso aos dados que estão nos perfis geneticos bwm como todos os outros documentos da cadeia de custodia para garantir a ampla defesa e o contraditório. § 4º O condenado pelos crimes previstos no caput deste artigo que não tiver sido submetido à identificação do perfil genético por ocasião do ingresso no estabelecimento prisional deverá ser submetido ao procedimento durante o cumprimento da pena. (PACOTE ANTICRIME!) Por diversos motivos como por exemplo no caso da necessidade de inclusoes emergenciais em estabelecimentos penais de segurança máxima, a colheita do material genético não ocorria no INGRESSO. Para desburocratizar a tentativa da colheira após o ingresso, agora, a colheira poderá ser realizada durante o cumprimento da pena. Agora, a idenificação do perfil genético poderá ser realizado em dois momentos: No imgresso e durante o cumprimento de pena. § 8º Constitui FALTA GRAVE a recusa do condenado em submeter-se ao procedimento de identificação do perfil genético. (PACOTE ANTICRIME!) A falta grave gera restrição a regalias durante o crumprimento da pena. Isso será visto no momento oportuno. Mas é importante que o aluno esteja ciente que a negativa gera uma falta grave! https://www.cursoagoraeupasso.com.br/ realityconcursos.com REALITY CONCURSOS 17 PRINCÍPIOS DA EXECUÇÃO PENAL 1) PRINCÍPIO DA LEGALIDADE “Art. 3º Ao condenado (sentença condenatória) e ao internado (sentença absolutória imprópria) serão assegurados todos os direitos não atingidos pela sentença ou pela lei.” 2) PRINCÍPIO DA IGUALDADE OU ISONOMIA “Art. 3º (...). Parágrafo único. Não haverá qualquer distinção de natureza racial, social, religiosa ou política.” Admite-se distinção quanto a idade e sexo. Aliás, dependendo da idade, o condenado pode cumprir sua pena em regime domiciliar. 3) PRINCÍPIO DA INDIVIDUALIZAÇÃO DA EXECUÇÃO DA PENA “Art. 5º Os condenados serão classificados, segundo os seus antecedentes e personalidade, para orientar a individualização da execução penal.” O princípio da individualização da pena existe nas 3 etapas: na criação da norma (cominação), na sentença e na execução: 1ª etapa – cominação da pena (legislador) 2ª etapa – aplicação da pena (juiz) 3ª etapa – execução da pena (juiz da execução) A classificação dos condenados, tratada no art. 5º, é feita por uma Comissão Técnica de Classificação, conforme dispõe o art. 6º: FIQUE DE OLHO NA REDAÇÃO!! https://www.cursoagoraeupasso.com.br/ realityconcursos.com REALITY CONCURSOS 18 4) PRINCÍPIO DA JURISDICIONALIDADE Os incidentes da LEP serão decididos pelo Poder Judiciário. “Art. 2º A jurisdição penal dos Juízes ou Tribunais da Justiça ordinária, em todo o Território Nacional, será exercida, no processo de execução, na conformidade desta Lei e do Código de Processo Penal.” “Art. 194. O procedimento correspondente às situações previstas nesta Lei será judicial, desenvolvendo-se perante o Juízo da execução.” Pegadinha: A lei reserva à autoridade administrativa a decisão sobre pontos secundários da execução penal, como por exemplo, banho de sol, horários de visitas etc. Se o preso se sentir prejudicado, discriminado etc., poderá se valer do Poder Judiciário, por força de seu direito constitucional de petição, e não de recurso, propriamente dito. 5) PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL Significa que nos incidentes previstos na LEP, devem ser garantidos o contraditório e a ampla defesa. 6) PRINCÍPIO REEDUCATIVO / PRINCÍPIO DA RESSOCIALIZAÇÃO Trata-se da busca da ressocialização, da integração social do condenado. Prestação especial positiva Quais os instrumentos da ressocialização? Progressão Livramento Condicional Saída Temporária Trabalho e Estudo penitenciário (remição) Art. 11 da LEP 7) PRINCÍPIO DA HUMANIDADE DAS PENAS Não há penas cruéis, desumanas ou degradantes. Art. 5º, XLIX e XLVII, da Constituição Federal. Decorre da dignidade da pessoa humana e foi mais um dos princípios utilizados pelo STF para declarar a inconstitucionalidade do regime de cumprimento de pena integralmente fechado. O STJ, provocado à luz do princípio, afirmou a constitucionalidade do RDD – Regime Disciplinar Diferenciado, previsto na Lei de Execução Penal. O STF ainda não se manifestou a respeito do tema. Art. 11. A assistência será: I – material; (Roupas, higiene básica) II - à saúde; III – jurídica; IV – educacional; (Bibliotecas) V – social; VI – religiosa. https://www.cursoagoraeupasso.com.br/ realityconcursos.com REALITY CONCURSOS 19 DA ASSISTÊNCIA (ART. 10 E ART.11) Em busca da não reincidência o Estado deve prestar assistência material (art. 11), à saúde, jurídica, educacional, social e religiosa ao preso e ao internado, propiciando condições suficientes para seu retorno ao convívio social. Art. 10. A assistência ao PRESO e ao INTERNADO é dever do Estado, objetivando prevenir o crime e orientar o retorno à convivência em sociedade. Parágrafo único. A assistência estende-se ao EGRESSO. A assitencia será: PRESO (condenado e provisório) INTERNADO EGRESSO Art. 11. A assistência será: I - material; II - à saúde; III -jurídica; IV - educacional; V - social; VI - religiosa. DA ASSISTÊNCIA MATERIAL Art. 12. A assistência material ao preso e ao internado consistirá no fornecimento de alimentação, vestuário e instalações higiênicas. Art. 13. O estabelecimento disporá de instalações e serviços que atendam aos presos nas suas necessidades pessoais, além de locais destinados à venda de produtos e objetos permitidos e não fornecidos pela Administração. Alimentação Vestuário Instalações higiênicas. É um direito, mas também é um DEVER do preso A assistência deve ser estendida ao EGRESSO (art. 10), assim considerado o ex reeducando que: (ESPECIAL. ART. 25. SOCIAL E MATERIAL) LIBERADO DEFINITIVO, pelo prazo de um ano a contar da saída do estabelecimento (art. 26); LIBERADO CONDICIONAL, durante o período de prova (art. 26). Período de prova é o período restante da pena. Art. 39. Constituem DEVERES do condenado: IX - Higiene pessoal e asseio da cela ou alojamento https://www.cursoagoraeupasso.com.br/ realityconcursos.com REALITY CONCURSOS 20 DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE Art. 14. A assistência à saúde do preso e do internado de caráter PREVENTIVO e CURATIVO, compreenderá atendimento médico, farmacêutico e odontológico. Atendimento Médico, Atendimento Farmacêutico Atendimento Odontológico. § 2º Quando o estabelecimento penal não estiver aparelhado para prover a assistência médica necessária, esta será prestada em outro local, mediante autorização da direção do estabelecimento. Caso um preso necessite, por exemplo, realizar um exame que não exista na unidade prisional, este será levado a uma clíica para a realização após a autorização da Direção da unidade. É uma hipótese de AUTORIZAÇÃO DE SAÍDA chamada PERMISSÃO DE SAÍDA (art. 120) As PERMISSÕES DE SAÍDA são atos do DIRETOR, mediante ESCOLTA e duram o período necessário para terminar o procedimento que foi motivo da autorização. § 3º Será assegurado acompanhamento médico à MULHER, principalmente no pré-natal e no pós-parto, extensivo ao recém- nascido. Iremos estudar no artigo 120 uma das hipóteses de AUTORIZAÇÃO DE SAÍDA. PERMISSÃO DE SAÍDA Art. 120. Os condenados que cumprem penaem regime fechado ou semiaberto e os presos provisórios poderão obter permissão para sair do estabelecimento, mediante escolta, quando ocorrer um dos seguintes fatos: I - Falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira, ascendente, descendente ou irmão; II - NECESSIDADE DE TRATAMENTO MÉDICO (parágrafo único do artigo 14). Parágrafo único. A permissão de saída será concedida pelo diretor do estabelecimento onde se encontra o preso. Art. 121. A permanência do preso fora do estabelecimento terá a duração necessária à finalidade da saída. https://www.cursoagoraeupasso.com.br/ realityconcursos.com REALITY CONCURSOS 21 DA ASSISTÊNCIA JURÍDICA Art. 15. A assistência jurídica é destinada aos presos e aos internados sem recursos financeiros para constituir advogado. Art. 16. As Unidades da Federação deverão ter serviços de assistência jurídica, integral e gratuita, pela Defensoria Pública, dentro e fora dos estabelecimentos penais. § 1º As Unidades da Federação deverão prestar auxílio estrutural, pessoal e material à Defensoria Pública, no exercício de suas funções, dentro e fora dos estabelecimentos penais. § 2º Em todos os estabelecimentos penais, haverá local apropriado destinado ao atendimento pelo Defensor Público. § 3º Fora dos estabelecimentos penais, serão implementados Núcleos Especializados da Defensoria Pública para a prestação de assistência jurídica integral e gratuita aos réus, sentenciados em liberdade, egressos e seus familiares, sem recursos financeiros para constituir advogado. A lei de execução penal outorga assistência jurídica aos presos e aos internados sem recursos financeiros para constituir advogado (art. 15), reforçando o dever do Estado de prestar assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recurso (CF, art. 5º, LXXIV). A lei 12.313/10 alterou a vários artigos da LEP atribuindo à defensoria pública, dentro e fora dos estabelecimentos penais, o exercício da assistência jurídica integral e gratuita (art. 16) aos presos e aos internados. Com a finalidade de munir a Defensoria Pública de condições mínimas para o exercício da assistência jurídica, a LEP determina que nos estabelecimentos penais, deve existir local apropriado destinado ao atendimento pelo Defensor Público. Além disso fora dos estabelecimentos penais, deve existir Núcleos Especializados da Defensoria Pública para a prestação de assistência jurídica integral e gratuita aos réus, sentenciados em liberdade, egressos e seus familiares, sem recursos financeiros para constituir advogado. https://www.cursoagoraeupasso.com.br/ realityconcursos.com REALITY CONCURSOS 22 DA ASSISTÊNCIA EDUCACIONAL As atividades educacionais podem ser objeto de convênio com entidades públicas ou particulares, que instalem escolas ou ofereçam cursos especializados. O ensino de 1º Grau (fundamental) será obrigatório (art. 18), devendo integrar o sistema escolar da Unidade Federativa, cumprindo determinação das regras mínimas da ONU para tratamento de reclusos (regra 77.1). Já o ensino profissional é facultativo, devendo ser ministrado em nível de iniciação ou de aperfeiçoamento técnico (art. 19). ATENÇÃO: A assistência educacional é de fácil compreensão apenas com a leitura dos artigos. Saliento que é importante que o aluno escreva e tente elaborar uma REDAÇÃO sobre esse assunto. Art. 17. A assistência educacional compreenderá a instrução escolar e a formação profissional do preso e do internado. Instrução escolar = nivel fundamental, médio e superior. Formação Profissional Art. 18. O ensino de 1º grau será obrigatório, integrando-se no sistema escolar da Unidade Federativa. 1º grau atualmente é chamado de fundamental. O ensino fundamental é OBRIGATÓRIO. Art. 18-A. O ensino médio, regular ou supletivo, com formação geral ou educação profissional de nível médio, será implantado nos presídios, em obediência ao preceito constitucional de sua universalização. O artigo não traz a obrigatoriedade do ensino médio nos presidios. A redação diz que “será impantado”. O nível fundamental é redigido como OBRIGATÓRIO. § 1º O ensino ministrado aos presos e presas integrar-se-á ao sistema estadual e municipal de ensino e será mantido, administrativa e financeiramente, com o apoio da União, não só com os recursos destinados à educação, mas pelo sistema estadual de justiça ou administração penitenciária. “APOIO DA UNIÃO” não significa ser mantido pela União. § 2º Os sistemas de ensino oferecerão aos presos e às presas cursos supletivos de educação de jovens e adultos. https://www.cursoagoraeupasso.com.br/ realityconcursos.com REALITY CONCURSOS 23 § 3º A União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal incluirão em seus programas de educação à distância e de utilização de novas tecnologias de ensino, o atendimento aos presos e às presas. É permitido ensino EAD para os presos. Art. 19. O ensino profissional será ministrado em nível de iniciação ou de aperfeiçoamento técnico. Parágrafo único. A mulher condenada terá ensino profissional adequado à sua condição. Art. 20. As atividades educacionais podem ser objeto de convênio com entidades públicas ou particulares, que instalem escolas ou ofereçam cursos especializados. Art. 21. Em atendimento às condições locais, dotar-se-á cada estabelecimento de uma biblioteca, para uso de todas as categorias de reclusos, provida de livros instrutivos, recreativos e didáticos. Art. 21-A. O censo penitenciário deverá apurar: I - o nível de escolaridade dos presos e das presas II - a existência de cursos nos níveis fundamental e médio e o número de presos e presas atendidos III - a implementação de cursos profissionais em nível de iniciação ou aperfeiçoamento técnico e o número de presos e presas atendidos IV - a existência de bibliotecas e as condições de seu acervo V - outros dados relevantes para o aprimoramento educacional de presos e presas. https://www.cursoagoraeupasso.com.br/ realityconcursos.com REALITY CONCURSOS 24 DA ASSISTÊNCIA SOCIAL Art. 22. A assistência social tem por finalidade amparar o preso e o internado e prepará-los para o retorno à liberdade. A assistencia social contribui com a assistencia educacional Art. 23. Incumbe ao serviço de assistência social: I - conhecer os resultados dos diagnósticos ou exames; II - relatar, por escrito, ao Diretor do estabelecimento, os problemas e as dificuldades enfrentadas pelo assistido; III - acompanhar o resultado das permissões de saídas e das saídas temporárias; IV - promover, no estabelecimento, pelos meios disponíveis, a recreação; V - promover a orientação do assistido, na fase final do cumprimento da pena, e do liberando, de modo a facilitar o seu retorno à liberdade; VI - providenciar a obtenção de documentos, dos benefícios da Previdência Social e do seguro por acidente no trabalho; VII - orientar e amparar, quando necessário, a família do preso, do internado e da vítima. DA ASSISTÊNCIA RELIGIOSA Art. 24. A assistência religiosa, com liberdade de culto, será prestada aos presos e aos internados, permitindo-se-lhes a participação nos serviços organizados no estabelecimento penal, bem como a posse de livros de instrução religiosa. § 1º No estabelecimento haverá local apropriado para os cultos religiosos. § 2º Nenhum preso ou internado poderá ser obrigado a participar de atividade religiosa. Pode existir culto religioso de qualquer religião e o preso não é obrigado a participar. Não participar de culto religioso também é uma forma de liberdade religiosa! https://www.cursoagoraeupasso.com.br/ realityconcursos.com REALITY CONCURSOS 25 DAASSISTÊNCIA AO EGRESSO Art. 25. A assistência ao egresso consiste: I - na orientação e apoio para reintegrá-lo à vida em liberdade; II - na concessão, se necessário, de ALOJAMENTO e ALIMENTAÇÃO, em estabelecimento adequado, pelo prazo de 2 MESES. Parágrafo único. O prazo estabelecido no inciso II poderá ser prorrogado uma única vez, comprovado, por declaração do assistente social, o empenho na obtenção de emprego. O inciso I temos a assistência SOCIAL obrigatória e o prazo é durante ele estiver na condção de egresso. O inciso II garante SE NECESSÁRIO um tipo de assistencia MATERIAL como ALOJAMENTO e ALIMENTAÇÃO e tem prazo estabelecido: 2 meses podendo ser prorrogado uma única vez. A lei não fala o prazo de prorrogação. (não caia na pegadinha do “igual período”.) Art. 26. Considera-se egresso para os efeitos desta Lei: I - o LIBERADO DEFINITIVO, pelo prazo de 1 ano a contar da saída do estabelecimento; II - o LIBERADO CONDICIONAL, durante o período de prova. Período de prova é o período restante da pena. Art. 27. O serviço de assistência social colaborará com o egresso para a obtenção de trabalho. 11. A assistência será: I - material; II - à saúde; III -jurídica; IV - educacional; V - social; VI - religiosa. https://www.cursoagoraeupasso.com.br/ realityconcursos.com REALITY CONCURSOS 26 DO TRABALHO Art. 28. O trabalho do condenado, como dever social e condição de dignidade humana, terá finalidade educativa e produtiva. Na Lei de Execuções Penais, o trabalho tem natureza dúplice, tendo finalidade EDUCATIVA e PRODUTIVA. O intuito da labuta no presídio é contribuir na ressocialização do preso e impedir que se instale o ócio no sistema prisional. § 1º Aplicam-se à organização e aos métodos de trabalho as precauções relativas à segurança e à higiene. § 2º O trabalho do preso NÃO ESTÁ SUJEITO AO REGIME DA CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO. O Trabalho do preso não está sujeito ao regime da CLT. Há, sim, regras específicas. Jornada de Trabalho Art. 33. A jornada normal de trabalho não será inferior a 6 nem superior a 8 horas, com descanso nos domingos e feriados. O trabalho será nos dias úteis e nos sábados. Trabalha no mínimo 06 horas por dia e no máximo 08 horas. Um preso pode, entao, trabalhar 48 horas por semana? Pode. Pois a ele não se aplica a CLT. https://www.cursoagoraeupasso.com.br/ realityconcursos.com REALITY CONCURSOS 27 REMUNERAÇÃO DO PRESO Art. 29. O trabalho do preso será remunerado, mediante prévia tabela, não podendo ser inferior a 3/4 (três quartos) do salário mínimo. Art. 30. As tarefas executadas como prestação de serviço à comunidade não serão remuneradas. § 1° O produto da remuneração pelo trabalho deverá atender: a) à indenização dos danos causados pelo crime, desde que determinados judicialmente e não reparados por outros meios; b) à assistência à família; c) a pequenas despesas pessoais; d) ao ressarcimento ao Estado das despesas realizadas com a manutenção do condenado, em proporção a ser fixada e sem prejuízo da destinação prevista nas letras anteriores. § 2º Ressalvadas outras aplicações legais, será depositada a parte restante para constituição do pecúlio, em Caderneta de Poupança, que será entregue ao condenado quando posto em liberdade. O trabalho do preso é remunerado. O preso deve receber salario de no mínimo ¾ do salário mínimo ou 75% do salário mínimo. Exceção: O preso que estiver realizando TAREFAS COMO PRESTAÇÃO DE SERVIÇO A COMUNIDADE NÃO SERÁ REMUNERADO. O produto da remuneração pelo trabalho deverá atender A LEP, no entanto, vincula a destinação do salário, devendo atender, em ordem de preferência (art. 29 § 1º): 1º) indenização dos danos causados pelo crime; 2º) assistência à família; 3º) pequenas despesas pessoais; 4º) ressarcimento ao Estado das despesas realizadas com a manutenção do condenado. Atenção: o restante será depositada a parte para constituição de pecúlio, em caderneta de popança, ue será entregue ao condenado quando posto em liberdade (art. 29 § 2º). https://www.cursoagoraeupasso.com.br/ realityconcursos.com REALITY CONCURSOS 28 DO TRABALHO INTERNO Na LEP o trabalho é tanto um DIREITO quanto um DEVER. Art. 31. O condenado à pena privativa de liberdade ESTÁ OBRIGADO AO TRABALHO na medida de suas aptidões e capacidade. Parágrafo único. Para o PRESO PROVISÓRIO, o trabalho não é obrigatório e só poderá ser executado no interior do estabelecimento. O trabalho é obrigatório, não podendo o preso se recusar. MAS O TRABALHO OBRIGATÓRIO NÃO É INCONSTITUCIONAL? Amigos, não confundam trabalho obrigatório (constitucional) com trabalho forçado (inconstitucional)!!! No trabalho forçado se o preso se recusar a trabalhar, ele será fisicamente coagido a fazê- lo. No trabalho obrigatório, como ocorre na LEP, a recusa do preso ao trabalho vai gerar uma série de consequencias negativas, pois é falta disciplinar de natureza grave. Veremos as consequências no momento oportuno. O preso que se recusa a trabalhar jamais será punido com castigos corporais. Destarte, vislumbra-se a obrigatoriedade do trabalho para os condenados em definitivo à pena privativa de liberdade. O labor não será obrigatório aos PRESOS PROVISÓRIOS, isto é, àqueles que não possuem sentença condenatória transitada em julgado. E, se quiser, só se admite i trabalho interno. A não obrigatoriedade também é extensiva aos CONDENADOS POR CRIME POLÍTICO. EXCEÇÕES A OBRIGAÇÃO DE TRABALHAR: PRESOS PROVISÓRIOS PRESOS CONDENADOS POR CRIME POLÍTICO Art. 39. Constituem DEVERES do condenado: V - EXECUÇÃO DO TRABALHO, das tarefas e das ordens recebidas; __________________________________________________________________________ Art. 41 - Constituem DIREITOS do preso: II - ATRIBUIÇÃO DE TRABALHO e sua remuneração; Art. 31 Parágrafo único. Para o PRESO PROVISÓRIO, o trabalho não é obrigatório e só poderá ser executado no interior do estabelecimento.; Art. 200. O condenado por CRIME POLÍTICO não está obrigado ao trabalho https://www.cursoagoraeupasso.com.br/ realityconcursos.com REALITY CONCURSOS 29 Art. 32. Na atribuição do trabalho deverão ser levadas em conta a habilitação, a condição pessoal e as necessidades futuras do preso, bem como as oportunidades oferecidas pelo mercado. § 1º Deverá ser limitado, tanto quanto possível, o artesanato sem expressão econômica, salvo nas regiões de turismo. § 2º Os maiores de 60 anos poderão solicitar ocupação adequada à sua idade. § 3º Os doentes ou deficientes físicos somente exercerão atividades apropriadas ao seu estado. Informações acerca do tipo do trabalho a ser realizado pelos presos: Será levadas em conta a habilitação, a condição pessoal e as necessidades futuras do preso, bem como as oportunidades oferecidas pelo mercado. Os maiores de 60 anos poderão solicitar ocupação adequada à sua idade. Deverá ser limitado, tanto quanto possível, o artesanato sem expressão econômica, salvo nas regiões de turismo. Os doentes ou deficientes físicos somente exercerão atividades apropriadas ao seu estado. https://www.cursoagoraeupasso.com.br/ realityconcursos.com REALITY CONCURSOS 30 JORNADA DE TRABALHO Art. 33. A jornada normal de trabalho não será inferior a 6 nem superior a 8 horas, com descanso nos domingos e feriados. O trabalho será nos dias úteis e nos sábados. O horario de trabalho será de no mínimo 06 horas por dia e no máximo 08 horas. Um preso pode, entao, trabalhar 48 horas por semana? Pode. Pois a ele não se aplica a CLT. Deve-se considerar cada 6 (seis) horas extras realizadas além da jornada normalde 8 (oito) horas diárias como um dia de trabalho para fins de remissão (STJ - HC 39.540/SP). Parágrafo único. Poderá ser atribuído HORÁRIO ESPECIAL de trabalho aos presos designados para os serviços de conservação e manutenção do estabelecimento penal. Art. 34. O trabalho poderá ser gerenciado por fundação, ou empresa pública, com autonomia administrativa, e terá por OBJETIVO A FORMAÇÃO PROFISSIONAL DO CONDENADO. § 1º. Nessa hipótese, incumbirá à entidade gerenciadora promover e supervisionar a produção, com critérios e métodos empresariais, encarregar-se de sua comercialização, bem como suportar despesas, inclusive pagamento de remuneração adequada. Adotando o Sistema Misto de Organização do Trabalho presidiário a LEP enuncia que o gerenciamento do trabalho dos presos será feito por fundação ou empresa pública (art. 34), buscando a formação profissional do condenado. É responsabilidade da entidade gerenciadora (art. 34 § 1º) promover e supervisionar a produção (com critérios e métodos empresariais), encarregando-se da comercialização e suportando as despesas (inclusive com o pagamento de remuneração). § 2º Os governos federal, estadual e municipal poderão celebrar convênio com a iniciativa privada, para implantação de oficinas de trabalho referentes a setores de apoio dos presídios. A participação da iniciativa privada poderá ocorrer por meio de convênios com os governos federal, estadual e municipal, buscando a implantação de oficinas de trabalho referentes a setores de apoio dos presídios. Art. 35. Os órgãos da Administração Direta ou Indireta da União, Estados, Territórios, Distrito Federal e dos Municípios adquirirão, com dispensa de concorrência pública, os bens ou produtos do https://www.cursoagoraeupasso.com.br/ realityconcursos.com REALITY CONCURSOS 31 trabalho prisional, sempre que não for possível ou recomendável realizar-se a venda a particulares. Parágrafo único. Todas as importâncias arrecadadas com as vendas reverterão em favor da fundação ou empresa pública a que alude o artigo anterior ou, na sua falta, do estabelecimento penal. TRABALHO DO PRESO É DEVER e DIREITO Trata-se de dever pois o condenado a pena privativa de liberdade está obrigado ao trabalho na medida de suas aptidões (art. 31), inclusive sua recusa injustificada configura falta grave (art. 50, VI). É também Direito porque o trabalho além de essencial para sua ressocialização, garante ao preso remuneração, nunca inferior a 3⁄4 (três quartos) do salário mínimo (art. 29), podendo inclusive descontar 1 (um) dia de pena a cada 3 (três) dias trabalhados (art. 126). FIQUE DE OLHO NA REDAÇÃO!! https://www.cursoagoraeupasso.com.br/ realityconcursos.com REALITY CONCURSOS 32 DO TRABALHO EXTERNO Art. 36. O trabalho externo será admissível para os presos em regime fechado somente em serviço ou obras públicas realizadas por órgãos da Administração Direta ou Indireta, ou entidades privadas, desde que tomadas as cautelas contra a fuga e em favor da disciplina. § 1º O limite máximo do número de presos será de 10% do total de empregados na obra. § 2º Caberá ao órgão da administração, à entidade ou à empresa empreiteira a remuneração desse trabalho. § 3º A prestação de trabalho à entidade privada depende do consentimento expresso do preso. Art. 37. A prestação de trabalho externo, a ser autorizada pela direção do estabelecimento, dependerá de aptidão, disciplina e responsabilidade, além do cumprimento mínimo de 1/6 da pena. Parágrafo único. Revogar-se-á a autorização de trabalho externo ao preso que vier a praticar fato definido como crime, for punido por falta grave, ou tiver comportamento contrário aos requisitos estabelecidos neste artigo. REGRAS PARA O TRABALHO EXTERNO: O preso que cumpre pena em REGIME FECHADO Para executar trabalhos externos, desde que em SERVIÇO OU OBRAS PÚBLICAS realizadas por órgãos da ADMINISTRAÇÃO DIRETA ou INDIRETA, ou ENTIDADES PRIVADAS (A prestação de trabalho à entidade privada depende de consentimento expresso do preso). Deverá ser tomada as cautelas contra a fuga e em favor da disciplina. Autorização do DIRETOR DO PRESÍDIO. (A autorização para o trabalho externo não se insere no rol de atos jurisdicionais do juiz da execução) A prestação de trabalho externo e terá como requisitos: Aptidão para exercer o referido trabalho (conhecida por meio do exame de classificação) Disciplina e responsabilidade Cumprimento de 1/6 da pena. A autorização de trabalho externo será revogada caso o preso pratique fato definido como crime, for punido por falta grave ou tiver comportamento contrário aos requisitos acima expostos. https://www.cursoagoraeupasso.com.br/ realityconcursos.com REALITY CONCURSOS 33 DOS DEVERES A nova etapa na vida do condenado está cheia de direitos e deveres mútuos (Estado e acusado), sendo importante lembrar que o Jus Executionis não é absoluto, incondicionado ou ilimitado. Encontra limites traçados na própria sentença condenatória (privar de liberdade o condenado pelo tempo nela expressamente determinado) e na Lei de Execução Penal que cria para o prisioneiro alguns direitos (invioláveis, imprescritíveis e irrenunciáveis) não atingidos pelo internamento prisional. Busca-se, assim, evitar a hipertrofia da punição, que viola não só o princípio constitucional da proporcionalidade, mas transforma-se em poderoso fator de reincidência. Cumpre ao condenado, além das obrigações legais inerentes a seu estado, submeter-se às normas de execução da pena (art. 38). A LEP traz os seguintes deveres dos condenados e aos presos provisórios no que couber (art. 39): Art. 38. Cumpre ao condenado, além das obrigações legais inerentes ao seu estado, submeter-se às normas de execução da pena. Art. 39. Constituem DEVERES do condenado: I - comportamento disciplinado e cumprimento fiel da sentença; II - obediência ao servidor e respeito a qualquer pessoa com quem deva relacionar-se; III - urbanidade e respeito no trato com os demais condenados; IV - conduta oposta aos movimentos individuais ou coletivos de fuga ou de subversão à ordem ou à disciplina; V - execução do trabalho, das tarefas e das ordens recebidas; VI - submissão à sanção disciplinar imposta; VII - indenização à vitima ou aos seus sucessores; VIII - indenização ao Estado, quando possível, das despesas realizadas com a sua manutenção, mediante desconto proporcional da remuneração do trabalho; IX - higiene pessoal e asseio da cela ou alojamento; X - conservação dos objetos de uso pessoal. Parágrafo único. Aplica-se ao preso provisório, no que couber, o disposto neste artigo. https://www.cursoagoraeupasso.com.br/ realityconcursos.com REALITY CONCURSOS 34 DOS DIREITOS Por sua importância, o respeito à INTEGRIDADE FÍSICA E MORAL (art. 40) do preso (condenado ou provisório) e do internado (art. 42) é um direito garantido não só pela Lei de Execução Penal, mas assegurado pela Constituição Federal (art. 5o XLIX, CF). Na luta contra os efeitos nocivos do aprisionamento mostra-se de suma importância estabelecer a garantia jurídica dos direitos ao condenados, por essa razão a LEP estabelece ao preso (condenado e provisório) e ao internado (art. 42) os seguintes direitos (art. 41): Art. 40 - Impõe-se a todas as autoridades o respeito à integridade física e moral dos condenados e dos presos provisórios. Art. 41 - Constituem DIREITOS do preso: I - alimentação suficiente e vestuário; II - atribuição de trabalho e sua remuneração; III - Previdência Social; IV - constituição de pecúlio; V - proporcionalidade na distribuição do tempo para o trabalho, o descanso e a recreação; VI - exercício das atividades profissionais, intelectuais, artísticas edesportivas anteriores, desde que compatíveis com a execução da pena; VII - assistência material, à saúde, jurídica, educacional, social e religiosa; VIII - proteção contra qualquer forma de sensacionalismo; IX - entrevista pessoal e reservada com o advogado; X - visita do cônjuge, da companheira, de parentes e amigos em dias determinados; XI - chamamento nominal; XII - igualdade de tratamento salvo quanto às exigências da individualização da pena; XIII - audiência especial com o diretor do estabelecimento; XIV - representação e petição a qualquer autoridade, em defesa de direito; XV - contato com o mundo exterior por meio de correspondência escrita, da leitura e de outros meios de informação que não comprometam a moral e os bons costumes. XVI – atestado de pena a cumprir, emitido anualmente, sob pena da responsabilidade da autoridade judiciária competente Os direitos previstos nos incisos V, X e XV poderão ser suspensos ou restringidos mediante ato motivado do diretor do estabelecimento. Art. 42 - Aplica-se ao PRESO PROVISÓRIO e ao submetido à MEDIDA DE SEGURANÇA, no que couber, o disposto nesta Seção. https://www.cursoagoraeupasso.com.br/ realityconcursos.com REALITY CONCURSOS 35 Parágrafo único. Os direitos previstos nos incisos V, X e XV poderão ser suspensos ou restringidos mediante ato motivado do diretor do estabelecimento. Art. 42 - Aplica-se ao preso provisório e ao submetido à medida de segurança, no que couber, o disposto nesta Seção. Art. 43 - É garantida a liberdade de contratar médico de confiança pessoal do internado ou do submetido a tratamento ambulatorial, por seus familiares ou dependentes, a fim de orientar e acompanhar o tratamento. Parágrafo único. As divergências entre o médico oficial e o particular serão resolvidas pelo JUIZ DA EXECUÇÃO. As divergências entre o médico oficial e o particular será resolvida pelo “não-médico” Juiz da execução. Cuidado com a pegadinha da banca que pode colocar essa responsabilidade como sendo do Diretor do presídio ou de um terceiro médico escolhido por ele ou pelo juiz. https://www.cursoagoraeupasso.com.br/ realityconcursos.com REALITY CONCURSOS 36 DA DISCIPLINA Art. 44. A disciplina consiste na colaboração com a ordem, na obediência às determinações das autoridades e seus agentes e no desempenho do trabalho. O QUE É DISCIPLINA PARA A LEP? Colaboração com a ordem Obediência às determinações das autoridades e seus agentes Desempenho do trabalho Parágrafo único. Estão sujeitos à disciplina o condenado à pena privativa de liberdade ou restritiva de direitos e o preso provisório. QUEM ESTÁ SUJEITO A DISCIPLINA NA LEP? Condenado (à pena privativa de liberdade ou restritiva de direitos) Preso Provisório Art. 45. Não haverá falta nem sanção disciplinar sem expressa e anterior previsão legal ou regulamentar. § 1º As sanções não poderão colocar em perigo a integridade física e moral do condenado. § 2º É vedado o emprego de cela escura. § 3º São vedadas as sanções coletivas. Art. 46. O condenado ou denunciado, no início da execução da pena ou da prisão, será cientificado das normas disciplinares. Princípio da Legalidade: o art. 45, traz a garantia da legalidade para o campo da execução penal, mais precisamente das sanções disciplinares, determinando que não haverá falta nem sanção disciplinar sem expressa previsão legal ou regulamentar. As sanções não poderão colocar em perigo a integridade física e moral do condenado, sendo vedado o emprego de cela escura e sanções coletivas. Formas de se manter a disciplina: Fomentar o bom comportamento (com recompensas ou regalias) e punindo as infrações disciplinares (sanção disciplinar) MUITA ATENÇÃO! Art. 55. As recompensas têm em vista o bom comportamento reconhecido em favor do condenado, de sua colaboração com a disciplina e de sua dedicação ao trabalho. Art. 56. São recompensas: I - o elogio; II - a concessão de regalias. Parágrafo único. A LEGISLAÇÃO LOCAL e os regulamentos estabelecerão a natureza e a forma de concessão de regalias. Sanções disciplinares são destinadas a punir o comportamento do condenado e do preso provisório que consista em infração disciplinar. Art. 45. Não haverá falta nem sanção disciplinar sem expressa e anterior PREVISÃO LEGAL OU REGULAMENTAR. § 1º As sanções não poderão colocar em perigo a integridade física e moral do condenado. § 2º É vedado o emprego de cela escura. § 3º São vedadas as sanções coletivas. https://www.cursoagoraeupasso.com.br/ realityconcursos.com REALITY CONCURSOS 37 Art. 47. O poder disciplinar, na execução da PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE, será exercido pela AUTORIDADE ADMINISTRATIVA conforme as disposições regulamentares. Art. 48. Na execução das PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS, o poder disciplinar será exercido pela autoridade administrativa a que estiver sujeito o condenado. PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE PENA RESTRITIVA DE DIREITO Autoridade Administrativa (DIRETOR) conforme o disposto no regulamento (art. 47) Autoridade administrativa a que estiver sujeito o condenado (art. 48) Obs.: as sanções dos incisos I a IV do art. 53 (advertência verbal, repreensão, suspensão ou restrição do direitos previstos nos incisos V, X e XV do art. 53, e isolamento em cela ou local adequado) serão aplicadas por ATO MOTIVADO DO DIRETOR DO ESTABELECIMENTO. Obs.: nas faltas graves, a autoridade representará ao juiz da execução para decidir sobre a regressão de regime, saída temporária, perda dos dias remidos, limitação de final de semana e conversão da pena (art. 48) Parágrafo único. Nas faltas graves, a autoridade representará ao Juiz da execução para os fins dos artigos 118, inciso I, 125, 127, 181, §§ 1º, letra d, e 2º desta Lei. REGRESSÃO Art. 118. A execução da pena privativa de liberdade ficará sujeita à forma regressiva, com a transferência para qualquer dos regimes mais rigorosos, quando o condenado: I - praticar fato definido como crime doloso ou falta grave; SAÍDA TEMPORÁRIA Art. 125. O benefício será automaticamente revogado quando o condenado praticar fato definido como crime doloso, for punido por falta grave, desatender as condições impostas na autorização ou revelar baixo grau de aproveitamento do curso. REMIÇÃO Art. 127. Em caso de falta grave, o juiz poderá revogar até 1/3 (um terço) do tempo remido, observado o disposto no art. 57, recomeçando a contagem a partir da data da infração disciplinar. CONVERSÕES Art. 181. A pena restritiva de direitos será convertida em privativa de liberdade nas hipóteses e na forma do artigo 45 e seus incisos do Código Penal. § 1º A pena de prestação de serviços à comunidade será convertida quando o condenado: d) praticar falta grave § 2º A pena de limitação de fim de semana será convertida quando o condenado não comparecer ao estabelecimento designado para o cumprimento da pena, recusar-se a exercer a atividade determinada pelo Juiz ou se ocorrer qualquer das hipóteses das letras "a", "d" e "e" do parágrafo anterior. https://www.cursoagoraeupasso.com.br/ realityconcursos.com REALITY CONCURSOS 38 DAS FALTAS DISCIPLINARES Art. 49. As faltas disciplinares classificam-se em LEVES, MÉDIAS e GRAVES. A legislação local especificará as leves e médias, bem assim as respectivas sanções. Grave – Disciplinadas pela Lei de Execução. Média Leve Parágrafo único. Pune-se a tentativa com a sanção correspondente à falta consumada. A tentativa é punida confirme fosse CONSUMADA, ou seja, com a mesma sanção. Art. 50. Comete FALTA GRAVE o condenado à pena privativa de liberdade que: I - incitar ou participar de movimento para subverter a ordem ou a disciplina;
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