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A teoria dos germes: Galeno propôs a teoria dos miasmas que dizia que a inalação de maus ares causava doenças; essa teoria foi dominante desde a Grécia romana. Os miasmas eram compostos estranhos que existiam nos locais. No final do século XIX, Louis Pasteur acaba com a Teoria da Geração Espontânea (teoria de que a vida surgia a partir de qualquer ser inanimado), e inventa a Pasteurização e reforça a Teoria dos Germes. Nos anos de 1880, Robert Koch identifica germes causadores da Tuberculose, Antrax e Cólera. Até os dias atuais a teoria dos germes é dominante, ou seja, há micro-organismos que causam doenças, e isto levou a invenção de vacinas, antibióticos, quimioterápicos etc. A doença clínica é causada por um conjunto de fatores composto por agente infeccioso, hospedeiro e o ambiente. No entanto, no século XX, foi demonstrado que a importância do ambiente permanece imensa, que a importância da genética do hospedeiro e da microbiota é imensa (o conjunto de micro-organismo que se hospeda em determinado hospedeiro e a genética dele), e há muitos exemplos de infecções sem doença, doença sem infecção, arranjos de microbiota no hospedeiro que agravam ou atenuam a infecção. Sobre o ambiente se estabelecem agente infeccioso e hospedeiro, e a partir disso ter a doença clínica estabelecida ou não. Ruído ambiental: São os efeitos do ambiente; são muitos e com interações. É importante observar os efeitos de microescala, macroescala, curto prazo, longo prazo, fatores diretos e indiretos. Logo, é um trabalho gradativo de estudo (ter em mente que a soma de muitos conduz a um efeito, mas não deve ser tratado como um fator único). Alguns fatores não são tão relevantes, mas introduzem variação nos dados (“ruído”). Sabendo disso, é impossível definir lista de fatores relevantes inicialmente, mas alguns dominam. A água é o recurso mais importante juntamente com a energia solar para sustentar a vida. É essencial para organismos biológicos funcionarem. Possui função química de solvente universal (molécula bi-polar), também carreia tanto íons positivos como negativos (tampão de temperatura, ou seja, mantém estabilidade de temperatura no organismo e funciona como tampão de temperatura no planeta (a amplitude térmica em desertos muito maior do que em regiões de mata tropical úmida. A disponibilidade de água afeta comportamento, saúde, agregação, reprodução, alimentação, entre outros fatores. A disponibilidade de água modifica agregação de hospedeiros e parasitos que eles são portadores. A dinâmica da transmissão de parasitos é modificada em cada situação, os problemas não infecciosos podem surgir como é o caso da salinidade aumentada. A queda de imunidade devido à seca prolongada pode aumentar a liberação de formas infectantes dos parasitos no ambiente. A configuração física da superfície do terreno altera o clima (temperatura, umidade), o solo (composição, homogeneidade, permeabilidade. Tende a ficar em regiões mais baixas do terreno), o que consequentemente modifica a distribuição de plantas, Ambiente: Água Ambiente: Topografia animais e a microbiota, fluxo de ar (que altera a dispersão de agentes infecciosos e tóxicos). É importante levar estes fatores em consideração relacionando à ocorrência da doença. A altitude que o animal for criado pode interferir intimamente a saúde deles a doença, visto que a temperatura e a umidade são modificadas. Há um estudo feito sobre a malária no Havaí em que os efeitos da doença foram mais graves quando mais perto do nível do mar estava o animal, pois enquanto subia de altitude o mosquito transmissor da malária não conseguiam sobreviver bem nessas temperaturas mais frias. As regiões mais baixas tendem a ser mais nutritivas com isso tem maior diversidade de plantas, logo mais nutrientes para os animais a partir dessas plantas. Em regiões mais elevadas possuem uma carência de nutrientes. Quando planejar instalações sempre colocar idades mais jovens na maior altitude por conta de parasitos. O solo é fonte dos micronutrientes essenciais à vida, a fotossíntese fornece apenas H, O e C, os demais nutrientes são originários do solo. A disponibilidade de nutrientes varia com o tipo de solo e as plantas são adaptadas ao conjunto de variáveis de clima, altitude, solo, definindo assim a fitofisionomia do local. Os nutrientes disponíveis para a cadeia trófica vêm das plantas, desta forma, solos pobres em determinados nutrientes ou com excesso de nutrientes podem comprometer a saúde dos animais locais. Quanto maior o animal, menor a possibilidade de carência/excesso de nutrientes. Animais comendo solo é por carência de nutrientes. Herbívoro estão mais propicias a ter deficiência nutricional. O vento também é um grande dispersor de nutrientes, tem efeito importante em pequena e larga escala como dispersor de: sementes, nutrientes, parasitos, partículas contaminantes, óleos, radiação, aerossóis, fumos, carcaças e hospedeiros invertebrados. Quando houver um planejamento de instalações é importante sempre levar em conta o vento predominante. É importante colocar idades mais jovens na direção de que vem o vento, outras idades sucessivamente depois. Os padrões de vento podem ser modificados sazonalmente, e os efeitos físicos devido a ventos fortes podem interferir com a estabilidade dos ambientes localmente. Carcaças em situações de tornado por exemplo, podem ser levados a longa distância. Altitude, topografia, vento, umidade, pressão barométrica, insolação, precipitação, nebulosidade definem o clima de um local, que depende principalmente da latitude. Quanto maior a disponibilidade de água e sol (energia), maior a produtividade primária, maior a biodiversidade. Quanto maior a biodiversidade, maior a biodiversidade parasitária também. O aquecimento global está levando ao fenômeno de invasão de novos ambientes. As doenças tropicais são muito maiores. O clima local pode influir diretamente na saúde dos animais, quando as condições locais (incluindo suas flutuações) exercem maior pressão seletiva. A sazonalidade interfere com distribuição de agentes, hospedeiros, sobrevivência diferencial a variações climáticas, inverno rigoroso, seca rigorosa. Os parasitos podem ter efeito sub-letal e diminuem a sobrevivência/reprodução de animais em épocas de alta exigência orgânica. A sobrevivência de microbiota no ambiente é influenciada negativamente pela exposição a UV e altas temperaturas (insolação) e influenciado positivamente por alta umidade, os hospedeiros invertebrados são muito mais suscetíveis a variações de temperatura a umidade local. É um fator biótico, que é influenciada pelos fatores já citados. Ambiente: Altitude Ambiente: solo Ambiente: Vento Ambiente: Clima Ambiente: Vegetação A fitofisionomia da área pode afetar a diversidade animal (depende da diversidade e composição florística, sobre efeito da fragmentação), o sombreamento (modifica o efeito dessecador e antisséptico da radiação solar- efeito de borda em fragmentos florestais), a disponibilidade de nutrientes (cada planta há uma composição diferente de nutrientes) e a disponibilidade de abrigo (fator importante na transmissão de algumas parasitoses e na eficácia da predação). É melhor saber a associação do que o mecanismo causal diretamente que pode vir a levar a doença clínica. O primeiro passo é amostrar diferentes extratos de vegetação para verificar existência de diferenças, levar em consideração informações existentes sobre a doença, mas sempre manter um pensamento lateral. Hospedeiro: É importante olhar o indivíduo, a população e o ecossistema; como individuo é necessário fazer uma análise clínica, dá um diagnóstico individual e sempreter o controle da coleta. Na população é importante fazer uma análise post-mortem, pegar informações clínicas agrupadas, coleta em pool. Quando se faz uma análise de ecossistema várias espécies, informações clínicas variadas, coleta com várias metodologias. A informações de qualidade são melhoras, mas alguma informação é sempre melhor do que nenhuma informação. Uma proximidade evolutiva favorece infecções cruzadas, depende do agente infeccioso as temperaturas diferentes dificultam infecções cruzadas. A proximidade geográfica favorece o estabelecimento de seleção genética: animais com grau de resistência à infecção. A hipótese da Rainha Vermelha consta que tem parasito e hospedeiro sempre em competição um com o outro em termos evolutivos, o hospedeiro é selecionado para resistir ao parasito. As aves e mamíferos domésticos são nossas principais fontes de proteína animal, o que gera grande preocupação sanitária. Outras espécies de vertebrados participam do ciclo de transmissão de doenças relevantes para os animais de produção, os invertebrados participam como hospedeiros intermediários e vetores dos agentes infecciosos destas doenças. Certas espécies são refratárias ou muito resistentes a determinadas doenças. A linhagem genética da espécie pode aumentar ou diminuir a suscetibilidade a determinado parasito. O desenvolvimento de linhagens produtivas mais resistentes é uma parte importante da pesquisa zootécnica em que há dois conceitos: resistência (resiliência) que é a capacidade de resistir à invasão do parasito. E tolerância que é a capacidade de controlar os efeitos fisiológicos e de impedir a reprodução do parasito. ➔ Barreiras impenetráveis ➔ Ausência de receptores e ligantes que permitam adesão à célula do hospedeiro ➔ Parasito não consegue sobreviver nos hospedeiros ➔ Parasito não consegue reproduzir no hospedeiro ➔ Eliminação por fagócitos ➔ Respostas mediadas por linfócitos (citotóxicas, helper, sensibilidade tardia) ➔ Respostas mediadas por outras células não- linfóides (NK e macrófagos) ➔ Respostas humorais O grau de resistência e tolerância genética é ligado a vários fatores como a variabilidade genética intrínseca do genoma (menor variabilidade tende a comprometer a saúde do hospedeiro); adequação das regiões ultra-variável do genoma que sintetiza anticorpos (na herança familiar e na memória celular maternal). Outro fator é a idade, animais jovens tem menor resistência a doenças, visto que possui o sistema imune mais ingênuo e tem uma menor capacidade de produção de anticorpos. As aves no período da Bursa de Fabricius ativa sintetizam menos anticorpos. Animais velhos tem menor resistência, visto que possui menor resposta imune e inadequação à evolução da microbiota. Em relação ao sexo, existe um mecanismo de retro- alimentação positiva entre testosterona e cortisol, isto é, quanto mais testosterona, mais cortisol, logo maior a imunossupressão (a causa de imunossupressão em machos é o aumento da secreção da testosterona na puberdade) e com o aumento da imunossupressão maior é a suscetibilidade à doenças. Em fêmeas existe a imunossupressão peri-puerperal que afeta o período entre o terço final da gestação e no terça inicial do aleitamento em mamíferos, em aves afeta o período Mecanismos de resistência genética de postura de ovos e o período de alimentação dos filhotes. As doenças venéreas podem acometer diferentemente machos e fêmeas. O estado nutricional é importante visto que todos os processos endógenos são sustentados pela alimentação e os requisitos alimentares de vários níveis (energia: Kcal/Kg, peso vivo (Kj); substrato: proteínas, carboidratos e gorduras; microminerais). Este fator interfere diretamente na capacidade do sistema imune de resistência, tolerância e cicatrização.
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