Buscar

Unidade III A Evolução do Reino Franco

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

História Medieval
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Profa. Dra. Ana Barbara Ap. Pederiva e 
Profa. Paula Regina La Rosa Veiga 
Revisão Textual:
Profa. Esp. Márcia Ota
A Evolução do Reino Franco
5
 · A evolução do Reino Franco
 · A formação dos Reinos Bárbaros
 · Os Merovíngios
 · A representação de Carlos Magno
 · O Império Carolíngio
 · O fim do Império Carolíngio
 · Sintetizando
 · Os merovíngios;
 · O Império Carolíngio;
 · Carlos Magno;
 · O fim do Império Carolíngio.
Neste espaço, você irá desvendar os seguintes temas:
 · como se formaram os reinos bárbaros;
 · a conquista e expansão de um povo bárbaro específico conhecido como Francos;
 · a consolidação desse reino; e
 · a formação das estruturas do que chamamos de feudalismo.
Espero que aproveite este momento para compreender que na história nada surge do nada; 
os fatos se entrelaçam, sendo importante observar as transformações e permanências.
Por isso, leia o material com atenção, anote as dúvidas, use o material complementar para 
ampliar seu conhecimento sobre o tema e realize as atividades com atenção e cuidado.
A Evolução do Reino Franco
6
Unidade: A Evolução do Reino Franco
Contextualização
Fonte: cantodafilosofia.wordpress.com Fonte: historiacem01.weebly.com
Observe o mapa: 
Quando você olha para ele, consegue compreender o título da nossa unidade? 
Se você ainda não reparou no que aconteceu, olhe o primeiro mapa com atenção e veja o 
território do Reino Franco - como era essa território?
E, no segundo mapa, o que aconteceu com o território dos francos? Aumentou ou diminuiu 
de tamanho?
O diferencial desse reino bárbaro, apesar de ter havido muitos outros, é que eles realizaram 
três façanhas incríveis:
 · aliaram-se ao Império Romano;
 · continuaram sua expansão territorial, mesmo com essa aliança; e
 · organizaram-se política e culturalmente para essa expansão: fazendo aliança com a nova 
religião Católica e dividindo seu território entre os nobres.
Assim sendo, estudaremos a fundo cada uma dessas façanhas que transformou o Reino 
Franco em um grande Império.
7
A evolução do Reino Franco
Fonte: Charles de Steuben (1788–1856)/Wikimedia Commons Fonte: Albrecht Dürer (1471–1528)/Wikimedia Commons
Reflita
Observe a imagem, a primeira mostra um líder 
bárbaro com o seu exército em uma invasão, a foto 
ao lado é também de um líder bárbaro, mas por que 
elas são tão diferentes?
Nessa unidade, conheceremos um pouco sobre a formação do Reino Franco, que se deu 
por um longo processo iniciado com a queda do Império Romano pelas invasões Bárbaras 
até o seu apogeu com Carlos Magno, dono da foto da direita, e que, após anos e anos de 
aglutinação da cultura romana, não só havia se tornado Imperador, bem como recebeu a 
coroa das mãos da Igreja Católica. Mas, para isso, vamos voltar um pouco no tempo...
 · A formação dos Reinos Bárbaros;
 · Os Merovíngios;
 · A representação de Carlos Magno;
 · O Império Carolíngio;
 · O fim do Império Carolíngio.
8
Unidade: A Evolução do Reino Franco
A formação dos Reinos Bárbaros
No final do século V (476 d.C.), como vimos nas unidades anteriores (Povos Bárbaros), os 
germanos ou bárbaros conquistaram Roma, ocasionando o fim do Império Romano do Ocidente.
Nas terras conquistadas, os bárbaros fundaram vários Reinos independentes, dentre os 
quais cabe destacar: 
 · Reino do anglo-saxões;
 · Reino dos visigodos;
 · Reino dos suevos;
 · Reino dos vândalos;
 · Reino dos Ostrogodos; e 
 · Reino dos Francos.
 ·
Observe a localização de cada um deles no mapa:
Fonte: Charles de Steuben (1788–1856)/Wikimedia Commons
A nossa história começa com a dominação de alguns pequenos reinos (como dos Suevos) 
por grandes reinos militares como o dos Francos...
9
Na Gália, os Francos viviam divididos em grupos – cada qual com seu chefe militar e político. 
Um desses líderes se chamava Meroveu. Para os Francos, sua descendência era divina, pois 
contava a lenda que ele era filho de um ser mítico do mar. Esse fato o legitimou, política e 
militarmente, fortalecendo a sua liderança. 
Usando uma fonte primária: Toda pesquisa histórica necessita de materiais produzidos na época 
estudada, conhecidas como fonte primária. Vamos, agora, conhecer o mito em torno da vida de 
Meroveu. Quem nos conta essa história é Fredegário, cronista do século VII, e que nos apresenta 
diversas fontes sobre a Europa Ocidental desse período: “Conta-se a história que um verão Clódio e sua 
mulher estavam sentados na praia. Quando ela entrou ao meio dia no mar para se banhar, um monstro 
parecido com um Quinotauro de Netuno a atacou. Como resultado, ela engravidou do monstro e/
ou de seu marido e pariu um filho batizado como Meroveu, a partir de seu nome os reis dos francos 
passaram a ser chamados de merovíngios.” Fredegário in: OLIVEIRA, Natália Codo de. Da aurora da 
História nacional ao estudo da História da Igreja. Os Decem Libri Historiarum na historiografia. [Net]. 
Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-17122010-115427/pt-br.php. Acesso em: 9/10/2014.
Possível representação de um quinotauro, um ser mítico do mar 
Durante o governo de Meroveu, percebemos algo interessante: apesar de iniciar a expansão 
territorial pela Gália, esse se torna aliado do Império, ajudando na defesa do território galês 
durante a invasão de outros povos bárbaros. Essa simbiose entre eles acabou por gerar uma 
relação de servidão entre o Reino Franco e Roma: receberam um território, onde se fixaram, 
praticavam a agricultura e, quando necessário, os homens serviam como soldados romanos. 
Essa relação se fortificou ainda mais quando Meroveu venceu os Hunos na batalha de Mauriac. 
As honrarias e essa relação se mantiveram após a sua morte, durante o reinado de seu filho 
Childerico, que depois de vencer os saxões, visigodos e alamanos consolidou a dinastia de 
seu pai. Entretanto, manteve a política expansionista e a tradição de pilhagem dos Francos, 
enriquecendo e fortificando ainda mais o seu reino.
Os Merovíngios
Fonte: Charles de Steuben (1788–1856)/Wikimedia Commons
10
Unidade: A Evolução do Reino Franco
Segundo Oliveira (2010, p. 16) “A escavação da câmara funerária de Childerico 
indica que ele não só se relacionava com os romanos, como também não era mais um 
bárbaro”. Isso porque ele fora encontrado com trajes e joias romanas e enterrado em 
um cemitério romano. Mas será que ele deixou de ser um Franco, um bárbaro? Também 
fora encontrado ao lado de seu túmulo a ossada de um cavalo e diversos tesouros para se 
levar na passagem espiritual, esse ritual de passagem é típico das práticas pagãs, ou seja, 
essa simbiose não apagou totalmente a cultura bárbara do líder dos francos.
Clóvis, neto de Meroveu e filho de Childerico, impôs sua autoridade às demais tribos e se 
tornou rei dos Francos. Este inicia uma longa campanha de conquistas, para proteger seu 
território e estender seu domínio para outras regiões além da Gália. A partir dessa unificação, 
Clovis passa a agregar reinos maiores como os Burgúndios e os Visigodos na região sul.
Não podemos esquecer que, paralelamente, o Cristianismo tomava forças e estava em 
constante conflito com a religião pagã dos Bárbaros. Idilicamente, alguns pesquisadores 
afirmam que Clovis se tornou cristão por sua esposa e por meio da comprovação de um 
milagre que ocorreu em uma batalha. 
Entretanto, assumir o Cristianismo como religião oficial dos Francos, é uma estratégia 
política, pois com a Igreja tomando forças, Clovis receberia o apoio dos nobres cristãos de 
outras regiões, dos Bispos e de uma grande parcela da população que se converteu à nova 
religião. Em troca, esses nobres receberiam terras e a população, proteção militar.
Importante!
Não podemos esquecer que, naquela 
época, possuir terras já era sinônimo de 
riqueza e poder.
Clovis, ainda mais fortalecido, continua sua expansão territorial. Com o fim do Império e a 
maioria dos reinos aglutinados ao Reino Franco, Clovis passa a reinarna região que hoje é a 
França, parte da Alemanha, Suíça e Países Baixos. 
Porém, após a sua morte em 511, todo o processo de unificação dos Reinos Francos 
cai por terra, pois os reis que o sucederam acabaram por acentuar a crise que já vinha se 
desenvolvendo desde o final de seu reinado.
Como não havia uma liderança forte, quem passa a administrar esses reinos são os altos 
funcionários da nobreza conhecidos como Mordomos do Paço.
Glossário
Mordomos do paço eram nobres eleitos pelo rei, que lhes dava poder para 
administrar o reino em diversas áreas, como: no recebimento de tributos, gastos 
cotidianos e até em assuntos militares.
11
Um desses administradores foi Carlos Martel, líder dos Carolíngios, que era de uma família 
da alta nobreza. Em 732 este líder, à frente de um exército, impediu a invasão dos Muçulmanos 
na batalha de Portiers, aumentando seu prestígio frente aos súditos, enquanto o rei perdia 
cada vez mais seu poder. 
Após a sua morte, seu filho Pepino, o Breve em 751 por meio de um golpe, depõe o último 
rei merovíngio assumindo o reino, iniciando, assim, a dinastia Carolíngia.
Como governante, Pepino fortaleceu o poderio da Igreja ao enfrentar e expulsar os 
Lombardos da Península Itálica, dando à Igreja as terras conquistadas e recebendo em troca 
apoio incondicional desta.
Dessa doação, originaram-se os Estados da igreja, ou patrimônio de São Pedro, por 
isso, hoje, o Vaticano é sede da Igreja Católica.
Fonte: Charles de Steuben (1788–1856)/Wikimedia Commons
12
Unidade: A Evolução do Reino Franco
Mais importante do que conhecer a biografia de um determinado personagem histórico, 
é conhecer o como ele é representado, quem o representou dessa maneira e o porquê.
A figura de Carlos Magno, assim como de grandes conquistadores/governantes da 
História, está extremamente marcada pela fantasia, pelos contos e façanhas que só um 
‘herói’ pode sustentar. 
Na pesquisa histórica, não podemos utilizar desse maniqueísmo ao se analisar um 
fato, ou seja, ‘heroicizar’ ou ‘vilanizar’ personagens, mas os feitos de Carlos Magno e de 
seus cavaleiros de maior confiança foram retratados na literatura em um texto conhecido 
como ‘Carlos Magno e os doze pares de França’, apesar de escrito durante a Idade Média 
e, posteriormente, ao seu reinado, ainda assim é considerada uma fonte primária, que 
podemos utilizar com a devida ressalva e crítica na pesquisa. 
Vejamos um trecho dessa história, em que Carlos Magno é desafiado por um rei Turco, 
para uma disputa ‘cara a cara’:
“(...) Ouvindo Carlos Magno as vozes do Turco, tomou logo uma 
grossa lança, e sahio a campo com o Rei Burlante, o qual lhe 
perguntou se era Carlos Magno. Elle respondeu que sim. O turco 
tomou campo á sua vontade; e encontrando-se com Carlos Magno 
com toda a força, que os cavalos, e ficarão prostrados em terra, 
sem que em algum deles se conhecesse vantagem; e levantados 
que forão, metterão mão ás espadas, e se derão taes golpes, 
sendo ambos velhos, que os moços, que os vião, lhes tinhão 
inveja. (...) Vendo Carlos Magno que por força de armas não 
podião ferir o Turco, confiado na sua destreza, que tinha no jogo 
da luta, querendo-lhe atirar o Turco um talho, se metteo Carlos 
Magno com ele, e deixando cahir a espada, se abraçou com o 
Turco pela cintura, e lançou com ele em terra, e com um punhal 
lhe cortou os laços do elmo, ou capacete, e a cabeça, e se voltou 
vitorioso para o Exercito, aonde foi recebido com muita alegria, 
e se fizeram grandes festejos pela victoria. E logo se montou 
acavallo, e tomando uma lança, mandou que marchassem todos 
para diante com boa ordem, e o mesmo fizeram os turcos”. 
CARVALHO, Jerônimo Moreira de Carvalho. História de 
Carlos Magno e os doze pares de França. [Net]. Disponível em: 
http://www.caminhosdoromance.iel.unicamp.br/biblioteca/0045/. Acesso em: 10/10/2014.
Quais foram as impressões que o texto te trouxe? Ele é de um tempo recente? Que 
elementos demonstram tempo, o espaço e o fato ocorrido? E a linguagem? Você deve ter 
achada vários ‘erros’ de português. Que informações podemos tirar desse texto?
Todas essas perguntas fazem parte de uma análise documental, que visa ver o documento, 
a fonte primária, com o máximo de criticidade possível, para que as informações dela 
retirada sejam válidas na pesquisa.
A representação de Carlos Magno
13
Podemos perceber que o texto é narrativo, pois descreve um fato, possui personagens, 
um local e um narrador. Mas, por meio linguagem e da grafia das palavras, percebemos que 
o texto não é recente e, sim, de um tempo mais antigo.
Pelas pesquisas sabemos também que os maiores inimigos nesse período para o Reino 
e para a fé cristã eram os muçulmanos; por isso; ele coloca Turco a todo momento e não 
o nome do rei. Podemos, até mesmo, inferir que Turco é escrito com letra maiúscula para 
identificar um nome. Sendo uma referência as diversas batalhas que se sucederam para a 
proteção do território franco contra os mouros que se estabeleceram na Península Ibérica. 
É perceptível que a fonte não é um relato exato do que aconteceu, mas é importante 
destacar que nenhuma pode ser, pois justamente por ser feita no calor do momento ela 
possui uma ideologia de quem escreveu, uma intenção, um objetivo, logo faz parte da 
análise as razões da escrita desse material. 
Com o texto, no geral, podemos inferir que havia a necessidade de enaltecer o cristianismo 
e seus mártires, bem como ‘vilanizar’ os muçulmanos, que representavam não só um perigo 
a fé, bem como um perigo político pelas constantes incursões militares dos mesmos para 
conquistar território, ainda durante o feudalismo (possível período em que o texto foi escrito) 
logo era de bom tom divulgar para que todos odiassem e combatessem essa ameaça.
Carlos Magno iniciou em seu governo a consolidação e a organização do Reino Franco, 
com medidas administrativas que transformaram o Reino em Império, como veremos a seguir.
Conheça um pouco mais dessas histórias acessando os sites:
Carlos Magno e os 12 pares de França: 
http://www.caminhosdoromance.iel.unicamp.br/biblioteca/0045/
A literatura de Cordel e o Carlos Magno:
http://jangadabrasil.com.br/revista/marco76/im76003a.asp 
http://www.caminhosdoromance.iel.unicamp.br/biblioteca/0045/
http://jangadabrasil.com.br/revista/marco76/im76003a.asp
14
Unidade: A Evolução do Reino Franco
Carlos Magno, filho de Pepino, o Breve, deu continuidade à aliança com a Igreja e a política 
guerreira dos Francos.
Iniciando, dessa forma, uma política expansionista que serviria não só para aumentar seu 
território, como também para divulgar a fé cristã. Em retribuição, a Igreja coroou Carlos como 
Imperador romano, em 800 d.C. Recebendo, dessa forma, o nome Magno. 
Carlos Magno criou, por conta da extensão do território, uma série de medidas políticas-
administrativas dentre as quais podemos citar: 
 · controle dos tribunais;
 · padronização do sistema de cunhagem de moeda;
 · mudança da corte de Paris para a atual Alemanha;
 · uso crescente do registro em documentos escritos.
Além dessas medidas, o Imperador dividiu o território em condados – governados por 
condes. Nas áreas de fronteira de território, foram criadas unidades administrativas chamadas 
marcas e seus administradores eram chamados de marqueses. Outra categoria de nobres que 
administravam o reino eram os duques, responsáveis pela formação do exército; assim, alguns 
condados formavam um ducado.
Repare que as relações de suserania e vassalagem já estavam postas. Agora, você conhece 
essa relação??? Esse tipo de organização política e econômica irá se manter também durante 
o Feudalismo, ela está pautada no juramento de fidelidade, que não vinha de graça, quem 
recebia as terras era um vassalo e, em troca, jurava fidelidade ao suserano.
O Império Carolíngio
Marcas
Ducados
15
Mas o que estava imposto nessa fidelidade? Eles faziam um acordo? Era como um contrato 
de papel passado no cartório? Observe essa imagem:
Fonte: Charles de Steuben (1788–1856)/WikimediaCommons
Para pensar
Que elementos compõe a imagem?
Quem é o suserano?
Quem é o Vassalo?
Quem seria essa terceira pessoa?
Alguns elementos na imagem nos dão algumas dicas de quem é quem:
 · À esquerda, temos um vassalo, podemos reparar que além de ele estar de joelhos, as 
roupas são mais simples.
 · À direita, recebendo o que era chamado de homenagem, está o suserano, percebe-se 
pelas próprias vestimentas que este está acima dos outros, principalmente, do terceiro 
elemento que se encontra em segundo plano.
 · E, por falar nesse terceiro elemento, percebemos que ele é um funcionário da corte 
que tinha a função de registrar o que ficou acordado, logo o que cada um daria nessa 
‘relação’. Detalhe esse que podemos inferir sobre algo já citado no texto, Carlos Magno 
iniciou em seu governo o registro de feitos em documentos escritos, ou seja, havia um 
documento oficial (produzido pelo governo) que comprovava o juramento de fidelidade 
por um determinado vassalo.
Só haviam nobres vassalos? Eles só recebiam terras? Observe a imagem:
Suserano CarlosMagno
Suserano do
Marquês
Vassalo do
Carlos Magno
Duque
Suserano do
servo
Vassalo do
marquês
Conde
Vassalo de
todos os
outros
nobres
Servo
Suserano do
conde
Vassalo do
duque
Marquês
16
Unidade: A Evolução do Reino Franco
Será que o servo, não sendo nobre, recebia terras? O servo prestava serviços, em troca 
recebia proteção, alimento e moradia. Essa troca também era conhecida como vassalagem, 
mas estes não recebiam terras porque ela representava poder e riquezas, sendo destinada 
apenas aos nobres e ao clero.
Estes administradores do reino (condes, marqueses e duques) eram supervisionados por um 
alto funcionário do Imperador, o missi dominici, que resolvia os problemas locais e ouvia a 
população, mas, na verdade, o principal objetivo dele era manter a fidelidade ao Imperador. 
Essas estruturas tinham como objetivo manter o controle sobre todo o território franco.
Mendonça (1985, p. 74) nos fala um pouco mais sobre a importância dos missi 
dominici: “A ameaça constante de insubordinações e revoltas contra o poder central foi 
parcialmente sanada por intermédio da nomeação de agentes diretos do rei – os missi 
dominici. Estes, situados paralelamente à hierarquia dos demais funcionários, eram 
encarregados de supervisionar localmente o cumprimento das ordens reais, bem como 
de renovar a fidelidade dos vassalos e coibir seus abusos e desmandos de poder.”
Mas, para que esse sistema funcionasse, Carlos Magno exigia desses altos funcionários uma 
formação de excelência; por isso, estimulou a criação de escolas. Mas será que essas escolas 
eram para toda a população? Claro que não, a educação se reservava apenas para a nobreza 
e para os clérigos.
Esse movimento causou intensas mudanças culturais, pois além de estudarem a bíblia, ainda 
tinham aula de gramática, retórica, dialética, matemática, astronomia, música e medicina.
Sem contar no movimento conhecido como Renascimento Carolíngio, que por intermédio dos 
monges copistas salvaguardaram milhares de documentos, possibilitando que hoje historiadores 
tivessem acesso a fontes primárias que para esse período são extremamente escassas.
Diálogo com o Autor
Jacques Le Goff, um dos grandes pesquisadores medievalistas, em seu livro 
‘A civilização do Ocidente medieval’ (1995, p. 166, vol. 1), destaca o caráter 
elitista do Renascimento Carolíngio: “As limitações do Renascimento carolíngio 
provêm, principalmente, de ele corresponder às superficiais necessidades de 
um pequeno grupo social. (...) Esse Renascimento tinha de garantir um mínimo 
de cultura a alguns altos funcionários.”
Carlos Magno conseguiu manter seu domínio territorial e político durante todo o reinado, 
mas será que ele permaneceria? O que aconteceu após a sua morte?
17
Após a morte de Carlos Magno, seu filho Luís, o Piedoso, não conseguiu administrar o 
território como seu pai. Após a sua morte seus filhos, disputaram, por meio de uma guerra 
que durou três anos, o território do Império.
Após essa batalha, estabeleceram um acordo conhecido como Tratado de Verdum – no 
qual, o Império fora dividido em três partes:
 · Carlos, o calvo ficou com a parte direita ou ocidental;
 · Lotário com a central; e
 · Luís, o germânico, ficou com a parte esquerda ou Oriental.
 
Fonte: Mello, José Roberto. O Império de Carlos Magno. São Paulo: Ática, p. 56
Devido à essa fragmentação, os nobres que administravam o reino (duques, marqueses 
e condes) fortaleceram seu poder local. Para agravar essa situação, o Império passou por 
sucessivos ataques dos muçulmanos, dos vikings e dos Húngaros. 
Os reis, para resolverem essa situação, pedem ajuda para os nobres, que conseguem 
expulsar os invasores. O problema é que, agora, a população e outros setores expressivos da 
sociedade passam a apoiá-los. Os reis veem seu poder cada vez mais enfraquecido e o poder 
se torna cada vez mais fragmentado, está aí a semente do que virá a ser o FEUDALISMO.
Diálogo com o Autor
Mello (1990, p. 6) autor do livro ‘O Império de Carlos Magno’ já nos dá o indicativo dessa 
movimentação: “(...) como marco inicial da civilização em formação no Ocidente após as 
invasões bárbaras dos séculos V e VI, conhecidas por nós como civilização medieval. Vamos 
encontrar sintetizadas nele todas as principais características da nova civilização, desde o 
deslocamento geográfico, centrado no mediterrâneo durante a antiguidade, para o continente, 
agora com sentido norte-sul, até suas bases econômicas, políticas e culturais.”
O fim do Império Carolíngio
18
Unidade: A Evolução do Reino Franco
Quando falamos de povos bárbaros, logo nos vêm à mente a violência, a insubordinação e 
até mesmo a ignorância. Não conseguimos imaginar que, apesar de o Império Romano estar 
enfraquecido, eles foram dominados por esses povos. Como duvidar de suas habilidades?
Diferentemente do que pensamos, os povos bárbaros tinham organização política, social, 
econômica e cultural. Foram ainda mais inteligentes, se observarmos que eles aglutinaram as suas 
estruturas alguns hábitos romanos, que favoreceram ainda mais sua expansão territorial e política.
O Reino Franco é a prova de que essa transição não foi feita somente por meio da 
belicosidade, mas também de muitas estratégias, tais quais: a união com o Império no início 
da formação do Reino Franco e da aliança com a Igreja Católica em expansão. 
Sua evolução se deu, principalmente, no governo de Carlos Magno, que elevou o reino a 
Império cristão, organizou e fortificou o seu território e, por fim, manteve seu domínio durante 
todo seu reinado.
Agora, eu te pergunto, quem é o bárbaro?
19
 · Reinos Bárbaros >Unificação de pequenos reinos a grandes reinos, através de 
incursões militares.
 · Reino Franco > Formado a partir das conquistas e acordos entre o Império Romano e 
seu líder mais representativo Meroveu.
 · Meroveu > Iniciou a Dinastia Merovíngia representadas, após a sua morte, por:
a. Childerico: continuou as expansões militares e acentuou ainda mais a relação com o 
remanescente do Império Romano.
b. Clóvis: Unificou o Reino Franco, conquistou diversos territórios, criou uma poderosa 
aliança com a Igreja, se convertendo ao catolicismo.
 · Após a morte de Clóvis: 
a. Território enfraquecido.
b. Fortalecimento do poder dos mordomos do paço.
c. Carlos Martel fortalece o poder de sua família, os carolíngios, vencendo a batalha de 
Portiers contra os Muçulmanos.
 · Pepino, o Breve, com um golpe, retira o último rei merovíngio e inicia a Dinastia Carolíngia.
 · Império Carolíngio: 
a. Principal representante: Carlos Magno.
b. Tornou-se Imperador pelas mãos da Igreja Católica, fortificando ainda mais essa aliança.
c. Em seu governo, mesclou políticas expansionistas com a organização territorial do 
Reino que já atingia diversas regiões, por meio da relação de vassalagem com duques, 
marqueses e condes.
d. Contava também com instruídos missi dominici, administradores que mantinham a 
fidelidade econômicae militar dos vassalos do Império.
e. Propôs o registro e a compilação de documentos e livros, movimento esse que ficou 
conhecido como Renascimento Carolíngio. 
 · Fim do Império Carolíngio: 
a. Morte de Carlos Magno.
b. Seu filho Luís, Piedoso, assume o poder e inicia o enfraquecimento do Império.
c. Guerra pelo poder e pelo território, após a morte de Luís entre seus três filho.
d. Ao fim dessa guerra, estabeleceram a divisão do Reino em três partes, conhecida 
como Tratado de Verdum.
e. Fortalecimento dos nobres locais (condes, marqueses e duques), principalmente, na 
batalha contra os Vikings, muçulmanos e Húngaros.
f. Fortalecimento do poder local => Início do Feudalismo.
Sintetizando
20
Unidade: A Evolução do Reino Franco
Material Complementar
Vídeos:
Para facilitar a visualização do processo de conquista e de fortalecimento do Reino 
Franco, e também de suas dinastias você pode assistir a essa série produzida pela THC 
no youtube: https://youtu.be/YD1fT_ymYeM
Dessa mesma série, foram produzidos documentários sobre os outros povos bárbaros, se 
quiser complementar o seu estudo é uma boa pedida.
Leitura:
No site da Unicamp, está disponível a obra conhecida como ‘Carlos Magno e os Doze 
pares de França’, que conta a trajetória de Carlos Magno de forma heroica. Esse texto 
escrito durante a Idade Média foi traduzido para o português de Portugal por Jerônimo 
Moreira de Carvalho em 1728. Vale a pena conferir: 
http://www.caminhosdoromance.iel.unicamp.br/biblioteca/0045/
https://youtu.be/YD1fT_ymYeM
http://www.caminhosdoromance.iel.unicamp.br/biblioteca/0045/
21
Referências
CARVALHO, Jerônimo Moreira de Carvalho. História de Carlos Magno e os doze pares 
de França. [Net]. Disponível em: http://www.caminhosdoromance.iel.unicamp.br/biblioteca/0045/. 
Acesso em: 10/10/2014.
GOFF, Jacques Le. A Civilização do Ocidente Medieval. Lisboa: Editorial Estampa, 1994. 
(Vol. 1).
MELLO, José Roberto. O Império de Carlos Magno. São Paulo: Ática, 1990.
MENDONÇA, Sonia Regina de. O Mundo Carolíngio. São Paulo: Brasiliense, 1985.
OLIVEIRA, Natália Codo de. Da aurora da História nacional ao estudo 
da História da Igreja. Os Decem Libri Historiarum na historiografia. [Net]. 
Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-17122010-115427/pt-br.php. 
Acesso em: 9/10/2014.
22
Unidade: A Evolução do Reino Franco
Anotações

Outros materiais