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DIREITO AO ACESSO À JUSTIÇA

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DIREITO AO ACESSO À JUSTIÇA 
 
O princípio do acesso à justiça visa assegurar que todos com capacidade 
postulatória busquem, na justiça, o atendimento da tutela jurisdicional, o que é dever do 
Estado fornecer todos os meios de entregar aos litigantes respostas às suas necessidades. 
Este princípio é o pilar a partir do qual decorrem todos os outros. 
A Constituição Federal, de 1988, em seu artigo 5°, XXXV e LXXIV, dispõe “A Lei 
não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito” e “o Estado 
prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de 
recursos” (BRASIL, 2006. p.44-45). 
A Carta Magna também conferiu aos cidadãos o direito de obter, perante os 
Órgãos Públicos, informações em defesa de seus direitos, contra ato de ilegalidade ou 
abuso de poder. 
Com o crescimento populacional e com os crescentes avanços na área 
tecnológica, surgem os mais diversos conflitos na relação entre as pessoas como um todo. 
O Estado passou a deter a responsabilidade importante na criação de instituições que 
atendessem a todos. O princípio do acesso à justiça não quer e não pode significar tão 
somente a garantia de assegurar aos litigantes o não pagamento de taxas processuais ou, 
ainda, de ter uma representação postulatória sem custos como corolário do devido 
processo legal. 
Vale lembrar ainda que não basta a entrega da tutela jurisdicional – deve ser 
feita em tempo suficiente ao atendimento das necessidades sociais, sob pena de tornar-se 
insuficiente. O apego exagerado ao formalismo procedimental é, certamente, um dos 
pontos prejudiciais à consecução deste fim tão almejado. 
A postulação em juízo no Brasil é tarefa árdua, tendo em vista que uma justiça 
cara para os seus jurisdicionados contribui para o afastamento da maioria da população, 
que não tem condições de arcar com as despesas processuais e honorários de profissional 
habilitado para tal fim, além da demora na prestação jurisdicional. O advento da Lei n° 
9.099/95, que criou os Juizados Especiais Cíveis e Criminais, foi de grande importância 
para essa camada da população mais carente, julgando causas de menor complexidade, 
bem como infrações de menor potencial ofensivo, tendo como princípio mor a solução das 
problemáticas ali submetidas. 
Vale dizer que não só a ação, mas também os recursos são meios de que pode 
valer-se o cidadão, quando este sentir que seu direito foi lesado. Todavia, não pode o 
julgador, face ao excesso de direitos conferidos aos cidadãos pelas leis, permitir que 
qualquer causa sem nenhum fundamento bata às portas da justiça, principalmente nos dias 
atuais, em que as demandas judiciais se prolongam por vários anos, podendo fazer com 
que a impunidade se perpetue no tempo. 
 
REFERÊNCIA 
 
BRASIL. Coleção de Leis Rideel – Vade Mecum acadêmico de direito. São Paulo: 
Rideel. 2006.

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