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ATIVIDADE DISCURSIVA NOÇÕES DE PSICOLOGIA APLICADA

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Nome do acadêmico: Marriette Maria de Sousa 
Curso: Serviço Social 
Disciplina: NOÇÕES DE PSICOLOGIA APLICADA 
 
 
Atividade Discursiva 
Importa aqui provocar deslocamentos. Produzir rompantes de pensamento e olhar para o 
tempo em que vivemos como produtor e naturalizador de desigualdades historicamente 
construídas. Trata-se de desnaturalizar aquilo que tem toda uma produção histórica, não 
tomar por natural aquilo que é fruto da cultura. Não é natural, então, que homens 
heterossexuais fiquem com muitas mulheres e às mulheres heterossexuais seja exigida 
uma fidelidade a um só homem. Não é natural, também, que nós olhemos com olhos 
desacostumados para os homossexuais, pois aprendemos a naturalizar o sexo a partir do 
paradigma da heteronormatividade: homem x mulher. Escreva um texto acerca da 
multiplicidade de gêneros que presenciamos na contemporaneidade, tentando enfocar 
quais elementos são socialmente produzidos neste quesito e que concebemos como 
natural em nosso cotidiano. 
 
 
 
A violência de gênero em suas diferentes manifestações é uma circunstância que 
está presente em todos os espaços do cotidiano. 
A condição de subordinação que as mulheres vivem em todo o planeta, as torna 
depositárias por excelência da violência não só estrutural, mas também temporária. A 
violência contra a mulher responde a processos sociais complexos que, sob a forma de 
ideologias, privilegiam determinados valores, ofuscando ou adiando outros, propondo 
ou disseminando diferentes éticas que se definem como únicas e, portanto, 
hegemônicas. 
A palavra violência indica certo modo de proceder que ofende e prejudica pelo 
uso excessivo da força. Tem a conotação de qualquer tipo de coerção que o force a agir 
contra a sua vontade. É toda agressão material ou simbólica que atinge a mulher em sua 
dignidade e integridade moral e física. 
A convenção de Belém do Pará (1994) define violência como “Qualquer ação ou 
conduta de gênero que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico às 
mulheres, tanto na esfera pública quanto na privada. Art.1 
O Comitê para a Eliminação da Discriminação contra as Mulheres (CEDAW) 
especifica como “Qualquer ato de violência com base na pertença ao sexo feminino que 
https://virtual.uninta.edu.br/course/view.php?id=14282
tenha ou possa resultar em dano físico, sexual ou psicológico ou sofrimento para a 
mulher, incluindo ameaças de tais atos, coerção ou privação arbitrária de liberdade, quer 
ocorram em público ou vida privada. Art. 1” 
Recentemente (14 de março de 2007), entrou em vigor em nosso país a Lei do 
Direito da Mulher a uma Vida Livre de Violência. Quem humilha, ofende, isola, ameaça 
ou atenta contra a estabilidade emocional ou mental da mulher pode ir para a 
prisão. Todas as mulheres indicadas pela Lei, independentemente da nacionalidade, 
origem étnica, religião ou qualquer condição pessoal, jurídica ou social, terão os 
mecanismos necessários para efetivar os direitos reconhecidos na lei. 
Definir a violência de gênero implica descrever uma ampla variedade de atos e 
eventos que vão contra os direitos humanos. A violência contra a mulher é indissociável 
da noção de gênero porque se baseia e é exercida na e pela diferença social e sexual 
entre os sexos. Para tornar visível a violência de gênero, contamos com uma bagagem 
teórica e metodológica que nos permite desconstruir e fazer análises críticas das 
construções teóricas misóginas, fornecendo categorias para explicar a discriminação e a 
violência histórica contra a mulher. Inquestionavelmente, os diferentes movimentos 
feministas tornaram visível a violência contra a mulher, identificando suas várias 
manifestações e, claro, denunciando-a. Transformar o privado em político tem sido o 
grande slogan. 
A violência de gênero nos leva a abordá-la do individual e do coletivo. Falar 
sobre violência contra as mulheres é uma questão complexa, onde uma multiplicidade 
de fatores e pontos de vista entram em jogo. Abrange todos os atos pelos quais as 
mulheres são discriminadas, ignoradas e subordinadas nos diferentes aspectos de seu 
cotidiano. 
Um dos principais efeitos da violência de gênero expressa na vida cotidiana é a 
quebra de identidade. É a alienação do pensamento, que resulta na desestruturação 
psíquica, perturbando e impedindo as reações às agressões. Como tal, torna impossível 
pensar, tornando-se um sério obstáculo ao desenvolvimento socioeconômico; porque 
inibe o desenvolvimento pleno das mulheres, impactando significativamente no 
desenvolvimento humano dos povos. Arrasa a subjetividade, ou seja, com o que nos faz 
como pessoa. Uma espécie de desamparo, uma passividade selada por representações 
fortes que condicionam os modos de ser, pensar e agir. Selos arquetípicos que nos 
construíram como o outro, submissos, medrosos, vulneráveis, fracos, passivos, 
indefesos, histéricos, fantasmagóricos, 
Nessa economia de bens simbólicos convertidos em senso comum, as mulheres 
são reduzidas à categoria de objetos de troca. 
Nosso corpo passa a ser o canal pelo qual se consolida uma ampla gama de jogos 
sociais, que não operam nos espaços de atuação consciente (Bordieu 2000). 
A subordinação das mulheres é um pré-requisito para a decolagem da natureza e 
a opressão sexual predecessora da exploração econômica. Com a troca, estabelecem-se 
relações de parentesco em que o único beneficiário é o homem. A mulher trocada é um 
símbolo da aliança. Esse uso simbólico, é o que marca dizer de Rubín, a entrada da 
cultura. O reino do simbólico, que é o reino cultural, aparece com a mulher como 
mediação. 
O sexo, sendo usado como símbolo dessa aliança, como tal, as mulheres não têm 
o direito de se disporem. Vemos claramente como a opressão baseada no sexo é a mais 
antiga e mais universal de todas as opressões sofridas pelas mulheres. 
Definitivamente, há uma historicidade inegável dos papéis de acordo com os 
códigos de valores que a cultura nos impôs e que ainda estão em vigor em nosso 
cotidiano. As marcações foram seladas e os padrões estão claramente 
definidos. Os estereótipos apontavam para uma vida de ação e relacionamento. Diante 
desse androcentrismo marcante, não podemos ignorar a atuação dos 
diversos feminismos do mundo, que de diferentes trincheiras ideológicas não cessaram 
de denunciar a subordinação que a cultura construiu para as mulheres, desmistificando o 
enclave naturalista e biologizando o essencialismo como estruturas. pensei que eles 
tinham marcou diversos sistemas de representação, subjetividades, diversas éticas e 
linguagens. Em suma, todo um sistema de representações que sela a subordinação e 
exclusão das mulheres, tornando-as os depositários quintessenciais da violência em 
todas as suas manifestações. 
O desafio é dar visibilidade permanente à violência, suas marcas ideológicas, 
para melhor compreender a situação e ter uma postura mais consciente para enfrentá-la 
no cotidiano. 
 
 
REFERENCIA BIBLIOGRAFICA 
1AMORÓS, CELIA (1985). Rumo a uma cultura da razão patriarcal . Barcelona: Espanha, 
Edit. Anthropos. 
BAUDRILLARD, JEAN (1976). A gênese ideológica das necessidades. Barcelona: Espanha, Cadernos 
de Anagrama. 
COBO, ROSA (1995). Fundamentos do Patriarcado Moderno. Jean 
Jacques Rousseau. Coleção Feminismos. Valência: Espanha, Ediciones 
Cátedra. Universidade de Valência.

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