Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Universidade Estadual do Ceará (UECE) Faculdade de Veterinária (FAVET) Laboratório de Patologia Clínica Veterinária (LPCV) Guia rápido de consulta Vol. 1 Fortaleza – CE 2017 Sumário 1. Valores de referência do hemograma ....................................... 3 2. Eritrócitos ..................................................................................... 6 3. Leucocitos ...................................................................................... 9 4. Plaquetas ......................................................................................11 5. Proteínas ..................................................................................12 6. Analitos bioquímicos ..................................................................13 7. Imagens....................................................................................21 8. Bibliografia ..............................................................................32 3 1. Valores de referência do hemograma 1.1 Canino 1.2 Felino 4 1.3 Bovino 5 1.4 Equino 6 2. Eritrócitos 2.1 Classificação das anemias Classificação das anemias VCM CHCM Distúrbios ou condições que causam anemia Normocítica Normocrômica DIR DIR Inicio dos processos que reduzem a eritropoiese Macrocítica hipocrômica Alto Baixo Respostas regenerativa após perda de sangue ou hemólise Macrocítica normocromica Alto DIR Resposta regenerativa após hemólise ou perda de sangue, pode ser induzida por FeLV ou normal em Poodles 7 Microcitica hipocromica Baixo Baixo Deficiência de Fe e piroxidina Microcitica normocromica Baixo DIR Deficiencia de Fe, insuficiência hepática podendo haver desvio portossistemico DIR = Dentro do intervalo de referência Obs¹: A contagem de reticulocitos deve ser realizada para a confirmação do tipo de anemia (regenerativa ou arregenerativa). Obs²: A hipercrômia é atribuída a algum erro analítico pois existe um limite máximo de produção de hemoglobina. Obs³: Anemias normociticas hipocromicas são raras e são atribuídas a algum problema nos valores de referencia ou na quantificação. Outra explicação é a presença de células imaturas ou com deficiência de ferro que diminuem a concentração de hemoglobina e quanto é visualizado no esfregaço não há uma quantidade de macrócitos ou micrócitos suficientes para alterar o VCM. 2.2 Tipos de anemia quanto a resposta medular. 2.2.1 Anemia arregenerativa - Eritropoiese diminuída: doenças inflamatórias (primariamente crônicas - Doença renal (geralmente crônica) - Doenças que causam hipoplasia ou aplasia medular: agentes infecciosos (bactérias, fungos, vírus), intoxicação (quimioterápicos, estrógenos, fenilbutazona e substancias químicas presente em samambaias), irradiação, neoplasia (neoplasias linfóides, plasmociticas, metástases de carcinoma e etc) e reposição medular (mieloftise, mielofibrose e osteopetrose). - Doenças que causam aplasia eritroide seletiva: FeLV, hipotireoidismo, hipoadrenocosticismo e doenças ou falências hepáticas - Eritropoiese ineficiente: nutricional (deficiência de ferro, cobalto e etc), anemia arregenerativa imunomediada, neoplasia eritroide induzida pela FeLV e deseritropoieses. 2.2.2 Anemia regenerativa - Hemolise : distúrbios imunes, hemólise induzida por infecções bacterianas e virais, defeitos metabolitos eritrocitários hereditários ou adquiridos (lesão oxidativa, defeitos na geração de ATP ou hemoglobina), fragmentação eritrocitária sanguinea 8 causada pela formação de poiquilocitos (CID, vasculite, hemangiossarcoma e dirofilariose), anemia hemolítica imuno mediada, envenenamento (serpentes e aranhas) e etc. - Hemorragias crônicas ou agudas. 2.3 Eritrocitose - Hemoconcentração: desidratação e choque endotóxico - Contração esplênica - Distúrbios eritrocitários secundários apropriados: insufiência cardíaca, doença respiratória e hipertiroidismo (eritrocitose hipoxica) - Distúrbios eritrocitários secundários inapropriados: neoplasia renais e outras neoplasias (hepatoma) - Distúrbios eritrocitários primários: neoplasia eritróide e policitemia vera 2.4 Poiquilocitos - Acantocitos: hemangiossarcoma, ocasionalmente distúrbios esplênicos, hepaticos e renais - Codócitos: pode ser observados em anemias regenerativas, distúrbios hepáticos, renais e lipídicos. - Dacriócito: doenças medulares como mielofibrose e neoplasias (pode confundir com artefato) - Excentrocitos: exposição excessiva a substancias oxidantes, deificiencia de GP6D e FAD - Equinocitos: desidratação hiponatremica, intoxicação por doxorrubicina e medicamentos anionicos - Hemácia crenada: artefatos - Eliptócitos: vasculite, CID, hemangiossarcoma, endocardite e síndrome caval - Leptócitos: deficiência de ferro - Ovalócitos: deficiência de proteína da banda 4.1 em cães, espectrina mutante, mielofibrose, idiopática em felinos ou deficiência de ferro - Célula em pinça: deficiência de PK ou trauma intravascular - Picnocito – Exposição maciça a anti-oxidantes e deficiência de GP6D e FAD - Esquizocitos: CID, hemangiossarcoma, síndrome caval e endocardite - Selenócito: Associado a anemias hemolíticas e eritrócitos frágeis - Esferócitos: hemólise imune, hemólise por fragmentação, envenenamento, infecções por clostridios e deficiência eriditária da banda 3 - Estomatocitos: eritrócitos jovens ou estomatocitose hederitarias de cães 9 - Torocitos: artefato - Leptócitos: presentes em anemias por deficiência de ferro e raramente em enfermidades hepáticas - Drepanocitos: comuns em cervos e presentes em anemias falciformes. - Queratócitos: presentes em anemias por deficiência de ferro, síndromes mieloproliferativas e enfermidades hepáticas. Geralmente acompanhados de acantocitos e esquistócitos. - Quinizócitos: presentes em animais com anemia regenerativa. 3. Leucocitos 3. 1Neutrofilos 3.1.1 Neutrofilia - Neutrofilia inflamatória: infecções, hemolítica imunomediada, necrose (infarto, queimaduras, hemólise e etc) e corpos estranhos - Neutrofilia por esteróides: estresse, hiperadrenocorticismo, administração de hormônio adrenocorticotrópico - Neutrofilia fisiológica - Leucemia neutrofilica crônica - Neutrofilia paraneoplasica - Mecanismos desconhecidos: deficiência de adesão de neutrófilos e intoxicação por estrógeno 3.1.2 Neutropenia - Processos inflamatórios: infecção bacteriana grave e algumas infecções virais (parvovirose canina e felina, influenza eqüina) - Destruição periférica: imunomediada e síndrome hemofagociticas. - Hipoplasia granulocítica: infecciosas (parvovirose, FeLV, toxoplasmose e erliquiose), tóxicas (clorafenicol em gatos e estrógenos), neoplasias, necrose medular e mielofibrose - Produção insuficiente - Hematopoiese cíclica 3.2.1 Linfocitose - Infecção crônica: infecções bacterianas (erliquiose), fungicas, virais (FeLV, VLB, AIE) e protozoários (babesias e teilerias) - Linfocitose fisiológica 10 - Doenças linfoproliferativas: linfoma, leucemia linfóide e linfocitose persistente do bovino (VLB) - Hipoadrenocorticismo 3.2.2 Linfopenia - Inflamação aguda: infecções bacterianas, virais e endotoxemia - Esteroides - Depleção: efusão linfóide, quilotorax, miocardiopatia felina, perda de linfa por linfoma alimentar, neoplasias alimentares, enterite ulcerativa e etc.- Aplasia ou hipoplasia linfóide: drogas imunossupres soras, linfomas multicêntricos, linfadenite generalizada e etc. 3.3.1 Monocitose - Infecções bacterianas: causadas por anaplasmoses e riquétsias, fungicas e protozoárias - Esteróides: estresse e hiperadrenocorticismo - Neoplasia: leucemia monocitica - Secundária a neutropenia imunomediada - Hematopoiese cíclica Obs: Como os mamíferos domésticos apresentam uma pequena quantidade de monócitos e eosinofilos na corrente sanguinea a monocitopenia e a eosinopenia não é considerada um problema diagnostico 3.4.1 Eosinofilia - Processos alérgicos - Parasitismo - Desgranulação de mastocitos causadas por inflamação cutânea, respiratória, intestinal, genital e urinaria. - Hipoadrenocorticismo 11 - Causas idiopáticas: complexo granuloma eosinofilico, gastroenterite eosinofilica, síndrome hipereosinofilica e etc. - Leucemia eosinofilica 3.5.1 Basofilia - Reações alérgicas imediatas ou tardias - Parasitismo - Neoplasias: leucemia basofilica, mastocitomas, doenças mieloproliferativas felinas, granulomatose linfomatoide, policitemia vera e etc. 3.6.1 Mastocitemia - Doenças neoplásicas: mastocitoma e leucemia de mastocitos - Doenças não neoplásicas: inflamatórias (enterite, pericardite, pneunomia, necrose pancreática aguda, anemias hemolíticas imunes e etc). - Hemorragias secundárias a hemofilia em cães - Torção gástrica em cães. 4. Plaquetas 4.1 Trombocitopenia - Distribuição anormal (seqüestro): esplenomegalia e hiportemia intensa - Produção diminuída: trombocitopenia amegacariocitica adquirida, drogas, estrógenos em cães, idissiocráticas (sulfa-trimetropin, grivelfuvina e etc), irradiação, leucemia e mielonecrose - Sobrevida diminuida das plaquetas: trombocitopenia imunomediada primária ou secundária, síndrome de Evans - Não imunologicas: CID, perda de sangue, ativação de plaquetas com aceleração de consumo, vasculite, endocardite, síndrome hemolítica uremica e etc - Hemodiluição: infusão maciça com colóides - Mecanismos idiopáticos ou mutifatoriais: endotoxemia e infecções - Neoplasias: carcinomas, hemangiossarcomas, linfomas e leucemias - Hipofosfatemia associada a hiperalimentação 12 - Anafilaxia. 4.2 Trombocitose - Neoplasia hematológica (trombocitose clonal): trombocitemia primaria e outras doenças mieloproliferativas - Leucemia megacarioblástica aguda - Trombocitose reativa (secundária, não clonal): exercício e epinefrina. - Produção aumentada: inflamação, imunomediada, deficiência de ferro, trombocitopenia rebote e uso de vincristina e esplenectomia. 5. Proteínas 5.1 Hiperproteinemia - Hemoconcentração - Doenças infecciosas - Doenças não infecciosas: necrose, neoplasia e doença imunomediada - Neoplasia de linfócito B: mieloma múltiplo, plasmocitoma, linfoma e leucemia linfocitica 5.2 Hipoproteinemia - Perda de sangue - Nefropatia com perda de proteínas: glomerulonefrite e amiloidose - Enteropatias: doença da mucosa do intestino delgado, linfangiectasias e perdas de sangue intestinal - Diminuição da síntese protéica: insuficiência hepática, má absorção, estados caquéticos crônicos e aplasia ou hipoplasia medular - Falha na transferência passiva de anticorpos maternos para o filhote - Hemodiluição: excesso de fluidos intravenosos, distúrbios edematosos (insuficiência cardíaca congestiva, cirrose e síndrome nefrotica). 13 6. Analitos bioquímicos 6.1 Ureia 6.1.1 Aumento de uréia na corrente sanguínea - Condições pré-renais: hipovolemia, insuficiência cardíaca e choques hipovolêmicos - Doenças ou condições renais: inflamações (glomerulonefrite, pielonefrite, nefrite tubular-intersticial), intoxicações, amiloidose, isquemia ou hipoxia, neoplasias, hidronefrose, hipoplasia ou aplasia congênitas - Doenças ou condições pós-renais: obstrução do trato urinário, traumatismo ou neoplasias. 6.1.2 Diminuição de uréia na corrente sanguínea - Insuficiência hepática - Desvios portossistemicos - Diminuição das enzimas participantes do ciclo da uréia - Distúrbios que aumentam a excreção de uréia: glicosúria, diabetes insipidus central ou nefrogênico. 6.2. Creatinina Pequena molécula fruto da degradação da creatina e creatina-fosfato, uma molécula energética presente nos músculos. 6.2.1 Aumento de cratinina na corrente saguínea - Diretamente relacionada a processos que causem uma diminuição na taxa de filtração glomerular, ainda que exista uma lesão muscular intensa a creatinina é rapidamente depurada do plasma caso a taxa de filtração glomerular esteja normal - Um falso aumento de creatinina pode ocorrer pela presença de cromógenos. Essa característica pode ser observada em casos de eqüinos com cólica. Obs: valores de creatinina abaixo da referência não apresenta significado clinico, mesmo que os animais apresentem uma caquexia 14 severa o valor seria discretamente inferior podendo não ser detectado nos métodos de analise. 6.3 Alanina amino-transferase (ALT) Desaminação da alanina transformando em pirtuvato para entrar no ciclo de Krebs ou gliconegenese 6.3.1 Aumento de ALT - Lesão de hepatócitos: degenerativa (hipoxia), metabólica (lipidose, diabetes, hipertireoidismo e etc), neoplásica (linfomas e carcinoma hepatocelular), nutricional, inflamatória, hereditária, tóxica (fenobarbital, esteróides e etc) e traumática - Lesão muscular esquelética é bastante discreto e deve se relacionar com a CK: atropelamentos e distrofia muscular canina 6.3.2 Diminuição de ALT - Pode ser indicativo de redução da massa de hepatócitos viáveis, em casos de doenças crônicas, ou redução na síntese de transaminases (microcistinas e aflaxinas). 6.4 Aspartato amino-transferase (AST) Enzima citoplasmática e mitocondrial que está envolvida na desaminação de aspartato em oxalacetato para entrar no ciclo de Krebs 6.4.1 Aumento de AST - Lesão em hepatócitos: degeneração, metabólica, neoplásica, inflamatória e tóxica - Lesão muscular esquelética ou cardiaca Obs: A AST retorna mais rapidamente aos valores normais do que a ALT, sendo uma enzima útil para o monitoramento de lesões hepáticas agudas se forem feitos exames seriados, vale ressaltar que essa enzima não é hepatoespecifica. 6.5 Lactato desidrogenase (LDH) Enzima que converte piruvato em lactato no final da glicose anaerobica 15 6.5.1 Aumento de LDH - Lesões musculares - Lesões hepáticas - Aumento discreto em hemólises Obs: essa enzima pode funcionar como teste de triagem sendo necessário a adição de enzimas especificas para o tecido 6.6 Fosfatase Alcalina (FA) Família de fosfatases que agem sobre meio alcalino 6.6.1 Aumento de FA - Colestase, intra-hepatica ou pós-hepatica: degeneração (necrose ou tumefação de hepatocitos), metabólica (lipidose, diabetes melitos, hiperadrenocorticismo e etc), neoplásica (carcinoma do ducto biliar, carcinoma pancreático, linfoma), inflamatória e tóxico. - Indução hormonal oudrogas: fenobarbital, corticosteróides e hipertireoidismo felino - Atividade osteoblastica aumentada: crescimento, osteossarcoma e etc - Neoplasias mamarias canina benignas e malignas 6.6.2 Diminuição de FA - Pode indicar deficiência de zinco em bovinos e não tem significado clinico para cães e gatos. Obs: Para felinos e eqüinos a FA não é indicada, pois em gatos ela apresenta tempo de meia vida bastante curto e os eqüinos geralmente já se apresentam ictéricos antes da FA apresentar-se elevada. O aumento de FA em bovinos com colestase é discreto. 6.7 Gama glutamiltransferase (GGT) Presente nas membranas celulares ela transfere grupos glutamil entre peptídeos e esta envolvida nas reações da glutationa. 16 6.7.1 Aumento de GGT - Colestase - Drogas ou hormônios: fenobarbital e corticosteróides - Discretamente em lipidose hepática 6.7.2 Diminuição de GGT - Sem valor diagnostico. Obs: Em cães a FA tem mais sensibilidade para o diagnostico de colestase do que a GGT, nesses animais a FA aumenta antes dos animais estarem ictéricos. Diferentemente de felinos, eqüinos e bovinos que a atividade da GGT apresenta uma mais sensibilidade. 6.8 Creatinina Quinase (CK) Enzima que transfere o fosfato da creatinina para um ADP para formar um ATP 6.8.1 Aumento de CK - Lesão muscular (normalmente de músculo esquelético, ocasionalmente cardíaco e raramente liso): degeneração (hipoxia causa por esforço, convulsões ou trombos), neoplasias, nutricional (deficiência de vitamina E e selênio), hereditária, inflamatória, tóxica (mamona) e traumates (atropelamentos, injeções intramusculares e convulsões). - Necrose ou desmielinização de tecidos neuronais (amostra de liquor) Obs: Animais com hipotireoidismo podem ter um aumento ou diminuição de CK, e animais com hiperadrenocorticismo tem um aumento dessa enzima. 6.9 Amilase Enzima que catalisa amidos complexos 6.9.1 Aumento de amilase - Lesão pancreática: inflamação e neoplasias - Inativação ou excreção renais reduzidas: desidratação, choque, doenças renais agudas ou crônicas, obstrução do trato urinário e macroamilasemia 17 - Tratamento com dexametasona 6.9.2 Diminuição de amilase - Está relacionado com a insuficiência pancreática exócrina, alguns relatam na possibilidade da diminuição de amilase estar relacionada com a diabetes melitus em humanos. 6.10 Lipase Catalisa a hidrolise de triglicerídeos. 6.10.1 Aumento de lípase - Lesões celulares acinares pancreáticas - Diminuição da taxa de filtração glomerular - Administração de corticosteróides - Neoplasias: pâncreas (carcinoma, adenocarcinoma), fígado (carcinoma hepatocelular, linfoma) e gastrintestinal (linfoma) Obs¹: Tanto a amilase quanto a lípase podem aumentar em casos de injurias gastrintestinais Obs²: A amilase decai rapidamente em casos de pancreatite e a lípase se mantém em altas concentrações por um tempo maior em cães. Para felinos ambas não apresentam uma boa sensibilidade para o diagnostico de pancreatite, outros testes como o PLI e TLI são mais sensíveis Obs³: Bovinos e eqüinos não apresentam aumento de amilase e lípase em casos de pancreatite, normalmente o aumento se dá em casos de lesões na mucosa gastrintestinal. 6.11 Albumina 6.11.1 Hiperalbuminemia - Hemoconcentração - Aumento induzido por drogas ou hormônios corticosteróides 6.11.2 Hipoalbuminemia - Diminuição de síntese: inflamação, insuficiência hepática, má absorção, estados de caquexia e hipergamaglobulinemia 18 - Aumento da perda de albumina: hemorragia, glomerulonefrites, amiloidoses, enteropatias com perda de proteína, queimaduras e doenças exudativas generalizadas - Hemodiluição: excesso de fluido intravenoso, distúrbios edematosos e excesso de excreção (ADH). 6.12 Glicose 6.12.1 Hiperglimecia - Fisiologica: pós-prandial, medo, associado a esteroides e diestro - Diabetes melitos tipo 1: destruição direta as células β, geralmente resultado em deficiência absoluta de insulina - Diabetes melitos tipo 2: resistência a insulina com resposta secretora compensatória de insulina (amiloidose insular pancreática, comum em felinos) - Pancreatite - Diabetes melitos endócrino: acromegalia, glucagonoma, hiperadrenocorticismo, hiperpituarismo e etc. - Induzida por medicamentos: glicocorticóides, hormônio tireóideos e acetato de megestrol - Infeccioso: sepse e diarréia viral bovina - Hiperamonemia em bovinos e eqüinos - Genetico - Anticorpos anti-insulina - Hiperglicemia farmacológica ou toxicológica transitória 6.12.2 Hipoglicemia - Aumento da secreção de insulina: neoplasia das células β pancreática e intoxicação por xilitiol - Diminuição dos antagonistas da insulina: hipoadrenocorticismo, deficiência de GH e hipopituitarismo - Diminuição da gliconegenese: insuficiência ou falência hepática e hipoadrenocorticismo 19 - Diminuição da glicogenolise (raro) - Aumento da utilização de glicose: hipoglimecia da lactação e pós exercício físico - Sepse com endotoxemia pode causar hipoglicemia - Hipoglicemia farmacológica ou toxicológica: insulina, compostos de sulfonilureia e etanol. 6.13 Bilirrubina 6.13.1 Hiperbilirrubinema - Aumento na produção de bilirrubina: distúrbios hemolíticos - Diminuição da captação pelos hepatocitos: jejum ou anorexia (eqüinos) e massa funcional diminuída - Diminuição da conjugação: massa funcional hepática reduzida - Diminuição da excreção da bile: colestase obstrutiva hepática (lipidose, diabetes melitos, histoplasmose, colangio-hepatite e etc) ou pós-hepática (colangite, carcinoma do ducto biliar, trematódeos hepático e etc) - Colestase funcional: sepse, produção de TNF-alfa e IL-6 pode prejudicar no transporte de bilirrubina. 6.14 Colesterol 6.14.1 Hipercolesterolemia - Aumento de produção: hepatocitos (síndrome nefrotica ou nefropatia com perda de proteína, com perda de LPL) e enterocitos (hiperlipidemia pós-prandial). - Lipólise ou processamento intravascular de lipoproteínas reduzido - Outros mecanismos, desconhecidos ou múltiplos: pancreatite aguda, colestase obstrutiva, diabetes melitos, hiperadrenocorticismo ou excesso de corticóides e etc. 6.14.2 Hipocolesterolemia - Produção diminuída de colesterol: desvio portossistemicos e enteropatia com perda de proteína 20 - Hipoadrenocorticismo 6.15 Triglicerídeos 6.15.1 Hipertrigliceridemia - Aumento da produção: hepatócitos (hiperlipemia ou hiperlipemia eqüina) ou pós-prandial - Lipolise ou processamento intravascular de lipoproteínas diminuído: hipotireoidismo, síndrome nefrotica, deficiência de lípase lipoproteica - Outros mecanismos: pacreatite aguda, diabetes melitos, dieta rica em lipídios, hiperadrenocorticismo ou uso excessivo de corticóides Obs: A hipotrigliceridemia não tem valor de diagnostico. 6.16 Cálcio 6.16.1 Hipercalcemia - Aumento na mobilização de cálcio dos ossos ou de absorção do intestino: aumento da atividade de PTH, aumento da atividade de vitamina D (processos inflamatórios podem produzir vitamina D endógena como blastomicose e criptococose) e neoplasias (mieloma, linfoma e neoplasia óssea metastática). - Diminuição da excreção urinária: insuficiência renal (comum na fase aguda e crônica em equinos e incomum em cães e gatos), hipoadrenocorticismo (aumento de cálcio ligado a proteínas ou citrato) e diuréticostiazídicos - Aumento de cálcio ligado a proteínas: hiperglobulinemias em mielomas múltiplos - Outros mecanismos: infusão intravenosa excessiva de cálcio, hemoconcentração, hipotireoidismo juvenil, retenção fetal e endometrite em cadelas e hipercalcemia idiopática em felinos. 6.16.2 Hipocalcemia - Hipoalbuminemia - Diminuição da atividade de PTH 21 - Mobilização óssea ou absorção intestinal inadequada: hipovitaminose D, raquitismo, insuficiência hepática exócrina em cães, hipocalcemia da prenhez, do parto e lactação, hipercalcitonismo, hipocalcemia nutricional (rara) e intoxicação por oxalato. - Excreção urinaria excessiva - Deposição de cálcio durante cicatrização de fraturas - Outros mecanismos: pancreatite aguda em cães e gatos, obstrução do trato urinário, IRA, enemas de fosfato, intoxicação por besouros, miopatias, síndrome da lise tumoral aguda e sobrecarga ruminal. 6.17 Fósforo 6.17.1 Hiperfosfatemia - Diminuição da excreção urinaria de fosfato - Aumento da absorção pelo intestino - Desvio de fosfato do fluido intracelular para o fluido extracelular (miopatias ou necrose de tumores liberando fosfato) - Outros mecanismos: hipertireoidismo em gatos, acidose lática e hiperadrenocorticismo em cães 6.17.2 Hipofosfatemia - Aumento da excreção urinária de fosfato - Diminuição da absorção intestinal - Desvio de fosfato do fluido extracelular para o fluido intracelular (a insulina joga o fosfato para dentro da célula a fim de fosforilar a glicose para que ela não saia da célula, um excesso de insulina poderia causar esse quadro.) - Defeito na mobilização de fosfato ósseo - Outros mecanismos: insuficiência renal em eqüinos e anestesia com halotanos em eqüinos. 7. Imagens 22 7.1 Eritrocitos A: Reticulocitos. B,C e D: Anisocitose acentuada 23 A: Hipocromia, presença de policromatófito no canto superior esquerdo. B: Hemácias microcíticas e hipocrômicas. C: Poiquilocitose e hipocromia acentuada. D: Presença de hipocrômia e dacriócitos. E: Hipocrômia em hemácias de lhama. F: Presença de acantócitos e equinócitos. 24 A: Torocitos. B,C,D e E: Equinocitos. F: Esferocitos e uma hemácia fantasma no canto inferior direito. G: Equinócito na esquerda. H e I: Acantócitos. J, K, L e M: Queratócitos. N e O: Estomatócito. P, Q e R: Esferócito. S e T: Esquistócitos. 25 U: Esquistócito. V: Leptócito. W e X: Quinizócitos. A, B e C: Codócitos. D e E: Excentrócitos. F: Eliptócitos. G: Equinoeliptócito. H, I, J e K: Dacriocíto. L: Drepanocito. M: Eritrócitos 26 com inclusões de hemoglobina em formato retangular. N, O e P: Hemoglobina cristalizada em eritrócito. Q: Equinócito ao centro e hemácias fantasmas ao redor. R: Hemácias fantasmas. S: Hemácia lisada. T: Metarrubrícito ortocromático. U: Metarrubrícito policromatofílico. V: Rubrícito policromatofilico. W: Rubrícito. X: Rubriblasto. Corpusculo de Howell-Jolly Corpusculo de Heinz Corpos de Pappenheimer: intoxicação por chumbo 27 Babesia canis 7.1 Leucócitos A, B, C, D e F: Neutrofilo. G e H: Promielócito. I: Mielocito. J: Metamielocito. K e L: Bastonete. M e N: Neutrófilos tóxicos. O: Metamielócito tóxico. P e Q: Neutrófilo tóxico com presença de corpúsculo de Döhle. R e S: Bastonete tóxico com presença de 28 corpúsculos de Döhle. T: Metamielócito tóxico com presença de corpúsculos de Döhle. I, J, K, L, M, N, O e P: Eosinofilos A e B: Basofilos O e P: Mastócitos 29 A, B, C, D , E , F , G e H: Monocítos. J, K e L: Monocítos ativados. 30 A: Monócito (esquerda) e bastonete (direita). B: Monócito (esquerda) e linfócito reativo (direita). C: Monócito (esquerda) e linfócito (direita). D: Monócito (esquerda), neutrófilo (acima) e linfócito (direita). 31 A, B, C, D, E, F e G: Linfócito. H, I, J e K: Linfócito granular. L: Linfócito neoplásico. M, N, O e P: Linfócito reativo. 7.3 Plaquetas Agregado pláquetário 32 Plaqueta gigante. 8. Bibliografia HARVEY, J.W. Atlas of Veterinary Hematology: Blood and Bone Marrow of Domestic Animals. Filadelfia. Saunders, 2001. KANEKO, J.J. HARVEY, J.W. BRUSS, L.M. Clinical Biochemistry of Domestic Animals. Massachussets. Academic Press, 2008. STOCKHAM, L.S.; SCOTT, M.S. Fundamentos da Patologia Clínica Veterinária. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan, 2002. THRALL, M.A.; WEISER, G. Veterinary Hematology and Clinical Chemistry. Iowa. Willey-Blackwell, 2012.
Compartilhar