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INTRODUÇÃO AO 
JORNALISMO 
Guaracy Carlos
 
Teorias do jornalismo 
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Identificar as principais escolas teóricas da comunicação.
 � Relacionar as teorias com a prática jornalística.
 � Diferenciar as formas como o jornalismo é pensado pelas escolas. 
Introdução
O campo de estudos da ciência da comunicação é vasto e complexo, em 
parte pela multiplicidade de enfoques e concepções acerca do processo 
comunicacional e a interação em sociedade. Em comum, seus estudos 
tentam entender o processo da comunicação a partir de um objeto co-
mum: o homem, o ser comunicativo, inserido em uma estrutura complexa, 
organizada como sociedade. Estudar comunicação pressupõe entender 
o homem e seus vínculos coletivos. 
Neste capítulo iremos conhecer as principais correntes teóricas e es-
colas de comunicação e seus estudos. Esse entendimento é fundamental 
para que o jornalista possa exercer sua função de forma crítica e ética.
Estudos acerca da prática jornalística
O primeiro estudo acerca do jornalismo data de 1690. A tese De Relationibus 
Novellis, de Tobias Peucer, defendida na Universidade de Leipzig, Alemanha, 
era composta por 29 parágrafos. Traçava uma comparação entre jornalismo e 
história, analisando os tipos de relatos utilizados pela cultural ocidental desde a 
Antiguidade, identificando o jornalismo sob a perspectiva do singular. Discutia 
questões como autoria, noticiabilidade, verdade, credibilidade e propunha 
critérios de seleção e restrições ao que deveria ser publicado, avaliando a 
forma e os estilos dos periódicos.
Segundo o autor, a vontade do escritor de periódicos deve estar relacionada 
à credibilidade e ao amor à verdade, não sendo possível que preso a um afã 
partidário, misture ali alguma coisa de falso ou escreva coisas insuficiente-
mente exploradas sobre temas de grande importância (PEUCER, 2004[1690]).
Os estudos a respeito do jornalismo e o surgimento de um campo teórico 
a partir do século XIX articulavam-se em torno de dois eixos: o fazer jorna-
lismo (práticas e procedimentos) e seus efeitos na sociedade, em especial na 
formação da opinião pública. Mais tarde, com o crescimento da comunicação 
de massa, dos efeitos sobre a audiência. 
Grande parte das teorias do jornalismo tem suas raízes nos estudos chama-
dos Mass Communication Research. Dado o avanço do jornalismo sob uma 
perspectiva empresarial, bem como o caráter pragmático dos norte-americanos, 
o papel do jornalismo na formação da opinião pública e a prática produtiva da 
notícia, foram estudados com enfoques empiristas. Tendo uma orientação mais 
política do que científica e sendo oriundos do (e muitas vezes financiados pelo) 
Estado, pelas Forças Armadas e pelos grandes monopólios da comunicação 
de massa. Tudo com o propósito de entender melhor o processo e otimizar 
seus resultados. 
Desde que surgiram os primeiros estudos teóricos sobre o jornalismo, em 
meados do século XIX, três perguntas têm pautado as teorias do jornalismo: 
o que são notícias? Por que as notícias são como são? Quais são os efeitos 
das notícias?
A trajetória do estudo do jornalismo brasileiro
O ensino e pesquisa sobre jornalismo no Brasil têm uma trajetória de mais de 
seis décadas. As primeiras reivindicações de uma escola para a formação de 
repórteres foram feitas pelo fundador da Associação Brasileira de Imprensa 
(ABI), Gustavo de Lacerda. Em seguida, houve o breve funcionamento do 
primeiro curso de jornalismo no país fundado por Anísio Teixeira, em 1935. O 
curso foi fechado por Getúlio Vargas, dois anos depois. As primeiras escolas 
só foram autorizadas em São Paulo, em 1947, e no Rio de Janeiro, no ano 
seguinte. O modelo de ensino brasileiro de jornalismo é por assim dizer único, 
pois mescla duas concepções acerca da formação do jornalista, uma predomi-
nantemente teórica (modelo europeu) e outra prática (padrão norte-americano). 
Tratando-se de teoria, a disciplina só foi introduzida na academia em 
meados de 1980. Foi na virada do século, porém, “que a teoria do jornalismo 
começou a ser conhecida e adotada por parte significativa dos cursos de jor-
Teorias do jornalismo2
nalismo do Brasil, já então contados às centenas” (MEDITSCH, 1997, p. 12), e 
incluída pelo Ministério da Educação – MEC, como disciplina obrigatória nos 
cursos de graduação por exigência do Exame Nacional de Cursos. Nos últimos 
anos, o MEC elevou suas exigências no tocante à formação do profissional de 
jornalismo, agora reconhecido como bacharelado próprio e não mais como 
uma habilitação da comunicação social.
Não se faz mais jornalista como antigamente. Em texto para a Revista Brasileira de Ensino 
de Jornalismo, a doutora em comunicação da USP Karenine da Cunha (2015) discute as 
novas diretrizes curriculares para os cursos de jornalismo, a formação deste profissional 
e sua atuação em contextos de hipermídia. Confira:
https://goo.gl/WDgR2T
Principais teorias do jornalismo
Teoria do Espelho
Considerada a teoria mais antiga do jornalismo, desenvolvida a partir de 1850, 
surgiu no cenário das transformações passadas da imprensa dos Estados 
Unidos decorrentes do desenvolvimento industrial e do início da cultura de 
massa. Opondo-se ao jornalismo praticado até àquele momento, apareceram 
novos profissionais que sustentavam a ideia de a imprensa ser um espelho do 
real, as notícias sendo o que eram por refletirem a realidade.
A teoria propunha que o jornalista fosse um mediador desinteressado, ob-
servador isento e imparcial, que descrevesse objetivamente os acontecimentos, 
guiado pelo princípio básico da separação entre os fatos e as opiniões. Consi-
derava que assim como a recém-inventada fotografia, a palavra escrita poderia 
refletir a realidade, e para tal o jornalismo deveria usar métodos científicos de 
modo a evitar a subjetividade. De forte cunho positivista, o surgimento desta 
teoria coincidiu historicamente com o nascimento do jornalismo informativo, 
que buscava separar opinião de informação. 
3Teorias do jornalismo
https://goo.gl/WDgR2T
Teoria do Gatekeeper
Criada pelo psicólogo Kurt Lewin, em 1947, surgiu no campo da psicologia. 
Em seus estudos acerca dos problemas envolvendo a mudança de hábitos 
alimentares em grupos de pessoas, ele avaliava as decisões sobre alimentos a 
serem adquiridos para consumo em família. O psicólogo identificou que nem 
todos os membros do grupo tinham igual prestígio no processo da escolha, 
detectando a existência de canais que desembocavam em um filtro (ou gate) 
que tinha o poder de decidir quem poderia passar, o gatekeeper. 
Em 1950, David Manning White utilizou o termo referindo-se ao jornalismo 
e seu poder, em estudo sobre o fluxo de notícias dentro de uma redação. O 
objetivo da pesquisa era individualizar os pontos que atuavam como cancelas 
(gates) no processo de seleção das notícias. White contou com a ajuda de um 
jornalista que durante uma semana relatou os motivos que o levaram a rejeitar 
ou aceitar as notícias. Ao final da pesquisa, apurou que a maioria das notícias 
eram descartadas pela falta de espaço nas editorias, pela pouca importância, 
por relatos repetidos, pela falta de qualidade da escrita e, até mesmo, por terem 
ocorrido em locais muito distantes. 
Dessa maneira, White concluiu que o processo de construção da infor-
mação era subjetivo e tendencioso, o fluxo de notícias tinha que passar por 
diversos gates até a sua publicação. Em uma redação, os gatekeepers seriam 
os editores, aqueles que definiam quais fatos ganhariam status de notícias e 
quais seriam descartados. 
Para entender mais como se dá a articulação entre esta teoria e o processo jornalístico, 
leia o livro Teoria do gatekeeping: seleção e construção da notícia, de 2011, escrito por 
Pamela Shoemaker e Tim Vos, da editora Penso. 
Teoria Organizacional
Os primeiros estudos acerca da teoria organizacional surgiram em 1955, com 
o sociólogo Warren Breed, especialista na pesquisa das relaçõesde trabalho 
e controle nas redações. Para ele, seria o diretor de redação ou o editor-chefe 
Teorias do jornalismo4
(publisher) o responsável pelas diretrizes que os jornalistas deveriam seguir 
(os staffers, como ele chamava).
A teoria organizacional inseria o jornalista no seu contexto mais imediato: 
a organização em que ele trabalhava. Articulava-se com a ideia de mercado, na 
qual a notícia aparecia como um produto à venda. Nesse contexto, a produção da 
notícia sairia do âmbito individual para o campo da organização jornalística. As 
normas da organização colocavam-se acima dos valores pessoais do jornalista. 
Para o sociólogo norte-americano, “o jornalista acaba por ser socializado na 
política editorial da organização por meio de uma sucessão muito discreta de 
recompensa e punição” (TRAQUINA, 2004, p. 71).
Nesta teoria, as notícias não seriam determinadas apenas pela subjetividade 
do jornalista, mas sim por forte influência da estrutura das organizações, que 
faziam desde a seleção até o enquadramento dado à notícia. Dessa forma, 
eram raros os jornalistas que não se colocavam a favor da política editorial 
da empresa. Segundo Breed, isso acontecia porque o sistema imposto pelas 
organizações baseava-se em punições ou recompensas. Assim o jornalista 
articulava-se no sentimento de estima com os superiores, no desejo de crescer 
profissionalmente e no prazer da atividade diária. Deve ser considerado ainda 
o tempo que o jornalista dispunha para produzir as matérias, que deixavam 
a desejar (seja por falta de dados ou pela pouca profundidade das notícias). 
Quanto mais o jornalista se aproximava do deadline, maior era a cobrança da 
organização sobre ele.
A pesquisadora Cremilda Medina trouxe esta proposta para a realidade brasileira 
em seu livro Notícia um produto à venda. Jornalismo na sociedade urbana e industrial. 
Cremilda Medina. Editora Summus. 1988. 
Teoria do Agendamento ou Agenda Setting
Os fundamentos para esta teoria remontam à publicação do livro Public Opi-
nion, do jornalista Walter Lippmann, em 1922. Lippmann propunha que a 
notícia não era um espelho das condições sociais, mas sim um relato de um 
aspecto que se impunha. Assim, relacionava-se a notícia com a opinião pública. 
5Teorias do jornalismo
CMEI DOM ANTONIO
Máquina de escrever
Mass Communication
CMEI DOM ANTONIO
Máquina de escrever
Mass Communication
A teoria do agendamento ou agenda setting surgiu na década de 1970 
com o pesquisador Maxwell McCombs. Inspirada na proposta de Lippmann, 
baseava-se na proposição de que o público dava mais importância aos assuntos 
de maior exposição nos meios de comunicação, concluindo, assim, que a mídia 
determinava sobre o que falar, ler e ouvir. Ainda de acordo com a teoria, as 
pessoas incluíam ou excluíam de seus próprios conhecimentos aquilo que a 
mídia repercutia. Inevitavelmente, a mídia contribuía para estruturar no público 
a imagem da realidade social, a formar opiniões e novas crenças.
No entanto, essa teoria não defendia que a mídia aspirava persuadir o 
público. Ao contrário, a “influência” da mídia decorria da atividade organiza-
cional das empresas de comunicação que se utilizavam de sua própria cultura 
e critérios de noticiabilidade. 
O real entendimento de uma teoria muitas vezes está relacionado à leitura de sua 
proposta nas palavras de seu autor. A Editora Vozes em sua coleção Clássicos da co-
municação social, disponibiliza estes dois textos em português: 
Opinião Pública, de Walter Lippmann (2008).
A teoria da agenda. A mídia e a opinião pública, de Maxwell McCombs (2009).
Teoria da Espiral do Silêncio
A Teoria da Espiral do Silêncio foi proposta pela socióloga e cientista política, 
Elisabeth Noelle-Neumann. Tinha como base as pesquisas sobre os efeitos 
dos meios de comunicação de massa na vida das pessoas. O conceito da 
teoria surgiu em 1972, em Tóquio, durante um congresso internacional de 
psicologia. Apenas em 1984, Noelle-Neumann publicou a teoria em forma 
de livro intitulado A Espiral do Silêncio. 
Essa teoria da opinião pública considerava que os indivíduos omitiam seu 
ponto de vista quando em conflito com a tese dominante, devido ao medo do 
isolamento, crítica ou zombaria. As pessoas analisavam o ambiente ao seu 
redor, e ao identificarem que pertenciam a uma minoria, preferiam calar-se 
para evitar impasses. Este comportamento gerava uma tendência progressiva 
de silêncio. Dessa maneira, a autora denominou tal conduta de espiral. Ou 
Teorias do jornalismo6
seja, para não se expor, o indivíduo compactuava com a maioria. Assim outras 
pessoas que poderiam compartilhar da mesma opinião que ele, também não a 
verbalizavam. Quanto menos integrantes do grupo assumissem uma posição 
divergente, maior era o ônus social em expressá-la. 
O livro A Espiral do Silêncio, lançado em 1982, ganhou uma versão em língua portuguesa 
pela Editora Danúbio em 2017: A Espiral do Silêncio. Opinião pública: nosso tecido social, 
de Elisabeth Noelle-Neumann.
Teoria do Newsmaking
Esta teoria tem entre seus defensores o italiano Mauro Wolf e o português 
Nelson Traquina. E de certa forma se opõe a teoria do gatekeeper na qual 
o jornalista (editor) seria o responsável pela seleção da notícia. A teoria do 
newsmaking considerava que embora a produção da notícia pudesse parecer 
um procedimento simples, ela seria organizada como uma práxis industrial. De 
acordo com a socióloga Gaye Tuchman, a teoria do newsmaking articulava-se 
em três vertentes: a cultura profissional do jornalista, a organização de seu 
trabalho e a ordenação dos processos produtivos. 
Dessa forma, o processo de produção da notícia era dividido entre a equipe 
de produção, pauteiros, repórteres, redatores, editores, diretores, coordenadores 
e outros agentes da redação. Já os critérios sobre o que seria notícia e o destaque 
de cada uma eram definidos pela equipe envolvida no sistema produtivo. Neste 
panorama, ficava minimizado o suposto fator de “manipulação da notícia” 
que propunha o gatekeeper. 
A notícia em seu ponto-final seria o resultado da aprovação de todos os 
participantes da equipe, que atuavam baseados em critérios profissionais de 
noticiabilidade. Por exemplo: o impacto social que a notícia causaria, nacional e 
internacionalmente, baseada em seu ineditismo, interesse público, proximidade 
do acontecimento, possibilidade de personalização entre outros. 
Para Felipe Pena (2005), a teoria do newsmaking baseava-se no para-
digma da construção social da realidade. Ou seja, era tributária à sociologia 
do conhecimento, compreendendo a realidade humana como socialmente 
7Teorias do jornalismo
construída. Segundo o autor, era preciso avaliar os aspectos de interação com 
esse paradigma. 
Pode-se dizer que a teoria do newsmaking surgiu como oposição à teoria do 
espelho. Dessa forma, se na teoria do espelho o jornalismo refletia a realidade, 
na hipótese do newsmaking esta seria socialmente construída. 
Para o pesquisador Adriano Messias de Oliveira (2004), o filme Todos os Homens do 
Presidente, de Alan Pakula, ganhador de quatro Oscars, é paradigmático para o estudo 
das teorias do jornalismo contemporâneo, principalmente se analisado a partir das 
hipóteses do agenda setting e do newsmaking. Confira o estudo dele em:
https://goo.gl/Mi9q1w
E aproveite também para assistir ao filme.
Fonte: Todos (2012).
Sinopse:
Em 1972, o repórter Bob Woodward (Robert Redford) e seu rival Carl Bernstein 
(Dustin Hoffman), que trabalham para o Washington Post, iniciam uma investigação 
sobre a invasão de cinco homens à sede do Partido Democrata, fato que dará origem 
ao escândalo de Watergate e culminará na queda do presidente Richard Nixon. 
Direção: Alan J. Pakula.
Elenco: Robert Redford, Dustin Hoffman, Jack Warden.
Gênero: Drama, Policial.
Nacionalidade: EUA, 1976.
Teorias do jornalismo8
https://goo.gl/Mi9q1w
Princípios jornalísticos e ética profissional
Todas as teorias apresentadas possuem um eixo comum na qual se estruturam 
na tentativa de compreender“por que as notícias são como são”. Com base 
na história do jornalismo, podemos afirmar que este se constitui em campo 
ideológico. Ou seja, diz respeito à prestação de serviço público e econômico 
correspondendo ao negócio e à organização noticiosa. Tal estrutura era co-
nhecida desde o século XIX, mantendo sua base até os dias de hoje. Mas, a 
mídia contemporânea assume diariamente aspectos complexos e dinâmicos 
em decorrência da variedade das notícias e das novas tecnologias de comu-
nicação e informação. 
Sendo assim, os princípios jornalísticos e a ética profissional ganham 
destaque, pois o jornalismo contemporâneo é caracterizado pela rapidez de 
sua produção e enfrenta desafios no que tange a uma ética própria, pouco 
definida, e a seu ethos.
[...] ser jornalista implica a partilha de um ethos que tem sido afirmado há mais 
de 150 anos. Mas ser jornalista também implica a crença numa constelação 
de valores, a começar pela liberdade. [...] Inúmeras afirmações apontam para 
esta relação simbiótica, em que a liberdade está no centro do desenvolvimento 
do jornalismo (TRAQUINA, 2008, p. 130–131).
Uma das concepções fundamentais para a atividade jornalística é a da 
liberdade. Este valor permite que os jornalistas sejam livres para exercer a 
atividade, a fim de evitarem que seu trabalho fique comprometido, ou até 
mesmo inviabilizado. Dessa forma, o próprio exercício da profissão está 
diretamente atrelado à defesa da liberdade de expressão e de manifestação 
de pensamento. Em outras palavras, esse é um valor que dá sentido e até 
finalidade à atividade.
A ética profissional é o guia para todas as práticas profissionais. Médicos, 
advogados, professores, jornalistas, entre outras profissões, possuem seus 
próprios códigos de ética com o objetivo de difundir as boas práticas aos 
demais, sejam eles de sua área de atuação ou não.
9Teorias do jornalismo
Além da liberdade de expressão e manifestação de pensamento, faz parte 
dos princípios fundamentais da profissão, o compromisso com a verdade. 
Apurar os fatos de modo a não prejudicar outra pessoa, nem ferir sua honra 
sem causa comprovada ou justificada. 
A prática jornalística é algo arriscado e merece total atenção do profissional 
para não motivar a discórdia entre pessoas e instituições. O jornalista deve 
sempre respeitar as leis do país, ser democrático e permitir que suas ideias 
possam ser contestadas por outras pessoas. Deve manter a coerência de suas 
opiniões e dos fatos apurados e divulgados, sem deixar de ser crítico.
Outro princípio jornalístico é a investigação. O espírito investigativo é uma 
das características que não pode faltar no exercício da profissão. É dever do 
jornalista apurar os fatos, ser curioso, buscar fontes seguras e legítimas, não 
ser sensacionalista, investigar e, sobretudo, ser sigiloso e honesto. Não com-
prometer suas fontes, mantendo-as em segurança, conforme prevê o Código 
de Ética: “Art. 8º Sempre que considerar correto e necessário, o jornalista 
resguardará a origem e identidade das suas fontes de informação” (NEVES, 
2000, p. 138).
Uma das mais relevantes tarefas da ética jornalística é estabelecer procedi-
mentos que aproximem o relato dos fatos da maior objetividade e imparcialidade 
possíveis, mesmo que a total eliminação da subjetividade seja impossível. 
O principal capital social do jornalismo é sua credibilidade, entendida 
não apenas como reconhecimento por seus pares, mas sim como processo 
construído pelo reconhecimento social. Assim a credibilidade recai sobre 
organizações singulares. Tê-la ou não depende de cada empresa individual-
mente. A confiabilidade não se limita às organizações, mas pode ser pensada 
também em relação aos sujeitos jornalistas e aos produtos produzidos por sua 
atividade. A credibilidade pode ser entendida a partir de duas dimensões: a 
do conteúdo e a do mediador. Logo ela se aplica tanto aos fatos narrados pelo 
jornalismo como pelas instâncias que os produzem (jornalistas e organizações). 
Cabe ao jornalista, acima de tudo, respeitar o público, colaborando para 
que os meios de comunicação promovam a divulgação da informação precisa 
e correta, independentemente da natureza de sua propriedade, conforme está 
no Art. 2º, inciso I do já referido Código.
Teorias do jornalismo10
O capítulo II do Código de Ética do Jornalista Brasileiro trata de conduta profissional. 
Destacamos os seguintes artigos:
Art. 4° O compromisso fundamental do jornalista é com a verdade no relato dos 
fatos; ele deve pautar seu trabalho na precisa apuração dos acontecimentos e na sua 
correta divulgação. 
Art. 6° É dever do jornalista: 
I – opor-se ao autoritarismo e à opressão; 
II – divulgar os fatos e as informações de interesse público; 
III – lutar pela liberdade de expressão; 
IV – defender o livre exercício da profissão;
V – honrar a profissão;
VI – não colocar em risco suas fontes;
VII – combater e denunciar todas formas de corrupção;
VIII – respeitar o direito à intimidade, à privacidade, à honra; 
XIII – denunciar as práticas de assédio moral no trabalho às autoridades; 
XIV – combater a prática de perseguição ou discriminação por motivos sociais, 
econômicos, políticos, religiosos, de gênero, raciais, de orientação sexual, condição 
física ou mental, ou de qualquer outra natureza.
Fonte: Federação Nacional dos Jornalistas (2007).
1. Esta teoria afirma que quem 
define o que é ou não notícia é 
a empresa ou a estrutura a qual 
o jornalista está subordinado, 
considerando a notícia como um 
produto a venda para o mercado. O 
nome desta teoria é: 
a) Teoria do Newsmaking.
b) Teoria do Agendamento.
c) Teoria Organizacional.
d) Teoria do Gatekeeper.
e) Teoria do Espelho.
2. Segundo esta teoria, as pessoas 
analisam o ambiente ao seu redor. 
Ao identificar que pertencem a 
uma minoria, preferem calar-se 
para evitar impasses. Este 
comportamento tende a se 
disseminar entre semelhantes. 
Estamos nos referindo a: 
a) Teoria da Espiral do Silêncio.
b) Teoria do Espelho.
c) Teoria do Gatekeeper.
d) Teoria do Newsmaking.
e) Teoria do Espelho.
3. Esta teoria propõe que o jornalista 
deve apresentar a realidade de forma 
fidedigna, como uma fotografia, 
narrando os fatos de forma 
imparcial e objetiva e recorrendo, 
11Teorias do jornalismo
CUNHA, K. Não se faz mais jornalistas como antigamente: reflexões sobre a formação 
do profissional hipermídia. Revista Brasileira de Ensino de Jornalismo, Brasília, DF, v. 5, n. 
17, 2015. Disponível em: <http://www.fnpj.org.br/rebej/ojs/index.php/rebej/article/
view/414>. Acesso em: 19 dez. 2017.
FEDERAÇÃO NACIONAL DOS JORNALISTAS. Código de Ética dos Jornalistas Brasilei-
ros. Brasília, DF: FNAJ, 2007. Disponível em: < http://fenaj.org.br/wp-content/uplo-
ads/2016/08/codigo_de_etica_dos_jornalistas_brasileiros-1.pdf>. Acesso em: 19 
dez. 2017. 
MEDITSCH, E. O jornalismo é uma forma de conhecimento? Arrábida: Universidade 
de Verão, 1997. 
NEVES, R. J. Vade Mecum da Comunicação Social. São Paulo: Rideel, 2000.
OLIVEIRA, A. M. Todos os homens do presidente: uma aula de jornalismo contemporâ-
neo. Covilhã: Biblioteca Online de Ciências da Comunicação, 2004. Disponível em: 
<http://www.bocc.ubi.pt/pag/oliveira-adriano-homens-presidente.pdf>. Acesso 
em: 19 dez. 2017.
PENA, F. Teorias do jornalismo. São Paulo: Contexto. 2005.
para tanto, a métodos científicos. 
Estamos falando da: 
a) Teoria do Gatekeeper.
b) Teoria do Espelho.
c) Teoria do Agendamento.
d) Espiral do Silêncio.
e) Teoria do Newsmaking.
4. Segundo esta teoria, ao escolher 
os assuntos que irá noticiar, a mídia 
efetivamente acaba por determinar 
o que as pessoas irão ler, falar e 
comentar, em última instância 
influenciando a opinião pública. 
Estamos falando da: 
a) Teoria Organizacional.
b) Teoria da Espiral do Silêncio.
c) Teoria do Newsmaking.
d) Teoria do Espelho.
e) Teoria do Agendamento.
5. Segundo esta teoria, no processo 
de produção da notícia, existem 
instâncias responsáveis por filtrar 
as notícias, bloqueando sua 
passagem. Assim, a definiçãodo que 
é ou não notícia não depende do 
jornalista, mas sim de quem aprova 
as matérias. Estamos falando da:
a) Teoria do Espelho.
b) Teoria do Agendamento.
c) Teoria da Espiral do Silêncio.
d) Teoria do Gatekeeper.
e) Teoria do Newsmaking. 
Teorias do jornalismo12
http://www.fnpj.org.br/rebej/ojs/index.php/rebej/article/
http://fenaj.org.br/wp-content/uplo-
http://www.bocc.ubi.pt/pag/oliveira-adriano-homens-presidente.pdf
PEUCER, T. Os Relatos jornalísticos. Traduzido por Paulo Rocha Dias. Estudos em Jorna-
lismo e Mídia, Florianópolis, v.1, n. 2, 2004 [1690]. Disponível em: <https://periodicos.
ufsc.br/index.php/jornalismo/article/view/2070/1812>. Acesso em: 19 dez. 2017. 
TODOS os homens do presidente. Ventura Filmes, 2012. Disponível em: <https://
venturafilmes.wordpress.com/2012/05/16/54-todos-os-homens-do-presidente/>. 
Acesso em> 19 dez. 2017.
TRAQUINA, N. Teorias do jornalismo. Florianópolis: Insular, 2004. v. 1.
TRAQUINA, N. Teorias do jornalismo. Florianópolis: Insular, 2008. v. 2.
Leituras recomendadas 
SCHUDSON, M. A política da forma narrativa: a emergência das convenções noticiosas 
na imprensa e na televisão. In: TRAQUINA, N. (Org.). Jornalismo: questões, teorias e 
estórias. Lisboa: Vega, 1993. p. 10 -293.
SOUSA, J. P. As notícias e os seus efeitos: as “teorias” do jornalismo e dos efeitos sociais 
dos media jornalísticos. Covilhã: Biblioteca Online de Ciências da Comunicação, 1999. 
Disponível em: <http://www.bocc.ubi.pt/_esp/autor.php?codautor=13>. Acesso em: 
23 nov. 2017.
SOUSA, J. P. Por que as notícias são como são? Construindo uma teoria da notícia. Covilhã: 
Biblioteca Online de Ciências da Comunicação, 2002. Disponível em: <http://www.
bocc.ubi.pt/pag/sousa-jorge-pedro-construindo-teoria-da-noticia.html>. Acesso 
em: 24 nov. 2017.
WOLF, M. Teorias da Comunicação. Lisboa: Presença, 1995. 
13Teorias do jornalismo
http://ufsc.br/index.php/jornalismo/article/view/2070/1812
http://venturafilmes.wordpress.com/2012/05/16/54-todos-os-homens-do-presidente/
http://www.bocc.ubi.pt/_esp/autor.php?codautor=13
http://bocc.ubi.pt/pag/sousa-jorge-pedro-construindo-teoria-da-noticia.html
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
 
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