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TCC - INTRODUÇÃO

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO DE ANGRA DOS REIS
PEDAGOGIA
GABRIEL OLIVEIRA HERCULANO DA SILVA
MOVIMENTO ESTUDANTIL: PARTICIPAÇÃO DE JOVENS NA CONSTRUÇÃO DA
HISTÓRIA E DA SOCIEDADE
ANGRA DOS REIS
2021
GABRIEL OLIVEIRA HERCULANO DA SILVA
MOVIMENTO ESTUDANTIL: PARTICIPAÇÃO DE JOVENS NA CONSTRUÇÃO DA
HISTÓRIA E DA SOCIEDADE
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado ao Curso de Graduação em
Pedagogia do Instituto de Educação de
Angra dos Reis da Universidade Federal
Fluminense, como requisito parcial à
obtenção do título de Licenciado em
Pedagogia.
Orientadora:
Profª Drª Renata Lopes Costa Prado
Angra dos Reis, RJ
2021
GABRIEL OLIVEIRA HERCULANO DA SILVA
MOVIMENTO ESTUDANTIL: PARTICIPAÇÃO DE JOVENS NA CONSTRUÇÃO DA
HISTÓRIA E DA SOCIEDADE
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado ao Curso de Graduação em
Pedagogia do Instituto de Educação de
Angra dos Reis da Universidade Federal
Fluminense, como requisito parcial à
obtenção do título de Licenciado em
Pedagogia.
Aprovada em
BANCA EXAMINADORA
__________________________________________________________________________
Profª Drª Renata Lopes Costa Prado - UFF/IEAR
Orientadora
__________________________________________________________________________
Profª Drª Silmara Lídia Marton - UFF/IEAR
__________________________________________________________________________
Profª Drª Maria Aparecida Alves - UFF/IEAR
Angra dos Reis
2021
RESUMO
Os movimentos estudantis do IEAR (Instituto de Educação de Angra dos Reis), que
se configuram como fenômenos privilegiados para a observação da ação coletiva e
do protagonismo desse segmento etário, são os objetos de pesquisa deste projeto.
Nesse sentido, a pesquisa assume como objetivo geral discutir e analisar formas
pelas quais crianças e jovens participam da construção da história e da sociedade,
contribuindo assim para a revisão de teorias sociais ainda dominantes no âmbito das
ciências humanas que pouco levam em consideração a infância, a juventude e a
visão de crianças e jovens na análise de fenômenos e estruturas socioeducacionais.
Assim sendo, este texto apresenta em sua análise a construção de Núcleos de
Significação para apreender os sentidos que constituem as falas dos estudantes.
Esses movimentos muitas vezes se apresentam como entidades representativas de
estudantes secundaristas e universitários, que dentro de suas próprias realidades
complexas fomentam ações de enfrentamento às políticas autoritárias de exclusão
que afetam seus grupos. Ganharam intensidade recentemente devido à conjuntura
política, pelo acesso por meio da expansão das universidades públicas e das
políticas de ações afirmativas, ou por reivindicações destas, de grupos que até então
quase não estavam representados na universidade, com inspiração em experiências
nacionais e internacionais, como a Revolta dos Pinguins, no Chile.
Palavras-chave: Movimento Estudantil - IEAR-UFF - Protagonismo juvenil - Estudos
Sociais da Infância - Universidade Pública
ABSTRACT
The student movements of the IEAR (Institute of Education of Angra dos Reis), which
are configured as privileged phenomena for the observation of collective actions and
the leading role of this age group, are the research objects of this project. In this
sense, the research has as its general objective to discuss and analyze ways in
which children and young people participate in the construction of history and society,
thus contributing to the review of social theories that are still dominant in the scope of
the human sciences that take little account of childhood, youth and the vision of
children and young people in the analysis of socio-educational phenomena and
structures. Therefore, this text presents in its analysis the construction of Meaning
Nuclei to apprehend the meanings that constitute the speeches of students. These
movements often present themselves as entities representing high school and
university students, which within their own complex realities encourage actions to
confront the authoritarian policies of exclusion that affect their groups. They gained
intensity recently due to the political situation, access through the expansion of public
universities and affirmative action policies, or due to their claims, from groups that
until then were barely represented at the university, inspired by national and
international experiences, such as The March of the Penguins in Chile.
Keywords: Student movement - IEAR-UFF - Youth protagonism - Childhood Social
Studies - Public University
SUMÁRIO
Introdução………………………………………………………………………………....………...…7
Metodologia……………………………………………………………………………....…………..13
Resultados……………………………………………..…………………....……………………….21
Análise: Núcleos de Significação……………………………………………………...…………..54
Núcleo 1.…………………………………....……….……………………………………………….55
Núcleo 2..………………………………………...………....………………………………………..66
Núcleo 3..…....……………………………………………………………………………………….72
Núcleo 4..…....……………………………………………………………………………………….78
Conclusão...…………………………………………………………………………………………..85
Referências………………………………….……………………………………………………….86
INTRODUÇÃO
Compreendo que importa ao leitor a informação de que participo ativamente
do movimento estudantil no IEAR, na posição de diretor administrativo do Centro
Acadêmico Luísa Mahin (CALM), e que desse modo, minhas observações sobre
esse movimento também são orientadas pela realidade vivida por mim, sendo
diretamente influenciadas por minhas mediações político-culturais neste espaço. Um
aspecto muito importante que se fez presente durante a realização da pesquisa foi a
mediação posta entre os meus interesses pessoais na representação dos
estudantes e os interesses específicos teóricos da pesquisa. Esta relação de
balanceamento entre os interesses chamou minha atenção para como ocorre o
processo de mobilização destes em razão de um objetivo específico, o que motivou
a busca pelos relatos presentes no tópico de resultados.
Também julgo importante a informação de que esta pesquisa é resultado do
projeto de Iniciação Científica de mesmo nome que o presente texto, que foi possível
graças à bolsa ofertada pela UFF em convênio com a CAPES. Esta pesquisa trouxe
significativa contribuição à minha experiência formativa, uma vez que me permitiu
produzir de forma acadêmica uma análise sobre experiências que fizeram parte do
meu campo de vivências durante a graduação.
Os modos hegemônicos de interpretar o mundo levam a marca do
adultocentrismo. A idade, ou a geração, vem sendo considerada um dos eixos de
dominação das sociedades ocidentais contemporâneas (QVORTRUP, 2010; FEIXA;
LECCARDI, 2010). Ao lado de outros, como classe, raça e gênero.
As principais teorias sociais invisibilizam a ação de crianças e jovens na
construção da história e da cultura (CORSARO, 2011; PRADO; FREITAS, 2018).
Ainda que correspondam a mais de um terço da sociedade, estão ausentes ou são
com muita frequência silenciados nas ciências sociais e humanas. Noções de
vulnerabilidade, incompetência, imaturidade ou passividade associadas a eles têm
servido, ao longo da história, para justificar o que Qvortrup (2010) chamou de
exclusão protetora. No caso da juventude, a associação com a violência e com a
rebeldia também se faz presente e é por essa via, no âmbito da ciência, que ela
passa a ser matéria de interesse a partir da década de 1930 na Escola de Chicago.
Nas últimas décadas, no entanto, importantes vozes vêm propondo outras formas de
pensar a sociedade e as relações entre as idades, além de interrogarem
interpretações culturais relacionadas à imaturidade biológica (PROUT; JAMES,
1997; ROSEMBERG; MARIANO, 2010; CASTRO, 2011).
Mudanças no reconhecimento da participação de crianças e jovens vêm
ganhando força nas narrativas dos planos acadêmicos e de movimentos sociais.
Pode-se dizer que o primeiro possui como sua maior expressão a Convenção
Internacional sobre os Direitos da Criança, que é o instrumento jurídico mais
ratificado mundialmente,e o primeiro a reconhecer às crianças seus direitos de
participação, estendendo a elas todos os direitos e liberdades descritas na
Declaração Universal dos Direitos Humanos. Já no campo dos movimentos sociais,
é notável que, na forma como se compreende a infância e a juventude, essas
mudanças sofreram influência, em parte, pela ótica de outras lutas sociais, em
especial as feministas e antirracistas (ROSEMBERG, 2011), e também por ações
articuladas por essa categoria populacional que evidenciam sua participação na
construção da sociedade.
Tendo isso em vista, é preciso reconhecer a escola e, em menor medida, por
estar restrita a um menor percentual de jovens, a universidade, como os principais
espaços de convívio e compartilhamento de experiências entre crianças e jovens. A
princípio este projeto trataria das formas de organização estudantil secundaristas e
universitárias, entretanto, diante dos limites de uma pesquisa de iniciação científica e
considerando as dificuldades impostas pela pandemia e pelo ensino remoto para a
aproximação com o movimento secundarista, eu e minha orientadora decidimos
realizar um recorte nos objetivos da pesquisa para que seja possível o
aprofundamento nas análises sobre o movimento estudantil universitário.
O objeto de pesquisa desse projeto, então, são os movimentos estudantis do
IEAR (Instituto de Educação de Angra dos Reis), que se configuram como
fenômenos privilegiados para a observação da ação coletiva e do protagonismo
desse segmento etário. Esses movimentos muitas vezes se apresentam como
entidades representativas de estudantes secundaristas e universitários, que dentro
de suas próprias realidades fomentam ações de enfrentamento às políticas
autoritárias que afetam seus grupos.
Ganharam intensidade recentemente, por um lado, devido ao acesso por
meio do programa de expansão das universidades públicas e das políticas de ações
afirmativas, ou por reivindicações destas, de grupos que até então quase não
estavam representados na universidade, com inspiração em experiências nacionais
e internacionais, como a Revolta dos Pinguins, no Chile. Por outro lado, esses
movimentos também ganharam intensidade devido à conjuntura política que em um
cenário geral não é favorável à produção de políticas públicas em educação que
escutem os estudantes e profissionais pertencentes a este grupo, e por muitas
vezes promoverem o sucateamento da educação pública.
As análises feitas sobre os movimentos dos estudantes normalmente se
debruçam sobre os momentos de conflito político, e devido a isso, pouco é sabido
sobre suas “continuidades e descontinuidades” (BRINGEL 2009). Dessa forma, este
texto se dedica a investigar o movimento estudantil do IEAR, e a complexidade das
ações e relações construídas em seus grupos e entidades de base. Essas relações
ditam o rumo das decisões tomadas pelo corpo discente, se tornando condição
estruturante para elas.
O processo educacional como conhecemos hoje se concretiza através de
uma rede complexa de relações interpessoais, da mesma forma se dão os
movimentos sociais e, também, estudantis. É preciso encarar as diferentes formas
de se produzir movimento de estudantes como “parte de um movimento social como
um todo” (BARKER, 2014). Para que isso seja feito, é necessário que se afaste o
pensamento de que esses movimentos são “entidades múltiplas e relativamente
isoladas” (BARKER, 2014, p.7). Nesse sentido, é possível afirmar que
Considerado como um “todo”, um movimento social pode ser qualquer coisa
menos uma entidade homogênea. A imagem de uma “rede” é mais
adequada do que a de uma “organização” (DIANI, 1992). Assim como uma
renda, redes de movimentos podem ter múltiplos padrões; elas consistem
em diversos agrupamentos, organizações, indivíduos e assim por diante,
entrelaçados de maneira variada em relações de cooperação e (algumas
vezes) antagonismo. (BARKER , 2014, p.9)
Partindo desse pensamento, é correto constatar que existem diferentes
movimentos, cada um com sua complexidade, técnicas de enfrentamento,
organização e orientação política. Para entender a constituição de um movimento
hoje, é necessário “recuperar as bases do conflito” (TATAGIBA; GALVÃO, 2019, p.
64), e compreender as dimensões do processo político para esse segmento - os
estudantes. Mais que organizar manifestações, os movimentos estudantis possuem
papel fundamental na conquista de direitos e mudança nos rumos da história do
país, e isso ocorre de diferentes formas e em múltiplas dimensões.
É possível notar diferenças na estrutura organizacional dos movimentos.
Existem movimentos de repertório horizontal, que buscam operar seu funcionamento
baseado na autonomia de todos os atores envolvidos, promovendo ações através de
reuniões conjuntas com a participação do máximo de integrantes possíveis. Por
outro lado, também existem movimentos verticais, com cargos eleitos ou nomeados,
como presidência, tesouraria e até coordenadores de diferentes áreas de ações.
Para além desses modos de se organizar, existem outras diferenças entre os tipos
de movimentos estudantis.
De acordo com o site da União Nacional dos Estudantes, esses movimentos
em nível universitário operam em escala nacional, regional e estadual através das
chamadas Entidades de Base (Centros Acadêmicos e Diretórios Acadêmicos), e das
Entidades Gerais (União Estadual dos Estudantes, Diretório Central dos Estudantes
e Executivas Estaduais de Cursos específicos). As primeiras são ocupadas por
representantes eleitos no âmbito de cada curso, polo ou instituto universitário, essas
últimas, por sua vez, atuam em esferas maiores, e requerem ações mais globais,
que consigam atingir e acolher as demandas estudantis de forma mais geral,
podendo suas gestões serem eleitas pelos estudantes do estado inteiro, pela
totalidade dos estudantes de uma mesma universidade, ou por nomeação feita pelos
estudantes do curso em questão (no caso da executiva estadual).
Esses representantes podem estar, ou não, ligados às chamadas Forças
Estudantis, que são movimentos de atuação política da juventude no Brasil - dentre
todas podemos nomear, a título de exemplo: Kizomba, União da Juventude
Socialista, União da Juventude Comunista, Juventude Revolução, Juntos, Levante
Popular da Juventude, entre muitas outras. Essas forças podem ou não estar ligadas
a setores de partidos políticos. O que importa para o entendimento geral nesta
produção acadêmica é compreender que essas forças estudantis objetivam
conquistar mais alunos, para ganhar mais força entre os estudantes e disputar as
eleições dessas entidades de base e gerais. Isso garante a elas potência de ação e
recursos para a execução dos projetos políticos que as interessam dentro dos
projetos estudantis.
É importante também sinalizar que dentro desse mesmo espectro de atuação
não existe restrição para disputar uma gestão ou promover um movimento, o aluno
não precisa compor uma força estudantil, uma vez que existem movimentos de
repertório autonomista independentes, como as chamadas “autogestões” que regem
os movimentos estudantis de alguns cursos e a maioria das ocupações de
estudantes no país.
Esses movimentos de repertório autonomista normalmente atuam com táticas
de ação direta no confronto político sendo estas violentas ou não, contam com
mobilizações populares, tomadas de decisões em conjunto, adotando formas de
organização horizontais e descentralizadas (ALONSO; MISCHE, 2017, apud
GOULART; CÁSSIO; XIMENES, 2019, p.5). É comum que cargos como porta-voz ou
agente de mídias sociais sejam rotativos, já que cumprem o duplo objetivo de
conferir aos estudantes experiência de atuação em diferentes áreas e dificultar, em
cenários maiores e mais complexos, que a mídia aponte erroneamente uma pessoa
como líder ou representante da luta, o que confere maior segurança pessoal aos
participantes.
Toda essa complexidade acontece no ensino superior, mas não está distante
da realidade dos estudantes secundaristas,uma vez que os mesmos também
possuem uma entidade geral (a UBES) e mobilizam as eleições de suas entidades
representativas diretas (Grêmios Estudantis) ativamente, objetivando a reivindicação
de pautas e direitos no exercício da cidadania participativa, tentando garantir que a
gestão de suas escolas opere democraticamente.
Entender as formas de atuação desses movimentos é tão importante quanto
compreender os saldos colhidos a partir destes. Um episódio recente que voltou a
atenção dos pesquisadores para os movimentos estudantis foi a organização de
uma série ocupações estudantis em escolas públicas, ocorridas entre 2015 e 2016,
que fazem parte dos momentos de confronto no espaço público (SPOSITO;
ALMEIDA; e CORROCHANO, 2020), manifestando o chamado novo ciclo da
participação estudantil no Brasil (BRINGEL, 2009; GOHN, 2017). No documentário
“Acabou a Paz, isto aqui vai virar o Chile! Escolas Ocupadas em SP” a estudante
Thayná, do movimento de ocupação na Escola Estadual Fernão Dias, compartilhou
sua experiência sobre a atuação dos jovens nesse movimento de ocupação,
avaliando seu crescimento e ganhos pessoais durante o período descrito por ela:
Eu comecei na ocupação vindo para a aula em um dia normal, e aí tava
tudo parado, cheio de polícia. Eu não entendendo nada, nem imaginava
sobre a ocupação. Não sabia sobre a organização ainda, e fiquei vendo
como era a rotina de todo mundo aqui na ocupação, aí fui vendo em um dia,
voltei no outro, aí peguei mais um pouco do processo, aí quando eu vi já
tava engajada. Eu era a porta-voz, responsável por falar com a mídia, com
os jornalistas. [...] Entendi sobre política, que era uma coisa que eu não
sabia nada. Eu não tinha, sei lá, senso nenhum sobre política, e aqui eu
aprendi a melhor maneira de política que eu podia ter aprendido, uma linha
horizontal. (Relato da aluna Thayná, minutos 33:16-33:49 e 50:28-50:42;
2016)
O relato da estudante é muito importante para refutar a publicação dos
pronunciamentos oficiais do governo do estado de São Paulo, de que a organização
responsável pelo processo de ocupação teria sido o Sindicato dos Professores do
Ensino Oficial de São Paulo (APEOESP), e que essa entidade teria mobilizado os
estudantes para o movimento de ocupação. Essa acusação é denunciada na
afirmação de que existe uma
ambiguidade nos modos socialmente estabelecidos de tratar a participação
juvenil: quando os jovens não se mobilizam, são acusados de apáticos e
individualistas; quando se manifestam, são acusados de ser manipulados
por sindicatos ou partidos. (CORTI, CORROCHANO E SILVA, p. 1169,
2016)
Dadas as acusações infundadas, os relatos dos estudantes vão além e
continuam a trazer contribuições importantes sobre o movimento estudantil, como
conta o aluno Heudes, também da Escola Estadual Fernão Dias, sobre os
movimentos de ocupação contra o projeto de Reorganização Escolar no estado de
São Paulo
Além de a gente fazer parte da escola, a gente está fazendo a escola.
Porque quando você está na escola, você só vem e sai. Agora, quando você
cuida dela, você faz parte dela, você realmente quer construir ela, você quer
que ela cresça. Não que você apenas venha e saia, venha e saia. (minutos
49:46-50:02; 2016)
Evidencia-se na fala dos dois alunos a presença de uma sensação de
crescimento pessoal e pertencimento, que resulta na vontade de interferir no
ambiente escolar, e se tornarem atores na produção da escola. Nesse sentido, a
pesquisa assume como objetivo geral discutir e analisar formas pelas quais crianças
e jovens participam da construção da história e da sociedade, contribuindo assim
para a revisão de teorias sociais ainda dominantes no âmbito das ciências humanas
que pouco levam em consideração a infância, a juventude e a visão de crianças e
jovens na análise de fenômenos e estruturas socioeducacionais. Os objetivos
específicos são conhecer as características do movimento estudantil de Angra dos
Reis e a visão dos estudantes sobre o movimento do qual participam, além de
compreender o papel dos movimentos estudantis para a formação da juventude,
evidenciando seu caráter educativo.

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