Buscar

O Cinema Humberto Mauro Como Espaço de Exibição e Resistência (Ataídes Braga, 2011)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 56 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 56 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 56 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

___
3
Cachoeira de Filmes
O cinema Humberto Mauro como espaço de exibição e resistência
Allgas Comunicação
Belo Horizonte • 2011
Ataídes Braga
___
4
Ficha Catalográfica elaborada por Maria Aparecida Costa Duarte – CRB/6-1047
B813
 Braga, Ataídes
 Cachoeira de filmes: o cinema Humberto Mauro como espaço de exibição e resis-
tência / Ataídes Braga. – Belo Horizonte: Ed. do autor, 2011.
 120p.
 ISBN 978-85-64400-00-9
 1. Cinema – Belo Horizonte (MG) – História.
 2. Cine Humberto Mauro. I. Título.
 CDD: 791.43
 CDU: 725.824
Cachoeira de Filmes – O cinema Humberto Mauro como espaço de exibição e resistência
Belo Horizonte • 2011
 > Ataídes Braga Autor
 > Cláudio Lütkenhaus Coordenação Editorial
 > Allgas Comunicação Capa, Projeto Gráfico e Diagramação
 > Paulo Lacerda Fotografias
 > Laura Lütkenhaus Revisão
 > Cristina Ribeiro Gestora Responsável 
 > Flávia Wasner Vasconcelos Coordenação Financeira
 > Érika Rocha Produção Executiva
Este livro foi realizado com os benefícios da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo 
Horizonte.
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser apropriada e estocada 
em sistema de banco de dados ou processo similar, em qualquer forma ou meio, seja ele-
trônico, de fotocópia, gravação, etc., sem a expressa autorização do detentor dos direitos 
devidos.
___
5Patrocinador
Muitos já sentaram em suas poltronas. Em sua tela, os clássicos do cinema dividem espaço com curtas e vídeos de novos 
realizadores. Desde sua abertura, em 1978, a trajetória do Cine Humberto Mauro se confunde com a história do audiovisual 
e das artes em Belo Horizonte.
Nessas páginas, você vai relembrar um pouco dos festivais, mostras, filmes e pessoas que passaram por essa Sala, além de 
conhecer um pouco mais sobre um dos pioneiros do cinema que nomeia o espaço e inspira o título desse livro. 
O Grupo ATTPS, desde sua fundação em Belo Horizonte, acompanha a história e entende a relevância do Cine Humberto 
Mauro para a cidade; é por isso que se orgulha de contá-la através do livro Cachoeira de Filmes. 
Elcio Mansur
Presidente do Grupo Attps
___
7Agradecimentos
Os agradecimentos são infindáveis, mas alguns são imprescindíveis.
Aos amigos da Biblioteca: Leila Martins, Maria Inêz de Melo Soares Oliveira, Alciene Ferreira de Carvalho Báo, Adilson 
Francisco Ferreira, Fabrize Pousa e Getúlio Costa.
Aos amigos do DECIN: Daniel Queiroz, João Paulo Dumans, Lucian Heloisa, Ulton Wells, Igor Ataíde, Ana Siqueira, Maria 
Chiaretti, José Higino Carneiro, Sônia e, em especial, para Wagner Corrêa de Araújo por ter dado início ao sonho.
A Cristina, pela força e por ter acreditado no trabalho.
Ao Cláudio, pelas inúmeras reuniões para se produzir um livro perfeito.
A Camillo Souza Filho, Paulo Eduardo Lacerda e Marcus Santiago.
A Márcia Larica, Tânia Arantes e Edna Arcanjo.
A todos que ajudaram na produção desse livro.
Para Fernanda Fernandes.
A minha família pelo apoio.
Em memória de José Zuba Júnior e, também, de José Tavares de Barros, pela luta constante, fundamental em defesa do 
cinema e por ter me inspirado em continuar a batalha pelo Cinema Brasileiro.
Para o amigo Mateus Araújo Silva.
Para Adrilene.
Para Daniela Giovana, pelas sugestões.
Aos funcionários José Horta, Octavio Gouveia, Avelino, Enock, Cid, Alípio, Zozino e Miltinho, que trabalham garantindo o 
bom funcionamento do Cine Humberto Mauro.
A todos aqueles que já passaram pelo Cine Humberto Mauro, trabalhando ou se divertindo.
___
9Sumário
> Apresentação 11
> Introdução 13
> CEC: Centro de Estudos Cinematográficos 17
> Programação Diferenciada 21
> Estatísticas 103
> Bastidores 105
> Cinema como Cachoeira 107
> Banco de Imagens 109
> Referências Bibliográficas 119
___
11Apresentação
Os lugares. Ah, os lugares! Na relação espaço/tempo, com-
põem um importante aspecto para a composição da me-
mória que o ser humano traça ao longo de sua existência. 
Quando usamos da força da lembrança, somos capazes de 
trazer à mente imagens, sons, cheiros, sentimentos que ao 
passado ficaram legados. 
É fundamental historiar os lugares de memória, não só 
aqueles que guardam os documentos, mas, sobretudo, os 
grandes monumentos/documentos sobre os quais Jacques 
Le Goff nos chama a atenção. 
O Cine Humberto Mauro é um destes grandes na cidade 
de Belo Horizonte, lugar que reúne a prática da exibição 
cinematográfica mais sofisticada para os olhos do espec-
tador. E, ao fazer este movimento, se traduz em resistên-
cia primeira diante da era dos “enlatados” que hoje, cada 
vez mais, o espectador assiste em casa, sem ter o contato 
com a premissa da fruição pública, aspecto determinan-
te ao reconhecimento do cinema como o concebido na 
França em 1895. 
Cachoeira de Filmes apresenta o Cine Humberto Mauro 
como espaço de exibição e resistência, traz a trajetória da 
sala; seu contato com o Centro de Estudos Cinematográfi-
cos, além de um detalhamento de todas as mostras exibidas 
dos anos setenta até os anos 2000, e também histórias de 
bastidores. As informações registradas por este livro ser-
vem de base a pesquisas futuras, revelando um amplo tra-
balho de levantamento de dados em fontes muitas vezes 
dispersas. 
Esta sala segue chamando pelo público e acolhe a todos, 
dos cinéfilos mais acirrados a pessoas com trajetória de vida 
nas ruas de Belo Horizonte; lançando a produção de seu pri-
meiro filme. No palácio onde mora, está aberta a acolher. 
Os independentes estão lá, os desprovidos de espaço nas 
grandes telas comerciais e alguns poucos que resumido 
tempo obtiveram nos shoppings também. Os festivais de 
toda ordem: curtas, documentais, animações, ficções e as 
mostras... deliciosas mostras dedicadas a diretores, movi-
mentos, atores. Quem passou por lá sabe o quanto deve a 
esta sala.
E quem ainda não passou, trate de se mover agora. O Cine 
Humberto Mauro está lá, de portas abertas a recebê-lo, 
com ingressos quase sempre gratuitos ou a preços módicos. 
Daniela Giovana Siqueira – Belo Horizonte, em setembro 
de 2010.
___
13
capítulo 01
Introdução
A primeira sessão de cinema no Brasil ocorreu na tarde do 
dia 08 de julho de 1896, em uma loja da Rua do Ouvidor, 
nº 57, no Rio de Janeiro. Em Minas Gerais, o cinematógra-
fo chegou primeiro em Juiz de Fora, no dia 23 de julho de 
1897, antes de Belo Horizonte existir como capital – a trans-
ferência ocorreu em 12 de dezembro de 1897 e a primeira 
exibição na capital mineira se deu em 10 de julho de 1898.
As primeiras salas de cinema em todo o Brasil foram cons-
truídas seguindo os modelos vigentes nos Estados Unidos. 
A grandiosidade é marca do estilo Art-Decó, predominante 
em nossos cinemas: a linha geométrica, curvas, vitrôs colo-
ridos e pisos desenhados são suas características.
A partir de 1960, com a popularização da televisão, o cine-
ma começa a enfrentar uma queda de frequência que será 
vertiginosa nos anos 80, quando aparecem os primeiros vi-
deocassetes. Muitas salas de cinema desapareceram nes-
se período, por descaso, inadequação aos novos tempos 
ou especulação imobiliária. O valor significativo desse bem 
cultural não foi levado em conta, o desaparecimento dos 
templos da sétima arte tornou-se um fato triste e constan-
te na capital mineira e, também, com maior frequência, no 
interior do estado.
Uma exceção nesse processo de crise e decadência do cine-
ma em Belo Horizonte foi a inauguração,em 1978, da Sala 
Humberto Mauro, hoje Cine Humberto Mauro, nas depen-
dências do Palácio das Artes, o maior e mais importante 
centro cultural da cidade.
O propósito desta obra é homenagear o mestre Humberto 
Mauro (1897–1983) e os inúmeros cineastas que produzi-
ram e lutaram pelo cinema brasileiro. O título refere-se à 
frase Cinema é Cachoeira, de sua própria autoria. Cidadão 
do mundo, nascido na cidade de Volta Grande, em Minas 
Gerais, que viveu e trabalhou em Cataguases, também no 
mesmo estado. Humberto Mauro formou seu espírito à luz 
dos usos e costumes da pequena cidade, onde rodou algu-
mas de suas principais obras que compõem o célebre Ciclo 
de Cataguases. Por sua contribuição ao cinema brasileiro, 
uma sala de exibição cinematográfica com o seu nome é a 
mais legítima homenagem.
A origem do Palácio das Artes remonta ao início da década 
de 1940, quando o então prefeito de Belo Horizonte, Jus-
celino Kubitschek, encomendou um projeto de teatro ao 
arquiteto Oscar Niemeyer cuja execução sofreu várias inter-
rupções até 1966, ano em que o governador Israel Pinheiro 
nomeou uma comissão especial presidida pelo engenheiro 
Pery Rocha França para concluir a obra. O projeto de Nie-
meyer, que idealizara o teatro voltado para o Parque Muni-
cipal e ligado à Avenida Afonso Pena por uma passarela de 
concreto, foi então modificado, cabendo ao arquiteto Hélio 
Ferreira Pinto adaptá-lo às necessidades da época.
Criada pela Lei 5.455 de 10 de junho de 1970, a então Fun-
dação Palácio das Artes passou a se chamar Fundação Clóvis 
Salgado, na data de 20 de setembro de 1978, em homena-
gem a Clóvis Salgado da Gama (1906–1978), um mineiro de 
Leopoldina que foi professor, médico, governador de Mi-
nas Gerais e ministro da Educação e Cultura. Incentivador 
incansável das artes no estado, Clóvis Salgado presidiu a 
Sociedade de Cultura Artística, a Sociedade Coral de Belo 
Horizonte e a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais. Coube a 
___
14 ele mobilizar a opinião pública e levantar os recursos finan-
ceiros para a retomada da obra e a conclusão do Palácio das 
Artes. A citação do Catálogo da Fundação afirma:
“A Fundação Clóvis Salgado é um dos mais com-
pletos e dinâmicos centros de exibição e produção 
artística da América Latina”. A instituição, que faz 
parte do Sistema Integrado de Cultura, reúne, num 
só endereço, três teatros para espetáculos de ar-
tes cênicas, ópera, música e dança. Quatro galerias 
de artes plásticas: Guignard, Genesco Murta, Ma-
ristela Tristão, Arlinda Corrêa; sala para concertos 
de câmara, cinema, espaço multimeios, biblioteca 
especializada, musicoteca, videoteca, oficina para 
instrumentos de sopro, lutheria, várias salas de en-
saio. “Além disso, possui um Centro Técnico de Pro-
dução (CTP), localizado em Marzagão, Sabará, com 
amplos ateliês e oficinas de cenografia, figurinos e 
adereçaria”. 
O diferencial da nova sala era a programação alterna-
tiva, voltada para filmes não exibidos no circuito co-
mercial, filmes em 16 mm, filmes em preto e branco, 
mostras de Cinematecas e Embaixadas. O Cine Humber-
to Mauro se tornaria, logo, um espaço de reflexão e de 
resistência.
A história deste Cine começa antes mesmo de seu espa-
ço físico existir. Em 1972, um grupo de amigos, liderados 
por Wagner Corrêa de Araújo, recebeu de presente um 
projetor 16 mm. Como não dispunha de espaço próprio, 
o grupo começou a se reunir no Centro de Informação e 
Documentação Artística e Audiovisual (CIDAA) onde exi-
bia filmes produzidos em Super 8 e 16 mm. Inicialmente 
eram sessões fechadas, de caráter didático, improvisadas 
em uma sala pequena, adaptada às necessidades da pro-
jeção. Naquela época, o público não passava de 30 pesso-
as por sessão.
O idealizador da sala Wagner Corrêa de Araújo ilustra com 
texto bastante esclarecedor sobre como se consolidou as 
exibições de filmes nas dependências do Palácio das Artes, 
um projeto então denominado Humberto Mauro, a seguin-
te publicação:
Com a doação de um projetor de 35 milímetros pela 
Fiat, as sessões foram ampliadas e o Grande Teatro 
passou a ser o local de exibição dos filmes. As fitas 
eram exibidas aos sábados e domingos, às 16h, an-
tes dos espetáculos principais. Mas, como o espaço 
era grande, com 1.500 lugares, e as sessões não pas-
savam de 200 espectadores, o teatro oferecia uma 
sensação de vazio.
O Projeto Humberto Mauro tinha duração prevista 
até 15 de dezembro daquele ano, apresentando fil-
mes, seminários e conferências com a participação 
de vários críticos e representantes da Embrafilme. A 
primeira programação da sala, que ficou em cartaz 
de 15 de outubro a 05 de novembro de 1978, apre-
sentou uma retrospectiva de Humberto Mauro, com 
a apresentação de todos os seus longas-metragens, 
uma seleção de curtas, um festival de filmes da Ci-
nédia, além de uma mostra de curtas brasileiros e 
mineiros daquele período. 
A Sala Humberto Mauro, do Palácio das Artes, foi ofi-
cialmente inaugurada em 15 de outubro de 1978 com a 
exibição do filme A Noiva da Cidade (1978), dirigido por 
Alex Vianny a partir de um roteiro escrito por Humberto 
Mauro, conforme consta no livro O Fim das Coisas, de 
Ataídes Braga.
15 de outubro de 1978: com a “Avant-première” na-
cional de “A Noiva da Cidade”, Belo Horizonte ga-
nhava uma nova sala de cinema. Era pequena, não 
chegava a duzentos lugares, possuía enorme preca-
riedade técnica, que aos poucos foi sendo soluciona-
da pela aquisição de equipamentos, a construção de 
um novo hall, etc. Mas a sala batizada com o nome 
do patrono do cinema do Brasil contava com uma 
série de elementos que faziam dela um espaço di-
ferente. Em primeiro lugar, o objetivo de consolidar 
uma programação alternativa, com filmes não exi-
___
15bidos em circuito comercial (trabalhos em 16 mm, 
filmes em preto e branco, mostras de cinematecas e 
embaixadas) ou filmes importantes que, pela própria 
rotatividade exigida pelo negócio cinematográfico, 
não teriam novamente espaço nas casas de exibição 
mais importantes. Em segundo lugar, estava um en-
gajamento direto com a população cinematográfica 
de Minas. Ali aconteceriam estréias de curtas e lon-
gas, debates sobre a crítica e a economia do cinema, 
comemorações cívico-cinematográficas: reabertura 
do CEC, aos trinta anos desta entidade, comemora-
ções de aniversários de cineastas, homenagens aos 
mortos. Em terceiro lugar – e mais importante do 
que tudo – havia o sentimento de diversas pessoas, 
críticos, cineastas, administradores, de que ali esta-
va uma das saídas para a pasmaceira cinematográ-
fica em que se encontrava Minas.
Reconhecido como espaço de referência do cinema alterna-
tivo e formador de público, o Cine Humberto Mauro conso-
lidou-se como ponto de encontro de cinéfilos e estudiosos, 
que sempre prestigiavam sua intensa programação, com-
posta de mostras, festivais, retrospectivas e lançamento de 
filmes, geralmente seguidos de debates com os realizadores.
Como todo espaço cultural alternativo, voltado a projetos 
não comerciais, o cinema sempre enfrentou dificuldades, 
principalmente financeiras, mas nunca foi abandonado. 
Acompanhando as novidades, tem se firmado nacionalmen-
te como um espaço que abriga produções não-comerciais 
como os Curtas-Metragens – que tiveram sua fase de ouro 
no início dos anos 80 – bem como promovido discussões 
sobre o cinema brasileiro.
Embora este livro tenha sua pesquisa limitada ao ano de 
2006, a brilhante trajetória do Cine Humberto Mauro deve-
se, especialmente, à inestimável presença de pessoas que 
ao longo desse tempo assumiram sua diretoria, a começar 
porWagner Corrêa de Araújo que inaugurou a sala; depois, 
assumiu o cineasta Helvécio Ratton o qual convidou Môni-
ca Cerqueira, substituída posteriormente por Ivanildo Cezar 
Cláudio que deixou a vaga para José Zuba Jr., substituído 
interinamente por Marcello Castilho Avellar, seguido por 
Rafael Conde, Waleska Falci, Patrícia Klingl, Daniel Queiroz, 
João Dumans e, por fim, Ana Siqueira.
Antes de apresentar a programação, situarei o cineclubismo 
como marca diferencial em Belo Horizonte e precursor do 
Cine Humberto Mauro.
___
17CEC: Centro de Estudos Cinematográficos
ligado ao CCMG ainda chegou a produzir um curta-
metragem, “A Estátua”, dos irmãos Santos Pereira.
(...) “Ninguém, até hoje, sabe explicar quando e por 
que o CCMG, então presidido por Sylvio Vascon-
cellos, paralisa suas atividades.
A partir do fechamento do CCMG, depois da sessão do fil-
me L’alibi (1937), de Pierre Chenal, em 14 de outubro de 
1949, por diversas razões, dentre elas, o aluguel caro dos 
filmes e a ausência de uma sede fixa, preparou-se o terre-
no para o surgimento do CEC.
O Centro de Estudos Cinematográficos – CEC – foi criado em 
1951 por Jacques do Prado Brandão e Cyro Siqueira, dentre 
outros, como uma associação civil sem fins lucrativos que 
visa o estudo e a divulgação da arte cinematográfica. É o 
mais importante cineclube de Minas Gerais e do Brasil. O 
CEC não contribuiu somente para o aprimoramento do co-
nhecimento da arte cinematográfica, mas atuou, também, 
como foco agregador da intelectualidade de Belo Horizonte 
e da resistência cultural ao conservadorismo da sociedade 
mineira da época. Sobre a criação do CEC, o caderno de cul-
tura do jornal Estado de Minas, em 15/09/1951, trazia a se-
guinte manchete principal: 
Hoje, às 20 horas, na Cultura Inglesa, realizar-se-
á a 1ª reunião do Novo Clube de Cinema de Minas 
Gerais, ocasião em que os irmãos Renato e Geraldo 
Santos Pereira, recém chegados de Paris, pronun-
ciarão uma conferência a respeito da estética cine-
matográfica, sendo logo após exibido o filme “From 
This Day” (Esse Encanto Irresistível), de John Berry, 
capítulo 02
A origem do cineclubismo em Minas Gerais se deu com o 
Clube dos Cinco, fundado em 05 de maio de 1947 por Paulo 
e Luís Arbex, Ivan Casasanta Dantas, Dalmo Jeunon e José 
Maurício Pena.
Um outro grupo também preparava a criação de um clube 
de cinema: Jacques do Prado Brandão, José Morais, Sílvio 
Vasconcelos, Oscar Mendes, Edmur Fonseca, Cephas Siquei-
ra e Wilson Figueiredo.
Segundo Paulo Arbex, em Claquete, número 11, publicada 
em outubro de 1961, foi a sessão do filme russo O Poeta 
e o Czar (1926), de Wladimir Gardin, exibida em 15 de no-
vembro de 1947 no Cine Guarani, que inaugurou o Clube de 
Cinema de Minas Gerais (CCMG).
O jornalista Geraldo Fonseca, em matéria publicada anos 
mais tarde (mais precisamente em 15/05/1979) no jornal 
Estado de Minas, buscou resgatar a história do cinema na ci-
dade, retratando fatos interessantes da época. Dentre eles 
uma descrição do CCMG e de suas atividades:
Entre os presentes estavam Jacques do Prado Bran-
dão, Edmur Fonseca e os irmãos e críticos de cinema 
Geraldo e Renato Santos Pereira, que viriam a fazer 
uma convocatória para a fundação do Clube de Ci-
nema de Minas Gerais. Foram surpreendidos entre 
eles Oscar Mendes, Sylvio Vasconcellos, Fritz Teixeira 
de Salles e José Morais.
(...) Do Clube de Cinema ficou a lembrança de gran-
des sessões como “Trágica Inocência”, “O Eterno Ma-
rido”, “Maria Candelária”, “Última Porta”. O grupo 
___
18 estrelado por Joan Fontaine e Mark Stevens. Entrada 
absolutamente franca.
Já Cyro Siqueira, também no jornal Estado de Minas, na sua 
coluna “Cinemas”, em 18/09/1951, publicava a seguinte nota:
Diante de um auditório repleto, surpreendentemen-
te repleto, o Centro de Estudos Cinematográficos de 
Minas Gerais, sucessor do antigo Clube de Cinema, 
deu na noite de sábado último, na Cultura Inglesa, 
seu primeiro passo. Eram exatamente 20h, quando 
José Renato e José Geraldo Santos Pereira, os con-
ferencistas da noite, entraram no recinto, após o 
que, composta a mesa, o CEC passou a ter vida real 
– abandonando o estado de planejamento, para a 
existência efetiva.
O CEC chegou a funcionar em vários locais, salas cedidas, 
no início, por entidades de divulgação cultural, muitas das 
quais não existem mais: Cultura Inglesa, o Instituto Nacional 
de Arquitetos no Clube Belo Horizonte (situado na Rua da 
Bahia), na biblioteca Thomas Jefferson (que era situada na 
Rua Goiás, 230), no Instituto de Educação de Belo Horizonte 
(ainda hoje funcionando na Avenida Carandaí).
Em 1965, o CEC estava instalado em uma das dependên-
cias do Cine Art-Palácio, na Rua Curitiba, mas o espaço 
foi solicitado e a entidade passou a funcionar, proviso-
riamente e exclusivamente, para a exibição de filmes na 
Imprensa Oficial, situada na Rua Rio de Janeiro. O traba-
lho de administração e a biblioteca foram para uma sala 
alugada no Edifício Arcângelo Maleta. É importante frisar 
que durante esse período o CEC exibia filmes em diversos 
outros locais, cedidos ou alugados, como os auditórios do 
Banco de Lavoura, do Banco de Crédito Real, do Bemge 
e, às vezes, quando havia uma comemoração ou o filme 
despertava um interesse maior, em sessões especiais que 
aconteciam nos extintos cines Guarani, Palladium, Acaiaca 
e Art-Palácio.
A publicação da Revista de Cinema, veículo das principais 
discussões ocorridas em suas reuniões, estabeleceu o Cen-
tro de Estudos Cinematográficos no cenário brasileiro da 
sétima arte. Ela é tida como um dos grandes marcos da lite-
ratura sobre cinema no Brasil.
Em 1968, época marcada pela repressão aos movimentos 
culturais, o CEC foi obrigado a encerrar suas atividades. 
Em 1979, no entanto, voltou a funcionar, coordenando a 
exibição de uma sessão, aos sábados, na Sala Humberto 
Mauro do Palácio das Artes. Mário Alves Coutinho escre-
veu no Suplemento Literário de Minas Gerais; nº 647, em 
24/02/1979 sobre o encerramento de suas atividades ain-
da em 1968:
No primeiro semestre de 1968, o CEC realizou sua úl-
tima sessão. Não existiam mais possibilidades para 
ele continuar existindo (possibilidades econômicas, 
principalmente: faltava dinheiro para as despesas; 
as dívidas se acumulavam). Resta um consolo: o CEC 
não foi a única coisa importante que desapareceu 
em 1968, no Brasil.
Já o jornalista Maurício Gomes Leite, no jornal Estado de 
Minas, em 27/03/1979, escreveu sobre como eram as ses-
sões de cinema:
Era um fenômeno único no país de aglutinação de 
personalidades diversas, de pequenas ambições cul-
turais, de sonhos diurnos movidos por esta manei-
ra mineira de analisar tudo, de assumir o cerco da 
montanha através de escavações até o fundo das 
coisas, de vencer uma natural timidez buscando o 
diálogo com o outro, com todos.
Sobre o retorno das atividades, um artigo publicado no livro 
Presença do CEC: 50 anos de cinema em Belo Horizonte, Fá-
bio Leite anota:
Após 11 anos sem atividades, o CEC reabriu suas 
portas. A reabertura aconteceu a 1º de setembro de 
1979. A primeira diretoria dessa nova fase era for-
mada por Ricardo Gomes Leite, Wagner Corrêa de 
Araújo e Petrônio Fonseca. O CEC começava aí a re-
___
20
___
21Programação Diferenciada
ço de incentivo e discussão para os profissionais do cinema. 
Foram exibidos 179 curtas de 23 países e 72 filmes do Brasil.
O 2º Festival Internacional de Curtas-Metragens de Belo 
Horizonte, de 22 a 30 de setembro de 1995, destacou as co-
memorações do centenário do cinema. Foram exibidos 154 
curtas de 24 países, sendo52 brasileiros.
O 3º Festival Internacional de Curtas-Metragens de Belo 
Horizonte retomou as atividades no período de 29 de maio 
a 10 de junho de 2001, após um intervalo de cinco anos. 
Ao todo, foram realizados 28 programas em 86 sessões 
com entrada franca, acumulando um público de 21.034 
espectadores.
capítulo 03
O cinema abrigou e promoveu diversos festivais e mostras 
nesses mais de trinta anos. Há que citar, por exemplo, en-
tre os eventos mais recentes e de grande importância no 
calendário cultural da cidade, o Circuito Cultural Banco do 
Brasil, a Retrospectiva Anima Mundi, a Retrospectiva É Tudo 
Verdade, o Festival Internacional de Curtas de BH, o Indie – 
Mostra de Cinema Mundial, Mumia – Mostra Udigrudi Mun-
dial de Animação, Forumdoc.BH, Circuito Itaú Cultural e o 
Cineclube Curta Circuito.
O 1º Festival Internacional de Curtas-Metragens de Belo Ho-
rizonte, ocorrido de 22 a 30 de setembro de 1994, foi criado 
com a intenção de exibir o melhor da produção em curta-
metragem nacional e internacional, criando assim um espa-
 > Convite para abertura do 2º Festival Internacional de Curtas-Metragens de Belo Horizonte, em setembro de 1995
___
22 Durante o 4º Festival Internacional TIM de Curtas-Metra-
gens de Belo Horizonte, de 04 a 16 de junho de 2002, fo-
ram mostrados 120 filmes e distribuídos, aproximadamen-
te, R$50.000,00 em prêmios aos participantes. Na Mostra 
Competitiva Brasileira, foram exibidos 50 curtas-metragens 
de 12 estados brasileiros e, na Competitiva Internacional, 60 
curtas-metragens de 19 países. Prêmio Resgate do Cinema 
Cinema Mineiro foi concedido a O Milagre de Lourdes, de 
Carlos Alberto Prates Correia. 
O 6º Festival Internacional TIM de Curtas-Metragens de 
Belo Horizonte, de 22 a 31 de julho de 2004, apresentou 
a Retrospectiva Belmonte e o Prêmio Resgate do Cinema 
Mineiro foi concedido a Morte Branca, de José Américo 
Ribeiro.
O 7º Festival Internacional TIM de Curtas-Metragens de 
Belo Horizonte foi realizado em parceria com o Centro de 
Estudos Cinematográficos de Belo Horizonte – CEC – e atraiu 
15 mil cinéfilos para as sessões. Foram exibidos 70 curtas 
internacionais e 173 nacionais, divididos em várias mostras 
competitivas, e ocorreram, também, programas dedicados 
à cinematografia de vários países e diretores. O Prêmio Res-
gate do Cinema Mineiro foi concedido à obra A Superfície 
Domada, Partida, Dobrada, de Newton Silva.
Já sem o patrocínio máster da TIM, o 8º Festival Interna-
cional de Curtas de Belo Horizonte foi realizado de 21 a 30 
de julho de 2006 e em parceria com o Centro de Estudos 
Cinematográficos – CEC.
O 9º Festival Internacional de Curtas de Belo Horizonte tam-
bém foi realizado em parceria com o Centro de Estudos Ci-
nematográficos, entre 20 e 26 de julho de 2007.
Para a publicação a seguir, Geraldo Veloso escreveu um ar-
tigo intitulado O CEC e o Festival. Nele apresentou um ba-
lanço da importância do CEC no Festival Internacional de 
Curtas:
O Centro de Estudos Cinematográficos de Minas 
Gerais sempre esteve identificado com o Festival In-
ternacional de Curtas de Belo Horizonte. Quando o 
Festival começou a existir, nos anos noventa do sé-
culo passado, o seu idealizador e, naquele momento, 
gerente do Cine Humberto Mauro, José Zuba Júnior, 
tinha (porque sempre teve) uma profunda ligação 
com o CEC. Zuba tinha se formado dentro do CEC 
e tinha, inclusive, presidido a entidade. Sua auxiliar 
 > Panfleto para devulgação do 
3º Festival Internacional de Curtas-Me-
tragens de Belo Horizonte, em junho de 
2001
Mineiro concedido ao documentá-
rio João Rosa, de Helvécio Ratton.
No 5º Festival Internacional TIM 
de Curtas-Metragens de Belo 
Horizonte em 2003, foram mos-
trados 120 filmes e distribuídos 
R$50.000,00 em prêmios aos par-
ticipantes. Na Mostra Competiti-
va Brasileira, foram exibidos 50 
curtas-metragens de 12 estados 
brasileiros e, na Competitiva In-
ternacional, 60 curtas-metragens 
de 19 países. O Prêmio Resgate do 
___
23
próxima era Márcia Valadares Viegas Lopes. Na-
quele momento, uma instituição foi fundamental na 
parceria com a Fundação Clóvis Salgado na realiza-
ção do Festival: o Instituto Goethe, que ainda tinha 
um atuante braço em Belo Horizonte.
O Instituto Goethe está devidamente registrado na 
trajetória do movimento cultural de Belo Horizonte, 
sobretudo, depois da presença do seu diretor, Roland 
Schaffner. Schaffner (que deixou marcas em todas as 
geografias em que operou à cabeça do Instituto Go-
ethe – sabemos da importância de sua atuação na 
criação da, hoje consagrada, Jornada de Curtas-Me-
tragens de Salvador, em parceria com Guido Araújo) 
foi um doce furacão que ajudou a mexer com várias 
iniciativas vitoriosas em nossa cidade nos anos oi-
tenta do século passado. O Grupo Galpão, o traba-
lho cênico de Carmen Paternostro, a presença de 
teóricos, realizadores e artistas de cinema, teatro, 
música, arquitetura, literatura e a distribuição de 
bolsas para estudo na Alemanha são algumas das 
ações que durante a presença de Schaffner à frente 
do Instituto Goethe em Belo Horizonte se intensifica-
ram com resultados sempre positivos. Infelizmente o 
Instituto Goethe se retirou de Belo Horizonte e dimi-
nuiu o ímpeto de suas ações no campo cultural.
Em 2001, com a gerência do Cine Humberto Mau-
ro sob a responsabilidade de Waleska Falci, o Fes-
tival retomou as suas atividades e começou uma 
trajetória de crescimento que não foi interrompi-
da, desde então.
Em 2003, Waleska Falci me procurou (nesse momen-
to eu era o Presidente do CEC) e sugeriu que o CEC 
deveria incorporar o festival em sua agenda de obje-
tivos e passar, depois de acertadas as condições de 
uma parceria com a direção do Palácio das Artes, 
na época dirigido por Mauro Werkema, a propor o 
evento à Lei Estadual de Incentivo à Cultura e aju-
dar em sua realização. Reunimos a diretoria do CEC, 
discutimos os termos desta parceria e fui orientado 
a fechar os termos desta colaboração a partir do 5º 
evento do Festival. Assim foi feito: formatamos um 
projeto, com o conhecimento da direção do Palácio 
das Artes e o encaminhamos à Lei Estadual de Incen-
tivo à Cultura. Fomos aceitos pela comissão gestora 
da Lei, e os patrocinadores que já vinham apoian-
do o evento (a empresa de telefonia celular TIM e a 
Usiminas – a primeira deixou que a segunda patro-
cinasse também só a partir do 6º Festival e, no 8º 
Festival houve a agregação de mais dois parceiros 
na sua realização: a estatal Cemig e a Cia Força e 
 > Convite para o 5º Festival Internacional TIM de Curtas-Me-
tragens de Belo Horizonte, em setembro de 2003
___
24 Luz Cataguazes Leopoldina) confirmaram os respec-
tivos apoios. A Prefeitura de Belo Horizonte, através 
do Centro de Referência Audiovisual, subordinado à 
então Secretaria Municipal de Cultura, que já vinha 
apoiando o evento através de uma pequena dotação 
orçamentária, também continuou o apoio.
Infelizmente, uma série de desencontros funcionais co-
locaram Waleska Falci em divergências com a direção 
do Palácio das Artes que resultaram em seu afasta-
mento do cargo de gerente do Cine Humberto Mauro e, 
consequentemente, da Coordenação Geral do Festival.
Sempre apoiado pela única presença constante em 
todos os anos do Festival, Márcia Valadares Viegas 
Lopes assumiu a coordenação do Festival em um 
momento delicado da sua existência.
E desde então, o CEC vem buscando realizar e expan-
dir o Festival em suas versões ocorridas desde o ano 
de 2003. Estamos, no momento, preparando o 9° 
Festival, a ser realizado em 2007.
O Festival conseguiu manter um formatoque o mol-
dou desde os seus primeiros momentos e buscou 
ampliar o horizonte de captação de filmes em todo o 
mundo. Hoje, mais de cinquenta países mandam fil-
mes para as mostras competitivas. A produção atual 
de curtas do país passa toda por nossas competições. 
Todos os anos dezenas de mostras elegem focos te-
máticos, homenageiam autores ou cinematografias 
nacionais, sempre buscando criar um clima de infor-
mação e de confronto de ideias, poéticas, estéticas 
e linguagens. Visitantes ilustres têm estado conosco 
enriquecendo as relações entre os cinéfilos, os possí-
 > Encarte com a programação para o 8º Festival internacional de Curtas-metragens de Belo Horizonte, em julho de 2006
___
25veis realizadores, os profissionais de cinema e a co-
munidade. Figuras como Fred Camper, Hans Joachim 
Schlegel, Jean Douchet, Alain Bergala, Jorge Laferla, 
Arlindo Machado, Eduardo de Jesus se juntam a con-
vidados locais e nacionais para debates, tirados da 
crítica, da realização e da reflexão cinematográficas. 
O Festival faz acordos com outros eventos semelhan-
tes pelo mundo. Os festivais de Clermont-Férrand, na 
França, de Huesca, Espanha, de Tampere, na Finlân-
dia, a Mostra do Filme Livre, do Rio de Janeiro e ou-
tros hoje, são parceiros do nosso Festival.
Tenho a certeza que uma grande contribuição tem 
sido dada pelo Festival, em todos os anos da sua 
existência, para o desenvolvimento da atividade ci-
nematográfica do nosso estado. É comum ouvirmos 
de jovens realizadores que “no ano passado está-
vamos nas filas para ver filmes dos outros e neste 
ano estamos no Festival mostrando os nossos pró-
prios filmes”. Reuniões classistas de âmbito local e 
nacional têm sido realizadas para a programação de 
temas e metas para o setor audiovisual brasileiro. 
Oficinas incorporam novos conhecimentos aos inte-
ressados que as frequentam, anualmente. Julgamos 
que o Festival está num momento de consolidação e 
expansão.
Para o CEC, o Festival trouxe a possibilidade de ter 
uma sede própria (que é compartilhada com a As-
sociação Mineira de Cineastas e com o Instituto 
Humberto Mauro) além de assentar o seu acervo de 
publicações e documentos referentes à nossa área, 
ao mesmo tempo em que revê a sua estratégia de 
realizar os seus objetivos: desenvolver os estudos e a 
reflexão sobre o seu alvo maior, o cinema.
No momento, procura-se fazer o Festival chegar a 
outras cidades do estado (Ipatinga, Coronel Fabri-
ciano, Cataguases, Caxambu e outras cidades já es-
tão programando repertórios do Festival) e o CEC 
busca o desenvolvimento de cursos profissionali-
zantes e teóricos. Acabamos de receber o sinal ver-
de para encontrar patrocínio (pela Lei de Incentivo 
à Cultura Federal, Rouanet) para uma publicação 
de iniciativa do CEC, “Dossiês Cinematográficos” 
(que deverá editar quatro números por ano). O Fes-
tival tem um papel importante neste processo de 
expansão do CEC.
Outros projetos estão se desdobrando: recentemen-
te, o CEC foi procurado por um cineclube de Lisboa, 
Portugal, para a criação de uma ação conjunta e de 
colaboração mútua com o objetivo de difundir as 
cinematografias brasileira e portuguesa nos respec-
tivos territórios e há a solicitação de um grupo de 
produção audiovisual de Cabo Verde, na África Por-
tuguesa, para a criação de duas oficinas anuais de 
prática de produção naquele país.
O CEC mudou, expandiu, profissionalizou-se; sempre 
fiel aos seus objetivos primeiros, buscou confirmar a 
sua vocação histórica de propor visões metodológi-
cas, inteligentes e sistematizadas do fenômeno cine-
matográfico mundial. E, certamente, contribuiu para 
o desenvolvimento da atividade cinematográfica em 
nossa cidade, em nosso estado, em nosso país.
Outro importante difusor de curtas é o projeto Cineclube 
Curta Circuito, da Associação Curta Minas, pois retomou a 
tradição de apoiar a exibição de curtas-metragens. Uma das 
propostas do projeto Cineclube Curta Circuito é a exibição 
de filmes de outros estados em programações especiais.
A Curta Minas vem demonstrando, assim, sua política de 
atuação, que consiste ainda na discussão de temas ligados 
ao audiovisual, oferecendo oportunidade de aproximação 
dos realizadores com o público e a sociedade em geral.
Outro projeto desenvolvido pela Associação Curta Minas é 
a Mostra Curta Minas, realizado através do Fundo Munici-
pal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte, hoje Fundação 
Municipal de Cultura, e possui o apoio da Fundação Clóvis 
Salgado – Cine Humberto Mauro.
Como parte de seu objetivo, a Mostra Curta Minas exibe 
a produção mineira recente de curtas-metragens e pro-
___
26 porciona encontros e discussões sobre o cinema brasileiro. 
Além dos filmes e vídeos produzidos no estado de Minas 
Gerais, também são convidados a participarem com exibi-
ções, debates e produções, realizadores de outros estados 
(para trazer uma mostra de seus curtas mais recentes) e re-
presentantes da Associação Brasileira de Documentaristas 
– ABD Nacional.
A Associação Curta Minas, em 12 de janeiro de 2007, 
completou oito anos de existência. Segundo o seu presi-
dente, Cláudio Continentino, em texto escrito para esta 
publicação:
Isso é motivo de grande comemoração. Comemora-
ção pelo fato de ser uma das ABD´s e que conquis-
tou seu espaço no mercado audiovisual em pouco 
tempo, na busca de uma representatividade, de um 
mecanismo que simbolizasse os desejos de mudan-
ça do cenário audiovisual na terra mineira. De ser 
apoio àqueles que lutam para exercer uma profissão 
cunhada pela beleza do valor cultural, de incessan-
te presença nos rumos de uma política audiovisual 
a ser exercida, quer seja no âmbito das cidades, do 
estado, quer seja deste país.
Acreditamos ser um exemplo a ser seguido. Nossas 
conquistas em oito anos foram muitas. Criamos o 
Prêmio Estímulo e com ele lançamos 21 filmes; nos-
sa Mostra Curta Minas pretendida para este ano 
significará a sua quarta edição; participamos de 
inúmeros festivais, congressos, encontros e mostras 
por todo o país; o Cineclube Curta Circuito propiciou 
uma rede de exibição permanente de curtas e doc´s, 
sistematizada já em 2006 – onde assumimos, além 
da capital mineira, três cidades em regiões distintas 
do estado, unindo empreendedores locais, entida-
 > C o n v i t e 
para abertura da 
Mostra Curta Mi-
nas, edição 1999
___
27des, universidade, secretarias de cultura – na con-
cepção que nossas diferenças e necessidades devem 
ser superadas unindo os agentes da esfera pública, 
privada e as organizações da sociedade civil.
Chegamos a um patamar de profissionalismo que 
considera questões administrativas, comunicacio-
nais e de uma ação política estruturada – sinais de 
amadurecimento – preocupada com a formação de 
público, a regionalização e sempre em busca da de-
mocratização do acesso aos nossos bens culturais, 
também nas salas de cinema.
Podemos dizer que estes oito anos de Curta Minas 
foram em favor de uma política audiovisual justa. 
Queremos consolidar que a Curta Minas é uma Asso-
ciação Estadual e, como tal, abrange todas as partes 
do estado, estando apenas sediada em Belo Horizon-
te. Objetivo que se mantém desde o início, ratificado 
em nosso estatuto, inclusive, para ser mais do que a 
presença em projetos, mas nos futuros Núcleos Re-
gionais da associação.
Há quem diga que somos sinônimos de vanguarda. 
Neste momento está acontecendo o 1º Festival de 
Cinema da cidade de Montes Claros, norte do esta-
do, e em alguns dias inicia-se a 10ª edição da con-
solidada Mostra de Cinema de Tiradentes. A Curta 
Minas estará presente em ambasas cidades, mais 
do que isso, a ABD estará representada nos dois 
eventos.
Fazemos parte do mercado audiovisual e isso é uma 
grande vitória para todos. A presença deste país 
pode ser encontrada em cada sotaque, junto à voz 
que vêm de Minas oficialmente desde 1999 e ter or-
gulho sim, de ser um abdista, de ser parte de algo 
maior, resultante de nossa diversidade cultural.
Outro projeto que passou a exibir sua programação no cine-
ma foi o Ruído Digital, uma promoção do Itaú Cultural que 
inclui sessões de vídeo, lançamentos de livros, debates, per-
formances multimídia e trabalhos interativos, com entrada 
franca em todas as sessões.
Já o programa Rumos é um dos mais abrangentes em re-
lação ao estímulo à produção artística e cultural do país, 
inclusive a contemporânea, sendo pioneiro em seu mape-
amento. A iniciativa já apoiou o desenvolvimento de 535 
projetos em Artes Visuais, Cinema e Vídeo, Música, Dança, 
Literatura e Mídia Arte.
Outros festivais ocorrem na sala, como o Forumdoc.BH – Fes-
tival do Filme Documentário e Etnográfico, Fórum de Antro-
pologia, Cinema e Vídeo. Realizado pela Associação Filmes de 
Quintal e pela Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da 
UFMG, o Fórum é um espaço para exibição e também para a 
discussão de trabalhos que usam o audiovisual para construir 
um diálogo com a vida social e a diversidade cultural.
As organizadoras Júnia Torres e Glaura Cardoso Vale fize-
ram um artigo exclusivo para esta publicação com o intuito 
de destacar a importância do festival no cenário cinemato-
gráfico. Neste artigo traçaram um balanço dos 10 anos de 
atividades do Forumdoc.BH:
Cine Humberto Mauro, lugar que, há muito, abriga 
encontros: entre os amantes do cinema e o filme, en-
tre os críticos e os olhares atentos do público para o 
novo, entre os passantes e a imagem ainda por se 
dissolver no fim da sessão, entre a mão e a xícara de 
café. Essa talvez seja a definição mais aproximada 
do que se tornou a relação do Forumdoc.BH – Fes-
tival do Filme Documentário e Etnográfico – com o 
Cine Humberto Mauro nesses 10 anos. Um festival 
sempre em vias de se fazer, que não é produzido a 
partir de uma perspectiva pré-definida, respeitando, 
claro, escolhas conceituais, precedidas por longas 
discussões sobre o que se deveria apresentar, como 
apresentar e qual o motivo de tais mostras, encon-
tram-se, no Humberto Mauro, o lugar próprio para 
que as inquietações que atravessam o grupo sejam 
divididas com o público, rediscutidas, repensadas, 
ampliando as possibilidades, o debate.
___
28 Única sala “pública” de cinema da cidade, a Hum-
berto Mauro bravamente resiste! Resiste como nós, 
do Forumdoc.BH – o mais duradouro festival de ci-
nema na história de Belo Horizonte – aos filmes me-
ramente comerciais, apontando outros caminhos. 
Humberto Mauro, espaço que abriga e sempre abri-
gou propostas semelhantes às nossas, de visiona-
mento de obras que se pautam pela liberdade cria-
dora, para o cinema que pensa e faz pensar, para o 
cinema arte, para o cinema pesquisa, para o cinema 
linguagem. Nosso festival, que propomos à cidade 
de forma aberta, gratuita, é realizado, desde sua 1ª 
edição em 1997, na Humberto Mauro e, por que não 
dizer, existe por causa dessa sala.
Humberto Mauro, antes “Sala”, hoje “Cine”, carinho-
samente chamada por nós de HM. Relações eletivas 
e afetivas que têm possibilitado a interseção entre 
quem faz o festival e os filmes. Muitas das novas 
idéias para as edições futuras surgem ali mesmo, 
nas primeiras filas da sala, onde grudamos para ver 
os filmes, ou no saguão, fomentados pelos comen-
tários a cada término das sessões, ou por desejos 
vividos naquele instante do filme, quando estamos 
todos sonhando de olhos abertos: o instante amplia-
do. Quantas vezes, sentados no café, não repetimos 
para nós mesmos como seria bom exibir novamente 
“Cabra Marcado para Morrer”, do Coutinho? Filme 
emblemático que acabou fazendo parte de todos 
esses anos de Forumdoc.BH na Humberto Mauro. 
Nesses 10 anos de trajetória, a sala abrigou mostras 
que julgamos importantes para se pensar o cinema: 
“Retrospectiva Eduardo Coutinho”, “Documentários 
Clássicos” e “Retrospectivas Licínio Azevedo e Yves 
Billon” (1999), “Mostra Caravana Farkas” e “Jean 
Rouch e Germaine Dieterlen” (2000), “Filmar a Po-
lítica”, “Mostra Jean-Louis Comolli” – realizador de 
documentários e um dos mais respeitados pensado-
res do cinema da atualidade, participou pessoalmen-
te de várias edições do festival – e “Homenagem a 
Leon Hirszman” (2001), “Imagens da Favela” e “Mos-
tra Igloolik Isuma” (2002), “Mostra Novos Rumos do 
Documentário Brasileiro?” (curadoria de Jean-Claude 
Bernardet, 2003), “Retrospectiva João Batista de An-
drade” e “Jean Arlaud” (2003), “Agnès Varda” (2004), 
“Mostra Fotógrafos do Documentário Brasileiro” – 
com a presença de Edgar Moura e Aloysio Raulino 
–, “John Marshall” e “Chris Marker” (2005), “Mostra 
 > Cartazes para divulgação das edições 1 a 9 do Forumdoc.BH
___
29Eduardo Escorel, direção e montagem”, “Cinema de 
Autor, Chantal Akerman”, “O Cinema Etnográfico 
de Timothy Asch” e “Mostra Cânone Íntimo” – cura-
doria de Escorel (2006) –, dentre outras, além das 
competitivas Nacional e Internacional que, nesses 10 
anos, apresentam parte do que o Brasil e o mundo 
vêm produzindo em documentários, além, claro, dos 
tradicionais encerramentos com sessões de Glauber 
Rocha. Destaca-se a importância que tem sido a 
Humberto Mauro para a troca entre os realizadores 
que aqui desembarcam e o público que se aventura 
participar da maratona de filmes e debates. Para 
lembrar as acaloradas discussões, destaca-se ainda 
a participação de Eduardo Coutinho, Ismail Xavier, 
Arthur Omar, Andrea Tonacci, Consuelo Lins, Vincent 
Carelli, Sarah Elder, Davi Kopenawa, Cristina Amaral 
e dos realizadores indígenas Tserewahu Xavante, Ze-
zinho Yube Hunikui, Isaac Piñanta Ashaninka, Kumaré 
Ikpeng, dentre outros tantos que por aqui estiveram 
e deixaram sua contribuição.
Ampliamos a programação para a Galeria Mari’Stella 
Tristão, com a Mostra da fotógrafa “Claudia Andu-
jar” – em parceria com a Galeria Vermelho (2005) –, 
depois ganhamos as paredes do saguão, onde exibi-
mos a Mostra Fotográfica “Quilombos” – de Pedro 
Aspahan, Shirly Ferreira e Cida Reis – e “Cinzas Sa-
gradas” – de Lena Tosta e Olivier Boëls, comentadas 
pelos realizadores na Sala de Vídeo –, apenas para 
lembrar que a Humberto Mauro arrebata outros es-
paços do Palácio das Artes, criando assim um am-
biente também de errância.
Nós nos misturamos aos passantes e estes se mistu-
ram à equipe. Transitamos da sala para o jardim, do 
jardim para o café, do café para as galerias, e volta-
mos para nova sessão. Passantes: como um longo 
travelling de Chantal Akerman.
Para o Forumdoc.BH, não há melhor acontecimen-
to: descer as escadas, encontrar-se com o cinema. 
Eis um dos sentidos de estar nesta sala que ocupa 
o subsolo de um palácio em pleno centro da cidade. 
Lugar ideal para nossa tentativa de democratizar o 
sonho! Espaço de formação fundamental para tan-
tos de nós, que ali aprendemos – e pudemos – amar 
o bom cinema, queremos também celebrar os pro-
gramadores da sala em todos esses anos, marcan-
___
2
___
34 E como palhaço fui chamado, faz um ano e meio, 
para integrar o elenco do Cirque du Soleil. Estou 
feliz? Sim, estou. Estou no auge da minha carreira 
e sem correrias. Mas minha alma segue no Brasil, 
em diferentes e pequenos trabalhos e lutas diárias 
em prol da arte... aqui fica fácil entrar em cena para 
milhares de espectadores todosos dias... mas o de-
safio e prazer que projetos como o Cineminha me 
traziam... ai, que falta me fazem. 
Um projeto que passou por dificuldades e que teve, 
em sua equipe, gente de garra e paixão que não 
deixou a idéia morrer nesses dez anos. Pra mim, 
esse projeto, integrado num espaço público, de 
uma entidade pública, é o mais importante projeto 
do qual participei; não por sua dimensão, mas por 
seus efeitos.
Que os responsáveis permitam que mais e mais 
crianças desfrutem desse projeto, por mais 10, 100 
anos: é um projeto feito com alma e para as almas. 
Que me seja permitido, como já pedi, que quando da 
minha volta para o Brasil, após finalizar minha car-
reira no Soleil, possa, uma vez mais, ser o recreador 
do Cineminha.
Além das mostras, festivais e parcerias, o Cine Humberto 
Mauro exibe lançamentos de filmes brasileiros e abre es-
paços para eventos que dialogam com o cinema em geral 
e, com isso, descrever todos que foram exibidos nesse local 
seria uma tarefa longa e leitura aborrecida. Assim sendo, 
enumero somente as mostras e os períodos em que ocor-
reu a exibição. Optei por apresentar um levantamento da-
queles filmes exibidos na sala do Centro de Informação e 
Documentação Audiovisual, mesmo antes da existência do 
espaço atual, por considerá-lo o embrião do cinema e por 
ser um material inédito cedido pelo coordenador Wagner 
Corrêa de Araújo. 
Desde 1972, filmes em vários formatos, super 8, 16 mm e 
depois 35 mm, foram exibidos em diversos espaços do Pa-
lácio das Artes.
1976
O fundador do cinema Wagner Corrêa de Araújo organizou 
um histórico sendo a primeira sessão em 35 mm com o fil-
me Macbeth, de George Schaeffer no Grande Teatro, no dia 
09 de maio de 1976, às 17h.
Maio
• Dia 14 – Sala do Centro de Informação, Documentação e 
Audiovisuais (FPA), Exibição de Série de Documentários so-
bre Teatro Brasileiro
• Dia 22 – A Gata Borralheira, filme com o Balé Bolshoi
Seguindo-se sempre aos sábados ou domingos no mesmo 
horário:
Don Quixote, Direção de Rudolf Nureyev
Othelo, com o Balé Bolshoi
Lago dos Cisnes, com Margot Fonteyn e Nureyev
Dama de Espadas, com o Balé Bolshoi
Alexandre Nevsky, com Eisenstein
Junho
• Festival A. Wajda, no Grande Teatro. Projeção em 35 mm
Dia 05 – Cinzas e Diamantes – 1958
Dia 13 – Bétula – 1970
Dia 19 – Panorama Após a Batalha – 1970 
• Mostra de Documentários Brasileiros
Dia 08 – Exibição na sala do CIDA/FPA – Centro de Informa-
ção, Documentação e Audiovisuais (Antiga Galeria Genesco 
Murta, futura Sala Humberto Mauro) – 16 mm
Completando a programação, no dia 20 houve exibição do 
filme Bodas, de Andrezj Kojowski, representante do Cinema 
Polonês. Dia 22, O Amuleto de Ogum (1974), de Nelson Pe-
___
35reira dos Santos exibido no Grande Teatro (filme 35 mm) e 
dia 28 o Cinema Italiano Inédito se fez presente no Grande 
Teatro com o filme Uirá, um Índio em Busca de Deus (1974), 
de Gustavo Dahl (filme 35 mm). Apresentações aos sábados 
e domingos.
Setembro 
• Exibição dos seguintes filmes, na sala do CIDA – 16 mm 
A Dama Sem Camélias, de Antonioni – 1953
Os Noivos, de Ermano Olmi – 1963
Um Homem a Queimar, de Valentino Orsini – 1962
O Tempo Parou, de Ermano Olmi – 1959
• Cinema Romeno. Sessões aos sábados, domingos e segun-
das, no Grande Teatro – 35 mm
O Baile de Sábado a Noite, de G. Saizescu – 1967
A Floresta dos Enforcados, de Liviu Ciulei – 1964
O Signo da Virgem, de M. Gheorghiu – 1967
A Última Noite da Infância, de Savel Stropul – 1966
• Cinema Polonês de Animação. De 11 a 14, todas as ses-
sões às terças e sextas, no Grande Teatro – 35 mm
• Cinema Alemão – Raridades de 1913 a 1943. Exibição no 
Grande Teatro – 35 mm
O Estudante de Praga, de Stellan Rye – 1913
Os Olhos da Múmia, de E. Lubitsch – 1918
Madame Dubarry, de E. Lubitsch – 1919
Despojos, de Lupu Pick – 1921
Os Marginais, de Gerhard Lamprecht – 1924
Os Tecelões, de Friedrich Selnik – 1927
Tragédia no Prostíbulo, de Bruno Rahn – 1927
Ariane, de Paul Czinner – 1931
Rasputin, de Adolf Trotz – 1931
O Túnel, de Kurt Bernhardt – 1933
Mazurka, de Willi Forst – 1935
Bel Ami, de Willi Forst – 1939
A Quem os Deuses Amam, de Karl Hartl – 1943
• Documentários do Cinema Brasileiro. Dias 17, 20 e 26 na 
Sala Genesco Murta – 16 mm
Carmen Miranda, de Jorge Ileli – 1969
O Cinema Falado, de Julio Helbron – 1970
Nélson Filma, de Luis Carlos Lacerda – 1971
Sedução, de Fauzi Arap – 1974
• Mostra de Curtas Mineiros
• Mostra de Super 8 Mineiro
• Mostra 4 Épocas do Cinema Francês. De 18 a 21, no Gran-
de Teatro – 35 mm
Sangue de um Poeta, de Cocteau – 1930
Paris 1900, de Nicole Vedrés – 1947
A Guerra Acabou, de Resnais – 1966
Rude Journée Pour La Reine, de René Allio – 1973
Outubro
• Mostra Cinema Brasileiro. Dias 03, 04, 05 na Sala Genesco 
Murta – 16 mm
Getúlio Vargas, de Ana Carolina – 1974
Tormenta, de Igino Bonfioli – 1931
O Homem do Corpo Fechado, de Schubert Magalhães – 1972
• Cinema de Expressão Francesa, de 19 a 22
F Comme Fairbanks, de Maurice Dugavson – 1976
Xalá, de Sembene Ousmane – 1975
A Verdadeira Natureza de Uma Mulher Chamada Berna-
dette, de Gilles Carles – 1973
Novembro 
Entre os dias 05 e 30 foram exibidos os filmes:
O Golem, de Paul Wegener – 1920
Os Marginais, de Gerhard Lamprecht – 1924
O Gabinete das Figuras de Cera, de Paul Leni – 1924
Povo no Domingo, de Robert Siodmark, Fred Zinnemann, 
Billy Wilder e Edgard Ulmer – 1928
Ópera dos Três Vinténs, de Pabst – 1931
Berlin Alexanderplatz, de Hans Steinhoff – 1931
A Moça de Fone, de Hans Schweikart – 1941
___
36 • Mostra de Filmes Sobre Teatro. Dia 05, na Sala Genesco 
Murta – 16 mm
La Direction dês Acteurs, de Jean Renoir – 1972
Shakespeare in the Park, de Joseph Papp – 1954
Portrait de Molière, de Jean Louis Barrault – 1964
The Class, de John Schlesinger – 1960
Nos dias 16, 23 e 30 no Grande Teatro, exibição de filmes em 
35 mm, dentro da programação de 3 temas: Cinema Francês 
de Animação, Audiovisuais Mineiros e Filmes Experimentais 
Norte Americanos.
Novembro/Dezembro 
• Novo Cinema Suíço. Com exibição dos filmes:
A Extradição, de Peter Von Guten – 1973
A Fuga, de Michel Souter – 1973
O Macaco, de Michel Souter – 1974
La Paloma, de Daniel Schmidt – 1974
A Morte do Diretor do Circo de Pulgas, de Thomas Koer-
fen – 1973
O Meio do Mundo, de Alain Tanner – 1974
A Última Oficina de Passamaneiros, de Yves Yersin – 1973
No jornal Estado de Minas, edição de 24/11/1976, foi pu-
blicada uma notícia sobre exibições de filmes no espaço do 
Palácio das Artes:
(...) Prosseguindo na série sobre o cinema brasileiro, 
o Centro de Informação, Documentação e Audiovisu-
ais, CIDA/FPA, apresenta nesta quarta-feira, dia 24, 
às 20 horas, quatro significativos curtas-metragens 
abordando o cinema nacional em ângulos diversos. 
1977
Ano de grandes Mostras Internacionais
Março
• Retrospectiva Fritz Lang. De 16 a 24 de março, na Sala Ge-
nesco Murta – 16 mm
A Morte Cansada – 1921
Dr. Mabuse o Jogador – 1922
Dr. Mabuse Inferno do Crime – 1922
Os Nibelungos – 1923/1924
Metrópolis – 1926
M – O Vampiro de Dusseldorf – 1931
Abril 
• O Novo Cinema Polonês. No Grande Teatro – 35 mm
Dia 02 – Iluminação, de Krystof Zanussi – 1973
Dia 03 – Borboletas, de Janusz Nasfeter – 1973
Dia 05 – A Estrutura de Cristal, de Krzystof Zanussi – 1969
Dia 06 – O Balanço Trimestral, de Krzystof Zanussi – 1975
Dia 19 – Vermelho e Dourado, de Stanislaw Lenartowicz – 1969
Dia 20 – O Dilúvio, de Jerzy Hoffman – 1974
Dia 26 – Tão Distante-Tão Perto – 1971 
• Mostra O Jovem Bergman. De 13 a 17, na Sala Genesco 
Murta
No Limiar da Vida – 1958
MorangosSilvestres – 1958
O Rosto – 1959
A Fonte da Donzela – 1960
Através do Espelho – 1961
• Retrospectiva Werner Herzog. De 21 a 29, na Sala Genesco 
Murta
Sinais de Vida – 1968
Fata Morgana – 1970
Também os Anões Começaram Pequenos – 1970
Aguirre, a Ira de Deus – 1972
Maio 
Dia 03 – Mostra Jan Lenica. Cinema de Animação. Sala Ge-
nesco Murta
___
37Dia 04 – Malpertuis, de Harry Kumel – 1973. Cinema Belga 
exibido no Grande Teatro
• Escola Inglesa de Documentários. Dias 05 e 06, na Sala 
Genesco Murta 
Song of Ceylon, de Wright e Grierson – 1936
North Sea, de Alberto Cavalcanti – 1938
The Cumberland History, de Humphrey Jennings – 1947
Together, de Claude Goretta – 1955
Nice Time, de Claude Goretta e Alain Tanner – 1957
We Are the Lambeth Boys, de Karel Reisz – 1959
• Mostra Cinema de Animação Francês. De 10 a 13, na Sala 
Genesco Murta
Fábulas de la Fontaine
O Urso Colargol
Oum, le Dauphin
• Cinema Brasileiro com Jurandyr Passos Noronha. Entre os 
dias 17 e 19, com palestras e projeções, além da exibição do 
documentário: Panorama do Cinema Brasileiro – 1968
• Mostra McLaren. Cinema de Animação Canadense, nos 
dias 25 a 27
• Teatro Brasileiro no Cinema. Dia 31, com a programação:
A Linguagem do Teatro, de João Bethencourt – 1966
Cacilda, de João Cândido – 1970
A Viagem, de João Cândido – 1974
Eu Sou Vida, Eu Não Sou Morte, de Haroldo Marinho Bar-
bosa – 1970
Junho 
• Escola Inglesa de Documentários. Entre os dias 02 e 10, 
na Sala Genesco Murta. Tal programação entrou no lugar 
da Mostra Novo Cinema Português, que foi interditada pela 
Censura Federal (BH) e trazia os filmes:
Perdido Por Cem, de Antonio Pedro Vasconcelos – 1973
A Promessa, de Antonio de Macedo – 1971
O Mal Amado, de Fernando Matos Silva – 1972
• Cinema Alemão de Crítica Social do Período Pré-Nazista. 
Entre os dias 14 e 17:
O Último Homem, de F. Murnau – 1924
A Rua Sem Alegria, de W. Pabst – 1925
Os Tecelões, de F. Selnik – 1927
Tragédia no Prostíbulo, de Bruno Rahn – 1927
• Cinema Mineiro de Ontem. Nos dias 21 e 22
Tormenta, de Igino Bonfioli – 1930
Despertar de Um Horizonte, de Zoltan Glueck – 1958
• Cinema Soviético Contemporâneo. Entre os dias 23 e 30, 
no Grande Teatro:
 > Cartaz para mostra do Cinema Soviético Contemporâneo, 
realizado em junho de 1977
___
38 Dia 23 – Estação Bielo Rússia, de Andrei Smirnov – 1973
Dia 24 – Poema da Dança, de Vadim Derbenyov – 1973
Dia 26 – O Mistério da Porta de Ferro, de M. Ivzovsky – 1970
Dia 28 – Lika, o Amor de Tchekov, de S.Yutkevitch – 1971
Dia 29 – Ao Lado de Um Amigo, de A. Abramov – 1972
Dia 30 – A Estréia, de Gleb Panvilov – 1971
Julho 
• Novo Cinema Alemão. Entre os dias 01 a 08, na Sala Ge-
nesco Murta:
Trabalho de Uma Escrava, de Alexander Kluge – 1974
Effi Briest, de R. Werner Fassbinder – 1972/1974
Um Aborto Muito Difícil, de Michael Verhoven – 1973
Movimento Errado, de Win Wenders – 1975
John Gluckstadt, de Ulf Miehe – 1975
Lina Braake ou Os Interesses do Banco Não Podem Ser os de 
Lina Braake, de Bernhard Sinkel – 1975
De 09 a 31 de julho, a programação de cinema foi interrom-
pida para as atividades do V Salão Global de Inverno
Agosto
• Cinema Árabe. Dia 09, no Grande Teatro:
A Múmia, de Chadi Abdel Salam – 1969
E no dia 10, na Sala Genesco Murta, exibição de curtas e 
documentários árabes
• Novo Cinema Iugoslavo. No Grande Teatro:
Dia 16 – Malditos Somos Irina, de Kole Angelowski – 1973
Dia 17 – O Guarda da Praia no Inverno, de Goran Paskljevic 
– 1976
Dia 19 – Quando Vem o Leão, de Bostjan Hladnik – 1972
Dia 21 – O Lobo Solitário, de Obrad Gluscevic – 1972
Dia 24 – Walter Defende Sarajevo, de Hajrudin Krvacac – 
1972
Dia 26 – Como Morrer, de Miomir Stamenkovic – 1972
Dia 27 – O Pequeno Capitão Mikula, de Obrad Gluscevic – 
1974
No dia 28, na Sala Genesco Murta, houve exibição de cur-
tas-metragens brasileiros, com clássicos e inéditos
• Cinema Experimental Americano, nos dias 29 a 31:
Omega, de Donald Fox – 1969 
 > Folder com pro-
gramação para Mostra 
de Cinema Dinamarquês, 
realizado em setembro de 
1977
___
39Feasting, de Louis Grenier – 1968
The Father, de Mark Fine – 1970
Child Introduction To Cosmos, de Hal Barwood – 1969
Totem, de Ed Emschwiller – 1966
Pulse, de Peter Spoeker – 1969
Setembro 
• Teatro Brasileiro no Cinema. Dia 01, na Sala Genesco Mur-
ta, exibição de documentários
• Teatro Alemão no Cinema. Dia 02, na Sala Genesco Murta
• Teatro Americano no Cinema. Dia 03, na Sala Genesco 
Murta 
• Cinema Dinamarquês. De 08 a 11, no Grande Teatro:
A Terra é Plana, de Henryk Stengerup – 1977
O Vendedor de Sonhos, de Jenrss Razns – 1975
Aqui Começa Meu Mundo, de C. Thomsen – 1976
Um Policial, de Anders Resn – 1976
• Mostra Cinema Contra a Guerra. Dias 14 a 17, na Sala Ge-
nesco Murta:
Fronteira Ocidental 1918, de Pabst – 1930
O 20 de Julho, de Falk Harnack – 1955
A Ponte, de Bernard Wicki – 1959
O Transporte, de Jurgen Roland – 1961
• Mostra Jean Cocteau. Dias 20 a 23
O Sangue de Um Poeta – 1930
A Águia de Duas Cabeças – 1947
O Pecado Original – 1948
O Testamento de Orfeu – 1960
Dias 27 e 28: Filmes Experimentais Canadenses
Dias 29 e 30 – Audiovisuais Mineiros
Outubro 
• Mostra 30 Anos de Cinema Francês. Dia 01, na Sala Ge-
nesco Murta:
Zero de Conduta, de Jean Vigo – 1932
• Mostra Werner Herzog, dias 02 a 07:
No País do Silêncio e das Trevas – 1971
Aguirre – 1972
Também os Anões Começaram Pequenos – 1970
Fata Morgana – 1969
Sinais de Vida – 1968
• Mostra Retrato de Wim Wenders:
Dia 08 – Alice nas Cidades – 1972
Dia 09 – Movimento Errado – 1975
Dias 08, 09 e 12 – Exibição de Desenhos Animados Europeus
Dia 10 – Mostra Beethoven no Cinema com o filme: Ludwig 
Van, de Maurice Kagel – 1970
Dia 13 – Cinema Mineiro Super 8
Dia 14 – No Grande Teatro, mostra Curta-Metragem Brasileiro
• Mostra Homenagem a Humberto Mauro:
Dia 16 – Lábios Sem Beijos – 1930
Dia 23 – Ganga Bruta – 1932
Outros filmes na programação do mês:
Dia 17 – A Quermesse Heróica, de Jacques Feyder – 1935
Dia 19 – O Vermelho e o Negro, de C.Autant Lara – 1954
Dia 20 – Exibição dos filmes: Crianças Sem Destino, de 
Jean Delannoy – 1955 e Therese Desqueyroux, de Georges 
Franju – 1962
• Balé, Ópera e Teatro no Cinema:
Dia 16 – Spartacus, com Bolshoi Ballet
Dia 22 – Príncipe Igor, com Bolshoi Opera and Ballet
Dia 24 – A Gaivota, de A. Tchekov. Filme soviético
Dia 26 – Russalka, de Dvorak. Filme tcheco
• A VI Jornada Brasileira de Curta-Metragem de Salvador foi 
exibida dia 26, na Sala Genesco Murta
Novembro
• Mostra Cinema Tcheco Contemporâneo. Dias 03 e 04, no 
Grande Teatro:
Velhas Lendas Tchecas, de Jiri Trnka – 1953
O Horóscopo de Joaquim, de Oldrych Lipsky – 1974
• Clássicos do Cinema de Animação Tcheco
___
2
___
50 conciliação”, de Rudolf Thome (1964), “A Metade de 
Uma Vida”, de Christine Noll Brinckmann (1983) e 
“Negative Man”, de Cathy Joritz (1985).
Outubro
• Instituto Goethe – Inserção de atividades do instituto na 
programação cultural dos meses de outubro, novembro e 
dezembro
• Mostra Cinema e Totalitarismo
• Mostra Before Hollywood
• Mostra Cinema da Nicarágua
• Exibição de Trama Familiar, de Emiliano Ribeiro – 1970
Novembro 
De 16 a 20 – Mostra Aron Feldman 
O jornal Estado de Minas divulgou a exibição de filmes do 
cineasta Aron Feldman:
“Depois de mais de 30 anos do cinema, o cineasta 
Aron Feldman ainda permanece praticamente des-
conhecido ao público, embora seja conhecido da 
censura pelos seus filmes que denunciam a realida-
de brasileira. Para reduzir esta defasagem, o Palácio 
das Artes vai promover uma mostra de seusfilmes, 
de 16 a 20 de novembro, na Sala Humberto Mau-
ro, ao lado de uma exposição de arte fotográfica do 
artista, inédita em Belo Horizonte. No dia 16, será 
realizada a première de seu último filme, “Odisséia 
de Um Cadáver”, um longa de 70 minutos, produzido 
em vídeo.”
Dezembro 
• Mostra do Cinema Japonês com os filmes:
Não Lamento Minha Juventude, de Kurosawa – 1946
Era Uma Vez em Tóquio, de Yasujiro Ozu – 1933 
Os Amantes Crucificados, de Kenji Mizoguchi – 1954
1989
Março 
• Mostra Literatura Argentina no Cinema:
A Intrusa, de Carlos Hugo Christensen – 1979 
O Homem da Esquina Rosada, de René Mugica – 1962 
A Invasão, de Hugo Santiago Muchnick – 1969 
Os Sete Loucos, de Alfredo Alcón – 1973 
O Brinquedo Assanhado
O Beijo da Mulher Aranha, de Hector Babenco – 1985 
Pubis Angelical, de Manuel Puig – 1979 
Crescer de Repente
O Poder das Trevas
Em 15/03/1989, o jornal Diário de Minas, destaca o cinema 
e literatura da mostra: 
Cinema, um jeito gostoso de ver como anda a Lite-
ratura Argentina. E agora podem ser vistos na cole-
tânea de adaptações literárias que a Sala Humberto 
Mauro do Palácio das Artes está exibindo. “Literatu-
ra Argentina no Cinema” é uma promoção da Fun-
dação Clóvis Salgado e do Instituto Cultural Brasil-
Argentina. A mostra começou na última terça-feira 
e vai até o dia 23, com duas sessões diárias, às 18:30 
e 20:30 horas.
Abril 
• Mostra Clássicos da Época de Ouro do Cinema
• Mostra Inéditos Poloneses
Uma marca fundamental da Sala é o lançamento de filmes 
inéditos. No jornal Hoje em Dia, datado de 04/04/1989, lemos:
A mostra Inéditos Poloneses, que a Sala Humberto 
Mauro, do Palácio das Artes, apresenta a partir de 
hoje até domingo, é um exemplo do desconhecimen-
to do público brasileiro em relação ao cinema que 
se faz atualmente na Polônia. Inéditos Poloneses – 
___
51
 > Convite popcard para abertura da mostra Uma Vanguarda 
Cinematográfica dos Estados Unidos da América, realizada em agos-
to de 1989
Mostra de filmes da última geração de cineastas po-
loneses. “Os Amantes de Minha Mãe”, “Batismal”, 
“Investigação Privada”, “O Barítono”, “O Amador”, 
“Estou Contra”.
Maio 
• Mostra Cinema de Autor
• Mostra Éric Rohmer
Julho 
• Semana del Cine Español en Brasil 1989
• Mostra Clássicos da Cinemateca
• Mostra Cinema Novo Português
• Mostra Révolution et Libertés
E sobre a Mostra Révolution et Libertés, o jornal Hoje em 
Dia, de 06/07/1989 destaca:
Em cartaz, dois bons exemplos do cinema revolucio-
nário e ousado. A mostra Révolution et Libertés, em 
cartaz na Sala Humberto Mauro (Palácio das Artes). 
(...) “O Encouraçado Potemkin” (Bronenosec Pote-
mkin) – Elenco: Aleksander; direção Sergei Eisens-
tein. “O Leão de Sete Cabeças” – Direção e Roteiro: 
Glauber Rocha.
De 13 a 16 – Mostra Kino Glasnost 
O jornal Hoje em Dia, de 13/07/1989, faz a seguinte menção 
à mostra:
MOSTRA KINO GLASNOST TRAZ À LUZ O CINEMA 
MALDITO DA UNIÃO SOVIÉTICA. 
Kinoglasnost – Mostra do cinema soviético da era 
glasnost. Hoje, “Os Sinos de Chernobyl”, de Rolan 
Sergeenko, e “Despedida de Matyora”, de Elem Kli-
mov. Amanhã, “Kin Dza Dza”, de Georgui Danelia, 
e “A Lenda da Fortaleza Suram”, de Serguei Parad-
janov. Sábado, dia 15, “Despedida”, de Matyora, 
“Tema”, de Gleb Panfilov, e “A Lenda da Fortaleza 
Suram”. Domingo, dia 16, “Romance Cruel”, de Ria-
___
52 zonov, “Tema” e “A Lenda da Fortaleza Suram”: perí-
odo de 13 a 16 de julho.
Agosto 
• Mostra Uma História da Vanguarda Cinematográfica dos 
Estados Unidos da América • 1943–1971
• Mostra de Cinema Chinês
Outro ponto importante são as mostras e cinematografias 
de difícil circulação. No jornal Hoje em Dia, de 12/08/1989, 
é apresentado:
MOSTRA ESPECIAL DE CINEMA CHINÊS 
Desta nova produção, o Palácio das Artes e o Centro 
de Estudos Cinematográficos exibem 10 longas iné-
ditos, de hoje até domingo da semana que vem, na 
Sala Humberto Mauro. Cinema de Formosa – Mostra 
de filmes produzidos na China Nacionalista. Progra-
mação hoje: “Um Verão na Casa do Vovô”, às 16:30 e 
20:30 horas e “Ah Fei”, às 18:30. Amanhã, domingo, 
“Um Verão na Casa do Vovô” e “Ah Fei”, terça, dia 
15 “O Casamento” e “A Roda da Vida”; quarta-feira 
dia 16 “A Roda da Vida” e “Minha Estação Favorita”; 
quinta dia 17, “A Mulher do Norte” e “Amor de Jade”; 
sexta dia 18 “A Reunião” e “A Mulher do Norte”; sá-
bado dia 19 “Os Terroristas” às 16:30 e 20:30 horas 
e “Aquele Dia na Praia”, às 18 horas; Domingo dia 
20 “Um Verão na Casa do Vovô” e “Aquele Dia na 
Praia”.
Setembro 
• Primeira Mostra Banco Nacional de Cinema
De 07 a 13 – Mostra Caminhos da Liberdade
Outubro 
• Mostra Jean Cocteau
Novembro 
• Mostra Robert Wise
1990
O ano de 1990 se inicia com notícias de grande repercus-
são para a Sala Humberto Mauro, além de programação in-
tensa e variada. Já em fevereiro, no jornal Hoje em Dia, de 
06/02/1990, era apresentado o novo diretor e seus planos:
A Sala Humberto Mauro entra novamente, a partir 
de hoje, no circuito cinematográfico da cidade; o iní-
cio das atividades, em 1990, traz como novidade a 
mudança na direção da Divisão de Cinema da Fun-
dação Clóvis Salgado, responsável pela casa, com a 
presença de José Zuba Jr., em substituição a Ivanildo 
César Cláudio que, por motivos profissionais, trans-
feriu-se para São Paulo. A reabertura da sala acon-
tece com a exibição da mostra “Depois do Muro”. 
(...) Os filmes são “Olhos Negros”, de Nikita Michalkov; 
“Amores de Uma Loira”, de Milos Forman; “Comp-
lô Contra a Liberdade”, de Agnieska Holland; “Sem 
Anestesia” e “Tudo à Venda”, de Andrzej Wajda. 
(...) Pretendemos oferecer na programação filmes 
de qualidade artística indiscutível, que exerçam a 
formação intelectual do espectador, mas ao mesmo 
tempo, procurando não ser elitista, não ficar distan-
te do público. Afinal, trata-se de uma Fundação do 
Estado, observa. Três seminários estão previstos, to-
dos com realização de debates após a exibição dos 
filmes: Cinema e Religião – leituras da figura de Cris-
to no cinema; Cinema e Publicidade, O Duplo no Ci-
nema – abordagem psicológica. Quando o mal rou-
ba a cena, filmes onde o vilão convence mais que o 
mocinho; Filmes Relâmpagos, fitas de qualidade que 
por falta de divulgação não chegaram ao circuito; o 
original e sua cópia, filmes baseados em outros. De 
___
53
acordo com Zuba Jr., a sala está em boas condições, 
os projetores em perfeito estado para funcionamen-
to. Permanecem os problemas de refrigeração e po-
sicionamento da tela.
Ainda em fevereiro, houve as seguintes mostras:
• Mostra Isabelle Adjani – 2x Isabelle Adjani
• Mostra Depois do Muro, com os filmes:
Olhos Negros, de Nikita Mikhalkov – 1987
Amores de Uma Loira, de Milos Forman – 1965
Complô Contra a Liberdade, de Agnieszka Holland – 1988
Sem Anestesia (1978) e Tudo à Venda (1969), de A. Wajda
Entre os dias 23 a 29 – Semana do Japão
Março 
• Instituto Goethe – Inserção de atividades do instituto na 
programação cultural dos meses de março, abril e maio
De 28 a 30 – “Encontro Cultural de Minas 3” 
Abril 
• Mostra Novo Cinema
• Mostra Jean Vigo
Maio 
• Mostra Cinema e Autômato
• Mostra Original e a Cópia
• Mostra do Cinema Tcheco. A mostra exibiu quatro filmes, 
sendo que três foram inéditos em Belo Horizonte: 
Minha Pequena Aldeia, de Jiri Menzel – 1985
Casa para Dois, de M. Zabransky – 1981
Buldogues e Cerejas, de J.Herz – 1981
Saudações ao Planeta Terra, de O. Lipsky – 1982
A Mostra do Cinema Tcheco foi matéria no jornal Hoje em 
Dia, de 08/05/1990:
O CINEMA TCHECO DOS ANOS 80, EM EXIBIÇÃO NA 
HUMBERTO MAUROHoje tem início na Sala Humberto Mauro uma pe-
quena mostra do cinema Tcheco. São quatro filmes, 
 > Panfleto com a programação da Mostra de Cinema Austría-
co: 1926–1978, realizada em junho de 1990
___
54 sendo que três são inéditos em Belo Horizonte. Todos 
eles foram realizados na década de 80, daí o inte-
resse dessa mostra que dará uma pequena ideia do 
que é o atual cinema daquele país. “Minha Pequena 
Aldeia” – é uma realização de 1985 do diretor Jiri 
Menzel. “Casa para Dois” – filme do cineasta M. 
Zabransky. “Buldogues e Cerejas” – filme de J. Herz 
realizado em 1981. “Saudações ao Planeta Terra” – 
Filme de O. Lipsky realizado em 1982.
Completando a programação do mês, foram exibidos filmes 
com temática racial, conforme divulgado em matéria no jor-
nal Estado de Minas, na edição de 23/05/1990:
Cultura negra no cinema. A programação de cinema 
reserva dois filmes preciosos – “A Cor Púrpura”, de 
Steven Spielberg, e “Ori”, de Raquel Gerber – devida-
mente comentados por debates e palestras, na Sala 
Humberto Mauro. “Ori”, de Raquel Gerber, está es-
treando em BH.
Junho 
• Mostra Italianos Ilustres
Dia 11 – “Encontro Cultural de Minas 4”
Julho 
• Mostra Cinema Austríaco 1926–1978, nos dias 18 a 31
Agosto 
De 17 a 31 – Mostra O Cinema Vê a Guerra
Setembro 
• Mostra Mistério e Suspense, de 02 a 16
• Mostra Rebeldes Com Causa:
As Cores da Violência, de Dennis Hooper – 1988
Caminhos Violentos, de James Foley – 1986
Um Rosto Sem Passado, de Walter Hill – 1989
Zuba organizou grandes mostras temáticas, como aparece 
no jornal Estado de Minas, em 23/09/1990:
Na Sala Humberto Mauro, “A Violência Contempo-
rânea”. Rebeldes Sem Causa era o título original 
de Juventude Transviada, o filme de Nicholas Rav. 
Como podemos constatar na mostra Rebeldes Com 
Causa, que começa hoje na Sala Humberto Mauro. 
São três filmes, entre os quais uma obra-prima, “As 
 > Folder com a programação da mostra Fritz Lang, ocorrida 
em dezembro de 1990
___
55Cores da Violência”, de Dennis Hooper. “Caminhos 
Violentos” (At Close Range, USA, 1986, direção de 
James Foley). “As Cores da Violência” (Colors, USA, 
1988, direção de Dennis Hopper). “Um Rosto Sem 
Passado” (Johnny Handsome, USA, 1989, direção 
de Walter Hill).
Outubro 
Dias 12 a 24 – Mostra O Olhar Infantil
Dias 25 a 31 – Mostra Quatro Filmes Franceses dos Anos 40
Novembro
• Mostra 15 Anos Sem Pasolini, entre os dias 01 a 11
• Mostra Sirk + Godard = Fassbinder 
O jornal Hoje em Dia, datado de 13/11/1990, publicou:
CINEMA DE FASSBINDER É DESTAQUE 
Tem início hoje, na Sala Humberto Mauro, do Pa-
lácio das Artes, a mostra “Sirk + Godard = Fassbin-
der”, que traz novamente a Belo Horizonte dois dos 
filmes menos conhecidos do cineasta alemão, “Bao-
lewiser” e “Roleta Chinesa”. Completando a mostra, 
serão exibidos “Viver a Vida”, de Jean-Luc Godard 
e “La Habanera”, de Douglas Sirk, os diretores que, 
segundo o próprio Fassbinder, foram os que mais in-
fluenciaram em sua carreira cinematográfica.
Completando a programação do mês, nos dias 23 a 28, exi-
bição da Mostra Histórias de Amor. Sobre essa, o jornal Mi-
nas Gerais, de 23/11/1990, apontava:
FESTIVAL DE “CULTS” DE AMOR
A Fundação Clóvis Salgado promove, na Sala Hum-
berto Mauro, até dia 28 deste mês, a mostra “His-
tórias de Amor”, composta dos filmes “Casablanca”, 
de Michael Curtiz; “Mulheres à Beira de Um Ataque 
de Nervos”, de Pedro Almodóvar; “Amor Bruxo”, de 
Carlos Saura e “Nunca Te Ví, Sempre Te Amei”, de 
David Hugh Jones.
Dezembro 
Dias 04 a 13 – Mostra Fritz Lang
Dias 18 a 23 – Mostra Júlio Bressane
 > Folder com a programação da mostra Julio Bressane, em 
dezembro de 1990
___
2
___
912005
O ano de 2005 começa sua programação no mês de maio, 
oferecendo ao público mostras e filmes diversificados e re-
tomando projetos clássicos de exibição.
Maio 
De 04 a 08, foi realizada a Retrospectiva do Festival É Tudo 
Verdade
Dia 16 – Lançamento de curtas em vídeo: Colabore
De 17 a 22 – Mostra Estrelas do Cinema Francês
De 24 a 29 – Retrospectiva Jorge Furtado
Dia 30/05 – Exibição do Curta Fátima
De 31/05 a 05/06 – Mostra Cinema Português Contemporâ-
neo com os filmes: 
Os Imortais, de Antônio Pedro Vasconcelos – 2003
Jaime, de Antônio Pedro Vasconcelos – 1998
Quem És Tu, de João Botelho – 2001
Tráfico, de João Botelho – 1998
Sapatos Pretos, de João Canijo – 1998
Cinco Dias Cinco Noites, de José Fonseca e Costa – 1996
Rasganço, de Raquel Freire – 2001
Junho 
De 07 a 19 – Mostra Manuel de Oliveira com os filmes:
Palavra e Utopia – 2000
Não ou A Vã Glória de Mandar – 1990
Vou Para Casa – 2000
Viagem ao Princípio do Mundo – 1997
Inquietude – 1998
De 21 a 10/06 – Mostra Italianos: Pasolini + Monicelli
Julho 
12 a 20 – Mostra Wladimir Carvalho e Eduardo Leone
• 7º Festival Internacional de Curtas-Metragens de Belo Ho-
rizonte
Agosto 
De 02 a 14 – Mostra Inéditos em BH: Primeiro Filme
Uma meta do Cine Humberto Mauro foi sempre estar lan-
çando filmes inéditos e relançando clássicos. A proposta da 
Mostra é trazer, ao longo do ano, filmes que não foram lan-
çados no circuito comercial de cinemas de Belo Horizonte, 
mas que se enquadram no perfil exibidor da sala. Na Mostra 
Inéditos, foram apresentados os filmes de estréia de três 
diretores diferentes: Gosto de Sangue (1984), primeiro fil-
me dos Irmãos Coen – dupla responsável por clássicos do 
cinema americano como Barton Fink (1991) e Fargo (1996); 
O Pântano (2001), primeiro longa de ficção da diretora Lu-
crécia Martel – um dos nomes mais expressivos da nova 
produção argentina; e O Agente da Estação (2003) primei-
ro filme do diretor americano Thomas McCarthy, ganhador 
dos prêmios do público e do especial do júri no festival de 
Sundance em 2003.
 > Panfleto para lançamento dos curtas em vídeo Colabore, em maio de 2005
___
92 Setembro
Dia 05 – Exibição do Curta: Liberdade Ainda que à Tardinha, 
de Luiz Guimarães de Castro – 2001
De 09 a 25 – Mostra Godard: Trilogia do Sublime
De 27/09 a 02/10 – Mostra Do Teatro à Tela
Novembro
De 01 a 13 – Mostra Aleksandr Sokurov com os filmes:
Moloch – 1999
Arca Russa – 2002
Taurus – 2001
De 14 a 25 – 3ª edição do Mumia: Mostra Udigrudi Mundial 
de Animação
De 18 a 27 – Realização do 9º Festival do Filme Documentá-
rio e Etnográfico – Fórum de Antropologia, Cinema e Vídeo 
– Forumdoc.BH
De 29/11 a 4/12 – Cinema Francês Durante a Segunda Guer-
ra (exibição de filmes com legendas em espanhol):
Le Mariage de Chiffon, de Claude Autant-Lara – 1942
Remorques, de Jean Grémillon – 1941
La Nuit Fantastique, de Marcel L’Herbier – 1942
Goupi Mains Rouges, de Jacques Becker – 1943
Laissez-Passer, de Bertrand Tavernier – 2002
Douce, de Claude Autant-Lara – 1943
Les Enfants Du Paradis, de Marcel Carné – 1945
Le Corbeau, de Henri-Georges Clouzot – 1943
Dezembro 
De 06 a 21 – Mostra Todd Solondz com os filmes:
Bem-Vindo à Casa de Bonecas – 1995 
Felicidade – 1998
Histórias Proibidas – 2001
Daniel Queiroz produziu um artigo para a produção desta 
obra e apresentou um balanço levando em conta o período 
de 01 de maio (quando o Cine Humberto Mauro retomou as 
suas atividades no ano) a 27 de novembro:
Programações realizadas pelo DECIN (com cobrança 
de ingresso): Mostra Manoel de Oliveira; Mostra Ita-
lianos – Pier Paolo Pasolini; Mostra Italianos – Mario 
Monicelli; Mostra Vladimir Carvalho e Eduardo Leo-
ne; Mostra Inéditos em BH; Mostra Godard – Trilogia 
do Sublime; Mostra Almodóvar; Mostra Aleksandr 
Sokurov; Mostra Todd Solondz. Programações com 
curadoria externa (entrada franca, exceto Cinema 
Francês):

Continue navegando