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___ 3 Cachoeira de Filmes O cinema Humberto Mauro como espaço de exibição e resistência Allgas Comunicação Belo Horizonte • 2011 Ataídes Braga ___ 4 Ficha Catalográfica elaborada por Maria Aparecida Costa Duarte – CRB/6-1047 B813 Braga, Ataídes Cachoeira de filmes: o cinema Humberto Mauro como espaço de exibição e resis- tência / Ataídes Braga. – Belo Horizonte: Ed. do autor, 2011. 120p. ISBN 978-85-64400-00-9 1. Cinema – Belo Horizonte (MG) – História. 2. Cine Humberto Mauro. I. Título. CDD: 791.43 CDU: 725.824 Cachoeira de Filmes – O cinema Humberto Mauro como espaço de exibição e resistência Belo Horizonte • 2011 > Ataídes Braga Autor > Cláudio Lütkenhaus Coordenação Editorial > Allgas Comunicação Capa, Projeto Gráfico e Diagramação > Paulo Lacerda Fotografias > Laura Lütkenhaus Revisão > Cristina Ribeiro Gestora Responsável > Flávia Wasner Vasconcelos Coordenação Financeira > Érika Rocha Produção Executiva Este livro foi realizado com os benefícios da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser apropriada e estocada em sistema de banco de dados ou processo similar, em qualquer forma ou meio, seja ele- trônico, de fotocópia, gravação, etc., sem a expressa autorização do detentor dos direitos devidos. ___ 5Patrocinador Muitos já sentaram em suas poltronas. Em sua tela, os clássicos do cinema dividem espaço com curtas e vídeos de novos realizadores. Desde sua abertura, em 1978, a trajetória do Cine Humberto Mauro se confunde com a história do audiovisual e das artes em Belo Horizonte. Nessas páginas, você vai relembrar um pouco dos festivais, mostras, filmes e pessoas que passaram por essa Sala, além de conhecer um pouco mais sobre um dos pioneiros do cinema que nomeia o espaço e inspira o título desse livro. O Grupo ATTPS, desde sua fundação em Belo Horizonte, acompanha a história e entende a relevância do Cine Humberto Mauro para a cidade; é por isso que se orgulha de contá-la através do livro Cachoeira de Filmes. Elcio Mansur Presidente do Grupo Attps ___ 7Agradecimentos Os agradecimentos são infindáveis, mas alguns são imprescindíveis. Aos amigos da Biblioteca: Leila Martins, Maria Inêz de Melo Soares Oliveira, Alciene Ferreira de Carvalho Báo, Adilson Francisco Ferreira, Fabrize Pousa e Getúlio Costa. Aos amigos do DECIN: Daniel Queiroz, João Paulo Dumans, Lucian Heloisa, Ulton Wells, Igor Ataíde, Ana Siqueira, Maria Chiaretti, José Higino Carneiro, Sônia e, em especial, para Wagner Corrêa de Araújo por ter dado início ao sonho. A Cristina, pela força e por ter acreditado no trabalho. Ao Cláudio, pelas inúmeras reuniões para se produzir um livro perfeito. A Camillo Souza Filho, Paulo Eduardo Lacerda e Marcus Santiago. A Márcia Larica, Tânia Arantes e Edna Arcanjo. A todos que ajudaram na produção desse livro. Para Fernanda Fernandes. A minha família pelo apoio. Em memória de José Zuba Júnior e, também, de José Tavares de Barros, pela luta constante, fundamental em defesa do cinema e por ter me inspirado em continuar a batalha pelo Cinema Brasileiro. Para o amigo Mateus Araújo Silva. Para Adrilene. Para Daniela Giovana, pelas sugestões. Aos funcionários José Horta, Octavio Gouveia, Avelino, Enock, Cid, Alípio, Zozino e Miltinho, que trabalham garantindo o bom funcionamento do Cine Humberto Mauro. A todos aqueles que já passaram pelo Cine Humberto Mauro, trabalhando ou se divertindo. ___ 9Sumário > Apresentação 11 > Introdução 13 > CEC: Centro de Estudos Cinematográficos 17 > Programação Diferenciada 21 > Estatísticas 103 > Bastidores 105 > Cinema como Cachoeira 107 > Banco de Imagens 109 > Referências Bibliográficas 119 ___ 11Apresentação Os lugares. Ah, os lugares! Na relação espaço/tempo, com- põem um importante aspecto para a composição da me- mória que o ser humano traça ao longo de sua existência. Quando usamos da força da lembrança, somos capazes de trazer à mente imagens, sons, cheiros, sentimentos que ao passado ficaram legados. É fundamental historiar os lugares de memória, não só aqueles que guardam os documentos, mas, sobretudo, os grandes monumentos/documentos sobre os quais Jacques Le Goff nos chama a atenção. O Cine Humberto Mauro é um destes grandes na cidade de Belo Horizonte, lugar que reúne a prática da exibição cinematográfica mais sofisticada para os olhos do espec- tador. E, ao fazer este movimento, se traduz em resistên- cia primeira diante da era dos “enlatados” que hoje, cada vez mais, o espectador assiste em casa, sem ter o contato com a premissa da fruição pública, aspecto determinan- te ao reconhecimento do cinema como o concebido na França em 1895. Cachoeira de Filmes apresenta o Cine Humberto Mauro como espaço de exibição e resistência, traz a trajetória da sala; seu contato com o Centro de Estudos Cinematográfi- cos, além de um detalhamento de todas as mostras exibidas dos anos setenta até os anos 2000, e também histórias de bastidores. As informações registradas por este livro ser- vem de base a pesquisas futuras, revelando um amplo tra- balho de levantamento de dados em fontes muitas vezes dispersas. Esta sala segue chamando pelo público e acolhe a todos, dos cinéfilos mais acirrados a pessoas com trajetória de vida nas ruas de Belo Horizonte; lançando a produção de seu pri- meiro filme. No palácio onde mora, está aberta a acolher. Os independentes estão lá, os desprovidos de espaço nas grandes telas comerciais e alguns poucos que resumido tempo obtiveram nos shoppings também. Os festivais de toda ordem: curtas, documentais, animações, ficções e as mostras... deliciosas mostras dedicadas a diretores, movi- mentos, atores. Quem passou por lá sabe o quanto deve a esta sala. E quem ainda não passou, trate de se mover agora. O Cine Humberto Mauro está lá, de portas abertas a recebê-lo, com ingressos quase sempre gratuitos ou a preços módicos. Daniela Giovana Siqueira – Belo Horizonte, em setembro de 2010. ___ 13 capítulo 01 Introdução A primeira sessão de cinema no Brasil ocorreu na tarde do dia 08 de julho de 1896, em uma loja da Rua do Ouvidor, nº 57, no Rio de Janeiro. Em Minas Gerais, o cinematógra- fo chegou primeiro em Juiz de Fora, no dia 23 de julho de 1897, antes de Belo Horizonte existir como capital – a trans- ferência ocorreu em 12 de dezembro de 1897 e a primeira exibição na capital mineira se deu em 10 de julho de 1898. As primeiras salas de cinema em todo o Brasil foram cons- truídas seguindo os modelos vigentes nos Estados Unidos. A grandiosidade é marca do estilo Art-Decó, predominante em nossos cinemas: a linha geométrica, curvas, vitrôs colo- ridos e pisos desenhados são suas características. A partir de 1960, com a popularização da televisão, o cine- ma começa a enfrentar uma queda de frequência que será vertiginosa nos anos 80, quando aparecem os primeiros vi- deocassetes. Muitas salas de cinema desapareceram nes- se período, por descaso, inadequação aos novos tempos ou especulação imobiliária. O valor significativo desse bem cultural não foi levado em conta, o desaparecimento dos templos da sétima arte tornou-se um fato triste e constan- te na capital mineira e, também, com maior frequência, no interior do estado. Uma exceção nesse processo de crise e decadência do cine- ma em Belo Horizonte foi a inauguração,em 1978, da Sala Humberto Mauro, hoje Cine Humberto Mauro, nas depen- dências do Palácio das Artes, o maior e mais importante centro cultural da cidade. O propósito desta obra é homenagear o mestre Humberto Mauro (1897–1983) e os inúmeros cineastas que produzi- ram e lutaram pelo cinema brasileiro. O título refere-se à frase Cinema é Cachoeira, de sua própria autoria. Cidadão do mundo, nascido na cidade de Volta Grande, em Minas Gerais, que viveu e trabalhou em Cataguases, também no mesmo estado. Humberto Mauro formou seu espírito à luz dos usos e costumes da pequena cidade, onde rodou algu- mas de suas principais obras que compõem o célebre Ciclo de Cataguases. Por sua contribuição ao cinema brasileiro, uma sala de exibição cinematográfica com o seu nome é a mais legítima homenagem. A origem do Palácio das Artes remonta ao início da década de 1940, quando o então prefeito de Belo Horizonte, Jus- celino Kubitschek, encomendou um projeto de teatro ao arquiteto Oscar Niemeyer cuja execução sofreu várias inter- rupções até 1966, ano em que o governador Israel Pinheiro nomeou uma comissão especial presidida pelo engenheiro Pery Rocha França para concluir a obra. O projeto de Nie- meyer, que idealizara o teatro voltado para o Parque Muni- cipal e ligado à Avenida Afonso Pena por uma passarela de concreto, foi então modificado, cabendo ao arquiteto Hélio Ferreira Pinto adaptá-lo às necessidades da época. Criada pela Lei 5.455 de 10 de junho de 1970, a então Fun- dação Palácio das Artes passou a se chamar Fundação Clóvis Salgado, na data de 20 de setembro de 1978, em homena- gem a Clóvis Salgado da Gama (1906–1978), um mineiro de Leopoldina que foi professor, médico, governador de Mi- nas Gerais e ministro da Educação e Cultura. Incentivador incansável das artes no estado, Clóvis Salgado presidiu a Sociedade de Cultura Artística, a Sociedade Coral de Belo Horizonte e a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais. Coube a ___ 14 ele mobilizar a opinião pública e levantar os recursos finan- ceiros para a retomada da obra e a conclusão do Palácio das Artes. A citação do Catálogo da Fundação afirma: “A Fundação Clóvis Salgado é um dos mais com- pletos e dinâmicos centros de exibição e produção artística da América Latina”. A instituição, que faz parte do Sistema Integrado de Cultura, reúne, num só endereço, três teatros para espetáculos de ar- tes cênicas, ópera, música e dança. Quatro galerias de artes plásticas: Guignard, Genesco Murta, Ma- ristela Tristão, Arlinda Corrêa; sala para concertos de câmara, cinema, espaço multimeios, biblioteca especializada, musicoteca, videoteca, oficina para instrumentos de sopro, lutheria, várias salas de en- saio. “Além disso, possui um Centro Técnico de Pro- dução (CTP), localizado em Marzagão, Sabará, com amplos ateliês e oficinas de cenografia, figurinos e adereçaria”. O diferencial da nova sala era a programação alterna- tiva, voltada para filmes não exibidos no circuito co- mercial, filmes em 16 mm, filmes em preto e branco, mostras de Cinematecas e Embaixadas. O Cine Humber- to Mauro se tornaria, logo, um espaço de reflexão e de resistência. A história deste Cine começa antes mesmo de seu espa- ço físico existir. Em 1972, um grupo de amigos, liderados por Wagner Corrêa de Araújo, recebeu de presente um projetor 16 mm. Como não dispunha de espaço próprio, o grupo começou a se reunir no Centro de Informação e Documentação Artística e Audiovisual (CIDAA) onde exi- bia filmes produzidos em Super 8 e 16 mm. Inicialmente eram sessões fechadas, de caráter didático, improvisadas em uma sala pequena, adaptada às necessidades da pro- jeção. Naquela época, o público não passava de 30 pesso- as por sessão. O idealizador da sala Wagner Corrêa de Araújo ilustra com texto bastante esclarecedor sobre como se consolidou as exibições de filmes nas dependências do Palácio das Artes, um projeto então denominado Humberto Mauro, a seguin- te publicação: Com a doação de um projetor de 35 milímetros pela Fiat, as sessões foram ampliadas e o Grande Teatro passou a ser o local de exibição dos filmes. As fitas eram exibidas aos sábados e domingos, às 16h, an- tes dos espetáculos principais. Mas, como o espaço era grande, com 1.500 lugares, e as sessões não pas- savam de 200 espectadores, o teatro oferecia uma sensação de vazio. O Projeto Humberto Mauro tinha duração prevista até 15 de dezembro daquele ano, apresentando fil- mes, seminários e conferências com a participação de vários críticos e representantes da Embrafilme. A primeira programação da sala, que ficou em cartaz de 15 de outubro a 05 de novembro de 1978, apre- sentou uma retrospectiva de Humberto Mauro, com a apresentação de todos os seus longas-metragens, uma seleção de curtas, um festival de filmes da Ci- nédia, além de uma mostra de curtas brasileiros e mineiros daquele período. A Sala Humberto Mauro, do Palácio das Artes, foi ofi- cialmente inaugurada em 15 de outubro de 1978 com a exibição do filme A Noiva da Cidade (1978), dirigido por Alex Vianny a partir de um roteiro escrito por Humberto Mauro, conforme consta no livro O Fim das Coisas, de Ataídes Braga. 15 de outubro de 1978: com a “Avant-première” na- cional de “A Noiva da Cidade”, Belo Horizonte ga- nhava uma nova sala de cinema. Era pequena, não chegava a duzentos lugares, possuía enorme preca- riedade técnica, que aos poucos foi sendo soluciona- da pela aquisição de equipamentos, a construção de um novo hall, etc. Mas a sala batizada com o nome do patrono do cinema do Brasil contava com uma série de elementos que faziam dela um espaço di- ferente. Em primeiro lugar, o objetivo de consolidar uma programação alternativa, com filmes não exi- ___ 15bidos em circuito comercial (trabalhos em 16 mm, filmes em preto e branco, mostras de cinematecas e embaixadas) ou filmes importantes que, pela própria rotatividade exigida pelo negócio cinematográfico, não teriam novamente espaço nas casas de exibição mais importantes. Em segundo lugar, estava um en- gajamento direto com a população cinematográfica de Minas. Ali aconteceriam estréias de curtas e lon- gas, debates sobre a crítica e a economia do cinema, comemorações cívico-cinematográficas: reabertura do CEC, aos trinta anos desta entidade, comemora- ções de aniversários de cineastas, homenagens aos mortos. Em terceiro lugar – e mais importante do que tudo – havia o sentimento de diversas pessoas, críticos, cineastas, administradores, de que ali esta- va uma das saídas para a pasmaceira cinematográ- fica em que se encontrava Minas. Reconhecido como espaço de referência do cinema alterna- tivo e formador de público, o Cine Humberto Mauro conso- lidou-se como ponto de encontro de cinéfilos e estudiosos, que sempre prestigiavam sua intensa programação, com- posta de mostras, festivais, retrospectivas e lançamento de filmes, geralmente seguidos de debates com os realizadores. Como todo espaço cultural alternativo, voltado a projetos não comerciais, o cinema sempre enfrentou dificuldades, principalmente financeiras, mas nunca foi abandonado. Acompanhando as novidades, tem se firmado nacionalmen- te como um espaço que abriga produções não-comerciais como os Curtas-Metragens – que tiveram sua fase de ouro no início dos anos 80 – bem como promovido discussões sobre o cinema brasileiro. Embora este livro tenha sua pesquisa limitada ao ano de 2006, a brilhante trajetória do Cine Humberto Mauro deve- se, especialmente, à inestimável presença de pessoas que ao longo desse tempo assumiram sua diretoria, a começar porWagner Corrêa de Araújo que inaugurou a sala; depois, assumiu o cineasta Helvécio Ratton o qual convidou Môni- ca Cerqueira, substituída posteriormente por Ivanildo Cezar Cláudio que deixou a vaga para José Zuba Jr., substituído interinamente por Marcello Castilho Avellar, seguido por Rafael Conde, Waleska Falci, Patrícia Klingl, Daniel Queiroz, João Dumans e, por fim, Ana Siqueira. Antes de apresentar a programação, situarei o cineclubismo como marca diferencial em Belo Horizonte e precursor do Cine Humberto Mauro. ___ 17CEC: Centro de Estudos Cinematográficos ligado ao CCMG ainda chegou a produzir um curta- metragem, “A Estátua”, dos irmãos Santos Pereira. (...) “Ninguém, até hoje, sabe explicar quando e por que o CCMG, então presidido por Sylvio Vascon- cellos, paralisa suas atividades. A partir do fechamento do CCMG, depois da sessão do fil- me L’alibi (1937), de Pierre Chenal, em 14 de outubro de 1949, por diversas razões, dentre elas, o aluguel caro dos filmes e a ausência de uma sede fixa, preparou-se o terre- no para o surgimento do CEC. O Centro de Estudos Cinematográficos – CEC – foi criado em 1951 por Jacques do Prado Brandão e Cyro Siqueira, dentre outros, como uma associação civil sem fins lucrativos que visa o estudo e a divulgação da arte cinematográfica. É o mais importante cineclube de Minas Gerais e do Brasil. O CEC não contribuiu somente para o aprimoramento do co- nhecimento da arte cinematográfica, mas atuou, também, como foco agregador da intelectualidade de Belo Horizonte e da resistência cultural ao conservadorismo da sociedade mineira da época. Sobre a criação do CEC, o caderno de cul- tura do jornal Estado de Minas, em 15/09/1951, trazia a se- guinte manchete principal: Hoje, às 20 horas, na Cultura Inglesa, realizar-se- á a 1ª reunião do Novo Clube de Cinema de Minas Gerais, ocasião em que os irmãos Renato e Geraldo Santos Pereira, recém chegados de Paris, pronun- ciarão uma conferência a respeito da estética cine- matográfica, sendo logo após exibido o filme “From This Day” (Esse Encanto Irresistível), de John Berry, capítulo 02 A origem do cineclubismo em Minas Gerais se deu com o Clube dos Cinco, fundado em 05 de maio de 1947 por Paulo e Luís Arbex, Ivan Casasanta Dantas, Dalmo Jeunon e José Maurício Pena. Um outro grupo também preparava a criação de um clube de cinema: Jacques do Prado Brandão, José Morais, Sílvio Vasconcelos, Oscar Mendes, Edmur Fonseca, Cephas Siquei- ra e Wilson Figueiredo. Segundo Paulo Arbex, em Claquete, número 11, publicada em outubro de 1961, foi a sessão do filme russo O Poeta e o Czar (1926), de Wladimir Gardin, exibida em 15 de no- vembro de 1947 no Cine Guarani, que inaugurou o Clube de Cinema de Minas Gerais (CCMG). O jornalista Geraldo Fonseca, em matéria publicada anos mais tarde (mais precisamente em 15/05/1979) no jornal Estado de Minas, buscou resgatar a história do cinema na ci- dade, retratando fatos interessantes da época. Dentre eles uma descrição do CCMG e de suas atividades: Entre os presentes estavam Jacques do Prado Bran- dão, Edmur Fonseca e os irmãos e críticos de cinema Geraldo e Renato Santos Pereira, que viriam a fazer uma convocatória para a fundação do Clube de Ci- nema de Minas Gerais. Foram surpreendidos entre eles Oscar Mendes, Sylvio Vasconcellos, Fritz Teixeira de Salles e José Morais. (...) Do Clube de Cinema ficou a lembrança de gran- des sessões como “Trágica Inocência”, “O Eterno Ma- rido”, “Maria Candelária”, “Última Porta”. O grupo ___ 18 estrelado por Joan Fontaine e Mark Stevens. Entrada absolutamente franca. Já Cyro Siqueira, também no jornal Estado de Minas, na sua coluna “Cinemas”, em 18/09/1951, publicava a seguinte nota: Diante de um auditório repleto, surpreendentemen- te repleto, o Centro de Estudos Cinematográficos de Minas Gerais, sucessor do antigo Clube de Cinema, deu na noite de sábado último, na Cultura Inglesa, seu primeiro passo. Eram exatamente 20h, quando José Renato e José Geraldo Santos Pereira, os con- ferencistas da noite, entraram no recinto, após o que, composta a mesa, o CEC passou a ter vida real – abandonando o estado de planejamento, para a existência efetiva. O CEC chegou a funcionar em vários locais, salas cedidas, no início, por entidades de divulgação cultural, muitas das quais não existem mais: Cultura Inglesa, o Instituto Nacional de Arquitetos no Clube Belo Horizonte (situado na Rua da Bahia), na biblioteca Thomas Jefferson (que era situada na Rua Goiás, 230), no Instituto de Educação de Belo Horizonte (ainda hoje funcionando na Avenida Carandaí). Em 1965, o CEC estava instalado em uma das dependên- cias do Cine Art-Palácio, na Rua Curitiba, mas o espaço foi solicitado e a entidade passou a funcionar, proviso- riamente e exclusivamente, para a exibição de filmes na Imprensa Oficial, situada na Rua Rio de Janeiro. O traba- lho de administração e a biblioteca foram para uma sala alugada no Edifício Arcângelo Maleta. É importante frisar que durante esse período o CEC exibia filmes em diversos outros locais, cedidos ou alugados, como os auditórios do Banco de Lavoura, do Banco de Crédito Real, do Bemge e, às vezes, quando havia uma comemoração ou o filme despertava um interesse maior, em sessões especiais que aconteciam nos extintos cines Guarani, Palladium, Acaiaca e Art-Palácio. A publicação da Revista de Cinema, veículo das principais discussões ocorridas em suas reuniões, estabeleceu o Cen- tro de Estudos Cinematográficos no cenário brasileiro da sétima arte. Ela é tida como um dos grandes marcos da lite- ratura sobre cinema no Brasil. Em 1968, época marcada pela repressão aos movimentos culturais, o CEC foi obrigado a encerrar suas atividades. Em 1979, no entanto, voltou a funcionar, coordenando a exibição de uma sessão, aos sábados, na Sala Humberto Mauro do Palácio das Artes. Mário Alves Coutinho escre- veu no Suplemento Literário de Minas Gerais; nº 647, em 24/02/1979 sobre o encerramento de suas atividades ain- da em 1968: No primeiro semestre de 1968, o CEC realizou sua úl- tima sessão. Não existiam mais possibilidades para ele continuar existindo (possibilidades econômicas, principalmente: faltava dinheiro para as despesas; as dívidas se acumulavam). Resta um consolo: o CEC não foi a única coisa importante que desapareceu em 1968, no Brasil. Já o jornalista Maurício Gomes Leite, no jornal Estado de Minas, em 27/03/1979, escreveu sobre como eram as ses- sões de cinema: Era um fenômeno único no país de aglutinação de personalidades diversas, de pequenas ambições cul- turais, de sonhos diurnos movidos por esta manei- ra mineira de analisar tudo, de assumir o cerco da montanha através de escavações até o fundo das coisas, de vencer uma natural timidez buscando o diálogo com o outro, com todos. Sobre o retorno das atividades, um artigo publicado no livro Presença do CEC: 50 anos de cinema em Belo Horizonte, Fá- bio Leite anota: Após 11 anos sem atividades, o CEC reabriu suas portas. A reabertura aconteceu a 1º de setembro de 1979. A primeira diretoria dessa nova fase era for- mada por Ricardo Gomes Leite, Wagner Corrêa de Araújo e Petrônio Fonseca. O CEC começava aí a re- ___ 20 ___ 21Programação Diferenciada ço de incentivo e discussão para os profissionais do cinema. Foram exibidos 179 curtas de 23 países e 72 filmes do Brasil. O 2º Festival Internacional de Curtas-Metragens de Belo Horizonte, de 22 a 30 de setembro de 1995, destacou as co- memorações do centenário do cinema. Foram exibidos 154 curtas de 24 países, sendo52 brasileiros. O 3º Festival Internacional de Curtas-Metragens de Belo Horizonte retomou as atividades no período de 29 de maio a 10 de junho de 2001, após um intervalo de cinco anos. Ao todo, foram realizados 28 programas em 86 sessões com entrada franca, acumulando um público de 21.034 espectadores. capítulo 03 O cinema abrigou e promoveu diversos festivais e mostras nesses mais de trinta anos. Há que citar, por exemplo, en- tre os eventos mais recentes e de grande importância no calendário cultural da cidade, o Circuito Cultural Banco do Brasil, a Retrospectiva Anima Mundi, a Retrospectiva É Tudo Verdade, o Festival Internacional de Curtas de BH, o Indie – Mostra de Cinema Mundial, Mumia – Mostra Udigrudi Mun- dial de Animação, Forumdoc.BH, Circuito Itaú Cultural e o Cineclube Curta Circuito. O 1º Festival Internacional de Curtas-Metragens de Belo Ho- rizonte, ocorrido de 22 a 30 de setembro de 1994, foi criado com a intenção de exibir o melhor da produção em curta- metragem nacional e internacional, criando assim um espa- > Convite para abertura do 2º Festival Internacional de Curtas-Metragens de Belo Horizonte, em setembro de 1995 ___ 22 Durante o 4º Festival Internacional TIM de Curtas-Metra- gens de Belo Horizonte, de 04 a 16 de junho de 2002, fo- ram mostrados 120 filmes e distribuídos, aproximadamen- te, R$50.000,00 em prêmios aos participantes. Na Mostra Competitiva Brasileira, foram exibidos 50 curtas-metragens de 12 estados brasileiros e, na Competitiva Internacional, 60 curtas-metragens de 19 países. Prêmio Resgate do Cinema Cinema Mineiro foi concedido a O Milagre de Lourdes, de Carlos Alberto Prates Correia. O 6º Festival Internacional TIM de Curtas-Metragens de Belo Horizonte, de 22 a 31 de julho de 2004, apresentou a Retrospectiva Belmonte e o Prêmio Resgate do Cinema Mineiro foi concedido a Morte Branca, de José Américo Ribeiro. O 7º Festival Internacional TIM de Curtas-Metragens de Belo Horizonte foi realizado em parceria com o Centro de Estudos Cinematográficos de Belo Horizonte – CEC – e atraiu 15 mil cinéfilos para as sessões. Foram exibidos 70 curtas internacionais e 173 nacionais, divididos em várias mostras competitivas, e ocorreram, também, programas dedicados à cinematografia de vários países e diretores. O Prêmio Res- gate do Cinema Mineiro foi concedido à obra A Superfície Domada, Partida, Dobrada, de Newton Silva. Já sem o patrocínio máster da TIM, o 8º Festival Interna- cional de Curtas de Belo Horizonte foi realizado de 21 a 30 de julho de 2006 e em parceria com o Centro de Estudos Cinematográficos – CEC. O 9º Festival Internacional de Curtas de Belo Horizonte tam- bém foi realizado em parceria com o Centro de Estudos Ci- nematográficos, entre 20 e 26 de julho de 2007. Para a publicação a seguir, Geraldo Veloso escreveu um ar- tigo intitulado O CEC e o Festival. Nele apresentou um ba- lanço da importância do CEC no Festival Internacional de Curtas: O Centro de Estudos Cinematográficos de Minas Gerais sempre esteve identificado com o Festival In- ternacional de Curtas de Belo Horizonte. Quando o Festival começou a existir, nos anos noventa do sé- culo passado, o seu idealizador e, naquele momento, gerente do Cine Humberto Mauro, José Zuba Júnior, tinha (porque sempre teve) uma profunda ligação com o CEC. Zuba tinha se formado dentro do CEC e tinha, inclusive, presidido a entidade. Sua auxiliar > Panfleto para devulgação do 3º Festival Internacional de Curtas-Me- tragens de Belo Horizonte, em junho de 2001 Mineiro concedido ao documentá- rio João Rosa, de Helvécio Ratton. No 5º Festival Internacional TIM de Curtas-Metragens de Belo Horizonte em 2003, foram mos- trados 120 filmes e distribuídos R$50.000,00 em prêmios aos par- ticipantes. Na Mostra Competiti- va Brasileira, foram exibidos 50 curtas-metragens de 12 estados brasileiros e, na Competitiva In- ternacional, 60 curtas-metragens de 19 países. O Prêmio Resgate do ___ 23 próxima era Márcia Valadares Viegas Lopes. Na- quele momento, uma instituição foi fundamental na parceria com a Fundação Clóvis Salgado na realiza- ção do Festival: o Instituto Goethe, que ainda tinha um atuante braço em Belo Horizonte. O Instituto Goethe está devidamente registrado na trajetória do movimento cultural de Belo Horizonte, sobretudo, depois da presença do seu diretor, Roland Schaffner. Schaffner (que deixou marcas em todas as geografias em que operou à cabeça do Instituto Go- ethe – sabemos da importância de sua atuação na criação da, hoje consagrada, Jornada de Curtas-Me- tragens de Salvador, em parceria com Guido Araújo) foi um doce furacão que ajudou a mexer com várias iniciativas vitoriosas em nossa cidade nos anos oi- tenta do século passado. O Grupo Galpão, o traba- lho cênico de Carmen Paternostro, a presença de teóricos, realizadores e artistas de cinema, teatro, música, arquitetura, literatura e a distribuição de bolsas para estudo na Alemanha são algumas das ações que durante a presença de Schaffner à frente do Instituto Goethe em Belo Horizonte se intensifica- ram com resultados sempre positivos. Infelizmente o Instituto Goethe se retirou de Belo Horizonte e dimi- nuiu o ímpeto de suas ações no campo cultural. Em 2001, com a gerência do Cine Humberto Mau- ro sob a responsabilidade de Waleska Falci, o Fes- tival retomou as suas atividades e começou uma trajetória de crescimento que não foi interrompi- da, desde então. Em 2003, Waleska Falci me procurou (nesse momen- to eu era o Presidente do CEC) e sugeriu que o CEC deveria incorporar o festival em sua agenda de obje- tivos e passar, depois de acertadas as condições de uma parceria com a direção do Palácio das Artes, na época dirigido por Mauro Werkema, a propor o evento à Lei Estadual de Incentivo à Cultura e aju- dar em sua realização. Reunimos a diretoria do CEC, discutimos os termos desta parceria e fui orientado a fechar os termos desta colaboração a partir do 5º evento do Festival. Assim foi feito: formatamos um projeto, com o conhecimento da direção do Palácio das Artes e o encaminhamos à Lei Estadual de Incen- tivo à Cultura. Fomos aceitos pela comissão gestora da Lei, e os patrocinadores que já vinham apoian- do o evento (a empresa de telefonia celular TIM e a Usiminas – a primeira deixou que a segunda patro- cinasse também só a partir do 6º Festival e, no 8º Festival houve a agregação de mais dois parceiros na sua realização: a estatal Cemig e a Cia Força e > Convite para o 5º Festival Internacional TIM de Curtas-Me- tragens de Belo Horizonte, em setembro de 2003 ___ 24 Luz Cataguazes Leopoldina) confirmaram os respec- tivos apoios. A Prefeitura de Belo Horizonte, através do Centro de Referência Audiovisual, subordinado à então Secretaria Municipal de Cultura, que já vinha apoiando o evento através de uma pequena dotação orçamentária, também continuou o apoio. Infelizmente, uma série de desencontros funcionais co- locaram Waleska Falci em divergências com a direção do Palácio das Artes que resultaram em seu afasta- mento do cargo de gerente do Cine Humberto Mauro e, consequentemente, da Coordenação Geral do Festival. Sempre apoiado pela única presença constante em todos os anos do Festival, Márcia Valadares Viegas Lopes assumiu a coordenação do Festival em um momento delicado da sua existência. E desde então, o CEC vem buscando realizar e expan- dir o Festival em suas versões ocorridas desde o ano de 2003. Estamos, no momento, preparando o 9° Festival, a ser realizado em 2007. O Festival conseguiu manter um formatoque o mol- dou desde os seus primeiros momentos e buscou ampliar o horizonte de captação de filmes em todo o mundo. Hoje, mais de cinquenta países mandam fil- mes para as mostras competitivas. A produção atual de curtas do país passa toda por nossas competições. Todos os anos dezenas de mostras elegem focos te- máticos, homenageiam autores ou cinematografias nacionais, sempre buscando criar um clima de infor- mação e de confronto de ideias, poéticas, estéticas e linguagens. Visitantes ilustres têm estado conosco enriquecendo as relações entre os cinéfilos, os possí- > Encarte com a programação para o 8º Festival internacional de Curtas-metragens de Belo Horizonte, em julho de 2006 ___ 25veis realizadores, os profissionais de cinema e a co- munidade. Figuras como Fred Camper, Hans Joachim Schlegel, Jean Douchet, Alain Bergala, Jorge Laferla, Arlindo Machado, Eduardo de Jesus se juntam a con- vidados locais e nacionais para debates, tirados da crítica, da realização e da reflexão cinematográficas. O Festival faz acordos com outros eventos semelhan- tes pelo mundo. Os festivais de Clermont-Férrand, na França, de Huesca, Espanha, de Tampere, na Finlân- dia, a Mostra do Filme Livre, do Rio de Janeiro e ou- tros hoje, são parceiros do nosso Festival. Tenho a certeza que uma grande contribuição tem sido dada pelo Festival, em todos os anos da sua existência, para o desenvolvimento da atividade ci- nematográfica do nosso estado. É comum ouvirmos de jovens realizadores que “no ano passado está- vamos nas filas para ver filmes dos outros e neste ano estamos no Festival mostrando os nossos pró- prios filmes”. Reuniões classistas de âmbito local e nacional têm sido realizadas para a programação de temas e metas para o setor audiovisual brasileiro. Oficinas incorporam novos conhecimentos aos inte- ressados que as frequentam, anualmente. Julgamos que o Festival está num momento de consolidação e expansão. Para o CEC, o Festival trouxe a possibilidade de ter uma sede própria (que é compartilhada com a As- sociação Mineira de Cineastas e com o Instituto Humberto Mauro) além de assentar o seu acervo de publicações e documentos referentes à nossa área, ao mesmo tempo em que revê a sua estratégia de realizar os seus objetivos: desenvolver os estudos e a reflexão sobre o seu alvo maior, o cinema. No momento, procura-se fazer o Festival chegar a outras cidades do estado (Ipatinga, Coronel Fabri- ciano, Cataguases, Caxambu e outras cidades já es- tão programando repertórios do Festival) e o CEC busca o desenvolvimento de cursos profissionali- zantes e teóricos. Acabamos de receber o sinal ver- de para encontrar patrocínio (pela Lei de Incentivo à Cultura Federal, Rouanet) para uma publicação de iniciativa do CEC, “Dossiês Cinematográficos” (que deverá editar quatro números por ano). O Fes- tival tem um papel importante neste processo de expansão do CEC. Outros projetos estão se desdobrando: recentemen- te, o CEC foi procurado por um cineclube de Lisboa, Portugal, para a criação de uma ação conjunta e de colaboração mútua com o objetivo de difundir as cinematografias brasileira e portuguesa nos respec- tivos territórios e há a solicitação de um grupo de produção audiovisual de Cabo Verde, na África Por- tuguesa, para a criação de duas oficinas anuais de prática de produção naquele país. O CEC mudou, expandiu, profissionalizou-se; sempre fiel aos seus objetivos primeiros, buscou confirmar a sua vocação histórica de propor visões metodológi- cas, inteligentes e sistematizadas do fenômeno cine- matográfico mundial. E, certamente, contribuiu para o desenvolvimento da atividade cinematográfica em nossa cidade, em nosso estado, em nosso país. Outro importante difusor de curtas é o projeto Cineclube Curta Circuito, da Associação Curta Minas, pois retomou a tradição de apoiar a exibição de curtas-metragens. Uma das propostas do projeto Cineclube Curta Circuito é a exibição de filmes de outros estados em programações especiais. A Curta Minas vem demonstrando, assim, sua política de atuação, que consiste ainda na discussão de temas ligados ao audiovisual, oferecendo oportunidade de aproximação dos realizadores com o público e a sociedade em geral. Outro projeto desenvolvido pela Associação Curta Minas é a Mostra Curta Minas, realizado através do Fundo Munici- pal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte, hoje Fundação Municipal de Cultura, e possui o apoio da Fundação Clóvis Salgado – Cine Humberto Mauro. Como parte de seu objetivo, a Mostra Curta Minas exibe a produção mineira recente de curtas-metragens e pro- ___ 26 porciona encontros e discussões sobre o cinema brasileiro. Além dos filmes e vídeos produzidos no estado de Minas Gerais, também são convidados a participarem com exibi- ções, debates e produções, realizadores de outros estados (para trazer uma mostra de seus curtas mais recentes) e re- presentantes da Associação Brasileira de Documentaristas – ABD Nacional. A Associação Curta Minas, em 12 de janeiro de 2007, completou oito anos de existência. Segundo o seu presi- dente, Cláudio Continentino, em texto escrito para esta publicação: Isso é motivo de grande comemoração. Comemora- ção pelo fato de ser uma das ABD´s e que conquis- tou seu espaço no mercado audiovisual em pouco tempo, na busca de uma representatividade, de um mecanismo que simbolizasse os desejos de mudan- ça do cenário audiovisual na terra mineira. De ser apoio àqueles que lutam para exercer uma profissão cunhada pela beleza do valor cultural, de incessan- te presença nos rumos de uma política audiovisual a ser exercida, quer seja no âmbito das cidades, do estado, quer seja deste país. Acreditamos ser um exemplo a ser seguido. Nossas conquistas em oito anos foram muitas. Criamos o Prêmio Estímulo e com ele lançamos 21 filmes; nos- sa Mostra Curta Minas pretendida para este ano significará a sua quarta edição; participamos de inúmeros festivais, congressos, encontros e mostras por todo o país; o Cineclube Curta Circuito propiciou uma rede de exibição permanente de curtas e doc´s, sistematizada já em 2006 – onde assumimos, além da capital mineira, três cidades em regiões distintas do estado, unindo empreendedores locais, entida- > C o n v i t e para abertura da Mostra Curta Mi- nas, edição 1999 ___ 27des, universidade, secretarias de cultura – na con- cepção que nossas diferenças e necessidades devem ser superadas unindo os agentes da esfera pública, privada e as organizações da sociedade civil. Chegamos a um patamar de profissionalismo que considera questões administrativas, comunicacio- nais e de uma ação política estruturada – sinais de amadurecimento – preocupada com a formação de público, a regionalização e sempre em busca da de- mocratização do acesso aos nossos bens culturais, também nas salas de cinema. Podemos dizer que estes oito anos de Curta Minas foram em favor de uma política audiovisual justa. Queremos consolidar que a Curta Minas é uma Asso- ciação Estadual e, como tal, abrange todas as partes do estado, estando apenas sediada em Belo Horizon- te. Objetivo que se mantém desde o início, ratificado em nosso estatuto, inclusive, para ser mais do que a presença em projetos, mas nos futuros Núcleos Re- gionais da associação. Há quem diga que somos sinônimos de vanguarda. Neste momento está acontecendo o 1º Festival de Cinema da cidade de Montes Claros, norte do esta- do, e em alguns dias inicia-se a 10ª edição da con- solidada Mostra de Cinema de Tiradentes. A Curta Minas estará presente em ambasas cidades, mais do que isso, a ABD estará representada nos dois eventos. Fazemos parte do mercado audiovisual e isso é uma grande vitória para todos. A presença deste país pode ser encontrada em cada sotaque, junto à voz que vêm de Minas oficialmente desde 1999 e ter or- gulho sim, de ser um abdista, de ser parte de algo maior, resultante de nossa diversidade cultural. Outro projeto que passou a exibir sua programação no cine- ma foi o Ruído Digital, uma promoção do Itaú Cultural que inclui sessões de vídeo, lançamentos de livros, debates, per- formances multimídia e trabalhos interativos, com entrada franca em todas as sessões. Já o programa Rumos é um dos mais abrangentes em re- lação ao estímulo à produção artística e cultural do país, inclusive a contemporânea, sendo pioneiro em seu mape- amento. A iniciativa já apoiou o desenvolvimento de 535 projetos em Artes Visuais, Cinema e Vídeo, Música, Dança, Literatura e Mídia Arte. Outros festivais ocorrem na sala, como o Forumdoc.BH – Fes- tival do Filme Documentário e Etnográfico, Fórum de Antro- pologia, Cinema e Vídeo. Realizado pela Associação Filmes de Quintal e pela Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFMG, o Fórum é um espaço para exibição e também para a discussão de trabalhos que usam o audiovisual para construir um diálogo com a vida social e a diversidade cultural. As organizadoras Júnia Torres e Glaura Cardoso Vale fize- ram um artigo exclusivo para esta publicação com o intuito de destacar a importância do festival no cenário cinemato- gráfico. Neste artigo traçaram um balanço dos 10 anos de atividades do Forumdoc.BH: Cine Humberto Mauro, lugar que, há muito, abriga encontros: entre os amantes do cinema e o filme, en- tre os críticos e os olhares atentos do público para o novo, entre os passantes e a imagem ainda por se dissolver no fim da sessão, entre a mão e a xícara de café. Essa talvez seja a definição mais aproximada do que se tornou a relação do Forumdoc.BH – Fes- tival do Filme Documentário e Etnográfico – com o Cine Humberto Mauro nesses 10 anos. Um festival sempre em vias de se fazer, que não é produzido a partir de uma perspectiva pré-definida, respeitando, claro, escolhas conceituais, precedidas por longas discussões sobre o que se deveria apresentar, como apresentar e qual o motivo de tais mostras, encon- tram-se, no Humberto Mauro, o lugar próprio para que as inquietações que atravessam o grupo sejam divididas com o público, rediscutidas, repensadas, ampliando as possibilidades, o debate. ___ 28 Única sala “pública” de cinema da cidade, a Hum- berto Mauro bravamente resiste! Resiste como nós, do Forumdoc.BH – o mais duradouro festival de ci- nema na história de Belo Horizonte – aos filmes me- ramente comerciais, apontando outros caminhos. Humberto Mauro, espaço que abriga e sempre abri- gou propostas semelhantes às nossas, de visiona- mento de obras que se pautam pela liberdade cria- dora, para o cinema que pensa e faz pensar, para o cinema arte, para o cinema pesquisa, para o cinema linguagem. Nosso festival, que propomos à cidade de forma aberta, gratuita, é realizado, desde sua 1ª edição em 1997, na Humberto Mauro e, por que não dizer, existe por causa dessa sala. Humberto Mauro, antes “Sala”, hoje “Cine”, carinho- samente chamada por nós de HM. Relações eletivas e afetivas que têm possibilitado a interseção entre quem faz o festival e os filmes. Muitas das novas idéias para as edições futuras surgem ali mesmo, nas primeiras filas da sala, onde grudamos para ver os filmes, ou no saguão, fomentados pelos comen- tários a cada término das sessões, ou por desejos vividos naquele instante do filme, quando estamos todos sonhando de olhos abertos: o instante amplia- do. Quantas vezes, sentados no café, não repetimos para nós mesmos como seria bom exibir novamente “Cabra Marcado para Morrer”, do Coutinho? Filme emblemático que acabou fazendo parte de todos esses anos de Forumdoc.BH na Humberto Mauro. Nesses 10 anos de trajetória, a sala abrigou mostras que julgamos importantes para se pensar o cinema: “Retrospectiva Eduardo Coutinho”, “Documentários Clássicos” e “Retrospectivas Licínio Azevedo e Yves Billon” (1999), “Mostra Caravana Farkas” e “Jean Rouch e Germaine Dieterlen” (2000), “Filmar a Po- lítica”, “Mostra Jean-Louis Comolli” – realizador de documentários e um dos mais respeitados pensado- res do cinema da atualidade, participou pessoalmen- te de várias edições do festival – e “Homenagem a Leon Hirszman” (2001), “Imagens da Favela” e “Mos- tra Igloolik Isuma” (2002), “Mostra Novos Rumos do Documentário Brasileiro?” (curadoria de Jean-Claude Bernardet, 2003), “Retrospectiva João Batista de An- drade” e “Jean Arlaud” (2003), “Agnès Varda” (2004), “Mostra Fotógrafos do Documentário Brasileiro” – com a presença de Edgar Moura e Aloysio Raulino –, “John Marshall” e “Chris Marker” (2005), “Mostra > Cartazes para divulgação das edições 1 a 9 do Forumdoc.BH ___ 29Eduardo Escorel, direção e montagem”, “Cinema de Autor, Chantal Akerman”, “O Cinema Etnográfico de Timothy Asch” e “Mostra Cânone Íntimo” – cura- doria de Escorel (2006) –, dentre outras, além das competitivas Nacional e Internacional que, nesses 10 anos, apresentam parte do que o Brasil e o mundo vêm produzindo em documentários, além, claro, dos tradicionais encerramentos com sessões de Glauber Rocha. Destaca-se a importância que tem sido a Humberto Mauro para a troca entre os realizadores que aqui desembarcam e o público que se aventura participar da maratona de filmes e debates. Para lembrar as acaloradas discussões, destaca-se ainda a participação de Eduardo Coutinho, Ismail Xavier, Arthur Omar, Andrea Tonacci, Consuelo Lins, Vincent Carelli, Sarah Elder, Davi Kopenawa, Cristina Amaral e dos realizadores indígenas Tserewahu Xavante, Ze- zinho Yube Hunikui, Isaac Piñanta Ashaninka, Kumaré Ikpeng, dentre outros tantos que por aqui estiveram e deixaram sua contribuição. Ampliamos a programação para a Galeria Mari’Stella Tristão, com a Mostra da fotógrafa “Claudia Andu- jar” – em parceria com a Galeria Vermelho (2005) –, depois ganhamos as paredes do saguão, onde exibi- mos a Mostra Fotográfica “Quilombos” – de Pedro Aspahan, Shirly Ferreira e Cida Reis – e “Cinzas Sa- gradas” – de Lena Tosta e Olivier Boëls, comentadas pelos realizadores na Sala de Vídeo –, apenas para lembrar que a Humberto Mauro arrebata outros es- paços do Palácio das Artes, criando assim um am- biente também de errância. Nós nos misturamos aos passantes e estes se mistu- ram à equipe. Transitamos da sala para o jardim, do jardim para o café, do café para as galerias, e volta- mos para nova sessão. Passantes: como um longo travelling de Chantal Akerman. Para o Forumdoc.BH, não há melhor acontecimen- to: descer as escadas, encontrar-se com o cinema. Eis um dos sentidos de estar nesta sala que ocupa o subsolo de um palácio em pleno centro da cidade. Lugar ideal para nossa tentativa de democratizar o sonho! Espaço de formação fundamental para tan- tos de nós, que ali aprendemos – e pudemos – amar o bom cinema, queremos também celebrar os pro- gramadores da sala em todos esses anos, marcan- ___ 2 ___ 34 E como palhaço fui chamado, faz um ano e meio, para integrar o elenco do Cirque du Soleil. Estou feliz? Sim, estou. Estou no auge da minha carreira e sem correrias. Mas minha alma segue no Brasil, em diferentes e pequenos trabalhos e lutas diárias em prol da arte... aqui fica fácil entrar em cena para milhares de espectadores todosos dias... mas o de- safio e prazer que projetos como o Cineminha me traziam... ai, que falta me fazem. Um projeto que passou por dificuldades e que teve, em sua equipe, gente de garra e paixão que não deixou a idéia morrer nesses dez anos. Pra mim, esse projeto, integrado num espaço público, de uma entidade pública, é o mais importante projeto do qual participei; não por sua dimensão, mas por seus efeitos. Que os responsáveis permitam que mais e mais crianças desfrutem desse projeto, por mais 10, 100 anos: é um projeto feito com alma e para as almas. Que me seja permitido, como já pedi, que quando da minha volta para o Brasil, após finalizar minha car- reira no Soleil, possa, uma vez mais, ser o recreador do Cineminha. Além das mostras, festivais e parcerias, o Cine Humberto Mauro exibe lançamentos de filmes brasileiros e abre es- paços para eventos que dialogam com o cinema em geral e, com isso, descrever todos que foram exibidos nesse local seria uma tarefa longa e leitura aborrecida. Assim sendo, enumero somente as mostras e os períodos em que ocor- reu a exibição. Optei por apresentar um levantamento da- queles filmes exibidos na sala do Centro de Informação e Documentação Audiovisual, mesmo antes da existência do espaço atual, por considerá-lo o embrião do cinema e por ser um material inédito cedido pelo coordenador Wagner Corrêa de Araújo. Desde 1972, filmes em vários formatos, super 8, 16 mm e depois 35 mm, foram exibidos em diversos espaços do Pa- lácio das Artes. 1976 O fundador do cinema Wagner Corrêa de Araújo organizou um histórico sendo a primeira sessão em 35 mm com o fil- me Macbeth, de George Schaeffer no Grande Teatro, no dia 09 de maio de 1976, às 17h. Maio • Dia 14 – Sala do Centro de Informação, Documentação e Audiovisuais (FPA), Exibição de Série de Documentários so- bre Teatro Brasileiro • Dia 22 – A Gata Borralheira, filme com o Balé Bolshoi Seguindo-se sempre aos sábados ou domingos no mesmo horário: Don Quixote, Direção de Rudolf Nureyev Othelo, com o Balé Bolshoi Lago dos Cisnes, com Margot Fonteyn e Nureyev Dama de Espadas, com o Balé Bolshoi Alexandre Nevsky, com Eisenstein Junho • Festival A. Wajda, no Grande Teatro. Projeção em 35 mm Dia 05 – Cinzas e Diamantes – 1958 Dia 13 – Bétula – 1970 Dia 19 – Panorama Após a Batalha – 1970 • Mostra de Documentários Brasileiros Dia 08 – Exibição na sala do CIDA/FPA – Centro de Informa- ção, Documentação e Audiovisuais (Antiga Galeria Genesco Murta, futura Sala Humberto Mauro) – 16 mm Completando a programação, no dia 20 houve exibição do filme Bodas, de Andrezj Kojowski, representante do Cinema Polonês. Dia 22, O Amuleto de Ogum (1974), de Nelson Pe- ___ 35reira dos Santos exibido no Grande Teatro (filme 35 mm) e dia 28 o Cinema Italiano Inédito se fez presente no Grande Teatro com o filme Uirá, um Índio em Busca de Deus (1974), de Gustavo Dahl (filme 35 mm). Apresentações aos sábados e domingos. Setembro • Exibição dos seguintes filmes, na sala do CIDA – 16 mm A Dama Sem Camélias, de Antonioni – 1953 Os Noivos, de Ermano Olmi – 1963 Um Homem a Queimar, de Valentino Orsini – 1962 O Tempo Parou, de Ermano Olmi – 1959 • Cinema Romeno. Sessões aos sábados, domingos e segun- das, no Grande Teatro – 35 mm O Baile de Sábado a Noite, de G. Saizescu – 1967 A Floresta dos Enforcados, de Liviu Ciulei – 1964 O Signo da Virgem, de M. Gheorghiu – 1967 A Última Noite da Infância, de Savel Stropul – 1966 • Cinema Polonês de Animação. De 11 a 14, todas as ses- sões às terças e sextas, no Grande Teatro – 35 mm • Cinema Alemão – Raridades de 1913 a 1943. Exibição no Grande Teatro – 35 mm O Estudante de Praga, de Stellan Rye – 1913 Os Olhos da Múmia, de E. Lubitsch – 1918 Madame Dubarry, de E. Lubitsch – 1919 Despojos, de Lupu Pick – 1921 Os Marginais, de Gerhard Lamprecht – 1924 Os Tecelões, de Friedrich Selnik – 1927 Tragédia no Prostíbulo, de Bruno Rahn – 1927 Ariane, de Paul Czinner – 1931 Rasputin, de Adolf Trotz – 1931 O Túnel, de Kurt Bernhardt – 1933 Mazurka, de Willi Forst – 1935 Bel Ami, de Willi Forst – 1939 A Quem os Deuses Amam, de Karl Hartl – 1943 • Documentários do Cinema Brasileiro. Dias 17, 20 e 26 na Sala Genesco Murta – 16 mm Carmen Miranda, de Jorge Ileli – 1969 O Cinema Falado, de Julio Helbron – 1970 Nélson Filma, de Luis Carlos Lacerda – 1971 Sedução, de Fauzi Arap – 1974 • Mostra de Curtas Mineiros • Mostra de Super 8 Mineiro • Mostra 4 Épocas do Cinema Francês. De 18 a 21, no Gran- de Teatro – 35 mm Sangue de um Poeta, de Cocteau – 1930 Paris 1900, de Nicole Vedrés – 1947 A Guerra Acabou, de Resnais – 1966 Rude Journée Pour La Reine, de René Allio – 1973 Outubro • Mostra Cinema Brasileiro. Dias 03, 04, 05 na Sala Genesco Murta – 16 mm Getúlio Vargas, de Ana Carolina – 1974 Tormenta, de Igino Bonfioli – 1931 O Homem do Corpo Fechado, de Schubert Magalhães – 1972 • Cinema de Expressão Francesa, de 19 a 22 F Comme Fairbanks, de Maurice Dugavson – 1976 Xalá, de Sembene Ousmane – 1975 A Verdadeira Natureza de Uma Mulher Chamada Berna- dette, de Gilles Carles – 1973 Novembro Entre os dias 05 e 30 foram exibidos os filmes: O Golem, de Paul Wegener – 1920 Os Marginais, de Gerhard Lamprecht – 1924 O Gabinete das Figuras de Cera, de Paul Leni – 1924 Povo no Domingo, de Robert Siodmark, Fred Zinnemann, Billy Wilder e Edgard Ulmer – 1928 Ópera dos Três Vinténs, de Pabst – 1931 Berlin Alexanderplatz, de Hans Steinhoff – 1931 A Moça de Fone, de Hans Schweikart – 1941 ___ 36 • Mostra de Filmes Sobre Teatro. Dia 05, na Sala Genesco Murta – 16 mm La Direction dês Acteurs, de Jean Renoir – 1972 Shakespeare in the Park, de Joseph Papp – 1954 Portrait de Molière, de Jean Louis Barrault – 1964 The Class, de John Schlesinger – 1960 Nos dias 16, 23 e 30 no Grande Teatro, exibição de filmes em 35 mm, dentro da programação de 3 temas: Cinema Francês de Animação, Audiovisuais Mineiros e Filmes Experimentais Norte Americanos. Novembro/Dezembro • Novo Cinema Suíço. Com exibição dos filmes: A Extradição, de Peter Von Guten – 1973 A Fuga, de Michel Souter – 1973 O Macaco, de Michel Souter – 1974 La Paloma, de Daniel Schmidt – 1974 A Morte do Diretor do Circo de Pulgas, de Thomas Koer- fen – 1973 O Meio do Mundo, de Alain Tanner – 1974 A Última Oficina de Passamaneiros, de Yves Yersin – 1973 No jornal Estado de Minas, edição de 24/11/1976, foi pu- blicada uma notícia sobre exibições de filmes no espaço do Palácio das Artes: (...) Prosseguindo na série sobre o cinema brasileiro, o Centro de Informação, Documentação e Audiovisu- ais, CIDA/FPA, apresenta nesta quarta-feira, dia 24, às 20 horas, quatro significativos curtas-metragens abordando o cinema nacional em ângulos diversos. 1977 Ano de grandes Mostras Internacionais Março • Retrospectiva Fritz Lang. De 16 a 24 de março, na Sala Ge- nesco Murta – 16 mm A Morte Cansada – 1921 Dr. Mabuse o Jogador – 1922 Dr. Mabuse Inferno do Crime – 1922 Os Nibelungos – 1923/1924 Metrópolis – 1926 M – O Vampiro de Dusseldorf – 1931 Abril • O Novo Cinema Polonês. No Grande Teatro – 35 mm Dia 02 – Iluminação, de Krystof Zanussi – 1973 Dia 03 – Borboletas, de Janusz Nasfeter – 1973 Dia 05 – A Estrutura de Cristal, de Krzystof Zanussi – 1969 Dia 06 – O Balanço Trimestral, de Krzystof Zanussi – 1975 Dia 19 – Vermelho e Dourado, de Stanislaw Lenartowicz – 1969 Dia 20 – O Dilúvio, de Jerzy Hoffman – 1974 Dia 26 – Tão Distante-Tão Perto – 1971 • Mostra O Jovem Bergman. De 13 a 17, na Sala Genesco Murta No Limiar da Vida – 1958 MorangosSilvestres – 1958 O Rosto – 1959 A Fonte da Donzela – 1960 Através do Espelho – 1961 • Retrospectiva Werner Herzog. De 21 a 29, na Sala Genesco Murta Sinais de Vida – 1968 Fata Morgana – 1970 Também os Anões Começaram Pequenos – 1970 Aguirre, a Ira de Deus – 1972 Maio Dia 03 – Mostra Jan Lenica. Cinema de Animação. Sala Ge- nesco Murta ___ 37Dia 04 – Malpertuis, de Harry Kumel – 1973. Cinema Belga exibido no Grande Teatro • Escola Inglesa de Documentários. Dias 05 e 06, na Sala Genesco Murta Song of Ceylon, de Wright e Grierson – 1936 North Sea, de Alberto Cavalcanti – 1938 The Cumberland History, de Humphrey Jennings – 1947 Together, de Claude Goretta – 1955 Nice Time, de Claude Goretta e Alain Tanner – 1957 We Are the Lambeth Boys, de Karel Reisz – 1959 • Mostra Cinema de Animação Francês. De 10 a 13, na Sala Genesco Murta Fábulas de la Fontaine O Urso Colargol Oum, le Dauphin • Cinema Brasileiro com Jurandyr Passos Noronha. Entre os dias 17 e 19, com palestras e projeções, além da exibição do documentário: Panorama do Cinema Brasileiro – 1968 • Mostra McLaren. Cinema de Animação Canadense, nos dias 25 a 27 • Teatro Brasileiro no Cinema. Dia 31, com a programação: A Linguagem do Teatro, de João Bethencourt – 1966 Cacilda, de João Cândido – 1970 A Viagem, de João Cândido – 1974 Eu Sou Vida, Eu Não Sou Morte, de Haroldo Marinho Bar- bosa – 1970 Junho • Escola Inglesa de Documentários. Entre os dias 02 e 10, na Sala Genesco Murta. Tal programação entrou no lugar da Mostra Novo Cinema Português, que foi interditada pela Censura Federal (BH) e trazia os filmes: Perdido Por Cem, de Antonio Pedro Vasconcelos – 1973 A Promessa, de Antonio de Macedo – 1971 O Mal Amado, de Fernando Matos Silva – 1972 • Cinema Alemão de Crítica Social do Período Pré-Nazista. Entre os dias 14 e 17: O Último Homem, de F. Murnau – 1924 A Rua Sem Alegria, de W. Pabst – 1925 Os Tecelões, de F. Selnik – 1927 Tragédia no Prostíbulo, de Bruno Rahn – 1927 • Cinema Mineiro de Ontem. Nos dias 21 e 22 Tormenta, de Igino Bonfioli – 1930 Despertar de Um Horizonte, de Zoltan Glueck – 1958 • Cinema Soviético Contemporâneo. Entre os dias 23 e 30, no Grande Teatro: > Cartaz para mostra do Cinema Soviético Contemporâneo, realizado em junho de 1977 ___ 38 Dia 23 – Estação Bielo Rússia, de Andrei Smirnov – 1973 Dia 24 – Poema da Dança, de Vadim Derbenyov – 1973 Dia 26 – O Mistério da Porta de Ferro, de M. Ivzovsky – 1970 Dia 28 – Lika, o Amor de Tchekov, de S.Yutkevitch – 1971 Dia 29 – Ao Lado de Um Amigo, de A. Abramov – 1972 Dia 30 – A Estréia, de Gleb Panvilov – 1971 Julho • Novo Cinema Alemão. Entre os dias 01 a 08, na Sala Ge- nesco Murta: Trabalho de Uma Escrava, de Alexander Kluge – 1974 Effi Briest, de R. Werner Fassbinder – 1972/1974 Um Aborto Muito Difícil, de Michael Verhoven – 1973 Movimento Errado, de Win Wenders – 1975 John Gluckstadt, de Ulf Miehe – 1975 Lina Braake ou Os Interesses do Banco Não Podem Ser os de Lina Braake, de Bernhard Sinkel – 1975 De 09 a 31 de julho, a programação de cinema foi interrom- pida para as atividades do V Salão Global de Inverno Agosto • Cinema Árabe. Dia 09, no Grande Teatro: A Múmia, de Chadi Abdel Salam – 1969 E no dia 10, na Sala Genesco Murta, exibição de curtas e documentários árabes • Novo Cinema Iugoslavo. No Grande Teatro: Dia 16 – Malditos Somos Irina, de Kole Angelowski – 1973 Dia 17 – O Guarda da Praia no Inverno, de Goran Paskljevic – 1976 Dia 19 – Quando Vem o Leão, de Bostjan Hladnik – 1972 Dia 21 – O Lobo Solitário, de Obrad Gluscevic – 1972 Dia 24 – Walter Defende Sarajevo, de Hajrudin Krvacac – 1972 Dia 26 – Como Morrer, de Miomir Stamenkovic – 1972 Dia 27 – O Pequeno Capitão Mikula, de Obrad Gluscevic – 1974 No dia 28, na Sala Genesco Murta, houve exibição de cur- tas-metragens brasileiros, com clássicos e inéditos • Cinema Experimental Americano, nos dias 29 a 31: Omega, de Donald Fox – 1969 > Folder com pro- gramação para Mostra de Cinema Dinamarquês, realizado em setembro de 1977 ___ 39Feasting, de Louis Grenier – 1968 The Father, de Mark Fine – 1970 Child Introduction To Cosmos, de Hal Barwood – 1969 Totem, de Ed Emschwiller – 1966 Pulse, de Peter Spoeker – 1969 Setembro • Teatro Brasileiro no Cinema. Dia 01, na Sala Genesco Mur- ta, exibição de documentários • Teatro Alemão no Cinema. Dia 02, na Sala Genesco Murta • Teatro Americano no Cinema. Dia 03, na Sala Genesco Murta • Cinema Dinamarquês. De 08 a 11, no Grande Teatro: A Terra é Plana, de Henryk Stengerup – 1977 O Vendedor de Sonhos, de Jenrss Razns – 1975 Aqui Começa Meu Mundo, de C. Thomsen – 1976 Um Policial, de Anders Resn – 1976 • Mostra Cinema Contra a Guerra. Dias 14 a 17, na Sala Ge- nesco Murta: Fronteira Ocidental 1918, de Pabst – 1930 O 20 de Julho, de Falk Harnack – 1955 A Ponte, de Bernard Wicki – 1959 O Transporte, de Jurgen Roland – 1961 • Mostra Jean Cocteau. Dias 20 a 23 O Sangue de Um Poeta – 1930 A Águia de Duas Cabeças – 1947 O Pecado Original – 1948 O Testamento de Orfeu – 1960 Dias 27 e 28: Filmes Experimentais Canadenses Dias 29 e 30 – Audiovisuais Mineiros Outubro • Mostra 30 Anos de Cinema Francês. Dia 01, na Sala Ge- nesco Murta: Zero de Conduta, de Jean Vigo – 1932 • Mostra Werner Herzog, dias 02 a 07: No País do Silêncio e das Trevas – 1971 Aguirre – 1972 Também os Anões Começaram Pequenos – 1970 Fata Morgana – 1969 Sinais de Vida – 1968 • Mostra Retrato de Wim Wenders: Dia 08 – Alice nas Cidades – 1972 Dia 09 – Movimento Errado – 1975 Dias 08, 09 e 12 – Exibição de Desenhos Animados Europeus Dia 10 – Mostra Beethoven no Cinema com o filme: Ludwig Van, de Maurice Kagel – 1970 Dia 13 – Cinema Mineiro Super 8 Dia 14 – No Grande Teatro, mostra Curta-Metragem Brasileiro • Mostra Homenagem a Humberto Mauro: Dia 16 – Lábios Sem Beijos – 1930 Dia 23 – Ganga Bruta – 1932 Outros filmes na programação do mês: Dia 17 – A Quermesse Heróica, de Jacques Feyder – 1935 Dia 19 – O Vermelho e o Negro, de C.Autant Lara – 1954 Dia 20 – Exibição dos filmes: Crianças Sem Destino, de Jean Delannoy – 1955 e Therese Desqueyroux, de Georges Franju – 1962 • Balé, Ópera e Teatro no Cinema: Dia 16 – Spartacus, com Bolshoi Ballet Dia 22 – Príncipe Igor, com Bolshoi Opera and Ballet Dia 24 – A Gaivota, de A. Tchekov. Filme soviético Dia 26 – Russalka, de Dvorak. Filme tcheco • A VI Jornada Brasileira de Curta-Metragem de Salvador foi exibida dia 26, na Sala Genesco Murta Novembro • Mostra Cinema Tcheco Contemporâneo. Dias 03 e 04, no Grande Teatro: Velhas Lendas Tchecas, de Jiri Trnka – 1953 O Horóscopo de Joaquim, de Oldrych Lipsky – 1974 • Clássicos do Cinema de Animação Tcheco ___ 2 ___ 50 conciliação”, de Rudolf Thome (1964), “A Metade de Uma Vida”, de Christine Noll Brinckmann (1983) e “Negative Man”, de Cathy Joritz (1985). Outubro • Instituto Goethe – Inserção de atividades do instituto na programação cultural dos meses de outubro, novembro e dezembro • Mostra Cinema e Totalitarismo • Mostra Before Hollywood • Mostra Cinema da Nicarágua • Exibição de Trama Familiar, de Emiliano Ribeiro – 1970 Novembro De 16 a 20 – Mostra Aron Feldman O jornal Estado de Minas divulgou a exibição de filmes do cineasta Aron Feldman: “Depois de mais de 30 anos do cinema, o cineasta Aron Feldman ainda permanece praticamente des- conhecido ao público, embora seja conhecido da censura pelos seus filmes que denunciam a realida- de brasileira. Para reduzir esta defasagem, o Palácio das Artes vai promover uma mostra de seusfilmes, de 16 a 20 de novembro, na Sala Humberto Mau- ro, ao lado de uma exposição de arte fotográfica do artista, inédita em Belo Horizonte. No dia 16, será realizada a première de seu último filme, “Odisséia de Um Cadáver”, um longa de 70 minutos, produzido em vídeo.” Dezembro • Mostra do Cinema Japonês com os filmes: Não Lamento Minha Juventude, de Kurosawa – 1946 Era Uma Vez em Tóquio, de Yasujiro Ozu – 1933 Os Amantes Crucificados, de Kenji Mizoguchi – 1954 1989 Março • Mostra Literatura Argentina no Cinema: A Intrusa, de Carlos Hugo Christensen – 1979 O Homem da Esquina Rosada, de René Mugica – 1962 A Invasão, de Hugo Santiago Muchnick – 1969 Os Sete Loucos, de Alfredo Alcón – 1973 O Brinquedo Assanhado O Beijo da Mulher Aranha, de Hector Babenco – 1985 Pubis Angelical, de Manuel Puig – 1979 Crescer de Repente O Poder das Trevas Em 15/03/1989, o jornal Diário de Minas, destaca o cinema e literatura da mostra: Cinema, um jeito gostoso de ver como anda a Lite- ratura Argentina. E agora podem ser vistos na cole- tânea de adaptações literárias que a Sala Humberto Mauro do Palácio das Artes está exibindo. “Literatu- ra Argentina no Cinema” é uma promoção da Fun- dação Clóvis Salgado e do Instituto Cultural Brasil- Argentina. A mostra começou na última terça-feira e vai até o dia 23, com duas sessões diárias, às 18:30 e 20:30 horas. Abril • Mostra Clássicos da Época de Ouro do Cinema • Mostra Inéditos Poloneses Uma marca fundamental da Sala é o lançamento de filmes inéditos. No jornal Hoje em Dia, datado de 04/04/1989, lemos: A mostra Inéditos Poloneses, que a Sala Humberto Mauro, do Palácio das Artes, apresenta a partir de hoje até domingo, é um exemplo do desconhecimen- to do público brasileiro em relação ao cinema que se faz atualmente na Polônia. Inéditos Poloneses – ___ 51 > Convite popcard para abertura da mostra Uma Vanguarda Cinematográfica dos Estados Unidos da América, realizada em agos- to de 1989 Mostra de filmes da última geração de cineastas po- loneses. “Os Amantes de Minha Mãe”, “Batismal”, “Investigação Privada”, “O Barítono”, “O Amador”, “Estou Contra”. Maio • Mostra Cinema de Autor • Mostra Éric Rohmer Julho • Semana del Cine Español en Brasil 1989 • Mostra Clássicos da Cinemateca • Mostra Cinema Novo Português • Mostra Révolution et Libertés E sobre a Mostra Révolution et Libertés, o jornal Hoje em Dia, de 06/07/1989 destaca: Em cartaz, dois bons exemplos do cinema revolucio- nário e ousado. A mostra Révolution et Libertés, em cartaz na Sala Humberto Mauro (Palácio das Artes). (...) “O Encouraçado Potemkin” (Bronenosec Pote- mkin) – Elenco: Aleksander; direção Sergei Eisens- tein. “O Leão de Sete Cabeças” – Direção e Roteiro: Glauber Rocha. De 13 a 16 – Mostra Kino Glasnost O jornal Hoje em Dia, de 13/07/1989, faz a seguinte menção à mostra: MOSTRA KINO GLASNOST TRAZ À LUZ O CINEMA MALDITO DA UNIÃO SOVIÉTICA. Kinoglasnost – Mostra do cinema soviético da era glasnost. Hoje, “Os Sinos de Chernobyl”, de Rolan Sergeenko, e “Despedida de Matyora”, de Elem Kli- mov. Amanhã, “Kin Dza Dza”, de Georgui Danelia, e “A Lenda da Fortaleza Suram”, de Serguei Parad- janov. Sábado, dia 15, “Despedida”, de Matyora, “Tema”, de Gleb Panfilov, e “A Lenda da Fortaleza Suram”. Domingo, dia 16, “Romance Cruel”, de Ria- ___ 52 zonov, “Tema” e “A Lenda da Fortaleza Suram”: perí- odo de 13 a 16 de julho. Agosto • Mostra Uma História da Vanguarda Cinematográfica dos Estados Unidos da América • 1943–1971 • Mostra de Cinema Chinês Outro ponto importante são as mostras e cinematografias de difícil circulação. No jornal Hoje em Dia, de 12/08/1989, é apresentado: MOSTRA ESPECIAL DE CINEMA CHINÊS Desta nova produção, o Palácio das Artes e o Centro de Estudos Cinematográficos exibem 10 longas iné- ditos, de hoje até domingo da semana que vem, na Sala Humberto Mauro. Cinema de Formosa – Mostra de filmes produzidos na China Nacionalista. Progra- mação hoje: “Um Verão na Casa do Vovô”, às 16:30 e 20:30 horas e “Ah Fei”, às 18:30. Amanhã, domingo, “Um Verão na Casa do Vovô” e “Ah Fei”, terça, dia 15 “O Casamento” e “A Roda da Vida”; quarta-feira dia 16 “A Roda da Vida” e “Minha Estação Favorita”; quinta dia 17, “A Mulher do Norte” e “Amor de Jade”; sexta dia 18 “A Reunião” e “A Mulher do Norte”; sá- bado dia 19 “Os Terroristas” às 16:30 e 20:30 horas e “Aquele Dia na Praia”, às 18 horas; Domingo dia 20 “Um Verão na Casa do Vovô” e “Aquele Dia na Praia”. Setembro • Primeira Mostra Banco Nacional de Cinema De 07 a 13 – Mostra Caminhos da Liberdade Outubro • Mostra Jean Cocteau Novembro • Mostra Robert Wise 1990 O ano de 1990 se inicia com notícias de grande repercus- são para a Sala Humberto Mauro, além de programação in- tensa e variada. Já em fevereiro, no jornal Hoje em Dia, de 06/02/1990, era apresentado o novo diretor e seus planos: A Sala Humberto Mauro entra novamente, a partir de hoje, no circuito cinematográfico da cidade; o iní- cio das atividades, em 1990, traz como novidade a mudança na direção da Divisão de Cinema da Fun- dação Clóvis Salgado, responsável pela casa, com a presença de José Zuba Jr., em substituição a Ivanildo César Cláudio que, por motivos profissionais, trans- feriu-se para São Paulo. A reabertura da sala acon- tece com a exibição da mostra “Depois do Muro”. (...) Os filmes são “Olhos Negros”, de Nikita Michalkov; “Amores de Uma Loira”, de Milos Forman; “Comp- lô Contra a Liberdade”, de Agnieska Holland; “Sem Anestesia” e “Tudo à Venda”, de Andrzej Wajda. (...) Pretendemos oferecer na programação filmes de qualidade artística indiscutível, que exerçam a formação intelectual do espectador, mas ao mesmo tempo, procurando não ser elitista, não ficar distan- te do público. Afinal, trata-se de uma Fundação do Estado, observa. Três seminários estão previstos, to- dos com realização de debates após a exibição dos filmes: Cinema e Religião – leituras da figura de Cris- to no cinema; Cinema e Publicidade, O Duplo no Ci- nema – abordagem psicológica. Quando o mal rou- ba a cena, filmes onde o vilão convence mais que o mocinho; Filmes Relâmpagos, fitas de qualidade que por falta de divulgação não chegaram ao circuito; o original e sua cópia, filmes baseados em outros. De ___ 53 acordo com Zuba Jr., a sala está em boas condições, os projetores em perfeito estado para funcionamen- to. Permanecem os problemas de refrigeração e po- sicionamento da tela. Ainda em fevereiro, houve as seguintes mostras: • Mostra Isabelle Adjani – 2x Isabelle Adjani • Mostra Depois do Muro, com os filmes: Olhos Negros, de Nikita Mikhalkov – 1987 Amores de Uma Loira, de Milos Forman – 1965 Complô Contra a Liberdade, de Agnieszka Holland – 1988 Sem Anestesia (1978) e Tudo à Venda (1969), de A. Wajda Entre os dias 23 a 29 – Semana do Japão Março • Instituto Goethe – Inserção de atividades do instituto na programação cultural dos meses de março, abril e maio De 28 a 30 – “Encontro Cultural de Minas 3” Abril • Mostra Novo Cinema • Mostra Jean Vigo Maio • Mostra Cinema e Autômato • Mostra Original e a Cópia • Mostra do Cinema Tcheco. A mostra exibiu quatro filmes, sendo que três foram inéditos em Belo Horizonte: Minha Pequena Aldeia, de Jiri Menzel – 1985 Casa para Dois, de M. Zabransky – 1981 Buldogues e Cerejas, de J.Herz – 1981 Saudações ao Planeta Terra, de O. Lipsky – 1982 A Mostra do Cinema Tcheco foi matéria no jornal Hoje em Dia, de 08/05/1990: O CINEMA TCHECO DOS ANOS 80, EM EXIBIÇÃO NA HUMBERTO MAUROHoje tem início na Sala Humberto Mauro uma pe- quena mostra do cinema Tcheco. São quatro filmes, > Panfleto com a programação da Mostra de Cinema Austría- co: 1926–1978, realizada em junho de 1990 ___ 54 sendo que três são inéditos em Belo Horizonte. Todos eles foram realizados na década de 80, daí o inte- resse dessa mostra que dará uma pequena ideia do que é o atual cinema daquele país. “Minha Pequena Aldeia” – é uma realização de 1985 do diretor Jiri Menzel. “Casa para Dois” – filme do cineasta M. Zabransky. “Buldogues e Cerejas” – filme de J. Herz realizado em 1981. “Saudações ao Planeta Terra” – Filme de O. Lipsky realizado em 1982. Completando a programação do mês, foram exibidos filmes com temática racial, conforme divulgado em matéria no jor- nal Estado de Minas, na edição de 23/05/1990: Cultura negra no cinema. A programação de cinema reserva dois filmes preciosos – “A Cor Púrpura”, de Steven Spielberg, e “Ori”, de Raquel Gerber – devida- mente comentados por debates e palestras, na Sala Humberto Mauro. “Ori”, de Raquel Gerber, está es- treando em BH. Junho • Mostra Italianos Ilustres Dia 11 – “Encontro Cultural de Minas 4” Julho • Mostra Cinema Austríaco 1926–1978, nos dias 18 a 31 Agosto De 17 a 31 – Mostra O Cinema Vê a Guerra Setembro • Mostra Mistério e Suspense, de 02 a 16 • Mostra Rebeldes Com Causa: As Cores da Violência, de Dennis Hooper – 1988 Caminhos Violentos, de James Foley – 1986 Um Rosto Sem Passado, de Walter Hill – 1989 Zuba organizou grandes mostras temáticas, como aparece no jornal Estado de Minas, em 23/09/1990: Na Sala Humberto Mauro, “A Violência Contempo- rânea”. Rebeldes Sem Causa era o título original de Juventude Transviada, o filme de Nicholas Rav. Como podemos constatar na mostra Rebeldes Com Causa, que começa hoje na Sala Humberto Mauro. São três filmes, entre os quais uma obra-prima, “As > Folder com a programação da mostra Fritz Lang, ocorrida em dezembro de 1990 ___ 55Cores da Violência”, de Dennis Hooper. “Caminhos Violentos” (At Close Range, USA, 1986, direção de James Foley). “As Cores da Violência” (Colors, USA, 1988, direção de Dennis Hopper). “Um Rosto Sem Passado” (Johnny Handsome, USA, 1989, direção de Walter Hill). Outubro Dias 12 a 24 – Mostra O Olhar Infantil Dias 25 a 31 – Mostra Quatro Filmes Franceses dos Anos 40 Novembro • Mostra 15 Anos Sem Pasolini, entre os dias 01 a 11 • Mostra Sirk + Godard = Fassbinder O jornal Hoje em Dia, datado de 13/11/1990, publicou: CINEMA DE FASSBINDER É DESTAQUE Tem início hoje, na Sala Humberto Mauro, do Pa- lácio das Artes, a mostra “Sirk + Godard = Fassbin- der”, que traz novamente a Belo Horizonte dois dos filmes menos conhecidos do cineasta alemão, “Bao- lewiser” e “Roleta Chinesa”. Completando a mostra, serão exibidos “Viver a Vida”, de Jean-Luc Godard e “La Habanera”, de Douglas Sirk, os diretores que, segundo o próprio Fassbinder, foram os que mais in- fluenciaram em sua carreira cinematográfica. Completando a programação do mês, nos dias 23 a 28, exi- bição da Mostra Histórias de Amor. Sobre essa, o jornal Mi- nas Gerais, de 23/11/1990, apontava: FESTIVAL DE “CULTS” DE AMOR A Fundação Clóvis Salgado promove, na Sala Hum- berto Mauro, até dia 28 deste mês, a mostra “His- tórias de Amor”, composta dos filmes “Casablanca”, de Michael Curtiz; “Mulheres à Beira de Um Ataque de Nervos”, de Pedro Almodóvar; “Amor Bruxo”, de Carlos Saura e “Nunca Te Ví, Sempre Te Amei”, de David Hugh Jones. Dezembro Dias 04 a 13 – Mostra Fritz Lang Dias 18 a 23 – Mostra Júlio Bressane > Folder com a programação da mostra Julio Bressane, em dezembro de 1990 ___ 2 ___ 912005 O ano de 2005 começa sua programação no mês de maio, oferecendo ao público mostras e filmes diversificados e re- tomando projetos clássicos de exibição. Maio De 04 a 08, foi realizada a Retrospectiva do Festival É Tudo Verdade Dia 16 – Lançamento de curtas em vídeo: Colabore De 17 a 22 – Mostra Estrelas do Cinema Francês De 24 a 29 – Retrospectiva Jorge Furtado Dia 30/05 – Exibição do Curta Fátima De 31/05 a 05/06 – Mostra Cinema Português Contemporâ- neo com os filmes: Os Imortais, de Antônio Pedro Vasconcelos – 2003 Jaime, de Antônio Pedro Vasconcelos – 1998 Quem És Tu, de João Botelho – 2001 Tráfico, de João Botelho – 1998 Sapatos Pretos, de João Canijo – 1998 Cinco Dias Cinco Noites, de José Fonseca e Costa – 1996 Rasganço, de Raquel Freire – 2001 Junho De 07 a 19 – Mostra Manuel de Oliveira com os filmes: Palavra e Utopia – 2000 Não ou A Vã Glória de Mandar – 1990 Vou Para Casa – 2000 Viagem ao Princípio do Mundo – 1997 Inquietude – 1998 De 21 a 10/06 – Mostra Italianos: Pasolini + Monicelli Julho 12 a 20 – Mostra Wladimir Carvalho e Eduardo Leone • 7º Festival Internacional de Curtas-Metragens de Belo Ho- rizonte Agosto De 02 a 14 – Mostra Inéditos em BH: Primeiro Filme Uma meta do Cine Humberto Mauro foi sempre estar lan- çando filmes inéditos e relançando clássicos. A proposta da Mostra é trazer, ao longo do ano, filmes que não foram lan- çados no circuito comercial de cinemas de Belo Horizonte, mas que se enquadram no perfil exibidor da sala. Na Mostra Inéditos, foram apresentados os filmes de estréia de três diretores diferentes: Gosto de Sangue (1984), primeiro fil- me dos Irmãos Coen – dupla responsável por clássicos do cinema americano como Barton Fink (1991) e Fargo (1996); O Pântano (2001), primeiro longa de ficção da diretora Lu- crécia Martel – um dos nomes mais expressivos da nova produção argentina; e O Agente da Estação (2003) primei- ro filme do diretor americano Thomas McCarthy, ganhador dos prêmios do público e do especial do júri no festival de Sundance em 2003. > Panfleto para lançamento dos curtas em vídeo Colabore, em maio de 2005 ___ 92 Setembro Dia 05 – Exibição do Curta: Liberdade Ainda que à Tardinha, de Luiz Guimarães de Castro – 2001 De 09 a 25 – Mostra Godard: Trilogia do Sublime De 27/09 a 02/10 – Mostra Do Teatro à Tela Novembro De 01 a 13 – Mostra Aleksandr Sokurov com os filmes: Moloch – 1999 Arca Russa – 2002 Taurus – 2001 De 14 a 25 – 3ª edição do Mumia: Mostra Udigrudi Mundial de Animação De 18 a 27 – Realização do 9º Festival do Filme Documentá- rio e Etnográfico – Fórum de Antropologia, Cinema e Vídeo – Forumdoc.BH De 29/11 a 4/12 – Cinema Francês Durante a Segunda Guer- ra (exibição de filmes com legendas em espanhol): Le Mariage de Chiffon, de Claude Autant-Lara – 1942 Remorques, de Jean Grémillon – 1941 La Nuit Fantastique, de Marcel L’Herbier – 1942 Goupi Mains Rouges, de Jacques Becker – 1943 Laissez-Passer, de Bertrand Tavernier – 2002 Douce, de Claude Autant-Lara – 1943 Les Enfants Du Paradis, de Marcel Carné – 1945 Le Corbeau, de Henri-Georges Clouzot – 1943 Dezembro De 06 a 21 – Mostra Todd Solondz com os filmes: Bem-Vindo à Casa de Bonecas – 1995 Felicidade – 1998 Histórias Proibidas – 2001 Daniel Queiroz produziu um artigo para a produção desta obra e apresentou um balanço levando em conta o período de 01 de maio (quando o Cine Humberto Mauro retomou as suas atividades no ano) a 27 de novembro: Programações realizadas pelo DECIN (com cobrança de ingresso): Mostra Manoel de Oliveira; Mostra Ita- lianos – Pier Paolo Pasolini; Mostra Italianos – Mario Monicelli; Mostra Vladimir Carvalho e Eduardo Leo- ne; Mostra Inéditos em BH; Mostra Godard – Trilogia do Sublime; Mostra Almodóvar; Mostra Aleksandr Sokurov; Mostra Todd Solondz. Programações com curadoria externa (entrada franca, exceto Cinema Francês):
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