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- -1 ESTÉTICA EM MEDICINA E CIRURGIA CAPÍTULO 3 - A ESTÉTICA COMO COMPLEMENTO DE PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS CORPORAIS - -2 Introdução Vivemos um momento de uma busca incessante pela imagem perfeita, ou que se julga perfeita pelas grandes mídias. Homens e mulheres apresentam cobranças cada vez maiores referentes aos seus corpos e, por isso, a busca por procedimentos cirúrgicos não tem queda com o passar do tempo. Dentro desse âmbito de cuidado com a imagem, o profissional de estética apresenta parte de seu valor com procedimentos estéticos como complemento de intervenções cirúrgicas. Por que isso se faz tão importante? No momento que antecede e sucede o procedimento cirúrgico invasivo é essencial que o organismo esteja preparado para tal trauma. Muitos são os procedimentos estéticos que estão ao alcance do esteticista e que podem oferecer um período de pré-operatório de preparo do corpo, de fato. Além do período de pré-operatório, temos uma fase ainda mais incômoda, o pós-operatório. Nesse momento, o organismo tenta recobrar sua homeostase, seu equilíbrio. Esse processo demanda muita energia e esse será o foco do corpo do paciente durante as próximas semanas. Para melhorar, acelerar esse processo e, ainda, evitar complicações nesse período, alguns procedimentos estéticos também podem ser realizados, não só como complemento, mas como fase indispensável. Nesse sentido, em que momento o esteticista poderá trabalhar com o paciente na fase de pós-operatório? O que é permitido ou não? Questões como essas serão abordadas durante essa unidade! Bons estudos! 3.1 Cirurgias plásticas corporais Atualmente, temos muitos recursos para o reparo ou mudança da aparência corporal a partir da cirurgia plástica. É impressionante pensar que é possível remover excessos de pele de membros e do abdome, por exemplo, com a dermolipectomia, aumentar ou reduzir o volume das mamas, remover gordura de regiões onde o volume não é bem-vindo e aplicar esse material em regiões em que se deseja aumentar, colocar implantes não apenas em mama, enfim, as possibilidades são várias. O Brasil está em segundo lugar entre os países nos quais mais se realizam cirurgias plásticas no mundo. Só no ano de 2018, o censo bianual da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica estimou a realização de mais de 1,7 milhão de cirurgias. Dentro desse número, cerca de 60% delas tiveram fins estéticos. Ainda sobre esses dados coletados, foi possível registrar os procedimentos mais buscados pela população e entre eles temos o aumento de mama, a lipoaspiração e a dermolipectomia abdominal, conhecida também como abdominoplastia. Quanto a esses procedimentos, é importante que o profissional de estética tenha alguma noção sobre as técnicas aplicadas durante o procedimento cirúrgico e qual o objetivo da cirurgia para que ele possa desenvolver um bom plano de tratamento para o período de antecede e sucede a cirurgia. Isso é indispensável para que seja formulado uma sequência de tratamentos efetiva. - -3 Veremos a seguir as cirurgias plásticas estéticas e reconstrutoras realizadas atualmente para que estejamos aptos e seguros sobre a conduta que o profissional deverá ser realizar antes e depois do procedimento, uma vez que não é possível desenvolver esse tipo de trabalho sem informações como as que veremos a seguir. 3.1.1 Mastopexia – Redução de pele da mama A mastopexia é o procedimento cirúrgico para a redução do excesso de pele das mamas. Nesse caso, não haverá remoção de tecido mamário, ou seja, não haverá alteração no volume das mamas. Essa cirurgia é muito procurada por mulheres de todas as idades e isso acontece porque o excesso de pele pode aparecer desde a fase de desenvolvimento do corpo da mulher, até a fase em que acontece a ptose tissular devido ao envelhecimento. Nessa cirurgia, o médico responsável pelo procedimento irá analisar o quanto de pele será removido e qual objetivo a paciente busca com a sua aparência. É muito importante buscar um médico com boas indicações, pois uma das maiores queixas entre as pacientes é a assimetria entre as mamas após o procedimento. A diferença entre os lados sempre ocorrerá, mas ela deve ser sutil. Figura 1 - Procedimento de mastopexia quase finalizado na mama esquerda. Enquanto o lado direito apresenta as marcações de onde a pele será removida. Fonte: MELEGA; VITERBO; MENDES, 2011, p. 1172. Na mastopexia, geralmente, as incisões são no formato de “T” invertido, contornando toda a auréola que será reposicionada. O ponto em que a incisão vertical encontra a horizontal, é o de maior tensão, então, mesmo o esteticista deve manter atenção às feridas cirúrgicas. Essa conduta não tem como objetivo o tratamento, mas, VOCÊ QUER LER? O livro “Cirurgia Plástica - Os Princípios e a Atualidade” (2011), aborda todas as cirurgias plásticas, desde faciais até corporais e detalha todas as técnicas com exemplos e imagens. Além disso, é possível conferir as cirurgias reconstrutoras e reparadoras. A leitura é de fácil compreensão, apesar dos termos técnicos e é recomendada devido à importância do esteticista em ter o entendimento do que acontece na cirurgia para que possa desenvolver um bom plano de tratamento para cada paciente. - -4 reposicionada. O ponto em que a incisão vertical encontra a horizontal, é o de maior tensão, então, mesmo o esteticista deve manter atenção às feridas cirúrgicas. Essa conduta não tem como objetivo o tratamento, mas, sim, a observação. Em caso de alterações, o esteticista deve informar o médico responsável pelo procedimento. É comum que nesse procedimento sejam colocadas próteses na mama. Uma vez que o excesso de pele é corrigido, alguns pacientes optam por alterar o formato delas. Esse volume extra aumenta a tensão na incisão e, por isso, demanda muita atenção. 3.1.2 Mamoplastia – Redutora e de aumento A mamoplastia de aumento é uma das cirurgias mais populares entre as brasileiras. O objetivo desse procedimento é o aumento do volume das mamas e, em alguns casos, a alteração de sua forma. Tudo isso é possível com auxílio de próteses e a inserção pode ser feita por diferentes vias de acesso: Abordagem periaureolar A incisão será realizada contornando o desenho da auréola. Essa via é indicada para casos onde a paciente deseja a redução do diâmetro da auréola; Abordagem axilar A maior vantagem dessa técnica é a cicatriz. A incisão é feita na axila, se tornando imperceptível. Apesar disso, é possível notar certa dificuldade das pacientes no período de pós-operatório, uma vez que a formação de fibroses pode incomodar, atrapalhando o movimento de levantamento dos braços, mas esse fator não é limitante e menos ainda permanente; Abordagem inframamária É a mais realizada. É uma abordagem direta, realizada na linha inferior da mama. Apesar de ser uma região mais exposta para a cicatriz, ela pode ser facilmente coberta com roupas íntimas e de banho. O sutil caimento da mama com a acomodação da prótese também pode disfarçar o sinal. Além das vias de acesso, outros fatores devem ser levados em conta, por exemplo, o volume esperado e os tipos de implante que podem ser diferentes quanto ao tipo de cobertura, conteúdo e forma. Apesar da paciente ter grande participação na escolha desses quesitos, a palavra final será sempre do médico, que tem pleno conhecimento do que é melhor. A mamoplastia de redução é o procedimento no qual há redução de pele das mamas, mas, principalmente, do tecido mamário. As pacientes que buscam esse procedimento apresentam queixa referente ao volume. Em alguns casos, é uma cirurgia necessária, devido ao prejuízo que o volume das mamas pode causar na coluna. A abordagem é semelhante à mastopexia, mas o cuidado é maior, uma vez que houve remoção de tecido mamário, aumentando o trauma no organismo. Nesse procedimento, além dos recortes na pele, o tecido mamário é descolado da superfície do tórax para que seja realizado o recorte e amarração do tecido. 3.1.3 Dermolipectomia – membros superiores e inferiores A dermolipectomia é o procedimento cirúrgico de remoçãoda pele em regiões de flacidez tissular intensa. Ela pode ser realizada em braços, pernas, partes anterior e posterior de tronco e abdome. Essa cirurgia é procurada, principalmente, por pacientes que perderam muito peso e apresentam sobras de pele pelo corpo. A gordura é possível perder sem procedimentos cirúrgicos a partir de reeducação alimentar, exercícios e procedimentos estéticos. A pele, por sua vez, apesar de ter poder de retração e estiramento, possui limites. Nesse caso, podemos concluir que passado esse limite, o tecido perde parte de sua capacidade de retração. Além da flacidez aparente devido à perda de peso, ela também pode ocorrer como consequência do processo de envelhecimento e a conduta adotada nos dois casos é a mesma. Apesar de oferecer ótimos resultados esteticamente satisfatórios, a dermolipectomia conta com um “contra” que causa um certo receio nos pacientes devido às cicatrizes na pele. Um bom exemplo a ser dado é a dermolipectomia de membros superiores. Para a - -5 devido às cicatrizes na pele. Um bom exemplo a ser dado é a dermolipectomia de membros superiores. Para a remoção da pele, é necessário que a incisão seja feita desde próxima à axila, até o cotovelo. O resultado estético da cicatriz gerada não agrada parte dos pacientes. 3.1.4 Lipoaspiração e lipoescultura A lipoaspiração e a lipoescultura são dois procedimentos muito procurados pela população, assim como a mamoplastia de aumento. A lipoaspiração é, basicamente, a remoção de gordura de regiões como abdome, braços, costa, coxas e flancos. Já a lipoescultura, além de adotar a mesma conduta, ainda trata a gordura removida e reaplica no corpo do paciente onde se deseja obter um maior volume. A lipoaspiração é uma cirurgia com pouquíssimos sinais. O único corte feito com o bisturi tem no máximo 2cm de extensão, dando abertura para a passagem da cânula que fará a remoção da gordura, então quanto às cicatrizes, serão quase imperceptíveis. O procedimento consiste na sucção de tecido adiposo a partir de uma cânula que o médico insere no paciente, superficialmente aos músculos (que não serão atingidos em nenhum momento), fazendo o movimento de vai e vem. Esse mecanismo, associado com técnicas de movimentação, oferecem como resultado uma remoção uniforme da gordura. Apesar de não apresentar grandes sinais de procedimento cirúrgico, a lipoaspiração e a lipoescultura contam com uma complicação muito recorrente: a formação de fibroses. Essas fibroses podem dar ao tecido um aspecto irregular e inestético. Porém, na estética, temos recursos que atendem o tratamento de complicações como essa. Muitos pacientes buscam esses procedimentos como um caminho mais curto para “emagrecimento e definição corporal”, enquanto o correto seria recorrer, em um primeiro momento, à reeducação alimentar e exercícios, buscando o procedimento invasivo apenas para aprimorar os resultados e atender regiões que não tiveram evolução com outros recursos. 3.1.5 Abdominoplastia A abdominoplastia é o procedimento cirúrgico que tem como objetivo a reestruturação do abdome, oferecendo um resultado estético satisfatório para o paciente. Essa cirurgia consiste na remoção de pele (por isso também é conhecida como dermolipectomia de abdome) e gordura da região abdominal, além do reposicionamento da cicatriz umbilical e, em alguns casos, plicatura do músculo reto abdominal, quando ocorre diástese. A cirurgia consiste no recorte da cicatriz umbilical, descolamento de todo o tecido do abdome dos músculos, quando houver diástese do músculo reto abdominal (quando há o afastamento das estruturas musculares, esteticamente dando um maior volume à região abdominal), o médico responsável pelo procedimento irá realizar a plicatura do mesmo (reaproximação das bordas). Posteriormente, é realizada a tração do tecido, recorte da pele, reposicionamento da cicatriz umbilical e sutura na região do baixo abdome, tendo na maior parte das cirurgias, a aplicação do dreno. - -6 Figura 2 - Passo a passo do procedimento de abdominoplastia. A marcação, descolamento e sutura. Fonte: MELEGA; VITERBO; MENDES, 2011, p. 1195. A aplicação do dreno é um método preventivo para o aparecimento de seroma. O seroma é uma complicação na fase de pós-operatório decorrente do acúmulo de líquidos e restos metabólicos presentes no tecido. Isso ocorre porque, com o descolamento do tecido do abdome, há espaço entre ele e os músculos. Além dessa complicação, também pode ocorrer a formação de fibrose, assim como em toda cirurgia. O pós-operatório tem a tendência de ser um pouco mais desconfortável devido à extensão das suturas, a tração causada na pele e o descolamento de uma grande extensão de tecido. Apesar disso, os resultados são satisfatórios e cabe ao paciente e não apenas ao médico cuidar do corpo e se manter atento aos sinais do organismo para um melhor resultado. 3.2 Procedimentos pré-operatórios Para todo procedimento cirúrgico é importante que haja um preparo do organismo para que a recuperação seja ainda melhor. Precisamos pensar que a cirurgia plástica é um procedimento invasivo em um corpo sadio, ou seja, aquele organismo em pleno funcionamento será submetido a um procedimento extremamente traumático e, portanto, é importante cautela tanto por parte do médico responsável, quanto do paciente, principalmente. Tanto no pré como no pós-operatório, o profissional de estética pode oferecer tratamentos que são VOCÊ QUER VER? Apesar de termos uma noção de como acontece uma cirurgia plástica de acordo com os textos que lemos e o material que estudamos, ainda assim não temos noção o suficiente do tamanho do trauma que o organismo enfrenta durante o procedimento cirúrgico e porque o pós- operatório pode ser tão desconfortável. O vídeo disponível no link a seguir é de uma abdominoplastia, mostrando de que forma acontece o procedimento: https://www.youtube. .com/watch?v=ho5-VeFoh5I https://www.youtube.com/watch?v=ho5-VeFoh5I https://www.youtube.com/watch?v=ho5-VeFoh5I - -7 Tanto no pré como no pós-operatório, o profissional de estética pode oferecer tratamentos que são indispensáveis. Muitos pacientes pensam que o processo de mudança do corpo a partir de procedimento cirúrgico é a cirurgia e apenas isso, mas esse pensamento está extremamente errado e o paciente acaba percebendo isso sozinho na fase de pós-operatório. Quando o paciente decide se submeter ao procedimento cirúrgico, é importante que ele busque um tratamento envolvendo vários pontos que irão prepará-lo e, posteriormente, ampará-lo. Além disso, essa conduta irá oferecer um período de recuperação mais efetivo e acelerado, além de evitar maiores complicações durante e depois do processo. Assim, a estética trabalha com recursos eletroterápicos, cosméticos e manuais. Dentro de todos esses recursos, temos o que é necessário para oferecer ao paciente tudo o que ele precisa. Então, temos procedimentos que vão melhorar o aspecto e qualidade da pele, que irão desintoxicar o organismo e irão preparar a região que será operada. 3.2.1 Recursos manuais Na fase que antecede a cirurgia plástica, alguns cuidados devem ser tomados, e na estética temos alguns recursos manuais que podem ser utilizados. Para esse momento, o profissional pode aplicar desde terapias manuais que promovam relaxamento e bem-estar, até massagens que tenham técnicas com foco estético. A massagem relaxante, massagem com pedras quentes e outras técnicas que promovam bem-estar e relaxamento ao paciente são importantes uma vez que o estresse e a ansiedade pré-procedimento podem gerar uma sequência de problemas ao organismo. Por mais que esses sintomas perdurem até o momento da cirurgia, eles podem ser amenizados com a massagem. Além disso, temos também a drenagem linfática manual e a massagem modeladora. As duas técnicas não têm como foco o relaxamento, mas essa é a única semelhança entre elas, uma vez que a proposta de cada uma é totalmente diferente uma da outra. A massagem modeladora é indicada para planos de tratamento pré- operatório de lipoaspiração e lipoescultura,tendo como objetivo principal aumentar a circulação sanguínea da região e consequente aporte de nutrientes. A DLM já é uma técnica indicada para todos os tipos de planos de tratamento, independentemente do tipo de cirurgia estética que será realizada. A drenagem vai reduzir o edema, remover componentes prejudiciais ao organismo através da filtragem da linfa e aumentar o fluxo linfático auxiliando o sistema circulatório. Deste modo, a escolha dos recursos dependerá da cirurgia que será realizada e do perfil do paciente. O plano de tratamento deve ser desenvolvido de acordo com cada caso, evitando, assim, que o profissional sugira vários tratamentos de forma aleatória e sem embasamento para tais práticas. 3.2.2 Recursos elétricos Os recursos eletroterápicos são amplamente indicados no período de pré-operatório, mas, para isso, é indispensável que o profissional saiba qual procedimento será realizado e tenha o mínimo de conhecimento sobre a cirurgia e muito conhecimento sobre eletroterapia. Entre os aparelhos que podem ser aplicados temos o vácuo, ultrassom, radiofrequência e eletroneuroestimulação. O vácuo é indicado, principalmente, para aumentar a circulação local e melhorar a oxigenação e aporte de nutrientes para o tecido, mas no pré-operatório ele também tem a função de preparar a pele para receber uma prótese, por exemplo. Quando a pele recebe volume e tensão extra de uma prótese, ela pode vir a ter suas fibras rompidas, originando estrias. O tratamento com vácuo estimula o tecido de forma que evita esse tipo de intercorrência. O ultrassom é amplamente empregado antes e depois do procedimento cirúrgico. Em cirurgias plásticas corporais, ele tem como objetivo preparar o tecido adiposo para o procedimento, por isso, é muito indicado no caso de lipoaspiração, lipoescultura e abdominoplastia. Esse preparo do tecido é possível através do efeito - -8 caso de lipoaspiração, lipoescultura e abdominoplastia. Esse preparo do tecido é possível através do efeito tixotrópico do ultrassom, que nada mais é do que tornar o tecido adiposo mais fluido, transformando basicamente sólido em gel. A radiofrequência tem como objetivo melhorar a qualidade da pele, estimulando o colágeno e fazendo com que ela melhore o quadro de flacidez. Apesar do paciente não apresentar flacidez em alguns casos, na lipoaspiração, por exemplo, onde será removido parte do tecido adiposo, é importante estimular a região da pele desde antes da cirurgia para que não “sobre” pele, dando um aspecto irregular. No caso da eletroneuroestimulação, o foco é preparar a musculatura do paciente. É importante que ele associe a prática com musculação e exercícios, uma vez que depois da cirurgia, o paciente deverá ficar em repouso por um longo período, até recobrar sua rotina normal aos poucos. 3.2.3 Recursos cosméticos Os recursos cosméticos empregados na fase de pré-operatório não oferecem grandes restrições. O objetivo geral será melhorar a qualidade da pele e manter a sua integridade, evitando de qualquer forma que ocorra microlesões, devido à exfoliação por exemplo. Outra coisa que pode ser abordada é a melhora da circulação e cosméticos com ativos lipolíticos. Os cosméticos hidratantes e nutritivos podem ser usados sem restrições, a menos que o paciente seja alérgico à formulação. Caso contrário, quanto mais hidratada e nutrida estiver a pele, melhor será seu processo de recuperação na fase de pós-operatório, evitando complicações no processo de cicatrização e, também, o aparecimento de estrias em cirurgias como a mamoplastia de aumento. Além disso, ativos que melhorem e protejam a circulação também devem ser empregados. Nesse caso, evite ativos alergênicos, por exemplo, como o nicotinato de metila. Apesar do plano de tratamento estar ainda na fase de pré-operatório, um processo alérgico antes da cirurgia pode fazer com que ela seja adiada, gerando uma cascata de consequências. Os protocolos com cosméticos contendo ativos lipolíticos podem ser usados para diminuir a gordura localizada de algumas regiões, melhorando o quadro do paciente antes do procedimento cirúrgico. Nesse caso, também muita atenção aos componentes alergênicos. Deste modo, entendemos que o conhecimento sobre cosmetologia é indispensável nesse momento. Os protocolos cosméticos devem ser desenvolvidos com cuidado para que o objetivo seja alcançado e o paciente se sinta satisfeito antes do procedimento cirúrgico. É indicado que o profissional estude sobre todas as opções possível e sobre a cirurgia que será realizada antes de iniciar um plano de tratamento. 3.3 Sistema linfático O sistema linfático é responsável por captar e direcionar a linfa presente no interstício e tecido conjuntivo. É nele também que encontramos os linfonodos, importantes estruturas que funcionam como verdadeiros filtros biológicos, retendo elementos prejudiciais ao organismo, como vírus e bactérias. Nos linfonodos, células de defesa entram em contato com antígenos presentes na linfa. Os linfócitos são sensibilizados por esse contato, estimulando a origem de outras células de defesa, dando início à uma defesa específica. São encontrados nos linfonodos, linfócitos B e linfócitos T, ambos fazem parte do sistema de defesa imune do organismo. O sistema linfático não é constituído apenas por linfonodos, muito pelo contrário. Ele apresenta uma vasta rede de vasos e ductos distribuídos por todo o corpo do indivíduo. Temos vasos linfáticos iniciais que captam a linfa e entregam o material aos pré-coletores. Esses, por sua vez, são estruturas que fazem parte de um sistema de transição, levando a linfa aos coletores. Assim, os coletores apresentam um maior calibre em comparação com as estruturas citadas anteriormente e suas paredes são muito semelhantes ao sistema venoso, apresentando a camada íntima, média e adventícia. Os coletores direcionarão a linfa aos linfonodos, que estão presentes ao longo dos coletores, funcionando como - -9 coletores direcionarão a linfa aos linfonodos, que estão presentes ao longo dos coletores, funcionando como verdadeiras estações de filtragem da linfa durante seu percurso. Partindo dessas estruturas, podemos apresentar outras maiores e distribuídas por todo o organismo. Os troncos linfáticos fazem o caminho final da linfa, retornando para a circulação sanguínea, o ducto torácico é o maior vaso linfático, seguido pelo ducto linfático direito. Eles recebem a linfa purificada dos linfonodos regionais e sua estrutura é muito semelhante aos coletores linfáticos. Figura 3 - Sistema linfático da pele Fonte: WITTLINGER; WITTLINGER; WITTLINGER; WITTLINGER, 2013, p. 22. Temos nesse momento, as grandes vias linfáticas, presentes no corpo e na região cervical. Distribuídos pelo organismo temos: o tronco jugular direito e esquerdo, tronco subclávio direito e esquerdo, tronco bronco mediastinal direito e esquerdo, tronco lombar, direito e esquerdo e o tronco intestinal. Os troncos lombares juntamente com o tronco intestinal, dão origem a cisterna do quilo, que é considerada uma espécie de vaso coletor. Ela fica localizada na região central do abdome e é responsável por coletar a linfa do intestino, órgãos abdominais e pernas. O ducto torácico, por sua vez, drena grande parte do organismo. É necessário dividir as regiões que se encontram acima e abaixo do diafragma. Acima do diafragma, o ducto torácico drena o lado esquerdo do corpo, a parte esquerda da cabeça e o braço esquerdo. Abaixo do diafragma ele drena todo o restante do corpo. Os troncos subclávio direito e o jugular drenam a parte superior do lado direito do corpo, o lado direito da cabeça e o braço direito. A linfa captada por essas regiões é liberada no ângulo venoso direito. Considerando que número de vasos linfáticos pode variar de pessoa para pessoa, o que importa, nesse caso, é que a carga linfática obrigatória, a de substâncias que precisam ser removidas do interstício pelo sistema linfático, seja removida da forma correta, mantendo os linfonodos capazes de realizar sua função. VOCÊ SABIA? Em nosso sistema linfáticohá uma rede de vasos “inativos” que podem ser ativados sempre que for necessário. Isso pode ocorrer devido às mudanças na pressão do sistema linfático causada por congestão nos vasos eferentes. Esses vasos inativos podem ser abertos pela - -10 Tudo o que não pode ser drenado pelo sistema venoso acaba se tornando carga linfática obrigatória. O volume dessa linfa vai depender do fluxo sanguíneo nos órgãos e a estrutura da parede dos capilares. Se os capilares expandem na tentativa de termorregulação, por exemplo, a filtração aumenta, mas caso a quantidade de água presente na carga linfática exceda a capacidade de transporte nos vasos, ocorre a formação do edema. Figura 4 - Abertura de anastomose para uma região de drenagem diferente. Fonte: WITTLINGER; WITTLINGER; WITTLINGER; WITTLINGER, 2013, p. 39 Ainda nos referindo às vias linfáticas, trataremos das extremidades, a saber, braços e pernas. Nas extremidades superiores temos vasos linfáticos superficiais e profundos, assim como em grande parte do organismo. Eles formam uma unidade funcional na qual a linfa pode se movimentar da região distal para proximal, assim como pode se movimentar dos vasos profundos para os superficiais e vice-versa. Aqui, os vasos linfáticos superficiais têm uma maior importância pois são responsáveis pela absorção de aproximadamente 80% da linfa dos braços. Essa linfa será posteriormente drenada para os linfonodos axilares. Quanto às extremidades inferiores, as pernas, temos a mesma condição. Podemos encontrar vasos linfáticos causada por congestão nos vasos eferentes. Esses vasos inativos podem ser abertos pela drenagem linfática manual, na direção desejada. Esse mecanismo é muito importante para a drenagem linfática manual no pós-operatório, uma vez que os cortes realizados na cirurgia, muitas vezes, interrompem o fluxo linfático. - -11 Quanto às extremidades inferiores, as pernas, temos a mesma condição. Podemos encontrar vasos linfáticos profundos e superficiais, porém, os vasos superficiais são responsáveis por 80% da filtragem da linfa, enquanto os vasos profundos são responsáveis por 20%. Nesse caso, os linfonodos inguinais superficiais realizarão a drenagem para os profundos. 3.4 Procedimentos pós-operatórios Uma vez realizado o procedimento cirúrgico, o corpo do paciente, nesse momento, tem o foco de reparo, cicatrização e homeostase. Independentemente da cirurgia, é sempre um trauma para organismo, que pode ser maior ou menor. A cirurgia de mamoplastia de aumento pode ser considerada menos traumática para o organismo do que uma abdominoplastia, por exemplo, dada a sua extensão. Após o procedimento cirúrgico, o profissional de estética terá recursos, de acordo com suas competências e formação, para auxiliar o processo de recuperação do organismo, melhora do processo de cicatrização, reduzir os riscos de complicação, oferecendo ainda conforto e bem-estar ao paciente. Para tanto, ele deve entender sobre os recursos que estão à sua disposição e sobre o procedimento cirúrgico que foi realizado. O objetivo do organismo após o trauma já sabemos qual será, mas qual o objetivo do profissional de estética? Apesar de já termos conhecimento de que o plano de tratamento deverá ser realizado de forma que auxilie a recuperação do paciente, é importante também citar o amparo ao paciente no pós-operatório. Desta forma, o paciente que passa por um procedimento cirúrgico se encontra muito debilitado, com necessidades especiais e sentindo dores. Em alguns casos, há uma fragilidade psicológica e emocional, na qual o paciente se arrepende momentaneamente da cirurgia, justamente por todo o desconforto na fase de pós. Em procedimentos corporais acontece com menos frequência, mas também podemos encontrar casos em que o paciente não reconhece bem sua imagem após as mudanças. Assim sendo, o profissional de estética deve ter conhecimento sobre eletroterapia, cosmetologia, recursos manuais, fisiologia e tipos de cirurgia para desenvolver um bom plano de tratamento nos pós-operatório, mas, mais do que isso, é necessário ter empatia e cuidado com o paciente. Apesar de ter escolhido passar pelo procedimento cirúrgico, isso não torna o pós-operatório mais fácil. 3.4.1 Recursos manuais No pós-operatório, a maioria das técnicas manuais não são permitidas. A massagem relaxante, a modeladora ou qualquer outra não deverá ser aplicada de forma alguma. Isso porque após o procedimento cirúrgico, é importante que haja o mínimo de mobilização tecidual, uma vez que o tecido foi descolado da superfície e leva VOCÊ O CONHECE? Anne Marie Klots, conhecida também por Madame Klotz, foi a primeira esteticista brasileira. Apesar de ter passado sua infância da França, Madame Klotz retornou ao Brasil com experiência técnica em estética, atendendo seus pacientes em casa, que mais tarde chamaríamos de “atendimento ”. Seu trabalho prosperou e ela fundou a primeirahomecare escola de estética, em Copacabana. Naquela época, não havia equipamentos para tal profissão, então ela utilizava aparelhos vindos da França. Grandes nomes da estética formaram-se na escola de Madame Klotz, como Maria Celina Meirelles e Waldtraud Ritter Winter. Anos depois, Winter foi responsável por trazer a técnica de DLM ao Brasil. - -12 importante que haja o mínimo de mobilização tecidual, uma vez que o tecido foi descolado da superfície e leva semanas para que se recomponha. O descolamento pode causar a formação de seroma, entre outras complicações. Dente os recursos manuais disponíveis, o único permitido e indispensável é a drenagem linfática manual. A realização dessa técnica irá reduzir o edema causado pelo trauma cirúrgico, auxiliando o sistema linfático na absorção da linfa. A captação e eliminação desses líquidos, promovem bem-estar ao paciente operado, uma vez que o líquido excedente presente no interstício pressiona nervos superficiais causando dor e mal-estar. Além do efeito fisiológico e de bem-estar, precisamos lembrar que a DLM pode, ainda, reduzir os riscos de complicação no período de pós-operatório. Quando o edema excede muito a capacidade de filtragem dos vasos e não é auxiliado por meio da drenagem linfática manual, o volume de edema pode tracionar as feridas cirúrgicas, atrapalhando o processo de cicatrização e comprometendo a aparência estética da mesma. Importante salientar que temos no corpo os principais grupos de linfonodos que serão alvos da técnica: linfonodo infraclavicular e supraclavicular, axilar, cubital, cisterna do quilo (uma espécie de vaso coletor), linfonodo inguinal e poplíteo. Antes de se iniciar a drenagem, todos esses grupos deverão ser evacuados. Então, o movimento deverá ser repetido de 10 a 15 vezes em cada região. O movimento de evacuação é quando você pressiona a região com as mãos levemente e solta, sem afundar os dedos e sem mobilizar ou arrastar o tecido. Figura 5 - A imagem mostra a localização dos principais grupos de linfonodos superficiais presentes no corpo. Fonte: Elaborada pela autora, 2020. Após a evacuação dos linfonodos, a massagem poderá ser iniciada com movimentos de captação da linfa. Eles serão realizados no sentido proximal distal e, em seguida, distal proximal. As manobras utilizadas serão de espiral, bombeamento e bracelete. Sobre a categoria dos movimentos, a saber, o bombeamento e a captação. A evacuação é movimento de pressão com os dedos, lento e rítmico. O “pressionar” e “soltar” deve acontecer de - -13 A evacuação é movimento de pressão com os dedos, lento e rítmico. O “pressionar” e “soltar” deve acontecer de forma suave, sem arraste ou mobilização de tecido. Deve ser realizado de 10 a 15 vezes nos principais grupos antes e depois da drenagem. O movimento de captação é realizado com a ponta dos dedos, formando um círculo sempre no sentido de dentro para fora. Com os dedos apoiados, o punho realizará o círculo. Os dedos não deslizam e nem arrastam. 3.4.2 da DLM corporalChecklist De início temos a evacuação dos linfonodos: linfonodo infraclavicular e supraclavicular, axilar, cubital, cisternado quilo (sendo este, uma espécie de vaso coletor), linfonodo inguinal e poplíteo. O “pressionar” e “soltar” deve acontecer de forma suave, sem arraste ou mobilização de tecido. A ordem das regiões que receberão a drenagem é: braços, mama, abdome, pernas (paciente em posição de decúbito dorsal). Posterior e pernas e finalizando nas costas (paciente em posição de decúbito ventral), as quais vemos a seguir. • Braços: o movimento inicial será das axilas aos cotovelos (proximal-distal). Será realizado o movimento de espiral em que dedos e mãos fazem o movimento de nadar, fazendo um círculo com os punhos voltados para cima em toda a extensão dos braços, repetindo cada um 3x. Em seguida, será o movimento do cotovelo em direção à axila (distal-proximal). O movimento de bombeamento da linfa deverá ser realizado com a mão toda, formando ondas e tocando, primeiramente, a região próxima ao punho, depois a palma das mãos e por último os dedos, repetindo de 3 a 5x. A região do braço deverá ser finalizada no sentido distal-proximal, com o movimento de bracelete. As mãos do profissional formarão, de fato, um bracelete envolvendo a região, exercendo leve pressão e soltando em toda extensão do braço; • Antebraço - O movimento inicial será dos cotovelos para os punhos (proximal-distal). Será realizado o movimento de espiral em que dedos e mãos fazem o movimento de nadar, formando um círculo com os punhos voltados para cima em toda a extensão dos antebraços, repetindo cada um 3x. Em seguida, será o movimento dos punhos em direção à axila (distal-proximal), pegando toda a extensão de antebraço e braço. O movimento de bombeamento da linfa deverá ser realizado com a mão toda, formando ondas e tocando, primeiramente, a região próxima ao punho, depois a palma das mãos e, por último, os dedos, repetindo de 3 a 5x. O membro deverá ser finalizado no sentido distal-proximal, com o movimento de bracelete. As mãos do profissional formarão, de fato, um bracelete envolvendo a região, exercendo leve pressão e soltando, no sentido do punho até as axilas; • CONDUZIR A LINFA PARA LINFONODOS AXILARES; • Mamas: a mama deverá ser dividida em quatro quadrantes: o quadrante superior da parte interna do tórax deverá ser bombeado para os linfonodos infraclaviculares, enquanto os quadrantes restantes deverão ser bombeados em direção aos linfonodos axilares. O movimento inicial será realizado nos três quadrantes que irão no sentido dos linfonodos axilares. Será realizado o movimento de espiral – dedos e mãos fazer o movimento de nadar, fazendo um círculo com os punhos voltados para cima – no sentido proximal-distal, repetindo cada um 3x. Em seguida, será o movimento da mama em direção à axila (distal- proximal). O movimento de bombeamento da linfa deverá ser realizado com a mão toda, formando ondas e tocando, primeiramente, a região próxima ao punho, depois a palma das mãos e por último os dedos, repetindo de 3 a 5x. No quadrante superior da parte interna do tórax deverá ser realizado o movimento de espiral, com dedos e mãos fazendo o movimento de nadar, em forma de um círculo com os punhos voltados para cima no sentido proximal- distal, repetindo cada um 3x. Em seguida, será o movimento da mama em direção à clavícula (distal-proximal). O movimento de bombeamento da linfa deverá ser realizado com a mão toda, formando ondas e tocando, primeiramente, a região próxima ao punho, depois a palma das mãos e, por último, os dedos, repetindo de 3 a 5x; • CONDUZIR A LINFA PARA LINFONODOS AXILARES (3 QUADRANTES) E LINFONODOS INFRACLAVICULARES (1 QUADRANTE); • Abdome: o abdome será dividido em quatro regiões a partir da cicatriz umbilical, com uma linha • • • • • • - -14 • Abdome: o abdome será dividido em quatro regiões a partir da cicatriz umbilical, com uma linha cortando no sentido vertical e outra na horizontal. O movimento inicial será realizado na parte superior do abdome, direita e esquerda, que irá no sentido dos linfonodos axilares. Será realizado o movimento de espiral. Os dedos e mãos fazem o movimento de nadar, fazendo um círculo com os punhos voltados para cima no sentido proximal-distal, repetindo cada um 3x. Em seguida, será o movimento do centro do abdome (seguindo a linha imaginária que corta o abdome verticalmente) em direção à axila (distal-proximal). O movimento de bombeamento da linfa deverá ser realizado com a mão toda, formando ondas e tocando, primeiramente, a região próxima ao punho, depois a palma das mãos e por último os dedos, repetindo de 3 a 5x. Em seguida, será realizada a técnica na parte inferior do abdome, direita e esquerda, que irá no sentido dos linfonodos inguinais (virilha). Será realizado o movimento de espiral , com dedos e mãos fazendo o movimento de nadar, formando um círculo com os punhos voltados para cima no sentido proximal-distal, repetindo cada um 3x. Em seguida, será o movimento do centro do abdome (seguindo a linha imaginária que corta o abdome verticalmente) em direção à virilha (distal-proximal). O movimento de bombeamento da linfa deverá ser realizado com a mão toda, formando ondas e tocando, primeiramente, a região próxima ao punho, depois a palma das mãos e, por último, os dedos, repetindo de 3 a 5x; • CONDUZIR A LINFA PARA LINFONODOS AXILARES (PORÇÃO SUPERIOR) E LINFONODOS INGUINAIS (PORÇÃO INFERIOR); • Pernas e coxas: o movimento inicial será das virilhas para os joelhos (proximal-distal). Será realizado o movimento de espiral com dedos e mãos fazendo o movimento de nadar, formando um círculo com os punhos voltados para cima em toda a extensão das coxas, repetindo cada um 3x. Em seguida, será o movimento do joelho em direção à virilha (distal-proximal). O movimento de bombeamento da linfa deverá ser realizado com a mão toda, formando ondas e tocando, primeiramente, a região próxima ao punho, depois a palma das mãos e, por último, os dedos, repetindo de 3 a 5x. A região da coxa deverá ser finalizada no sentido distal-proximal, com o movimento de bracelete. As mãos do profissional formarão, de fato, um bracelete envolvendo a região e exercendo leve pressão e soltando, em toda extensão da coxa. • Tíbia (canela): o movimento inicial será dos joelhos para os tornozelos (proximal-distal). Será realizado o movimento de espiral com dedos e mãos fazendo o movimento de nadar, formando um círculo com os punhos voltados para cima em toda a extensão da tíbia, repetindo cada um 3x. Em seguida, será o movimento dos tornozelos em direção à virilha (distal-proximal), pegando toda a extensão da tíbia e da coxa. O movimento de bombeamento da linfa deverá ser realizado com a mão toda, formando ondas e tocando, primeiramente, a região próxima ao punho, depois a palma das mãos e, por último, os dedos, repetindo de 3 a 5x. O membro deverá ser finalizado no sentido distal-proximal, com o movimento de bracelete. As mãos do profissional formarão de fato um bracelete envolvendo a região exercendo leve pressão e soltando no sentido do tornozelo para a virilha; • CONDUZIR A LINFA PARA LINFONODOS INGUINAIS; Agora, com o paciente em decúbito ventral. • Glúteos: os glúteos deverão ser divididos em três partes, horizontalmente e os movimentos serão os mesmos em cada porção. O movimento inicial será da lateral do corpo para a parte interna dos glúteos (proximal-distal). Será realizado o movimento de espiral com dedos e mãos fazendo o movimento de nadar, formando um círculo com os punhos voltados para cima e em toda a extensão de cada segmento (um de cada vez), repetindo cada um 3x. Em seguida, será o movimento da parte interna do glúteo em direção lateral do corpo (distal-proximal). O movimento de bombeamento da linfa deverá ser realizado com a mão toda, formando ondas e tocando, primeiramente, a região próxima ao punho, depois a palma das mãos e, por último, os dedos, repetindo de 3 a 5x; • CONDUZIR A LINFA PARA LINFONODOS INGUINAIS; • Parte posterior das pernas. Coxas: o movimento inicial será a partir da parte inferior dos glúteos para os joelhos (proximal-distal).Será realizado o movimento de espiral com os dedos e mãos fazendo o movimento de nadar, formando um círculo com os punhos voltados para cima em toda a extensão da parte posterior das coxas, repetindo cada um 3x. Em seguida, será o movimento do joelho em região • • • • • • • • - -15 parte posterior das coxas, repetindo cada um 3x. Em seguida, será o movimento do joelho em região inferior aos glúteos (distal-proximal). Nesse movimento, a intenção é contornar a região de modo que levemos a linfa para os linfonodos inguinais. O movimento de bombeamento da linfa deverá ser realizado com a mão toda, formando ondas e tocando, primeiramente, a região próxima ao punho, depois a palma das mãos e, por último, os dedos, repetindo de 3 a 5x. A região da coxa deverá ser finalizada no sentido distal-proximal, com o movimento de bracelete. As mãos do profissional formarão, de fato, um bracelete envolvendo a região, exercendo leve pressão e soltando, em toda extensão da coxa. • Parte posterior da tíbia (canela): o movimento inicial será dos joelhos para os tornozelos (proximal- distal). Será realizado o movimento de espiral com dedos e mãos fazendo o movimento de nadar, formando um círculo com os punhos voltados para cima em toda a extensão da tíbia, repetindo cada um 3x. Em seguida, será o movimento dos tornozelos em direção à região inferior aos glúteos (distal- proximal), pegando toda a extensão de tíbia e coxa. O movimento de bombeamento da linfa deverá ser realizado com a mão toda, formando ondas e tocando, primeiramente, a região próxima ao punho, depois a palma das mãos e, por último, os dedos, repetindo de 3 a 5x. O membro deverá ser finalizado no sentido distal-proximal, com o movimento de bracelete. As mãos do profissional formarão de fato um bracelete envolvendo a região. Exercendo leve pressão e soltando, no sentido do tornozelo para a virilha. Lembrando que na parte posterior de pernas, quando finalizamos o movimento na região inferior aos glúteos, a intenção é contornar a região de modo que levemos a linfa para os linfonodos inguinais. • CONDUZIR A LINFA PARA LINFONODOS INGUINAIS; • Costas: a área das costas será dividida em quatro regiões a partir da cicatriz umbilical, com uma linha cortando no sentido vertical e outra na horizontal. Apesar de não saber exatamente a localização do umbigo, uma vez que o paciente está em decúbito ventral, vamos nos orientar pela cintura. O movimento inicial será realizado na parte inferior das costas, na parte direita e esquerda, que irão no sentido dos linfonodos inguinais, contornando a lateral do corpo. Será realizado o movimento de espiral com dedos e mãos fazendo o movimento de nadar, formando um círculo com os punhos voltados para cima no sentido proximal-distal, repetindo cada um 3x. Em seguida, será o movimento do centro das costas (seguindo a linha imaginária que corta as costas verticalmente) em direção aos linfonodos inguinais (distal-proximal). O movimento de bombeamento da linfa deverá ser realizado com a mão toda, formando ondas e tocando, primeiramente, a região próxima ao punho, depois a palma das mãos e por último os dedos, repetindo de 3 a 5x. Em seguida, será realizada a técnica na parte superior do abdome, na parte direita e esquerda, que irá no sentido dos linfonodos axilares. Será realizado o movimento de espiral com dedos e mãos fazendo o movimento de nadar, formando um círculo com os punhos voltados para cima no sentido proximal-distal, repetindo cada um 3x. Em seguida, será o movimento do centro das costas (seguindo a linha imaginária que corta as costas verticalmente) em direção à axila (distal-proximal). O movimento de bombeamento da linfa deverá ser realizado com a mão toda, formando ondas e tocando, primeiramente, a região próxima ao punho, depois a palma das mãos e, por último, os dedos, repetindo de 3 a 5x. • CONDUZIR A LINFA PARA LINFONODOS AXILARES (PORÇÃO SUPERIOR) E LINFONODOS INGUINAIS (PORÇÃO INFERIOR); Finalizar a drenagem, evacuando todos os grupos de linfonodos: linfonodo infraclavicular e supraclavicular, axilar, cubital, cisterna do quilo (sendo este, uma espécie de vaso coletor), linfonodo inguinal e poplíteo. Assim, a drenagem linfática clássica é realizada sem auxílio de nenhum veículo, pois não temos nenhum movimento de deslizamento. No caso de pós-operatório, precisamos reforçar esse ponto, ainda mais devido às incisões realizadas durante a cirurgia e o risco de descolamento do tecido. Depois de entender como acontece a drenagem linfática manual, podemos citar a técnica de drenagem linfática reversa. Ela é amplamente empregada no caso de pós-operatório, pois em algumas cirurgias, observarmos que a incisão corta a região de fluxo da linfa. Se houver o corte, significa que os vasos linfáticos foram interrompidos. Quando os vasos estiverem interrompidos, a linfa deverá ser levada (com os mesmos movimentos passados anteriormente, na DLM clássica) para os próximos grupos de linfonodos mais próximos. • • • • - -16 Vamos assistir à uma videoaula sobre a drenagem linfática? Acompanhe na sequência. https://cdnapisec.kaltura.com/html5/html5lib/v2.81.2/mwEmbedFrame.php/p/1972831/uiconf_id/45177562 / e n t r y _ i d / 1 _ y q x m x 6 x c ? wid=_1972831&iframeembed=true&playerId=kaltura_player_1584562461&entry_id=1_yqxmx6xc Com isso observamos que a drenagem linfática é uma técnica a qual, se respeitarmos o sentido correto de absorção da linfa, encaminhar para as regiões corretas, obedecer a pressão, o tempo e o ritmo, tudo correrá bem. O conhecimento sobre sistema linfático é indispensável. 3.4.3 Recursos elétricos Na fase de pós-operatório, os recursos elétricos devem ser cuidadosamente escolhidos. Diferentemente do pré- operatório, nesse momento, não podemos aplicar nenhuma fonte de calor, excluindo assim, a radiofrequência em um primeiro momento. Os aparelhos devem ser acolhidos de forma que visem a recuperação da estrutura e cicatrização da ferida cirúrgica. Usualmente, os recursos eletroterápicos mais usados são: ultrassom, microcorrentes e laser de baixa potência. Como foi mencionado anteriormente, não podemos utilizar aparelhos que emitam calor e por isso, o ultrassom deverá ser utilizado em modo pulsado. O principal uso do ultrassom no pós-operatório é evitar e tratar fibroses. Os primeiros sinais de formação de fibrose podem aparecer na segunda semana após a cirurgia. Além disso, o aparelho tem ação anti-inflamatória e analgésica, mas é importante reforçar que o profissional deve estar apto a realizar esse tipo de procedimento no pós-operatório. Um erro de dosimetria e parâmetro bastam para acarretar prejuízos ao paciente. A técnica das microcorrentes é uma terapia antiga e extremamente importante na recuperação do tecido no período de pós. Ela pode auxiliar no processo de reparo da pele, bem como acelerar a cicatrização. Apesar disso, seu uso é indicado após a primeira semana de pós-operatório e quando o paciente não tiver mais pontos. Há, ainda, o de baixa potência, que é uma terapia que pode ser aplicada desde o primeiro dia de tratamentolaser do paciente e não há restrições sobre isso. O melhora a oxigenação do tecido, acelera o processo de reparo,laser estimula sua cicatrização e ainda modula o processo inflamatório. Os recursos eletroterápicos devem ser utilizados com muito cuidado. Os parâmetros devem ser perfeitamente alinhados com o objetivo da terapia para que não ocorram intercorrências. O uso de aparelhos não deve ser feito na primeira semana de pós-operatório, com exceção do de baixa potência e, nos dias seguintes, o empregolaser deles deve ser analisado cuidadosamente. CASO Temos uma paciente que acaba de realizar uma abdominoplastia e busca o tratamento com esteticista para pós-operatório. Uma técnica que deverá obrigatoriamente empregada é a drenagem linfática manual. Apesar disso, sabemos que a drenagem linfática da parte baixa do abdome é levada aos linfonodos inguinais. No caso da abdominoplastia isso não é mais possível, uma vez que a incisão foi realizadaem uma região que interrompe o sistema linfático nessa direção. Neste caso, é necessário adotar a técnica de drenagem linfática manual reversa. A linfa da parte baixa do abdome, partindo da linha da ferida cirúrgica, deverá ser encaminhada para os linfonodos axilares, assim como fazemos com a parte superior do abdome e, por isso, DLM reversa. A linfa deverá ser levada para outra região apesar de não ser o grupo de linfonodos regionais responsáveis por ela. É necessário escolher o caminho dos vasos linfáticos que estão íntegros, caso contrário, a técnica errada pode agravar ainda mais o edema e ainda prejudicar o processo de cicatrização da ferida cirúrgica. https://cdnapisec.kaltura.com/html5/html5lib/v2.81.2/mwEmbedFrame.php/p/1972831/uiconf_id/45177562/entry_id/1_yqxmx6xc?wid=_1972831&iframeembed=true&playerId=kaltura_player_1584562461&entry_id=1_yqxmx6xc https://cdnapisec.kaltura.com/html5/html5lib/v2.81.2/mwEmbedFrame.php/p/1972831/uiconf_id/45177562/entry_id/1_yqxmx6xc?wid=_1972831&iframeembed=true&playerId=kaltura_player_1584562461&entry_id=1_yqxmx6xc https://cdnapisec.kaltura.com/html5/html5lib/v2.81.2/mwEmbedFrame.php/p/1972831/uiconf_id/45177562/entry_id/1_yqxmx6xc?wid=_1972831&iframeembed=true&playerId=kaltura_player_1584562461&entry_id=1_yqxmx6xc - -17 3.4.4 Recursos cosméticos Sobre o uso de cosméticos na fase de pós-operatório de corporal lembramos que ele é extremamente restrito. Os cosméticos escolhidos nessa fase não devem ser usados antes da remoção dos pontos. Mesmo depois, enquanto houver casquinha, nada deverá ser utilizado nas cicatrizes, a menos que seja indicação médica. Quanto ao restante no corpo, nas regiões integras, muita hidratação e nutrição uma vez que o tecido precisa recobrar seu equilíbrio. Conclusão Nesta unidade, você teve a oportunidade de: • aprender sobre cada cirurgia corporal estética; • conhecer os cuidados pré-operatórios que podem ser feitos para com o paciente no intuito de preparar o organismo do mesmo; • entender sobre o sistema linfático e de que forma ele funciona por todo o organismo, absorvendo e encaminhando a linfa; • compreender as técnicas de drenagem linfática manual clássica e reversa, estando aptos a empregar a melhor técnica para cada caso; • entender quais os recursos cosméticos, eletroterápicos e manuais o profissional de estética tem ao alcance quando nos referimos aos planos de tratamento no período pós cirúrgico; • conhecer as eletroterapias aplicáveis no período de pós-operatório de cirurgias plásticas estéticas corporais. Bibliografia . Como é feita a Abdominoplastia Brasília DF, Goiás - CirurgiaCIRURGIA Plástica Brasilia DF Armando Cunha Plástica. , 2017. Disponível em: . Acesso em: 08 fev.Youtube https://www.youtube.com/watch?v=ho5-VeFoh5I 2020. LIMA, E.; LIMA, M. . 1. ed. - Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018. Cirurgia dermatológica cosmética Disponível em: https://laureatebrasil.blackboard.com/webapps/ga-bibliotecaSSO-BBLEARN . Acesso em: 08 fev. 2020./homeMinhaBiblioteca MELEGA, J. M.; VITERBO, F.; MENDES, F. H. : os princípios e a atualidade. Rio de Janeiro:Cirurgia Plástica Editora Guanabara Koogan, 2011. SANCHES, O. Tratamento estético no pré e pós-operatório. : PEREIRA, M. F. L. (org.) In Recursos Técnicos em . São Caetano do Sul: Difusão Editora 2019. v. II.Estética WITTLINGER, H; WITTLINGER. D; WITTLINGER, A; WITTLINGER, M. : método Dr.Drenagem Linfática Manual Vodder. Porto Alegre: Artmed, 2013. • • • • • • https://www.youtube.com/channel/UCLTtf61V8m_Z7PvSdHNXR5A https://www.youtube.com/watch?v=ho5-VeFoh5I https://laureatebrasil.blackboard.com/webapps/ga-bibliotecaSSO-BBLEARN/homeMinhaBiblioteca https://laureatebrasil.blackboard.com/webapps/ga-bibliotecaSSO-BBLEARN/homeMinhaBiblioteca Introdução 3.1 Cirurgias plásticas corporais 3.1.1 Mastopexia – Redução de pele da mama 3.1.2 Mamoplastia – Redutora e de aumento 3.1.3 Dermolipectomia – membros superiores e inferiores 3.1.4 Lipoaspiração e lipoescultura 3.1.5 Abdominoplastia 3.2 Procedimentos pré-operatórios 3.2.1 Recursos manuais 3.2.2 Recursos elétricos 3.2.3 Recursos cosméticos 3.3 Sistema linfático 3.4 Procedimentos pós-operatórios 3.4.1 Recursos manuais 3.4.2 Checklist da DLM corporal 3.4.3 Recursos elétricos 3.4.4 Recursos cosméticos Conclusão Bibliografia
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