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TEORIA TRIDIMENSIONAL DO DIREITO SITUAÇÃO- PROBLEMA Analise as seguintes afirmativas: 1 José vendeu parte de merenda escolar 2. José vendeu parte de merenda escolar. É desonesto, roubo o que fez. 3. José vendeu parte de merenda escolar, desonesto, responderá pelo crime de peculato, previsto no Código Penal. TEORIA TRIDIMENSIONAL DO DIREITO desenvolvida por Miguel Reale; Direito enquanto um fenômeno jurídico-social; Três elementos fundamentais: fato, valor e norma TEORIA TRIDIMENSIONAL DO DIREITO O fato: acontecimento social que envolve interesses básicos ou fundamentais para o ser humano O valor: corresponde ao elemento moral do Direito. A norma: integração entre fato e valor TEORIA TRIDIMENSIONAL DO DIREITO: norma A norma jurídica não resulta diretamente dos fatos, já que são dependentes da valoração realizada pelo homem em sociedade. Todo fato se correlaciona com um ou mais valores. A partir disso, um destes valores é escolhido pelo poder, originando a norma jurídica. O ato de decisão é uma característica importante da nomogênese jurídica. TEORIA TRIDIMENSIONAL DO DIREITO TEORIA DAS RELAÇÕES JURÍDICAS FATO JURÍDICO: DEFINIÇÃO Quando um fato social é valorado pelo Direito por meio de uma norma jurídica, significa que ele recebeu juridicidade e possui consequências específicas do mundo do Direito FATOS JURÍDICOS: ATRIBUTOS imperatividade coercibilidade exigibilidade RELAÇÃO JURÍDICA: DEFINIÇÃO é o vínculo que o Direito estabelece entre pessoas que recebem poderes e deveres para a realização de determinadas finalidades e interesses. RELAÇÃO JURÍDICA: REQUISITOS Material: É a relação social, pois todo vínculo entre sujeitos tem origem no meio social. Formal: É a incidência de uma norma de Direito que confere à relação social o caráter jurídico (“enobrecimento do fato social”). RELAÇÃO JURÍDICA: ATRIBUTOS imperatividade coercibilidade exigibilidade RELAÇÃO JURÍDICA: ATRIBUTOS imperatividade coercibilidade exigibilidade INTERPRETAÇÃO DAS NORMAS HERMENÊUTICA E INTERPRETAÇÃO A hermenêutica jurídica é uma parte da ciência jurídica que tem como objeto o estudo e a sistematização dos processos, princípios e regras que devem ser utilizados para realizar a interpretação, a fim de que a atividade do intérprete possa alcançar o melhor resultado possível. Em outras palavras, hermenêutica é a teoria científica da interpretação. HERMENÊUTICA E INTERPRETAÇÃO Interpretação jurídica ampla: A interpretação consiste em atribuir sentido às expressões da linguagem jurídica. Neste caso, a tarefa do intérprete é estabelecer o que diz qualquer expressão jurídica. Interpretação jurídica estrita: A interpretação consiste em determinar o significado de uma expressão jurídica duvidosa e, portanto, a missão do intérprete é esclarecer o que diz essa expressão ou escolher um dentre dois ou mais significados opostos. Fontes formais no Brasil A Constituição da República Federativa do Brasil (CRFB); As emendas à Constituição; As leis delegadas; As leis ordinárias; As medidas provisórias; Os decretos legislativos; Os decretos regulamentares; As resoluções; Os tratados internacionais dos quais o Brasil se tornou parte; A jurisprudência e os precedentes judiciais; Normas infralegais como portarias, circulares, ordens de serviço etc.; Os costumes jurídicos (nacionais e internacionais). A INTEGRAÇÃO DO DIREITO um determinado ordenamento jurídico, por mais completo que seja, poderá conter espaços normativos vazios, que recebem o nome de lacunas legais ou lacunas normativas. quando falamos na existência de lacunas, em geral, estamos dizendo que não há normas que se refiram e/ou possam ser aplicadas a uma determinada questão jurídica a ser decidida. A INTEGRAÇÃO DO DIREITO: lacunas Lacuna normativa: Completa ausência de um dispositivo legal aplicável ao caso. Lacuna fática ou valorativa: Insuficiência do dispositivo legal existente para regular a questão, seja porque é distante da realidade social ou por não refletir os valores juridicamente positivados. A LEI: CONCEITO E ELEMENTOS Em sentido estrito, a lei pode ser entendida como um preceito normativo primário, criado por uma autoridade competente, dotado de generalidade, abstração e cogência, ou coercibilidade. No caso do Direito brasileiro (e de muitos outros), que adota a teoria do escalonamento normativo de Hans Kelsen, a Constituição é a norma suprema e de mais alto grau hierárquico dentro do ordenamento jurídico. Por isso, todas as demais leis componentes do sistema devem retirar dela o seu fundamento de validade. A LEI: CONCEITO E ELEMENTOS Atributos da Lei Generalidade: significa que a norma jurídica versa (como regra) sobre a conduta de sujeitos indeterminados, sem especificar ou dirigir-se diretamente a este ou àquele indivíduo. Abstração: significa que a norma dispõe sobre um conjunto indeterminado de situações, ou seja, não há, a priori, a determinação de uma situação concreta nos dispositivos legais. Assim sendo, a lei se aplica a todos os casos que se possam enquadrar em seus termos (universalidade). Cogência: por sua vez, está ligada ao fato de que a lei constrange a todos os indivíduos a quem ela se aplica, sem exceção, tornando o seu cumprimento obrigatório de maneira coercitiva (coercibilidade), de modo que o seu descumprimento vai gerar uma sanção. VALIDADE DAS NORMAS JURÍDICAS a) validade técnico-formal ou vigência da lei b) validade fática (social) ou eficácia da lei INÍCIO DA VIGÊNCIA DA LEI Art. 1º LINDB, Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada. VACATIO LEGIS Expressão latina que significa vacância da lei, correspondendo ao período entre a data da publicação de uma lei e o início de sua vigência. Existe para que haja prazo de assimilação do conteúdo de uma nova lei e, durante tal vacância, continua vigorando a lei antiga. VACATIO LEGIS E O INÍCIO DA OBRIGATORIEDADE DA LEI BRASILEIRA NO ESTRANGEIRO art. 1º LIDB [...] § 1o Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira,quando admitida, se inicia três meses depois de oficialmente publicada. CORREÇÃO DA LEI EM VIGOR § 4o As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova. PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE DAS LEIS Art. 3º, LINDB Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece. PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE Art. 2º, LINDB Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue. TÉRMINO DA VIGÊNCIA DA LEI Art. 2º LINDB, § 1o A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare,quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior. § 2o A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior. TÉRMINO DA VIGÊNCIA DA LEI revogação expressa: toda eliminação normativa levada a efeito por um ato válido e deliberado de uma autoridade normativa que incida em um documento normativo, sendo, pois, resultado de um ato “do legislador” revogação tácita: eliminação da vigência de uma norma por apresentar-se incompatível com outra norma Repristinação A repristinação é um instituto que determina a vigência de uma Lei revogada em virtude da revogação da Lei que a revogou em um primeiro momento. Em outras palavras, é o fenômeno jurídico pelo qual uma Lei volta a vigorar após a revogação da Lei que a revogou. Obs: não aceita no Direito brasileiro!!!!! O COSTUME JURÍDICO Uma fonte formal do Direito consistente em uma norma jurídica não escrita, que surge de uma longa, diuturna e reiterada prática da sociedade sob a convicção de obrigatoriedade Direito costumeiro ou Direito consuetudinário O COSTUME JURÍDICO O costume jurídico é comumente definido como uma prática geral aceita como sendo Direito. Dessa definição, podemos extrairdois elementos que compõem todo e qualquer costume: O elemento material ou objetivo, consistente em uma prática geral e reiterada, que pode consistir em fazer ou não fazer algo; O elemento espiritual ou subjetivo, que consiste na realização da prática sob a convicção de que aquilo é correto, certo, justo e, assim, obrigatório. O COSTUME JURÍDICO: espécies secundum legem: segundo a lei contra legem: contrário à lei praeter legem: se aplica na falta da lei, ou seja, em caráter supletivo ou subsidiário A JURISPRUDÊNCIA conjunto de decisões reiteradas e uniformes que exprimem a opinião e a orientação dos tribunais a respeito de um mesmo assunto. A DOUTRINA É o resultado do estudo crítico e aprofundado que os estudiosos fazem a respeito do Direito. O fruto desses estudos e pesquisas por parte de professores de Direito, juristas, filósofos e teólogos, entre outros estudiosos e operadores jurídicos, em geral, traduz-se em obras doutrinárias, tais como teses, dissertações, monografias, tratados, compêndios, manuais, pareceres, artigos, ensaios etc. REVISÃO DWORKIN X ALEXY Para Dowrkin, o Direito é uma prática interpretativa. Ele enfatiza o caráter hermenêutico da ciência jurídica, bem como o seu caráter crítico, isto é, entende e valoriza o Direito como argumentação crítico-construtiva resultante da atividade interpretativa. o objetivo de Dworkin com a visão do Direito como integridade, é garantir coerência de princípios, ou seja, identificar quais são os princípios que justificam as leis e os precedentes do passado (tais como: dignidade, igualdade, liberdade, proporcionalidade, razoabilidade, contraditório, ampla defesa, juiz natural etc.). DWORKIN X ALEXY Alexy entende a institucionalização da razão, mais especificamente a razão prática, como um processo para a criação da correção prática entre a facticidade e a idealidade, isto é, entre aquilo que é um fato e o que seria o ideal. Assim, para o autor, a razão institucionalizada seria o Direito, de modo que uma criação perfeita seria o Direito correto. O instrumento oferecido por Alexy para institucionalizar essa razão é sua teoria discursiva do Direito, que funciona como instrumento do processo de criação. A tese central de Alexy é que o Direito possui uma natureza dúplice, que contém, necessariamente, uma dimensão fática ou real, e também uma dimensão ideal ou crítica. TEORIA PURA DO DIREITO: KELSEN a) hierarquia das normas; b) Direito como uma ordem normativa; c) fundamento de validade da ordem normativa: norma fundamental d) fundamental de validade de uma norma está relacionado à afirmação de que esta norma foi produzida de acordo com a norma fundamental; e) a nenhuma ordem jurídica positiva pode recusar-se a validade por causa do conteúdo das suas normas; JUSNATURALISMO É um direito pressuposto, sendo superior ao Estado. Universal, imutável e atemporal. Nos princípios fundamentais, de ordem abstrata. Informal O sujeito infrator não sofre sanção jurídica. Direito à liberdade e à igualdade. Direito Positivo É definido e aplicado pelo Estado. É válido por determinado tempo e tem base territorial. Se fundamenta na ordem e estabilidade da sociedade. Formal. Sofre sanção jurídica. Ex: A Constituição Federal. Pós-Positivo Pretende restabelecer uma relação entre direito e ética Busca a relação entre valores, princípios, regras e a teoria dos direitos fundamentais visa dar aos princípios jurídicos caráter normativo regras x princípios
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