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TCC - OTIMIZACAO NA EXECUCAO DAS OBRAS COM O USO DA MODELAGEM BIM

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS AMÉRICAS - FAM 
GRADUAÇÃO EM TECNOLOGIA EM CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS
MATEUS GUSTAVO LOPES
VITOR HELIODORIO DOS SANTOS
OTIMIZAÇÃO NA EXECUÇÃO DAS OBRAS COM USO DA MODELAGEM BIM 
São Paulo 
2019
MATEUS GUSTAVO LOPES
VITOR HELIODORIO DOS SANTOS
OTIMIZAÇÃO NA EXECUÇÃO DAS OBRAS COM USO DA MODELAGEM BIM
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado para obtenção parcial do grau de tecnólogo em construção de edifícios, ao Centro Universitário das Américas, sob a orientação do Prof. Me. Nilson Yukihiro Tamashiro.
São Paulo 2019
OTIMIZAÇÃO NA EXECUÇÃO DAS OBRAS COM USO DA MODELAGEM BIM
Mateus Gustavo Lopes e Vitor Heliodorio dos Santos Orientador Nilson Yukihiro Tamashiro
1 RESUMO
	O presente trabalho tem como tema Otimização na execução das obras com uso da modelagem BIM. Onde o objetivo é abordar a metodologia de modelagem BIM como um caminho para o aumento da eficiência e eficácia na indústria da construção civil com o foco em demonstrar como isso se dá durante a fase da execução das obras. A partir das informações obtidas através de estudos de caso foi possível realizar uma análise e trazer uma reflexão sobre os impactos positivos decorrentes dessa tecnologia de modelagem, que integra sistemas, propoem um aumento de assertividade e pode, de muitas maneiras, ser a solução para a necessidade de um aumento de eficiência financeira na construção civil.
Palavras-chave: BIM. Modelagem Paramétrica.
2 INTRODUÇÃO
	O mundo modernizado tem trazido consigo múltiplas revoluções nas mais variadas áreas de atuação, propagando eficiência, aproveitamento e eficácia. Na indústria da construção civil não é diferente, como aponta Luiz Antônio do Nascimento e Eduardo Toledo Santos na tese A contribuição da tecnologia da informação ao processo de projeto na construção civil:
	“A indústria da Construção Civil considerada tradicional e conservadora, com a popularização da Internet, a globalização e com o aumento da competitividade no setor tem procurado inovar para obter maior produtividade, qualidade e redução dos custos.” (NASCIMENTO; SANTOS, 2011)
	Em muitos aspectos as TI’s têm contribuído para uma evolução constante no setor, porém, ainda existem uma série de problemas quanto o uso das tecnologias na fase de execução das obras civis. 
Como cita os autores de Uso de modelagem 4D e Building Information Modeling na gestão de sistemas de produção em empreendimentos de construção, a construção civil, diferentemente de outros tipos de indústria, possui um caráter estacionário, onde os diversos agentes se movimentam pelo produto e alteram as condições existentes.
	Esse caráter único da indústria da construção, de uma linha de produção de natureza temporária, figura entre um dos principais fatores que influenciam na dificuldade da implantação e implementação de tecnologias para o auxilio na gestão da produção dos empreendimentos.
	Apesar das dificuldades existentes na atualização dos sistemas de gestão e planejamento da construção civil, a necessidade da otimização dos vários processos implica no advento de novas tecnologias que se propõem a solucionar esses problemas, e uma delas é a tecnologia de modelagem BIM.
A tecnologia BIM, ou, Building Information Modeling, através de sua metodologia modular, apresenta diversos softwares voltados para as diferentes etapas da construção e com diferentes finalidades, envolvendo o planejamento, execução, gerenciamento e verificação dos empreendimentos.
É sabido que, dentre todas as etapas da construção, desde o planejamento até a verificação final, a etapa de execução do projeto é não só a que demanda mais tempo como também é a etapa responsável pelo maior uso de recursos, sejam eles de natureza financeira, de matérias primas, mão de obra ou de qualquer outro insumo necessário.
	Com base nesse fato o presente trabalho propõe como objetivo o estudo da tecnologia BIM voltada para a etapa da execução das construções e como o mesmo pode proporcionar uma otimização e uma maior eficiência de tempo e recursos durante a gestão da execução dos empreendimentos. 
	Através de estudos de caso abordaremos as melhoras possíveis através do uso das ferramentas BIM e as metodologias disponíveis voltadas para a fase de execução das obras.
3 OBJETIVO GERAL
	O presente trabalho tem como objetivo geral apresentar de que forma a otimização da fase de execução das obras com o implemento das tecnologias da informação com o foco na metodologia BIM podem auxiliar na diminuição dos erros cometidos durante o desempenho do empreendimento, economizando tempo e recursos.
4 OBJETIVO ESPECÍFICO
	Conceituar a metodologia BIM e seus recursos;	
	Demonstrar como o uso da modelagem em BIM otimiza o gerenciamento dos projetos e a execução das obras;
	Demonstrar por meio de estudos de caso como a metodologia BIM pode solucionar os problemas levantados;
5 METODOLOGIA
	O presente trabalho se constitui em uma revisão bibliográfica baseada no livro Manual de BIM, versão 2014, dos autores Chuck Eastman, Paul Telcholz, Rafael Sacks e Hathleen Liston. Outros autores de artigos foram utilizados para apoiar na elaboração da problemática levantada na justificativa. 
	A análise da situação problema foi realizada através de uma análise de dois estudos de caso presentes no livro manual de BIM.
	Os conceitos analisados foram voltados para a utilização da modelagem paramétrica como maneira de otimizar os projetos de construção civil e na forma em como isso afeta o processo de execução das obras. 
	Os principais autores que contribuíram para esse trabalho, além dos já citados, foram Luiz Antônio do Nascimento, Eduardo Toledo Santos, Alex Kenya Abiko, Clarissa Notariano Biotto, Carlos Torres Formoso e Eduardo Luis Isatto. Todos esses autores elaboraram artigos sobre o assunto em pauta, os quais serão destacados nas referências bibliográficas.
6 JUSTIFICATIVA
	É sabido que o setor da construção civil é um dos que mais movimenta a economia brasileira e um dos que mais demanda recursos financeiros, de matéria prima ou de mão de obra. Isso porque, diferente das outras áreas de indústria, o setor da construção é seccionado nas mais diversas etapas para a realização dos empreendimentos, criando assim um grande leque de atuação e uma gama consideravelmente grande de possibilidades. 
	Porém, o mesmo potencial que essa indústria tem para aumentar a movimentação econômica ela tem para diminuir esse fluxo, e isso muitas vezes é notável durante momentos de crises financeiras, de catástrofes ambientais, de erros cometidos durante o empreendimento entre outras circunstâncias.
	Casos como o de Brumadinho, ou da paralização de obras durante os momentos mais graves da crise recente da qual o país passou, evidenciam o fato de que erros no projeto, na execução, na verificação ou até mesmo no gerenciamento financeiro podem causar catástrofes ambientais e econômicas para um país.
	Sabendo da importância do setor da construção no cenário econômico de uma nação, fica claro que existe uma necessidade de sempre mantê-lo atualizado para que as falhas sejam cada vez menores e para que a sua produtividade e eficiência acompanhe os demais setores, proporcionando assim um aumento de empregos, de infraestrutura e uma melhora no panorama financeiro nacional.
	Dos mais variados subsetores dentro da construção civil, aqueles que são atrelados à execução das obras são, de forma clara, os com o maior potencial de girar a economia, graças às oportunidades de emprego nos mais diversos níveis que a indústria gera, desde os mais operacionais aos mais analíticos. Além disso, é também a etapa responsável por movimentar as produtoras dos mais variados tipos de matéria prima e de insumos necessários para a execução dos projetos.
	Entretanto, a fase de execução está também intrinsicamente relacionada as mais diversas catástrofes, aos erros gerados por um gerenciamento improdutivo, a leituras erradas de projeto entre outros fatores. Ademais, essa mesma área,como demonstram os autores Luiz Antônio do Nascimento e Eduardo Toledo dos Santos no artigo A Contribuição da Tecnologia da Informação ao Processo de Projeto na Construção Civil (2011), é a responsável pela maior parte de consumo de tempo e de recursos em qualquer empreendimento, desde sua fase de planejamento até a sua verificação final depois de pronto.
Figura 1 - Ciclo de vida de um projeto. (NASCIMENTO; SANTOS, 2011)
	Como citam os autores, a fase I corresponde ao planejamento, II programação, III execução, IV verificação e V manutenção.
	Tendo em vista esse panorama surge a problemática: “como posso otimizar a fase de execução da obra e ainda supervisiona-la de maneira eficaz?”. A proposta desse trabalho é responder a essa questão através das soluções existentes dentro da modelagem em BIM para que, por meio dessa tecnologia, possa-se atingir o máximo de eficiência dos recursos aplicados e diminuir a imprecisão e os erros normalmente cometidos.
7 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
	O trabalho apresentado é um estudo focado na integração da indústria 4.0 com a indústria da construção civil, com ênfase na parte de maquetes digitais integradas ao gerenciamento de obra. O objeto de estudo será a metodologia de modelagem paramétrica BIM.
	Afim de contextualizar o objeto de estudo, será abordado aqui uma contextualização histórica a respeito da tecnologia de modelagem da construção. A modelagem 3D de objetos assistida por computadores é algo relativamente recente, sendo datada do final da década de 1960. 
Inicialmente, essa tecnologia era focada para a produção gráfica de filmes, jogos e outros projetos, na sua maioria visando o entretenimento. Porém, por se tratar de uma tecnologia com um alto potencial de aplicação, logo foi disseminada para outros fins, acadêmicos, científicos e no dia a dia de outras profissões.
O uso de modelagem 3D em edifícios foi desenvolvida no final dos anos 1970, encabeçados por sistemas de CAD como o RUCAPS, TriCad, Calma, GDS entre outros. Todos esses projetos foram desenvolvidos em paralelo para projetos aeroespaciais, elétricos, mecânicos e, como mencionado, para à construção civil.
A princípio, haviam alguns fatores que dificultavam a integração do sistema no dia a dia das profissões, como a pouca eficiência computacional para processar os dados gerados pelos softwares e os altos valores das licenças, porém, com o aumento das opções no mercado e com a evolução da capacidade de processamento dos computadores os softwares de modelagem foram, pouco a pouco, tomando conta dos projetos de engenharia até se tornarem indispensáveis.
Seja pela capacidade de redução de falhas, pela facilitação da visualização do projeto, elaboração de cronogramas e orçamentos, os softwares de modelagem são essenciais para se chegar a maior eficiência construtiva possível, e, com base nesse fato a tecnologia BIM foi desenvolvida.
Com o intuito de não ser apenas uma plataforma de modelagem, mas sim uma plataforma inteligente de processamento e integração de informações, a tecnologia BIM vem com o objeto de trazer eficiência e otimizar ao máximo as mais variadas etapas da construção.
A atual geração de ferramentas BIM desenvolveram-se a partir das capacidades da modelagem paramétrica baseada em objetos desenvolvidas para o projeto de sistemas mecânicos.
Quanto à modelagem paramétrica, no livro Manual de BIM (Eastman, Telcholz, Sacks e Liston) os autores explicam que:
“No projeto paramétrico, em vez de projetar uma instância de um elemento de construção como uma parede ou uma porta, um projetista define uma família de modelos ou uma classe de elementos, que é um conjunto de relações e regras para controlar os parâmetros pelos quais as instâncias dos elementos podem ser geradas, mas cada um irá variar conforme seu contexto.” (Manual de BIM, 2014, pg 29).
Em outras palavras, dentro das ferramentas BIM a modelagem utilizada é a chamada paramétrica, enquanto em plataformas de CAD 3D a modelagem é meramente geométrica. A diferença esta na maneira em como os objetos se comportam dentro da ferramenta, Eastman, Telcholz, Sacks e Liston seguem dissertando que:
“No CAD 3D tradicionalmente, cada aspecto da geometria de um elemento deve ser editado manualmente pelos usuários; em um modelador paramétrico, as geometrias da forma e do conjunto ajustam-se automaticamente às modificações do contexto e aos controles de alto nível do usuário.” (Manual de BIM, 2014, pg 29).
A grosso modo, na modelagem paramétrica os objetos agem de maneira inteligente, baseado em informações pré-programadas, com base em normas e outros parâmetros pré-definidos. Uma porta “sabe” que é uma porta e se ajusta automaticamente a uma parede, os objetos interagem de maneira inteligente de acordo com os parâmetros estabelecidos.
Com uma modelagem paramétrica além das informações geométrica podemos, com as informações dos objetos, estimar custos e prazos de um empreendimento, e essas informações durante a execução da obra são a chave para otimizar esse processo, identificando erros através da identificação das divergências entre projetado, estimado e efetivamente executado.
Eastman e os demais autores do manual de BIM apontam que:
“À medida que a indústria de Arquitetura, Engenharia e Construção (AEC) adotou ferramentas 3D, as organizações de construção construíram modelos 4D manualmente e combinaram instantâneos de cada fase ou período de tempo no empreendimento [...] O BIM permite que planejadores criem, revisem e alterem modelos 4D com mais frequência, o que levou à implementação de cronogramas melhores e mais confiáveis.” (Manual de BIM, pg 223).
A plataforma BIM é multifacetada, e com a riqueza das informações as possibilidades de ferramentas são tantas que, como dizem os principais disseminadores das ferramentas, é possível construir dentro de um computador. 
	Com base nessas informações serão trabalhados nos capítulos seguintes a maneira com a qual a modelagem BIM, por meio das suas ferramentas, podem colaborar na otimização da fase de execução das obras.
8 RESULTADOS E DISCUSSÕES
	Através da revisão bibliográfica realizada pelos integrantes do grupo foram escolhidos dois estudos de caso presentes no livro Manual de BIM voltados para o uso de ferramentas BIM. Neles são apontadas as formas de como as metodologias de modelagem BIM beneficiaram os empreendimentos e viabilizaram a otimização e eficiência dos projetos.
8.1 ESTUDO DE CASO 1 - EXPANSÃO DA FÁBRICA EM FLINT DO MOTOR V6 GLOBAL
	
	No primeiro estudo de caso, o BIM foi utilizado para possibilitar o encurtamento do ciclo projeto-construção usando métodos da construção enxuta.
O estudo de caso em questão é de um empreendimento executado para a General Motors (GM) planejado e gerido pela empresa Ghafari. 
	Segundo o estudo de caso realizado:
“Motivada pela necessidade de responder de forma flexível ao mercado automobilístico sempre em mutação, a empresa visou minimizar o tempo de projeto e construção e postergar ao máximo a contratação do empreendimento construtivo. Os princípios da construção enxuta e uma completa integração da tecnologia BIM foram os meios para atingir esses objetivos.” (Manual de BIM, 2014, pg 319).
Como citado, o cliente estabeleceu um cronograma visando a minimização do tempo de obra, um cronograma apertado. Com base na necessidade do maior aproveitamento de tempo possível foi colocada a necessidade de se utilizar BIM. No início do empreendimento, a GM dispensou a exigência do uso de uma plataforma única e permitiu que a equipe escolhesse o melhor software para cada uma das atividades de projeto, detalhamento e fabricação.
Quanto ao aproveitamento de tempo, os autores enfatizam que:
“A General Motors deu importância especial à restrição do tempo de construção, ao mesmo tempo em que racionalizou o orçamento e manteve a qualidade. A planta adicional teve de ser projetada e entregue sob um cronograma do tipo “fast-track” de apenas 40 semanas”. (Manual de BIM, 2014, pg 320).
Com a necessidade de um bom aproveitamento de tempo e da racionalizaçãodo orçamento ficou claro que os objetivos não poderiam ser atingidos seguindo um fluxo tradicional de trabalho com modelos 2D ou documentos físicos, estabelecendo prioridades conhecidas e realizando atividades de maneira linear. 
Ao final do empreendimento, as 40 semanas estabelecidas com base no cronograma fast-track não só haviam sido cumpridas, haviam sido superadas, já que o projeto foi entregue com 35 semanas.
Normalmente, projetos semelhantes com abordagem projeto & construção (Design-Build – DB) costumam levar 60 semanas para ser concluídos, e projetos com a abordagem projeto-concorrência-construção (Design-Bid-Build – DBB) levam mais de 60 semanas. Abaixo o gráfico ilustra o resultado obtido em comparação aos resultados normalmente obtidos sem a utilização da tecnologia BIM.
Figura 2 - Comparação DB, com e sem BIM, e DBB (MANUAL DE BIM, 2014, p 320)
Como destacam os autores, a aplicação de fluxos de trabalho digitais em 3D foi um fator essencial na implementação de estratégias para a gestão da cadeia de suprimentos e princípios de projeto e processos de construção enxutos. Os autores enfatizam que:
“Um dos problemas inerentes ao processo 2D baseado em papel é que a equipe de projeto precisa seguir passos sequenciais e tomar decisões com base em prioridades conhecidas [...] O resultado natural dessa abordagem é a extensão da duração do processo de projeto, que é identificada por retrabalho e correções frequentes.” (Manual de BIM, 2014, pg 326).
Logo, fica claro que a execução do projeto e o gerenciamento da construção em BIM foram essenciais para a otimização da fase de execução, já que, como evidencia o estudo de caso realizado, realizar a resolução de problemas e interferências depois que elas são detectadas durante a obra aumenta muito os custos, estende a duração do projeto e reduz a qualidade do produto final.
A otimização dos resultados quando se usa a tecnologia BIM já é algo evidente dentro das industrias automotivas e de fabricação em geral, e, se tratando da construção de uma fábrica automotiva, muito da iniciativa da utilização de BIM partiu das exigências do contratante. A efetividade do uso desses meios de projeto e gerenciamento fica claro quando comparamos os desperdícios dentro da indústria fabril com os desperdícios da indústria da construção, algo que os autores destacam dentro do estudo de caso no gráfico a seguir.
Figura 3 - Diferenças entre as práticas de negócio atuais nas indústrias da construção e da fabricação (MANUAL DE BIM, 2014, p 331)
	
	Ao final do estudo, os resultados obtidos demonstraram que a utilização de modelos 3D detalhados sem colisões e a necessidade de não ter alterações em campo possibilitaram a pré-fabricação e a pré-montagem e resultaram em um processo de pedidos de compras de materiais mais precisos e em ganhos de tempo.
	Os autores concluem as lições aprendidas com o seguinte destaque:
	“Um empreendimento se beneficia significativamente quando todos os subempreiteiros desenvolvem e trabalham a partir de seus próprios modelos digitais 3D [...] Esse empreendimento demonstra o que o planejamento cuidadoso e o cronograma estratégico podem alcançar para reduzir o tempo de sobreposição de projeto e construção.” (Manual de BIM, 2014, pg 332).
	Portanto, o uso da modelagem em BIM possibilita a diminuição de retrabalhos em campo, a maior assertividade nas atividades realizadas no canteiro, uma melhor visão da execução do empreendimento como um todo, a possibilidade de perceber e corrigir interferências no projeto, antes da execução, evitando retrabalhos, perca de tempo de desperdício de material, otimizando a execução da obra no seu custo, tempo de entrega e qualidade do produto final.
8.2 ESTUDO DE CASO 2 - TORRE COMERCIAL ONE ISLAND EAST (OIE)
	O estudo de caso a seguir, demonstra a implementação do BIM no gerenciamento das relações funcionais e financeiras entre o projeto e a construção, em um empreendimento de grande porte e bastante complexo. 
Ao identificar o potencial do BIM para gerir informações mais rápidas e precisas visando reduzir o custo não só na fase de construção, mas em todo ciclo de vida do empreendimento, o proprietário resolveu introduzir a metodologia BIM na torre comercial One Island East (OIE), mesmo depois que iniciou utilizando as ferramentas 2D. 
Trabalhou com sua equipe de projeto/construção e tecnologia para integrar o BIM ao projeto e construção do empreendimento. O estudo contempla o treinamento da equipe nos softwares BIM digital Project para suporte de projeto, interferências e correções, levantamento de quantidade e licitações, coordenação de equipe e planejamento 4D.
O empreendimento em questão (OIE) é um edifício comercial de 70 andares que foi construído em Hong Kong pela incorporadora Swire Properties uma líder da indústria envolvida na transformação da construção. Na figura a seguir podemos ter uma visão do projeto básico.
Figura 4 - Características do empreendimento (MANUAL DE BIM, 2014, p 413)
No papel de proprietário a Swire é responsável por toda gestão do projeto, construção, locação e operação do empreendimento.
 	Para o gerenciamento do empreendimento a Siwre utilizou o Digital Project. O sistema de DP foi desenvolvido para suportar e gerenciar todas as informações, tais como custo, construção e gerenciamento de facilidades. Na figura 5 temos a integração do BIM com a equipe do empreendimento.
Figura 5 - Equipe de projeto do empreendimento (MANUAL DE BIM, 2014, p 415)
A equipe que desenvolveu, era composta por quatro arquitetos, quatro engenheiros estruturais, seis engenheiros MEP, dois orçamentistas, um gerente de empreendimento, um gerente de projeto de MEP e quatro consultores BIM. Cada membro da equipe contribuiu direta e indiretamente na inserção das informações do modelo da construção.
A equipe reunia-se semanalmente para identificar e resolver erros, interferências e outros problemas de projeto com o auxílio do BIM. A figura 6 mostra como a s interferências entre os elementos das diferentes disciplinas foram identificadas facilmente no modelo 3D. As interferências foram identificadas obtidas com as funções do software DP. No 2D muitas dessas interferências passariam despercebidas gerando retrabalhos e aumento do custo na obra.
Figura 6 - Interferências identificadas pelo BIM (MANUAL DE BIM, 2014, p 416)
Um modelo típico pode ser formado por centenas ou milhares de partes. Podendo ser por exemplo, uma parede, colunas de uma laje, uma escada rolante ou um duto de ventilação de ar-condicionado. Um modelo BIM é estruturado em partes sendo cada uma delas organizadas por pavimento ou também ramos de um pavimento especifico. Na figura 7 vemos exemplo de uma estrutura em árvores.
Com a ferramenta BIM do DP foi possível medir automaticamente as quantidades dos materiais, exceto as quantidades das barras de aço do concreto armado, essas por sua vez foram calculadas manualmente usando uma taxa para o concreto utilizado no empreendimento.
	Ao utilizar a ferramenta BIM no processo de criação dos elementos de modelagem, os próprios atributos já são incluídos, tais como dimensão, área, volume entre outros. Essas informações além de serem atualizadas automaticamente ainda podem ser exportadas para uma planilha de Excel. 
Com isso é possível diminuir o esforço e tempo necessário para fazer o levantamento do quantitativo. A figura 7 ilustra o levantamento automático de quantitativos para geração de lista de quantidade no formato Excel.
Figura 7 - Gerenciamento das etapas de execução (MANUAL DE BIM, 2014, p 419)
Após o processo de licitação foram reunidas algumas informações adicionais relativas ao projeto, como formas para o concreto e outras estruturas temporárias. Na sequência foram criadas as visualizações detalhadas da construção, os vínculos entre os elementos BIM do DP e o cronograma de construção no software Primavera permitindo a visualização da construção na sequência em que será construída.
A transição da metodologia 2D para o 3D foi uma das maiores dificuldades da Swire emrazão de ordem cultural e falta de mão obra qualificada. Porém o problema foi mitigado com o auxílio de consultores, treinamento e suporte durante o primeiro ano de implementação do BIM.
 No estudo de caso em questão, a etapa de pós licitação ainda precisa ser ajustada para possibilitar a quantificação de todos os benefícios e problemas associados a implementação do BIM nessa fase. Entretanto foi constatado uma economia significativa no tocante a custo e tempo proveniente da redução de erros em projeto. A modelagem 4D assegurou um cronograma rápido e seguro garantindo o cumprimento das metas estabelecidas. 
	O número de solicitações de alteração, registro de segurança, desempenho financeiro, desempenho do cronograma, ajudaram a mencionar o valor agregado na utilização da ferramenta BIM.
8.3 DISCUSSÃO
	
	Além das análises feitas nos tópicos anteriores diante dos estudos de caso destacados é possível afirmar também, tendo ambos os estudos em perspectiva, que a modelagem paramétrica é a melhor solução a problemática levantada no presente trabalho.
	
	Quando falamos em otimização falamos em tomada de decisão, quando falamos em tomada de decisão falamos em manipulação de informações e dados. A própria natureza da modelagem em BIM é a resposta aos problemas que tornam a execução das obras tão onerosas e tão demoradas. 
	
	No estudo de caso 1, fica claro a realidade que o uso dessas ferramentas pode proporcionar para a construção civil quando é traçado um comparativo de desperdícios com a indústria fabril, que esta extremamente avançada quanto ao uso dessa tecnologia. 
	No estudo de caso 2, o destaque feito à ferramenta de gerenciamento por etapas e a ferramenta de detecção de interferências demonstra o potencial da modelagem BIM em prever os erros antes que eles aconteçam, auxliando na tomada de decisões, na diminuição do retrabalho e no acompanhamento mais efetivo do que esta sendo realizado versus aquilo que foi previsto.
	Dos estudos apresentados, ambos respaldam o ponto de vista de que a modelagem paramétrica é a melhor resposta a problemática de como otimizar não só a fase de execução das obras como também todas as etapas de um projeto.	
9 CONCLUSÃO
	
	Através dos resultados apresentados nos artigos e das análises realizadas nos mesmos foi possível concluir que, através das ferramentas de modelagem paramétrica é possível reduzir custos, otimizar o tempo e evitar muitos dos erros característicos da execução dos projetos.
	Da problemática levantada na justificativa aos objetivos traçados inicialmento no presente trabalho, a conclusão com base nos conceitos e informações destacadas é de que a metodologia de modelagem BIM é, não só a solução para os problemas existentes de custo e dispêndio de tempo na fase de execução das obras como também tem o potencial para otimizar todo o ciclo de vida de um projeto.
	
	A modelagem em BIM possibilita que erros possam ser percebidos e corrigidos ainda na fase de projeto, evitando retrabalhos, desperdícios e possibilitando que as melhores decisões sejam tomadas antes mesmo que os problemas apareçam.
	Além disso, tendo em vista que as ferramentas possibilitam um acesso a um grande número de informações fica aberto um leque de oportunidades para novas tecnologias como big data, internet das coisas e outras novas tecnologias provenientes da indústria 4.0.
	Por fim, a visão macro detalhada do empreendimento que as ferrametas BIM podem proporcionar se mostram como um grande passo em direção da evolução da construção civil e também como uma solução para à busca pela otimização, eficiência e eficácia dentro da indústria.
10 REFERÊNCIAS
	NASCIMENTO, Luiz A.; SANTOS, Eduardo T. A contribuição da tecnologia da informação ao processo de projeto na construção civil. Escola Politécnica da USP, São Paulo, Fevereiro de 2011.
	BIOTTO, Clarissa N.; FORMOSO, Carlos T.; ISATTO, Eduardo L. Uso de modelagem 4D e Building Information Modeling na gestão de sistemas de produção em empreendimentos de construção. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Junho de 2015.
	EASTMAN, Chuck; TELCHOLZ, Paul; SACKS, Rafael; LISTON, Kathleen. Manual de BIM. 1 ed. Porto Alegre: Editora Bookman, 2014.

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