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Caderno de Pecas Processuais - Exame XXXIII

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CADERNO DE
PEÇAS PROCESSUAIS
DIREITO CONSTITUCIONAL
CURSO CERS
SEGUNDA FASE OAB - XXXIII
PROFª. FLAVIA BAHIA
CERS - CURSOS ONLINE
1 
 
CADERNO DE PEÇAS PROCESSUAIS 
CERS - CURSOS ONLINE 
DIREITO CONSTITUCIONAL - Profª Flavia Bahia 
 
 
 
NOÇÕES DO PROCESSO 
 
1. PROCESSO X PROCEDIMENTO 
O processo é o meio utilizado para solucionar os litígios. O Direito Processual Civil prevê duas 
espécies de processo: o de conhecimento (ou de cognição) e o de execução. 
No Processo de conhecimento as partes levam ao conhecimento do juiz, os fatos e fundamentos 
jurídicos, para que ele possa substituir, por um ato seu, a vontade de uma das partes. 
O Processo de execução está regulamentado no Livro II do CPC, a partir do seu art. 771. É o meio 
pelo qual alguém é levado a juízo para solver uma obrigação que tenha sido imposta por lei ou 
por uma decisão judicial. 
Enquanto o processo forma uma relação processual em busca da pretensão jurisdicional, o 
procedimento é o modo e a forma como os atos do processo se movimentam. Procedimento, 
segundo alguns autores, é expressão sinônima a rito. 
 
2. O PROCEDIMENTO COMUM NO PROCESSO DE CONHECIMENTO 
O processo de conhecimento é o mais importante na segunda fase de Direito Constitucional, de 
acordo com o conteúdo programático apresentado pela banca. Nele, encontramos o 
procedimento comum, regulamentado no Título I do Livro I do CPC (art. 318 e seguintes). 
De acordo com o art. 318 do CPC: 
“Art. 318. Aplica-se a todas as causas o procedimento comum, salvo disposição em contrário 
deste Código ou de lei. Parágrafo único. O procedimento comum aplica-se subsidiariamente aos 
demais procedimentos especiais e ao processo de execução.” 
 
3. PROCEDIMENTOS ESPECIAIS 
TÍTULO III DO LIVRO I DO CPC – Ex.: DA AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO, DA AÇÃO DE 
EXIGIR CONTAS, DAS AÇÕES POSSESSÓRIAS... 
 
 
 
 
2 
 
4. ATIVIDADE JURISDICIONAL 
 
 
 
5. ELEMENTOS DA AÇÃO 
• Legitimidade das Partes; 
• Interesse Processual. 
 
I- PETIÇÃO INICIAL 
(elementos gerais – procedimento comum) 
 
Na forma do art. 319, do CPC, são requisitos da petição inicial: 
1. O juízo a quem é dirigida (endereçamento); 
2. Os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão, o número 
de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o 
endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu (qualificação das partes); 
3. O fato e os fundamentos jurídicos do pedido (causa de pedir); 
4. O pedido com as suas especificações (pedido); 
5. O valor da causa; 
6. As provas com que o Autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados (requerimento 
de provas); 
7. A opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação. 
 
ANÁLISE DOS REQUISITOS DA PETIÇAO INICIAL 
O juízo a quem é dirigida (endereçamento) 
 
Qual é a justiça competente? Especializada ou Comum? 
3 
 
A competência para julgamento é de Tribunal ou de juiz monocrático? 
Se não for competente a Justiça Especializada, a competência será da Justiça Comum (estadual 
ou federal) 
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: I - as causas em que a União, entidade 
autárquica ou empresa pública federal forem partes... 
 
A justiça comum estadual é residual! 
 
A Justiça Federal de 1ª instância é dividida em Seções Judiciárias, de acordo com os Estados da 
Federação e Distrito Federal, por exemplo: Seção Judiciária do Paraná, de Santa Catarina, do Rio 
de Janeiro. 
Assim dispõe o artigo 110, da CRFB/88: “Cada Estado, bem como o Distrito Federal, constituirá 
uma seção judiciária que terá por sede a respectiva Capital, e varas localizadas segundo o 
estabelecido em lei”. 
 
A Justiça estadual é dividida em Comarcas e Varas. 
Comarca – divisão territorial, pode representar a área de um Município ou de vários Municípios. 
Varas – Divisão especializada das Comarcas. Uma Comarca pode ter uma Vara Única ou ser 
dividida em: Criminais, Fazenda Pública, Cíveis... 
 
EXEMPLOS DE ENDEREÇAMENTO 
 
EXMº. SR. MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. 
AO JUÍZO DA PRESIDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. 
 
EXMº. SR. MINISTRO PRESIDENTE DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. 
AO JUÍZO DA PRESIDÊNCIA DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. 
 
EXM°. SR. DR. JUIZ FEDERAL DA ...VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO... 
 
AO JUÍZO DA ... VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO... 
 
EXM°. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ... VARA ... DA COMARCA DE ... 
 
4 
 
2. Os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão, o número 
de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o 
endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu 
– Acrescentamos também nacionalidade e RG. 
 
EXEMPLOS 
 
Nome, nacionalidade..., estado civil (ou existência de união estável) ..., profissão..., portador do 
RG n°... e do CPF n° ... , endereço eletrônico ..., residente e domiciliado ..., nesta cidade, por seu 
advogado infra-assinado (ou que esta subscreve), conforme procuração anexa, com escritório 
..., nesta cidade, endereço que indica para os fins do art. 77, V, do CPC, com fundamento nos 
termos do art. ..., vem impetrar (MS, MI, HC, HD) ou ajuizar (AP, ACP... )... em face de... 
 
Nome, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o n°..., com sede..., por seu 
advogado infra-assinado (ou que esta subscreve), conforme procuração anexa, com escritório 
..., nesta cidade, endereço que indica para os fins do art. 77, V, do CPC, com fundamento nos 
termos do art. ..., vem impetrar (MS, MI, HC, HD) ou ajuizar (AP, ACP...)... em face de... 
 
3. O fato e os fundamentos jurídicos do pedido (causa de pedir) 
 
A causa de pedir inclui os Fatos e os Fundamentos Jurídicos do Pedido 
 
4. O pedido com as suas especificações (pedido padrão) Em face do Exposto, requer a V.Exa: 
a) A citação do réu ou interessado (arts. 238 e 239, caput, do CPC – o requerimento para a 
citação do réu ou do interessado); 
b) A procedência do pedido para... (art. 319, IV, do CPC – o pedido, com as suas especificações); 
c) A condenação do réu no ônus da sucumbência (art. 85, caput, do CPC); 
d) A produção de todos os meios de prova em direito admitidos (art. 319, VI, do CPC – as provas 
com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados); 
e) A juntada dos documentos em anexo (art. 320, do CPC – A petição inicial será instruída com 
os documentos indispensáveis à propositura da ação). 
 
5. O valor da causa 
Art. 291 do CPC: “A toda causa será atribuído valor certo, ainda que não tenha conteúdo 
econômico imediatamente aferível.” 
 
5 
 
Art. 319. A petição inicial indicará: 
(...) 
V - o valor da causa; 
 
Na OAB – 2010.2 – GABARITO COMENTADO – SEGUNDA FASE – CONSTITUCIONAL 
MS - Valor da causa: pode ser R$ 1.000,00 para efeitos fiscais - 0,5 
Na OAB – 2010.3 – GABARITO COMENTADO – SEGUNDA FASE – CONSTITUCIONAL 
Habeas Data - Valor da causa - R$ 1.000,00, para efeitos procedimentais – 0,5 
 
NÃO USAMOS MAIS R$ 1.000,00 
 
Na Ação Popular, nas Ações de procedimento comum e na Ação Civil Pública – indicar 
normalmente o valor do contrato, do dano... 
 
Nos últimos exames: 
XXI (ACP) - De acordo com o Art. 291 do CPC/15 (0,10) 
XXII (MIC): De acordo com o Art. 319 do CPC/15. (0,10) 
XXIII (MS): Valor da causa (0,10). 
XXIV (MSC): Valor da causa (0,10). 
XXV (AP): Dá-se à causa o valor de ... (0,10) 
XXVI (ADI): Sem menção ao valor da causa. 
XXVII (ADI): Sem menção ao valor da causa. 
XXVIII (AP): Valor da causa (0,10). 
XXIX (MS): Valor da causa (0,10). 
XXX (ROC): Recurso não tem valor da causa. 
XXXI (AP): Valor da causa (0,10). 
 
GRATUIDADE DE JUSTIÇA 
Somente quando o enunciado da questão indicar que há hipossuficiência! 
Colocar antes dos Fatos. 
6 
 
Ex:“Com base no art. 98 e/ou 99, do CPC o Autor requer a V. Exª. a concessão do benefício da 
gratuidade de justiça, tendo em vista que está desempregado e sem condições de arcar com as 
custas processuais sem prejuízo do sustento próprio e de sua família.” 
 
TUTELA DE URGÊNCIA 
A tutela de urgência (art. 300 e seguintes do CPC) é gênero que compreende duas espécies: 
tutela antecipada e tutela cautelar, que exigem urgência na concessão do Direito e reclamam o 
preenchimento dos mesmos requisitos: 
a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. 
 
Em se tratando de medida cautelar, podemos substituir por: fumus boni iuris e periculum in 
mora 
 
ESTRUTURA BÁSICA PARA A FUNDAMENTAÇÃO DA PEÇA: 
➢BASE CONSTITUCIONAL 
➢BASE INFRACONSTITUCIONAL 
➢DIREITO MATERIAL ENVOLVIDO 
➢ASPECTOS PROCESSUAIS DA PEÇA: COMPETÊNCIA, CARACTERÍSTICAS, LEGITIMIDADE ATIVA, 
LEGITIMIDADE PASSIVA, NATUREZA JURÍDICA... 
 
HABEAS DATA 
 
Art. 5º LXXII - conceder-se-á "habeas-data": 
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes 
de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público; 
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou 
administrativo; 
 
Lei 9507/97 
Art. 7º Conceder-se-á habeas data: 
I - para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes 
de registro ou banco de dados de entidades governamentais ou de caráter público; 
II - para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou 
administrativo; 
7 
 
III - para a anotação nos assentamentos do interessado, de contestação ou explicação sobre 
dado verdadeiro mas justificável e que esteja sob pendência judicial ou amigável. 
 
1. Histórico no Direito Comparado e Brasileiro 
A criação do habeas data pelo constituinte de 1988 tem estreita relação com os “anos de 
chumbo” vivenciados pelos brasileiros na época da ditadura militar. Como é fato notório, 
autoridades faziam uso da prática repugnável de colher informações sobre a vida das pessoas 
que se insurgiam contra o regime, numa completa violação ao direito fundamental à intimidade. 
A influência do direito comparado sobre a criação do instituto é normalmente associada ao 
Freedom of Information Act americano de 1974, ainda que a ação também tenha previsão na 
Constituição de Portugal de 1976 e na Constituição da Espanha de 1978. 
 
2. Noções conceituais e natureza jurídica 
É uma ação constitucional e também de natureza cível, de procedimento especial (art. 19, Lei 
9507/97), dirigida ao conhecimento ou retificação, como também, anotação, contestação ou 
explicação de dados pessoais constantes de bancos de dados ou, assentamentos de entidades 
governamentais ou de caráter público. 
É gratuita para todas as pessoas, na forma do art. 5º, LXXVII, da CRFB/88 e ainda recebe 
tratamento infraconstitucional pela Lei nº 9.507/97. 
O habeas data não tem por finalidade permitir acesso a informações públicas – papel do 
mandado de segurança – mas sim, a dados pessoais (nome, filiação, saúde, escolaridade, 
trabalho etc.), sobre a pessoa do Impetrante, desde que não estejam protegidas pelo sigilo, em 
respeito ao disposto na parte final do art. 5º, XXXIII, da CRFB/88. 
Segundo José Afonso da Silva, o habeas data: “É um remédio constitucional que tem por objeto 
proteger a esfera íntima dos indivíduos contra: usos abusivos de registros de dados pessoais 
coletados por meios fraudulentos, desleais ou ilícitos; introdução nesses registros de dados 
sensíveis (assim chamados os de origem racial, opinião política, filosófica ou religiosa, filiação 
partidária e sindical, orientação sexual, etc.); conservação de dados falsos ou com fins diversos 
dos autorizados em lei”. 
 
3. Base Legal: art. 5º, LXXII e Lei 9507/97 
 
4. Finalidade – Dados Pessoais? 
Conhecer 
Ou 
Retificar 
Ou 
8 
 
Complementar 
 
EXEMPLOS DE DADOS PESSOAIS: 
Nome; 
Características pessoais; 
Qualificação pessoal; 
Escolaridade; 
Trabalho; 
Saúde; 
Dados genéticos etc. 
 
5. Legitimidade Ativa. Herdeiros. Remédio Personalíssimo 
 
6. Polo Passivo. Autoridade Coatora. 
 
7. Definição de “caráter público” 
Art. 1º: Parágrafo único. Considera-se de caráter público todo registro ou banco de dados 
contendo informações que sejam ou que possam ser transmitidas a terceiros ou que não sejam 
de uso privativo do órgão ou entidade produtora ou depositária das informações. (Lei 9507/97) 
 
8. Requisito essencial 
De acordo com a Súmula nº 2 do STJ: “Não cabe o habeas data se não houve recusa de 
informações por parte da autoridade administrativa.” 
 
Assim dispõe a Lei nº 9.507/97 no parágrafo único do art. 8º: “A petição inicial deverá ser 
instruída com prova: I - da recusa ao acesso às informações ou do decurso de mais de dez dias 
sem decisão; II - da recusa em fazer-se a retificação ou do decurso de mais de quinze dias, sem 
decisão; ou III - da recusa em fazer-se a anotação a que se refere o § 2° do art. 4° ou do decurso 
de mais de quinze dias sem decisão”. 
 
“(...) O acesso ao habeas data pressupõe, dentre outras condições de admissibilidade, a 
existência do interesse de agir. Ausente o interesse legitimador da ação, torna-se inviável o 
exercício desse remédio constitucional. A prova do anterior indeferimento do pedido de 
informação de dados pessoais, ou da omissão em atendê-lo, constitui requisito indispensável 
para que se concretize o interesse de agir no habeas data. (...) 
9 
 
 
(…) Sem que se configure situação prévia de pretensão resistida, há carência da ação 
constitucional do habeas data” (RHD 22, Rel. p/ o ac. Min. Celso de Mello, j. 19.9.91, DJ 1º.9.95). 
 
9. JURISPRUDÊNCIA STJ 
Para obtenção de cópia de processo administrativo não é cabível o habeas data, pois no caso de 
a busca não ser por informações pessoais ou esclarecimentos sobre bancos de dados ou 
arquivos governamentais, será adequado impetrar mandado de segurança e não o habeas data. 
O habeas data não alcança a pretensão de obter informações que estejam sob sigilo. Portanto, 
se a lei trata de um dado como sendo sigiloso, ou de uso exclusivo de determinada entidade que 
o detêm, tal dado não pode ser transferido a terceiros. 
O acesso a informações contidas em prontuário médico, como o exame psiquiátrico realizado 
por servidor nessa qualidade, pode ser assegurado via habeas data, não havendo que se falar 
em informações de uso interno e exclusivo do órgão que realizou o mesmo. 
No caso do acesso aos extratos de depósitos de FGTS é cabível o habeas data, pois a caixa 
econômica federal assume função estatal de gestora do mesmo, exercendo atividade do poder 
público, o que justifica o cabimento daquele remédio. 
 
STF 
O “habeas data” é a garantia constitucional adequada para a obtenção, pelo próprio 
contribuinte, dos dados concernentes ao pagamento de tributos constantes de sistemas 
informatizados de apoio à arrecadação dos órgãos da administração fazendária dos entes 
estatais. Essa a conclusão do Plenário, que proveu recurso extraordinário em que discutida a 
possibilidade de o contribuinte, por meio do aludido remédio constitucional, acessar todas as 
anotações incluídas nos arquivos da Receita Federal, com relação a todos os tributos de 
qualquer natureza por ele declarados e controlados pelo Sistema Integrado de Cobrança - 
Sincor, ou qualquer outro, além da relação de pagamentos efetuados para a liquidação desses 
débitos, mediante vinculação automática ou manual, bem como a relação dos pagamentos sem 
liame com débitos existentes. No caso, o recorrente, ao intentar obter informações relativas às 
anotações constantes dos arquivos da Receita Federal, tivera o pedido negado, tendo em vista 
esses dados não se enquadrarem, supostamente, na hipótese de cadastro público.O Colegiado 
afirmou que o “habeas data” seria ação constitucional voltada a garantir o acesso de uma pessoa 
a informações sobre ela, constantes de arquivos ou bancos de dados de entidades 
governamentais ou públicas (CF, art. 5º, LXXII, a). Estaria à disposição dos cidadãos para que 
pudessem implementar direitos subjetivos obstaculizados, alcançáveis por meio do acesso à 
informação e à transmissão de dados. A sua regulamentação legal (Lei 9.507/1997) 
demonstraria ser de caráter público todo registro ou banco de dados contendo informações que 
fossem ou que pudessem ser transmitidas a terceiros, ou que não fossem de uso privativo do 
órgão ou entidade produtora ou depositária dessas informações. (STF, HD 673.707). 
 
10. Hipóteses de não cabimento: 
10 
 
- Acesso a dados públicos; 
- Acesso a dados sobre terceiros; 
- Acesso à certidão denegada; 
- Acesso a informações sobre os critérios utilizados na correção de provas de concurso/ acesso 
à prova/ revisão de prova; 
- Acesso à autoria do denunciante em PAD. 
 
11. Tutela de Urgência? Se estiver claro no caso narrado, Art. 300, CPC 
 
12. Gratuidade 
Art. 5º, LXXVII 
 
13. Competência 
Fixada de acordo com a autoridade coatora (com poder de decisão dentro da esfera 
administrativa) 
Art. 102, I, d 
Art. 105, I, b 
Art. 108, I, c 
Art. 109, VIII 
Art. 125, §1°: G – P – S + Mesa de Assembleia Legislativa – TJ 
 
Em resumo: 
Art. 20. O julgamento do habeas data compete: 
I - originariamente: 
a) ao Supremo Tribunal Federal, contra atos do Presidente da República, das Mesas da Câmara 
dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da 
República e do próprio Supremo Tribunal Federal; 
b) ao Superior Tribunal de Justiça, contra atos de Ministro de Estado ou do próprio Tribunal; 
c) aos Tribunais Regionais Federais contra atos do próprio Tribunal ou de juiz federal; 
d) a juiz federal, contra ato de autoridade federal, excetuados os casos de competência dos 
tribunais federais; e) a tribunais estaduais, segundo o disposto na Constituição do Estado; 
f) a juiz estadual, nos demais casos; 
 
11 
 
Treinando competência... 
 
14. Pedidos e demais remissões/iluminações 
• Simples utilização de marca texto, traço ou simples remissão a artigos ou a lei. 
• Separação de códigos por clipes. 
• Utilização de separadores de códigos fabricados por editoras ou outras instituições ligadas ao 
mercado gráfico, desde que com impressão que contenha simples remissão a ramos do Direito 
ou a leis. 
 
15. Caso Concreto (OAB 2010.3) 
Tício, brasileiro, casado, engenheiro, na década de setenta, participou de movimentos políticos 
que faziam oposição ao Governo então instituído. Por força de tais atividades, foi vigiado pelos 
agentes estatais e, em diversas ocasiões, preso para averiguações. Seus movimentos foram 
monitorados pelos órgãos de inteligência vinculados aos órgãos de Segurança do Estado, 
organizados por agentes federais. (...) Após longos anos, no ano de 2010, Tício requereu acesso 
à sua ficha de informações pessoais, tendo o seu pedido indeferido, em todas as instâncias 
administrativas. Esse foi o último ato praticado pelo Ministro de Estado da Defesa, que lastreou 
seu ato decisório, na necessidade de preservação do sigilo das atividades do Estado, uma vez 
que os arquivos públicos do período desejado estão indisponíveis para todos os cidadãos. Tício, 
inconformado, procura aconselhamentos com seu sobrinho Caio, advogado, que propõe 
apresentar ação judicial para acessar os dados do seu tio. 
Na qualidade de advogado contratado por Tício, redija a peça cabível ao tema, observando: 
a) competência do Juízo; 
b) legitimidade ativa e passiva; 
c) fundamentos de mérito constitucionais e legais vinculados; 
d) os requisitos formais da peça inaugural. 
 
5 PASSOS 
PASSO 1 – RESUMO DO CASO 
PASSO 2 – LEGITIMIDADE ATIVA 
PASSO 3 – LEGITIMIDADE PASSIVA 
PASSO 4 – ESCOLHA DA AÇÃO 
PASSO 5 – ÓRGÃO COMPETENTE 
 
Orientações gerais: 
12 
 
-Trechos em letra de forma; 
-Tópicos em algarismos romanos; 
- Pedidos 
- DOS FATOS, OS FATOS, SÍNTESE DOS FATOS... 
- DOS FUNDAMENTOS, DA FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA, DO DIREITO... 
- Fundamentação jurídica completa. (Constituição, Lei, Jurisprudência, Súmulas) 
- Remissões (no CPC e na Lei) 
 
EXMº. SR. MINISTRO PRESIDENTE DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA 
(5 linhas) 
Tício, brasileiro, casado, engenheiro, portador do RG n°... e do CPF n°..., endereço 
eletrônico ..., residente e domiciliado..., nesta cidade, por seu advogado infra-assinado, 
conforme procuração anexa, com escritório ..., endereço que indica para os fins do art. 77, V, do 
CPC, com fundamento nos termos do art. 5º, LXXII da CRFB/88 e da Lei 9507/97 vem impetrar o 
presente HABEAS DATA em face do Ministro de Estado da Defesa, com sede funcional ..., 
aduzindo para tanto o que abaixo se segue. 
 
- SÍNTESE DOS FATOS 
Na década de setenta o impetrante participou de movimentos políticos que faziam 
oposição ao Governo então instituído. Por força de tais atividades, foi vigiado pelos agentes 
estatais e, em diversas ocasiões, preso para averiguações. Além disso, seus movimentos foram 
monitorados pelos órgãos de inteligência vinculados aos órgãos de Segurança do Estado, 
organizados por agentes federais. 
Em 2010, Tício requereu acesso à sua ficha de informações pessoais, tendo o seu pedido 
indeferido em todas as instâncias administrativas. Esse foi o último ato praticado pelo Ministro 
de Estado da Defesa, que lastreou seu ato decisório na necessidade de preservação do sigilo das 
atividades do Estado, o que claramente viola a intimidade e vida privada do impetrante e 
fundamenta a propositura do presente Habeas Data. 
 
II- DA RECUSA ADMINISTRATIVA 
Conforme já narrado, o impetrante teve o seu pedido indeferido em todas as instâncias 
administrativas, conforme documentação anexa, comprovando o requisito essencial para a 
impetração da presente ação, de acordo com o art. 8º, parágrafo único, I, da Lei 9507/97 e da 
Súmula nº 2 do STJ. 
 
III- DOS FUNDAMENTOS 
13 
 
O art. 5º, LXXII, da CRFB/88, dispõe que o Habeas Data é o remédio constitucional 
responsável pela defesa em juízo dos dados pessoais que se pretende conhecer ou retificar. 
A referida ação também encontra fundamento na Lei 9507/97, que ampliou as hipóteses 
de cabimento da ação, permitindo que o remédio também seja utilizado para a 
complementação de dados pessoais, de acordo com o art. 7º, III. 
O direito à informação sobre dados pessoais é consagrado pelo texto constitucional no 
art. 5º , XXXIII como um direito fundamental. 
Além disso, conforme previsão no art. 5º, X, da CRFB/88, são invioláveis a intimidade, a 
vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado, inclusive, o direito a indenização pelo 
dano material ou moral decorrente de sua violação. 
A competência para julgamento do Habeas Data é fixada de acordo com a autoridade 
coatora. Sendo assim, por força do art. 105, I, b, da CRFB/88 e do art. 20, I, b, da Lei 9507/97, 
tendo em vista que, no caso, a autoridade coatora é o Ministro de Estado da Defesa, o foro 
competente para julgamento da ação é o STJ. 
Também é importante ressaltar que o impetrante é o titular do dado pessoal que se 
pretende conhecer por meio desta, o que está em harmonia com a natureza personalíssima da 
ação. 
Ademais, insta ressaltar que os processos de habeas data terão prioridade sobre todos 
os atos judiciais, exceto habeas corpus e mandado de segurança, haja vista o procedimento 
especial que rege o instituto, previsto no art. 19, da Lei 9507/97. 
Por fim, destaca-se a gratuidade genuína da ação constitucional, na forma do art. 5°, 
LXXVII, da CRFB/88. 
 
IV- DOS PEDIDOS 
Diante de todo o exposto, requer a V. Exa: 
a) que seja notificada a autoridade coatora, o Ministro de Estado da Defesa, dos termos 
da presente a fimde que preste demais informações que julgar necessárias, segundo prevê o 
art.9º, da Lei 9507/97; 
b) a procedência do pedido de habeas data, para que seja assegurado ao Impetrante o 
acesso às informações de seu interesse; 
c) a intimação do Representante do Ministério Público, na forma do art. 12, da Lei 
9507/97; 
d) a juntada dos documentos, de acordo com o art.8º, da Lei 9507/97. 
 
Valor da causa de acordo com o art. 291 do CPC/15. 
Ou: 
Valor da causa de acordo com o art. 319 do CPC/15. 
14 
 
 
Termos em que, 
pede deferimento. 
Local... e data... 
Advogado... 
OAB n.º ... 
 
 
CASO HIPÓTÉTICO 
Gabriela Pontes, brasileira, casada, veterinária, na qualidade de contribuinte, requereu 
administrativamente ao Ministro da Economia o direito de acessar os dados concernentes a 
todos os débitos existentes relacionados a tributos registrados a partir de abril de 2018, 
constantes de sistemas informatizados de apoio à arrecadação dos órgãos da administração da 
União, para que possa vir a apurar os valores de forma a se organizar para realizar os 
pagamentos devidos. O Ministro denegou o pedido administrativo sob o argumento de que não 
assiste tal direito à Gabriela. 
Tendo em vista o acima narrado, em razão do último ato praticado pelo Ministro da Economia, 
na qualidade de advogado contratado por Gabriela, redija a petição inicial da ação a ser proposta 
para acesso aos dados indicados, observando: a) competência do juízo; b) legitimidade ativa e 
passiva; c) fundamentos de mérito constitucionais e legais vinculados; d) requisitos formais da 
peça inaugural. 
 
MANDADO DE INJUNÇÃO 
Art. 5º LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora 
torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes 
à nacionalidade, à soberania e à cidadania; 
 
1. Histórico no Brasil 
“A Constituição é caracteristicamente o estatuto do homem. É sua marca de fábrica. O inimigo 
mortal do homem é a miséria. O estado de direito, consectário da igualdade, não pode conviver 
com estado de miséria. Mais miserável do que os miseráveis é a sociedade que não acaba com 
a miséria. Não lhe bastou, porém, defendê-lo contra os abusos originários do Estado e de outras 
procedências. Introduziu o homem no Estado, fazendo-o credor de direitos e serviços, cobráveis 
inclusive com o mandado de injunção...” 
Trecho Discurso Ulysses Guimarães – Promulgação da Constituição Federal de 1988, em 5 de 
outubro 
 
15 
 
2. Conceito 
Alexandre de Moraes: O Mandado de Injunção consiste em uma ação constitucional de caráter 
civil, e de procedimento especial, que visa suprir uma omissão do Poder Público, no intuito de 
viabilizar o exercício de um direito, uma liberdade ou uma prerrogativa prevista na Constituição 
Federal. 
 
José Afonso da Silva: “meio de invocar a atividade jurisdicional para buscar a aplicação concreta 
da norma constitucional atribuidora de direitos à falta de regulamentação que lhe dê eficácia e 
aplicabilidade genérica”. 
 
- Remédio Constitucional que visa defender “direitos fundamentais” previstos na Constituição 
dependentes de regulamentação. 
 
Segundo a doutrina majoritária, “direitos fundamentais” são os de primeira, segunda ou terceira 
dimensão. 
 
3. Natureza jurídica 
 
4. Base Legal 
Art. 5º, LXXI, Lei 13.300/16 
 
5. Modalidades 
a) Mandado de injunção individual – poderá ser impetrado por pessoa natural ou jurídica, 
nacional ou estrangeira, cujo direito esteja à míngua de uma norma que o regulamente. 
b) Mandado de injunção coletivo 
Art. 12. O mandado de injunção coletivo pode ser promovido: 
I - pelo Ministério Público, quando a tutela requerida for especialmente relevante para a defesa 
da ordem jurídica, do regime democrático ou dos interesses sociais ou individuais indisponíveis; 
II - por partido político com representação no Congresso Nacional, para assegurar o exercício de 
direitos, liberdades e prerrogativas de seus integrantes ou relacionados com a finalidade 
partidária; 
III - por organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em 
funcionamento há pelo menos 1 (um) ano, para assegurar o exercício de direitos, liberdades e 
prerrogativas em favor da totalidade ou de parte de seus membros ou associados, na forma de 
seus estatutos e desde que pertinentes a suas finalidades, dispensada, para tanto, autorização 
especial; 
16 
 
IV - pela Defensoria Pública, quando a tutela requerida for especialmente relevante para a 
promoção dos direitos humanos e a defesa dos direitos individuais e coletivos dos necessitados, 
na forma do inciso LXXIV do art. 5o da Constituição Federal. 
Parágrafo único. Os direitos, as liberdades e as prerrogativas protegidos por mandado de 
injunção coletivo são os pertencentes, indistintamente, a uma coletividade indeterminada de 
pessoas ou determinada por grupo, classe ou categoria. 
 
SÚMULAS STF 
 
Súmula 629 
A IMPETRAÇÃO DE MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO POR ENTIDADE DE CLASSE EM FAVOR 
DOS ASSOCIADOS INDEPENDE DA AUTORIZAÇÃO DESTES. 
Súmula 630 
A ENTIDADE DE CLASSE TEM LEGITIMAÇÃO PARA O MANDADO DE SEGURANÇA AINDA QUANDO 
A PRETENSÃO VEICULADA INTERESSE APENAS A UMA PARTE DA RESPECTIVA CATEGORIA. 
 
6. Pressupostos do remédio 
Impossibilidade de exercício do direito fundamental previsto na Constituição 
+ 
Inexistência da “Lei” (lei ordinária, complementar...) 
 
ATENÇÃO 
"Os agravantes objetivam a regulamentação da atividade de jogos de bingo, mas não indicam o 
dispositivo constitucional que expressamente enuncie esse suposto direito. Para o cabimento 
do mandado de injunção, é imprescindível a existência de um direito previsto na Constituição 
que não esteja sendo exercido por ausência de norma regulamentadora. O mandado de 
injunção não é remédio destinado a fazer suprir lacuna ou ausência de regulamentação de 
direito previsto em norma infraconstitucional, e muito menos de legislação que se refere a 
eventuais prerrogativas a serem estabelecidas discricionariamente pela União. No presente 
caso, não existe norma constitucional que confira o direito que, segundo os impetrantes, estaria 
à espera de regulamentação. Como ressaltou o PGR, a União não está obrigada a legislar sobre 
a matéria, porque não existe, na CF, qualquer preceito consubstanciador de determinação 
constitucional para se que legisle, especificamente, sobre exploração de jogos de bingo." (MI 
766-AgR, Rel. Min.Joaquim Barbosa, julgamento em 21-10- 2009, Plenário, DJE de 13-11-2009.) 
No mesmo sentido: MI 4.345-AgR, rel. min. Dias Toffoli, julgamento em 23-5-2013, Plenário, DJE 
de 1º-8-2013; MI 765-AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, julgamento em 30-11-2011, Plenário, DJE de 
1º-2- 2012. 
 
17 
 
"Mandado de injunção. Alegada omissão legislativa quanto à elaboração da lei complementar a 
que se refere o § 4º do art. 18 da CF, na redação dada pela EC 15/1996. Ilegitimidade ativa do 
Município impetrante. Inexistência de direito ou prerrogativa constitucional do Município cujo 
exercício esteja sendo obstaculizado pela ausência da lei complementar federal exigida pelo art. 
18, § 4º, da Constituição. Mandado de injunção não conhecido." (MI 725, Rel. Min. Gilmar 
Mendes, julgamento em 10-5-2007, Plenário, DJ de 21-9-2007.) 
 
DECISÃO RECENTE DO STF 
Decisão: O Tribunal, por maioria, conheceu do mandado de injunção, vencido o Ministro Marco 
Aurélio, que não admitia a via mandamental. Por maioria, julgou procedente o mandado de 
injunção para (i) reconhecer a mora inconstitucional do Congresso Nacional e; (ii) aplicar, com 
efeitos prospectivos, até que o Congresso Nacional venha a legislar a respeito, a Lei nº 7.716/89 
a fim de estender a tipificação prevista para os crimes resultantes de discriminação ou 
preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional à discriminação por orientação 
sexual ou identidade de gênero,nos termos do voto do Relator, vencidos, em menor extensão, 
os Ministros Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli (Presidente) e o Ministro Marco Aurélio, que 
julgava inadequada a via mandamental. Plenário, 13.06.2019. (MI 4733) 
(5º, inciso XLI) 
 
7. Polo passivo 
Art. 4°. A petição inicial deverá preencher os requisitos estabelecidos pela lei processual e 
indicará, além do órgão impetrado, a pessoa jurídica que ele integra ou aquela a que está 
vinculado. 
 
8. Participação do MP 
Art. 7°. Findo o prazo para apresentação das informações, será ouvido o Ministério Público, que 
opinará em 10 (dez) dias, após o que, com ou sem parecer, os autos serão conclusos para 
decisão. 
 
9. Tutela de Urgência? 
 
10. Competência 
A competência para julgamento do MI será fixada de acordo com a autoridade/órgão omisso. 
 
Ex: Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, 
cabendo-lhe: 
I - processar e julgar, originariamente: 
18 
 
q) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição do 
Presidente da República, do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, 
das Mesas de uma dessas Casas Legislativas, do Tribunal de Contas da União, de um dos 
Tribunais Superiores, ou do próprio Supremo Tribunal Federal; 
 
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: 
I - processar e julgar, originariamente: 
h) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição de 
órgão, entidade ou autoridade federal, da administração direta ou indireta, excetuados os casos 
de competência do Supremo Tribunal Federal e dos órgãos da Justiça Militar, da Justiça Eleitoral, 
da Justiça do Trabalho e da Justiça Federal; 
 
E no plano dos Estados? Tribunal de Justiça 
G - Governador 
P - Prefeito de capital 
S - Secretário de Estado Mesa de Assembleia Legislativa 
 
Súmula 512 
Não cabe condenação em honorários de advogado na ação de mandado de segurança. 
 
11. Principais diferenças entre MI e ADO 
➢NATUREZA JURÍDICA 
➢FINALIDADE 
➢LEGITIMIDADE ATIVA 
 
12. Jurisprudência do STF. Decisão final prevista na lei 13.300/16 
 
Art. 8°. Reconhecido o estado de mora legislativa, será deferida a injunção para: 
I - determinar prazo razoável para que o impetrado promova a edição da norma 
regulamentadora; 
II - estabelecer as condições em que se dará o exercício dos direitos, das liberdades ou das 
prerrogativas reclamados ou, se for o caso, as condições em que poderá o interessado promover 
ação própria visando a exercê-los, caso não seja suprida a mora legislativa no prazo 
determinado. 
19 
 
Parágrafo único. Será dispensada a determinação a que se refere o inciso I do caput quando 
comprovado que o impetrado deixou de atender, em mandado de injunção anterior, ao prazo 
estabelecido para a edição da norma. 
 
Iluminações/Remissões 
 
13. Caso Hipotético 
Andrea dos Santos é brasileira, viúva, mãe de três filhos, servidora pública e exerce a função de 
arquivista no Tribunal de Justiça do Estado da Alegria, recebendo como remuneração, até o 
quinto dia útil do mês seguinte ao trabalhado, o valor correspondente a um salário mínimo. Um 
de seus filhos, João, estudante de Cinema cursando o terceiro período em uma universidade 
pública, ao ver todo o empenho e esforço de sua mãe, constatou que o salário mínimo recebido 
por ela não é capaz de atender às suas necessidades vitais básicas e às de sua família com 
moradia, alimentação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, o que 
fica evidente se consideradas as condições em que vivem. 
Conversando com o seu professor de Direito Constitucional, João descobriu que há uma omissão 
legislativa parcial do poder público, na medida em que há lei regulamentadora do art. 7º, IV c/c 
art. 39, § 3º,da CRFB/88, porém, tal legislação não consegue atender a todo o elencado no 
dispositivo constitucional, estando, portanto, sua mãe, impossibilitada de exercer o seu Direito 
Fundamental plenamente, em razão da falta de um piso geral de remuneração digna e, mesmo 
após tentativa administrativa, o pedido feito por Andrea dos Santos foi negado pelo Poder 
Público sob a alegação de inexistência da aludida omissão legislativa parcial. 
Em face dessa situação hipotética, considerando que a insuficiência do valor correspondente ao 
salário mínimo configura um claro descumprimento, ainda que parcial, do disposto no art. 7º, 
IV, da CRFB/88, na qualidade de advogado contratado por Andrea dos Santos, redija a petição 
inicial da ação constitucional cabível para a defesa dos interesses de sua cliente. 
 
14. Caso Concreto (XXII EXAME DE ORDEM) 
Servidores públicos do Estado Beta, que trabalham no período da noite, procuram o Sindicato 
ao qual são filiados, inconformados por não receberem adicional noturno do Estado, que se 
recusa a pagar o referido benefício em razão da inexistência de lei estadual que regulamente as 
normas constitucionais que asseguram o seu pagamento. O Sindicato resolve, então, contratar 
escritório de advocacia para ingressar com o adequado remédio judicial, a fim de viabilizar o 
exercício em concreto, por seus filiados, da supramencionada prerrogativa constitucional, 
sabendo que há a previsão do valor de vinte por cento, a título de adicional noturno, no Art. 73 
da Consolidação das Leis do Trabalho. 
Considerando os dados acima, na condição de advogado(a) contratado(a) pelo Sindicato, 
utilizando o instrumento constitucional adequado, elabore a medida judicial cabível. (Valor: 
5,00) 
20 
 
Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar 
respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere 
pontuação. 
 
5 PASSOS 
 
EXM°. SR. DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO BETA. 
(5 linhas) 
Sindicato ..., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o número..., com 
sede..., por seu advogado infra-assinado, conforme procuração anexa ...., com escritório ..., 
endereço que indica para os fins do art. 77, V, do CPC, com fundamento no art. 5º, LXXI da 
CRFB/88 e na Lei 13.300/16, vem impetrar MANDADO DE INJUNÇÃO COLETIVO em face de ato 
omissivo do Governador do Estado Beta, que poderá ser encontrado na sede funcional...e do 
Estado Beta. 
 
I- LEGITIMIDADE ATIVA 
O Sindicato tem legitimidade ativa para impetrar a presente ação, de acordo com o art. 
12, III, da Lei 13.300/2016, já que está em juízo na defesa dos interesses dos servidores públicos 
do Estado Beta, que trabalham no período da noite e não recebem adicional noturno do Estado, 
que se recusa a pagar o referido benefício em razão da inexistência de lei estadual que 
regulamente as normas constitucionais que asseguram o seu pagamento. 
 
II – SÍNTESE DOS FATOS 
Os associados do impetrante, servidores públicos do Estado Beta que laboram no 
período da noite, desejam ter o exercício de seu direito ao adicional noturno, previsto no art. 
7º, inciso IX, e no art. 39, § 3º, ambos da CRFB/88, tutelado, direito este também assegurado 
pela Constituição do Estado. 
Importante ressaltar que os referidos trabalhadores, portanto, não podem exercer o 
direito constitucional ao referido adicional noturno em razão da falta da lei que o regulamente, 
o que enseja a propositura do mandado de injunção ora apresentado. 
 
III – FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA 
Na forma do art. 5º, LXXI, da CRFB/88, o mandado de injunção é o remédio 
constitucional responsável pela defesa em juízo de direito fundamental previsto na Constituição 
ainda pendente de regulamentação. 
De acordo com o art. 2º da Lei 13.300/16: “Concederse-á mandado de injunção sempre 
que a falta total ou parcial de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e 
liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à 
21 
 
cidadania.Parágrafo único. Considera-se parcial a regulamentação quando forem insuficientes 
as normas editadas pelo órgão legislador competente.”. 
O direito ao benefício de adicional noturno é concedido aos servidores públicos que 
exercem atividade laboral noturna, sendo garantido em razão da previsão constitucional contida 
no art. 7º, inciso IX e no art. 39, § 3º, ambos da CRFB/88. Trata-se, portanto, de um direito 
fundamental ainda pendente de regulamentação. 
Ademais, compete ao Tribunal de Justiça do Estado Beta processar e julgar 
originariamente o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for 
atribuição do Governador do Estado, podendo a competência da ação ser definida pelas 
Constituições dos Estados, de acordo com o art. 125, § 1º, da CRFB/88, observando-se o princípio 
da simetria entre os entes federativos. 
 
IV- OMISSÃO INCONSTITUCIONAL 
Até 2007 o STF adotava a posição não concretista geral e de acordo com esse 
entendimento, em nome da harmonia e separação entre os poderes (art. 2º, da CRFB/88), o 
Poder Judiciário não poderia suprir a omissão da norma faltante, tampouco fixar prazo para o 
legislador elaborar a lei, restando a decisão produzindo efeito apenas para declarar a mora 
legislativa. 
Desde 2007, entretanto, o Tribunal vem mudando de entendimento e tem adotado 
posições concretistas, aplicando por analogia leis já existentes para suprir a omissão normativa, 
ora atribuindo efeitos subjetivos erga omnes, ora inter partes. 
Na Lei 13.300/16, a decisão final do mandado de injunção está prevista no art. 8º. Senão 
vejamos: 
“Art. 8º Reconhecido o estado de mora legislativa, será deferida a injunção para: 
I – determinar prazo razoável para que o impetrado promova a edição da norma 
regulamentadora; 
II – estabelecer as condições em que se dará o exercício dos direitos, das liberdades ou 
das prerrogativas reclamados ou, se for o caso, as condições em que poderá o interessado 
promover ação própria visando a exercê-los, caso não seja suprida a mora legislativa no prazo 
determinado. 
Parágrafo único. Será dispensada a determinação a que se refere o inciso I do caput 
quando comprovado que o impetrado deixou de atender, em mandado de injunção anterior, ao 
prazo estabelecido para a edição da norma”. 
 
IV – DOS PEDIDOS 
Ante todo o exposto, requer-se: 
a) a notificação da autoridade omissa, o Governador do Estado, no endereço fornecido 
na inicial, para que, querendo, preste as informações que entender pertinentes do caso, 
conforme prevê o art. 5º, I, da Lei 13.300/16; 
22 
 
b) a ciência ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica, de acordo com o art. 
5º, II, da Lei 13.300/16; 
c) a intimação do Representante do Ministério Público, na forma do art. 7º, da Lei 
13.300/16; 
d) a condenação do Impetrado em custas processuais; 
e) que seja reconhecida a omissão e o estado de mora legislativa, a fim de que seja 
concedida a ordem de injunção coletiva, segundo o art. 8º, caput, da Lei 13.300/16; 
f) que seja determinado prazo razoável para que o Governador promova a edição da 
norma regulamentadora, consoante o art. 8º, I, da Lei 13.300/16; 
g) que seja suprida a omissão normativa, garantindo-se a efetividade do direito à 
percepção do adicional noturno no percentual de 20% conforme disposições contidas no art. 73 
da CLT; 
h) a juntada de documentos, de acordo com o art. 4°, §1° da Lei 13.300/16. 
 
Valor da causa de acordo com o art. 291 do CPC/15. 
Ou: 
Valor da causa de acordo com o art. 319 do CPC/15. 
 
Termos em que, 
pede deferimento. 
Local... e data... 
Advogado... 
OAB n.º ... 
 
AÇÃO POPULAR 
Art. 5º LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato 
lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade 
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo 
comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência; 
 
1. Histórico, natureza jurídica 
 
2. Conceito 
23 
 
Remédio constitucional que visa anular/invalidar ato ou contrato administrativo que ameace ou 
viole o patrimônio público, histórico ou cultural, a moralidade administrativa ou o meio 
ambiente. O ato pode ser comissivo ou omissivo. 
 
3. Base Legal 
Art. 5 º , LXXIII e Lei 4717/65. 
 
4. Espécies 
Ação Popular - preventiva 
Ação Popular repressiva - 5 anos – art. 21 da Lei 4717/65 
 
LESIVIDADE E ILEGALIDADE. 
BINÔMIO INDISPENSÁVEL? 
 
Art. 5º LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato 
lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade 
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo 
comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência; 
 
JURISPRUDÊNCIA DO STJ 
A. Ação popular contra concessão da ponte Rio-Niterói terá seguimento independentemente de 
dano ao erário 
A ação popular visa preservar a moralidade administrativa, o meio ambiente e o patrimônio 
histórico e cultural, bastando para seu cabimento a ilegalidade do ato administrativo. Com esse 
entendimento, a Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve ação que 
questiona a concorrência para exploração da ponte Presidente Costa e Silva (Rio-Niterói), 
realizada em 1993. 
Para o ministro Mauro Campbell, é dispensável o prejuízo material aos cofres públicos para 
abertura da ação, sendo suficiente a potencial ilegalidade do ato administrativo que se visa 
anular. A ação, também movida em 1993, ataca o ato de pré-qualificação da licitação. 
No mesmo ano, a petição inicial foi indeferida pela Justiça Federal no Distrito Federal. Em 
apelação, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) determinou o seguimento da ação, 
entendendo que a mera ausência de lesão econômica no ato administrativo atacado não basta 
para indeferir a petição inicial por alegada falta de interesse de agir de seu autor. Daí o recurso 
da União ao STJ. 
O relator afirmou também que a jurisprudência do STJ entende desnecessário o dano material 
ou lesão efetiva, podendo ser também legalmente presumida. Além disso, o ato administrativo 
24 
 
que impõe limitação anormal à concorrência e à competição é presumido como lesivo e nulo, 
diante do disposto no artigo 4º da Lei da Ação Popular (Lei 4.717/65). 
 
AÇÃO POPULAR. PREJUÍZO. ERÁRIO. 
B. Trata-se de ação popular que comprovou que o prefeito construiu monumento referente ao 
Cristo Redentor sem previsão orçamentária nem processo licitatório e o condenou ao 
pagamento de perdas e danos no montante gasto. 
No REsp, o prefeito insurge-se contra a condenação; pois, a seu ver, não houve lesão ao 
patrimônio público. Para o Min. Relator, é possível afirmar a prescindibilidade do dano para a 
propositura da ação popular, sem adentrar o mérito da existência de prejuízo econômico ao 
erário. Isso porque a Lei de Ação Popular (Lei n. 4.717/1965), em seu art. 1º, § 1º, ao definir o 
patrimônio público como bens e direitos de valor econômico, artístico, estético, histórico ou 
turístico, deixa claro que o termo “patrimônio público” deve ser entendido de maneira ampla, a 
abarcar não apenas o patrimônio econômico, mas também outros valores, entre eles, a 
moralidade administrativa. A Suprema Corte já se posicionou nesse sentido e, seguindo o 
mesmo entendimento, este Superior Tribunal tem decidido que a ação popular é instrumento 
hábil na defesa da moralidade administrativa, ainda que não exista dano econômico material ao 
patrimônio público. Além disso, as instâncias ordinárias, na análise dos fatos, chegaram à 
conclusão de que a obra trouxe prejuízo ao erário por ser construção sem infraestrutura, com 
sérios problemas de erosão no local etc. Diante do exposto, a Turma não conheceu do recurso. 
Precedentes citados do STF: RE 170.768-SP, DJ 13/8/1999; do STJ: REsp 474.475-SP,DJe 
6/10/2008, e REsp 172.375-RS, DJ 18/10/1999. REsp 1.130.754-RS, Rel. Min. Humberto Martins, 
julgado em 13/4/2010. 
 
Lei 4717/65 
Art. 2º São nulos os atos lesivos ao patrimônio das entidades mencionadas no artigo anterior, 
nos casos de: 
a) incompetência; 
b) vício de forma; 
c) ilegalidade do objeto; 
d) inexistência dos motivos; 
e) desvio de finalidade. 
Parágrafo único. Para a conceituação dos casos de nulidade observar-se-ão as seguintes normas: 
a) a incompetência fica caracterizada quando o ato não se incluir nas atribuições legais do 
agente que o praticou; 
b) o vício de forma consiste na omissão ou na observância incompleta ou irregular de 
formalidades indispensáveis à existência ou seriedade do ato; 
c) a ilegalidade do objeto ocorre quando o resultado do ato importa em violação de lei, 
regulamento ou outro ato normativo; 
25 
 
d) a inexistência dos motivos se verifica quando a matéria de fato ou de direito, em que se 
fundamenta o ato, é materialmente inexistente ou juridicamente inadequada ao resultado 
obtido; 
e) o desvio de finalidade se verifica quando o agente pratica o ato visando a fim diverso daquele 
previsto, explícita ou implicitamente, na regra de competência. 
 
Art. 3º Os atos lesivos ao patrimônio das pessoas de direito público ou privado, ou das entidades 
mencionadas no art. 1º, cujos vícios não se compreendam nas especificações do artigo anterior, 
serão anuláveis, segundo as prescrições legais, enquanto compatíveis com a natureza deles. 
Art. 4º São também nulos os seguintes atos ou contratos, praticados ou celebrados por 
quaisquer das pessoas ou entidades referidas no art. 1º. 
I - A admissão ao serviço público remunerado, com desobediência, quanto às condições de 
habilitação, das normas legais, regulamentares ou constantes de instruções gerais. 
II - A operação bancária ou de crédito real, quando: 
a) for realizada com desobediência a normas legais, regulamentares, estatutárias, regimentais 
ou internas; 
b) o valor real do bem dado em hipoteca ou penhor for inferior ao constante de escritura, 
contrato ou avaliação. 
III - A empreitada, a tarefa e a concessão do serviço público, quando: 
a) o respectivo contrato houver sido celebrado sem prévia concorrência pública ou 
administrativa, sem que essa condição seja estabelecida em lei, regulamento ou norma geral; 
b) no edital de concorrência forem incluídas cláusulas ou condições, que comprometam o seu 
caráter competitivo; 
c) a concorrência administrativa for processada em condições que impliquem na limitação das 
possibilidades normais de competição. 
IV - As modificações ou vantagens, inclusive prorrogações que forem admitidas, em favor do 
adjudicatário, durante a execução dos contratos de empreitada, tarefa e concessão de serviço 
público, sem que estejam previstas em lei ou nos respectivos instrumentos. 
V - A compra e venda de bens móveis ou imóveis, nos casos em que não cabível concorrência 
pública ou administrativa, quando: 
a) for realizada com desobediência a normas legais, regulamentares, ou constantes de 
instruções gerais; 
b) o preço de compra dos bens for superior ao corrente no mercado, na época da operação; 
c) o preço de venda dos bens for inferior ao corrente no mercado, na época da operação. 
VI - A concessão de licença de exportação ou importação, qualquer que seja a sua modalidade, 
quando: 
26 
 
a) houver sido praticada com violação das normas legais e regulamentares ou de instruções e 
ordens de serviço; 
b) resultar em exceção ou privilégio, em favor de exportador ou importador. 
VII - A operação de redesconto quando sob qualquer aspecto, inclusive o limite de valor, 
desobedecer a normas legais, regulamentares ou constantes de instruções gerais. 
VIII - O empréstimo concedido pelo Banco Central da República, quando: 
a) concedido com desobediência de quaisquer normas legais, regulamentares,, regimentais ou 
constantes de instruções gerias: 
b) o valor dos bens dados em garantia, na época da operação, for inferior ao da avaliação. 
IX - A emissão, quando efetuada sem observância das normas constitucionais, legais e 
regulamentadoras que regem a espécie. 
 
5. Legitimidade Ativa. O Cidadão. 
Brasileiro nato ou naturalizado em gozo dos seus direitos políticos. art. 1º,§3º da lei 4717/65. 
E o português equiparado? 
E o cidadão de 16 anos? 
 
XXXI EXAME. ATENÇÃO! 
Preliminar de legitimidade ativa de Joana, no sentido e que a autora é cidadã com direitos 
políticos vigentes, conforme título de eleitor (0,10), tal como exige o Art. 5º, inciso LXXIII, da 
CRFB/88 OU o Art. 1º, caput, da Lei nº 4.717/65 (0,10). 
 
Não podem ajuizar a ação popular: 
inalistáveis, inalistados, pessoa jurídica, Ministério Público. 
 
6. Polo Passivo 
Litisconsórcio passivo necessário entre todos os envolvidos: 
art. 1º, c/c art. 6º da lei 4717/65 
pessoa jurídica de direito público, privado 
agentes públicos 
particulares 
 
Art. 6º, § 3º da Lei 4.717/1965, in verbis: 
27 
 
“A pessoa jurídica de direito público ou de direito privado, cujo ato seja objeto de impugnação, 
poderá abster-se de contestar o pedido, ou poderá atuar ao lado do autor, desde que isso se 
afigure útil ao interesse público, a juízo do respectivo representante legal ou dirigente.” 
 
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES (XXVIII EXAME) 
Legitimidade passiva. 
A do prefeito Pedro dos Santos decorre do fato de ter concedido a licença de construção (0,10), 
nos termos da Lei nº 4.717/65, Art. 6º, caput (0,10); 0,00/0,10/0,20. 
A do Município Beta por se almejar obstar os efeitos de uma licença que concedeu por 
intermédio do prefeito (0,10), nos termos do Art. 6º, § 3º, da Lei nº 4.717/65 (0,10); 
0,00/0,10/0,20. 
A da sociedade empresária K pelo fato de ser a beneficiária da licença concedida (0,10), nos 
termos do Art. 6º, caput, da Lei nº 4.717/65 (0,10). 
 
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES (XXXI EXAME) 
Legitimidade passiva 
5. de João, por ser o responsável pela celebração do contrato administrativo (0,10), nos termos 
do Art. 6º, caput, da Lei nº 4.717/65, (0,10). 0,00/0,10/0,20 
6. da sociedade empresária WW, por ter celebrado o contrato administrativo e ser beneficiada 
por ele (0,10), nos termos Art. 6º, caput, da Lei nº 4.717/1965 (0,10). 0,00/0,10/0,20 
7. a do Município Beta, por se almejar a declaração de nulidade do contrato administrativo 
(0,10), nos termos do Art. 6º, § 3º, da Lei nº 4.717/1965 (0,10). 
 
7. Papel do MP 
 
8. Gratuidade 
 
9. Tutela de urgência 
Art. 5º, § 4º, da Lei 4717/65 e art. 300 do CPC 
 
XXXI: Concessão de provimento liminar, para impedir/suspender o início de execução do 
contrato administrativo (0,10), segundo o Art. 5º, § 4º, da Lei nº 4.717/65 (0,10). 
XXVIII: “liminar” 
XXV: “liminar” 
XVIII Exame: “medida cautelar” 
28 
 
VI: “tutela de urgência” 
 
NO ENCERRAMENTO: Juntada do título de eleitor de João da Silva (0,10). 
 
10. COMPETÊNCIA 
IMPORTANTE! 
União, Autarquia, Empresa Pública e Fundação Pública Federal – Juiz Federal de 1º grau. 
Estados, Municípios, suas autarquias e fundações públicas – Juiz Estadual de 1º grau – Vara de 
Fazenda Pública. 
 
"A competência para julgar ação popular contra ato de qualquer autoridade, até mesmo do 
Presidente da República, é, via de regra, do juízo competente de primeiro grau. Precedentes. 
Julgado o feito na primeira instância, se ficar configurado o impedimento de mais da metade 
dos desembargadores para apreciar o recurso voluntário ou a remessa obrigatória, ocorrerá a 
competência do STF, com base na letra n do inciso I, segunda parte, do art. 102 da CF." (AO 859, 
Rel. p/ o ac. Min. Maurício Corrêa, julgamento em 11-10-2001, Plenário, DJ de 1º-8-2003.) 
Pet-AgR 3152 – MIN. SEPÚLVEDA PERTENCE 
EMENTA: Não é da competência originária do STF conhecer de ações populares, ainda que o réu 
seja autoridade que tenha na Corte o seu foro por prerrogativa de função paraos processos 
previstos na Constituição. 
 
Rcl 2833 – MIN. CARLOS BRITTO 
EMENTA: RECLAMAÇÃO. USURPAÇÃO DA COMPETÊNCIA. PROCESSOS JUDICIAIS QUE 
IMPUGNAM A PORTARIA Nº 820/98, DO MINISTÉRIO DA JUSTIÇA. ATO NORMATIVO QUE 
DEMARCOU A RESERVA INDÍGENA DENOMINADA RAPOSA SERRA DO SOL, NO ESTADO DE 
RORAIMA. - Caso em que resta evidenciada a existência de litígio federativo em gravidade 
suficiente para atrair a competência desta Corte de Justiça (alínea "f" do inciso I do art. 102 da 
Lei Maior). - Cabe ao Supremo Tribunal Federal processar e julgar ação popular em que os 
respectivos autores, com pretensão de resguardar o patrimônio público roraimense, postulam 
a declaração da invalidade da Portaria nº 820/98, do Ministério da Justiça. Também incumbe a 
esta Casa de Justiça apreciar todos os feitos processuais intimamente relacionados com a 
demarcação da referida reserva indígena. - Reclamação procedente. 
 
Rcl 417 – MIN. CARLOS VELLOSO 
EMENTA: CONSTITUCIONAL. PROCESSUAL. COMPETÊNCIA. AÇÃO POPULAR. Constituição, art. 
102, I, "n". I. - Ação popular ajuizada para o fim de anular a nomeação de todos os membros do 
Tribunal de Justiça do Estado de Roraima, estando os Juízes de 1. grau do mesmo Estado em 
estágio probatório, assim sem a garantia de independência da vitaliciedade, dependentes do 
29 
 
Tribunal cujos integrantes são litisconsortes passivos na ação popular. Impossibilidade de 
realização do devido processo legal, dado que um dos componentes deste, o juiz natural, 
conceituado como juiz com garantias de independência, juiz imparcial, juiz confiável, não existe, 
no caso. II. - Hipótese em que ocorre a competência do Supremo Tribunal Federal, para 
processar e julgar a ação popular, na forma do disposto no art. 102, I, "n", da Constituição 
Federal. III. - Reclamação julgada procedente. 
 
11. Súmulas do STF 
“Pessoa jurídica não tem legitimidade para propor ação popular.” (Súmula 365) 
“O mandado de segurança não substitui a ação popular.” (Súmula 101) 
 
12. ALGUMAS HIPÓTESES DE CABIMENTO DE AÇÃO POPULAR 
Declaração de nulidade do ato de nomeação de pessoa indicada sem concurso público. Art. 37, 
caput e inciso II. 
Declaração de nulidade de ato publicitário que promoveu autoridade. Art. 37, § 1º 
Declaração de nulidade de ato que determinou a demolição de parques culturais/históricos. Art. 
5°, LXXIII 
Declaração de nulidade de ato que determina a construção de empreendimento em área situada 
em reserva ambiental. Art. 225. 
Declaração de nulidade de contrato administrativo firmado sem procedimento licitatório. Art. 
37, XXI. 
 
13. Peça do XVIII Exame 
 
Após receber “denúncia de irregularidades” em contratos administrativos celebrados pela 
Autarquia Federal A, que possui sede no Rio de Janeiro, o Ministério Público Federal determina 
a abertura de inquérito civil e penal para apurar os fatos. Neste âmbito, são colhidas provas 
robustas de superfaturamento e fraude nos quatro últimos contratos celebrados por esta 
Autarquia Federal, sendo certo que estes fatos e grande parte destas provas acabaram 
divulgados na imprensa. Assim é que o cidadão Pedro da Silva, indignado, procura se inteirar 
mais sobre o acontecido, e acaba ficando ciente de que estes contratos foram realizados nos 
últimos 2 (dois) anos com a multinacional M e ainda estão em fase de execução. 
Mas não só. Pedro obtém, também, documentos que comprovam, mais ainda, a fraude e a 
lesão, além de evidenciarem a participação do presidente da Autarquia A, de um Ministro de 
Estado e do presidente da comissão de licitação, bem como do diretor executivo da 
multinacional M. 
Diante deste quadro, Pedro, eleitor regular e ativo do Município do Rio de Janeiro/RJ, indignado 
com o descaso pela moralidade administrativa na gestão do dinheiro público, pretende mover 
ação judicial em face dos envolvidos nos escândalos citados, objetivando desfazer os atos ilegais, 
30 
 
com a restituição à Administração dos gastos indevidos, bem como a sustação imediata dos atos 
lesivos ao patrimônio público. 
Na condição de advogado (a) contratado (a) por Pedro, considerando os dados acima, elabore a 
medida judicial cabível, utilizando-se do instrumento constitucional adequado. (Valor: 5,00). 
Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar 
respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não será pontuada. 
 
5 PASSOS 
PASSO 1 – RESUMO DO CASO 
PASSO 2 – LEGITIMIDADE ATIVA 
PASSO 3 – LEGITIMIDADE PASSIVA 
PASSO 4 – ESCOLHA DA AÇÃO 
PASSO 5 – ÓRGÃO COMPETENTE 
 
EXMO. SR. DR. JUIZ FEDERAL DA ... VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO RIO DE JANEIRO. 
(5 linhas) 
Pedro da Silva, nacionalidade, estado civil (ou existência de união estável), profissão, 
portador do RG n°... e do CPF n° ..., endereço eletrônico ..., portador do título de eleitor n° ..., 
residente e domiciliado..., nesta cidade, por seu advogado infraassinado, conforme procuração 
anexa, com escritório ..., endereço que indica para os fins do art. 77, V, do CPC, com fundamento 
nos termos do art. 5º, LXXIII da CRFB/88 e da Lei nº 4717/65, vem ajuizar AÇÃO POPULAR em 
face da Autarquia Federal A, do Presidente da Autarquia Federal A, do Ministro de Estado, do 
Presidente da Comissão de Licitação, da Multinacional M e do Diretor Executivo da 
Multinacional M, com endereços... 
 
I – SÍNTESE DOS FATOS 
O autor, depois de ver noticiado pela mídia a abertura de inquérito civil e penal – pelo 
Ministério Público Federal – em razão de “denúncia de irregularidades” em contratos 
administrativos celebrados pela Autarquia Federal A, sediada também no Rio de Janeiro, 
procurou pesquisar mais sobre os fatos. 
Inicialmente foi divulgada apenas a existência de provas robustas de superfaturamento 
e fraude nos quatro últimos contratos celebrados pela Autarquia Federal A. Somente com busca 
aprofundada, Pedro teve ciência de que tais contratos foram realizados nos dois últimos anos 
com determinada empresa, a Multinacional M. 
Importante ressaltar que todos eles ainda estão sendo executados. Ademais, há 
documentos que demonstram a fraude e a lesão, e evidenciam o envolvimento do Presidente 
da Autarquia A, de um Ministro de Estado e do Presidente da comissão de licitação, e, ainda, do 
31 
 
próprio Diretor Executivo da Multinacional M, o que justifica o ajuizamento da presente ação 
popular. 
 
II – LEGITIMIDADE ATIVA 
O autor, eleitor regular e ativo do Município do Rio de Janeiro/RJ, gosta de participar 
ativamente da defesa da Administração Pública e está em dia com seus direitos políticos, 
conforme documentação anexa, portanto, satisfaz plenamente o requisito da cidadania, 
presente no art. 1º, § 3º da Lei 4717/65. 
 
III – LEGITIMIDADE PASSIVA 
O polo passivo da Ação Popular é formado por um litisconsórcio necessário, conforme 
estabelece os arts. 1º e 6º da Lei 4717/65, daí porque, todas as autoridades e empresas 
envolvidas devem responder à presente ação. 
 
IV – PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA 
A tutela de urgência na Ação Popular está presente no art. 5º, § 4º, da Lei 4717/65. Para 
muitos doutrinadores, trata-se de uma verdadeira tutela cautelar/liminar. 
A probabilidade do direito é comprovada pelos fatos narrados e pelos documentos que 
acompanham a presente ação. 
Já o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo é evidente diante dos atos 
que tanto prejudicam o patrimônio público. 
 
V – FUNDAMENTOS JURÍDICOS 
O art. 5º, LXXIII, da CRFB/88 prevê que qualquer cidadão é parte legítima para propor 
ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado 
participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural. 
A referida ação também se encontra regulamentada na Lei 4717/65 e é um importante 
instrumento em defesa dos direitos difusos, conforme extraímos do art. 1°.Houve, no presente caso, a contratação fraudulenta de serviço, com preço mais elevado 
que o ofertado no mercado, o que caracteriza evidente afronta à legalidade e provoca grande 
lesividade ao patrimônio público, de acordo com o art. 3º e art. 4º, III, c, Lei 4.717/65. 
Na medida em que está presente o interesse de autarquia federal, a presente ação está 
sendo ajuizada perante a Justiça Federal, de acordo com o art. 109, I, da CRFB/88, sendo o foro 
competente para a sua propositura, processamento e julgamento, o da Seção Judiciária do Rio 
de Janeiro, de acordo com o art. 5º da Lei nº 4.717/65. 
Importante ressaltar que, muito embora o Ministro de Estado seja um dos legitimados 
passivos da presente ação popular, a jurisprudência do STF é firme no sentido de considerar que 
o rol dos arts. 102 e 105, da CRFB/88, que estabelecem a competência do STF e do STJ, é taxativo 
32 
 
e não exemplificativo. Portanto, como tais dispositivos não preveem o julgamento de ação 
popular ajuizada em face do Ministro de Estado, o STF entende que o processo e julgamento 
ficam a cargo do juiz de primeira instância. 
 
VI – DOS PEDIDOS 
Diante de todo o exposto, requer-se: 
a) a concessão da tutela de urgência para determinar a suspensão dos contratos 
administrativos superfaturados, na forma do art. 5º, § 4º, da Lei 4.717/65; 
b) que seja julgado procedente o pedido para fins de declaração de nulidade dos 
contratos administrativos superfaturados e a condenação dos responsáveis ao ressarcimento 
dos danos causados, segundo o art. 11, da Lei 4717/65; 
c) a citação dos Réus nos endereços acima indicados, de acordo com o art. 7º, I, a, da Lei 
4717/65; 
d) a intimação do Representante do Ministério Público, na forma do art. 7º, I, a, da Lei 
4717/65; 
e) a condenação dos Réus em custas e em honorários advocatícios, conforme o art. 12, 
da Lei 4717/65; 
f) a produção de todos os meios de provas em direito admitidas, de acordo com o art. 
319, VI, do CPC; g) a juntada de documentos, segundo o art. 320, do CPC. 
 
Em cumprimento ao art. 319, VII, do CPC, o autor opta pela realização da audiência de 
conciliação ou de mediação. 
 
Valor da causa de acordo com o art. 291 do CPC/15. 
Ou: 
Valor da causa de acordo com o art. 319 do CPC/15. 
 
Termos em que, 
pede deferimento. 
Local... e data... 
Advogado... 
OAB n.º ... 
 
 
 
33 
 
Pedidos 
1. concessão de medida liminar para a suspensão dos contratos administrativos superfaturados; 
(0,40) 0,00 / 0,40 
2. declaração de nulidade dos contratos administrativos superfaturados como pedido principal; 
(0,40) 
3. condenação dos responsáveis ao ressarcimento dos danos causados; (0,40) 
4. Condenação nas verbas de sucumbência (0,40) 
 
14. Peça Processual XXV Exame 
Em matéria jornalística amplamente divulgada pela mídia, o prefeito do município Alfa, situado 
no estado Beta, é acusado pela imprensa local de negligenciar a saúde pública, deixando de 
realizar os investimentos constitucionais obrigatórios nos estabelecimentos médico-
hospitalares situados na região. Com o objetivo de tirar proveito da situação para se auto 
promover, o prefeito elabora a seguinte estratégia: após obter expressa aprovação do Secretário 
Municipal do Meio Ambiente, em procedimento administrativo formalmente instaurado, às 
custas do erário e sob o subterfúgio de publicidade institucional, providencia a instalação de um 
grande painel de publicidade (outdoor) na encosta de um dos morros da cidade, o que era 
vedado pela legislação ambiental federal. Trata-se de área de proteção ambiental e notório 
ponto turístico, tendo ampla visibilidade. 
No outdoor, são elencadas todas as ações e investimentos da prefeitura relacionados à área da 
saúde durante a gestão do atual prefeito. Logo após a conclusão das obras, ambientalistas 
filiados a uma Organização Não Governamental (ONG) de proteção ao meio ambiente 
comparecem ao local e detectam, dentre outras consequências prejudiciais, que a iluminação 
usada no outdoor durante o período noturno traria resultados nocivos à biodiversidade, 
ameaçando a sobrevivência de espécies animais notívagas da região. Essa nocividade se tornaria 
irreversível caso a iluminação viesse a ser utilizada por algumas semanas. 
Carlos, maior de idade, brasileiro nato no pleno gozo de seus direitos políticos, morador do 
Município Alfa, fica estarrecido ao tomar ciência do fato e indignado com a inércia das 
autoridades locais competentes. Diante disso, comparece a um escritório de advocacia 
indagando se poderia, devidamente representado em juízo por advogado(a) legalmente 
habilitado(a), adotar pessoalmente alguma providência judicial diante das irregularidades 
apontadas. 
Com base no caso concreto apresentado acima, utilizando o instrumento constitucional 
adequado, redija a petição inicial da medida judicial cabível. (Valor: 5,00) 
Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar 
respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere 
pontuação. 
 
5 PASSOS 
PASSO 1 – RESUMO DO CASO 
34 
 
PASSO 2 – LEGITIMIDADE ATIVA 
PASSO 3 – LEGITIMIDADE PASSIVA 
PASSO 4 – ESCOLHA DA AÇÃO 
PASSO 5 – ÓRGÃO COMPETENTE 
 
EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ... VARA DE FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA ALFA. 
(5 linhas) 
 
Carlos, nacionalidade, estado civil (ou existência de união estável), profissão, portador 
do RG n°... e do CPF n° ..., endereço eletrônico ..., portador do título de eleitor n° ..., residente e 
domiciliado..., nesta cidade, por seu advogado infraassinado, conforme procuração anexa, com 
escritório ..., endereço que indica para os fins do art. 77, V, do CPC, com fundamento nos termos 
do art. 5º, LXXIII da CRFB/88 e da Lei nº 4717/65, vem ajuizar AÇÃO POPULAR em face do 
Prefeito do Município Alfa, do Município Alfa e do Secretário Municipal do Meio Ambiente, com 
endereços... 
 
I – SÍNTESE DOS FATOS 
Em matéria jornalística divulgada pela imprensa, o prefeito do município Alfa, situado 
no estado Beta, foi acusado de negligenciar a saúde pública, deixando de realizar os 
investimentos constitucionais obrigatórios nos estabelecimentos médico-hospitalares situados 
na região. 
Visando tirar proveito da situação, se autopromovendo, o prefeito, de forma 
estratégica, após obter expressa aprovação do Secretário Municipal do Meio Ambiente, em 
procedimento administrativo, providenciou a instalação de um grande outdoor na encosta de 
um dos morros da cidade, o que era vedado pela legislação ambiental federal, em área de 
proteção ambiental e notório ponto turístico, onde elencou todas as ações e investimentos da 
prefeitura relacionados à área da saúde durante a sua gestão. 
Ambientalistas filiados a uma Organização Não Governamental de proteção ao meio 
ambiente detectaram, dentre outras consequências prejudiciais, que a iluminação usada no 
outdoor durante o período noturno traria resultados nocivos à biodiversidade, ameaçando a 
sobrevivência de espécies animais notívagas da região, e tal nocividade se tornaria irreversível 
caso a iluminação viesse a ser utilizada por algumas semanas, o que justifica o ajuizamento da 
presente ação popular. 
 
II – LEGITIMIDADE ATIVA 
O autor gosta de participar ativamente da defesa da Administração Pública e está em 
dia com seus direitos políticos, conforme documentação anexa, portanto, satisfaz plenamente 
o requisito da cidadania, presente no art. 1º, § 3º da lei 4717/65. 
 
35 
 
III – LEGITIMIDADE PASSIVA 
O polo passivo da Ação Popular é formado por um litisconsórcio passivo necessário, 
conforme estabelece os arts. 1º e 6º da lei 4717/65, daí porque todas as autoridades envolvidas 
e indicadas acima devem responder a presente ação. O Prefeito do Município Alfa foi o 
responsável pela expedição do ato, já o Secretário do Meio Ambiente aquiesceu com a 
construção e instalação do outdoor em área de proteçãoambiental e o Município Alfa, ao qual 
são atribuídos os atos praticados por seus agentes, na forma do Art. 6º da Lei Federal nº 
4.717/65. 
 
IV - TUTELA DE URGÊNCIA 
A tutela de urgência na Ação Popular está presente no art. 5º, § 4º, da Lei 4.717/65. Para 
muitos doutrinadores, trata-se de uma verdadeira tutela cautelar. 
A probabilidade do direito é comprovada mediante os fatos e documentos que 
acompanham a presente. 
Já o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo é evidente, tendo em vista o 
risco de dano irreversível à biodiversidade em decorrência da iluminação inapropriada, devendo 
haver a imediata desativação da iluminação e/ou remoção do outdoor. 
 
V – FUNDAMENTOS JURÍDICOS 
O art. 5º, LXXIII, da CRFB/88 prevê que qualquer cidadão é parte legítima para propor 
ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado 
participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural. 
A referida ação também se encontra regulamentada na Lei 4717/65 e é um importante 
instrumento em defesa dos direitos difusos. 
Da análise do caso em tela, conclui-se que houve ofensa aos princípios da moralidade e 
impessoalidade, tendo sido violado o disposto no art. 37, caput, da CRFB/88. 
No que tange à moralidade, se espera que a Administração Pública atenda aos ditames 
da conduta ética, honesta, exigindo a observância de padrões éticos, de boa-fé, de lealdade, de 
regras que assegurem a boa administração, estando ligada ao conceito de bom administrador. 
Quanto à impessoalidade, esta busca impedir os atos administrativos que visem os 
interesses de agentes ou até mesmo de terceiros, buscando limites estabelecidos à vontade da 
lei, a um comando geral e abstrato. 
De acordo com o § 1º do art. 37 da CRFB/88: “A publicidade dos atos, programas, obras, 
serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de 
orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem 
promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.” 
Ademais, há que se ressaltar que o ato é nulo por ser ilegal, tendo sido editado em 
contrariedade com a legislação federal vigente, e praticado em nítido desvio de finalidade 
(conforme alíneas ‘c’ e ‘e’ do art. 2º da Lei 4.717/65), uma vez que, a pretexto de informar a 
36 
 
população sobre supostos gastos com a saúde pública, o prefeito se valeu de ato lesivo ao meio 
ambiente, afrontando, ainda, o disposto no art. 225 da CRFB/88. 
 
VI – DOS PEDIDOS 
Diante de todo o exposto, requer-se: 
a) a concessão da tutela de urgência para determinar a desativação da iluminação e/ou 
remoção do outdoor, nos termos do art. 5º, § 4º, da Lei nº 4.717/65; 
b) que seja julgado procedente o pedido para que seja declarada a nulidade do ato que 
autorizou a instalação do outdoor, em razão dos vícios de ilegalidade e de desvio de finalidade 
e a condenação ao ressarcimento financeiro ao erário e reparação dos danos ambientais 
causados, segundo o art. 11, da Lei 4717/65; 
c) a citação dos Réus nos endereços acima indicados, de acordo com o art. 7º, I, a, da Lei 
4717/65; 
d) a intimação do Representante do Ministério Público, conforme o art. 7º, I, a, da Lei 
4717/65; 
e) a condenação dos Réus em custas e em honorários advocatícios, na forma do art. 12, 
da Lei 4717/65; 
f) a produção de todos os meios de provas em direito admitidas, de acordo com o art. 
319, VI, do CPC; 
g) a juntada de documentos, segundo o art. 320, do CPC. 
 
Em cumprimento ao art. 319, VII, do CPC, o autor opta pela realização da audiência de 
conciliação ou de mediação. 
 
Valor da causa de acordo com o art. 291 do CPC/15. 
Ou: 
Valor da causa de acordo com o art. 319 do CPC/15. 
 
Termos em que, 
pede deferimento. 
Local... e data... 
Advogado... 
OAB n.º ... 
 
 
37 
 
ATIVIDADE COMPLEMENTAR 
15. Peça do XXVIII Exame 
A sociedade empresária K, concessionária do serviço de manutenção de uma estrada municipal, 
na qual deveria realizar investimentos sendo remunerada com o valor do pedágio pago pelos 
usuários do serviço, decidiu ampliar suas instalações de apoio. Após amplos estudos, foi 
identificado o local que melhor atenderia às suas necessidades. Ato contínuo, os equipamentos 
foram alugados e foi providenciado o cerco do local com tapumes. 
De imediato, foi fixada a placa, assinada por engenheiro responsável, indicando a natureza da 
obra a ser realizada e a data do seu início, o que ocorreria trinta dias depois, prazo necessário 
para a conclusão dos preparativos. João da Silva, usuário da rodovia e candidato ao cargo de 
deputado estadual no processo eleitoral que estava em curso, ficou surpreso com a iniciativa da 
sociedade empresária K, pois era público e notório que o local escolhido era uma área de 
preservação ambiental permanente do Município Alfa. Considerando esse dado, formulou 
requerimento, dirigido à concessionária, solicitando que a obra não fosse realizada. A sociedade 
empresária K indeferiu o requerimento, sob o argumento de que o local escolhido fora aprovado 
pelo Município, que concedeu a respectiva licença, assinada pelo prefeito Pedro dos Santos, 
permitindo o início das obras. O local, ademais, era o que traria maiores benefícios aos usuários. 
João da Silva, irresignado com esse estado de coisas, contratou seus serviços, como 
advogado(a). 
Ele afirmou que quer propor uma ação judicial para que seja declarada a nulidade da licença 
concedida e impedida a iminente realização das obras no local escolhido, que abriga diversas 
espécies raras da flora e da fauna silvestre. Levando em consideração as informações expostas, 
elabore a medida judicial adequada, com todos os fundamentos jurídicos que confiram 
sustentação à pretensão. (Valor: 5,00) 
Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar 
respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere 
pontuação. 
 
Peça redigida: 
Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da ... Vara de Fazenda Pública da Comarca Alfa. 
(pular aproximadamente 5 linhas em todas as petições iniciais) 
 
João da Silva, nacionalidade, estado civil (ou existência de união estável), profissão, 
portador do RG n°... e do CPF n° ..., endereço eletrônico ..., portador do título de eleitor n° ..., 
residente e domiciliado..., nesta cidade, por seu advogado infraassinado, conforme procuração 
anexa, com escritório ..., endereço que indica para os fins do art. 77, V, do CPC, com fundamento 
nos termos do art. 5º, LXXIII da CRFB/88 e da Lei nº 4.717/65, vem ajuizar AÇÃO POPULAR em 
face de Pedro dos Santos, Prefeito Municipal, do Município Alfa e da sociedade empresária K, 
com endereços... 
 
I – SÍNTESE DOS FATOS 
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O autor, Sr. João da Silva, cidadão e, inclusive, candidato ao cargo de deputado estadual 
no processo eleitoral em curso, tenho conhecimento de atos preparatórios para a realização de 
uma obra pela sociedade empresária K, concessionária do serviço de manutenção de uma 
estrada municipal, se surpreendeu pelo fato do local escolhido ser uma área de preservação 
ambiental permanente do Município Alfa. 
Após constatar tapumes no local e até mesmo placa, assinada por engenheiro 
responsável, indicando a natureza da obra a ser realizada e a data do seu início, que já ocorreria 
trinta dias depois, enviou um requerimento à concessionária pleiteando que as obras não 
fossem realizadas, tendo recebido como resposta a negativa, sob o argumento de que o local 
seria o que traria maiores benefícios aos usuários, e já fora aprovado pelo Município, que 
concedeu a competente licença, assinada pelo prefeito Pedro dos Santos, permitindo o início 
das obras. 
Importante ressaltar que a área escolhida para a realização das obras que visa ampliar 
as instalações de apoio da sociedade empresária K,abriga diversas espécies

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