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Constitucional - Resumão

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Direito Constitucional - Professora Tatiana 
Biblioteca do senado - vende a CF atualizada bem baratinho. 
Dia 15-02-23
Estudar súmulas vinculantes. 
Jurisprudências - buscador dizer o direito e ler informativos. 
Dicas para a prova da EMERJ - Toda questão possui uma controvérsia. Você identifica a controvérsia, descompatibiliza ela (correntes ou possíveis desdobramentos dela) e por fim, se posiciona (geralmente, de acordo com a jurisprudência dos tribunais superiores ou do TJRJ). 
A cada época, tenho uma Constituição distinta, com princípios e fundamentos distintos. 
ESTADO DE COISAS INCONSTITUCIONAL: “Fracasso generalizado de políticas públicas que, causado pelo bloqueio do processo político ou institucional, resulta em violações massivas de direitos humanos, em busca de solução de casos estruturais” ADPF nº347. (Guilherme Peña)
SÉCULO XVIII (18) - A era das revoluções liberais. 
As revoluções, como a revolução francesa e a americana, visavam romper com uma determinada forma de estado (absolutista) e implementar um novo. 
Como consequência, temos o desenvolvimento da teoria do poder constituinte, além das primeiras constituições escritas, elaboradas dentro de uma filosofia denominada "constitucionalismo moderno". Já havia, anteriormente, alguns documentos escritos, mas que não chegavam a ser Constituições, como é o caso dos pactos (Magna Carta, Bill of Rights,Petition of Rights), forais, cartas de franquia e contratos de colonização.
O constitucionalismo moderno nasce com um forte viés liberal, consagrando como valores maiores a liberdade, a proteção à propriedade privada, a proteção aos direitos individuais (evidenciando o voluntarismo) e a exigência de que o Estado se abstenha de intervir na esfera privada (absenteísmo estatal). Para Canotilho, “representa uma técnica específica de limitação do poder com fins garantísticos.” 
Este constitucionalismo moderno tem duas grandes preocupações: 1) a constituição, agora escrita, trará a separação dos poderes, justamente para dar fim ao Estado Absoluto, pois um poder mitigaria abusos do outro. 
2) Nas constituições escritas, passou-se a prever os direitos fundamentais. 
Mas terão algumas diferença entre as Constituições francesa e americana, vejamos: 
Experiência norte-americana é importante porque traz várias contribuições significativas. 
É a primeira constituição escrita (1787) e foi a partir dela que surgiram ideias fundamentais, como a ideia de constituição rígida, formal e suprema. Mas as contribuições da experiência constitucional dos Estados Unidos não param por aí. Surge a ideia de controle de constitucionalidade (difuso), tendo como parâmetro uma constituição escrita. Nasceu, pois, com a decisão de 1803, do juiz Marshal, no caso Marbury VS Madison. Já havia até alguns precedentes, mas essa sistematizou a ideia. A separação dos poderes também foi garantida; nasceu também o federalismo nos moldes hoje conhecidos (houve experiências diferentes menos importantes anteriores); adotou-se a república e criou-se o presidencialismo republicano.
Ao trazer a separação dos poderes, a convenção americana passou a usar a teoria do Checks and Ballance (Freios e Contrapesos), que significa a fiscalização entre as funções, para que uma não atue além do que a Constituição permite. Assim, os americanos criaram o controle difuso, onde o judiciário poderia "anular" atos do Executivo ou legislações, por exemplo, que fossem contrárias a Constituição. - Art. 102 da CF traz a competência do STF, por exemplo. O mesmo ocorre com o Art. 84 da CF, que traz a competência do Executivo. Estas distinções de competências servem para delimitação dos poderes. 
O controle de constitucionalidade da Europa só foi criado em, aproximadamente, 1920. 
Experiência francesa. Na França, havia uma diferença essencial em relação à constituição americana: a Constituição francesa era uma constituição extremamente prolixa, analítica, diferente da dos EUA, que é sintética. Hoje, muitas das constituições, inclusive a brasileira, são prolixas. Vem do constitucionalismo francês! Além disso, na França surgiu a ideia também de Poder Constituinte, nessa época da revolução francesa. O teórico mais relacionado à teoria do poder constituinte é o Abade Sieyès, que defendia que o poder pertence à nação, que é quem goza de sua titularidade.
Em ambas as CFs, tínhamos como características o chamado ABSENTEÍSMO ESTATAL, no qual o Estado é muito pouco intervencionista. Passam a proteger direitos fundamentais de 1ª geração como a vida, liberdade, propriedade...
Direitos de defesa e negativos - o Estado não pode retirar o direito, a menos que exista legislação prévia. Aqui, existe a igualdade formal, onde todos são iguais perante a lei. 
SÉCULO XIX (19) - 
Acontecimentos marcantes: Revoluções industriais e mexicana, religiosas, 1ª guerra mundial e formação de novos Estados (como Alemanha e Itália). Com estes marcos históricos, ocorre uma transformação da sociedade, que passa a questionar a atuação estatal. 
O Estado, como vimos, não interviria em relações trabalhistas, por exemplo, sob alegação da autonomia da vontade. Logo, o ordenamento jurídico não "olha" para grupos vulneráveis ou que poderiam vir a se tornar vulneráveis. 
Neste período, começamos a ter um Estado intervencionista, com mais normas voltadas em direitos públicos, ainda que não se preocupe ainda com direitos fundamentais de PRESTAÇÃO. 
OU SEJA, com o fim da Primeira Guerra Mundial, o liberalismo entrou em crise. A crise econômica agravou as desigualdades sociais e o liberalismo passou a ser questionado. Diante da crise do liberalismo, as Constituições começam a consagrar um novo grupo de direitos, dando início a uma nova fase dentro do constitucionalismo moderno: o constitucionalismo social. Esse novo modelo de constituição tem dois paradigmas importantes. As constituições Mexicana (1917) e a de Weimar (Alemanha – 1919) são marcos históricos. Essas constituições começam a consagrar um novo grupo de direitos em seu texto, os chamados direitos de segunda geração.
SÉCULO XX (20) - 
O neoconstitucionalismo, também chamado por alguns de constitucionalismo contemporâneo, constitucionalismo avançado ou constitucionalismo de direitos, tem como marco histórico o pós-Segunda Guerra Mundial. Ele representa uma resposta às atrocidades cometidas pelos regimes totalitários (nazismo e fascismo) e, justamente por isso, tem como fundamento a dignidade da pessoa humana.
Constitucionalismo contemporâneo - estado democrático de direito, com a concretização e efetivação de direitos fundamentais, de diversas dimensões. Se antes as constituições se limitavam a estabelecer os fundamentos da organização do Estado do Poder, agora passam a prever valores em seus textos (principalmente referentes à dignidade da pessoa humana) e opções políticas gerais (redução das desigualdades sociais, por exemplo) e específicas (como a obrigação do Estado de prover educação e saúde).
Eficácia irradiante: todas as normas infraconstitucionais precisam ser estudadas e lidas a luz da Constituição. Então ela se volta ao direito público, mas também ao direito privado. 
 Antes da nossa Constituição Federal de 1988, tivemos a Constituição monárquica (1824), que também trazia direitos fundamentais, bem semelhante aos direitos do homem e cidadão. No entanto, isso excluía os escravos e mulheres, por exemplo. 
1891 - Constituição republicana: Traz figuras como STF, Congresso, Controle Difuso de Constitucionalidade, laicidade do Estado. - Muitas influências da Constituição Americana.
1934 - Influência da Constituição Mexicana e Alemã. Traz figuras como Mandado de segurança, ação popular, justiça eleitoral, além da possibilidade da União intervir nos estados, por exceção. É também nesta Constituição que se incorpora o voto feminino. 
1937 - Nova Constituição, que proíbe o mandado de segurança. Permite o Habeas Corpus, que não poderia ser utilizado para crime político. Reduz direitos fundamentais, permitindo que o poder executivo aja com censuras ao poder legislativo, além de determinar que decisõesdo STF que fizessem controle de constitucionalidade pudessem ser revistas. 
1946 - Feita nova CF. Tentativa de redemocratização do Brasil. Reestabelece uma ordem federativa e republicana, além de limitações ao poder executivo. Modificada por meio de uma emenda constitucional. 
1967 - foi feita pelos militares depois do golpe de 1964, sendo a mais repressiva de todas, até este momento. 
A Constituição de 1967 retirou as características da democracia e concentrou os poderes no Executivo. Sendo assim, ela autorizou a extinção dos partidos políticos e implementou diversas emendas chamadas de atos institucionais.
O mais famoso desses atos é o AI-5, que implementou as medidas mais gravosas, concedendo mais poderes ao Presidente da República, como cassar mandatos, interferir nos estados e nos municípios, e tirar os direitos políticos de qualquer indivíduo. Além disso,ele também decretou o fechamento do Congresso Nacional.
Além da cassação de direitos políticos ou civis, o Habeas Corpus também sequer é mencionado na Constituição. 
1988 - Segunda redemocratização do Brasil, na qual a Constituição foi elaborada com emendas populares. Ideias neoconstitucionais foram incluídas na CF (Art. 5o ao 17), além de prever outros direitos fundamentais, previstos nos tratados de direitos humanos os quais o Brasil fizer parte. 
Eficácia Normativa dos princípios. 
Expansão do controle de constitucionalidade. 
Ampliação de ações constitucionais - reclamação, mandado de segurança, HC, ação popular, etc. 
É uma Constituição pautada no princípio republicano e na dignidade da pessoa humana. 
Afinal, o que é Constituição? R: A Constituição é a norma que funda o Estado, define o seu modo concreto de ser e existir, além de disciplinar elementos essenciais. As constituições revelam a particular maneira de ser do Estado. Nela, é possível detectar os direitos e deveres, as competências, os encargos, as funções legislativa, executiva e judiciária, bem como os seus limites. 
Bloco de constitucionalidade: No Brasil, ADI 595, foi a primeira vez que surgiu esse termo. 
Na sistematização do direito brasileiro, temos acima de outras normas, o ordenamento constitucional, que são normas criadas pelo poder Constituinte originário ou derivado. 
As normas que tem natureza jurídica de Constituição o Art. 1o ao xxxx, ADCT, emendas constitucionais, princípios constitucionais implícitos (normas constitucionais com natureza de princípios, mas que não estão expressas na CF - proporcionalidade, responsabilidade...), tratados internacionais de direitos humanos que forem equivalentes a emendas à CF (seguindo o Art. 5o, parágrafo 3o da CF - ex: tratado da pessoa com deficiência - DECRETO Nº 6.949, DE 25 DE AGOSTO DE 2009, tratado de Marraqueche - DECRETO Nº 9.522, DE 8 DE OUTUBRO DE 2018- , convenção interamericana de combate ao racismo - DECRETO Nº 10.932, DE 10 DE JANEIRO DE 2022).
Pacto de San José da Costa Rica - DECRETO Nº 678, DE 6 DE NOVEMBRO DE 1992 . Este, assim como os demais tratados internacionais de direitos humanos, aprovados pelo rito ordinário, terão, segundo o STF, o status “supralegal”, se situando abaixo da CF, mas ainda estando acima das leis infraconstitucionais. 
A norma jurídica não é um aconselhamento e sim, uma obrigação. O mesmo ocorre com uma norma constitucional. 
Texto constitucional # norma constitucional: 
Texto constitucional não se confunde com norma constitucional. Esta última é fruto da interpretação que se aplica ao texto jurídico. 
Quem interpreta a norma constitucional? R: Aplicadores do direito (judiciário, advogados, tribunais superiores), como um todo e o próprio POVO. 
Normas Constitucionais se dividem em normas e princípios (ligados aos axiomas, valores que permeiam a sociedade). Falamos que as normas são "vivas", pois os valores adaptam as normas e as moldam. Os valores, ao longo do tempo, mudam. As normas, em atenção aos princípios e valores, se moldam também. 
Normas materialmente constitucionais - O constituinte entendeu que aquela norma precisa ter uma hierarquia. São aquelas onde se regula estritamente os aspectos fundamentais da vida do Estado (sua forma de governo, estrutura, organização e direitos fundamentais). Ex: Art. 21, 22, 23, 24 (normas de separação de competência);
Já as normas formalmente constitucionais são aquelas que independentemente do conteúdo, estão contidas num documento estrito e rígido, elaborado solenemente pelo órgão constituinte.
Normas principiológicas - Tem uma função "Normogenética". A presença de normas principiológicas na Constituição traduz uma flexibilidade, ensejando a sua alteração mediante a interpretação constitucional. Tal processo pode ser compreendido como processo formal de mudança da Constituição. Ex: Igualdade, liberdade (crença, expressão, de pensamento, de comunicação), por exemplo. 
Conflitos: Regras e princípios podem entrar em "embates". Dworkin aborda isso entre as regras e Alexy, entre os princípios. 
Conflito temporal - Uma norma posterior em regra, revoga ou derroga norma anterior, total ou parcialmente. 
Conflito da especialidade: A depender da situação do caso concreto, vou ter uma regra específica. É o conflito entre o CDC e o Código Civil. Outro exemplo, CPC e a Lei de Juizados Especiais Civeis. 
Conflito de Hierarquia - Uma norma que confere validade se sobrepõe a norma validada. Se houver esse conflito com a Constituição, a norma é inválida. 
Eficácia da norma constitucional: Plena, contida e limitada. 
Uma norma constitucional de eficácia plena são aquelas de uma norma infraconstitucional para a plena eficácia de seus efeitos. 
Normas constitucionais de eficácia contida - Ela também produz todos os seus efeitos, do mesmo modo que a plena. A diferença é que traz uma permissão para o legislador, que pode regulamenta-la e restringi-la. - Exemplo: Art. 5o, inciso XIII.
Normas constitucionais de eficácia limitada - São aquelas que dependem de uma regulamentação futura para que produzam todos os seus efeitos. Ex: art. 37, VII da CF trata da greve de funcionários públicos. (“o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica”).
Ou seja, a CF outorga aos servidores públicos o direito da greve, mas que este possa ser exercido, é preciso editar uma lei ordinária que o regulamente.
As normas constitucionais de eficácia limitada possuem as seguintes características:
a) 	São não-autoaplicáveis, ou seja, dependem de complementação legislativa para que possam produzir os seus efeitos.
b) 	Possuem aplicabilidade indireta (dependem de norma regulamentadora para produzir seus efeitos) mediata (a promulgação do texto constitucional não é suficiente para que possam produzir todos os seus efeitos) e reduzida (possuem um grau de eficácia restrito quando da promulgação da Constituição).
As normas de eficácia limitada possuem duas espécies: aquela que institui um órgão (institutiva ou organizativa) e aquela que é programática.
Ela produz efeitos de vincular o legislador, pela força normativa da CF, DEVE elaborar a norma infraconstitucional. Ainda, deve ser parâmetro de controle de constitucionalidade por omissão. 
Ex: O Art. 134 organiza as defensorias públicas, mas preciso de uma lei estadual criando as defensorias públicas. 
Uma norma de eficácia limitada institutiva ou organizativa contém comandos de estruturação geral de instituições ou determinados órgãos, que deverá ser feita através de uma norma infraconstitucional. 
Ou seja, são aquelas que dependem de lei para estruturar e organizar as atribuições de instituições, pessoas e órgãos previstos na Constituição. É o caso, por exemplo, do art. 88, da CF/88, segundo o qual “a lei disporá sobre a criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública.” 
* Exemplos:
Art. 102, §1º § 1.º A arguição de descumprimento de preceito fundamental, decorrente desta Constituição, será apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na forma da lei.
Art. 37, VII VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica.
Normas de eficácialimitada programáticas trazem programas do governo que devem ser implementados, com fins sociais, através de leis infraconstitucionais. 
NORMA CONSTITUCIONAL NO TEMPO: 
Alguns efeitos acontecem no ordenamento jurídico, quando uma nova Constituição entra em vigor. 
1º fenômeno - Desconstitucionalização: Em via de regra, a nova constituição revoga completamente a Constituição anterior, pois a desconstitucionalização não é muito aceita no Brasil. 
A desconstitucionalização é a manutenção de normas da constituição anterior no ordenamento jurídico, mas agora, com natureza de lei ordinária. - Ou seja, seria a recepção de algumas normas da constituição pretérita, conferindo status infralegal. 
Esse fenômeno só pode acontecer em constituições que fazem a diferenciação em normas materialmente e formalmente constitucionais, o que não é o caso do Brasil. E ainda, deve ser feito de forma EXPRESSA. 
27.02.23
2º Fenômeno - Recepção material: As normas infraconstitucionais, editadas sob a luz da constituição pretérita que forem MATERIALMENTE compatíveis (compatibilidade quanto ao conteúdo) com a nova Constituição serão por ela recepcionadas. Isto é um fenômeno que ocorre TACITAMENTE, de modo que até a presente data, analisamos normas para verificar se há compatibilidade com a Constituição de 88.
A recepção se preocupa com a matéria, como ela está disposta etc. Não nos preocupamos, em regra, com a forma. É o caso do CTN, que foi criado na época da Constituição de 46, o CTN foi criado como lei ordinária, no entanto, quando foi recepcionado, passou a ter o "status" de lei complementar - pois se determinou na nova Constituição que leis de ordem tributária devem ser realizadas por LC. O relevante aqui é a matéria e não a forma. 
 OU SEJA, a compatibilidade formal seria no que tange ao rito, por exemplo, o CTN foi recepcionado, mesmo sendo uma lei ordinária (e não complementar, como a CF/88 exigia). Então ele passou a ter o “status” de lei complementar, ao ser recpcionado.
A forma de uma lei pode interferir na recepção? R: geralmente, como já vimos, não nos preocupamos com a forma. NO ENTANTO, quando houver alteração de competência, precisaremos ficar atentos, pois a recepção só ocorre do ente de maior grau, para o de menor grau. Assim, alterando a competência de uma matéria, que era anteriormente de competência da União, regida por lei federal, e passou a ser de competência estadual, a lei federal será recepcionada como se estadual fosse. PORÉM, uma lei estadual que trata de matéria que agora passa a ter competência federal, não poderá ser recepcionada – pois temos 27 estados, imagine só recepcionar 27 leis diferentes sobre a mesma matéria?
3º Fenômeno - Não recepção ou revogação: As normas infraconstitucionais editadas na vigência da CF pretérita, que forem materialmente incompatíveis com a nova CF, serão REVOGADAS (deixando de ter vigência e validade) de maneira TÁCITA E AUTOMÁTICA, sendo um simples conflito de normas no tempo, onde a posterior revoga a anterior. 
Falamos de REVOGAÇÃO, pois no Brasil não reconhecemos a inconstitucionalidade superveniente. A inconstitucionalidade é sempre um vício contemporâneo e congênito, o que significa que as normas que não são materialmente compatíveis NÃO SÃO INCONSTITUCIONAIS, pois só podem sofrer controle de constitucionalidade com a norma da época que lhe foi promulgada. 
Por exemplo, a ADI somente ser proposta para normas APÓS a Constituição de 1988. Caberia então a ADPF, que é dúplice, pois pode analisar tanto a constitucionalidade quanto a não-revogação, podendo inclusive modular efeitos. 
Quando uma norma é elaborada, passamos da presunção de que ela é constitucional. Logo, uma lei nasce com existência, validade e eficácia. 
Validade - a norma que existe mas que não estiver de acordo com a CF é uma norma inválida, que não está de acordo com a constituição. É inconstitucional e nula. 
Quando temos a não-recepção, a norma é revogada, então ela deixa de EXISTIR. O vício é no âmbito da existência. Em regra, ela retroage, deixando de produzir efeitos (apesar de ser possível a modulação de efeitos). 
Não existe a inconstitucionalidade superveniente, logo, se uma emenda constitucional alterar o texto da CF e tornar uma lei incompatível, também ocorrerá o fenômeno de não recepção ou revogação. OU SEJA, esse fenômeno pode ocorrer APÓS a Cnstituição, a cada emenda realizada.
4º Fenômeno - Repristinação: Prevista na LINDB (Art. 2º, parágrafo 3º). É um fenômeno no qual há a entrada em vigor de uma norma revogada. DEVE SER EXPRESSA, pois é um fenômeno que, em regra, não acontece no Brasil (pelo menos, não em caso de constituição, mas em caso de normas infraconstitucionais, pode ocorrer). 
Efeito repristinatório é diferente de repristinação. A repristinação, como já vimos, deve ser expressa, enquanto o efeito repristinatório é TÁCITO e acontece MUITO no ordenamento jurídico, no âmbito de controle de constitucionalidade. 
Art. 11, parágrafo 2 da Lei 9868 de 99 - A concessão de medida cautelar torna aplicável a legislação anterior, salvo expressa manifestação em sentido contrário. 
O que é nulo não produz efeitos. Portanto, ela não poderia ter revogado a lei anterior e não produzirá efeitos. Assim, retorna a vigência a lei anterior, pois esta não poderia ser revogada por uma lei inválida. Por isso, o efeito repristinatório é TÁCITO. 
Se a lei anterior também foi inválida, pois também é inconstitucional, é preciso pedir EXPRESSAMENTE para que NÃO ocorra o efeito repristinatório. 
PODER CONSTITUINTE: 
Poder constituinte é um poder político capaz de criar as normas constitucionais, tendo algumas divisões - originário (que tem natureza política) e derivado. 
O poder constituinte originário é o poder que estabelece uma nova ordem jurídico-constitucional. Tendo uma nova CF, tenho a manifestação do poder constituinte originário. 
Características do poder constituinte originário: 
1) é inicial: vez que rompe com a ordem jurídica anterior;
2) é permanente: não se esgotando, pois caso o detentor do poder queira, poderá realizar uma nova CF);
3) é autônomo: pois não há um processo legislativo específico
4) é ilimitado: é soberano, não sofrendo uma limitação prévia do direito. Isso não implica que ele é absoluto, pois segundo a doutrina majoritária, no estado democrático de direito há 3 limites: o transcedente, o imanente e o limite heterônomo.
O limite transcedente decorre dos direitos fundamentais que devem ser mantidos na nova ordem jurídica, para que não ocorra um retrocesso. 
O limite imanente diz respeito a soberania, no qual o Brasil não pode retroceder na soberania por ele conquistada. 
O limite heterônomo diz respeito as normas internacionais de direitos humanos, que foram internalizadas no ordenamento jurídico brasileiro.
As normas do poder constituinte originário são todas ABSOLUTAMENTE constitucionais. Deste modo, não pode ser objeto de controle, somente poderão ser parâmetro. Por exemplo: Art. 45 da CF. 
Se um artigo não é mais originário, pois foi alvo de uma emenda, ainda será parâmetro de controle de constitucionalidade, mas também poderá ser objeto de controle. 
O poder constituinte derivado é uma competência concedida pelo poder constituinte originário. Ele se subdivide em revisor, reformador, decorrente e difuso. 
a) Poder constituinte derivado REVISOR: Previsto no Art. 3º da ADCT. Como estávamos num momento de transição, era necessário verificar se essas normas constitucionais eram adequadas para o Estado Democrático de Direito.
A Emenda Constitucional de Revisão tinha característica de revisão completa (seu âmbito era amplo, apesar de não poder abolir nenhuma cláusula pétrea), desde que respeitado o processo legislativo (após 5 anos contados da promulgação da Constituição, pelo voto da maioria absoluta do congresso nacional em sessão unicameral).
Não é mais possível, pois o poder constituinte derivado revisor já aconteceu. 
b) Poder constituinte derivado reformador: Altera parte da Constituição, expressado através das Emendas Constitucionais. Encontra a previsão no Art. 60da CF, que trata de seus limites. 
Tem como legitimados: um terço dos membros do senado ou da câmara dos deputados, presidente da república, mais da metade da assembleia legislativa das unidades da federação. 
PEC POPULAR À CONSTITUIÇÃO FEDERAL: Não é possível, vez que não há essa previsão no Art. 60 da CF. Mas caso haja essa previsão na constituição estadual, é possível a PEC popular à constituição ESTADUAL. 	
O presidente da república somente participará da PEC caso ele seja o AUTOR da mesma, pois a PEC não participa do veto ou da aprovação do presidente. 
A emenda de reforma tem limite temporal? R: O limite temporal existia para a emenda de revisão, mas para as emendas de reforma, existe limite temporal previsto no Art. 60, parágrafo 5º - que determina que uma emenda rejeitada não pode ser objeto numa mesma sessão legislativa.
A cada 4 anos, temos uma legislatura. Dentro de cada legislatura, tem 4 sessões legislativas. 
Limite circunstanciado: existem 3 circunstâncias que impedem a emenda à Constituição: intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio (Art. 60, parágrafo 1º da CF). 
Limites materiais; Art. 60, parágrafo 4º - Matérias que não podem ser retiradas da Constituição, sendo o núcleo mínimo da Constituição. As chamadas cláusulas pétreas.
No entanto, academicamente, há algumas discussões sobre o termo "abolir" pois poderia ser interpretado como "reduzir". 
O Art. 60 traz 4 cláusulas pétreas expressas: forma federativa do Estado, o voto direto, universal e periódico, a separação dos poderes e os direitos e garantias individuais. 
No entanto, há cláusulas pétras implícitas, decorrente das cláusulas pétreas expressas. 
Por exemplo, a separação dos poderes gera a cláusula pétrea implícita de autonomia administrativa e financeira. Outro exemplo, os direitos e garantias coletivos e implícitos, ta,bém decorrem da cláusula pétrea expressa de direitos e garantias individuais. 
c) Poder constituinte derivado DECORRENTE: Art 25 da CF. É a criação das Constituições nos Estados. O DF não é um estado, então se organiza mediante LEI ORGÂNICA, mas ela tem natureza jurídica de Constituição Estadual também. 
A lei orgânica dos municípios não é CF municipal. - Logo, não existe poder constituinte derivado decorrente em municípios. 
OBS: Entende-se que tem algumas normas constitucionais que são de reprodução obrigatória nas constituições estaduais. É o caso dos princípios constitucionais sensíveis (Art. 34, inciso VII, alíneas "a" à "e"), direitos e garantias fundamentais (Art. 5º da CF), processo legislativo (Arts. 59 ao 69 da CF)*, limitações ao poder de tributar (imunidades e princípios tributários, previstas principalmente no Art. 150 da CF), repartições de competência (Art. 21 ao 25 e Art. 30 da CF) e separação dos poderes.
*OBS sobre o processo legislativo: Não é obrigatório que os estados e municipios tenham previsão de medida provisória. O processo legislativo, na CF, sempre fala de modo bicameral. Como estados e municípios têm apenas uma casa legislativa, entãao isso será alterado. Mas o quórum será o mesmo (três quintos)!
Controle de constitucionalidade estadual - uma ADI estadual é decidida pelo órgão especial do TJ. O objeto da ADI será lei estadual ou municipal que fere a Constituição estadual. Nesse caso, só é possível recurso quando a norma da constituição estadual que for ferida também estiver na Constituição Federal, sendo uma norma de reprodução obrigatória. 
Neste caso, cabe RECURSO EXTRAORDINÁRIO, com fundamento no Art. 102, inciso III, alínea A. 
d) Poder constituinte derivado DIFUSO: Ganha esse nome porque significa que é uma alteração feita na Constituição por mais de um poder, se manifestando com as mutações constitucionais. 
Uma mutação constitucional é um processo informal de alteração na Constituição, atribuindo-se novos sentidos e conteúdos são entregues à norma Constitucional, através da reinterpretação das suas normas. Acontece em uma decisão do poder judiciário (STF), mediante uma releitura jurídica, social, etc. 
Art. 226, parágrafo 3º da CF - A família é composta por seres que visam uma comunhão de "felicidade". Além disto, tem diversas formas de constituição. 
O parágrafo 3º traz a hipótese da união estável heteroafetiva, porém a CF não pode dar proteção a apenas um grupo, pois todos são iguais perante a lei. Logo, se interpreta esse artigo compreendendo as uniões homoafetivas. Isto é um tipo de mutação constitucional. 
Art. 52, inciso X da CF. Trata de competências exclusivas do Senado Federal, que pode suspender no todo ou em parte, lei declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal. - O senado pode fazer uma resolução, só para dar mais publicidade ao que o STF já fez, pois a suspensão já vem na própria decisão. 
Em razão da mutação constitucional, é possível, em alguns casos, a chamada inconstitucionalidade superveniente moderna (que é diferente da recepção na hipótese de emenda) de uma norma. - Min. Dias Toffoli.
Dia 08-03-23 
Remédios constitucionais: Habeas data, mandado de segurança e mandado de injunção. 
HABEAS DATA:
É um instrumento residual, conforme indicado no Art. 5º, incisos LXIX e LXXII. Também é regulamentado pela lei 9.507 de 97. 
Existem 3 hipóteses de cabimento: 
- Utilizar para acessar um banco de dados de caráter público, sobre o impetrante (legitimado ativo) - não é possível para terceiros. Para falecidos, o legitimado para propor o habeas data será o ESPÓLIO ou HERDEIRO (essa última hipótese começou a ser mais flexibilizada pela jurisprudência - verificar qual posteriormente!!)
-Também é possível para a retificação de dados de caráter público, quando se prefira não faze-lo por processo sigiloso judicial ou administrativo!
-A última possibilidade, esta prevista pela lei, é permitida para a anotação de contestação ou explicação sobre dado verdadeiro mas justificável, e que esteja sob pendência judicial ou amigável. - previsão no Art. 7º da lei 9.507 de 97. EX: No caso do serasa, é muito comum que existam dívidas negativadas. É possível impetrar habeas data para fazer uma anotação informando que há uma demanda judicial questionando esta dívida. 
Como já foi informado previamente, é um remédio constitucional de caráter PERSONALÍSSIMO!
A ação do habeas data tem como requisito- Pelo art. 8º da lei 9.507 de 97: 
1) a prova da recusa do acesso as informações ou ainda, do decurso por mais de dez dias, sem qualquer decisão (ou seja, a lei estabelece um prazo razoável, de modo que um silêncio por mais de dez dias configura uma recusa tácita); 
2) a prova da recusa em realizar a retificação ou ainda, o decurso por mais de 15 dias, sem qualquer decisão; - a lei entende que o prazo será um pouco maior, no caso de retificação ou anotação;
3) A prova de recusa em realizar a anotação ou ainda, o decurso por mais de 15 dias, sem qualquer decisão; 
OBS: O habeas data é uma exceção do princípio de inafastabilidade do poder judiciário, constado no artigo 5º, inciso XXXV, da Constituição Federal de 1988, que resguarda o direito de acesso à justiça. Este dispositivo estabelece que “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”. 
Em tese, não preciso esgotar as instancias administrativas para poder ter meu direito apreciado. No entanto, o princípio de inafastabilidade de jurisdição tem três exceções: 
·	1a exceção- habeas data – para que eu possa ajuizar o habeas data, é preciso esgotar o processo administrativo prévio para eu ter essa informação, provando na inicial. 
·	2a- reclamação constitucional – se for por violação a sumula vinculante, em processo administrativo, se exige que se tenha esgotado as instâncias adm. 
·	3a exceção- tribunal da justiça desportiva. O tribunal da justiça desportiva não é órgão do judiciário e sim, administrativo. A CRFB, no art. 217, parágrafo 1o, diz que só se admitirá ações no judiciário após o esgotamento das instancias na justiça desportiva. 
Legitimidade do habeas data.  
a)	Legitimidade ativa: São legitimados para o Habeas Data, como impetrantes, as pessoas naturais ou jurídicasque se afirmam titulares dos direitos negados à informações relativas à sua pessoa constantes em registros ou bancos de entidades governamentais ou de caráter público, bem como o direito de retificação dos dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo 
O HABEAS DATA É PERSONALÍSSIMO. VOCÊ O IMPETRA PARA CONSEGUIR INFORMAÇÕES SOBRE SI PRÓPRIO. EXCEÇÃO: Cônjuge, Ascendente, Descendente e Irmão (C.A.D.I.) do de cujos- Podem pleitear informações do morto, segundo a jurisprudência do STF.  
b) Legitimidade passiva: Poderá ser sujeito passivo em habeas data qualquer instituição, pública ou privada, órgão público ou prestadora de serviço de interesse público, desde que mantenha bancos de dados. - Tendo dados públicos, pode ser réu em um habeas data.  
O artigo 1.º, parágrafo único, da Lei 9.507/2007, considera de caráter público todo registro ou banco de dados contendo informações que sejam ou que possam ser transmitidas a terceiros ou que não sejam de uso privativo do órgão ou entidade produtora ou depositária das informações. 
3. Objeto do habeas data. O direito de informação e intimidade do indivíduo, manifestado quando o Poder Público ou entidade de caráter público que detém bancos de dados abertos ao público se negar a conceder informações de natureza personalíssima da pessoa do impetrante ou retificá-las, e ainda para a anotação nos assentamentos do interessado, de contestação ou explicação sobre dado verdadeiro, mas justificável e que esteja sob pendência judicial ou amigável.  -  Ou seja, sempre que não se quiser dar informação, retificar ou fazer constar informação, vai caber HD.  
4. Liminar em habeas data. Apesar de não existir previsão expressa na lei regulamentadora desta garantia constitucional, em caso de extrema urgência e comprovada necessidade, com risco de perecer aquele direito, nada obsta (nada impede) a concessão de liminar em habeas data.  
Os processos de habeas data terão prioridade sobre todos os atos judiciais, exceto habeas corpus e mandado de segurança. Na instância superior, deverão ser levados a julgamento na primeira sessão que se seguir à data em que, feita a distribuição, forem conclusos ao relator. O prazo para a conclusão não poderá exceder de vinte e quatro horas, a contar da distribuição. (Art. 19 da Lei 9507/97) 
LEMBRANDO QUE: São gratuitos tanto o procedimento administrativo para acesso a informações e retificação de dados e para anotação de justificação, como a ação de habeas data. Art. 5º LXXVII da CF/88 e Art. 21 da Lei 9507/97 - HD É UM REMÉDIO CONSTITUCIONAL GRATUITO.  
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Há a exigência de um advogado. - não tem jus postulandi. 
Custas - isento (Gratuidade, previsão no Art. 21 da lei 9.507 de 97).
Competência - Geralmente a competência é estabelecida de acordo com a figura coatora!
Julgamento do habeas data. O julgamento do habeas data pode ser de competência originária ou recursal.  
 
 
Para o prof. Pedro Lenza, essa garantia não se confunde com o direito de obter certidões (art. 5, XXXIV, alínea b da CF) ou a informações de interesse particular, coletivo ou geral (Art. 5º, XXXIII).
Havendo recusa no fornecimento de certidões (para a defesa de direitos, por exemplo) ou informações de terceiro, caberia o MANDADO DE SEGURANÇA e não o habeas data. 
Se o pedido for para assegurar o conhecimento de informações relativas a pessoa do impetrante, aí sim o remédio seria o habeas data. 
Sobre o procedimento administrativo, que precede o HD, para obter informação: 
Art. 2° da lei 9507 -O requerimento será apresentado ao órgão ou entidade depositária do registro ou banco de dados e será deferido ou indeferido no prazo de quarenta e oito horas. 
Parágrafo único. A decisão será comunicada ao requerente em vinte e quatro horas. 
Art. 3° Ao deferir o pedido, o depositário do registro ou do banco de dados marcará dia e hora para que o requerente tome conhecimento das informações. - atualmente, em via de regra, se recebe esse documento digitalizado.  
Art. 4° Constatada a inexatidão de qualquer dado a seu respeito, o interessado, em petição acompanhada de documentos comprobatórios, poderá requerer sua retificação.- Hipótese de quando o documento mostrado é errado. 
§ 1° Feita a retificação em, no máximo, dez dias após a entrada do requerimento, a entidade ou órgão depositário do registro ou da informação dará ciência ao interessado. 
§ 2° Ainda que não se constate a inexatidão do dado, se o interessado apresentar explicação ou contestação sobre o mesmo, justificando possível pendência sobre o fato objeto do dado, tal explicação será anotada no cadastro do interessado. 
Somente após isso:  
Art. 7° da lei 9507. Conceder-se-á habeas data:  
I - para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registro ou banco de dados de entidades governamentais ou de caráter público; - ex: eu preciso de uma informação minha e a pessoa que detém essa informação, não me dá. Então depois de realizar o procedimento administrativo, impetramos o HD. 
II - para a retificação de dados, quando não se prefira (ou não se possa) fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo;
  
III - para a anotação nos assentamentos do interessado, de contestação ou explicação sobre dado verdadeiro mas justificável e que esteja sob pendência judicial ou amigável. - ex: empresário não pode ter nome negativado em lugar nenhum. Se um empresário passa um cheque e este acabou voltando. Se o empresário não consegue pagar posteriormente, pode depositar em juízo o valor e impetrar um HD para fazer constar no banco que o cheque tinha sido depositado em juízo, numa ação.  
Art. 8 da lei° A petição inicial, que deverá preencher os requisitos dos arts. 282 a 285 do Código de Processo Civil, será apresentada em duas vias, e os documentos que instruírem a primeira serão reproduzidos por cópia na segunda. - esse era o antigo CPC. Agora é do art. 319 do CPC novo.  
Parágrafo único. A petição inicial deverá ser instruída com prova: 
I - da recusa ao acesso às informações ou do decurso de mais de dez dias sem decisão; Referência ao art 4o da mesma lei! 
II - da recusa em fazer-se a retificação ou do decurso de mais de quinze dias, sem decisão; ou - hipótese do parágrafo 1o do art. 4o  
III - da recusa em fazer-se a anotação a que se refere o § 2° do art. 4° ou do decurso de mais de quinze dias sem decisão. 
Jurisprudências relevantes: 
 Cabimento de Habeas data para fins de acesso a informação incluídas em banco de dados denominado SINCOR - Sistema de conta corrente de pessoa jurídica da receita federal. Informativo 582. - SEPARAR ESTA JURISPRUDÊNCIA!
"(...) O habeas data é garantia constitucional adequada para a obtenção dos dados concernentes ao pagamento de tributos do próprio contribuinte constantes dos sistemas informatizados de apoio à arrecadação dos órgãos da administração fazendária dos entes estatais. " - Entendimento do STF. Então, é direito de todo contribuinte ter os dados constantes da sincor. O registro de dado deve ser entendido de modo mais amplo, abrangendo tudo que diga respeito ao interessado, seja direto ou indireto. 
Neste mesmo julgado, entendeu-se que a legitimidade ad causam para a interpretação de habeas data estende-se a pessoas físicas e jurídicas, nacionais e estrangeiros, porquanto garantia constitucional de direitos individuais ou coletivos - neste entendimento, um sócio poderia impetrar um habeas data para solicitar dados da PJ, em razão da necessidade de preservação de seu nome, planejamento empresarial, estratégia de investimentos e, em especial, a recuperação de tributos pagos indevidamente. - Isto porque ainda que as informações sejam SIGILOSAS, não importa em que grau, estas devem ser protegidas da sociedade em geral, mas não de quem elas se referem, por força da consagração de seu direito à informação. 
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Obtimento de certidão também não é possível através do habeas data. 
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Ao STF cabe julgar recurso ordinário, o habeas data decidido, em única instância,pelos tribunais superiores se denegatória for a decisão. - Habeas data de ato de ministro de estado então é julgado originariamente pelo STJ. 
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Acesso de informações providas por sociedade economia mista (petrobrás - SISPAT), cabe Habeas Data. 
RESUMÃO HABEAS DATA: 
Fundamento 
Artigo 5.º, LXXII, da Constituição Federal. 
Norma regulamentadora  
 
Lei 9.507/1997. 
Objeto 
Direito de informação e intimidade do indivíduo, manifestado quando o Poder Público ou entidade de caráter público que detém bancos de dados abertos ao público se negar a conceder informações de natureza personalíssima da pessoa do impetrante ou retificá-las, mesmo depois de um pedido administrativo. 
 
Competência 
Conforme a autoridade que negar a informação ou a retificação desta. 
 
 
MANDADO DE INJUNÇÃO 
Foi objeto de uma omissão inconstitucional, pois só foi regulamentado em 2016, ainda que a CF já tivesse previsto. Em razão disto, na época, se vislumbrava o previsto no Art. 24 da lei 8.038 de 90, que determinava que "o mandado de injunção observará, no que couber, as normas do mandado de segurança, enquanto não editadas legislações específica". 
Tem previsão no Art. 5º, inciso LXXI da CF e na Lei 13.300 de 2016 e será cabível sempre que a ausência de norma regulamentadora torne inviável o exercício de direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania. - Há uma omissão constitucional que atinge a esfera do indivíduo. Não é algo genérico!
Lei 13.300 de 2016 - Permitiu o Mandado de injunção individual ou coletivo. 
O parágrafo único do Art. 2º da Lei 13.300 de 2016, permitiu impetrar MI inclusive quando a regulamentação for insuficiente! - Falta parcial da norma regulamentadora.
Vejamos: 
Art. 2º (...) Parágrafo único. Considera-se parcial a regulamentação quando forem insuficientes as normas editadas pelo órgão legislador competente. 
Normas de eficácia limitada têm aplicação indireta e mediata, se subdividindo em normas de eficácia limitada com princípio institutivo e princípio programático. 
As de princípio institutivo são aquelas normas que precisam de alguma lei para produzir algum efeito.  
Já as de princípio programático são normas que dizem o que deve ser feito, porém não determina como alcançar.  
Primeira questão controversa: o mandado de injunção seria um remédio mandamental ou meramente declaratória da omissão?
R: É um remédio constitucional e, segundo o informativo 450 do STF, é uma ação de natureza MANDAMENTAL, sendo a sentença condenatória, que irá suprir a omissão! É uma função ATÍPICA do judiciário, que será temporária pois não suprirá a lei "eternamente" - Uma vez que a lei regulamentadora seja feita, esta decisão não valerá mais. 
Outro ponto importante, esta decisão só estará valendo para aquela categoria ou indivíduo, em geral (sendo interpartes). No entanto, pode ser conferida eficácia erga omnes quando isto for indispensável ao exercício de direito. - Art. 9º da lei caput e parágrafos 1º e 2º. - 
a) Legitimidade ativa: Lei 13.300/16 - Art. 3º São legitimados para o mandado de injunção, como impetrantes, as pessoas naturais ou jurídicas que se afirmam titulares dos direitos, das liberdades ou das prerrogativas referidos no art. 2o e, como impetrado, o Poder, o órgão ou a autoridade com atribuição para editar a norma regulamentadora. 
Qualquer pessoa que tenha o exercício de direitos e liberdades constitucionais ou de prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania, inviabilizado por falta de norma pode ser sujeito ativo do Mandado de Injunção individual. 
b) Legitimidade passiva: É daquele que tinha o dever de editar as normas regulamentadoras que viabilizariam o pleno exercício dos direitos constitucionais inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania.- é o órgão omisso, que deveria ter editado o ato e não editou. - Olhar artigos 22, 23 e 24... Enfim, as competências legislativas!!
Objeto do Mandado de Injunção: Essa garantia objetiva apontar e suprir a omissão normativa total ou parcial dos poderes que inviabiliza a plena aplicação e exercício dos direitos previstos na Constituição Federal. 
O Mandado de Injunção surge para combater a síndrome de inefetividade das normas constitucionais 
Espécies de ausência de norma regulamentadora: 
a) TOTAL: quando não houver norma alguma tratando sobre a matéria; 
b) PARCIAL: quando existir norma regulamentando, mas esta regulamentação for insuficiente e, em virtude disso, não tornar viável o exercício pleno do direito, liberdade ou prerrogativa prevista na Constituição. 
Liminar em Mandado de Injunção- Lei nº 13.300/2016 não prevê a possibilidade de concessão de medida liminar. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, já entendia antes da lei não ser possível pedido liminar em Mandado de Injunção. - ENTÃO NÃO CABE PEDIDO LIMINAR. 
A competência originária para processamento e julgamento de injunção é definida conforme a autoridade responsável pela edição da norma faltosa. Ex: Art. 102, I, alínea q da CF e 105. 
Exemplo de Competência da Justiça Federal - MI em que se alega a omissão do Conselho Nacional de Transito (CONTRAN) na edição de norma de trânsito que seria de sua atribuição (STJ – MI 193/DF);
O MP é um órgão interveniente necessário! - Art. 7º da lei 13.300 de 2016 
A capacidade postulatória é um pressuposto processual subjetivo. 
Procedimento do Mandado de Injunção. (Art. 4º ao 7º da Lei 13.300/16):  
Art. 4o A petição inicial deverá preencher os requisitos estabelecidos pela lei processual e indicará, além do órgão impetrado, a pessoa jurídica que ele integra ou aquela a que está vinculado. 
A petição inicial do mandado de injunção deverá preencher os requisitos previstos nos arts. 319 e 320 do CPC/2015. Se a inicial não cumprir os requisitos legais ou apresentar defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, o juiz ou Relator deverá determinar que o impetrante, no prazo de 15 (quinze) dias, emende-a ou complete-a, devendo o magistrado indicar com precisão o que deve ser corrigido ou completado (art. 321 do CPC/2015). Se o autor não cumprir a diligência, a petição inicial será indeferida.  
§ 1 o Quando não for transmitida por meio eletrônico, a petição inicial e os documentos que a instruem serão acompanhados de tantas vias quantos forem os impetrados.  
§ 2 o Quando o documento necessário à prova do alegado encontrar-se em repartição ou estabelecimento público, em poder de autoridade ou de terceiro, havendo recusa em fornecê-lo por certidão, no original, ou em cópia autêntica, será ordenada, a pedido do impetrante, a exibição do documento no prazo de 10 (dez) dias, devendo, nesse caso, ser juntada cópia à segunda via da petição.  
§ 3 o Se a recusa em fornecer o documento for do impetrado, a ordem será feita no próprio instrumento da notificação. 
Art. 5º Recebida a petição inicial, será ordenada: 
I - a notificação do impetrado sobre o conteúdo da petição inicial, devendo-lhe ser enviada a segunda via apresentada com as cópias dos documentos, a fim de que, no prazo de 10 (dez) dias, preste informações; 
II - a ciência do ajuizamento da ação ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada, devendo-lhe ser enviada cópia da petição inicial, para que, querendo, ingresse no feito. 
Art. 6º A petição inicial será desde logo indeferida quando a impetração for manifestamente incabível ou manifestamente improcedente. 
Parágrafo único. Da decisão de relator que indeferir a petição inicial, caberá agravo, em 5 (cinco) dias, para o órgão colegiado competente para o julgamento da impetração.  
OBS: Nesse caso, por ser lei especial, aplica-se o prazo da lei e não do CPC 
Art. 7º Findo o prazo para apresentação das informações, será ouvido o Ministério Público, que opinará em 10 (dez) dias, após o que, com ou sem parecer, os autos serão conclusos para decisão. 
Atenção!! A petição inicial do mandado de injunção deverá ser desde logo indeferida quando a impetração for:·	Manifestamente incabível: ocorre quando faltar algum pressuposto processual (ex: o autor ou réu não for parte legítima do processo). Aplica-se aqui as hipóteses previstas no art. 330 do CPC/2015. Ex: parte manifestamente ilegítima. 
·	Manifestamente improcedente: ocorre quando o mérito do pedido for claramente improcedente (pois não há omissão a ser sanada). Ex: se a lei requerida já foi editada. Aplica-se aqui também as causas de improcedência liminar previstas no art. 332 do CPC/2015. 
Efeitos do Mandado de Injunção - Art. 8º ao 11 da Lei nº 13.300/2016  
A doutrina afirma que o Art. 8º da Lei 13.300/16 adotou a posição da corrente Concretista Intermediária Individual.  
Art. 8º Reconhecido o estado de mora legislativa, será deferida a injunção para: 
I - determinar prazo razoável para que o impetrado promova a edição da norma regulamentadora;
 
II - estabelecer as condições em que se dará o exercício dos direitos, das liberdades ou das prerrogativas reclamados ou, se for o caso, as condições em que poderá o interessado promover ação própria visando a exercê-los, caso não seja suprida a mora legislativa no prazo determinado. 
Parágrafo único. Será dispensada a determinação a que se refere o inciso I do caput quando comprovado que o impetrado deixou de atender, em mandado de injunção anterior, ao prazo estabelecido para a edição da norma. 
Durante muito tempo, o STF entendeu que o Mandado de injunção tinha uma sentença meramente declaratória, que não tinha natureza constitutiva, não podendo SUPRIR a omissão.  
Posteriormente, o STF entendeu que ele poderia sim poder suprir a omissão da norma, por meio da corrente concretista intermediária, onde o judiciário, antes de viabilizar o direito, fixa um prazo para que o órgão omisso legisle sobre a norma regulamentadora. Caso esse prazo não seja cumprido, o juiz poderá suprir a ausência da norma. - a solução "criada" pelo Poder Judiciário para sanar a omissão estatal valerá apenas para o autor do MI – TEM EFICÁCIA INTERPARTES! – 
ATENÇÃO! Como vimos anteriormente, apesar de, em regra, ter eficácia interpartes, pode ser conferida eficácia erga omnes quando isto for indispensável ao exercício de direito. - Art. 9º da lei caput e parágrafos 1º e 2º. 
LOGO, o art. 9° pressupõe que a decisão prolatada terá efeitos até a criação da norma de regulamentação, de modo que a função legislativa não é impossibilitada pela edição de uma possível sentença normativa jurisdicional. Ou seja, no mandado de injunção individual, em regra, a decisão terá eficácia subjetiva limitada às partes e no MI coletivo, os efeitos limitam-se às pessoas integrantes da coletividade, do grupo, da classe ou da categoria substituídos pelo impetrante. No entanto, a Lei nº 13.300/2016 afirma que poderá ser conferida eficácia ultra partes ou erga omnes à decisão, quando isso for inerente ou indispensável ao exercício do direito, da liberdade ou da prerrogativa objeto da impetração (art. 9º, § 1º). Essa possibilidade se aplica tanto para o MI individual como para o coletivo (art. 13).
ATENÇÃO! Na corrente concretista intermediária individual, quando expirar o prazo fixado, caso o impetrado não edite a norma faltante, a decisão judicial garantirá o direito, liberdade ou prerrogativa apenas ao impetrante. 
OBS: Não precisa esperar um ano até a decisão do MI. Basta que você olhe se há a existência de outro Mandado de injunção cujo o prazo não tenha sido cumprido e pedir que seja dispensada a aferição de prazo, visto que o órgão já não cumpriu prazo em MI anterior! (parágrafo único) 
Diferenciando a ADIO de MI: 
Inicialmente, fazemos isso pelos legitimados. A única pessoa em comum será o partido político com representação no congresso, pois cabe tanto no MI coletivo quanto na ADIN. 
Se ele quer defender o direito de um grupo para que possa ter seu direito concretizado para realizar constitucionalmente seus interesses, é MI – a decisão será concreta e oponível apenas as partes do processo. Se quer tratar da omissão da lei e da mora legislativa, é ADIO – que tem a decisão de forma abstrata e genérica, oponível erga omnes. 
Art. 9º A decisão terá eficácia subjetiva limitada às partes e produzirá efeitos até o advento da norma regulamentadora. 
§ 1º Poderá ser conferida eficácia ultra partes ou erga omnes à decisão, quando isso for inerente ou indispensável ao exercício do direito, da liberdade ou da prerrogativa objeto da impetração. 
§ 2º Transitada em julgado a decisão, seus efeitos poderão ser estendidos aos casos análogos por decisão monocrática do relator. 
§ 3º O indeferimento do pedido por insuficiência de prova não impede a renovação da impetração fundada em outros elementos probatórios. 
Art. 10. Sem prejuízo dos efeitos já produzidos, a decisão poderá ser revista, a pedido de qualquer interessado, quando sobrevierem relevantes modificações das circunstâncias de fato ou de direito. - a coisa julgada nunca se tornará soberanamente julgada pois se surgir um fato novo, pode ser rediscutida! 
Parágrafo único. A ação de revisão observará, no que couber, o procedimento estabelecido nesta Lei. 
Art. 11. A norma regulamentadora superveniente produzirá efeitos ex nunc em relação aos beneficiados por decisão transitada em julgado, salvo se a aplicação da norma editada lhes for mais favorável. 
Parágrafo único. Estará prejudicada a impetração se a norma regulamentadora for editada antes da decisão, caso em que o processo será extinto sem resolução de mérito. 
Julgados importantes: 
Não pode substituir a parte pelo espólio, pois este não tem interesse, vez que ainda não há a sentença constituindo o direito patrimonial desta pessoa - RE 221.452
Norma no tempo - Não há interesse processual necessário a impetração de mandado de injunção, se o exercício do direito, da liberdade ou da prerrogativa constitucional da requerente não esta inviabilizado pela falta de norma infraconstitucional, dada a recepção de direito ordinário anterior. (...)
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Não cabe MI se a norma desnecessitar de regulamentação, por ser de aplicabilidade imediata. 
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Há mitigação da coisa julgada, quando sobrevierem relevantes modificações das circunstâncias de fato ou de direito - Art. 10 da Lei. Então, a decisão pode ser revista, através de uma ação correlata, denominada "AÇÃO DE REVISÃO". 
Superveniência da norma: Art. 11 da lei. O mandado de injunção perde o objeto, extinguindo sem resolução de mérito. 
MANDADO DE INJUNÇÃO COLETIVO - Artigo 5.º, LXXI, Constituição Federal e Lei nº 13.300/2016
Conceito e Finalidade do Mandado de Injunção: Constitui-se na ampliação do mandado de injunção a uma coletividade indeterminada de pessoas ou determinada por grupo, classe ou categoria. Logo, o mandado de injunção coletivo não tutela direitos das pessoas que o impetram, mas sim da coletividade que representam, ou de seus membros ou associados. (Art. 12 da Lei 13.300/16) 
a) Legitimidade ativa. O mandado de injunção coletivo pode ser promovido (art. 12 da lei): 
 I - pelo Ministério Público, quando a tutela requerida for especialmente relevante para a defesa da ordem jurídica, do regime democrático ou dos interesses sociais ou individuais indisponíveis;  
II - por partido político com representação no Congresso Nacional, para assegurar o exercício de direitos, liberdades e prerrogativas de seus integrantes ou relacionados com a finalidade partidária;  
III - por organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos 1 (um) ano, para assegurar o exercício de direitos, liberdades e prerrogativas em favor da totalidade ou de parte de seus membros ou associados, na forma de seus estatutos e desde que pertinentes a suas finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial; - Este inciso traz alguns requisitos: a associação, organização ou entidade de classe precisa estar legalmente constituída e funcionando há, pelo menos 1 ano. 
Ademais, traz o requisito de PERTINÊNCIA TEMÁTICA! – Estes legitimados, para impetrar o mandado de injunção, precisamser (ou representar indivíduos) diretamente afetados pela ausência da norma.
Obs: Nesses casos, não se precisa de autorização especial do grupo/classe que está sendo representado! 
IV - pela Defensoria Pública, quando a tutela requerida for especialmente relevante para a promoção dos direitos humanos e a defesa dos direitos individuais e coletivos dos necessitados, na forma do inciso LXXIV do art. 5º da Constituição Federal. 
IMPORTANTE: A impetração do Mandado de Injunção Coletivo não retira a possibilidade de o indivíduo impetrar o mandado de injunção individual, desde que presentes os requisitos constitucionais, isto porque não há litispendência entre a impetração do mandado de segurança coletivo e o mandado de segurança individual.  
Assim, o mandado de injunção coletivo não induz litispendência para as ações individuais mas os efeitos da coisa julgada não beneficiarão o impetrante a título individual, se não requerer a desistência de seu mandado de injunção no prazo de 30 (trinta) dias a contar da ciência comprovada da impetração da injunção coletiva, conforme artigo 13 parágrafo único, da Lei 13.300/16. 
b) Legitimidade passiva: Segue os mesmos moldes do Mandado de Injunção Individual, ou seja, é daquele que tinha o dever de editar as normas regulamentadoras que viabilizariam o pleno exercício dos direitos constitucionais inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania.  
O Mandado de Injunção deve ser impetrado contra o Poder, o Órgão ou a Autoridade que tenha atribuição para editar a norma regulamentadora. 
Objeto do Mandado de Injunção Coletivo: Como no Mandado de Injunção individual, objetiva apontar e suprir a omissão normativa total ou parcial dos poderes que inviabiliza a plena aplicação e exercício dos direitos previstos na Constituição Federal. 
ATENÇÃO: Caso haja indeferimento da petição inicial, qual a medida cabível e o seu respectivo prazo? R: Se for processo de competência originária de Tribunal: Lei.13.300/16, art. 5º: Parágrafo único. Da decisão de relator que indeferir a petição inicial, caberá agravo, em 5 (cinco) dias, para o órgão colegiado competente para o julgamento da impetração.
Se for de competência originária da primeira instância: Aplica-se o CPC/15, conforme autoriza o art. 14 da Lei 13.300/16.
MANDADO DE SEGURANÇA: 
É regulamentado pela lei 12.016 de 2009 e pelo art. 5º, inciso 69 da CF.  
Cabimento: cabe mandato de segurança para proteger direito líquido e certo, sempre que não cabe habeas corpus ou habeas data. OU SEJA, ELE É RESIDUAL, porque sempre será manejado quando não for violado direito de liberdade de locomoção ou informação. 
Importante que nem toda exibição de dados será por habeas data. A própria lei 12.016 (art. 6º, para. 1º e 2º) prevê a exibição de documentos por pedido incidental, desde que seja meio a instrumentalizar a concretização de uma pretensão final a ser alcançada por meio de mandado de segurança. Ou seja, quando a pretensão não se exaurir na simples exibição de documentos.  
Da mesma forma no que tange ao habeas corpus. Nem todo cerceamento da liberdade de ir e vir será objeto de HC. Se a liberdade de locomoção for um meio a instrumentalizar a concretização da pretensão final que não seja a locomoção em si, o meio processual adequado será o mandado de segurança e não o Habeas Corpus.  
Por exemplo, o advogado é impedido de ingressar no presídio para se comunicar com seu cliente. Nesse caso, ele vai impetrar um MS, já que o cerceamento do seu direito de ir e vir está impedindo o livre exercício de sua profissão e, consequentemente, o exercício de seu direito líquido e certo em ter contato com seu cliente.  
Cai bastante em prova: Em sua impetração, é preciso comprovar o direito líquido e certo já na inicial, pois o mandato de segurança não tem uma fase de produção de provas (ou dilação probatória), como ocorre com uma ação pelo rito comum. - ISSO É INCLUSIVE UMA FORMA DE DIFERENCIAR O REMÉDIO CONSTITUCIONAL!
O direito líquido e certo é aquele possível comprovar com todo o instrumento probatório, que deve ser anexado na inicial, ou seja, de comprovação pré-constituída. 
SÚMULA 625 DO STF- controvérsia sobre matéria de direito não impede concessão de mandato de segurança. Logo, a controvérsia sobre matéria de fato impede.  
Matéria de fato: as partes devem demonstrar que estão certas através de todos os meios de prova possíveis. Matéria de direito: o juiz decidirá quem está certo de acordo com os documentos juntados e com a sua interpretação e aplicação da lei. 
Direito líquido e certo é, portanto, o direito manifesto em sua existência, delimitado na sua extensão e apto a ser exercido na sua impetração.  
QUEM TEM LEGITIMIDADE ATIVA: qualquer pessoa física ou jurídica, nacional ou estrangeira, ou órgão público com capacidade processual, desde que comprove violação a direito líquido e certo seu, que não fira a liberdade de locomoção ou o direito de informação de caráter personalíssimo.  
A jurisprudência entende que pessoas formais possuem também legitimidade ativa para o MS, como o espólio, condomínio, massa falida, bem como estes despersonalizados que embora n tenham personalidade jurídica, têm personalidade judiciaria, tais quais as casas legislativas.  
LEGITIMIDADE PASSIVA:   autoridade coatora (NÃO É A ENTIDADE, é aquele que tem competência para praticar o ato) responsável pela pratica de omissão ou ação que ameaça ou efetivamente fira direito líquido e certo, a qual deve ser indicada pelo impetrante, a fim de que preste informações. 
O MS não tem sucumbência.  
O ato impugnável por MS deve emanar de um agente público (adm publica direta ou indireta) ou particular no exercício de função pública em decorrência de delegação – ent posso impetrar contra diretor de diretor de faculdade privada. 
Atenção: Segundo o art. 1º, parágrafo 1º da Lei 12.016 de 2009, equiparam-se às autoridades, para os efeitos do mandando de segurança, os representantes ou órgãos de partidos políticos e os administradores de entidades autárquicas, bem como os dirigentes de pessoas jurídicas ou as pessoas naturais no exercício de atribuições do poder público, somente no que disser respeito a essas atribuições.  
VEDAÇÕES LEGAIS AO CABIMENTO DO MS:  
1- não cabe ms contra atos de gestão comercial – art. 1º, parag 2º da lei 12.016 de 2009 (atos de gestão vs atos de império) 
Atos de gestão são os que a Administração pratica sem usar de sua supremacia sobre os destinatários. Tal ocorre nos atos puramente de administração dos bens e serviços públicos e nos negociais com os particulares, que não exigem coerção sobre os interessados. Esses atos serão sempre de administração, mas nem sempre administrativos típicos, principalmente quando bilaterais, de alienação, oneração ou aquisição de bens, que se igualam aos do direito privado, apenas antecedidos de formalidades administrativas para sua realização (autorização legislativa, licitação, avaliação e etc).  
Exemplos de gestão comercial: A caixa economica federal, empresa pública federal, é pessoa jurídica de direito privado. Pode praticar atos de autoridade, para a consecução de suas finalidades e atos de gestão, relativos ao gerenciamento.  
Quando a CEF realiza um contrato administrativo para a instalação de alamres em suas agências, o faz para o bom funcionamento da instituição comum a outros bancos, caracterizando um ato de gestão.  
Nesse caso, não se configura um ato de autoridade coatora de modo que não caberia o MS.  
2- não cabe MS contra ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, independentemente de caução. Art. 5º, I da lei 12.016.  
Nesse caso, haverá falta do interesse de agir. Assim, não caberá MS caso a lei preveja que o recurso será recebido obrigatoriamente no efeito suspensivo ou dentro do período do prazo do recurso administrativo, salvo se renunciar expressamente o direito de recorrer.  
Na esfera tributária, por determinação expressa do art. 38, parágrafo único da lei 6.830 (LEF), não se aplica a regra legal aqui já exposta, já que determinaque a interposição de MS importa em renúncia tácita ao poder de recorrer na esfera administrativa e desistência ao recurso acaso interposto.  
3- Não cabe MS contra decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo- art. 5º, II, da lei 12.016 de 2009  
Nesse caso, também haverá falta do interesse de agir. Como pela regra do art. 995, paragrafo único do CPC qualquer recurso pode ter efeito suspensivo,  a possibilidade de interposição do MS contra decisões judiciais ocorrerá apenas excepcionalmente em situações teratológicas onde os mecanismos recursais previstos em lei não sejam capaz de dar efetiva tutela ao interesse da parte ou não existe recurso previsto para a decisão violadora de direitos.  
4- NÃO cabe MS contra decisão judicial transitada em julgado. – Art. 5º, inciso III da lei 12.016.  
Isso se dá pois contra decisão transitada em julgado, somente cabe ação rescisória! – Súmula 268 do STF.  
OBJETO DO MS: evitar que o direito líquido e certo seja violado (natureza preventiva), ou reparar a violação praticada com ilegalidade ou abuso de poder por autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do poder público (natureza repressiva).  
-Mandado de segurança preventivo ou repressivo:  
O mandado de segurança preventivo visa combater a iminente violação do direito líquido e certo. Ou seja, deve comprovar a ameaça ou o risco de lesão ao direito subjetivo.  
Já o mandado de segurança repressivo visa cessar lesão ao direito líquido e certo já existente, ou seja, a autoridade coatora já praticou o ato violador ao direito.  
LIMINAR EM MANDATO DE SEGURANÇA: 
 Liminar em mandato de segurança pode! – previsão no art. 7º, inciso III, parágrafo 1 ao 5º + art. 8º e 9º.  
ATENÇÃO!!! Art. 7º  (...) - § 2o  Não será concedida medida liminar que tenha por objeto a compensação de créditos tributários, a entrega de mercadorias e bens provenientes do exterior, a reclassificação ou equiparação de servidores públicos e a concessão de aumento ou a extensão de vantagens ou pagamento de qualquer natureza.   -    O parágrafo 2º  A ADIN 4296 JULGOU INCONSTITUCIONAL, ENTÃO HOJE PODE.  
 
Segundo o art. 7º, inciso III da lei 12.016 de 2009, ao despachar a inicial do mandado de segurança, o juiz ordenará que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido, quando houver fundamento relevante e do ato impugnado puder resultar a ineficácia da medida, caso seja finalmente deferida, sendo facultado exigir do impetrante caução, fiança ou depósito, com o objetivo de assegurar o ressarcimento à pessoa jurídica.  
Fundamento relevante = fumus boni iuris 
Ineficácia da medida = periculum in mora 
PRAZO PRA IMPETRAÇÃO:  
O prazo para a impetração do MS, segundo o art. 23 da lei 12.016 de 2009, é de 120 dias, contados da ciência do ato a ser impugnado. A natureza do referido prazo é decadencial, ou seja, perde-se o direito de impetrar o MS se não respeitado, embora ainda seja possível a reparação da lesão pela via ordinária.  
CIÊNCIA DA LESÃO, E NÃO A DATA DA LESÃO EM SI. Se passou os 120 dias, não é mandado de segurança, pois já decaiu.  
COMPETÊNCIA DO MS:
 
 Isso é baseado na figura da autoridade coautora.  
Diferentemente do que ocorre com as regras de competência do habeas corpus, a competência para o julgamento de mandado de segurança contra atos e omissões de um tribunal é do próprio tribunal.  
O supremo tribunal federal e os tribunais superiores carecem de competência para processar e julgar mandado de segurança contra atos dos tribunais inferiores, conforme as súmulas 624 do STF e 41 do STJ. 
OU SEJA, quando o tribunal profere uma ordem passível de habeas corpus, a competência é sempre do tribunal acima. No mandado de segurança, não é assim – É sempre o tribunal que produziu o ato que julgará o mandado de segurança.  
 
 
ATENÇÃO: A competência da justiça estadual é residual, mas a ideia básica de busca pelas competências é nessa ordem, começar procurando pelo supremo, até chegar na estadual.  
RESUMO DE MS: 
Fundamento 
Art. 5º, LXIX, Constituição Federal. 
Norma Regulamentadora 
Lei 12.016 de 2009 
Objeto 
Evitar que direito líquido e certo seja violado ou reparar a violação praticada com ilegalidade ou abuso de poder por autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do poder público.  
Competência 
Conforme a autoridade que deva afastar a violação ou ameaça de violação a direito.  
Liminar 
É admitida, vide art. 7º, III da lei 12.016 de 2009.  
Endereçamento 
Conforme autoridade responsável pelo ato. 
Partes 
Legitimidade ativa: Pode ser de qualquer pessoa, física ou jurídica, nacional ou estrangeira, desde que comprove violação a direito líquido e certo seu, que não fira a liberdade de locomoção ou o direito de informação de caráter personalíssimo.  
 
14-03-2023
ORGANIZAÇÃO DO ESTADO: 
É uma das razões de existir do direito constitucional. É a organização político-administrativa.
O que é o Estado? R: Elementos do Estado = território, população, língua = grupo de pessoas que, por meio de um contrato social, se juntam em um território e se organizam por meio de um ordenamento. 
Posso organizar o Estado dizendo que é unitário ou composto. Isso porque organizar o Estado significa pensarmos em quantas vontades político-administrativas existem. 
O estado unitário tem um centro político, é um ente federativo só, uno. Já no estado composto, terei mais de um centro de poder de onde se emanarão leis, normas administrativas, classificação de poder judiciário - enfim, é um estado com mais de um ente político. 
Organização do Estado. - Art. 18 da CF. A organização do estado, no Brasil, significa estudar a FEDERAÇÃO. Federação é uma genuína técnica de distribuição do poder. Ela coordena as competências constitucionais das pessoas políticas de direito público interno. 
 Federação = Significa a união dos entes, não como soberanas, mas sim, como autônomas. Abrem mão da sua soberania em prol de um ente central. - Nada mais é do que "uma forma de repartir poder ou competências". NÃO HÁ HIERARQUIA ENTRE OS ENTES (Art. 1º e 18 da CF!
O federalismo foi escolhido como a organização adotada pelo Brasil, sendo um processo de descentralização de poder, sendo utilizado em países territorialmente grandes. Aqui no BR, ainda temos a peculiaridade dos municípios serem entes federativos
OBS: TERRITÓRIO NÃO É ENTE - Art. 14 e 15 da ADCT. Os territórios que tínhamos foram transformados pela ADCT em Estados e, no caso de Fernando de Noronha, foi anexado ao estado de Pernambuco. 
Características da federação: 
A principal característica da nossa organização é que os entes são dotados de autonomia. Cada ente pode atuar nos seus objetivos, legislar, de acordo com a Constituição (que traz as competências e os limites da autonomia. - Juntamente desta característica, temos a auto-organização dos estados (entes) membros 
2ª característica - os entes não podem se separar. Não existe a secessão. 
3ª Característica - Descentralização política 
4a característica - Repartição de competências entre os entes 
5a característica - Quem define casa atribuição é a constituição, que é a base jurídica da estrutura do estado. 
6a característica - Há um tribunal guardião das normas da constituição 
7a característica - Soberania do Estado Federal 
8a característica - Repartição de receitas ($) 
9a Característica - Inexistência de hierárquica entre os entes federativos - União NÃO manda mais que município ou estado, o mesmo vale para as leis. 
A Constituição confere a unidade a ordem jurídica federal e a federação gravita em torno dela, que é seu fundamento jurídico e instrumento regulador. 
No brasil, tínhamos uma monarquia parlamentarista, com estado unitário. Agora estabelecemos uma república presidencialista federativa. Antigamente, nossa constituição era bem pequena, com estados de autonomia GIGANTESCA, enquanto a união tinha poucas atribuições. 
Getúlio foi o responsável pela mudança da CF, porque dizia que os Estados não ligavam para a necessidade do povo brasileiro e por isso,precisava destruir o poder oligárquico. Na CF de 1934, ele alarga as competências da União (ainda é um rol taxativo). 
Agora, com a Constituição de 88, houve uma mudança no modelo federativo. Os municípios, que até então eram repartições administrativas dos estados, passaram a ser entes federativos. Temos um rol grande, extenso e taxativo da União, um rol taxativo dos municípios e um rol residual dos ESTADOS. 
Somos uma federação tríplice - pois incluímos como ente federativo os municípios. Por exemplo, os municípios puderam começar a campanha de vacinação, quando o gov. federal estava postergando. 
Art. 19 da CF - É um artigo para evitar que os Entes tentem se sobrepor uns aos outros.
O inciso I trata da laicidade do Estado e vedar que cada um dos entes subvencionem uma religião, a não ser que haja uma colaboração entre os entes, para interesse público. Ex: É possível que uma religião deseje fazer seus cultos dentro de um presídio. Só que deverá ser permitido que outras religiões venham professar sua fé. 
Inciso II - recusar fé aos documentos públicos. Um estado não pode recusar fé de outro estado. 
Inciso III - não podem criar distinções entre os brasileiros ou preferências entre si, QUE OS IMPEÇAM (é possível fazer essa distinção para conceder um benefício, como um desconto etc)- Ex: uma licitação não pode exigir que as empresas participantes tenham sede em um lugar específico. Na época das vacinações, como alguns municípios ainda não tinham disponibilizado vacinas, estavam exigindo comprovante de residência - isso não não é certo, pois viola este inciso. 
 Art. 18 da CRFB. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição. - A união não é soberana, pois quem detém a soberania é da república federativa do brasil (art. 1o, inciso I da CRFB) 
O presidente da república cumula funções de alguns momentos representar a república. 
§ 1º Brasília é a Capital Federal. 
§ 2º Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei complementar. - então território não tem autonomia, E NÃO É ENTE. Ele tem natureza autárquica federal. - Remissão - Art. 14 e 15 da ADCT
OBS: sobre a organização de territórios, olhar o Art. 33 da CF. 
Art. 33- A lei disporá sobre a organização administrativa e judiciária dos Territórios. 
§ 1º Os Territórios poderão ser divididos em Municípios, aos quais se aplicará, no que couber, o disposto no Capítulo IV deste Título. 
§ 2º As contas do Governo do Território serão submetidas ao Congresso Nacional, com parecer prévio do Tribunal de Contas da União. 
§ 3º Nos Territórios Federais com mais de cem mil habitantes, além do Governador nomeado na forma desta Constituição, haverá órgãos judiciários de primeira e segunda instância, membros do Ministério Público e defensores públicos federais; a lei disporá sobre as eleições para a Câmara Territorial e sua competência deliberativa. 
Art. 18, § 3º Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar (FEDERAL). Remissão pro art. 235 da CF 
Então de 1996, quando foi a emenda 15, todos os municípios criados inconstitucionalmente foram convalidados pela emenda constitucional 57. 
·	UNIÃO: Não se confunde com a República Federativa do Brasil, é a única dos entes com dupla posição pois internamente, possui como características ser federal e nacional. E externamente, tem a característica de ser um estado-membro (país), sendo uma pessoa jurídica de direito público internacional. 
Exemplos de competência interna da União: Emissão de moeda, manutenção do serviço postal, manutenção e organização do sistema financeiro...
Exemplos de competências externas da União: Declara guerra e paz, manutenção da relação com outros Estados estrangeiros. 
A união sempre será bicameral no legislativo, pois estará atento a quem detém o poder e ainda, as entidades periféricas. - obs: os municípios são representados também por quem representa os municípios. 
·	ESTADOS: 
São núcleos de poder dotados de organização para a concretização de políticas públicas. Possuem interesse residual, sendo possível falar ainda na "auto-organização" dos Estados. - Art. 25 da CF. - Isso se dá pelo fato dos Estados terem constituições próprias. 
Também possui autolegislação, por ter competências legislativas, por meio de suas assembleias legislativas. Lembrando que estas assembleias são compostas de uma ÚNICA CASA! - unicameral!
E por fim, tem autoadministração, pois cada Estado tem o seu próprio poder executivo e, assim como a União, também possui poder judiciário. 
Art. 18, parágrafo 3º da CF - é possível a criação de um novo estado através de uma fusão, cisão, desmembramento. - Para isso, há alguns requisitos: 
1) Aprovação da população diretamente interessada através de plebiscito e no Congresso Nacional, por lei complementar. 
*plebiscito - consulta à população. Se disserem "sim", o congresso nacional fará uma lei complementar federal, que virá para organizar este novo estado. 
Os estados tem vontades residuais. 
·	MUNICÍPIO: são a célula mater do pacto federativo, pois são neles que temos as relações políticas primárias. 
Os municípios tem como 1º interesse, o interesse local (saúde local - postinhos de saúde municipais, educação local...).
Tem como características: 
Muitos municípios eram criados, mas às vezes, não conseguiam arrecadar o suficiente. - para ter autonomia, precisa ter recurso financeiro. Os municípios recebem dinheiro da União, mas essa quantia vai ser dividido entre TODOS os municípios - Art 159 da União - Inciso I, alínea B da CF. 
Então este município tem que ser VIÁVEL economicamente, pois para entregar direitos fundamentais e sociais, preciso de RENDA! - 
O CN alterou o Art. 18, parágrafo 4º e agora, para serem criados municípios, precisará de consulta prévia da população, mediante plebiscito, às populações dos municípios envolvidos, após a divulgação DOS ESTUDOS DE VIABILIDADE MUNICIPAL, apresentados e divulgados na forma da lei. - se aprovado em plebiscito, terá uma lei ordinária criando o município. 
 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período determinado por Lei Complementar Federal, e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei. - Então para criar municípios são 4 requisitos. Remissão ao art. 96 da ADCT 
Mas tudo isso, previsto no parágrafo 4º, só pode acontecer se ocorrer dentro das condições estabelecidas na lei complementar federal! - Só que esta lei federal não existe até hoje. Então, em tese, não seria possível criar novos municípios. - MAS, foram criados novos municípios, mesmo após a emenda de 1996 - 
O STF foi julgar algumas ADI's sobre a criação destes municípios e deu duas determinações: As leis eram inconstitucionais, mas não teriam sua nulidade decretada, diante da segurança jurídica - MODULARAM OS EFEITOS. E entregou ao CN a função de fazer essa lei complementar federal. Isso foi em 2009 - e até hoje não foi feito. 
Art. 96 da ADCT - foi inserido por uma emenda constitucional. Convalidou todos os municípios criados até 31 de dezembro de 2006 - foi uma autorização do poder constituinte. 
Os municípios que foram criados, em contrariedade ao art. 96 da ADCT e o Art. 18, parágrafo 4º, o STF entende que as leis de criação de município são INCONSTITUCIONAIS, sem modulação de efeitos, desfazendo estes municípios. - se a lei traz data, não pode o judiciário decidir contrário a ela. 
·	DISTRITO FEDERAL: 
Art. 32 da CF - é onde está localizada a capital federal do Brasil, ele terá capacidades

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