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Imunização do Idoso

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–
 
Imunização do Idoso
As doenças infecciosas são responsáveis por 
elevadas taxas de morbidade, hospitalização e 
letalidade da população idosa. Isso pode ser 
explicado pela menor reserva funcional e pelas 
alterações nos mecanismos de defesa próprios da 
imunossenescência. 
Para diminuir o risco de certas infeções graves e 
promover melhor qualidade de vida para essa 
população, os programas de imunização são 
ferramentas simples e de comprovado 
custo/benefício na prevenção e promoção de 
saúde do idoso. 
Vale ressaltar que algumas doenças de incidência 
na infância, por exemplo, sarampo, caxumba, 
coqueluche e rubéola, e passíveis de prevenção 
com a vacinação também podem acometer os 
adultos. Porém, essas doenças apresentam menor 
taxa de incidência do que em crianças, assim, 
nenhuma dessas vacinas tem indicação formal na 
população geriátrica. 
–
 
A difteria é causada pelo bacilo 
toxigênico Corynebacterium diphtheriae, pelo 
contato direto de pacientes suscetíveis com 
secreções oronasais de pessoas doentes ou 
portadoras, eliminadas por tosse, espirro ou ao 
falar. É caracterizada pelo aparecimento de placas 
pseudomembranosas típicas que se alojam nas 
amígdalas, faringe, laringe, nariz ou outras 
mucosas e pele. 
O tétano acidental é resultante do contato de 
ferimentos com locais em que existem esporos do 
bacilo gram-positivo anaeróbio Clostridium tetani. 
Caracteriza-se por espasmos dolorosos, rigidez 
muscular e disautonomia, causados pela 
tetanospasmina, potente neurotoxina bacilar. Não 
há transmissão da doença entre humanos. 
O número de casos de difteria e tétano vem 
diminuindo acentuadamente nos últimos anos no 
Brasil graças, sobretudo, à vacinação. Entretanto, 
casos continuam ocorrendo em indivíduos 
suscetíveis, predominando naqueles que não 
foram vacinados, foram incompletamente 
vacinados ou não receberam os devidos reforços. 
Em 2013, foram confirmados apenas 263 casos de 
tétano acidental e 87 óbitos, letalidade 
considerada alta quando comparada com países 
desenvolvidos. A difteria teve no mesmo ano 
apenas 4 casos notificados e 1 óbito (Ministério da 
Saúde, 2015). 
 
A maior suscetibilidade da faixa etária geriátrica a 
essas infecções pode ser explicada pela 
diminuição da resposta imunológica própria do 
processo de envelhecimento. Assim, acredita-se 
que entre os idosos exista maior proporção de 
pessoas com título sorológico inadequado de 
anticorpos para proteção contra essas doenças. 
Além disso, no caso do tétano, o indivíduo idoso 
costuma apresentar maiores taxas de déficit 
psicomotor e de percepção do espaço, estando 
mais propenso a acidentes, dos quais poderão 
advir soluções de continuidade na pele, 
permitindo a exposição à bactéria (SBIM/SBGG, 
2013). 
 
A vacina disponível na rede pública é uma 
combinação do toxoide tetânico com o diftérico, 
sendo, portanto, protetora contra o tétano e a 
difteria. Na rede particular, existe a dTpa (vacina 
acelular com cobertura adicional à coqueluche) 
(SBIM, 2013). 
Cada dose da vacina é composta pela mistura dos 
toxoides diftérico e tetânico, contendo timerosal 
como conservante e hidróxido ou fosfato de 
alumínio como adjuvante. 
 
A concentração do toxoide tetânico é a mesma das 
vacinas DTP ou DT (dupla tipo infantil), porém a 
concentração do toxoide diftérico é menor em 
relação a essas vacinas. Tal redução minimiza a 
reatividade em pessoas que tenham sido 
sensibilizadas previamente para toxoide diftérico 
e é insuficiente para provocar resposta 
anamnéstica satisfatória. A via de administração é 
intramuscular profunda e pode ser administrada 
com outras vacinas do calendário vacinal. 
 
Os toxoides diftérico e tetânico são extremamente 
imunogênicos e falhas vacinais em pessoas já 
vacinadas são muito raras (SBIM/SBGG, 2013). 
 
➢ ESTRATÉGIAS DE VACINAÇÃO 
O esquema recomendado pelo Ministério da 
Saúde para idosos nunca vacinados ou com 
história vacinal desconhecida consiste em três 
doses de preparado contendo toxoides diftérico e 
tetânico, sendo que as primeiras duas doses são 
aplicadas com intervalo de 4 semanas e a terceira 
dose é ministrada 6 a 12 meses após a segunda. 
 
A Sociedade Brasileira de Imunizações recomenda 
que os idosos nunca vacinados ou com história 
vacinal desconhecida devem receber uma dose de 
dTpa, seguida de duas doses de dT (dois e de 4 a 8 
meses depois) e que aqueles vacinados para 
difteria e tétano com pelo menos três doses no 
passado deveriam receber uma única dose da 
vacina dTpa (SBIM/SBGG, 2013). 
 
Todos os adultos que completarem um intervalo 
de 10 anos após a série primária da vacinação 
deverão receber uma dose de reforço da vacina dT 
(rede pública) ou dTpa (rede privada). 
Não haverá necessidade de reiniciar o esquema 
para as pessoas que apresentarem comprovação 
de uma ou duas doses de vacinação contra o 
tétano, devendo-se aplicar, conforme o caso, duas 
doses ou apenas uma de vacina dT a fim de 
completar as três doses (SBIM/SBGG, 2013). 
 
–
 
➢ EFEITOS ADVERSOS 
Após administração da vacina dT, podem ocorrer 
reações locais como dor, eritema e enduração. 
Febre e outras manifestações sistêmicas são 
menos comuns. Encefalopatia e convulsões não 
foram relatadas em idosos e foram relacionadas 
com o uso de vacinas de células inteiras e na faixa 
etária infantil (SBIM, 2013). 
 
➢ CONTRAINDICAÇÕES 
A vacina dever ser adiada no caso de doença febril 
aguda. No caso de reação anafilática prévia às 
vacinas ou a algum de seus componentes, a vacina 
tem contraindicação absoluta (SBIM/SBGG, 2013). 
 
A influenza (gripe) é causada por vírus 
representantes da família Orthomyxoviridae, 
classicamente divididos em três tipos 
imunológicos: A, B e C, sendo que apenas os tipos 
A e B têm relevância em humanos. Todos 
compartilham as seguintes características: o 
genoma viral, uma fita simples de ácido 
ribonucleico (RNA) e o envelope derivado da célula 
hospedeira. 
 
O envelope viral contém, na sua superfície, 
glicoproteínas importantes para a entrada, 
replicação e saída do vírus da célula. As principais 
glicoproteínas são a hemaglutinina (H), 
responsável pela adsorção do vírus à célula 
hospedeira, e a neuraminidase (N), que favorece a 
liberação do vírus da célula infectada. Esses dois 
antígenos (H e N) estão sujeitos a apresentar, 
ocasionalmente, alterações estruturais que 
propiciam a mutação viral responsável pelos 
surtos periódicos de influenza (CRIE, 2006). 
 
O vírus da influenza A é o mais suscetível às 
variações antigênicas, contribuindo assim para a 
existência de diversos subtipos, sendo, portanto, o 
principal causador de quadros epidêmicos. Devido 
à alta taxa de mutação, a composição da vacina é 
anualmente alterada, a partir dos resultados de 
um sistema de monitoramento global. Desde 
1947, o Global Influenza Surveillance Network 
(GISN) realiza o monitoramento do vírus com 
informações coletadas por 130 centros nacionais 
de influenza em 101 países. Essa ação permite a 
identificação das cepas mais prevalentes e do risco 
de uma nova pandemia (SBIM/SBGG, 2013). 
 
A vacinação dos grupos prioritários, incluindo os 
maiores de 60 anos, é fundamental como uma 
estratégia de prevenção e promoção de saúde, 
reduzindo a ocorrência da doença, internações e 
óbitos atribuíveis ao vírus influenza (Ministério da 
Saúde, 2015). 
 
As vacinas contra influenza utilizadas em nosso 
meio são preparadas a partir do cultivo do vírus 
em fluidos alantoicos de embriões de galinha. O 
vírus é purificado, inativado e fragmentado, ou 
seja, a vacina não oferece risco de causar doença 
no paciente e apresenta boa imunogenicidade e 
tolerabilidade. Na composição das vacinas são 
incluídas duas cepas de vírus influenza A, em 
combinação com uma cepa de vírus B. Em 2015, a 
vacina influenza (fragmentada e inativada) teve a 
seguinte composição: A/California/7/2009 (H1N1) 
pdm09, A/South Australia/55/2014 (H3N2) similar 
ao A/Switzerland/9715293/2013 (H3N2) e 
B/Phuket/3073/2013 (Ministério da Saúde, 2015). 
 
Vacinas quadrivalentes,com duas linhagens do 
vírus influenza B, atenuada e inativada, estão 
sendo utilizadas em outros países desde 2014, 
com a vantagem de oferecer maior cobertura em 
relação aos vírus influenza circulantes 
atualmente. 
 
A proteção conferida pela vacina muda 
dependendo da dose, esquema de imunização, 
doença subjacente e experiência antigênica 
prévia, além do grau de cruzamento antigênico 
entre a vacina, o vírus epidêmico e o padrão da 
epidemia. Tais fatores podem influenciar 
individual ou coletivamente a ocorrência da 
resposta imune protetora. 
 
Não existem evidências de que os idosos 
respondam de modo insatisfatório à imunização. 
Normalmente, o relato de que o declínio da função 
dos linfócitos B poderia ser responsável pela 
diminuição da resposta de anticorpos anti-
hemaglutinina não encontra comprovação, já que 
uma série de restrições pode ser feita à 
metodologia dos trabalhos sugestivos desse fato. 
A produção de anticorpos é prontamente 
detectada 2 semanas após a vacinação; seu pico 
máximo ocorre entre 4 e 6 semanas. O nível de 
anticorpos declina progressivamente, após 6 
–
 
meses é duas vezes menor em comparação com o 
pico observado após a vacinação. 
 
Os estudos da eficácia de vacina 
contra influenza são de difícil realização pela 
presença de outros vírus respiratórios que causam 
enfermidades semelhantes durante a incidência 
sazonal da doença; portanto, precisam ser 
avaliados com precaução. 
 
A vacina com adjuvante pode ser utilizada na 
população de idosos com boa resposta imune, o 
que compensaria a resposta imune deficiente pela 
própria imunossenescência, mas só está 
disponível no sistema privado (SBIM/SBGG, 2013). 
 
➢ ESTRATÉGIAS DE VACINAÇÃO 
As campanhas nacionais de vacinação contra 
influenza são realizadas no país desde o ano de 
1999. No primeiro ano foi contemplada apenas a 
população de idosos a partir de 65 anos de idade, 
estendendo-se já no ano seguinte para idosos a 
partir de 60 anos de idade. 
 
Durante a campanha de vacinação contra a 
influenza, em 2014, foram vacinadas 9.937.402 
pessoas. Foram administradas 7.587.688 doses 
nos grupos prioritários (crianças, gestantes, 
trabalhadores de saúde, puérperas, idosos, 
indígenas e população privada de liberdade) e 
1.808.585 doses nos grupos com comorbidades. A 
cobertura vacinal entre a população idosa foi de 
81,9%. 
 
A vacina deve ser aplicada anualmente, no período 
que precede o outono e o inverno. Deve ser 
administrada em dose única anual, por via 
subcutânea ou intramuscular, e pode ser aplicada 
simultaneamente com outras vacinas ou 
medicamentos, em diferentes sítios anatômicos. 
➢ EFEITOS ADVERSOS 
A vacina é composta por vírus morto e 
fragmentado, o que permite boa tolerabilidade e 
segurança. Reações sistêmicas como mialgia, 
febre baixa, mal-estar geral e cefaleia, ou locais 
como dor, sensibilidade no local da injeção, 
eritema e enduração regridem espontaneamente 
em no máximo 48 h. 
 
A reação anafilática (eritema, angioedema, asma 
alérgica e anafilaxia) raramente acontece e resulta 
provavelmente de hipersensibilidade a alguns 
componentes da vacina, geralmente a proteínas 
residuais do ovo. Há relatos raros da ocorrência de 
síndrome de Guillain-Barré (SGB): geralmente, os 
sintomas aparecem entre 7 e 21 dias, no máximo, 
até 42 dias (7 semanas) após a exposição ao 
possível agente desencadeante. É importante 
dizer que a incidência aumentada dessa síndrome 
esteve relacionada com alguns lotes específicos da 
vacina há alguns anos e que o risco de SGB causada 
pela infecção por influenza é muito maior do que 
o risco pela vacina contra influenza (SBIM/SBGG, 
2013) 
➢ CONTRAINDICAÇÕES 
A vacinação deve ser adiada na presença de 
doença febril aguda moderada ou grave. Para 
pacientes com trombocitopenia ou qualquer 
distúrbio de coagulação, com risco de 
sangramento pela via intramuscular, deve-se 
considerar a via subcutânea. 
 
A vacina é contraindicada nos casos de reação 
anafilática prévia ou alergia grave relacionada com 
o ovo de galinha e seus derivados, assim como a 
qualquer componente da vacina. 
 
É importante a orientação dos profissionais de 
saúde – e mesmo da população, principalmente da 
de risco – sobre a possibilidade de, após a 
vacinação, ocorrer a manifestação de quadros 
clínicos semelhantes (“síndrome gripal” de outra 
etiologia) e, ainda, sobre o fato de que o grau de 
proteção fornecido pela vacina para influenza gira 
em torno de 70 a 75%. Esse esclarecimento faz-se 
necessário para que, no ano seguinte, esses 
indivíduos não deixem de vacinar-se por julgarem 
ter havido falha da vacina no ano anterior. 
 
 
O Streptococcus pneumoniae – o pneumococo – é 
um coco gram-positivo de forma esférica ou oval 
que aparece tipicamente aos pares. Os 
pneumococos patogênicos são encapsulados por 
uma camada de polissacarídios complexos, que 
protege o microrganismo da fagocitose. A cápsula 
é responsável pela sua virulência e a diferença na 
estrutura química dos polissacarídios é a base para 
classificar os pneumococos em pelo menos 90 
sorotipos diferentes. Cada sorotipo induz a 
produção de um anticorpo específico. Os sorotipos 
–
 
mais frequentemente associados à doença 
invasiva nos EUA são 4, 6B, 9V, 14, 18C, 19F, 23F. 
No Brasil, além desses, são importantes os 
sorotipos 1 e 5. 
 
Quando colonizam o trato respiratório, podem 
causar doenças como infecções invasivas 
disseminadas (incluindo bacteriemia e meningite), 
pneumonia e outras infecções do trato 
respiratório baixo, além de infecções do trato 
respiratório alto, como otite média e sinusite 
(CRIE, 2006). 
 
O pneumococo é uma das principais causas de 
pneumonia adquirida na comunidade em idosos e 
resulta em elevada morbimortalidade, mas nem 
sempre é acompanhada de bacteriemia. A doença 
pneumocócica invasiva, ou seja, aquela que 
acomete locais normalmente estéreis (sangue, 
líquido pleural, liquor), ocorre em cerca de 25% 
dos casos. 
 
A infecção pelo pneumococo é mais comum nos 
extremos de vida. Além disso, doença 
cardiovascular, pulmonar, hepática, renal, 
diabetes e imunossupressão são comorbidades 
frequentes em pacientes acima de 60 anos e 
fatores de risco bem estabelecidos para doença 
invasiva. Assim, a vacinação da população idosa é 
de extrema importância. 
 
Existem atualmente duas opções estabelecidas 
para a vacina pneumocócica: vacina 
polissacarídica e vacinas conjugadas. 
 
A vacina polissacarídica induz resposta T-
independente, de curta duração, que não que 
induz memória imunológica e, portanto, não 
confere soroproteção abaixo de 2 anos de idade. 
A vacina protege contra doença invasiva, porém a 
prevenção contra outros tipos de infecção 
pneumocócica é menos estabelecida. Em virtude 
dessas limitações, a vacina contra pneumococo 
polissacarídica não conjugada é utilizada apenas 
para determinados grupos de pacientes que 
apresentam suscetibilidade aumentada à infecção 
pneumocócica, como por exemplo, os idosos. A 
vacina disponível atualmente no Brasil contém 
polissacarídios da cápsula de 23 sorotipos 
do Streptococcus pneumoniae: 1, 2, 3, 4, 5, 6B, 7F, 
8, 9N, 9V, 10A, 11A, 12E, 14, 15B, 17E, 18C, 19A, 
19E, 20, 22F, 23F e 33F. Esses sorotipos são 
responsáveis por cerca de 90% dos casos de 
doença pneumocócica invasiva. 
 
As vacinas conjugadas conjugam os polissacarídios 
do pneumococo com uma proteína 
transportadora, resultando em um antígeno capaz 
de induzir alta imunogenicidade, resposta T-
dependente, memória imunológica e resposta 
anamnésica, o que possibilita sua utilização em 
crianças a partir dos 2 meses de idade, faixa em 
que a morbimortalidade da doença pneumocócica 
é muito elevada. No entanto, as vacinas 
disponíveis têm cobertura para apenas dez ou 
treze sorotipos 
 
➢ ESQUEMA DE VACINAÇÃO 
Para aqueles nunca vacinados 
anteriormente: Iniciar esquema com dose única 
de vacina 13-valente, seguida 2 meses depois de 
uma dose de vacina 23-valente. Uma segunda 
dose da 23-valente deve ser aplicada 5 anos após 
a primeira. 
 
Paraaqueles anteriormente vacinados com uma 
dose da vacina polissacarídica com 23 
sorotipos: Após 12 meses da administração da 
vacina 23-valente administrar uma dose da vacina 
13-valente. Aplicar uma segunda dose de 23-
valente 5 anos após a dose de 23-valente e no 
mínimo 2 meses após a 13 valente. 
Para aqueles anteriormente vacinados com duas 
doses da vacina polissacarídica com 23 
sorotipos: Se a segunda dose foi aplicada antes 
dos 65 anos, está indicada uma terceira dose 
depois dessa idade, com intervalo mínimo de 5 
anos da última dose. 
 
Ambas as vacinas são aplicas IM e podem ser 
administradas juntamente com outras vacinas. 
 
➢ CONTRAINDICAÇÕES 
A única contraindicação formal é história de 
reação anafilática a dose anterior da vacina ou 
algum de seus componentes. No caso de síndrome 
febril aguda, a vacina pode ser adiada e, no caso 
de trombocitopenia grave, deve-se considerar a 
administração por via subcutânea (SBIM/SBGG, 
2013). 
 
 
 
 
–
 
➢ EFEITOS ADVERSOS 
Os eventos adversos mais comuns são os locais 
(dor, eritema), que regridem espontaneamente 
em curto intervalo de tempo. Febre ou reações 
mais graves são muito raras (anafilaxia, por 
exemplo). 
 
➢ HERPES-ZÓSTER
A taxa de incidência da varicela diminuiu cerca de 
80% em comparação com os índices pré-vacinação 
avaliados nos EUA. Estes números indicam que a 
vacina contra a varicela apresenta grande impacto 
sobre a epidemiologia da doença. 
Consequentemente, há menor circulação do vírus 
varicela-zóster (VVZ), com menor exposição, 
provocando a queda da imunidade celular contra 
o VVZ. Ainda não se sabe ao certo o impacto clínico 
deste fato, mas alguns especialistas especulam 
que indivíduos infectados naturalmente pelo VVZ 
seriam menos propensos a desenvolver herpes-
zóster (HZ) (Dworkin e Schmader, 2001). No Brasil, 
a prevalência de anticorpos anti-VVZ é de 94,2%, 
mostrando que quase todos os adultos estão 
propensos a desenvolver HZ. 
 
O herpes-zóster (HZ), conhecido popularmente 
como “cobreiro”, é uma doença resultante da 
reativação da infecção latente causada pelo VVZ 
que se mantém não manifesta nas células dos 
gânglios da raiz dorsal dos nervos sensoriais após 
a infecção primária. 
 
A doença é caracterizada por rash cutâneo e 
erupções com vesículas e bolhas localizadas e 
dolorosas, envolvendo um ou mais dermátomos 
adjacentes com período prodrômico de 
aproximadamente 4 dias e manifestações de dor e 
astenia. 
 
Aproximadamente 3% dos pacientes acometidos 
por HZ são hospitalizados. A principal complicação 
do HZ é a neuralgia pós-herpética (NPH). 
Aproximadamente 10 a 18% dos pacientes com HZ 
são acometidos pela NPH que interfere 
negativamente nas atividades de vida diária, 
piorando a qualidade de vida (Gilden et al., 2000). 
A NPH pode durar meses ou anos, 
frequentemente é refratária ao tratamento e 
apresenta manifestação clínica heterogênea. O HZ 
e a NPH provocam grande impacto na saúde 
pública, causando altos custos sociais e 
econômicos, com hospitalizações, consultas 
médicas e medicações. 
 
O herpes-zóster acomete geralmente adultos com 
mais de 50 anos, mais da metade das pessoas 
acometidas são idosas. Essa alta prevalência em 
idosos pode ser explicada pelo fato de que à 
medida que envelhecemos, ocorre o declínio 
fisiológico da imunidade celular, o que parece 
estar relacionado com o aumento da incidência e 
prevalência do HZ e da NPH, assim, a idade é o 
maior fator de risco para HZ. Entre 10 e 20% dos 
adultos imunocompetentes sofrem de HZ em 
algum momento da vida. Estima-se que 
aproximadamente 50% das pessoas com mais de 
85 anos apresentarão um episódio de HZ na vida e 
a gravidade também é maior nas faixas etárias 
maiores. 
 
No Brasil, não há grandes estudos sobre a 
prevalência e a incidência de HZ em idosos. Uma 
investigação epidemiológica realizada na cidade 
de São Paulo demonstrou prevalência de 4,8%. Há 
risco de recorrência da doença, com taxa de 
incidência similar à do primeiro episódio, de 6,2% 
em 7,5 anos. 
 
A NPH ocorre em mais de 50% dos idosos. Estudo 
(Hope-Simpson, 1975) demonstra que a 
prevalência da NPH foi zero em pessoas de 0 a 29 
anos; 3 a 4%, de 30 a 49 anos; 21%, de 60 a 69 
anos; 29%, de 70 a 79 anos; e 34% no grupo com 
mais de 80 anos. Outro estudo demonstra que 
36,6 e 47,5% dos pacientes com idade maior que 
60 anos e 70 anos, respectivamente, 
apresentaram NPH por mais de 1 ano, ou seja, a 
NPH torna-se mais frequente e mais prolongada à 
medida que envelhecemos. 
 
O tratamento do HZ é feito com uso da terapia 
antiviral, sendo que o tratamento precoce, dentro 
de 72 h a partir do início do rash cutâneo, implica 
melhor controle da doença e menor incidência de 
NPH. O tratamento medicamentoso para a NPH se 
baseia no tratamento sintomático com 
antidepressivos tricíclicos, 
anticonvulsivantes, patch de lidocaína e opioides. 
 
A vacina que atualmente está no mercado 
(ZostavaxTM) é feita de vírus vivo atenuado, 14 
–
 
vezes mais potente que a vacina contra a catapora. 
Esta vacina foi desenvolvida para evitar ou 
atenuar os sintomas do HZ. Aumenta 
significativamente a imunidade celular e humoral 
específica contra o VVZ e a aplicação é 
subcutânea, no músculo deltoide (Oxman et al., 
2005). É indicada, segundo a Sociedade Brasileira 
de Imunização, a partir dos 60 anos, dose única. A 
bula da ZostavaxTM apresenta a indicação a partir 
dos 50 anos. Indivíduos que já tiveram HZ devem 
ser vacinados após 1 ano do episódio. Ainda 
aguardamos estudos para conhecermos melhor a 
duração da imunidade desta vacina e a 
necessidade da revacinação. 
 
Os resultados demonstraram que a vacina foi 
eficaz para reduzir a incidência de HZ e de NPH. É 
a primeira e única opção para a prevenção do HZ 
em adultos, bem como para diminuir a incidência 
da NPH, porém a vacina não trata a doença HZ ou 
a NPH. 
 
Trata-se de uma vacina segura; os efeitos 
colaterais mais comuns foram eritema, dor e 
prurido no local da aplicação. É contraindicada em 
pessoas com histórico de hipersensibilidade a 
qualquer componente da vacina, incluindo a 
gelatina, reação anafilática a neomicina, estados 
de imunodeficiência primária adquirida, em 
vigência de tratamento com imunossupressores 
(incluindo elevadas doses de corticosteroides), 
tuberculose ativa não tratada e gestação. 
 
No futuro breve teremos outras vacinas contra o 
HZ. A exemplo das vacinas de glicoproteínas 
recombinantes e não de vírus vivo atenuado. 
Aguardamos maiores estudos e aprovação para o 
uso populacional. 
 
➢ HEPATITE B 
A indicação de vacina contra hepatite B para 
idosos não é recomendação de rotina, porém as 
especificidades dessa faixa da população, como 
baixa imunidade, concomitância de doenças 
crônicas e internações hospitalares recidivantes, 
requerem que sua utilização, por vezes, seja 
considerada. Além disso, houve uma mudança no 
padrão de atividade sexual entre os idosos após o 
surgimento de medicações para o tratamento de 
disfunção erétil, o que deve deixar os médicos 
atentos na prevenção de doenças sexualmente 
transmissíveis nessa faixa etária. 
A vacina dever ser administrada por via 
intramuscular (IM) em esquema de três doses, 
sendo a segunda 1 mês depois da primeira e a 
terceira 6 meses após a primeira (esquema 0-1-6 
meses). Esquemas especiais de vacinação para a 
hepatite B são necessários para pacientes 
imunossuprimidos e renais crônicos: dose dobrada 
em quatro aplicações (esquema 0-1-2 a 6 meses). 
 
➢ HEPATITE A 
A maioria dos adultos e idosos em nosso país 
apresenta positividade sorológica para essa 
infecção. Aos 50 anos, são poucos os indivíduos 
que não tiveram ainda contato com o vírus. Assim 
sendo, para os idosos, a vacinação é indicada 
apenas para aqueles suscetíveis, com sorologia 
negativa para a doença. A vacina deve ser 
administrada IM em esquema de duas doses, com 
intervalo de 6 meses após a primeira (esquema 0 
a 6 meses). Essa vacina está disponível apenas na 
rede particular, onde também é encontrada na 
formacombinada com a vacina contra hepatite B. 
 
➢ FEBRE AMARELA 
A vacina contra febre amarela deve ser realizada 
em todos os residentes em área de risco e 
habitantes de outras regiões maiores de 9 meses 
de idade que se dirijam às áreas de risco. A vacina 
é realizada por via subcutânea em dose única, 
porém é importante a realização de dose de 
reforço a cada dez anos. Recomenda-se que a 
administração ocorra no mínimo dez dias antes da 
viagem. A vacina é composta por vírus vivo 
atenuado e já foram descritos efeitos adversos 
graves da vacina, sobretudo na população acima 
de 60 anos, fato esse não verificado no Brasil. 
Assim, a Sociedade Brasileira de Imunização 
recomenda que o médico esclareça ao idoso que 
vai viajar para área endêmica os riscos potenciais 
para que o paciente possa decidir sobre o risco-
benefício da viagem e da vacina. 
 
➢ TRÍPLICE VIRAL 
A vacina contra sarampo, caxumba e rubéola não 
é recomendada de forma rotineira para idosos, 
uma vez que a maioria deles já é imune a essas 
doenças. Pode ser indicada em casos de surto ou 
caso o paciente tenha viagem programada para 
locais onde essas doenças são endêmicas. É 
considerado protegido o indivíduo que tenha 
recebido duas doses da vacina após 1 ano de 
–
 
idade, com intervalo mínimo de 1 mês entre elas. 
Está disponível em redes privadas e na rede 
pública apenas em situações especiais. 
 
➢ MENINGOCÓCICA CONJUGADA 
A vacina contra meningite apresenta cobertura 
contra meningococo A, C, W135 e Y. São poucos os 
estudos na população idosa e não é uma vacina 
recomendada no calendário de rotina para idosos, 
devendo ser realizada apenas em situações de 
epidemia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS: TRATADO DE GERIATRIA

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