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Prefeito de Araucária Albanor José Ferreira Gomes Secretário Municipal de Saúde Haroldo Rodrigues Ferreira Direção Geral SMSA Jussara Gracia Panek Direção Departamento de Vigilância em Saúde Vanessa Pontello Direção de Atenção à Saúde Rosangela Scholz de Andrade Fonseca Direção Departamento de Gestão Participativa do Trabalho e Educação em Saúde Ângela Triemmer H. Vieira Coordenação da Divisão de Vigilância Epidemiológica e Informações Carlos Alberto Guimarães Coordenação do Departamento de Gestão Participativa do Trabalho e Educação em Saúde Luciano Sankari Organização do material Leoni Vanderléa Machado Maria Mônica U. Machado SUMÁRIO CONSIDERAÇÕES INICIAIS................................................................................................. 6 CONCEITOS ....................................................................................................................... 7 1.1 ESTRUTURA FÍSICA...................................................................................................... 9 1.2 EQUIPAMENTOS ......................................................................................................... 9 1.3 MATERIAIS E INSUMOS............................................................................................... 9 1.4 IMPRESSOS/MANUAIS TÉCNICOS............................................................................... 9 1.5 ORIENTAÇÕES SOBRE COMO PROCEDER COM OS IMUNOBIOLÓGICOS PROVENIENTES DAS UNIDADES DE SAÚDE RURAIS EM FINAIS DE SEMANA E/OU FERIADOS. ................................................................................................................... 10 2.1 TÉCNICAS DE APLICAÇÃO ......................................................................................... 14 A preparação da criança e dos pais ................................................................................ 14 2.1.1 Administração oral ................................................................................................ 14 2.1.2 Administração intramuscular ................................................................................ 14 Quadro 1 – Agulhas recomendadas, conforme músculo ............................................... 17 Quadro 2 – Volume a ser administrado, conforme músculo e idade ............................ 17 2.1.3 Administração subcutânea.................................................................................... 18 2.1.4 Administração intradérmica.................................................................................. 18 2.2 CONTRA-INDICAÇÕES ............................................................................................... 18 2.3 EVENTOS ADVERSOS RELACIONADOS À IMUNIZAÇÃO............................................ 19 2.3.1 Síncope .................................................................................................................. 20 2.3.2 Reação anafilática.................................................................................................. 20 Quadro 3 - Tratamento, conforme reação:.................................................................... 20 3 CALENDÁRIO DE VACINAÇÃO ...................................................................................... 21 3.1 IMUNODEPRIMIDOS................................................................................................. 22 3.1.1 Profissionais de Saúde........................................................................................... 24 4 ESQUEMA VACINAL DA CRIANÇA ................................................................................ 25 4.1 CALENDÁRIO DE VACINAÇÃO INFANTIL – PROPOSTA DE MUDANÇA PARA 2º SEMESTRE DE 2012..................................................................................................... 26 4.2 CALENDÁRIO VACINAÇÃO DA CRIANÇA – EVENTOS ADVERSOS PÓS-VACINAÇÃO, CONTRAINDICAÇÕES E ORIENTAÇÕES. ...................................................................... 27 4.3 ESQUEMA VACINAL DO ADOLESCENTE.................................................................... 31 4.4 ESQUEMA VACINAL DO ADULTO E IDOSO ............................................................... 32 4.5 CONDUTAS EM CASOS DE FERIMENTOS SUSPEITOS PARA TÉTANO ....................... 33 Quadro 4 - Recomendações para uso profilático ou terapêutico do soro antitetânico:34 4.6 ESQUEMA VACINAL DA GESTANTE........................................................................... 35 4.6.2 Vacinas Contra-Indicadas na Gestação ................................................................. 36 4.6.3 Vacinas Recomendadas para Gestantes de Risco ................................................. 36 Quadro 5 - Esquema vacinal da gestante: Profilaxia do Tétano .................................... 37 4.7 ORIENTAÇÕES E INFORMAÇÕES SOBRE APLICAÇÃO DIFERENCIADAS DE IMUNOBIOLÓGICOS........................................................................................................ 37 Quadro 6 - INTERVALOS DE TEMPO RECOMENDADOS ENTRE A ADMINISTRAÇÃO DE DIFERENTES VACINAS ..................................................................................................... 37 Quadro 7 - ORIENTAÇÕES PARA A VACINAÇÃO CONTRA A HEPATITE B ....................... 38 Quadro 8 - Esquema para profilaxia pós-exposição da hepatite B: ............................... 39 Quadro 9 – Para Aplicação da 1ª e 2ª doses da Vacina Tríplice Viral (VTV)................... 40 Quadro 10 - Orientações para aplicação da vacina Oral de Rotavírus Humana (VORH), segundo idade para aplicação ........................................................................................ 40 5 ORIENTAÇÕES PARA TRATAMENTO COM VACINA ANTI-RÁBICA .............................. 41 5.1 PROFILAXIA PRÉ-EXPOSIÇÃO .................................................................................... 42 5.2 CONDUTA FRENTE À REEXPOSIÇÃO AO VÍRUS RÁBICO ........................................... 43 5.3 CONDUTA EM CASO DE POSSÍVEL EXPOSIÇÃO AO VÍRUS DA RAIVA EM PACIENTES QUE RECEBERAM ESQUEMA DE PRÉ-EXPOSIÇÃO...................................................... 43 5.4 CONDUTA EM CASO DE ABANDONO DE TRATAMENTO .......................................... 44 5.5 TRATAMENTO PROFILÁTICO DA RAIVA HUMANA .................................................. 44 5.6 RISCO DE RAIVA PARA VIAJANTES............................................................................ 45 6 REDE DE FRIO............................................................................................................... 46 Foto: Central de Vacinação do Município ...................................................................... 46 6.1 CONTROLE DE TEMPERATURA ................................................................................. 46 6.2 REFRIGERADORES OU GELADEIRAS.......................................................................... 48 6.3 CAIXAS TÉRMICAS..................................................................................................... 51 6.3.1 Organização da caixa térmica de uso diário na rotina da sala de vacinação ........ 52 6.4 BOBINAS DE GELO REUTILIZÁVEL ............................................................................. 52 6.4.1 Cuidados com as bobinas de gelo reutilizável....................................................... 52 6.4.2 Ambientação da bobina de gelo reutilizável ......................................................... 53 6.5 SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIA.................................................................................... 54 6.5.1 Orientações para situações de emergência na Rede de Frio no período noturno e final de semana nas unidades de saúde......................................................................... 54 7 REGISTRO E MONITORAMENTO DA SITUAÇÃO VACINAL ........................................... 55 7.1 RECEPÇÃO.................................................................................................................55 7.2 SALA DE VACINA ....................................................................................................... 55 7.3 ACOMPANHAMENTO DA SITUAÇÃO VACINAL E DA COBERTURA VACINAL ............ 56 7.3.1 Vigilância de Faltosos ............................................................................................ 56 7.3.2 Monitoramento da Cobertura Vacinal na US........................................................ 56 8 EVENTOS ADVERSOS PÓS-VACINAIS (EAPV)................................................................ 57 8.1 CLASSIFICAÇÃO DOS EVENTOS ADVERSOS PÓS-VACINAIS....................................... 59 8.2 CONTRA-INDICAÇÕES: .............................................................................................. 59 8.3 FALSAS CONTRA-INDICAÇÕES À VACINAÇÃO .......................................................... 60 8.4 REAÇÕES ADVERSAS POR IMUNOBIOLÓGICO.......................................................... 62 9 VACINAÇÃO EM SITUAÇÕES ESPECIAIS ....................................................................... 65 9.1 VACINAÇÃO BCG PARA CONTATOS INTRADOMICILIARES SADIOS DE HANSENÍASE 65 9.2 REAPLICAÇÃO DA VACINA BCG................................................................................. 65 9.3 CENTRO DE REFERÊNCIA DE IMUNOBIOLÓGICOS ESPECIAIS (CRIE) ........................ 65 9.4 ACIDENTE COM PROFISSIONAIS DE SAÚDE DURANTE A APLICAÇÃO DE VACINA BCG: ................................................................................................................................ 65 9.5 VACINAÇÃO EXTRAMUROS ...................................................................................... 65 9.6 CAMPANHAS DE VACINAÇÃO................................................................................... 66 10 MOVIMENTO MENSAL DE IMUNOBIOLÓGICOS........................................................ 68 10.1 CONTROLE DE ESTOQUE DE IMUNOBIOLÓGICOS E PEDIDOS DE VACINAS........... 68 10.2 PREENCHIMENTO DO FORMULÁRIO DE MOVIMENTO MENSAL DE IMUNOBIOLÓGICOS........................................................................................................ 68 11GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS DA SALA DE VACINAS .......................................... 69 11.1 O QUE É LIXO .......................................................................................................... 69 11.2 RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE (RSS) ............................................................... 69 11.3 MANEJO DOS RESÍDUOS NOS SERVIÇOS DE SAÚDE............................................... 69 12 A VIGILÂNCIA DE ALGUMAS DOENÇAS PREVENÍVEIS POR VACINAÇÃO ................... 70 12.1 HEPATITES VIRAIS ................................................................................................... 70 12.2 TUBERCULOSE......................................................................................................... 72 12.3 POLIOMIELITE ......................................................................................................... 74 12.4 INFECÇÕES POR ROTAVÍRUS .................................................................................. 75 12.5 MENINGITES ........................................................................................................... 76 12.6 DIFTERIA ................................................................................................................. 77 12.7 COQUELUCHE ......................................................................................................... 79 12.8 TÉTANO................................................................................................................... 80 12.9 FEBRE AMARELA..................................................................................................... 82 12.9.4 Áreas de risco para Febre Amarela Silvestre....................................................... 83 12.9.5 Áreas com recomendação de vacinação contra febre amarela.......................... 83 12.10 RUBÉOLA............................................................................................................... 84 12.11 SARAMPO ............................................................................................................. 85 12.12 CAXUMBA - PAROTIDITE INFECCIOSA. ................................................................. 88 12.13 VARICELA .............................................................................................................. 88 12.14 Raiva ..................................................................................................................... 89 ANEXOS........................................................................................................................... 90 ANEXO I - CONTROLE DE TEMPERATURA....................................................................... 91 ANEXO II - LIMPEZA DA GELADEIRA E DESCRITIVO DE ESTOQUE DE IMUNOBIOLÓGICOS ........................................................................................................................................ 92 ANEXO III - FICHA DE ACOMPANHAMENTO DE CRIANÇAS INADVERTIDAMENTE VACINADAS (FORA DA FAIXA ETÁRIA RECOMENDADA) COM A VACINA ORAL DE ROTAVÍRUS HUMANO – VORH....................................................................................... 93 ANEXO IV – FORMULÁRIO PARA INVESTIGAÇÃO DE EVENTOS PÓS-VACINAIS ASSOCIADOS AO USO DE VACINAS, SOROS OU IMUNOGLOBULINAS ........................... 94 ANEXO V AVALIAÇÃO DE IMUNOBIOLÓGICOS SOB SUSPEITA...................................... 96 ANEXO VI – CÓDIGOS DE VACINAS................................................................................. 98 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................................... 99 CONSIDERAÇÕES INICIAIS O Programa Nacional de Imunizações (PNI) foi criado em 1973 com o objetivo de coordenar as ações de imunização que até então eram episódicas e tinham reduzida área de cobertura. As ações do PNI consistem em contribuir para o controle e erradicação de doenças como sarampo, difteria, hepatite B e outras, contribuir para o controle de agravos coordenando o suprimento e a administração de imunobiológicos indicados para grupos populacionais específicos e contribuir para a manutenção do estado de erradicação da poliomielite. Com o intuito de atingir estes objetivos o PNI instituiu as campanhas nacionais de imunização com calendários que são previamente divulgados aos municípios. O Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunização (SI-PNI) atualmente implantado em todos os municípios brasileiros (apenas nas Coordenações do Programa) e em teste em alguns Postos de Vacinação fornece dados relativos à cobertura vacinal de rotina e em campanhas, taxa de abandono e controle do envio de boletins de imunização. Além do módulo de avaliação do PNI, este sistema dispõe de um subsistema de estoque e distribuição de imunobiológicos para fins gerenciais. O objetivo fundamental do SI-PNI é possibilitar aos gestores envolvidos no programa uma avaliação dinâmica do risco quanto à ocorrência de surtos ou epidemias, a partir do registro dos imunobiológicos aplicados e do quantitativo populacional vacinado, que são agregados por faixa etária, em determinado período de tempo, em uma área geográfica. Por outro lado, possibilita também o controle do estoque de imunobiológicos necessário aos administradores que têm a incumbência de programar sua aquisição e distribuição. Ao menor curto espaço de tempo o Ministério da Saúde deverá implantar o SI-PNI na maioria dos Postos de Vacinação dos Municípios Brasileiros. Com o objetivo de atingirmos as coberturas vacinais preconizadas pelo Ministério da Saúde, bem como garantir a qualidade e a correta aplicação dos Imunobiológicos, consolidamos informações úteis nesse material para auxiliar a equipe das Unidades de Saúde no manuseio, acondicionamentoe aplicação dos Imunobiológicos. Neste material, serão apresentadas informações gerais sobre a utilização, acondicionamento, indicações e demais informações pertinentes aos Imunobiológicos utilizados no Programa Nacional de Imunizações, bem como de Imunobiológicos padronizados no Município de Araucária. 7 CONCEITOS O conhecimento de alguns termos e conceitos é fundamental na área de imunização. � Imunizar significa tornar não suscetível a uma determinada doença e, dessa forma, preveni-la. A imunização pode ser ativa ou passiva. � Na imunização ativa, o indivíduo é estimulado a desenvolver defesa imunológica contra futuras exposições à doença. � Na imunização passiva, o indivíduo exposto ou em vias de se expor recebe anticorpos pré-formados de origem humana ou animal. � Imunobiológicos são produtos farmacológicos produzidos a partir de microrganismos vivos, seus subprodutos ou componentes são capazes de imunizar de forma ativa ou passiva. � Vacinas são produtos farmacológicos que contêm agentes imunizantes capazes de induzir imunização ativa. A resposta protetora pode ser celular ou humoral. � Os agentes imunizantes que compõem as vacinas podem ser: vírus vivo atenuado, bactéria viva atenuada, vírus inativado, bactéria inativada, toxoides ou componentes da estrutura bacteriana ou viral. � Líquidos de suspensão são utilizados para reconstituição das vacinas. Os mais comuns são água destilada ou soro fisiológico. Algumas vacinas contêm no seu líquido de suspensão antígenos derivados da produção da própria vacina, tais como antígenos de ovo ou gelatina. � Conservantes são incluídos na preparação das vacinas para evitar o crescimento de bactérias e fungos. Algumas vacinas utilizam mercuriais, como o timerosal, e outras, antimicrobianos, como neomicina ou estreptomicina. � Adjuvantes são substâncias utilizadas para aumentar e prolongar o poder imunogênico das vacinas. Os mais freqüentemente utilizados são os sais de alumínio, como o hidróxido de alumínio. � Imunoglobulinas são produtos imunobiológicos obtidos a partir de fracionamento por álcool de pelo menos 1.000 plasmas de doadores. São soluções proteicas concentradas, contendo anticorpos, principalmente da classe IgG. � Existem imunoglobulinas para uso intramuscular e para uso endovenoso, dependendo do procedimento utilizado em sua produção. � As imunoglobulinas hiperimunes, também chamadas imunoglobulinas específicas, contêm altos títulos de anticorpos para algumas doenças: hepatite B, tétano, raiva, varicela-zóster, citomegalovírus e vírus sincicial respiratório. � Soro é o produto farmacológico constituído de anticorpos heterólogos obtidos a partir do plasma de animais imunizados. � A vacinação simultânea consiste na administração de duas ou mais vacinas em diferentes locais ou vias. Todas as vacinas de uso rotineiro podem ser administradas simultaneamente, sem que isso interfira na resposta imunológica. A administração simultânea também não intensifica as reações adversas, sejam elas locais ou sistêmicas. A única exceção é a administração simultânea das vacinas contra febre amarela e cólera, que reduz a resposta imunológica para ambas as vacinas. Não é aconselhável a administração da vacina contra febre amarela e pneumocócica 10 8 valente conjugada, conforme orientação do informe técnico, por ocasião da implantação desta vacina no calendário nacional de vacinação, em 2010. � A vacinação combinada consiste na aplicação conjunta de várias vacinas diferentes. Atualmente, estão disponíveis, nos setores públicos e/ou privados, as seguintes vacinas combinadas: • DPT + Hib; • DPT + Hib + Hepatite B • DPT acelular + Hib; • DPT acelular + Hepatite B; • Pólio inativada (Salk) + DPT acelular + Hib; • Salk + DPT acelular + Hib + Hepatite B; • Salk + DTP acelular; • Meningococo C conj. + Hib; • Hepatite A + Hepatite B. É importante ressaltar que a combinação de vacinas, entretanto, só pode ser realizada para vacinas previamente aprovadas para tal uso. É incorreto combinar, em uma mesma seringa, vacinas que não foram previamente aprovadas para ser combinadas. Deve-se lembrar de que o intervalo mínimo entre vacinas de vírus vivos atenuados, no caso de não ser realizada vacinação simultânea ou combinada é de 30 (trinta) dias. A imunização é uma das medidas mais eficazes para prevenção de doenças infecciosas. Em muitos países, a implantação de programas de imunização tem contribuído para reduções significativas nas taxas de morbidade e mortalidade por várias doenças infecciosas. A confiabilidade e a segurança da vacinação não se resumem à aplicação da vacina e dependem de vários fatores: • Armazenamento adequado das vacinas e soros / imunoglobulinas; • Manipulação correta desses produtos; • Conhecimento dos profissionais da saúde envolvidos na vacinação. A garantia da segurança e, especialmente, da eficácia depende de produção, armazenamento, distribuição e conservação adequados. A cadeia de frio é extremamente importante e deve receber atenção especial em todas as etapas, pois as variações de temperatura interferem diretamente na qualidade dos imunobiológicos, uma vez que são produtos termolábeis. O prazo de validade, de acordo com a especificação do fabricante, deve ser rigorosamente respeitado, assim como o prazo de validade após aberto o frasco da vacina. Para que uma vacina seja licenciada, são necessários muitos estudos, que garantam sua segurança e demonstrem sua eficácia. Por esta razão, as vacinas disponíveis atualmente são, de forma geral, bastante seguras e eficazes. Entretanto, em alguns pacientes, uma resposta imune adequada poderá não ocorrer e, em outros, podem surgir reações adversas. 9 1 SALA DE VACINAÇÃO A sala de vacinação é o local destinado ao armazenamento, conservação e administração dos imunobiológicos. O ideal é que a sala de vacinação seja exclusiva para a administração dos imunobiológicos e tenha, se possível, entrada e saída independentes. Nos locais onde há grande demanda, podem-se utilizar duas salas com comunicação direta, uma para a triagem e a orientação da clientela e outra para administração dos imunobiológicos. 1.1 ESTRUTURA FÍSICA É necessário, por isso, que as suas instalações atendam a um mínimo de condições: • As paredes e pisos devem ser laváveis; • Deve ter pia com torneira; • Interruptores para uso exclusivo de cada equipamento elétrico; • Ser arejada e bem iluminada, evitando-se, porém, a incidência de luz solar direta. Além disso, é importante mantê-la em boas condições de higiene. 1.2 EQUIPAMENTOS • Refrigerador do tipo doméstico de no mínimo 280 l, com evaporador (congelador). • Bancada ou mesa para preparo dos imunobiológicos. • Computador com o programa SI-PNI ou fichário manual para o registro das ações de vacinação. • Cadeiras (duas no mínimo); • Armário com portas para guardar o material. • Maca /Mesa clínica ou colchonete, revestidos de material lavável (curvin, etc). 1.3 MATERIAIS E INSUMOS • Termômetros de máxima e mínima, digital ou analógico (mínimo dois). • Bandejas para a organização das vacinas na geladeira (mínimo quatro). • Bobinas de gelo reutilizável (em quantidade suficiente para caixa(s) térmica(s) e para o congelador). • Garrafas plásticas em quantidades suficientes para ocupar o espaço da gaveta de verduras. • Caixas térmicas sendo: � Pelo menos uma (1) para uso diário; � Uma (1) para vacinação extra muro e; � Outra (s) com capacidade para armazenar o quantitativo total de imunobiológicos (momento da limpeza da geladeira). • Álcool 70% e álcool glicerinado. • Algodão hidrófilo. • Seringas descartáveis nas seguintes especificações: � De 1 ml, tipo tuberculina graduada em centésimos de milímetros, acoplada a agulhas 13x3,8 / 13x4,5; � De 3 ml, com graduação 0,1ml e numeração a cada 0,5ml, com agulhas: 20x5,5; 25x6; 25x7;13x4,5. • Coletor para materialpérfuro-cortantes. • Recipientes para lixos: infectante, reciclável e comum. • Sabão líquido e papel toalha. 1.4 IMPRESSOS/MANUAIS TÉCNICOS • Imunização - Rotinas e Orientações para equipes de enfermagem (SMSA); • Mapa de leitura da temperatura da geladeira, com espaço para anotar data de limpeza da geladeira. • Esquema básico de vacinação. 10 • Manuais técnicos operacionais do Ministério da Saúde: Manual da Rede de Frio; Manual de Normas de Vacinação; Manual de Procedimentos para Vacinação; Manual de Eventos Adversos; Manual de Imunobiológicos Especiais. • Boletim diário de doses aplicadas (serviço que não tem programa SI-PNI). • Boletim mensal de doses aplicadas (serviço que não tem programa SI-PNI). • Ficha de registro paralelo / espelho, prontuário individual; • Ficha de eventos adversos. • Relatório de movimentação mensal (pedido de vacinas e seringas). 1.5 ORIENTAÇÕES SOBRE COMO PROCEDER COM OS IMUNOBIOLÓGICOS PROVENIENTES DAS UNIDADES DE SAÚDE RURAIS EM FINAIS DE SEMANA E/OU FERIADOS. No município de Araucária, com a implantação do “Plantão da Epidemio” em 2003, foi estabelecido que os Centros de Saúde rurais, nos dias de feriado e / ou finais de semana, trariam seus estoques de imunobiológicos para a Central de Imunização. Desta forma, o plantonista ficaria responsável por verificar as temperaturas das geladeiras apenas dos centros de saúde urbanos e central de vacinação. Sendo assim, as equipes dos centros de saúde rurais são responsáveis por transportar seus estoques de imunobiológicos no último dia útil dia semana e buscá-los no próximo dia útil. 1.5.1 Rotinas para esta prática Toda sexta-feira ou último dia útil da semana, a equipe do centro de saúde rural procederá da seguinte forma: • Utilizará a caixa térmica que já foi ambientada no início do dia – lembrar que a caixa deve ser ambientada diariamente! Caso a caixa térmica não tenha sido ambientada, isso deverá ser feito de forma que haja tempo hábil para que fique em temperatura apropriada para o acondicionamento das vacinas, monitorar a temperatura com o termômetro digital. NÃO COLOCAR AS VACINAS ENQUANTO A TEMPERATURA ESTIVER NEGATIVA OU ACIMA DO PRECONIZADO; • Preencher formulário próprio descrevendo os imunobiológicos e respectivas quantidades que serão transportadas; • Solicitar, caso necessário, imunobiológicos que estejam em falta, para que os mesmos possam ser enviados, utilizando o mesmo formulário; • Acondicionar todo o estoque dentro da caixa térmica; • Anotar, em formulário próprio, a temperatura da caixa térmica e horário antes do transporte; • Retirar o termômetro e guardá-lo na UBS; • Lacrar a tampa da caixa com fita crepe, para que não corra o risco de que a tampa se desloque e exponha a vacina à temperaturas inadequadas durante o transporte; • Fixar junto à caixa, o formulário com a descrição do estoque de vacinas / temperatura e horário; • Acomodar a caixa térmica no carro que fará o transporte de forma que fique distante de fonte de calor (sol, motor do veículo); Importante: Todo e qualquer imunobiológico deve ser transportado sob a responsabilidade de um técnico, não devendo esta atribuição, ficar ao encargo do motorista. Na Central de Vacinação – Epidemio: Os estoques de vacinas vindos dos centros de saúde rurais deverão ser entregues, pelo técnico responsável, ao plantonista da Epidemio. Ao plantonista da epidemio caberá: • Receber pessoalmente todos os técnicos, de forma individual, com seus respectivos estoques de imunobiológicos; • Conferir a temperatura da caixa térmica, utilizando o termômetro digital da Central de Vacinação, anotar no formulário próprio que veio anexado na caixa térmica daquele centro de saúde; • Recolher as vacinas da caixa térmica e guardá-las na geladeira, identificando conforme local de origem, 11 • Retirar todos os gelox e armazená-los no freezer, realizar também a sua identificação; • Verificar se há solicitação de vacinas; • Fazer o pedido das vacinas, conforme solicitação, junto ao programa EDI; • Imprimir as notas de saída de imunobiológico em duas vias; • Acondicionar em sacos plásticos perfurados as vacinas solicitadas por cada centro de saúde, de forma individual; • Encerrar o programa EDI; • Verificar a temperatura de todas as geladeiras e anotar em Mapa de temperatura; Após o final de semana e/ou feriado: Caberá ao plantonista da epidemio, estar na central de vacinação em tempo hábil para proceder à ambientação das caixas térmicas de todos os centros de saúde e entregá-las aos respectivos técnicos às 8h. O plantonista deverá: • Verificar a temperatura das geladeiras e anotar em formulário próprio; • Retirar do freezer os pacotes de gelox de cada unidade de saúde e fazer a ambientação dos mesmos. Ambientação dos gelox: � Colocar todos os gelox em superfície não porosa, utilizar balcão de fórmica – não colocar sobre balcão de inox ou sobre o freezer. � Colocar o bulbo do termômetro digital sob uma das bobinas de gelo reciclável, caso o tamanho das bobinas seja diferente, colocar o bulbo sob aquela que tem maior tamanho; � Aguardar que a temperatura do gelox chegue em 0ºC; � Colocar os gelox em suas respectivas caixas térmicas e, esperar que as mesmas atinjam a temperatura de 2ºC; Caso o plantonista prefira e os equipamentos (caixas térmicas e bobinas de gelo reciclável), sejam de boa qualidade, poderá no domingo ou último dia do feriado: � Colocar todos os gelox CONGELADOS dentro de uma caixa térmica grande; � Colocar o bulbo do termômetro digital junto dos gelox (dentro da caixa); � Lacrar a caixa com fita adesiva e; � Na segunda feira ou 1º dia útil, verificar a temperatura registrada no termômetro da caixa onde ficaram acondicionados os gelox; � Se a temperatura já estiver dentro do preconizado, distribuir os gelox em suas respectivas caixas térmicas e; • Acondicionar os estoques dos imunobiológicos e os que foram solicitados, dentro das respectivas caixas térmicas; • Verificar a temperatura de cada caixa térmica e anotar no formulário que veio acompanhando a mesma, assim como o horário de verificação da temperatura; • Lacrar a caixa com fita crepe; • Entregar a caixa ao respectivo técnico responsável; • Solicitar ao técnico que assine as duas vias da nota de fornecimento, caso tenha sido solicitado imunobiológico por aquele centro de saúde; • Entregar ao técnico uma das vias e; • Armazenar a outra via junto aos arquivos de “imunobiológicos enviados”. Ao técnico responsável caberá: • Verificar se a temperatura da caixa está registrada no formulário próprio; • Verificar se os imunobiológicos solicitados estão de acordo com o que está sendo enviado; • Assinar a nota de recebimento dos imunobiológicos solicitados; • Acompanhar o transporte dos imunobiológicos até o destino final; • Ao chegar à unidade de saúde, antes de acondicionar os imunobiológicos, verificar a temperatura da caixa térmica e anotar no formulário, a fim de certicar-se de que a mesma está dentro da normalidade; • Verificar a temperatura da geladeira e anotar no mapa de temperatura; • Acondicionar o estoque de vacinas na geladeira; 12 • Deixar dentro da caixa térmica, as vacinas que serão utilizadas no dia, fixar o termômetro digital na caixa térmica para acompanhamento da temperatura durante o dia; • Registrar a entrada dos imunobiológicos solicitados no relatório específico ou SIPNI • Ao final do dia de trabalho, guardar as vacinas dentro da geladeira; • Guardar o termômetro digital; • Limpar e guardar a caixa térmica; • Verificar a temperatura da geladeira e anotar em registro próprio; FIGURA 1 – LAVAGEM DAS MÃOS Fonte:enfermagem-sae.blogspot.com 13 2 ESQUEMA VACINAL E TÉCNICAS DE ADMINISTRAÇÃO DE VACINAS Para que uma vacina possa agir no organismo e estimular a formação de anticorpos é preciso que a atividade de vacinação seja cercada de cuidados,adotando-se procedimentos adequados antes, durante e após a administração desse produto na população. As vacinas têm indicações específicas quanto à técnica e via de administração, doses a serem administradas, idades recomendadas, intervalo entre as doses, conservação e validade. As orientações básicas relativas às vacinas recomendadas pelo Programa Nacional de Imunizações estão resumidas nos esquemas de vacinação apresentados a partir da página 30. Como orientação geral, é necessário estabelecer uma rotina na sala de vacina para aplicação de imunobiológicos, que deve seguir os seguintes passos: 1. Avaliar a carteira de vacinas de papel e o prontuário (ou paralela de vacinas) verificando a idade e o intervalo entre as doses. Se houver necessidade, resgatar as doses anteriores no prontuário eletrônico. � Se não existir carteira de vacinação e/ou comprovantes da aplicação de doses anteriores, deve- se reiniciar o esquema vacinal de acordo com a faixa etária da pessoa a ser vacinada. Para a vacina BCG, a presença de cicatriz comprova sua aplicação. 2. Verificar qual o imunobiológico a ser administrado. 3. Investigar antecedentes de reações em doses ou vacinas anteriores, orientando medidas de prevenção, se necessário. 4. Avaliar o estado geral da pessoa, aferir sua temperatura corporal e perguntar se apresentou febre nas últimas 24 horas. Observar as contra-indicações gerais e específicas de cada vacina. 5. Antes de vacinar mulher em idade fértil, sempre perguntar se está grávida. 6. Lavar as mãos com água e sabão. 7. Observar no frasco o nome da vacina, a aparência da solução, o estado da embalagem (data e hora de abertura do frasco), o prazo de validade, a via de administração e a dosagem. 8. Preparar e administrar o imunobiológico segundo a técnica específica conforme esquema de vacinação (pág. 30 ). 9. Lembrar-se de verificar os 5 certos antes da aplicação (paciente certo, idade certa, vacina certa, dose certa, via de aplicação certa). 10. Aplicar a vacina seguindo a técnica correta conforme descrito no esquema vacinal. 11. Observar reações imediatas e orientar quanto a possíveis reações posteriores. 12. Registrar na carteira de vacinação e no prontuário eletrônico (ou paralela de vacinas), conferindo o aprazamento das próximas doses. É de fundamental importância a anotação correta do lote e as demais informações na carteira de vacinas e no prontuário, visto que a carteira de vacinas é um documento. 13. Desprezar o material descartável em recipiente adequado e lavar as mãos. OBSERVAÇÕES: • A aplicação de uma ou mais vacinas no mesmo dia, não oferece nenhum risco à pessoa vacinada: não interfere na eficácia vacinal e não aumenta o risco de eventos adversos. • Se o esquema for interrompido, não é necessário reiniciá-lo, basta completar as doses que faltam independente do tempo decorrido, desde que haja comprovação das doses anteriormente aplicadas. • Todas as vacinas no nível local (UBS) devem ser conservadas de +2ºC a+ 8º C. • O intervalo para a administração das vacinas contra a Febre Amarela e VTV ou Dupla Viral, quando não forem aplicadas simultaneamente, deve ser de 30 dias. Também para as vacinas Sabin e Rotavírus, na rotina, quando não forem aplicadas simultaneamente, deve-se respeitar um intervalo de 30 dias. • As vacinas de vírus vivo atenuado de uso oral (Sabin e VORH), se aplicadas ao mesmo tempo ou separadas com vacinas injetáveis de vírus vivo atenuado, não interferem na resposta de cada uma delas. • Utilizar sempre técnica asséptica no manuseio dos frascos. • Pode ser utilizada na administração da vacina, a mesma agulha que aspira a dose. Quando for possível, a agulha poderá ser trocada. 14 • Não é mais orientada a manutenção de uma agulha no frasco; a borracha utilizada atualmente apresenta melhor resistência às múltiplas perfurações, em conseqüência do constante aperfeiçoamento dos materiais. • O registro correto da vacina aplicada na carteira de vacinas e no prontuário é imprescindível, pois a carteira é um documento. • Sempre que possível realizar o cadastro definitivo do usuário, pois o cadastro provisório não permite o acompanhamento do usuário na listagem de faltosos. 2.1 TÉCNICAS DE APLICAÇÃO O processo de aplicação de vacinas pode ser dividido em duas etapas principais: a preparação da criança e dos pais e a técnica de aplicação. A preparação da criança e dos pais • Preparação empática pelos pais e profissionais da sala de vacinas: encorajamento, conforto e orientação. • Os pais nunca devem ameaçar as crianças com injeções ou mentir sobre elas. • Técnicas de respiração (“cheirar flor e assoprar vela”) e distração (cantar, contar histórias). • Orientação das doenças prevenidas e possíveis reações adversas. • Deixar o cliente escolher o local de aplicação dentre as opções possíveis pode ser útil para permitir um grau de controle. A técnica de aplicação As vacinas podem ser administradas por via oral, intramuscular, subcutânea e intradérmica. Exigem treinamento dos profissionais envolvidos e adequado posicionamento do cliente. A escolha do local apropriado é realizada de acordo com a idade, composição corporal do paciente e indicação do fabricante da vacina. A escolha da agulha depende do local escolhido para administração. Deve-se lembrar de que a técnica de anestesia tópica pode ser utilizada em aplicações intramusculares e diminui a dor da picada da injeção, porém não tem efeito sobre a dor causada pelo líquido vacinal. 2.1.1 Administração oral Atualmente, no calendário vacinal, existem duas vacinas administradas por esta via: � Poliomielite (vírus vivo atenuado): • Frasco multidose: deve-se ter cuidado para não contamina-lo através do contato com a saliva da criança. Deve-se repetir a dose caso a criança regurgite ou apresente vômitos nos primeiros dez minutos após a administração. A amamentação não interfere na imunização. � Rotavírus (vírus vivo atenuado): O volume da dose é de 1,0 mL. A criança deve estar sentada, em posição reclinada. A administração deve ser realizada lentamente, direcionando a seringa para a parte interna d as bochechas, para que haja contato do vírus vacinal com a mucosa oral e diminuição da possibilidade de regurgito da vacina. Não é indicado repetir a dosagem se o bebê cuspir, regurgitar ou vomitar durante ou após a administração da vacina. 2.1.2 Administração intramuscular Nas administrações intramusculares, a agulha utilizada deve ser longa o bastante para atingir o músculo. 15 Sempre que possível deve-se trocar a agulha utilizada para aspiração da vacina a fim de evitar o contato do tecido subcutâneo com o produto, quando da inserção da mesma. Caso seja necessário retirar o ar da seringa, tomar cuidado para não extravasar o líquido pela parede externa da agulha. Em crianças menores de 2 anos de idade, o local mais adequado para aplicação é o vasto lateral da coxa, por ser mais desenvolvido, menos vascularizado e inervado. Após esta idade, pode-se utilizar o deltóide, dorso ou ventro glúteo ou, ainda, o vasto lateral da coxa. Músculo Vasto Lateral da Coxa Vantagens Desvantagens • Músculo grande e bem desenvolvido; • Inexistência de nervo ou grande vaso sanguíneo na região; • indicado para todas as idades; • Fácil acesso. • Trombose da artéria femoral se injeção na área mediana da coxa; • Lesão do nervo isquiático por agulha longa em crianças. Músculo Ventro Glúteo Vantagens Desvantagens • Pode ser utilizado em qualquer faixa etária • Livre de nervos e estruturas importantes; • Facilmente identificado pelos marcos ósseos proeminentes; • Camada fina de tecido subcutâneo comparado à região dorso glútea; • Acomoda volume maior de líquido; • Menos doloroso se comparado ao dorso glúteo. • Pouca familiaridade dos profissionais de saúde com este sítio de aplicação. 16 MúsculoDorso Glúteo Vantagens Desvantagens • Músculo desenvolvido, desde crianças que andam há pelo menos 1 ano até adultos; • Fácil acesso se paciente em decúbito ventral ou lateral. • Não indicado em crianças que não andem há pelo menos 1 ano; • Risco de lesão do nervo isquiático; • Tecido adiposo espesso, predispondo à deposição da solução no subcutâneo. Músculo Deltóide Vantagens Desvantagens • Absorção mais rápida que a região glútea; • Fácil acesso com a retirada mínima de roupa; • Menos dor e efeitos colaterais se comparado ao vasto lateral da coxa na aplicação das vacinas. • Massa muscular pequena limita o volume a ser infundido em até 1ml; • Margem de segurança pequena para lesão do nervo radial e axilar (que se situa abaixo do deltóide, na cabeça do úmero). 17 2.1.2.1 Agulhas recomendadas para aplicações intramusculares Nas administrações intramusculares, a agulha utilizada deve ser longa o bastante para atingir o músculo. Cada caso deve ser avaliado individualmente, levando-se em conta a idade do paciente, sua massa muscular e a espessura do tecido subcutâneo. Exemplo: Quadro 1 – Agulhas recomendadas, conforme músculo: Ventro glúteo 25x6 ou 30x7 ou 40x7 Dorso glúteo 30x7 ou 40x7 Vasto Lateral da Coxa 20x5,5 ou 25x6 Deltóide 20x5,5 em crianças e 25x6 ou 30x7 em adultos Observações No caso de crianças, a agulha 25x6 é suficiente para a maioria das injeções intramusculares. O julgamento crítico deve considerar a idade do paciente, seu estado geral e desenvolvimento muscular para escolha segura do músculo e tamanho da agulha; Homens obesos e mulheres com peso superior a 90 kg (grande espessura de tecido adiposo) necessitam de uma agulha de pelo menos 3,8 cm de comprimento. 2.1.2.2 Escolha de músculos e respectivos volumes a ser injetado Cinco músculos são geralmente selecionados como possíveis locais para administração IM de medicamentos, sendo eles: deltóide, dorsoglúteo, ventroglúteo, vasto lateral e reto lateral. Todos estes músculos possuem irrigação sanguínea e são inervados, embora somente o sítio de injeção no dorsoglúteo possua maior proximidade com importante vaso sanguíneo e nervo. Historicamente o volume de fluído a ser injetado em cada um destes músculos tem variado. Existe controvérsia na literatura quanto ao volume máximo estabelecido para cada administração de medicamento por via IM (NURSING TIMES, 2008). Disponível em: http://inter.corensp.gov.br/sites/default/files/administracao_de_medicamentos_por_via_intramus cular.pdf http://nursingtimes.net/nursing-practice-clinical-research/ aretechniques usado para-injeção intramuscular-onresearchevidence baseado / 192004. Article Quadro 2 – Volume a ser administrado, conforme músculo e idade: IDADE DELTÓIDE VENTRO-GLÚTEA DORSO-GLÚTEA VASTO- LATERAL Prematuros - - - 0,5 ml Neonatos - - - 0,5 ml Lactentes - - - 1,0 ml Crianças de 3 a 6 anos - 1,5 ml 1,0 ml 1,5 ml Crianças de 6 a 14 anos 0,5 ml 1,5 – 2,0 ml 1,5 – 2,0 ml 1,5 ml Adolescentes de 14 a 19 anos 1,0 ml 2,0 – 2,5 ml 2,0 – 2,5 ml 1,5 – 2,0 ml Adultos 1,0 ml 4,0 ml 4,0 ml 4,0 ml Fonte: COREN/SP – 2008.IN: Bork, A. M. T. Enfermagem baseada em evidências. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. 2.1.2.3 Técnica em Z Esta é uma técnica alternativa, sugerida e recomendada por inúmeros autores para administração de injeções IM visando impedir o refluxo da medicação para o tecido subcutâneo, reduzindo a dor e possíveis reações locais. Consiste na aplicação de tração lateral e/ou para baixo da pele e tecido subcutâneo antes da introdução da agulha, sendo liberada após a agulha ser retirada. 18 2.1.3 Administração subcutânea Para injeções subcutâneas, os locais adequados devem ser pobres em terminações nervosas e pouco vascularizados. Dentre os locais que podem ser usados estão as nádegas, a região superior e externa da coxa e a região posterior dos braços. Em crianças com fraldas, a região das nádegas não é recomendada devido à possível contaminação por eliminações fisiológicas. A agulha mais adequada é a 13x4,5. • Utilizar apenas dois dedos para formar a “prega” do subcutâneo, e não toda a mão, para evitar levantar a fáscia muscular nessa manobra; • Fazer a aplicação em ângulo de 90° com a pele em adultos e entre 45° e 60° em crianças. • Aspirar para certificar-se de que não atingiu vaso sanguíneo, caso isto ocorra, mude o local de aplicação, reiniciando o procedimento; • Injetar o líquido lentamente, a infusão abrupta provoca dor; • Retirar a seringa e a agulha em movimento único. 2.1.3.1 Locais sugeridos para aplicações subcutâneas 2.1.4 Administração intradérmica A única vacina atualmente administrada por via intradérmica é a BCG. Por esta via também é realizado o teste tuberculínico (PPD). O volume estabelecido para ambos é de 0,1 mL. Não se recomenda a assepsia com álcool a 70%, para evitar a interação entre os líquidos. Se a região estiver muito exposta ou apresentar sujidade, lavar somente com água e sabão, secando após. O local padronizado para a aplicação da BCG é a inserção inferior do deltóide direito. Já para o PPD, é o terço médio do antebraço esquerdo. A seringa utilizada deve ser de 0,3 ou 1,0mL. A região a ser utilizada para a aplicação deve estar levemente distendida com o uso dos dedos indicador e polegar da mão não dominante. O bisel deve ser introduzido voltado para cima, paralelamente à superfície da pele. O líquido deve ser injetado suavemente, observando-se a formação de uma pápula esbranquiçada. É importante a utilização de óculos de proteção para realização desta técnica. 2.2 CONTRA-INDICAÇÕES Entende-se por contra-indicação verdadeira uma proibição à utilização de uma determinada vacina. Geralmente a razão é um risco elevado de efeito adverso grave ou uma situação em que o risco das complicações supera o risco da doença contra a qual a vacina protegeria. 19 Precaução, por outro lado, é uma situação em que não há proibição absoluta, mas deve-se avaliar criteriosamente os riscos e os benefícios de uma determinada imunização. Na prática clínica diária, entretanto, o que se verifica é que frequentemente crianças e adultos não são vacinados por uma série de razões levantadas por leigos ou profissionais da saúde que não são contra-indicações verdadeiras. São as chamadas falsas contra indicações, que muitas vezes representam oportunidades perdidas para a vacinação e são responsáveis por atrasos nos calendários de vacinação. Existem, entretanto, contra-indicações verdadeiras à vacinação, que devem ser respeitadas. São elas: • Imunodepressão: para todas as vacinas de vírus vivo atenuado ou bactéria viva atenuada: a situação mais comum é o uso de corticosteróide. Neste sentido, sempre que o tempo de tratamento for superior a duas semanas e a dose maior ou igual a 2 mg/kg/ dia de prednisona para crianças com peso menor que 10 kg ou acima de 20 mg/dia para crianças com peso acima de 10 kg e adultos, recomenda- se aguardar um mês após o término da corticoterapia para vacinar. Por outro lado, tratamentos inferiores a duas semanas, em dias alternados ou em doses baixas, não são contraindicação à vacinação. Outra situação de imunodepressão é o uso de quimioterapia ou radioterapia • Presença de doença febril moderada a grave: neste caso deve-se postergar a vacinação, para que os sinais e os sintomas da doença não sejam confundidos com eventos adversos da vacinação; • Reação grave de hipersensibilidade a algum componente da vacina ou a alguma dose anterior: o componente das vacinas mais implicado nas reações graves é a proteína do ovo. As vacinas para febre amarela e influenza não devem ser utilizadas nos pacientes com história de reação anafilática após ingestão de ovo; • Gravidez: vacinas com vírus vivo atenuado ou bactéria viva atenuada (vide seção Vacinação da gestante); • Encefalopatia nos primeiros setedias após vacina pertussis: apesar de ser assunto ainda controverso, todas as vacinas que contenham o componente pertussis (de células inteiras ou acelular) estão contraindicadas quando ocorrer encefalopatia nos primeiros sete dias após a vacina pertussis; • Crise convulsiva ou síndrome hipotônico-hiporresponsiva até 72 horas após a vacina tríplice convencional: embora não haja consenso absoluto, a maioria dos autores recomenda a aplicação em doses subsequentes da vacina dupla (difteria-tétano) ou a vacina tríplice acelular. 2.3 EVENTOS ADVERSOS RELACIONADOS À IMUNIZAÇÃO Os eventos adversos pós-vacinação podem ocorrer devido a aspectos relacionados aos vacinados ou à vacinação. É importante realizar uma avaliação inicial referente aos vacinados e considerar os componentes da vacina, a técnica de preparo e aplicação das mesmas. A imensa maioria das reações adversas é leve e transitória. Dentre as reações mais frequentes, encontramos a dor no local da aplicação e febre. Estas ocorrem geralmente nas primeiras 48 horas após a vacinação e resolvem-se espontaneamente ou com tratamento sintomático. As reações adversas graves são muito mais raras. Alguns procedimentos rotineiros podem reduzir o risco de seu aparecimento. Neste sentido, é importante questionar os pais ou o paciente sobre reações graves em doses anteriores, além de avaliar história de alergias graves anteriores e relacioná-las com os componentes das vacinas, especialmente ovo e alguns antibióticos. De forma geral, sempre que possível, os pacientes devem ser observados por 15 minutos após a vacinação porque o choque anafilático grave geralmente manifesta-se nesse período. Estima-se que o choque anafilático grave ocorra em uma incidência de aproximadamente um caso para cada 200.000 vacinas aplicadas. Como o choque anafilático grave é uma emergência, todo serviço de imunização necessita de equipe treinada e habilitada para as manobras de reanimação, além de material e medicações disponíveis e facilmente acessíveis. As vacinas disponíveis atualmente são bastante seguras e eficazes. Entretanto, não há vacina que seja totalmente segura, assim como não há vacina totalmente eficaz. Na prática diária, as principais urgências relacionadas com a imunização são: síncope e reação anafilática. 20 2.3.1 Síncope Ocorre por estimulação do sistema nervoso autônomo. O paciente apresenta ansiedade, palidez, sudorese, extremidades frias e, às vezes, hipotensão. Está associada à fobia de injeções e reverte-se espontaneamente desde que o paciente seja colocado em decúbito dorsal e aguardem-se alguns minutos. Geralmente não é necessária qualquer intervenção ou medicação, mas é necessário que os sinais vitais (pressão arterial, pulso e frequência respiratória) sejam checados. Os pacientes que relatam episódios anteriores de síncope ou fobia a injeções devem ser identificados e permanecer sob observação por 15 minutos após a vacinação, evitando-se, dessa forma, que a síncope ocorra em local inadequado e o paciente possa apresentar alguma lesão por queda. É importante que a síncope seja adequadamente reconhecida também para diferenciá-la da reação anafilática, que é mais grave e merece tratamento. 2.3.2 Reação anafilática Trata-se de uma reação imunológica multissistêmica mediada por IgE. A identificação do quadro deve ser imediata para adequado tratamento. A anafilaxia é uma reação alérgica generalizada e aguda, podendo haver comprometimento simultâneo de vários sistemas orgânicos. Apresenta-se com as seguintes manifestações: • Dermatológicas (prurido, angioedema, urticária generalizada e/ou eritema); • Cardiocirculatórias (hipotensão, arritmias, choque, etc.); • Respiratórias (edema de laringe com estridor, dificuldade respiratória, tosse, espirros, dispnéia, sibilos, sintomas nasais ou oculares: congestão nasal, rinorréia, congestão conjuntival); • Gastrointestinais (náuseas, vômitos e diarréia). Quadro 3 - Tratamento, conforme reação: Tipo Descrição Tratamento Repetição da dose Reação leve Urticária leve; Rinite; Conjuntivite e; Bronco espasmo leve Adrenalina (1/1000) 0,01 mL/kg por via SC (máximo 0,3 mL/kg); Difenidramina 1mg/kg por via oral ou IM; Se bronco espasmo: inalação com SF 0,9% 5 mL e fenoterol 0,05% uma gota para cada 3 kg (máximo 10 gotas) Adrenalina pode ser repetida a cada 15 min se necessário; Não repetir a difenidramina; A inalação pode ser repetida a cada 20 minutos se necessário Reação moderada Urticária generalizada; Angioedema e; Estridor inspiratório. Adrenalina (1/1.000) 0,01 mL/kg por via IM (máximo 0,3 mL/Kg); Difenidramina 1 mg/kg por via EV; Metilprednisolona 2 mg/kg por via EV; Adrenalina pode ser repetida a cada 15 min se necessário Reação grave Estridor inspiratório; Falência respiratória e; Choque. Adrenalina (1/10.000) 0,1 mL/kg por via EV (máximo 10 mL); Soro fisiológico 0,9% 20 mL/kg rápido - para reposição de volume; Difenidramina 2 mg/kg por via EV; Metilprednisolona 2 mg/kg por via EV; Manobras de reanimação Cardiorrespiratória, Intubação traqueal Adrenalina pode ser repetida a cada 5 min. 21 3 CALENDÁRIO DE VACINAÇÃO O esquema de vacinação de rotina, com a sequência cronológica com que as vacinas são administradas, é denominado calendário de vacinação. Para elaboração dos calendários, são considerados: • A importância epidemiológica da doença a ser prevenida; a disponibilidade de uma vacina segura e eficaz; • O melhor esquema para se obter uma resposta imune adequada; • Os recursos disponíveis; • A viabilidade do esquema e o número de aplicações. Os calendários variam de um país para outro e, dentro de um mesmo país, podem variar de região para região. A utilização no novo calendário da vacina inativada para poliomielite (VIP) está fundamentada no risco de reação paralítica pós-vacinal com a vacina de vírus vivo da pólio oral (VOP). Estima-se que, nas primeiras duas doses, esse risco seja de um para cada 750.000 doses. Como a doença (poliomielite) não é notificada no Brasil há vários anos, o risco de reação paralítica, embora muito baixo, passa a ter maior importância. Com a vacina inativada, a reação paralítica pós-vacinal não ocorre. Há vacinas ainda não contempladas pelo calendário Municipal de Araucária, que podem ser prescritas pelos pediatras/clínicos e solicitadas, via formulário próprio (p. 115), ao Centro Regional de Imunobiológicos Especiais – CRIE, conforme indicação, dentre elas estão: o Hepatite A, embora seja doença comum na infância, pode apresentar complicações e, como existe vacina segura e eficaz, ela foi incluída no calendário da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). o A vacina tríplice acelular (DPaT) tem eficácia semelhante à tríplice de células inteiras (DPT) e apresenta menor reatogenicidade. Por esta razão, foi sugerida pela SBP. Deverá ser realizado o preenchimento da ficha de eventos adversos pós-vacinação e o formulário de imunobiológicos especiais; o Pnemocócica 23 valente, indicada para crianças acima de 2 anos e idosos (≥ 65 anos). A vacina para HPV protege contra aproximadamente 70% dos cânceres de colo do útero e está incluída em outros calendários, como o calendário da Academia Americana de Pediatria. Não está disponível no setor público. No escolar e no adolescente, a vacinação frequentemente é negligenciada. Além disso, para muitos profissionais de saúde, vacina é assunto exclusivo da criança pequena. Entretanto, o que se verifica é que muitos escolares e adolescentes não estão adequadamente imunizados e apresentam incidência relativamente elevada de várias doenças imunopreveníveis. Os escolares e os adolescentes poderão apresentar carteira de vacinação incompleta, com esquema básico de vacinação interrompido. Nesse caso, não é necessário reiniciar o esquema, e sim completá-lo. Outra situação comum é aquela em que não há informação disponívelsobre vacinação anterior. Se a informação na puder ser comprovada por meio de registros oficiais (carteira de vacinação, prontuário médico, registro permanente de vacinação), deverá ser considerado com não vacinado e, neste caso, iniciar esquema vacinal conforme idade, proceder aos registros em carteira de vacinação, prontuário médico e registro permanente de vacinação. Os adultos e, especialmente para os idosos, existem indicações bem definidas de vacinação que, quando seguidas corretamente, apresentam significativo benefício em termos de redução de morbidade e/ou mortalidade. Adultos que não tiveram algumas doenças, como sarampo, rubéola, varicela e hepatite A, ou que não receberam vacinação adequada, continuam expostos a essas doenças, que frequentemente têm manifestações mais graves nessa faixa etária. O calendário de vacinação para adultos leva em conta a faixa etária e parte do pressuposto que adultos de idades diferentes têm riscos diferentes de não estarem imunes para determinadas doenças. Além disso, deve-se lembrar de que adultos com idade acima de 64 anos têm risco maior de desenvolver formas graves de determinadas doenças. 22 3.1 IMUNODEPRIMIDOS Como regra geral, os imunodeprimidos não devem ser vacinados com vírus vivo atenuado ou bactéria viva atenuada, pelo risco de desenvolverem a doença. As principais vacinas de vírus vivo atenuado são: pólio oral (Sabin), sarampo, caxumba, rubéola, varicela, febre amarela e rotavírus. A principal vacina de bactéria viva atenuada é a vacina BCG. As vacinas de vírus ou bactérias inativadas, com frações de bactérias ou com toxóides, podem ser utilizadas. Entretanto, a resposta imune a estas vacinas pode ser inadequada. Em relação à imunização, os principais grupos de imunodeprimidos podem ser classificados em: • Imunodeficiências primárias; • Imunodeficiências secundárias; • Infecção pelo HIV; • Pacientes em uso de corticosteróide; • Após transplante de medula óssea. Outro aspecto importante é a vacinação dos contatos domiciliares dos pacientes imunodeprimidos. É importante lembrar que a vacina contra a poliomielite oral (tipo Sabin) é contra- indicada para todos os contatos domiciliares de pacientes imunodeprimidos porque o vírus vacinal pode ser transmitido para o imunodeprimido. 3.1.1 Imunodeficiências primárias Vacinas de vírus vivos atenuados ou bactérias vivas atenuadas são contra-indicadas em todos os pacientes com distúrbios dos linfócitos B e em todos os pacientes com distúrbios mediados por linfócitos T. A exceção é o grupo de pacientes com deficiência de IgA, que podem ser vacinados. As outras vacinas (vírus ou bactérias inativadas, frações de bactérias ou toxóides) podem ser utilizadas, mas nem sempre apresentarão uma resposta imune adequada, e, se possível, a resposta imune deverá ser verificada após a vacinação. Os pacientes com deficiência da função de fagócitos, como doença granulomatosa crônica, não devem receber vacinas de bactérias vivas atenuadas, como a vacina BCG. As outras vacinas podem ser utilizadas, inclusive aquelas de vírus vivo atenuado. Os pacientes com deficiência de complemento podem receber todas as vacinas, inclusive as vacinas de vírus vivo atenuado, sem aumento dos riscos. Os esplenectomizados e os pacientes com asplenia funcional devem ser imunizados rotineiramente contra pneumococo e influenza. 3.1.2 Imunodeficiências secundárias Vários fatores devem ser considerados quando se analisa a imunização neste grupo de pacientes: a doença de base, o tratamento utilizado, o momento do tratamento e o histórico anterior de imunizações. De maneira geral, as vacinas com vírus vivos atenuados e bactérias vivas atenuadas estão contra-indicadas, pelo risco aumentado dos eventos adversos. Por outro lado, as crianças com leucemia em remissão há pelo menos um ano podem ser beneficiadas com a utilização da vacina contra a varicela nas seguintes condições: contagem de linfócitos acima de 700 mm3 e plaquetas acima de 100.000/mm3. Devem-se utilizar duas doses com intervalos de oito semanas. No paciente sob quimioterapia, a utilização de vacinas com vírus vivo atenuado ou bactéria viva atenuada deve ser postergada até três meses após o término da quimioterapia, uma vez que a resposta imune costuma se normalizar após este período. 3.1.3 Infecção pelo vírus HIV Os dados sobre imunização de crianças portadoras do vírus HIV são limitados, mas os eventos adversos mais graves ocorreram com as vacinas BCG e sarampo. No entanto, pela gravidade do sarampo nas crianças com Aids, com taxas de mortalidade de 40%, a vacina contra o sarampo deve ser considerada na criança com infecção pelo HIV assintomática ou com poucos sintomas e contagem de linfócitos T e CD4 não muito deprimidas. 23 A vacina BCG está indicada nas crianças com infecção pelo HIV que estão assintomáticas. A vacina contra a varicela também está indicada se a contagem de CD4 for superior a 25%. As vacinas tríplice (difteria, coqueluche e tétano), contra hepatite A, hepatite B e Haemophilus influenzae podem ser utilizadas normalmente. Para a poliomielite, deve-se utilizar a vacina de vírus inativado (tipo Salk), não somente para o paciente, como também para os contatos domiciliares. 3.1.4 Uso de corticosteróide Crianças que estejam recebendo corticosteróide podem estar imunodeprimidas, dependendo da dose e do tempo de utilização. • Doses acima de 2 mg/kg por dia de prednisona ou equivalente, para crianças, e acima de 20 mg/dia, para crianças maiores e adultos, por tempo superior a 14 dias, devem ser consideradas imunossupressoras. Estes pacientes não devem receber vacinas de vírus vivo atenuado ou bactéria viva atenuada. • Crianças recebendo corticosteróide em dias alternados, em doses inferiores a 2 mg/kg/dia de prednisona ou equivalente, ou a 20 mg/dia, para crianças maiores ou adultos, não são consideradas imunodeprimidas e podem receber todas as vacinas normalmente. Da mesma forma, pacientes com uso inalatório ou tópico de corticosteróide, ou com dose de manutenção fisiológica, também podem receber as vacinas normalmente. • No caso de pacientes recebendo doses elevadas de corticoide (acima de 2 mg/kg/dia de prednisona, para crianças, ou 20 mg/dia para adultos), por período inferior a 14 dias, as vacinas de vírus vivo atenuado ou bactéria viva atenuada podem ser utilizadas, porém é preferível esperar duas semanas para utilizar vacinas de vírus vivo atenuado ou bactéria viva atenuada. 3.1.5 Após transplante de medula óssea Inúmeros fatores afetam a resposta imune à vacinação em pacientes que estejam se recuperando de um transplante de medula óssea bem-sucedido. Eles incluem: imunidade do doador, tipo de transplante (autólogo ou alogênico), tipo de célula utilizada no resgate, intervalo pós-transplante, uso de medicamentos imunossupressores e presença de doença enxerto versus hospedeiro. Embora o paciente receptor adquira imunidade do doador, alguns não apresentam evidências sorológicas dessa imunidade. A retenção de memória imunológica pode ser facilitada se o doador receber um estímulo antigênico pré-doação. Como regra geral, os pacientes pós-transplante de medula óssea devem ser revacinados com todo o esquema vacinal algum tempo depois do transplante de medula óssea. O tempo pós-transplante de medula óssea é o fator mais importante para a resposta imune às vacinas. Decorridos 12 meses após o transplante de medula óssea, os pacientes podem receber as vacinas de bactérias inativadas, vírus inativados, frações de bactérias ou toxóides. Dessa forma, as vacinas indicadas são: tríplice (difteria, coqueluche e tétano), nas crianças menores de sete anos; e dupla (difteria e tétano), hepatite B, hepatite A, anti-Haemophilus, pólio inativada, pneumocócica e meningocócica naquelas maiores de sete anos. A imunidade para hepatite B deve ser testada após a 3ª. dose, e, caso a resposta não tenha sido adequada(títulos inferiores a 10 UI/mL), nova série deverá ser aplicada. Decorridos 24 meses após o transplante de medula óssea, os pacientes podem receber as vacinas de vírus vivo atenuado se o estado imunológico se mostrar competente. A vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) deve ser administrada em duas doses, com intervalo mínimo de 6 a 12 meses. A vacina contra varicela é contra-indicada. A vacina contra influenza pode ser utilizada 12 meses após o transplante de medula óssea, mas, se o outono ocorrer antes desse período, poderá ser antecipada, desde que decorridos pelo menos seis meses após o transplante. A vacina BCG não deve ser aplicada. 24 3.1.6 Profissionais de Saúde Os profissionais da saúde estão constantemente em contato com pacientes e materiais potencialmente infectantes. Por este motivo, estão sob risco de se contaminar com doenças que podem ser evitadas através da imunização. A manutenção de imunidade adequada dos profissionais de saúde é um aspecto importante não só para protegê-los, mas também para reduzir o risco de transmissão de doenças para os pacientes que são atendidos por estes profissionais. As orientações não se limitam aos profissionais que trabalham em ambiente hospitalar, mas devem ser aplicadas a todos aqueles que têm contato direto com pacientes. As principais vacinas recomendadas para os profissionais da saúde são: dupla bacteriana (dT – contra difteria e tétano), hepatite B, influenza, tríplice viral (sarampo, caxumba, rubéola), varicela. A vacina BCG, não está recomendada na rotina. Deve ser avaliada a circunstancia em que está inserido o profissional de saúde; avaliar necessidade de PPD; dar prioridade à medidas de controle administrativas, ambientais e de proteção individual; inicio precoce de tratamento aos infectantes (MS, 2011; Red Book, 2003). 4 ESQUEMA VACINAL DA CRIANÇA Nº DE DOSES INÍCIO VACINAÇÃO INTERVALO ENTRE AS DOSES VACINA PROT. CONTRA COMPOSIÇÃO VAC. BÁSICA REVAC. OU REF. IDADE MIN. IDADE MAX. INTERV. RECOM. INT. MIN. DOSAGEM VIAS DE ADM. AGULHA LOCAL APLIC. CONSERV. TEMPO VALIDO APÓS ABERTO EFICÁCIA ESPERADA HEPATITE B1 Contra HEPATITE B Partícula da cápsula do vírus antígeno de superfície 3 doses ** ** RN: Até 12 H de vida. Outras idades: sem limite mínimo 29 anos, 11meses, 29 dias RN: continuar esquema da Pentavalente. Outros: 1ª p/2ª dose 30 dias. 3ª dose: 6 meses após a 1ª dose 1ª p/2ª dose 30 dias; da 2ª p/ 3ª 5 meses.* 0,5 ml até 19 anos, 11 meses, 29 dias. 1,0 ml após 20 anos. IM 20 x 5,5 25 x 6,0 25 x 7,0 Músc.:VLC esq. ou Deltóide. Central, Reg. e Local: +2º a +8º C Até o final do frasco Superior a 95% BCG Formas graves da Tuberculose Bactéria viva atenuada 1 dose Depende da indicação Ao nascer 4 anos, 11meses, 29 dias ** ** ** ** 0,1 ml ID 13 x 3,8 Inserção inf. do músc deltóide direito Central, Reg. e Local: +2º a +8º C 6 horas Cerca de 80% INATIVADA PÓLIO - VIP Vírus inativado tipos I, II e III – VIP - 2 doses: 1a e 2a ** ** 45 dias 4 anos, 11meses, 29 dias 2 meses 30 dias, qdo estrita// necessário 0,5ml; IM 20 x 5,5 25 x 6,0 VLC Esq. Central, Reg. e Local: +2º a +8º C 6 horas. 99 a 100% Após a 3º dose. ANTIPÓLIO ORAL - VOP Poliomielite Vírus vivo atenuado tipos: I, II e III – VOP - 1 dose: 3a 1 dose, 1 ano após a 3ª dose 45 dias 4 anos, 11meses, 29 dias 2 meses 30 dias 2 gotas ORAL Boca Central e Reg.: -20ºC Local: +2º a +8º C 5 dias 90 a 95% Após a 3º dose. CONTRA ROTAVÍRUS Gastroenterites por Rotavírus Vírus humano vivo atenuado 2 doses ** ** 45 dias 1ª: 3 meses e 7 dias. 2ª: 5 meses e 15 dias 2 meses 30 dias 1,0 ml ORAL ** ** Boca Central, Reg. e Local: +2º a +8º C Usar Imediatamen te ou até 24 horas GEG: 68 a 90%; OGE: 55 a 73%; HGE: 64 a 93% PENTA- VALENTE Difteria/ Tétano/ Coqueluche/Menin gite p/ Hib/Hepatite B Bact. morta e produto de bact.(toxina); Polissac.do Hib; Partícula da cápsula do vírus antígeno de superfície 3 doses Usar DTP 2 meses 6 anos, 11 meses e 29 dias 2 meses 30 dias 0,5 ml IM 20 x 5,5 25 x 6,0 VLC direito Central, Reg. e Local: +2º a +8º C Uso imediato Dift.: 80 a 90%; Coq.: 75 a 80%; Tét.: aprox100%; Hib.: aprox100%; HB: Sup. a 95% PNEUMO 10 VALENTE CONJ. Dça Pneumoc. Invasiva e otite média por Strepto. pneum. 10 sorot. de pneumoc. (1,4,5,6B,9V,14,18C,19F,23F ) conj. a uma Ptn < 1 ano: 3 doses. > 1 a < 2 anos: 1 dose, s/ reforço. 1 dose entre 12 e 15 meses de idade. 2 meses 1 ano, 11 meses e 29 dias 2 meses 30 dias 0,5 ml IM 20 x 5,5 25 x 6,0 VLC Central, Reg. e Local: +2º a +8º C Uso imediato após reconstit. > 90% MENINGOC.C CONJUGADA Dças provocadas por Neisseria mening. tipo C Oligossac.mening. C conjug. Ptn CRM 197 < 1 ano: 2 doses. > 1 a < 2 anos: 1 dose, s/ ref. 1 dose entre 12 e 15 meses de idade. 3 meses 1 ano, 11 meses e 29 dias 2 meses 30 dias 0,5 ml IM 20 x 5,5 25 x 6,0 VLC Central, Reg. e Local: +2º a +8º C Uso imediato após reconstit. Cerca de 93% CONTRA - VARICELA Varicela Vírus vivo atenuado 1 dose ** ** 1 ano Não há ** ** ** ** 0,5 ml SC 13 x 4,5 Reg. deltoidiana face post (Esq.) Cent. e Reg.: -20ºC Local: +2º a +8º C Uso imediato após reconstit. 97% TRÍPLICE VIRAL Sarampo Rubéola Caxumba Vírus vivo atenuado 1 dose 1 dose, dos 4-6 anos 1 ano Sem limite ** ** 0,5 ml SC 13 x 4,5 Reg. deltoidiana face pos (Dir.) Central e Reg.: -20ºC Local: +2º a +8º C 8 horas Superior a 95% DTP2 Difteria Coqueluche Tétano Bactéria morta e produto de bactéria (toxina) 3 doses 1º Ref: 1 ano após a 3ª dose da Penta. 2º Ref: 1 dose dos 4-6 anos 2 meses 6 anos, 11 meses e 29 dias 2 meses 30 dias 0,5 ml IM 25 x 6,0 25 x 7,0 VLC Dir. Após 2 anos de idade, aplicar:QSEG ou Deltóide. Central, Reg. e Local: +2º a +8º C Até o final do frasco Dift.: 80 a 90%; Coq.: 75 a 80%; Tét.: aprox100% DT3 Tétano; Difteria Produto de bactéria (toxina) 3 doses A cada 10 anos, gest/aciden. cada 5 anos 7 anos Sem limite 2 meses 30 dias 0,5 ml IM 25 x 6,0 25 x 7,0 Múscúlos: Deltóide, QSEG, VLC Central, Reg. e Local: +2º a +8º C Até o final do frasco Dift.: 80 a 90% ; Tét.: aprox100% FEBRE AMARELA 4 Contra Febre Amarela Vírus vivo atenuado 1 dose A cada 10 anos 9 meses. Áreas endêmicas: 6 m Sem limite.Não vacinar gest. ** ** ** ** 0,5 ml SC 13 x 4,5 Região deltoidiana face posterior Central e Reg.: -20ºC Local: +2º a +8º C 4 horas Superior a 95% 1 RN: após a 1ª dose (até 12h.), continuar conforme esquema da Pentavalente. Demais situações manter esquema 0, 1, 6. Intervalo mínimo: quando houver atraso da 1ª para 2ª dose, poderá ser utilizado intervalo mínimo de 2 meses entre a 2ª e 3ª dose – utilizar SOMENTE para adultos. Acima de 30 anos, aplicar somente em grupos de risco. 2 Utilizar para os reforços da Tetra/Pentavalente: 1º reforço 1 ano após a 3ª dose da Tetra/Pentavalente; 2º reforço entre os 4 a 6 anos de idade. Aplicar as doses necessárias para iniciar esquema (3) doses ou completar esquemas em atraso. 3 Inicia-se aos 7 anos, para quem não possui o esquema completo da DTP, para quem possui o esquema completo da DTP deve aplicar um reforço 10 anos após a última dose da DTP. Gestantes devem ser vacinadas durante a gestação, com reforço a cada 5 anos. Adultos com esquema completo, devem receber 1 reforço a cada 10 4 No PARANÁ é realizada com 9 meses de idade. Nas áreas de alto risco aos 6 meses de vida. NÃO APLICAR EM GESTANTES. 4.1 CALENDÁRIO DE VACINAÇÃO INFANTIL – PROPOSTA DE MUDANÇA PARA 2º SEMESTRE DE 2012COMO ERA COMO FICA IDADE VACINA DOSE IDADE VACINA DOSE BCG-ID Dose única BCG-ID Dose única Ao nascer Hepatite B 1ª dose Ao nascer Hepatite B 1ª dose 1 mês Hepatite B 2ª dose Tetravalente ((DTP + Hib) Pentavalente (DTP + Hib + HB) Vacina oral poliomielite Vacina poliomielite inativada Vacina oral Rotavírus humano Vacina oral Rotavírus humano 2 meses Vacina Pneumocócica 10 1ª dose 2 meses Vacina Pneumocócica 10 1ª dose 3 meses Vacina meningocócica C 1ª dose 3 meses Vacina meningocócica C 1ª dose Tetravalente ((DTP + Hib) Pentavalente (DTP + Hib + HB) Vacina oral poliomielite Vacina poliomielite inativada Vacina oral Rotavírus humano Vacina oral Rotavírus humano 4 meses Vacina Pneumocócica 10 2ª dose 4 meses Vacina Pneumocócica 10 2ª dose 5 meses Meningocócica C 2ª dose 5 meses Meningocócica C 2ª dose Hepatite B Pentavalente (DTP + Hib + HB) Vacina oral poliomielite Vacina oral poliomielite Tetravalente ((DTP + Hib) 6 meses Vacina Pneumocócica 10 3ª dose 6 meses Vacina Pneumocócica 10 3ª dose 9 meses Febre Amarela Dose Inicial 9 meses Febre Amarela Dose Inicial Tríplice Viral 1ª dose Tríplice Viral 1ª dose 12 meses Vacina Pneumocócica 10 Reforço 12 meses Vacina Pneumocócica 10 Reforço Tríplice Bacteriana (DTP) 1º reforço Tríplice Bacteriana (DTP) 1º reforço Vacina oral poliomielite Vacina oral poliomielite 15 meses Meningocócica C Reforço 15 meses Meningocócica C Reforço Tríplice Bacteriana (DTP) 2º reforço Tríplice Bacteriana (DTP) 2º reforço 4 anos Tríplice Viral 2ª dose 4 anos Tríplice Viral 2ª dose 10 anos Febre Amarela Uma dose a cada 10 anos 10 anos Febre Amarela Uma dose a cada 10 anos CAMPANHAS DE VACINAÇÃO INFANTIL – PROPOSTA DE MUDANÇA PARA 2º SEMESTRE DE 2012. < 5 Anos Vacina oral de poliomielite 2 etapas: Jun. e Agosto < 5 Anos Vacina oral de poliomielite 1 Etapa em Junho. Multivacinação em Agosto DE 6 meses a < de 2 anos Vacina Influenza (Gripe) DE 6 meses a < de 2 anos Vacina Influenza (Gripe) Fonte: Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Disponível em: http://portalsaude.saude.gov.br/portalsaude/arquivos/pdf/2012/Jan/18/calendario_180112.pdf 4.2 CALENDÁRIO VACINAÇÃO DA CRIANÇA – EVENTOS ADVERSOS PÓS-VACINAÇÃO, CONTRAINDICAÇÕES E ORIENTAÇÕES. Eventos adversos pós-vacinação Vacina Locais Sistêmicos Contraindicações específicas Orientações BCG Abscesso frio, ulcera >1cm, gânglio(s) axilar(es) e ou supra ou infraclavicular. Inicio da reação local: 15 a 30 dias da vacinação Lesões generalizadas são raras e normalmente associadas a imunodeficiência. Não costumam apresentar febre e/ou mal-estar. Peso < 2Kg, AIDS sintomáticos ou com imunodepressão e lesões de pele locais ou generalizadas • Quando indicado, esta vacina poderá ser aplicada em outras faixas etárias, em comunicantes de Hanseníase. • Após a vacinação, se não fizer cicatriz no prazo de 6 meses, revacinar – aplicar a dose 2 cm acima da 1ª dose Contra Hepatite B Dor, calor, rubor, inchaço, prurido. Inicio das reações geralmente nas 1as 24h, com duração de 48 a 72h. Febre discreta. Casos raros de alergia. Reação anafilática a dose anterior • 1ª dose, nas 1as 12h de vida, na maternidade; • Prematuros com IG de ≤ 36 semanas é de 4 doses (0, 1, 2, 6 meses); Antipolio Oral Nenhuma. Poliomielite vacinal (rara: 1/24 milhões de doses), cujo inicio dos sintomas ocorre entre 4 a 30 dias da vacinação. AIDS sintomáticos ou com imunodepressão, diarreia e vômitos. • VOP e Rotavírus devem ser aplicadas simultaneamente ou com intervalo de 30 dias; • Caso a cça regurgite, vomite ou cuspa a vacina até 1 hora após a aplicação, repetir a dose; Vacina Inativada poliomielite Mais frequentemente relatados: � Eritema (em 0,5% a 1,5%); � Enduração (em 3% a 11%); � Hiperestesia ou sensibilidade local aumentada ao toque manual (de 14% a 29% dos vacinados); EAPVs notificados com a VIP em comparação com a VOP não apresentaram diferenças entre os tipos e a frequência dos eventos tais como febre, convulsões e reações locais, porém ambas as vacinas (VOP/VIP) eram administradas associadas com outras vacinas. � Anafilaxia aos componentes da vacina, especialmente aos antibióticos (neomicina, polimixina e estreptomicina); � Qualquer pessoa que já apresentou quadro de reação alérgica grave a uma vacinação anterior com VIP. Está indicada: � A todas as crianças acima de 2 meses de idade – idade mínima 6 semanas; � Pessoas imunocomprometidas ou, para cuidadores de imunodeficientes; � Crianças que estejam em contato domiciliar ou hospitalar com pessoa imunodeprimida; � Pessoas submetidas a transplante de órgãos sólidos ou de medula óssea; � Recém-nascidos que permaneçam internados em unidades neonatais por ocasião da idade de início da vacinação; � Crianças com história de paralisia flácida associada à vacina, após dose anterior de VOP. � Pessoas nas quais a VOP é contra indicada; � Pode ser utilizada durante a amamentação; � Pode ser usada em crianças com diarréia. OBS: Filhos de mãe HIV positivo antes da definição diagnóstica e crianças com HIV/aids devem receber a VIP e, quando não disponível esta vacina, deve-se utilizar a VOP. Rotavírus Nenhuma. Irritabilidade, perda do apetite, diarreia, vômitos, dor abdominal, flatulência, regurgitação. Inicio das reações até 14 dias após a vacinação, com duração de 24 a 72h. Quadro agudo febril de moderado a grave, imunodeficiência primária ou secundária, vômitos, diarreia que leva a hospitalização. • A idade máxima para a 1ª dose é de 3 meses e 7 dias e, da 2ª dose é de 5 meses e 15 dias, não devendo ser aplicada fora desses prazos; • Caso a cça regurgite, vomite ou cuspa a vacina NÂO repetir a dose; • Aplicar simultaneamente com a Sabin ou com intervalo de 30 dias entre elas. Pentavalente Leves: dor, vermelhidão e enduração local. Leves: febre, mal estar geral e irritabilidade nas primeiras 24 a 48 horas subsequentes à vacinação. Inapetência, vômitos, diarreia, sonolência, choro anormal são frequentes. Graves: convulsão e episódio Hipotônico-hiporresponsivo, anafilaxia e encefalopatia. A ocorrência de reação anafilática ou encefalopatia aguda grave subsequente à aplicação da vacina Tetravalente/Pentavalente constitui contraindicação absoluta para a administração das doses subsequentes desta vacina; Crianças com quadro neurológico em atividade; Esquema Básico em < 1 ano: � Aplicar aos 2, 4 e 6 meses de vida. Idade máxima: 6 anos, 11 meses e 29 dias; � Criança com idade ≥ a 1 ano de idade sem o esquema da DTP/Hib (tetra) ou sem o esquema da HB, iniciará o esquema vacinal com a vacina Penta (D1) contemplando a HB, DTP e Hib. As doses subseqüentes (D2 e D3) serão feitas com as vacinas HB monovalente e DTP. Reforços: � 1º Reforço: 1 dose 1 ano após a 3ª dose do esquema básico (tetravalente/pentavalente) e; � 2º Reforço: 1 dose dos 4 aos 6 anos de idade com a vacina DTP; � A partir dos 7 anos de idade, para os indivíduos ainda não vacinados ou com esquema incompleto, utiliza-se a vacina dupla adulto (dT), inclusive para as gestantes. Pneumo 10 valente conjugada Dor, rubor, edema, enduração. Mais comuns: sonolência, perda do apetite, febre (38 a 39º C). Mais raras: convulsões febris, reações alérgicas. Hipersensibilidade conhecida a qualquer componente da vacina. • Recomenda-se intervalo de 30 dias entre a vacina Pneumo 10 valente conjugada e a vacina contra Febre Amarela; • Em áreas de risco potencial para febre amarela, priorizar a vacina contra febre amarela e adiar a Pneumo 10 valente conjugada; Meningo C conjugada Dor, rubor, edema, enduração, sensibilidade. Febre >38º C, irritabilidade (choro), sonolência, insônia, inapetência, vomito e diarreia. Reações de anafilaxia, broncoespasmo, edema de face,
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