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159_METEOROLOGIA_E_CLIMATOLOGIA_VD2_Mar_2006

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METEOROLOGIA E CLIMATOLOGIA
Mário Adelmo Varejão-Silva
Versão digital 2 – Recife, 2006
5.4 - Temperatura do ponto de orvalho.
O umedecimento isotérmico (processo a) não poderia continuar indefinidamente, ultra-
passando a curva de saturação. De fato, após a saturação ter ocorrido (ponto A da Fig. IV.1),
qualquer acréscimo de vapor d'água iria apenas provocar condensação. Caso se desejasse
realmente colocar mais vapor d'água na amostra de ar, já saturada, seria preciso seguir a curva
de saturação (para a direita) e, portanto, aumentar a temperatura. Quando a temperatura am-
biente se eleva, cresce também o valor da pressão de saturação do vapor, indicando que um
maior número de moléculas d'água pode permanecer no estado gasoso. 
Considere-se, agora, o segundo processo (b): o resfriamento isobárico, representado
pelo segmento de reta unindo X(e, t) a B (Fig. IV.1). Após atingida a temperatura (td) em que a
saturação acontece, qualquer resfriamento adicional deve ser feito seguindo a curva de satura-
ção {não o prolongamento da linha X(e, t) – B} e, isso, implica reduzir o valor da pressão de
saturação. Essa redução só se justifica pela passagem de parte do vapor ao estado líquido
(condensação), de modo que o valor máximo da pressão de saturação à nova temperatura seja
respeitado. Evidentemente a condensação do "excesso" do vapor, provocado pelo resfriamen-
to, vai originar a formação de gotas d'água nas superfícies em contacto com essa amostra de
ar (formação de orvalho). Exatamente por isso td é chamada de temperatura do ponto de or-
valho, à qual se deve resfriar o ar úmido para torná-lo saturado, sem que se altere o valor inicial
da pressão parcial do vapor nele contido. Como se observa, a saturação, neste caso, é obtida
apenas por resfriamento (sem acréscimo algum de vapor d'água). 
Qualquer amostra de ar que atinja sua temperatura do ponto de orvalho torna-se satu-
rada. Se, após atingir td, o resfriamento prosseguir, haverá formação de depósitos de água nas
superfícies mais próximas. É exatamente isto que explica a formação de gotas d'água na su-
perfície externa de um copo contendo uma bebida bem "gelada". Em contacto com a superfície
arrefecida do copo, cuja temperatura é inferior à do ponto de orvalho, parte do vapor d'água se
condensa. O hábito que certas pessoas têm de expirar seu hálito sobre a lente dos óculos an-
tes de limpá-las, é justificado do mesmo modo. O ar quente e úmido proveniente dos pulmões
resfria-se ao contacto com a superfície mais fria da lente, provocando a condensação de vapor,
haja vista que a temperatura da lente é inferior à do ponto de orvalho do ar expirado. Um tercei-
ro exemplo é a formação natural de orvalho sobre a superfície das folhas e de corpos expostos
ao ar livre. Durante a madrugada as temperaturas dessas superfícies podem tornar-se inferio-
res à do ponto de orvalho, advindo daí a condensação.
A determinação de td é feita a partir do valor da pressão parcial do vapor (e) presente
na amostra de ar. Uma vez que, pela definição de td, o valor da pressão parcial (e) não muda
durante o processo (a saturação acontece apenas por resfriamento), basta procurar no corpo
da tabela de saturação o valor da pressão parcial do vapor (e) e verificar a temperatura corres-
pondente (td). Caso o valor exato não figure na tabela, pode-se adotar o mais próximo, ou efe-
tuar uma interpolação entre aqueles imediatamente superior e inferior ao da pressão parcial
obtida.
Uma outra maneira consiste em usar equações empíricas, obtidas por regressão poli-
nomial. Na prática, sendo a pressão parcial do vapor expressa em mb, pode ser usada a se-
guinte expressão:

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