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Uso adequado da vírgula na escrita

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alunos precisam de, que os professores os ajudem.
PONTUAÇÃO
· Os alunos ficaram, satisfeitos com a explicação.
obs.: Todas as construções estão inadequadas.
Os sinais de pontuação tradicionalmente usados nos textos de nossa língua são:
· Vírgula [ , ]
· Ponto e Vírgula [ ; ]
· Dois-pontos [ : ] • Ponto [ . ]
· Ponto de Interrogação [ ? ]
· Ponto de Exclamação [ ! ]
· Travessão [ – ]
· Parênteses [ ( ) ]
· Aspas [ “ ” ]
· Reticências [ ... ]
VÍRGULA
A vírgula pouco ou nada tem a ver com prosódia, mas tem muito a ver com sintaxe. A vírgula, na escrita, não necessariamente é uma pausa na fala, tampouco é usada para pausar quando se lê um trecho virgulado. Assim, vale dizer que o importante é, primeiro, saber em que situações gerais NÃO se usa a vírgula.
CASOS PROIBITIVOS
1) A vírgula não pode ser usada entre o sujeito e logo após o seu verbo.
Ex.: Todos os alunos daquele professor, entenderam a explicação. (ERRADO)
Obs.: Por mais que o sujeito esteja deslocado no período, nunca será separado por vírgula:
“Ficaram inconformados com a notícia da proibição de qualquer manifestação religiosa os evangélicos e os católicos.”
2) A vírgula NÃO pode ser usada entre o verbo e logo após o seu complemento (objeto direto, indireto (em forma de oração, inclusive)) ou predicativo do sujeito.
Ex.:
· Os alunos entenderam, toda aquela explicação do professor sobre vírgula.
· Os alunos precisam, de uma explicação detalhada sobre vírgula.
· Os alunos entenderam, que precisam estudar bem a vírgula.
3) A vírgula NÃO pode ser usada entre um substantivo e seu complemento nominal ou adjunto adnominal.
Ex.: Todos os alunos, daquele professor entenderam a explicação. (ERRADO).
4) A vírgula não pode ser usada entre a locução verbal de voz passiva e o agente da passiva.
Ex.: Todos os alunos foram convidados, por aquele professor para a Feira. (ERRADO)
CUIDADO!
Normalmente as vírgulas são colocadas entre termos que interrompem a estrutura S V C A. Veja:
1) Sujeito, ..., verbo + complemento + adjunto adverbial A professora do curso, Glicia Kelline, ministra aulas de Português.
2) Sujeito + verbo, ..., complemento + adjunto adverbial Eu estudei, Glicia, toda a aula de ontem?
3) Sujeito + verbo + complemento, ..., adjunto adverbial O professor explicou Pontuação, que é minha maior dificuldade, magistralmente.
4) Locução verbal de voz passiva, ..., + agente da passiva Fui homenageado, ontem à noite, por alguns alunos e amigos.
A VÍRGULA NO PERÍODO SIMPLES
Alguns exemplos foram retirados do Manual de Redação da Presidência da República para melhor ilustrar o assunto.
1) Separa termos de mesma função sintática, numa enumeração.
Ex.: Simplicidade, clareza, objetividade, concisão são qualidades a serem observadas na redação oficial.
Devemos observar a simplicidade, a clareza, a objetividade e a concisão na redação oficial.
2) Separa aposto explicativo.
Ex.: Aristóteles, o grande filósofo, foi o criador da Lógica.
3) Separa vocativo.
Ex.: Brasileiros, é chegada a hora de votar.
4) Separa (facultativamente) as expressões para mim, para ti ou para si (ou sinônimas) quando indicam benefício próprio ou posse, independentemente de sua posição na frase.
Ex.: Para mim(,) nada é melhor que acordar depois do meio- dia e dormir depois da meia-noite.
5) Separa termos repetidos.
Ex.: Aquele aluno era esforçado, esforçado.
6) Separa certas expressões explicativas, retificativas, exemplificativas, como: isto é, ou seja, ademais, a saber, melhor dizendo, ou melhor, quer dizer, por exemplo, além disso, aliás, antes, com efeito, data vênia, digo.
Ex.: O político, a meu ver, deve sempre usar uma linguagem clara, ou seja, de fácil compreensão.
7) A vírgula é FACULTATIVA entre o complemento de um verbo e logo após um adjunto adverbial.
Ex.: Nossos alunos ficaram exercitando questões de vírgula ontem à noite.
Nossos alunos ficaram exercitando questões de vírgula, ontem à noite.
PRESTE ATENÇÃO!!
1) Um advérbio só, como o não ou o nunca antes do verbo, modificadores intrínsecos do verbo, jamais é separado por vírgula: Eu não vou mais errar esta questão. / Nunca errarei esta questão.
2) Se o adjunto adverbial de curta extensão (normalmente formado por um ou dois vocábulos) estiver deslocado em qualquer posição na frase, a vírgula será facultativa também: “De fato estes alunos são mais interessados.” ou “De fato, estes alunos são mais interessados.”. Celso Cunha diz que a vírgula é facultativa entre o adjunto adverbial (mesmo não sendo de curta extensão) no início da oração e o verbo: “Por cima daquele prédio(,) formavam-se muitas nuvens.”. Esta questão de curta ou longa extensão às vezes é subjetiva... para variar...
A VÍRGULA NO PERÍODO COMPOSTO
1) Marca a elipse de um verbo (às vezes, de seus complementos).
Ex.: O decreto regulamenta os casos gerais; a portaria, os particulares. (= ... a portaria regulamenta os casos particulares).
Em 1994, Romário ganhou a Copa do Mundo; em 2002, Ronaldo. (= ... em 2002, Ronaldo ganhou a Copa do Mundo).
2) Não separa as orações coordenadas sindéticas aditivas ligadas por e ou nem.
Ex.: Muitos policiais estão envolvidos em receptação e continuam a envolver-se.
Aqueles policias não estão envolvidos em receptação nem procuram envolver-se.
3) Separa as orações coordenadas sindéticas adversativas.
Ex.: O dono de uma empresa demitiu 60% dos empregados, mas se arrependeu dias depois.
4) Separa as orações coordenadas sindéticas alternativas (ou... ou..., ora... ora..., quer ... quer ...).
Ex.: Ora ele procura resolver algumas situações com paciência, ora decide fazer justamente o avesso.
5) Separa as orações coordenadas sindéticas conclusivas.
Ex.: Os atores fizeram um grande espetáculo, por isso toda a plateia os aplaudiu efusivamente.
6) Separa as orações coordenadas sindéticas explicativas.
Ex.: Devo buscar mais informações, pois a vida me exige isso.
7) Separa as orações subordinadas adjetivas explicativas.
Ex.: O homem, que é razoável, saberá evitar uma “Terceira Guerra”.
8) Separa as orações subordinadas adverbiais (sobretudo as que vierem antes da principal ou intercaladas).
Ex.: Quando comprei o material, gostei muito.
Alguns vilões, assim que aparecem nas primeiras cenas das novelas, parecem bons.
Não irás temer quaisquer adversidades, se me amas de verdade.
9) Separa orações reduzidas de gerúndio, particípio ou infinitivo com valor de oração adverbial, de coordenada aditiva (gerúndio) ou de adjetiva explicativa.
Ex.: Chegando a carta, avise-me.
Terminada a palestra, rompeu com risos e aplausos. Ele, antes de ser homem, foi uma criança.
O vaso caiu no chão, despedaçando-se. (Cegalla)
O nosso planeta, ameaçado constantemente por nós mesmos, ainda resiste.
PONTO E VÍRGULA
O ponto e vírgula é usado para marcar uma pausa maior do que a da vírgula. Seu objetivo é colaborar com a clareza do texto. O ponto e vírgula serve para:
1) Separar orações coordenadas assindéticas, normalmente entre trechos já separados por vírgula (ou outros sinais de pontuação), marcando uma enumeração.
Ex.: As leis, em qualquer caso, não podem ser infringidas; mesmo em caso de dúvida, portanto, elas devem ser respeitadas.
Em criança, era um menino tímido mas inteligente; quando moço, era esperto e alegre; agora, como homem maduro, tornou-se um chato.
2) Separar vários itens de uma enumeração (frequente em leis).
Ex.: Art. 1o A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
I – a soberania; II – a cidadania;
III – a dignidade da pessoa humana;
IV – os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; (...)
3) Separar orações coordenadas cuja conjunção “implícita” é facilmente percebida.
Ex.: Comeu muito na festa, exageradamente; não conseguiu ir à aula de hoje. (= Comeu muito na festa, exageradamente, por isso não conseguiu ir à aula hoje.)
PONTO
Emprega-se o ponto, basicamente, para indicar o fim de uma frase declarativa deum período simples ou composto. Pode substituir a vírgula quando o autor quer realçar, enfatizar o que vem após (evita-se isso em linguagem formal).
Ex.: Posso ouvir o vento assoprar com força. Derrubando tudo!
O ponto é também usado em quase todas as abreviaturas: fev. = fevereiro, hab. = habitante, rod. = rodovia, etc. = et cætera. O ponto do etc. termina o período, logo não pode haver outro ponto: “..., feijão, arroz, etc..”. Absurdo também é usar etc. seguido de reticências: “... feijão, arroz, etc. ”.
Chama-se ponto parágrafo aquele que encerra um período e a ele se segue outro período em linha diferente. Esse último ponto agora (antes do Esse) é chamado de ponto continuativo, pois a ele se segue outro período no mesmo parágrafo. Ponto final é este que virá agora.
TRAVESSÃO
O travessão é um sinal bastante usado na narração, na descrição, na dissertação e no diálogo, portanto, figura repetida em qualquer prova; é um instrumento eficaz em uma redação. Pode vir em dupla, se vier intercalado na frase. Veja seus usos:
1) Indica a mudança de interlocutor no diálogo (discurso direto).
- Que gente é aquela, seu Alberto?
· São japoneses.
· Japoneses? E é gente como nós?
· É. O Japão é um grande país. A única diferença é que eles são amarelos.
· Mas então não são índios? (Ferreira de Castro)
2) Coloca em relevo certos termos, expressões ou orações; substitui nestes casos a vírgula, os dois-pontos, os parênteses ou os colchetes.
Ex.: Marlene Pereira – sem ser artificial ou piegas – lhe perdoou incondicionalmente. (oração adverbial modal)
· 
Um grupo de turistas estrangeiros – todos muito ruidosos – invadiu o saguão do hotel no qual estávamos hospedados. (predicativo do sujeito)
· Os professores – amigos meus do curso carioca – vão fazer videoaulas. (aposto explicativo)
PARÊNTESES
Os parênteses, muito semelhantes aos travessões e às vírgulas, são empregados para:
1) Colocar em relevo certos termos, expressões ou orações; substitui nestes casos a vírgula ou os travessões.
Ex.: Marlene Pereira (sem ser artificial ou piegas) lhe perdoou incondicionalmente. (oração adverbial modal)
· Um grupo de turistas estrangeiros (todos muito ruidosos) invadiu o saguão do hotel no qual estávamos hospedados. (predicativo do sujeito)
· Os professores (amigos meus do curso carioca) vão fazer videoaulas. (aposto explicativo)
2) Incluir dados informativos sobre bibliografia (autor , ano de publicação, página etc.).
Ex.: Mattoso Câmara (1977:91) afirma que, às vezes, os preceitos da gramática e os registros dos dicionários são discutíveis: consideram erro o que já poderia ser admitido e aceitam o que poderia, de preferência, ser posto de lado.
3) Indicar marcações cênicas numa peça de teatro. Ex.: João – Você vai aonde?
Pedro – Devo ir à praia.
João – Vou com você. Tchau, mãe! (sai pela esquerda)
ASPAS
As aspas são usadas comumente em citações, mas também há outras funções bem interessantes. Atualmente o negrito e o itálico vêm substituindo frequentemente o uso das aspas. Resumindo, elas são empregadas:
1) Antes e depois de citações textuais.
Ex.: “A vírgula é um calo no pé de todo mundo”, afirma a editora de opinião do jornal Correio Braziliense e especialista em língua portuguesa Dad Squarisi, 64.
2) Para assinalar estrangeirismos, neologismos, arcaísmos, gírias e expressões populares ou vulgares, conotativas.
Ex.: Chávez, com 58 anos, é uma figura doente e fugidia, que hoje representa o “establishment”. (Carta Capital)
Não me venham com problemática, que tenho a “solucionática”. (Dadá Maravilha)
3) Para realçar uma palavra ou expressão imprópria; às vezes com objetivo irônico ou malicioso. – Ele reagiu impulsivamente e lhe deu um “não” sonoro. – Veja como ele é “educado”: cuspiu no chão! – Se ela fosse “minha”...
4) Quando se citam nomes de mídias, livros etc.
Ex.: Ouvi a notícia no “Jornal Nacional”. – “Os Lusíadas” foi escrito no século XVI.

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