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IDEOLOGIA ( MARILENA CHAUI) Para Aristóteles, só há conhecimento da realidade ( portanto da permanência e movimento dos seres) quando há conhecimento das causas. Para isto formulou a Teoria da Causalidade, que ficou conhecida como a teoria das 4 causas: 1) Causa material ( responsável pela matéria de alguma coisa) numa mesa é a MADEIRA 2) Causa formal ( responsável pela essencia ou natureza de alguma coisa) numa mesa é ter as características, as forma de uma cadeira. 3) Causa motriz ou eficiente ( responsável pela presença de uma forma em uma matéria) numa mesa é o artesão que coloca na madeira a forma de uma cadeira. A causa eficiente é o agente de mudança. 4) Causa final (responsável pelo sentido e motivo e sentido de existência de uma coisa) numa mesa é a utilidade, o motivo a razão porque ela foi fabricada. As quatro causas, não possuem o mesmo valor, há uma hierarquia, da menor para a maior, sendo que a menos valiosa é a causa eficiente ( a operação de fazer a causa material, virar causa formal (ganhar forma) ou seja o fabricar natural ou humano). As causas mais valiosas são a causa formal ( a essencia da coisa) e a causa final ( o motivo a finalidade da existência de alguma coisa) . Causas externas: material e eficiente Causas internas: formal e final São mais importantes as causas de permanência e menos importância as causas de mudança. Daí, surge a distinção entre dois tipos de atividades: a intelectual e a ética/política (gregos chamam de práxis) O que a teoria da causalidade tem a ver com a divisão social? O cidadão ou o senhor, pertence à causa final, quem determina os motivos de fabricar e como fabricar, é o usuário. O escravo e o servo pertencem a causa eficiente ou motriz, aqueles que fabricam o que lhes for ordenado pelo senhor, é a mão de obra assalariada. Assim a causa final é superior à causa eficiente ou motriz. O trabalho aparece como inferior ao motivo pelo qual foi fabricado. Uma teoria exprime, por meio de idéias, uma realidade social e histórica e o pensador pode ou não estar consciente disso. Quando não se tem uma percepção real da raiz histórica das idéia, e que ela é verdadeira para todos os tempos e lugares, pode se estar fazendo ideologia. Ideologia, tornar as idéias, independentes de suas raízes históricas. No mundo moderno as 4 causas foram reduzidas para 2, as eficientes/motriz e a causa final. A causal passou a significar uma ação que produz um efeito, uma relação entre causa e efeito, a causa não responde só pelo efeito, mais o produz. Historico pág 9 de 61 O REAL é um movimento no qual se demanda toda relação dos seres para com eles mesmos, assim como a natureza gerando sentindo, então, no qual é possível a formação de relações sociais, sucedendo-se necessariamente através do tempo e do espaço. O tempo e espaço são importantes para a autora já que concilia a historia com a apraxis humana ao ponto dela determinar que a historia seja o real, ao passo que segundo ela o coculltamento da realidade social chama-se ideologia. A ideologia é um mecanismo criado pela burguesia para falsear a realidade. Essa ideologia serviria como meio para mascarar o medo pelo qual se constituíram as políticas de doutrinação, tal qual como os métodos de opressão econômica a fim de privilegiar aqueles que dessa farsa se beneficiam a ponto de lubridiar a todos os demais, fazendo os crer que o modo de vida que se encontram é verdadeiramente justo. O real não é um dado sensível, nem um dado intelectual, mas um processo, em movimento temporal de constituição dos seres e de suas significações. Nesse processo depende fundamentalmente do modo como os seres humanos se relacionam entre si e a natureza, nesta perspectiva a historia é o real. E o real é o movimento incessante pelo qual os homens, em condições que nem sempre foram escolhidas por eles, instauram um modo de sociabilidade e procuram fixa-lo em instituições determinadas (família, condiçãos de trabalho, relações publicias, instituições religiosas, tipos de educação, formas de arte, transmissão dos costumes, lugares, etc). A ideologia é uma grande ilusão, não possui historia, encarrega-se de arquitetar historias imaginaria, criando heróis e grandes homens como meio de justificar o dominio de determinada classe. Os livros de historia estão recheados de ideologia, privilegiam a classe dominante , despreza a classe oprimida (dominada) e esse é o motivo pelo qual o operário, o índio, etc não se reconhecem sujeitos da historia, mas apenas seus pacientes. A ideologia serve para manter o s tatus guo. Mostra a diferença entre fatos históricos e aquelas narrativas que falseiam a realidade e que muitas vezes são encontrados nos livros de historia, apresentando o ponto de vista do vencedor. Como se dá a historia em Aristoteles, com suas 4 causas do movimento, levando em consideração a sociedade grega escravagista, com homens livres e escravos. A sociedade medieval e feudal com senhores feudais e servos. A sociedade moderna com burguês x proletários. Relação entre dominante e dominado. Burgueses determinam os meios de produção e o proletario é o alienado. Como se dá as relações sócias em diferentes momentos históricos? A concepção Marxista de ideologia, que conserva o conceito napoleônico do termo, onde “Ideologia é aquele que inverte as reações entre os ideais e o real, assim a ideologia que originalmente designava uma ciencia natural da aquisição pelo homem das idéias calcadas pelo próprio real, passa a designar um sistema de idéias condenadas a desconhecer sua relação com o real” Para Marxs a ideologia é recurso utilizado pela classe dominante para jogar uma cortina de fumaça sobre a realidade, construir uma narrativa, fazendo o dominado crer que o que é dito pela casse dominante é o real. E isso resulta num conformismo. O que proposto como real é sempre interessante para a classe dominante, a classe dominada não vai enxergar esse processo. A realidade depende de um processo como as pessoas se relacionam com essa realidade. Uma realidade como construção de reações a partir de coisas dadas pela natureza e essas realções construídas acontecem todos os dias em todos os âmbitos, sejam econômico, socieal, etc. Essas reações são interpretadas e pela sociedade ou pelos homens de acordo com a ideologia predominante daqueles que tem o poder de constituir o “real”. A ideologia é um recurso para ocultar a realidade. Se estiver usando uma concepção marquixista está ocultando uma luta de classe, um embate entre burgueses e proletários. È uma forma de esconder os modos sociais de produção, quando esses modos são evidenciados as pessoas passam a ter uma visão de mundo e o local onde está inserida neste mundo. Classe aristocracia que é a nobreza. Classe formal, comerciante, trabalhador autônomo, médicos, funcionários públicos, magistrados e professores. A sociedade civil nega o homem isolado, conflito da sociedade civil . Mais valia é o trabalho não pago ao trabalhador, o que acarreta o enriquecimento da classe dominante. O Estado. Não existe estado distinto da sociedade. O Estado é concepção política da sociedade civil, dividido em classes, não é como dia Hengel e superação das contradições. Mas a vitoria de uma parte da sociedade sobre as outras. “DOMINAÇÃO IDEOLÓGICA” Paulo Freire: “ A educação deve ser para liberdade, se a educação não for para liberdade o dominado vai invejar o dominante, ou seja ele não vai ter crítica sobre dominações, não vai perceber que não é natural uns ter muito e outros terem tão pouco. Isso não faz parte da natureza”
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