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IS SN 1 80 8- 49 31 brazilian Fruit yearbook anuário b rasi leir o d a F ru tic ult ura 2013 DOW AGROSCIENCES PROTEÇÃO DE PONTA A PONTA A Dow AgroSciences apresenta sua linha de produtos para proteção das lavouras de Hortifruti. São diversas soluções, para múltiplas culturas, que protegem sua produção de ponta a ponta! www.dowagro.com.br 0800 772 2492 Soluções para um Mundo em Crescimento® ec co m ai s. co m ® TM * Marca registrada da The Dow Chemical Company ("Dow") ou uma companhia afiliada da Dow. | AGATA – Marca registrada de ISK Biosciences Comercial Ltda. Platinum Neo – Marca registrada de Syngenta Proteção de Cultivos | Ellect – Marca registrada de Oxiquímica Agrociência | Tairel M – Marca registrada de FMC Agricultural Products. C M Y CM MY CY CMY K Hortifruti - Anúncio Anuário Brasileiro Fruticultura - 20 X 27 cm - 07.03.13.ai 1 07/03/13 09:34 ANUÁRIO BRASILEIRO DA FRUTICULTURA 2013 In or A g. A ss m an n 1 ANUÁRIO BRASILEIRO DA FRUTICULTURA 2013 Editor: Romar Rudolfo Beling; editor assistente: Daniel Neves da Silveira; textos: Heloísa Poll, Ben- no Bernardo Kist, Cleiton Evandro dos Santos, Erna Regina Reetz, Cleonice de Carvalho e Daniel Neves da Silveira; supervisão: Romeu Inacio Neumann; tradu- ção: Guido Jungblut; fotografia: Sílvio Ávila, Inor Assmann (Agência Assmann) e divulgação de empresas e entidades; projeto gráfico e diagramação: Márcio Oliveira Machado; arte de capa: Márcio Oliveira Machado, sobre fotografia de Sílvio Ávila; edição de fotografia e arte-final: Márcio Oliveira Machado; marke- ting: Maira Trojan Bugs, Tainara Bugs e Rafaela Jungblut; supervisão gráfica:Márcio Oliveira Machado; distribuição: Simone de Moraes; im- pressão: Gráfica Coan, Tubarão (SC). ISSN 1808-4931 É permitida a reprodução de informações desta revista, desde que citada a fonte. Reproduction of any part of this magazine is allowed, provided the source is cited. A636 Anuário brasileiro da fruticultura 2013 / Heloísa Poll ... [et al.]. – Santa Cruz do Sul: Editora Gazeta Santa Cruz, 2013. 136 p. : il. ISSN 1808-4931 1. Frutas - Cultivo - Brasil. I. Poll, Heloísa. CDD : 634.0981 CDU : 634.1(81) Catalogação: Edi Focking CRB-10/1197 Rua Ramiro Barcelos, 1.224, CEP: 96.810-900, Santa Cruz do Sul, RS Telefone: 0 55 (xx) 51 3715 7940 Fax: 0 55 (xx) 51 3715 7944 E-mail: redacao@editoragazeta.com.br comercial@editoragazeta.com.br Site: www.editoragazeta.com.br EDITORA GAZETA SANTA CRUZ LTDA. CNPJ 04.439.157/0001-79 Diretor-Presidente: André Luís Jungblut Diretor-de-Conteúdo: Romeu Inacio Neumann Diretor-Comercial: Raul José Dreyer Diretor-Administrativo: Jones Alei da Silva Diretor-Industrial: Paulo Roberto Treib In or A g. A ss m an n expedIenTe > PUBLISHERS AND EDITORS 2 08 > ApResenTAção > INTRODUcTION 14 > pRodUção > PRODUcTION Quebra nas safras da banana e da laranja afeta negativamente desempenho dos pomares nacionais Smaller than expected banana and orange crops have a negative effect on the performance of the national orchards 24 > MeRCAdo > mARkET Receita da exportação diminui, mas volume aumenta, e consumo interno também Export revenue down, volume up, consumption follows suit 38 > pRInCIpAIs FRUTAs > mAIN fRUIT O cenário atualizado da produção e da comercialização nas 10 espécies que mais se destacam An updated look at the production and trade scenario of the 10 most important fruit species 78 > pesQUIsA > RESEARcH As novidades em tecnologias que estão sendo introduzidas nos polos da fruticultura brasileira Technological innovations underway in the Brazilian fruit producing hubs 92 > AçÕes > AcTIONS As iniciativas públicas e privadas de fomento e de modernização da cadeia produtiva Public and private initiatives towards promoting and modernizing the supply chain 118 > espeCIAL > SPEcIAL A adaptação de espécies temperadas às condições tropicais sinaliza para uma revolução produtiva The adaptation of temperate climate fruit to tropical conditions hints at a revolution in production 130 > eVenTos > EvENTS O calendário dos principais encontros da cadeia produtiva de frutas do Brasil em 2013 Calendar featuring all major events of the Brazilian fruit supply chain in 2013 38 42 50 46 58 66 74 70 4 Para mais informações, procure o seu distribuidor Bayer. w w w .b a ye rc ro p sc ie n c e .c o m .b r 0 8 0 0 0 1 1 5 5 6 0 • A maior safra da história, com 166,2 milhões de toneladas • US$ 79,41 bilhões de saldo na Balança Comercial • Novo recorde de exportação de carne bovina, de US$ 5,74 bilhões • Crescimento de 12% na exportação de carne suína • Valor Bruto de Produção de Grãos de R$ 241,8 bilhões 05 NUM3R05 N40 M3NT3M: 2012 F01 0 M3LH0R 4N0 D4 H15T0R14 P4R4 0 4GR0N3G0C10 BR451L31R0. Um dos maiores produtores de alimentos do mundo está ainda maior, com recordes que são fruto da parceria entre toda a cadeia produtiva e o Governo Federal. Em 2012, foi lançado o maior Plano Agrícola e Pecuário de todos os tempos, aprovado o novo Código Florestal e iniciado o Projeto de Regionalização do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Sinal de que em 2013 teremos ainda mais trabalho e novos recordes. O ano já começou, e a Safra de Grãos, por exemplo, vai chegar a 185 milhões de toneladas. Porque país rico é país que produz pensando no futuro. Produtor rural, ainda dá tempo de garantir seu crédito. São mais de R$ 115 bilhões para custeio, comercialização e investimento. Informações: agricultura.gov.br Anuncio_Revista_40x27cm.indd 1 07/03/13 12:52 • A maior safra da história, com 166,2 milhões de toneladas • US$ 79,41 bilhões de saldo na Balança Comercial • Novo recorde de exportação de carne bovina, de US$ 5,74 bilhões • Crescimento de 12% na exportação de carne suína • Valor Bruto de Produção de Grãos de R$ 241,8 bilhões 05 NUM3R05 N40 M3NT3M: 2012 F01 0 M3LH0R 4N0 D4 H15T0R14 P4R4 0 4GR0N3G0C10 BR451L31R0. Um dos maiores produtores de alimentos do mundo está ainda maior, com recordes que são fruto da parceria entre toda a cadeia produtiva e o Governo Federal. Em 2012, foi lançado o maior Plano Agrícola e Pecuário de todos os tempos, aprovado o novo Código Florestal e iniciado o Projeto de Regionalização do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Sinal de que em 2013 teremos ainda mais trabalho e novos recordes. O ano já começou, e a Safra de Grãos, por exemplo, vai chegar a 185 milhões de toneladas. Porque país rico é país que produz pensando no futuro. Produtor rural, ainda dá tempo de garantir seu crédito. São mais de R$ 115 bilhões para custeio, comercialização e investimento. Informações: agricultura.gov.br Anuncio_Revista_40x27cm.indd 1 07/03/13 12:52 AcEITA UmA fatia? O que seria do ser humano sem as frutas? Eis uma questão emblemática. Alimento básico desde os primórdios, quando sequer haviam sido iniciados os pri- meiros cultivos agrícolas de subsistência e nossos ancestrais, nôma- des, ainda se dedicavam a buscar na natureza o que esta disponibili- zasse, elas nos suprem de vitaminas, fibras, sais minerais, calorias e de outros nutrientes essenciais ao bom funcionamento do organis- mo. Quanto mais frutas consumimos, e quanto maior a diversidade delas, mais saudáveis seremos e mais ânimo e disposição teremos. A exemplo do que a ingestão regular e variada de frutas pro- porciona a cada um de nós, o cultivo dessas espécies vitaliza e energiza uma comunidade, uma região, um País. Basta visitar uma fronteira agrícola que se especializou na produção e na comercia- lização de algum tipo de fruta para constatar o quanto ela repre- senta melhoria de autoestima e distribuição justa e equilibrada de renda entre a população; em suma, desenvolvimento. Em localidades nas quais se aposta na produção frutífera, em pouco tempo começa a se delinear toda uma cadeia de transfor- mação. Enquantoa comercialização in natura costuma ser di- rigida para os mercados nos quais é possível colocá-la a tempo de preservar a sua qualidade, o excedente acaba alimentando a indústria de sucos, vitaminas, doces, artigos de beleza e de uma infinidade de produtos essenciais ao dia a dia da população. No Brasil, cujas dimensões continentais e cuja multiplicidade In or A g. A ss m an n 8 de climas, de Norte a Sul, permitem a produção de praticamente todas as espécies comerciais hoje existentes no mundo, a fruticul- tura alavanca o progresso regional. Da Amazônia saem frutas úni- cas, que atiçam a curiosidade e caem no gosto, lideradas, claro, pelo açaí; do Nordeste, além de algumas grandes vedetes nacio- nais, como o melão, a manga, a banana, o abacaxi e o caju, outras, de alcance regional, têm forte expressão cultural; do Sudeste, o maior polo brasileiro da fruticultura, no qual desponta o Esta- do de São Paulo, ao Centro-Oeste, em franca ascensão, e ao Sul, onde se concentram as temperadas, como maçã e uva, as frutas cumprem papel econômico e social imensurável. Em ciclos como o de 2012, quando o desempenho específico de algumas cadeias, como a da banana e da laranja, registra adversida- des, sente-se muito rapidamente, em toda essa vasta e diversificada ca- deia, a necessidade de ajustes, e de continuidade nos investimentos. As perspectivas para a fruticultura brasileira são excelentes, diante do incremento no consumo interno, e da demanda externa igualmente em elevação. Bem por isso, a pesquisa intensifica seus esforços para ampliar cada vez mais a produtividade dos pomares e a qualidade. Do sucesso deste setor todo mundo quer um pedaço. Inclusi- ve o leitor do Anuário Brasileiro da Fruticultura 2013, não é mes- mo? Para este leitor, assim como para cada indivíduo, isso significa saúde e qualidade de vida. Então, é hora de providenciar fru- tas na mesa. Aceita uma fatia? n 9 Can you imagine a world without fruits? It is really an em- blematic question. Basic food since primor- dial times, when not even subsistence crops were grown, our ancestors, nomads, were still resorting to nature for their basic needs, the fruits were already providing the human beings with vitamins, fibers, mineral salts, calories and other nutrients essential for all body functions. The more fruit we eat, and the bigger the variety of fruits, the healthier we will be, and the more physical and moral strength we will have for all our needs. Just like the strength and vitality we derive from the regular ingestion of a vari- ety of fruits, the cultivation of these species revitalizes and energizes an entire com- munity, region or country. It is just a mat- ter of visiting an agricultural frontier that specializes in the production and trade of some type of fruit to come to grips with what it represents in terms of self-esteem and fair distribution of income among the individuals; in short, development. In neighborhoods where people bet on the production of fruit, it does not take long for a chain of transformation to en- tail. While sales of fresh fruit are focused HOw ABOUT A slice? on markets that can be reached before the deterioration process starts, the surpluses end up in the juice industries, or are trans- formed into vitamins, sweets, beauty es- sences and a variety of products essential for the everyday life of the population. In Brazil, where the continental dimen- sions and a variety of climate conditions, from North to South, offer an ideal environ- ment for the production of all commercial fruit species of the world, fruit farming drives regional development. Unique fruits come from the Amazon region, and they arouse curiosity and conquer consumers, but the highlight is, of course, the açaí; from the Northeast, besides some national favor- ites, like melon, mango, banana, pineapple and cashew nut, other fruits, in the regional range, have a strong cultural connotation; from the Southeast, largest Brazilian fruit farming hub, where São Paulo is the leader in production volumes, followed by the Cen- ter-West, now on the rise, and by the South, where temperate climate fruit prevail, like apples and grapes, fruit farming plays an unquestionable social and economic role. In cycles like the one in 2012, when the specific performance of some supply chains, like bananas and oranges, register adversi- ties, what is immediately felt in the entire and vast chain is the need for adjustments and the continuity of investments. The per- spectives for Brazil’s fruit farming business are excellent, in light of the higher domestic consumption figures, and the equally soar- ing demand from abroad. This is exactly why research teams are sparing no effort towards improving the performance of the orchards and the quality of our fruits. Everybody wants a chunk from this glob- al success story. Even the readers of the Bra- zilian 2003 Fruit Farming Yearbook, don’t you think so? For these readers, as well as for every individual, this translates into health and quality of life. Therefore, it is time for fruit on the table. How about a slice? n In or A g. A ss m an n 10 A Bahia a éé o o sesegugundndo produttoror ee oo mmaiaioror eexpxporoo tatadodorr dede ffrurutatas s dodo BBrarasisisil.l. AAAléléémm dada ddiviverersisidadadede fffrurutítíícococolalala,,, ooo estado oofefererecece iincncenentit vos, rígígiddosos cconontrtrololeses ssanittárárioios,s, mmerercacadodo iintntererrnonono eeemmm exexpapansnsãoão ee uumama bboaoa lllogogogísísístititicacaca para escoaar a a prprododuçuçãoã . Com esessese ccenenárárioio,, aa BaBahihih aa tetem m tutudodo pparara a prprododo uzuzuziririr eee eexpxporortatar r susucocos s (i(intntegege raraalll e e e concentrado)o),, nénéctctarareses, , polpas, dodoceces,s, ssororvevetetes,ss, gggeleleieiasas ee ooututroross dederirivavavadododos.s.s. VVVenene haha iinvnvesestitir r nana bboaoa tterererrarara.. Bahia ranks second in fruit production n in n Brarazilzzz ananand fd fd firsirsirst it it in en en expoxpoxportsrtsrts. B. B. esiesidesdes ththe de diveiversirsity ty of of frufruf itsits, t, the he stastatate te te offofffersers inincencentivtive,e, strstrrictict sasasanitnitnitaryaryary controls, rising domestic demand and appropropripripriateateteat lololoogisgisgisg tictictics fs fs for or or proproproducducdu tiotion fn flowlow. I. In sn suchuch a a scescenarnario,io,o Baahiahia isis thththe ree righight ct choihoice ce forfor ththhe pe pprodrodroductuctuctionionion and exports of juices (whole or concentrate), nenenectactactac rs,rs,rs, pupupulp,lplp, cacacandyndyndy, i, i, icece-ce-crecream,am, jejellylly anand od othether dr derierivatvavativev s.s Do Do notnotn hehesitsitateate toto ininvesvest it iin tn tn thishishis prosperous state. Investing in fruit farming in Baahihihihia.a.aa. EEEveveveryryryononone e e wawawantntnts s s a a tatastste e ofof iit.t. STATUS DO ESTADO NO RANKING NACIONAL DE PRODUÇÃO DE FRUTAS / BAHIA’S CURRENT STATUS IN NATIONAL FRUIT PRODUCTION 1º produtor nacional de coco, manga, guaraná, cacau, mamão, maracujá, pinha e graviola; 1st national producer of coconuts, mangos, guarana, cocoa, papaya, passion fruit, pine cones and graviola; 2º produtor nacional de laranja, banana e melancia; 2nd national producer of oranges, bananas and watermelons; 3º produtor nacional de limão e melão; 3rd national producer of limes and melons; 4º produtor nacional de abacaxi, caju, marmelo e goiaba; 4th national producer of pineapples, cashew nuts, quinces and guavas; 6º produtor nacional de uva e maçã. 6th national producer of grapes and apples www.seagri.ba.gov.br // agronews@seagri.ba.gogov.bv.bbrrr ANR 40x27cm ANUARIO FRUTICULTURA.ai 1 3/4/13 5:21 PM A Bahia a éé o o sesegugundndo produttoror ee oo mmaiaioror eexpxporoo tatadodorr dede ffrurutatas s dodo BBrarasisisil.l. AAAléléémm dada ddiviverersisidadadede fffrurutítíícococolalala,,, ooo estado oofefererececeiincncenentit vos, rígígiddosos cconontrtrololeses ssanittárárioios,s, mmerercacadodo iintntererrnonono eeemmm exexpapansnsãoão ee uumama bboaoa lllogogogísísístititicacaca para escoaar a a prprododuçuçãoã . Com esessese ccenenárárioio,, aa BaBahihih aa tetem m tutudodo pparara a prprododo uzuzuziririr eee eexpxporortatar r susucocos s (i(intntegege raraalll e e e concentrado)o),, nénéctctarareses, , polpas, dodoceces,s, ssororvevetetes,ss, gggeleleieiasas ee ooututroross dederirivavavadododos.s.s. VVVenene haha iinvnvesestitir r nana bboaoa tterererrarara.. Bahia ranks second in fruit production n in n Brarazilzzz ananand fd fd firsirsirst it it in en en expoxpoxportsrtsrts. B. B. esiesidesdes ththe de diveiversirsity ty of of frufruf itsits, t, the he stastatate te te offofffersers inincencentivtive,e, strstrrictict sasasanitnitnitaryaryary controls, rising domestic demand and appropropripripriateateteat lololoogisgisgisg tictictics fs fs for or or proproproducducdu tiotion fn flowlow. I. In sn suchuch a a scescenarnario,io,o Baahiahia isis thththe ree righight ct choihoice ce forfor ththhe pe pprodrodroductuctuctionionion and exports of juices (whole or concentrate), nenenectactactac rs,rs,rs, pupupulp,lplp, cacacandyndyndy, i, i, icece-ce-crecream,am, jejellylly anand od othether dr derierivatvavativev s.s Do Do notnotn hehesitsitateate toto ininvesvest it iin tn tn thishishis prosperous state. Investing in fruit farming in Baahihihihia.a.aa. EEEveveveryryryononone e e wawawantntnts s s a a tatastste e ofof iit.t. STATUS DO ESTADO NO RANKING NACIONAL DE PRODUÇÃO DE FRUTAS / BAHIA’S CURRENT STATUS IN NATIONAL FRUIT PRODUCTION 1º produtor nacional de coco, manga, guaraná, cacau, mamão, maracujá, pinha e graviola; 1st national producer of coconuts, mangos, guarana, cocoa, papaya, passion fruit, pine cones and graviola; 2º produtor nacional de laranja, banana e melancia; 2nd national producer of oranges, bananas and watermelons; 3º produtor nacional de limão e melão; 3rd national producer of limes and melons; 4º produtor nacional de abacaxi, caju, marmelo e goiaba; 4th national producer of pineapples, cashew nuts, quinces and guavas; 6º produtor nacional de uva e maçã. 6th national producer of grapes and apples www.seagri.ba.gov.br // agronews@seagri.ba.gogov.bv.bbrrr ANR 40x27cm ANUARIO FRUTICULTURA.ai 1 3/4/13 5:21 PM pRodUção > PRODUcTION vEm qUE tem Sí lv io Á vi la 14 O Brasil apresenta muitos méritos quando se fala em fruticultura. A organização das cadeias produtivas faz com que determinadas espécies tenham conquistado mercados mundo a fora e con- sigam abastecê-los com excelência. Outros setores ainda buscam maior inserção internacional, o que vem sendo ampliado a cada ano, com apoio de projetos como o Brazilian Fruit. Por outro lado, o consumo interno igualmente está aumentando, graças ao avanço do poder aquisitivo de mais de 30 milhões de brasileiros. Mesmo em um cenário no qual se lidam com aspectos difíceis de combater, como as adversidades climáticas, e outros que ainda merecem mais atenção, como problemas logísticos de armazenamento e de abastecimento, a produção de frutas tem alcançado bons resultados. Os últimos dados oficiais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que se referem a 2011, mostram que houve aumento de 6,77% na colheita em relação a 2010, em uma cesta de 20 espécies acompanha- das pela estatal, atingindo quase 45 milhões de toneladas. Com dificuldades pontuais, justamente com as duas frutas de maior produção – la- ranja e banana –, que representam aproximadamente 60% do total, as estatísticas, ainda preliminares, mostram que deve haver retração de aproximadamente 3% em 2012. Por outro lado, as pesquisas oficiais indicam que a área cultivada com frutíferas diminuiu em 0,26% em 2011, comparativamente ao ano anterior, sugerindo maior produtividade dos pomares. Naquele ano, os vários cultivos ocupavam 2,234 milhões de hectares. A balança comercial da fruticultura também vem apresentando bom desempenho. Enquanto as exportações de frutas frescas aumentaram 1,73% em 2012, as importa- ções tiveram queda de 6,91% em volume, sobre 2011. Um exemplo clássico está na maçã, espécie na qual o País não é autossuficiente, sendo dependente de boa parte da produção da Argentina, dos Estados Unidos e do Peru. Em 2012, a entrada da fruta es- trangeira foi 40,02% menor. Já as vendas externas subiram 48,47%, boa parte devido à recuperação de mercado, em função de aspectos climáticos nas três últimas safras. As cadeias produtivas estão trabalhando individualmente para combater seus problemas e em conjunto, de olho no aumento da competitividade das espécies brasileiras. Um foco bem definido é a chance de apresentar as características qua- litativas das frutas nacionais ao mundo, dentro do próprio Brasil. O primeiro teste será ainda em 2013, com a Copa das Confederações, evento preparatório à Copa do Mundo de futebol, que acontecerá em 2014. Se tudo der certo, quando a Olím- piada do Rio de Janeiro chegar, em 2016, o sabor das frutas nacionais já vai ter caído no agrado dos turistas estrangeiros. O lucro deve vir com o aumento das exportações e com a organização dos setores para poder suprir essa demanda. n Cadeias da fruticultura brasileira estão obtendo melhor rendimento por área. Mas problemas pontuais de clima e mercado atrapalham o resultado 15 In terms of fruit farming, Brazil acts as a front runner. The organization of the production chains is credited with markets conquered around the world, and with the timely deliveries to these markets. Other sectors are still seek- ing deeper international insertion, a move that has been expanding year after year, relying on support from projects like the Brazilian Fruit. On the other hand, internal consumption is equally soaring, thanks to the higher purchasing power of 30 million Brazilians. Even in a scenario where there are problems difficult to sur- mount, like climate adversities, and others that even require more attention, such as logistic problems, warehousing difficulties and supply, fruit farming has conquered good results. The latest of- ficial data released by the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE), for 2011, show a 6.77-percent increase over the 2010 numbers, in a basket of 20 species supervised by the state corporation, amounting to almost 45 million tons. THERE ARE NO shortages Brazilian fruit supply chains are celebrating better harvests per area, but ad hoc climate and market problems are interfering with the result With ad-hoc difficulties, exactly with the two major fruit spe- cies – bananas and oranges – which represent approximately 60% of the total, the still preliminary statistical figures show a crop approximately 3% smaller in size in 2012. On the other hand, government surveys point to a decrease of 0.26% in areas devoted to fruit farming in 2011, compared to the previous year, a fact that suggests more productive orchards. Back then, Brazil- ian fruit orchards occupied 2.234 million hectares. The trade balance in fresh fruit has remained in the surplus. While fresh fruit exports went up 1.73% in 2012, imports fell 6.91% in volume, from 2011. A classical example is the apple, a crop in which Brazil is not self-sufficient, and depends a lot on supplies from Argentina, the United States and Peru. In 2012, apple purchases from abroad decreased by 40.02%. In the mean- time, foreign sales soared 48.47%, greatly because of market re- covery, by virtue of climate factors in the past three crops. All supply chains are working on an individual basis in their fight against the problems, but are joining efforts towards improv- ing the competitiveness of the Brazilian species. A well defined focus is the chance to present the qualitative features of the Brazilian fruits to the world, within the Brazil Project. The first test will take place in 2013 with the FIFA ConfederationsCup, a preparatory event to the FIFA World Cup, scheduled for 2014. If everything happens in line with expectations, at the time of the 2016 Olympic Games, the flavor of the national fruits will have conquered the palate of the visitors. Profits might result from soar- ing exports and from all sectors efforts to meet this demand. n In or A g. A ss m an n 16 No Espírito Santo, fruticultura é especialidade da casa. São 13 polos de frutas em 85 mil hectares de terra, que geram 60 mil empregos. Graças a muito trabalho, e�ciência, responsabilidade e investimentos em tecnologia, além de uma parceria entre Governo do Espírito Santo, prefeituras e instituições do setor, a atividade ocupa lugar de destaque na agropecuária capixaba. Entre as ações do Governo estão assistência técnica gratuita, o repasse de mudas, veículos, máquinas e equipamentos para uso coletivo do produtor, crédito �nanceiro e quatro unidades da Ceasa. O resultado é uma produção de 1,3 milhão de toneladas, que movimentou uma renda de R$700 milhões, em 2012. Essa receita, todo mundo vai querer provar. Na última década, a produção brasileira de frutas foi ampliada em 22,49%. Os números oficiais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que em 2001 a colheita se situava em 36,699 milhões de toneladas, levando-se em conta as 20 principais espécies acompanhadas pelo órgão governamental. Já em 2011, o resultado alcançado foi de 44,954 milhões de toneladas. A quantidade obtida em 2011 representa aumento de 6,77% so- bre 2010. Nesse mesmo período, a área cultivada com pomares re- cuou 0,26%, o que demonstra a melhoria nos índices de produtivi- dade. Os dados referentes a 2012, ainda preliminares, indicam que o desempenho não foi tão bom quanto no ano anterior. Estima-se que houve recuo de 3% na produção. Grande parte desse resultado pode ser creditado ao ruim desempenho das duas principais frutas, que, juntas, representam 60% do total. A banana, mesmo com a ampliação nos pomares, sofreu por problemas climáticos. Já a laranja vem sendo impactada negativa- mente pela crise mundial no mercado de sucos, que se agravou nos últimos 10 anos, e pela grande incidência de doenças nas plantas, principalmente o greening. O presidente do Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf ), Moacyr Fernandes, lembra que os citricultores não têm feito investimentos, pois estão com dificuldades para ampliar a exportação de suco. “A cada ano, novas bebidas são ofertadas, com preços menores, tirando o espaço da fruta”, avalia. Já a maçã tem sofrido com problemas climáticos nas últimas safras. No período 2011/12, as chuvas de granizo, ocorridas nos pomares do Sul do Brasil, em novembro de 2011 e em fevereiro de 2012, diminuíram a quantidade obtida. No entanto, a qualidade ve- rificada nas frutas melhorou, o que elevou a rentabilidade. Segundo dados da Associação Brasileira dos Produtores de Maçã (ABPM), a produção em 2012 foi de 1,1 milhão de toneladas. Outra fruta que tem sofrido contratempos é o mamão. De acordo com o presidente do Ibraf, os pomares do Espírito Santo, principal Estado produtor, têm sido atingidos severamente pelo mosaico do mamoeiro, doença que reduz a quantidade e diminui a qualidade dos frutos. “O combate tem sido difícil”, constata Moacyr Fernandes. n qUEBRA-molas Colheita brasileira de frutas, que em 2011 havia crescido quase 7%, em 2012 sofreu com os contratempos enfrentados por banana e laranja Sí lv io Á vi la 18 In the past decade, Brazil’s fruit farming business increased by 22.49%. The official numbers from the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE) point to a harvest of 36.699 million tons in 2001, considering the 20 major species under the supervision of the federal organ. In 2011, the final result amounted to 44.954 million tons. The amount obtained in 2011 represents a rise of 6.77% over 2010. During the same period, the area devoted to orchards re- ceded 0.26%, attesting to the better performance of the productiv- ity rates. All data referring to 2012, still preliminary, indicate that the performance did not match the previous year’s levels. It is es- timated that the volume was down 3%. A great part of this result could be blamed on the poor performance of the two major fruit species, which, together, account for 60% of the total. Despite orchard expansions, the banana crop was affected by climate-induced problems. With regard to oranges, this crop has been suffering from the global juice crisis, which got worse over the past 10 years, along with an array of pest outbreaks, particularly the greening disease. The president of the Brazilian Fruit Institute (Ibraf ), Moacyr Fernandes, recalls that orange growing farmers have practically stopped making investments, as a result of their dif- ficulties in shipping their juices abroad. “Year after year, new bever- ages are launched in the market, at lower prices, all taking a heavy toll on orange juices”, he notes. Apple crops have also suffered from climate induced problems over the past crops. In the 2011/12 cycle, hailstorms in South Brazil, in November 2011 and in February 2012, reduced the size of the crop. Nevertheless, quality improved, thus bringing in higher rev- enue. According to data released by the Brazilian Association of Apple Farmers (ABPM), the 2012 crop amounted to 1.1 million tons. Papaya is just one more fruit that suffered setbacks. According to the president of Ibraf, the orchards in the state of Espírito Santo, leading producer in Brazil, have been severely hit by the papaya mo- saic virus, causing reductions in quantity and affecting the quality of the fruits. “The fight against the scourge has been difficult”, con- cedes Moacyr Fernandes. n Produção brasileira de frutas saBor NacioNal > NATIONAL TASTE fruta 2011 2012 * Área (ha) Volume (t) Volume (t) laranja 818.685 19.811.064 19.059.890 banana 505.665 7.329.471 6.861.719 abacaxi** 62.868 3.187.463 3.187.463 Melancia 98.501 2.198.624 2.198.624 Coco-da-baía 271.633 1.962.434 1.912.319 Mamão 35.881 1.854.343 1.854.343 uva 84.339 1.542.068 1.455.056 Maçã 38.077 1.338.995 1.338.270 Manga 76.391 1.249.521 1.249.521 limão 47.528 1.126.736 1.126.736 tangerina 53.303 1.004.727 1.004.727 Maracujá 61.842 923.035 923.035 Melão 19.701 499.330 499.330 Goiaba 15.956 342.528 342.528 Pêssego 20.148 222.180 222.180 abacate 10.768 160.376 160.376 Caqui 8.350 154.625 154.625 figo 3.041 26.233 26.233 Pera 1.750 20.532 20.532 Marmelo 160 780 780 total 2.234.587 44.955.065 43.598.287 * estimativa - ** Conversão: 1 fruto = 2,5 kg (região sul/sudeste, exceto Paraná, 1,6 kg, e santa Catarina, 1,67 kg), 2,1 kg (região Centro-oeste) e 1,8 kg (demais regiões). fonte: fNP fonte: ibGe - elaboração: ibraf SPEED Bump Brazilian fruit harvest, which in 2011 had increased by almost 7%, receded in 2012 because of setbacks experienced by oranges and bananas 19 Ao se analisar o mapa do Brasil, pode-se verificar que a fruticultura está presente em todos os estados. O País apresenta diversidade de espécies única no mundo. E mesmo que ainda seja comum as pessoas culti- varem seus pomares domésticos, principalmente no interior do País, a atividade se consolida como uma das que mais gera empregos e renda dentro do agronegócio nacional. O presidente do Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf ), Moacyr Saraiva Fernandes, estima que o setor seja responsável pela abertura de 2,5 milhões de vagas no mercado de trabalho. “A necessidade de mão-de-obra é muito grande”, constata. Lembra que, na maior parte das fruteiras, a absorção maior de trabalhadores se concentra na colheita. É o que acontece, por exemplo, com a maçã, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. É comum encontrar nesses pomares pessoas que vêm de outras regiões, como o Nordeste e o Centro-Oeste. O que se percebe também, de acordo com Fernandes, é que, com a tecnificação da atividade frutícola e com a modernizaçãodos packing houses, as exigências quanto à profissionalização dos funcionários aumentam. “A evolução da produção acaba colabo- rando para a qualificação dos trabalhadores”, observa. Mais uma vez a maçã serve como modelo. Segundo o presidente do Ibraf, a estrutura de beneficiamento da fruta é de primeira linha. Ele cita ainda como bons exemplos a manga e a uva de mesa, que apresentam excelentes padrões de qualidade, assim como algumas empresas que trabalham com laranja para consumo in natura. n Fruticultura é desenvolvida em todas as regiões brasileiras. A atividade responde pela geração de cerca de 2,5 milhões de postos de trabalho DO OIAPOqUE ao chuí Máquinas de Beneficiamento e Classificação de Frutas Fábrica, Administração e Vendas - Rua Otília Zapellini, 56 - Lages / SC - Fone/Fax: (49) 3223 0641 - prodolbrasil@prodol.com.br Tecnologia Qualidade Modularidade Experiência Assistência Técnica Consulte-nos e veja o que a PRODOL pode fazer pela sua fruta. www.prodol.com.ar PRODOL.indd 1 7/3/13 1:39:04 PM Sí lv io Á vi la Sí lv io Á vi la 20 estado de são paulo, soziNho, PRODUz mAIS DE 40% DAS fRUTAS NO PAíS UM PASSEIO PELOS ESTADOS A fruticultura, como atividade comercial, está disseminada pelo País. No entanto, alguns estados se destacam. São Paulo, sozinho, representa mais de 40% da produção nacional. Em 2011, ano com a última informação oficial do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foram colhidas 19,186 milhões de toneladas em território paulista, do total de 44,954 milhões de toneladas. Na sequência, aparecem com destaque a Bahia, com 5,401 milhões de toneladas; o Rio Grande do Sul, com 2,778 milhões de toneladas; Minas Gerais, com 2,690 milhões de toneladas; Pará, com 1,665 milhão de toneladas; Paraná, com 1,567 mi- lhão de toneladas; Santa Catarina, com 1,529 milhão de toneladas; Pernambuco, com 1,392 milhão de toneladas; Ceará, com 1,374 milhão de toneladas; Sergipe, com 1,27 milhão de toneladas; e Espírito Santo, com 1,176 milhão de toneladas. De maneira geral, os polos de produção seguem bastante estáveis, nas diversas fronteiras nacionais, sem o aparecimento de novas áreas. “Há uma recuperação das regiões já estabelecidas, em busca de maior competitividade das frutas”, destaca o presidente do Ibraf. Ele observa também que tem ocorrido a expansão de novas va- riedades para regiões não tradicionais. É o caso da maçã, que, no Sul do País, está presente praticamente com as cultivares fuji e gala. “Hoje, temos a maçã eva, que se produz em São Paulo e no Sul de Minas Gerais”, destaca. Outra novidade é a pesquisa com frutas de carroço, como o pêssego, que têm sido desenvolvidas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em São Paulo. Máquinas de Beneficiamento e Classificação de Frutas Fábrica, Administração e Vendas - Rua Otília Zapellini, 56 - Lages / SC - Fone/Fax: (49) 3223 0641 - prodolbrasil@prodol.com.br Tecnologia Qualidade Modularidade Experiência Assistência Técnica Consulte-nos e veja o que a PRODOL pode fazer pela sua fruta. www.prodol.com.ar PRODOL.indd 1 7/3/13 1:39:04 PM Sí lv io Á vi la Taking a look at the Map of Brazil, one realizes that fruit growing is spread across all Brazilian states. The Country boasts a globally unique diversity of species. Although back yard fruit growing is still common prac- tice, particularly in the far away countryside, the activity has been consolidating as a relevant employment and income generator in Brazilian agribusiness. The president of the Brazilian Fruit Institute (Ibraf ), Moacyr Saraiva Fernandes, maintains that the sector is responsible for the generation of 2.5 employment opportunities. “The need for labor is enormous”, he notes. He recalls that in most fruit growing farms the need for labor is more intense at harvest time. This is exactly what happens at apple harvest time in the states of Santa Catarina and Rio Grande do Sul. These orchards normally attract temporary employees from other regions, like the Northeast and Center-West. What is also noticeable, Fernandes comments, is that fruit farming is getting more and more technology oriented, while the packing-houses are being upgraded, and such innovations call for professionally qualified employees. “Production evolution ends up qualifying the workers”, he observes. Once again apples set an example. The president of Ibraf un- derstands that apple processing structures are first class. Other ex- amples cited by him include fruits like mangoes and table grapes, with excellent quality standards, as well as some companies that deal with oranges for fresh consumption. n Produção brasileira de fruta Por estado (toN.) paisagem > LANDScAPE estado 2010 2011 são Paulo 17.479.716 19.186.649 bahia 5.236.187 5.401.625 rio Grande do sul 2.473.796 2.778.620 Minas Gerais 2.572.497 2.690.450 Pará 1.604.862 1.656.800 Paraná 1.490.507 1.567.826 santa Catarina 1.588.162 1.529.837 Pernambuco 1.292.113 1.392.855 Ceará 1.288.896 1.374.645 sergipe 1.277.302 1.270.095 espírito santo 1.167.368 1.176.776 rio Grande do Norte 812.244 861.191 Paraíba 858.038 854.672 Goiás 764.178 759.792 rio de Janeiro 556.857 673.832 amazonas 282.938 385.202 Maranhão 220.692 219.196 Mato Grosso 211.713 216.991 tocantins 204.723 209.275 alagoas 185.578 186.064 Piauí 142.721 155.300 acre 109.848 114.024 rondônia 90.378 93.682 Mato Grosso do sul 67.602 69.896 roraima 59.230 59.520 amapá 29.399 35.017 distrito federal 34.804 34.345 total 42.102.347 44.954.176 fonte: ibGe Fruit growing is spread across all Brazilian regions. The crop accounts for the generation of about 2.5 million employment opportunities fROm OIAPOqUE to chuí Sí lv io Á vi la 22 A TOUR THROUGH THE STATES Fruit growing as a commercial operation is spread across the Country. Furthermore, some states excel in this activity. São Paulo, alone, is responsible for more than 40% of the entire national fruit volumes. In 2011, when the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE) released the latest data about the subject, a total of 19.186 million tons were harvested in that state, of a total of 44.954 million tons in the entire Country. Other states that also excel at fruit farming are Bahia, with 5.401 million tons; Rio Grande do Sul, with 2.778 million tons; Minas Gerais, with 2.690 million tons; Pará, with 1.665 million tons; Paraná, with 1.567 million tons; Santa Catarina, with 1.529 million tons; Pernambuco, with 1.392 million tons; Ceará, with 1.374 million tons; Sergipe, with 1.27 million tons; and Espírito Santo, with 1.176 million tons. In general, the fruit belts have been on a steady path, throughout the various national frontiers, and no new belts have surfaced. “The already established fruit farming opera- tions are now going through a recovery period, seeking higher competitiveness for their fruit”, says the president of Ibraf. He also mentions that new varieties have been making their way into non-traditional regions. It is the case of the apple, whose plantations in South Brazil comprised almost exclusively two cultivars: fuji and gala. “Now we grow such cultivars as Eva, very common in São Paulo and in South Minas Gerais”, he notes. Another innovation is research on seeded-fruit, like peach- es, now underway at the Brazilian Agriculture Research Corporation (Embrapa), in São Paulo. state of são paulo, aloNe, PRODUcES mORE THAN 40% Of THE NATION’S fRESH fRUITS MeRCAdo > mARkET cardÁpio REfORçADO In or A g. A ss m an n 24 A estabilidade da economia brasileira, a partir do Plano Real, implantado em meados da década de 1990, fez com que uma faixa estimada em mais de 30 milhões de pessoas viesse a conquistar poder de compra no País. Com o aumento de renda da chamada “nova classe média”, produtos antes proibitivos, ou mais dificilmente acessados, passaram a ser consumi- dos. Nessa lista estão as frutas, até então consideradas artigoscaros. O Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf ) estima que em 2012 o consumo per capita de frutas chegou a 70,84 quilos/habitante/ano, num total de 13,743 milhões de tone- ladas. Apesar do crescimento, a utilização diária de frutas na alimentação ainda está longe do recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que é de 100 quilos/habitante/ano, ou 400 gramas ao dia. Para chegar ao consumo per capita de 2012, o Ibraf levou em conta uma popu- lação de 194 milhões de pessoas. O dado foi obtido a partir da análise de produção, importação, exportação, produto destinado a indústria e perdas, calculadas em 40% do que foi disposto à comercialização, ou 9,162 milhões de toneladas. Um breve olhar sobre a última Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), reali- zada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ilustra bem essa mu- dança. Os dados referem-se ao período entre 2002 e 2008, quando houve grande crescimento de consumo no Brasil, em função do aumento da renda da população. Conforme o relatório, que inclui as 10 frutas mais adquiridas, o consumo per capi- ta passou de 24,49 quilos/habitante/ano em 2002 para 28,86 quilos/habitante/ano em 2008. O estudo mostra que todas as regiões brasileiras apresentaram aumento signi- ficativo, com destaque para o Centro-Oeste, onde a evolução do agronegócio elevou o poder aquisitivo da população. No entanto, os estados do Sul continuam sendo os que apresentam maior presença de frutas na alimentação das famílias. A análise do IBGE evidencia ainda que a classe alta é a grande consumidora de frutas no Brasil, com 50,27 quilos/habitante/ano em 2008. Na classe média, são demandados 31,4 quilos/habitante/ano; e na baixa, 17,3 quilos/habitante/ano. Na faixa mais carente da população predomina a ingestão de banana, laranja e maçã. As três espécies também estão presentes na classe média, onde ainda têm representatividade o mamão e a tange- rina. Já na parcela mais rica, itens mais caros ganham espaço, como melão, limão e uva. Para o presidente do Ibraf, Moacyr Saraiva Fernandes, o consumo de frutas deve permanecer aquecido no mercado interno. O foco da entidade está voltado à preparação de uma campanha visando a divulgação dos benefícios das frutas para segmentos específicos, como crianças e parturientes. “Precisamos mobilizar os for- madores de opinião”, enfatiza, referindo-se a médicos e nutricionistas. n Melhoria na renda inclui as frutas no cotidiano da população brasileira, com consumo que já ultrapassa a 70 quilos por habitante ao ano Sí lv io Á vi la Sí lv io Á vi la 25 CoNsuMo aPareNte de frutas fresCas eM 2012 Bom Bocado > DELIcAcy Produção 43,598 milhões de toneladas importação 427,314 mil toneladas exportação 693,020 mil toneladas População 194 milhões de habitantes indústria 20,692 milhões de toneladas In natura 22,906 milhões de toneladas Perdas 9,162 milhões de toneladas Consumo total 13,743 milhões de toneladas Consumo per capita 78,84 quilos/habitante/ano fonte: ibraf. REINvIgORATED meNu The stability of the Brazilian economy, ever since the Real Plan was implemented in the mid-1990s, improved the economic conditions of a social class comprising some 30 million people, considerably increasing their purchasing power. With bigger income earned by the so-called “new middle class”, previously forbidden products, or very diffi- cult to access, became part of their daily diet. The list of these products includes fruits, up to that time viewed as expensive. According to the Brazilian Fruit Institute (Ibraf ), per capita consumption of fruit in 2012 reached 70.84 kg/person/year, total- ing 13.743 million tons. Despite this soaring consumption, the use of fruit in the daily diet is still lagging behind the recommen- dations by the World Health Organization ( WHO) of 100 kilos/ person/year, or 400 grams a day. Consumption per capita in 2012 was calculated by Ibraf, con- sidering a population of 194 million people. The Institute took into consideration an analysis that included production, imports, ex- ports, fruits destined to the industry and losses, calculated at 40% of all amounts available in the market, or 9.162 million tons. A brief look at the latest Family Budgets Survey (POF), in the Portuguese acronym), conducted by the Brazilian Institute of Ge- ography and Statistics (IBGE), illustrates this change. All num- bers refer to the 2002 – 2008 period, when consumption soared considerably throughout Brazil, by virtue of the improved pur- chasing power of the population. Stronger purchasing power adds fruits to the daily diet of the Brazilian population, with consumption now reaching upwards of 70 kilos per person a year According to the report, which includes the 10 top-selling fruits, per capita consumption in Brazil rose from 24.49 kilos/ person/year in 2002 to 28.6 kilos/person/year in 2008. The study detected a significant increase throughout all Brazilian regions, especially in the Center-West, where the good agribusiness mo- ment improved the purchasing power of the people, in general. Nonetheless, it is in the southern states that fruits are more sig- nificantly present in family diets. The IBGE analysis also shows that it is the upper class in Bra- zil that consumes the most fruit, with 50.27 kilos/person/year in 2008. Consumption by the middle class reaches 31.4 kilos/ person/year. In the lower classes, the most consumed fruits are bananas, oranges and apples. The three species are also popular with the middle class, where papayas and tangerines are also very representative. In the upper class, more expensive items, like melons, lemons and grapes, are popular. Ibraf president Moacyr Saraiva Fernandes understands that fruit consumption will continue in the domestic market. The entity is now engaged in the preparation of a campaign focused on giving publicity to the benefits of fruits to specific segments, like children and expectant mothers. “We’ve got to mobilize the opinion makers”, he emphasizes, referring to doctors and nutritionists. n Seu portal para fazer negócios com o Brasil! Ÿ Informações sobre 8.700 empresas exportadoras brasileiras; Ÿ Dados sobre 2.700 produtos relacionados a comércio exterior; Ÿ Indicadores econômicos, tabelas e gráficos sobre comércio exterior; Ÿ Mais de 300 feiras comerciais a serem realizadas no Brasil em 2011; Ÿ Oportunidades de investimento em infraestrutura, energia, indústria www.brasilglobalnet.gov.br pesada e megaeventos esportivos. Ministério das Relações Exteriores Subsecretaria-Geral de Cooperação, Cultura e Promoção Comercial Departamento de Promoção Comercial e Investimentos In or A g. A ss m an n 26 REINvIgORATED meNu Seu portal para fazer negócios com o Brasil! Ÿ Informações sobre 8.700 empresas exportadoras brasileiras; Ÿ Dados sobre 2.700 produtos relacionados a comércio exterior; Ÿ Indicadores econômicos, tabelas e gráficos sobre comércio exterior; Ÿ Mais de 300 feiras comerciais a serem realizadas no Brasil em 2011; Ÿ Oportunidades de investimento em infraestrutura, energia, indústria www.brasilglobalnet.gov.br pesada e megaeventos esportivos. Ministério das Relações Exteriores Subsecretaria-Geral de Cooperação, Cultura e Promoção Comercial Departamento de Promoção Comercial e Investimentos curVa AScENDENTE Sí lv io Á vi la 28 O comércio externo para as frutas brasileiras segue em curva ascendente. Em 2012, as exportações registraram cresci- mento de 1,73% em volume em relação ao ano anterior, tendo sido embarcadas 693,020 mil toneladas. No entanto, os números da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), ór- gão do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, indicam queda de 2,34% no faturamento, fechando em US$ 618,821 milhões. O campeão de vendas no período foi o melão, que teve incremento de 7,19% na quan- tidade, em relação ao ano anterior, chegando a 181,767 mil toneladas, ou 26,22% do total exportado.Em seguida aparecem a manga (0,45% a mais), a banana (recuo de 15,52%) e o limão (aumento de 9,56%). A maçã, que foi o quinto item da cesta de exportações, conseguiu recuperar as perdas dos últimos três anos e apresentou acréscimo de 48,47% nos embarques. O Brasil exporta frutas para 56 nações. Os Países Baixos, mais costumeiramente cha- mados de Holanda, continuam sendo a grande porta de entrada dos produtos brasilei- ros na Europa. Para lá foram destinados 39,28% do total embarcado em 2012, sendo então distribuídos em todo o continente. O mercado europeu absorve em torno de 85% das vendas brasileiras. “Mas a tendência é que diminua o consumo”, avalia o presidente do Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf ), Moacyr Fernandes. Diante dessa realidade, Fernandes defende que é necessário buscar mercados em cres- cimento, para suprir os que estão retraídos. Em seu entender, a maior expansão das vendas deve ocorrer para Rússia e China. “São países que têm restrições climáticas e, por isso, não conseguem produzir o suficiente”, destaca. Em 2012, foram exportadas para as duas nações 1,197 mil e 3,483 mil toneladas, respectivamente. O Leste Europeu também representa para o setor uma possibilidade de incremento dos negócios, assim como o Oriente Médio. Moacyr Fernandes considera que, além de buscar novos clientes, os exportadores devem cuidar para não perder os que já conquistaram. Cita como exemplos os Estados Unidos e o Canadá, tradicionais compradores das frutas brasileiras. n RESPONSABILIDADE O presi- dente do Ibraf, Moacyr Saraiva Fernandes, considera que os exportadores devem ser responsáveis por manterem os volumes vendidos. “O lucro auferido depende do mercado. Muitas vezes, é preciso oferecer as frutas por preço menor para continuar colocando o produto”, observa. É o que está acontecendo com a uva de mesa, pro- duzida no Vale do São Francisco. “A pro- dução não tem se mostrado competitiva e novos players, como o Peru, se apresentam com qualidade excelente”, avalia. Conforme o presidente do Ibraf, as novas exigências de mercado também precisam ser levadas em conta pelos fornecedores brasilei- ros de frutas. “Alguns compradores começam a questionar quanto se gasta de água para produzir, quanto carbono é liberado e o des- tino dos resíduos, fazendo inclusive restri- ções em caso de algum problema”, enfatiza. melão, que represeNta mAIS DE Um qUARTO DAS vENDAS, TEvE AUmENTO DE 7,19% Exportações brasileiras de frutas registraram crescimento de 1,73% em volume em 2012, com diminuição de 2,34% no resultado financeiro Sí lv io Á vi la 29 meloN shipmeNts, which represeNt mORE THAN A qUARTER Of ALL SALES, wERE UP 7.19% exPortações brasileiras de frutas gaNhaNdo o muNdo > cONqUERINg THE wORLD fruta 2012 2011 receita (us$ fob) Volume (kg) receita (us$ fob) Volume (kg) Melão 134.114.090 181.767.594 128.353.767 169.575.730 Manga 137.588.916 127.002.229 140.910.324 126.430.774 banana (exc. da terra) 34.504.534 92.972.951 39.247.836 110.053.925 limão* 59.882.439 72.810.401 65.806.140 66.457.950 Maçã 48.559.505 72.252.803 36.059.461 48.666.209 uva 121.890.881 52.015.627 135.782.857 59.391.482 Melancia 16.979.924 33.543.998 13.877.107 29.287.478 Mamão 36.358.922 26.130.743 38.887.743 28.822.524 laranja 8.745.906 22.447.476 16.364.077 33.310.972 abacate 6.841.371 4.273.039 6.199.802 3.263.236 banana-da-terra 900.166 2.726.129 0 0 figo 8.480.203 1.632.420 7.300.741 1.455.787 tangerina 1.419.470 1.357.040 849.005 921.432 abacaxi 851.439 1.356.500 1.401.952 2.238.300 Caqui 533.422 222.160 0 0 outras frutas 576.478 205.237 1.777.444 672.898 Goiaba 275.502 119.705 300.067 137.455 Coco 38.503 106.297 259.795 479.345 outros cítricos 160.290 40.139 115.017 26.561 Pera 19.992 22.344 17.704 16.128 Magostão 60.480 10.080 0 0 framboesa e amora 27.769 3.846 65.711 9.714 airela e mirtilo 8.303 927 33.764 3.432 ameixa 2,631 717 3.176 1.063 Morango 13 1 0 0 Pomelo 0 0 22.983 44.415 damasco 0 0 837 91 Cereja 0 0 2.632 1.385 total 618.821.149 693.020.403 633.639.942 681.268.286 * as estatísticas de limão e lima estão agrupadas. fonte: secex elaboração: ibraf Sí lv io Á vi la 30 Foreign sales of Brazilian fruits continue to rise. In 2012, exports were up 1.73% in volume from the previous year, with total shipments amounting to 693.020 thousand tons. Nevertheless, the numbers released by the Brazilian Secretariat of Foreign Trade (Secex), an organ of the Ministry of De- velopment, Industry and Foreign Trade (MDIC), point to a 2.34% re- duction in revenue, reaching US$ 618.821 million. The best selling fruit were melons, up 7.19% in quantity, from the previous year, totaling 181.767 thousand tons, or 26.22% of total exports. Then come mangoes (up 0.45%), bananas (down 15.52%) and limes (up 9.56%). Apples ranked fourth on the list of exports, but managed to recover the losses suffered over the past three years, with shipments abroad increasing by 48.47% in the shipments. Brazil exports fruits to upwards of 56 nations. The Netherlands, nor- mally referred to as Holland, continues as the entrance gate of Brazil- ian fruits to Europe. It was the destination for 39.28% of all Brazilian fruit shipments in 2012, from where they are sent throughout the entire continent. The European market absorbs about 85% of all Brazilian fruit sales. “Nevertheless, the trend is for consumption to shrink”, argues the president of the Brazilian Fruit Institute (Ibraf ), Moacyr Fernandes. In light of this reality, Fernandes advocates the need for Brazil to work its way into developing markets, to make up for those on the de- cline. He understands that Russia and China are preferred targets for sales expansions. “These countries are subject to climatic restrictions and, therefore, are not able to produce enough for their internal needs”, he comments. In 2012, the two nations purchased 1.197 thousand and 3,483 thousand tons, respectively. Eastern Europe also represents more business opportunities for the sector, just like the Middle East. Moacyr Fernandes has it that, in addition to seeking new clients, exporters should take care not to lose the ones they have already con- quered. As examples, he cites the United States and Canada, tradi- tional importers of Brazilian fruit. n yIELD curVe Brazil fruit exports soared 1.73% in volume in 2012, but financial result shrank 2.34% RESPONSIBILITY The president of Ibraf, Moacyr Saraiva Fernandes, maintains that the exporters should assume responsi- bility over the exported volumes. “Profits depend on the market. Very often, there is need to sell the fruits at a lower price, if sales continuity is to be maintained”, he observes. This is what is happening with table grapes produced in Vale do São Francisco. “Prices have not been competitive, paving the way for new players, like Peru, with grapes of ex- cellent quality”, he evaluates. According to the Ibraf president, new market requirements must also be considered by all Brazilian fruit suppliers. “Some buyers are even beginning to question the amount of water used during the growing stage, the amount of carbon that is released into the air, the disposal of the waste. And they are begin- ning to raise restrictions in case this kind of problems are detected”, he warns. 31 SABOR qUE coNVeNce Projeto Brazilian Fruit divulga as frutas brasileiras no exterior durante feiras e promove degustações em supermercados, com bons resultados Se o Brasil começou efetivamente a exportar frutas, isso muito se deve ao projeto Brazilian Fruit, responsável por divulgar as espécies nacionais no exterior. Criado em 1998, pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), em parceria com o Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf ), o convênio foi renovado em outubro de 2012, para mais dois anos. A gerente do projeto, Luciana Pacheco, do Ibraf, explica que o trabalho vem sendo direcionado à demandasolicitada pelas próprias empresas participantes. “Começamos com as frutas frescas e depois passamos às processadas. Agora, já incluímos as frutas secas”, obser- va. Segundo ela, o interesse tem sido grande por produtos identifica- dos com o Brasil, como as castanhas, o açaí e o cupuaçu, entre outras. Atualmente, o Brazilian Fruit congrega 140 empresas, de vários portes. “Temos exportadoras e outras que ainda estão começando a buscar seus mercados”, salienta Luciana. A ideia, enfatiza a gerente, é ir aos poucos inserindo novos produtos no projeto e ampliando o número de clientes a serem trabalhados. O balanço de 2012 foi bastante positivo para o Brazilian Fruit. O projeto atingiu todas as regiões do País, com a realização de reu- niões e workshops para a apresentação das ações a empresas e asso- ciações. Jornalistas e compradores estrangeiros também estiveram no Brasil para conhecer os polos produtores de frutas e participar de rodadas de negócios. Os mais de 200 encontros resultaram em R$ 15 milhões de transações comerciais concretizadas. Como já vem ocorrendo há vários anos, o Brazilian Fruit esteve presente com estande em importantes feiras internacionais. A promo- ção das frutas e de seus derivados ocorreu na Fruit Attraction, na Es- panha; na Fruit Logística, na Alemanha; e na Gulfood, nos Emirados Árabes. A participação nos eventos resultou no fechamento de US$ 13 milhões em negócios, com mais de três mil contatos. A divulgação das frutas brasileiras no exterior foi feita também por meio de degustações e outros eventos, com a presença de consumi- dores e formadores de opinião. Um deles foi o Brazilian Fruit Festi- val, em rede de supermercado da Alemanha. Outra ação importante aconteceu durante o salão da Film Brazil, projeto institucional de promoção da produção audiovisual brasileira, em Cannes, na França, que contou com a participação de mais de duas mil pessoas. n AMAZON FLAVOURS Desde 2009, outro projeto da Apex-Brasil, em parceria com o Ibraf e com o Sindicato das Indústrias de Frutas e Derivados do Estado do Pará (Sindfrutas), está divul- gando espécies frutíferas brasileiras no exterior. O projeto Amazon Flavours é focado nas frutas da Amazônia. A mais reconhecida é o açaí; no entanto, a inten- ção é popularizar outras das 120 varieda- des nativas da região Norte. Conforme a gerente do Ibraf, Lucia- na Pacheco, o projeto está começando a ganhar fôlego, mas necessita do envolvi- mento maior das 12 empresas participan- tes. “Costumamos trabalhar o Amazon Flavours junto com o Brazilian Fruit durante as feiras”, enfatiza. atualmeNte, 140 empresas DE vÁRIOS PORTES INTEgRAm AS DIvERSAS AçõES In or A g. A ss m an n 32 33 A cONvINcINg flaVor The Brazilian Fruit project is definitely credited with Brazil’s initiative to start exporting fruits, because this project promotes our national fruit species abroad. Created in 1998, by the Brazilian Trade and Investments Promotion Agency (Apex-Brasil), jointly with the Brazilian Fruit Institute (Ibraf ), the agreement was renewed in October 2012, for another two years. The manager of the project, Luciana Pacheco, of Ibraf, explains that the work is being geared towards the demands requested by participating companies themselves. “We started with fresh fruit and then progressed to processed fruits. Now we have already in- cluded dried fruits”, she observes. According to her, there has been great interest in products identified with Brazil, like cashew nuts, açaí, among others. Currently, the Brazilian Fruit project comprises 140 compa- nies, of different sizes. “We have exporting companies and compa- nies that are beginning to search for markets”, Luciana comments. The idea, she stresses, consists in gradually inserting new products into the project and, in the meantime, expand the number of cli- ents to be visited. The 2012 balance was quite positive for the Brazilian Fruit. The project has already reached every region across Brazil, through meetings and workshops for the introduction of the actions to companies and associations. Journalists and foreign buyers have also come to Brazil to learn more about the fruit producing belts and take part in business rounds. The upwards of 200 meetings resulted into business transactions amounting to R$ 15 million. For years now, the Brazilian Fruit has set up stands in impor- tant international fairs. The promotion of fruits and fruit deriva- tives took place at the Fruit Attraction, in Spain; at Fruit Logistics, in Germany; at Gulfood, in the Arab Emirates. The participation in events resulted into business deals reaching US$ 13 million, in- volving upwards of three thousand contacts. The publicity of Brazilian fruits abroad was also conducted through tasting sessions and other events, attracting consumers and opinion makers. One of them was the Brazilian Fruit Festival, in a supermarket chain in Germany. Another noteworthy initia- tive took place during the Film Brazil salon, an institutional proj- ect that promotes Brazilian audiovisual production, in Cannes, France, which attracted upwards of two thousand people. n curreNtly, 140 compaNies Of DIffERENT SIzES TAkE PART IN THE AcTIONS AMAZON FLAVORS Since 2009, another project by Apex-Brasil, jointly with the Ibraf and with the Pará State Fruit Industries Union (Sindfrutas), has been promoting Brazilian fruits abroad. The Amazon Flavors project is focused on Amazon fruits. The most popular is the açaí; however, the intention is to make other fruits popular, too, from a universe of 120 different varieties native to the North. Ibraf manager Luciana Pacheco main- tains that the project is beginning to take off, but calls for deeper involvement by the 12 participating companies. “We nor- mally work on the Amazon Flavors joint- ly with the Brazilian Fruit during summer vacation time”, she notes. Brazilian Fruit project promotes Brazilian fruit abroad during summer vacation and stages tasting sessions in supermarkets, with good results In or A g. A ss m an n 20ª Semana Internacional da Fruticultura, Floricultura e Agroindústria 34 20ª Semana Internacional da Fruticultura, Floricultura e Agroindústria Oitenta setores, entre eles a fruticultura, preparam estratégia para aumentar negócios durante os grandes eventos esportivos internacionais O Brasil é o País da moda. Em 2012, foi um dos destinos mais procurados pelos turistas de todo o mundo. E a tendência é que esse interesse aumente nos próximos anos. Isso porque a Nação vai sediar três importan- tes eventos esportivos. Tudo começa em 2013, com a Copa das Confederações, da Federação Internacional de Futebol (Fifa). No ano seguinte, modernos estádios irão receber os jogos da Copa do Mundo. E em 2016, o Rio de Janeiro será palco da Olimpíada. De olho nesse grande fluxo de visitantes, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) irá por em prática o Projeto Copa do Mundo Fifa 2014. A iniciativa envolve 80 entidades de vários setores, entre eles o da fruticultura. As ações co- meçam a ser desenvolvidas durante a Copa das Confederações, que acontece nas cidades de Brasília, Rio de Janeiro, Fortaleza, Recife, Salvador e Belo Horizonte, entre 15 e 30 de junho de 2013. A agência irá trazer ao País compradores internacionais e forma- dores de opiniões no período dos jogos e também durante todo o ano, em agendas programadas para fechamento de negócios. A expectativa é que durante a Copa das Confederações sejam mobi- lizados mais de 500 investidores estrangeiros; na Copa do Mundo, tende a ser o dobro. Essas ações devem agregar ao Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cerca de R$ 183 milhões até 2019. O Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf ) está participando do pro- jeto da Apex-Brasil. Para o presidente da entidade, Moacyr Saraiva Fernandes, é necessário que as ações sejam conduzidas com inteli- gência, para que se reflitam em aumento do consumo edas expor- tações dos produtos nacionais. “É um trabalho desafiante, porque o Brasil não possui essa expertise”, avalia. Conforme Fernandes, em países que recentemente realizaram eventos esportivos, foram feitos grandes investimentos, com exce- lente retorno. “Os produtores de vinho da África do Sul tornaram seu produto conhecido em função da realização da Copa do Mun- do no país, em 2010”, exemplifica. n A BOLA ESTÁ quicaNdo Sí lv io Á vi la 36 Eighty sectors, including fruit farming, are leveraging the power of innovation to improve their businesses during the international sports events Brazil is buzzword of the moment. In 2012, the Country emerged as a most preferred des- tination of tourists from all over the world. And the trend is for this interest to keep soaring over the next years, once the nation is go- ing to play host to three important sports events. Everything starts in 2013, with the Confederations Cup, staged by the International Federation of Football Associations (FIFA). And the following year, modern stadiums will be the venue for the World Cup. And in 2016, Rio de Janeiro will be the venue for the Olympic Games. With an eye towards the flood of visitors, the Brazilian Trade and Investments Promotion Agency (Apex-Brasil) will set the 2014 Fifa World Cup Project in motion. The initiative involves 80 enti- ties from several sectors, including fruit growing. All actions are set to start during the Confederations Cup, which takes place in the following cities: Brasília, Rio de Janeiro, Fortaleza, Recife, Sal- vador and Belo Horizonte, 15th through 30th June 2013. The agency has decided to bring into the Country international buyers and opinion makers during the games and also all year round, with agendas scheduled for business rounds. The expecta- tion for the Confederations Cup is to involve upwards of 500 for- eign investors; and for the World Cup it is twice that number. These initiatives are estimated to add approximately R$ 183 million to the Gross Domestic Product by 2019. The Brazilian Fruit Institute (Ibraf ) has also joined the Apex- Brasil Project. The president of the entity, Moacyr Saraiva Fer- nandes, understands that all these actions need to be conducted intelligently, if they are expected to reflect on higher consumption and soaring exports of our national products.”It is a very challeng- ing work, as Brazil lacks this expertise”, he comments. According to Fernandes, in countries that recently staged sports events, huge investments were made, with excellent results. “The win- eries in South Africa took advantage of the 2010 World Cup and pro- moted their wines around the world”, he exemplifies. n THE BALL IS rolliNg 37 pRInCIpAIs FRUTAs > mAIN fRUIT ABACAxI > PINEAPPLE ALTOS E Baixos In or A g. A ss m an n 38 Os produtores de abacaxi aguardam com expectativa a confirmação das previsões de produção referentes a 2012. Com base em dados da Produção Agrícola Municipal (PAM) e do Levantamen- to Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), fornecidos pelo Instituto Brasilei- ro de Geografia e Estatística (IBGE), o indicativo é de que tenham sido colhidas 1.650.936.000 de frutas no período, com crescimento estimado em 4,7%. No ano anterior, a produção ficou em 1.576.972.000 frutos. De acordo com a economista Áurea Fabiana Apolinário de Albuquerque, pes- quisadora da Embrapa Mandioca e Fruticultura, de Cruz das Almas (BA), caso rati- ficados, os resultados podem ser atribuídos a três fatores: aumento no nível médio de preços pagos ao produtor desde 2010, melhoria – e efetiva adoção por parte considerável dos produtores – nas tecnologias de controle de pragas e doenças, e leve aumento no rendimento médio. Entretanto, a perspectiva para 2013 é de queda. Conforme a pesquisadora da Embra- pa, municípios atingidos pela seca tiveram perda significativa de mudas. “Em Itaberaba, na Bahia, serão necessários dois ciclos de produção para recuperação total”, avalia. De acordo com o LSPA–IBGE, a previsão de safra para 2013 é de 1.580.795.000 frutos, decréscimo de 4,25% no comparativo com o estimado de 2012. Mesmo assim, outros municípios devem conseguir melhorar consideravelmente sua produtividade. A cidade de São Francisco de Itabapoana, no norte do Rio de Janeiro, que apresen- tou crescimento notável em 2011 e passou a ocupar o segundo posto do ranking, no lugar de Itaberaba, tem perspectivas de continuar com boas safras. Áurea Albuquerque também destaca que o custo da mão-de-obra tem apresentado trajetória crescente nos últimos anos, chegando ao ápice em 2012. “Confirmando-se a queda na produção, alia- da ao aumento no custo da mão-de-obra, a tendência é de avanço dos preços, a curto prazo”, salienta a pesquisadora. “Com boas perspectivas na relação custo/benefício, ha- verá estímulos ao incremento da área cultivada em alguns polos produtores de abacaxi”. Dados do IBGE mostram que em 2011 o ranking da produção da fruta no Bra- sil foi capitaneado pelo Estado da Paraíba (276.250.000 frutos e 17,53%), segui- do por Pará (270.532.000 e 17,16%), Minas Gerais (228.703.000 e 14,5%), Bahia (140.254.000 e 8,89%), Rio de Janeiro (109.816.000 e 6,96%) e Rio Grande do Norte (107.796.000 e 6,84%). O Rio de Janeiro é o Estado com o maior aumento de produção, com crescimento de aproximadamente 70% em relação ao ano anterior, passando da sétima para a quinta colocação. n Dados do IBGE apontam para aumento de 4,7% na produção brasileira em 2012, mas a perspectiva é de recuo em 2013, por causa do clima In or A g. A ss m an n Sí lv io Á vi la 39 PARA O EXTERIOR As exporta- ções de abacaxis frescos ou secos apresenta- ram queda. Em 2012, foram enviadas ao ex- terior 1.357 toneladas da fruta, ou 0,05% da produção prevista para 2012 (2.476.404 to- neladas). No ano anterior, o Brasil produziu 2.365.458 toneladas e exportou 2.238 tone- ladas, aproximadamente 0,1% da produção. Da mesma forma, as vendas externas totais da fruta, em suas diversas formas (abacaxis frescos ou secos; preparados ou conservados de outro modo; preparados ou conservados em água edulcorante etc; sucos – ananares não fermentados; su- cos com valor brix <= 20; outros sucos de abacaxi) também recuaram. Dos US$ 16.937.880,00 FOB gerados com a venda de 10.727.290 quilos em 2011, passou-se para US$ 11.981.790,00 FOB obtidos com a ex- portação de 7.888.999 quilos em 2012. Os principais destinos neste ano foram Argenti- na, Uruguai, Porto Rico, Holanda (principal entreposto da União Europeia) e Chile. O abacaxi pérola, de pouca receptivi- dade no exterior, segue sendo a varieda- de mais produzida no Brasil, enquanto a Smoothie Cayenne é a mais procurada para exportação. A variedade MD-2 vem conquis- tando espaço no mercado internacional, so- bretudo o europeu. apesar do Bom momeNto, AS ExPORTAçõES DEvEm TER PEqUENO DEcLíNIO UPS AND dowNs Sí lv io Á vi la 40 The pineapple farmers are anxiously waiting for the confirmation of the production volume estimated for 2012. Based on data released by the Municipal Agricul- tural Production Department (PAM) and on the Systematic Survey of Agricultural Production (LSPA), furnished by the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE) , indications point to a harvest of 1,650,936,000 fruits over the period, up approximately 4.7%. In the previous year, production remained at 1,576,972,000 fruits. According to economist Áurea Fabiana Apolinário de Albuquer- que, researcher with Embrapa Cassava and Fruit Farming, in Cruz das Almas (BA), if ratified, three factors could be credited with the re- sults: higher average farm gate prices since 2010, improvement – and effective adoption of pest and disease control technologies by a consid- erable number of farmers, and a slight increase in productivity rates. Nonetheless, the perspectives for 2013 point to a decline. According to Embrapa researcher, municipalities hit by drought conditions suf- fered huge lossesof seedlings. “In Itaberaba, Bahia, total recovery will require two normal production cycles”, she comments. According to LSPA–IBGE, the 2013 crop is estimated at 1,580,795,000 fruits, down 4.25% from the volume estimated for 2012. Even so, other municipali- ties are poised to recover almost entirely their productivity rates. The town of São Francisco de Itabapoana, on the north of Rio de Janeiro, which experienced a considerable increase in 2011 and began to occupy the second position in the ranking, replacing Ita- beraba, is likely to continue harvesting good crops. Áurea Albuquer- que also points to the rising trend of labor costs over the past years, reaching their peak in 2012. “Should the reductions in production confirm, allied with the soaring labor costs, the trend is for higher DESTINED FOR ABROAD Fresh or dried pineapple exports suffered a reduc- tion. In 2012, shipments abroad amounted to 1,357 tons, or 0.05% of the entire crop es- timated for 2012 (2,476,404 tons). The year before, Brazil produced 2,365,458 tons and exported 2,238 tons, approximately 1% of the entire production volume. Similarly, shipments abroad of the fruit, in its several forms ( fresh or dried; prepared or preserved in some other way; prepared or preserved in sugar water, etc; juices – non fermented pineapples; juices with value brix <= 20; other pine- apple juices) also receded. From the US$ 16,937,880 FOB derived from the sales of 10,727,290 kilos in 2011, the amount dropped to US$ 11,981,790 FOB obtained from the exports of 7,888,999 kilos in 2012. That year, the major destinations were Argentina, Uruguay, Puerto Rico, Holland (major distribution center for the European Union) and Chile. The white pearl pineapple, not very popular abroad, is the most produced variety in Brazil, while the Smoothie Cay- enne is the most demanded for exports. The MD-2 variety is gradually working its way into the international market, espe- cially into Europe. although goiNg through a good momeNt, ExPORTS ARE POISED TO DEcLINE estados exPortadores 2012 * VeNdas exterNas > fOREIgN SALES estados us$ foB peso líquido (kg) Pará 2.533.692 1.444.600 Minas Gerais 498.998 793.406 rio Grande do sul 478.133 199.366 tocantins 471.070 261.750 Paraíba 416.040 339.406 fonte: Ministério do desenvolvimento, indústria e Comércio exterior * Valores totais (abacaxis frescos ou secos; abacaxis preparados ou conser- vados de outro modo; abacaxis preparados ou conservados em água edulco- rante etc; sucos de abacaxis (ananares) não fermentados; sucos de abacaxi com valor brix <= 20; outros sucos de abacaxi). estados Produtores - 2011 os maiores > THE BIggEST Área colhida produção rendimento (ha) (mil frutos) (frutos/ha) Paraíba 9.216 276.250 29.975 Pará 8.968 270.532 30.166 Minas Gerais 7.810 228.703 29.283 bahia 5.841 140.254 24.012 rio de Janeiro 4.455 109.816 24.650 fonte: ibGe IBGE data points to an increase of 4.7% in the 2012 Brazilian crop, but the perspectives are for a smaller crop in 2013, due to weather conditions prices, in the short run”, the researcher comments. “With good per- spectives with regard to cost/benefit variables, there will be incentive for bigger planted areas in some pineapple production hubs”. According to data released by IBGE, in 2011, the frontrunner in the production of pineapples in Brazil was the state of Paraíba (276,250,000 fruits and 17.53%), followed by Pará (270,532,000 and 17.16%), Minas Gerais (228,703,000 and 14.5%), Bahia (140,254,000 and 8.89%), Rio de Janeiro (109,816,000 and 6.96%) and Rio Grande do Norte (107,796,000 and 6.84%). Rio de Janeiro is the State that in- creased its production the most, by approximately 70% compared to the previous year, jumping from the 7th to the 5th position. n 41 AçAÍ > AçAí ENERgIA pura Sí lv io Á vi la 42 Uma pequena fruta, dotada de propriedades como vitaminas e minerais, além de ser excelente ener- gético, contribui robustamente para a economia na região da Amazônia e está ple- namente inserida na alimentação de sua população. O açaí deve seguir expandindo mercados no Brasil e no exterior. O Pará mantém-se como o maior produtor do fruto. Segundo dados do Levanta- mento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), fornecidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgados pela Secretaria de Agricultura do Estado (Sagri), até novembro de 2012 os municípios paraenses haviam atingido o total de 817.246 toneladas de açaí em área de 91.426 hectares (fruto plantado e manejado), com aumento de área e produção em relação ao ano interior. A Sagri estima que o Pará seja responsável por algo entre 80% e 90% da pro- dução nacional. Dados do IBGE, de 2011, indicam que, no extrativismo, os três principais produtores foram Pará (109.345 t), Amazonas (89.480 t) e Maranhão (12.119 t). Para o engenheiro agrônomo Geraldo Chaser Tavares, da Sagri, do Pará, a supremacia paraense pode ser atribuída ao açaí plantado/manejado em larga es- cala, opção que não é usada na mesma proporção em outros estados. Os resultados alcançados pelo Estado podem ser relacionados aos investimen- tos em pesquisa para novas cultivares, precoces e adaptadas à terra firme, com alta produtividade. Do convênio firmado com a Embrapa Amazônia Oriental, surgiu a cultivar BRS Pará, em 2004. “Estima-se que até o final de 2013 seja realizado o lançamento de nova cultivar, que está em desenvolvimento e que possuirá como principais características o maior rendimento de polpa e a produção no primeiro semestre, ou seja, na entressafra”, conta Tavares. Desde 2008, conforme levantamento da secretaria, foram distribuídas cerca de 19 toneladas de sementes selecionadas da cultivar BRS Pará, que produziram, ao menos, 9 milhões de mudas. “Provavelmente, este fomento, aliado à perspectiva de bons negócios pela iniciativa privada, tenha incrementado a área plantada. Assim, existe hoje no Estado projeto com 2.500 hectares plantados e com projeção para 4.000 hectares”, analisa o agrônomo. n Amazônia aposta em novas cultivares e tecnologias para produzir açaí até mesmo durante a entressafra e assim conseguir aumentar produtividade Sí lv io Á vi la Sí lv io Á vi la 43 NOVO SALTO Se os resultados de produção de 2012 suplantaram os do ano anterior, a expectativa é de que em 2013 a tendência se mantenha no Pará, com au- mento da área plantada e de pelo menos 20% na colheita. “Mas a demanda ainda não será plenamente atendida, pois serão necessários alguns anos para que os novos plantios com tecnologia (irrigação e novas cultivares) entrem em produção”, avalia Ge- raldo Chaser Tavares, da Sagri. Já no campo das exportações, o açaí apresentou em 2012 (US$ 17.298.134,00 e 6.061.194 kg) queda em relação a 2011 (US$ 20.243.180,00 e 6.897.396 kg). “Isso se deveu, provavelmente, à retração do mercado europeu, com a crise econômi- ca, onde os Países Baixos, liderados pelas exportações da Holanda, via porto de Ro- terdã, reduziram suas compras”, considera. Estima-se que apenas 10% da produção é exportada para outros países, sendo que 60% é consumida no próprio Estado do Pará e 30% em outros estados da Federação. parÁ teVe aumeNto de produção, mAS HOUvE REcUO NAS ExPORTAçõES pure ENERgy Sí lv io Á vi la 44 exPortações de açaí do Pará o muNdo gosta > THE wORLD LOvES IT us$ quantidade (kg) % 2012 total 17.298.134,00 6.061.194 - eua 13.688.366,00 5.130.779 79% Japão 2.422.901,00 613.772 14% Coreia do sul 328.166,00 66.830 1,9% outros países - - 5,1% 2011 total 20.243.180,00 6.897.396 kg - eua - - 77% Países baixos - - 8,6% Japão - - 6,6% outros países - - 7,8% fonte: sagri. Produção CresCeNte No Pará popular > POPULAR ano produção (t) Área (ha) 2012 817.246 91.426 2011 742.484 80.091 fonte: lsPa – ibGe obs.: açaí plantado e manejado. Amazonas is betting on new cultivars and technologies for producing açaí, even at off-season time, to furtherincrease productivity A small fruit, laden with such properties as vitamins and minerals, seen as energy food, is a real driving force behind the economy of the Amazon region and has be- come a staple in the daily diet of the population. The açaí is poised to continue conquering markets at home and abroad. Pará is the largest producer of the fruit. According to data from the Systematic Survey of Agricultural Production (LSPA), furnished by the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE) and published by the State Secretariat of Agriculture (Sagri), up to November 2012, the municipalities in Pará had harvested a total of 817,246 tons of açaí from an area of 91,426 hectares (planted and cultivated fruit), with area and production increases compared to the previous year. Sagri sources believe that the state of Pará accounts for some- thing like 80% to 90% of the entire national production volumes. Data by the IBGE, from a 2011 survey, indicate that, as far as extractivism is concerned, the three leading producers were Pará (109,119 t), Amazonas (89,480 t) and Maranhão (12,119 t). Ag- ronomic engineer Geraldo Chaser Tavares, of Sagri, state of Pará, understands that the supremacy of the state of Pará could be at- tributed to large-scale plantings and cultivations of açaí, an op- tion that is rather rare in other states. The results achieved by the State have also to do with the in- vestments in research into new early cultivars, adapted to firm soil, and highly productive. The BRS Pará cultivar results from an agreement signed with Embrapa Eastern Amazon, in 2004. “The new cultivar is to be launched by the end of 2013. It is still under development, and its main traits will be a more substantial pulp, ONE MORE JUMP Seeing that the 2012 production results outstripped the previous year’s total, the expectation is for the trend to hold true in 2013, in Pará, with an increase in the planted area and a crop 20% bigger. “With regard to demand, it will not yet be entirely met, once some years are needed for the new plantings, based on high technology (irrigation and new cul- tivars) to start producing”, says Geraldo Chaser Tavares, of Sagri. Açaí exports experienced a decline in 2012, from US$ 20,243,180 and 6,897,396 kg, in 2011 to US$ 17,298,134 and 6,061,194 kg) in 2012. “This probably happened because of the retraction of the European market, under the reflections of the economic crisis, where the Netherlands, led by exports to Holland, via port of Rot- terdam, reduced their purchases”, he con- cludes. It is estimated that only 10% of the entire production is shipped to other coun- tries, while 60% is consumed in the State of Pará and 30% in other Brazilian States. the state of parÁ produced more, BUT ExPORTED LESS and its growing stage during normal off-season time, that is to say, in the first half of the year”, Tavares comments. Since 2008, according to as survey conducted by the secretariat, approximately 19 tons of selected seed of the BRS cultivar were dis- tributed, and they produced a minimum of 9 million seedlings. “It is likely that the seed distribution initiative, along with the perspective for good businesses by private initiative, has prompted the farmers to increase their planted areas. Within this context, the State is running a project so far covering a planted area of 2.5 thousand hectares, but projected to reach 4,000 hectare”, the agronomist analyzes. n 45 PUxANDO A freNte BAnAnA > BANANA Sí lv io Á vi la 46 Uma das frutas mais disponíveis e acessíveis aos consumidores teve sua colheita reduzida no Brasil em 2012. As vendas externas também encolheram em volume e receita. A produção diminuiu 3,63% no comparativo com 2011, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE): foi calculada em 6,846 bilhões de toneladas, contra as 7,104 bilhões de toneladas de 2011. A receita obtida neste ano foi de R$ 4.374.269,00. Os principais estados produtores foram São Paulo (1,193 bilhão de toneladas), Bahia (1,053 bilhão de toneladas), Santa Catarina (689,695 milhões de toneladas) e Minas Gerais (687,293 milhões de toneladas). A banana é produzida em todas as regiões do Brasil. O Nordeste respondeu pelo volume de 2,427 bilhões de tone- ladas, sendo seguido pelo Sudeste (2,276 bilhões de toneladas), pelo Sul (1,076 bilhão de toneladas), pelo Norte (798,299 milhões de toneladas) e, por fim, pelo Centro-Oeste (267,544 milhões de toneladas). O plantio com bananeiras ocupou área de 523.421 hectares em 2012, 1,76% acima do verificado pelo IBGE no ano anterior. A colheita envolveu 476.744 hec- tares, 2,48% abaixo dos 488.878 hectares registrados em 2011. A produtividade média também teve queda de 1,18%, passando das 14.533 quilos por hectare em 2011 para 14.361 quilos por hectare no ano seguinte. INOVAÇÃO Em fevereiro de 2013, produtores do município de Morrinhos do Sul (RS) adquiriram 16 mil mudas da bananeira BRS Platina, variedade do tipo prata. A bananeira é resistente à Sigatoka-amarela e ao mal-do-Panamá, considerada uma das cinco mais destrutivas doenças de todos os tempos na agricultura mundial. A cultivar foi desenvolvida pela Embrapa Mandioca e Fruticultura, de Cruz das Almas (BA). Para o pesquisador Edson Perito Amorim, responsável pelo programa de melhora- mento genético de bananeira da Embrapa, a expectativa é a melhor possível. “Este é o início da adoção da BRS Platina pelos agricultores”, informa. “Espera-se que, a médio prazo, ela ocupe posição de destaque dentro do agronegócio da banana no Brasil, devido às suas qualidades de sabor, aroma e resistência às doenças”. n Uma das frutas mais acessíveis e consumidas, a banana registrou 6,8 bilhões de toneladas no Brasil em 2012, com leve queda na produção Sí lv io Á vi la In or A g. A ss m an n 47 EMBARQUE REDUZIDO A ba- nana brasileira foi menos demandada pelo mercado externo em 2012. O volume em- barcado, de 92,972 mil toneladas, significou queda de 15,52% em comparação com o negociado em 2011, de acordo com a Se- cretária de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). A venda externa resultou em receita de US$ 34,504 milhões FOB, valor 12,09% inferior ao recebido em 2011. Os principais destinos da fruta foram Uruguai (24,399 mil toneladas), Argentina (16,891 mil toneladas), Alemanha (16,133 mil toneladas) e Reino Unido (10,492 mil toneladas). Ao todo, 18 países importaram banana do Brasil em 2012. “A redução das exportações está rela- cionada à melhor distribuição da oferta brasileira, que torna o mercado interno mais favorável”, relataram os analistas de mercado Amanda Jéssica da Silva e Ednal- do Alexandre Borgato, na revista Hortifru- tiBrasil, de dezembro de 2012, publicação do Centro de Estudos Avançados em Eco- nomia Aplicada (Cepea), da Universidade de São Paulo (USP). Ainda apontaram que houve problemas relacionados à logística e à greve de fiscais agropecuários, no caso do Mercosul. Para 2013, os analistas preveem que as exportações serão relativamente fir- mes, devido ao câmbio favorável e à solução em problemas de transporte. são paulo e Bahia produziram mAIS DE 2 BILHõES DE TONELADAS DA fRUTA LEADINg THE race Sí lv io Á vi la 48 The crop of one the most available and affordable fruits was smaller in Brazil in 2012. Shipments abroad also shrank in volume and revenue. Produc- tion was down 3.63% from 2011, from figures released by the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE), it reached 6.846 billion tons, compared to 7.104 billion tons in 2011. Rev- enue amounted to R$ 4,374,269.00. The leading banana producing states were São Paulo (1.193 bil- lion tons), Bahia (1.053 billion tons), Santa Catarina (689.695 mil- lion tons) and Minas Gerais (687.293 million tons). Bananas are grown in all Brazilian regions. The Northeast accounted for a volume of 2.427 billion tons, andwas followed by the Southeast (2.276 bil- lion tons), the South (1.076 billion tons), the North (798.299 million tons) and, finally, by the Center-West (267.544 million tons). An area of 523,421 hectares was devot- ed to bananas in 2012, up 1.76% from the numbers released by the IBGE in the previ- ous years. The crop was harvested from a planted area of 476,744 hectares, down 2.48% from the 488,878 hectares registered in 2011. Average productivity rates also exPortação brasileira de baNaNas destiNos > DESTINATIONS descrição 2011 2012 % receita (us$ fob) 39.247.836 34.504.534 -12,9 Volume (kg) 110.053.925 92.972.951 -15,5 fonte: secex Produção brasileira de baNaNa aBraNgeNte > cOmPREHENSIvE descrição 2011 2012 % brasil (toneladas) 7.104.661 6.846.611 -3,63 área plantada 514.366 523.421 1,76% área colhida 488.878 476.744 -2,48 Produtividade (kg/ha) 14.533 14.361 -1,18 fonte: ibGe One of the most affordable and consumed fruits, the banana crop amounted to 6.8 billion tons in Brazil in 2012, volume down slightly from last year SMALLER SHIPMENTS Brazilian bananas witnessed a reduction in demand from abroad in 2012. The volume shipped abroad, 92.972 thousand tons, translated into a reduction of 15.52% from the sales in 2011, according to numbers released by the Brazilian Secretariat of Foreign Trade (Secex), a division of the Ministry of Devel- opment, Industry and Foreign Trade (MDIC). Foreign sales brought in revenue of US$ 34.504 million FOB, down 12.09% from 2011. The main destinations of the fruit were Uruguay (24.399 thousand tons), Argentina (16.891 thousand tons), Germany (16.133 thousand tons) and the United Kingdom (10.492 thousand tons) In all, 18 countries imported bananas from Brazil in 2012. “The reduction in exports is related to improved distribution of the fruit across Brazil, creating a more favorable scenario for the domestic market”, said market ana- lysts Amanda Jéssica da Silva and Ednaldo Alexandre Borgato, in the HortifrutiBrasil magazine, of December 2012, published by the Center for Advanced Studies on Ap- plied Economics (Cepea), of the University of São Paulo (USP). They also blame logistic problems and the strike of the inspectors of the agribusiness inspectors in the Mercosur countries. For 2013, analysts are projecting relatively steady exports, due to the favor- able exchange rate and solutions in sight for the transport problems. são paulo aNd Bahia produced UPwARDS Of 2 BILLION TONS Of THE fRUIT decreased by 1.18%, falling from 14,533 kilos per hectare in 2011 to 14,361 kilos per hectare the following year. INNOVATION In February 2013, farmers in the municipal- ity of Morrinhos do Sul (RS) acquired 16 thousand banana tree seedlings of the BRS Platina cultivar, a silver banana variety. This plant is resistant to yellow Sigatoka and to the Panama disease, considered to be one of the five most destructive diseases in gen- eral global agriculture. The cultivar was developed by Embrapa Cassava and Floriculture, based in Cruz das Almas (BA). Embrapa researcher Edson Perito Amorim, responsible for the banana plant genetic enhancement program, refers to great expecta- tions. “The farmers are now beginning to plant the BRS Platina”, he says. “It is hoped that, in the medium term, it will climb to a promi- nent position in Brazil’s banana agribusiness, due to its superior fla- vor, excellent aroma and resistance to different diseases”. n 49 LARAnjA > ORANgE o doce DESSE AmARgO In or A g. A ss m an n 50 Toda a doçura da laranja brasileira não foi suficiente para configurar cenário de dar gosto no ciclo atual. Mesmo diante de níveis de produtividade e de qualidade satisfatórios, o setor enfrentou problemas relacionados à grande oferta de frutas diante da redução global na demanda de suco. Na temporada 2012/13, no País, maior produtor de laranjas e maior produtor e exportador de suco de laranja do mundo, devem ser produzidas 364 milhões de cai- xas de 40,8 kg, como apontam estimativas da Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR). O número, considerado positivo, em consequência do clima favorável, dá continuidade aos bons ciclos. Na etapa 2011/12 foram registradas 428 milhões de caixas produzidas no Cinturão Citrícola do Brasil, que contempla o interior de São Paulo e o Triângulo Mineiro. Mesmo com bons números de produção, o período deixou a desejar em deter- minados quesitos, como preços e comercialização. “Entendemos que atravessamos a pior safra dos últimos 40 anos na citricultura”, afirma o presidente da Associação Brasileira de Citricultores (Associtrus), Flávio Viegas. Ele lembra ainda que o Estado de São Paulo, maior produtor mundial de laranjas, já colhia mais de 400 milhões de caixas de laranjas no final da década de 90. “Desde então, a produção caiu para níveis médios abaixo de 340 milhões de caixas. Portanto, ao contrário do que se tem divulgado, não estamos numa situação de super produ- ção, nem de super safras”, explica. Para a CitrusBR, no cenário atual, o grande problema do setor é basicamente a queda no consumo de suco de laranja nos principais mercados, Europa e Estados Unidos. Só em solo americano a demanda recuou de 1 milhão de toneladas para 800 mil toneladas por ano. Para a entidade, a redução ocorre devido à concorrência com outras bebidas cercadas de grande apelo de marketing e voltadas a públicos jovens, como energéticos, power drinks, ice tea, e águas com sabores, entre outros. n Diante da grande oferta de laranja, lideranças estimam que cerca de 30 a 40 milhões de caixas permanecerão nos pés na temporada 2012/13 Sí lv io Á vi la Sí lv io Á vi la 51 HORIZONTE Para o presidente da Associtrus, Flávio Viegas, se não houver ação decisiva das autoridades, o cenário da próxima safra, apesar da queda de produção, será uma repetição do que ocorreu no ciclo 2012/13. Ele salienta ainda que estudos do Departamento de Citros da Flórida projetam crescimento médio de cerca de 3% ao ano na demanda de suco de laranja até 2030, o que pode beneficiar o País. O Brasil, no entanto, não foi o único a enfrentar dificuldades. Na Flórida, segundo maior parque citrícola do mundo, os produtores têm enfrentado problemas com a incidência de greening (doença mais temida pelos produtores de laranja) e com o clima. Em seu último relatório de oferta e demanda, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) reduziu em 2,7% sua estimativa de produção de laranjas para 142 milhões de caixas, no Estado. AZEDOU No cenário atual, o que era para ser comemoração virou preocupação para a laranja brasileira. A grande oferta de frutas se tornou um problema, tendo em vista a queda da demanda de suco no mercado mundial. Os estoques globais brasileiros chegaram a 662 mil toneladas, maior nível já registrado, o que invia- bilizou a compra de boa parte da produção. Com isso, a capacidade de processa- mento das empresas chegou ao limite e, consequentemente, grande parte da fruta produzida deixou de ser colhida. Conforme a CitrusBR, estimativas dão conta de que cer- ca de 30 a 40 milhões de caixas de laranjas devem ficar no pé na safra 2012/13. Diante dos obstáculos, produtores e in- dústrias buscaram, junto ao governo federal, medidas para amenizar o problema. Entre as estabelecidas, foi prorrogada a Linha Especial de Crédito (LEC) para laranja. Com ela, foi de- terminada a não-comercialização de parte do suco, com o intuito de não provocar grande queda de preço do produto. Além disso, o governo, por meio da Com- panhia Nacional de Abastecimento (Conab), criou mecanismos de compra de laranja atra- vés de leilões públicos, o Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural (Pepro) e o Prêmio para Escoamente de Produto (PEP). Tais me- didas não resolveram o problema, mas o ame- nizaram, uma vez que as estimativas iniciais eram de que até 80 milhões de caixas pode- riam ficar no chão, afirma a CitrusBR. Brasil deVeproduzir 364 milhões DE cAIxAS DE LARANjAS NA ATUAL SAfRA BittersweetSílv io Á vi la 52 Produção brasileira de laraNJa VitamiNadas > vITAmIN LADEN safra produção (milhões de caixas) * 2008/09 323 2009/10 317 2010/11 290 2011/12 428 2012/13 ** 364 * Números do Cinturão agrícola (interior de são Paulo e triângulo Mineiro) ** estimativa - fonte: Citrusbr With a plentiful supply of oranges, leaderships reckon that about 30 to 40 million boxes of the fruit will remain unharvested in the 2012/13 season The sweetness of the Brazilian orange was not enough to configure an encouraging sce- nario for the current cycle. Although celebrating a successful crop, with satisfactory yields and quality, the sector has faced problems related to a huge crop in a year of shrinking global demand for orange juice. In the 2012/13 crop year, according to the National Association of Citrus Juice Exporters (CitrusBR), Brazil, the leading orange pro- ducer and largest orange juice exporter in the world, is expected to produce 364 million 40.8 kilo boxes of the fruit. The number, viewed as positive, resulting from favorable climate conditions, represents a continuity of the good cycles. In the 2011/12 season 428 million boxes were harvested in the Country’s Citrus Belt, which comprises the interior of São Paulo and Triângulo Mineiro. Despite the good production figures, the season lagged behind with regard to certain requisites, like prices and sales. “We under- stand that we are going through the worst citrus crop year in the past 40 years”, says the president of the Brazilian Citrus Growers’ Association (Associtrus), Flávio Viegas. He also recalls that the State of São Paulo, biggest orange pro- ducer in the world, used to harvest upwards of 400 million boxes of oranges in the late 1990s. “Since then, production has fallen to average levels of less than 340 million boxes. Therefore, contrary to what has been published, we are not facing a bumper crop, nor are we harvesting excessively big crops”, he explains. CitrusBR sources maintain that in the current scenario the real problems lies in the shrinking consumption of orange juice in major markets, like Europe and the United States. In North-America alone, demand shrank from 1 million tons to 800 thousand tons a year. The entity understands that the reduction has to do with tight competi- tion from other beverages, surrounded by strong marketing allure and appealing to the young people. These beverages include energy drinks, power drinks, ice tea, flavored waters, and others. . n HORIZON Associtrus president Flávio Viegas understands that if no decisive action is taken by the government, the scenario of the next crop, despite the smaller production volume, will be a repeat of what occurred in the 2012/13 crop year. He also mentions studies by the Florida Citrus Department that project a 3-percent increase a year in demand for orange juice until 2030, which could benefit the country. Brazil was not the only country to face difficulties. In Florida, second largest citrus belt in the world, the growers have been facing problems related to outbreaks of the greening disease (deadly disease much feared by orange farmers) and by adverse climate conditions. In its latest offer and demand report, the United States Department of Agriculture (USDA) reduced by 2.7% its orange crop projections, to 142 million boxes, in the State. TURNED SOUR In the current sce- nario, what was supposed to be cause for celebration turned into a problem for Brazil- ian orange growers. Plentiful supplies of the fruit turned into a problem, where shrinking demand for orange juice in the global market is to blame. Brazilian global stocks reached the considerable amount of 662 million tons, an all-time record, with a huge portion of this production remaining unsold. As a result, the capacity of the processing companies reached its limit and, consequent- ly, big amounts of oranges were left on the trees. According to CitrusBR, estimates are for 30 to 40 million boxes of oranges to remain on the trees in the 2012/13 crop year. In light of the obstacles, farmers and pro- cessors called on the government for mitigat- ing the problem. The measures enacted by the government include a Special Credit Line (LEC) for the crop. It determines that part of the juice stocks should not be sold, with the aim to keep prices at reasonable levels. Furthermore, through the National Supply Company (Conab), the government created such mechanisms as public auctions for the purchase of oranges, along with the Equaliz- ing Premium Paid to Growers (PEPRO) and the Premium for Product Outflow (PEP). Such measures did not solve the problem, but miti- gated it, as official estimates were pointing to 80 million boxes of oranges likely to remain unharvested, say CitrusBR sources. Brazil’s curreNt oraNge crop should yield 364 millioN BOxES Of THE cITRUS 53 LIMão > LImE meio ESPREmIDO In or A g. A ss m an n 54 Em 2012, o ano para o limão nacional foi azedo. O segundo maior produtor do tipo tahiti – o primeiro no ranking é o México – viu seus pequenos frutos permanecerem nos pomares, dia após dia. A bai- xa demanda, diante da oferta elevada, ainda comprometeu a qualidade da fruta. Segundo o presidente da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Limão (Abpel), Waldyr Promicia, nos últimos anos a safra de São Paulo, Estado líder em produção, se manteve estável. A qualidade, no entanto, foi comprometida devido à ausência da indústria durante a safra. “Por isso, o produtor não teve como escoar o produto, deixando o limão no pé, e esperando melhores preços para os meses seguintes”, afirma. O ciclo, que se manteve até meados de agosto, conse- quentemente comprometeu a rentabilidade dos produtores. De acordo com especialistas, o incremento significativo da produção de laranja em São Paulo, a crise econômica na Europa e as restrições dos Estados Unidos ao produto brasileiro, por causa do uso do Carbendazim, agrotóxico proibido naquele país, ocasionaram o aumento da oferta do limão no mercado. Esses fatores também fizeram com que parte da produção, antes destinada ao exterior, permanecesse no mercado interno, derrubando os preços da fruta. Para 2013, contudo, a expectativa é de que ocorra valorização. “A indústria já está comprando limão da safra. Caso eles continuem até o fim, adquirindo boa parte, o ano pode ser bem melhor”, salienta Waldyr. MAIS DOCE Mesmo em um cenário de dificuldades, o segmento do limão bra- sileiro foi palco de boas novas. Enquanto São Paulo se mantém como principal produtor, outras regiões do País começam a se destacar dentro da cadeia produtiva. É o caso de Jaíba, em Minas Gerais. Apesar de não ter os números oficiais, Waldyr Promicia, da Abpel, afirma que o crescimento é bastante expressivo. De olho no mercado europeu, somente na região do Jaíba os mineiros produ- zem, por ano, 60 mil toneladas em área média de 3,5 mil hectares. As estimativas apontam para 5 mil hectares nos próximos dois anos, com aumento de 42%. Enquanto a área cresce, os fruticultores também investem na melhoria da quali- dade. Hoje, apenas 25% dos limões produzidos estão dentro do padrão de exporta- ção, mas é necessário que o índice seja ampliado para 50% a fim de que a atividade gere lucro considerável. n Após um ano de dificuldades e preços baixos, a cadeia produtiva do limão aposta no verde da esperança para colher boas notícias em 2013 In or A g. A ss m an n Sí lv io Á vi la 55 Produção brasileira de liMão eM 2011 domíNio paulista > SãO PAULO IN THE LEAD estado Área (ha) Volume (t) são Paulo 28.900 853.138 Minas Gerais 4.009 76.694 bahia 3.094 59.700 rio de Janeiro 1.462 20.408 Pará 1.158 20.261 rio Grande do sul 1.600 19.635 Paraná 825 13.152 espírito santo 554 12.120 sergipe 850 10.594 Ceará 1.187 8.949 total * 47.528 1.126.736 fonte: ibGe/ibraf * soma total,considerando outros estados produtores. Year 2012 was very sour for Brazilian limes. The second largest producer of Tahiti limes – Mexico ranks first – witnessed the small fruits left un-harvested and going bad in the orchards. Low demand in light of huge sup- ply also jeopardized the quality of the fruits. According to the president of the Brazilian Association of Lime Pro- ducers and Exporters (Abpel), Waldyr Promicia, over the past years, the crop in São Paulo, leader in production, kept stable. The qual- ity, nonetheless, was adversely affected because the industry did not purchase the crop. “This made it impossible for the farmers to deliver their fruits, which remained on the trees, hoping for better prices the following months”, he says. The cycle remained unchanged until mid- August, and seriously affected the profits of the farmers. According to specialists, the significant increase in the production of oranges in São Paulo, the economic crisis in Europe and the restric- tions imposed by the United States on Brazilian citrus, because of the application of pesticide Carbendazim, banned in that country, trig- gered bigger supplies of limes in the market. These factors were also responsible for keeping in the domestic market the limes previously destined for abroad, making internal prices plummet. For 2013, there is expectation for the fruit to recover its value. “The industries have already started buying limes of this crop. If the trend holds true until the end of the season, with the industries purchasing hefty portions, the year could turn out much better”, Waldyr stresses MUCH SWEETER Although facing a scenario laden with diffi- culties, the Brazilian lime segment got good news. While São Paulo is still the leading producer, other regions in Brazil are beginning to join the supply chain. It is the case of Jaíba, in Minas Gerais. After a year of difficulties and low prices, the lime supply chain bets on the green color of hope to reap good news in 2013 semi-SqUEEzED Although not in possession of official numbers, Waldyr Promicia, of Abpel, refers to expressive progress in the area. With an eye towards the European market, in the Jaíba region alone, the farmers harvest 60 thousand tons a year from a planted area of 3.5 thousand hectares. Estimates are pointing to 5 thousand hectares over the next 2 years, representing an increase of 42%. While the planted areas continue on an upward trend, the farmers are investing in quality enhancement programs. Current- ly, only 25% of all limes produced in Brazil comply with export standards, and there is need to expand this rate to 50%, if the ac- tivity is to generate good profits. n Sí lv io Á vi la 56 mARcOU época MAçA > APPLEIno r A g. A ss m an n 58 As condições climáticas foram determinantes para os pomares de maçã do Brasil em 2012. Na maior parte do tempo de desenvolvimento da fruta, o clima colaborou e favoreceu a qualidade das maçãs, possibilitando melhor rentabilidade para o fruticultor. No entanto, as macieiras dos estados de Santa Catarina (SC) e do Rio Grande do Sul (RS), onde a pomicultura nacional está especialmente concentrada, fo- ram atingidas pelo granizo, que acabou afetando o volume total. A produção do ciclo 2011/12 foi de 1,1 milhão de toneladas, re- sultado 3% menor do que o obtido no período anterior, conforme a Associação Brasileira dos Produtores de Maçã (ABPM), sediada em Fraiburgo (SC). O rendimento foi menor, porém com quantidade maior de frutas mais valorizadas, como a de categoria 1, que per- mite até dois defeitos por maçã. Este diferencial contribuiu para a recuperação do setor no ciclo 2011/12. A qualidade também assegurou que a oferta da variedade gala fos- se estendida por cerca de dois meses em 2012. Parte das empresas ainda contava com volume desta fruta para venda em dezembro de 2012. Os preços se mantiveram acima dos registrados em 2011. De janeiro a novembro de 2012, a valorização da gala graúda Categoria 1 foi em média 19% superior ao praticado no mesmo período de 2011. Número diferente do da ABPM sobre a produção de maçã foi apontado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). Em 2012, segundo o órgão público, a produção teria chegado a 1,338 milhão de toneladas, mantendo-se praticamente no mesmo nível de 2011, com 775 toneladas a menos. A receita em 2011 foi de R$ 851,729 milhões. Para 2013, o IBGE estimou em janeiro aumento de 2,79% no volume. A colheita da maçã gala ocorre nos meses de fevereiro e março. Em abril e maio são colhidas as maçãs fuji. n Maçã brasileira foi favorecida pelo clima em 2012, alcançando excelente qualidade, o que assegurou boa receptividade nos mercados MerCado exterNo de Maçãs emBarque superior > SUPERIOR SHIPmENT descrição 2011 2012 % receita exportação (us$ fob) 36.059.461 48.559.505 34,67 Volume (kg) 48.666.209 72.252.803 48,47 receita importação (us$ fob) 84.487.047 60.853.791 -27,97 Volume importação (kg) 96.564.845 57.919.741 -40,02 fonte: secex resultado das safras NaCioNais de Maçãs doces mordidas > SwEET BITES descrição 2011 2012 Produção (t) 1.334.897 1.338.220 área plantada (ha) 38.400 38.883 fonte: ibGe In or A g. A ss m an n 59 MERCADO FAVORÁVEL O mercado internacional foi bem mais promissor para o setor macieiro do Brasil em 2012. Um total de 72,252 mil toneladas da fruta fresca rumou ao exterior, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. O volume foi 48,47% superior à quantia de 48,666 mil to- neladas negociadas em 2011. A receita foi de US$ 48,559 milhões FOB em 2012, 34,67% a mais do que os US$ 36,059 milhões FOB obtidos em 2011. Os resultados positivos foram favorecidos pela boa qualidade da fruta nacional e pelos baixos estoques eu- ropeus de gala e de fuji. As exportações brasileiras são mais concentradas no primeiro semestre do ano, uma vez que a safra dos países do Hemisfério Norte, princi- pais importadores, se inicia no segundo semestre. No exterior, o País enfrenta a concorrência de nações como Chile, Argentina, África do Sul e Nova Zelândia, que es- tão entre os maiores produtores da fruta do mundo. Em 2004, por exemplo, o Brasil chegou a exportar 150 mil toneladas de maçãs. As importações diminuíram em 2012 em relação ao ano anterior. Mas o valor pago ao volume importado ainda foi superior à receita obtida com as exportações. As com- pras externas totalizaram 57,919 mil toneladas em 2012, significando 40,02% a menos do que o volume de 96,564 mil toneladas comprado no ano anterior. Já o valor gasto para a importação de maçãs em 2012 foi de US$ 60,853 milhões FOB, registrando redução de 27,97% sobre o ano antecedente, quando foi na ordem de US$ 84,487 milhões FOB. Para 2013, os desempenhos das exportações e das importações brasileiras ainda eram de difícil estimativa em fevereiro deste mesmo ano, mas os embarques poderiam ser favorecidos pela queda nos estoques europeus. UMA FRUTA DO SUL Os estados do Sul concentram quase a totalidade da produção nacional de maçãs. Santa Catari- na e Rio Grande do Sul colheram pratica- mente a mesma quantia em 2012: 659.732 toneladas e 620.841 toneladas, respecti- vamente. O restante foi registrado pelos estados do Paraná (55.800 toneladas) e de São Paulo (1.847 toneladas). O município que responde pelo maior volume de ma- çãs do País é Vacaria (RS), que colheu 483 mil toneladas em 2012. A atividade envol- ve 2.500 agricultores em Santa Catarina e 600 no Rio Grande do Sul, conforme a associação de produtores. Os pomares nacionais da fruta ocupa- ram 38.883 hectares em 2012: Santa Ca- tarina contribuiu com 19.060 hectares e o Rio Grande do Sul com 17.872 hectares. A área colhida foi 394 hectares menor do que a plantada. A projeção do IBGE é de que tanto o espaço plantado quanto o colhido deverão diminuir em 2013, em 0,16% e 0,08%, respectivamente. Porém, o organismoestima acréscimo de 2,86% so- bre a produtividade de 34.769 quilos por hectare obtida em 2012. Em 2011, a área de plantio (38.400 hectares) e a colhida (37.860 hectares) haviam sido inferiores às do ano seguinte. VeNdas exterNas cresceram 48,47% Em vOLUmE E 34,67% Em REcEITA a real mILESTONE In or A g. A ss m an n 60 FAVORABLE MARKET The international market was much more promising for the Brazilian apple sector in 2012. Shipments abroad amounted to 72.252 thousand tons of fresh fruit, according to Brazilian Secretariat of Foreign Trade (Secex), a division of the Ministry of Development, Industry and Foreign Trade (MDIC). The volume was up 48.47% from the 48.666 thousand tons negotiated in 2011. Revenue amounted to US$ 48.559 million FOB in 2012, up 34.67% from the US$ 36.059 million FOB obtained in 2011. The positive results were favored by the good quality of the national fruit and by the low stocks of European gala and fuji apples. Brazilian apple shipments abroad are normally concentrated over the first half of the year, once the apple season in the Northern Hemisphere countries, major im- porters, starts in the second half of the year. In the international market, Brazil faces competition from countries like Chile, Argentina, South Africa and New Zealand, which are among the biggest producers of the fruit in the world. In 2004, for example, Brazil exported 150 thousand tons of apples. Imports were down in 2012 compared to the previous year, but the value paid for the imported volumes still outstripped the amount of revenue derived from exports. Foreign purchases totaled 57.919 thousand tons in 2012, down 40.02% from the volume of 96.564 thousand tons purchased the previous year. Values spent on apple imports in 2012 reached US$ 60.853 million FOB, registering a reduction of 27.97% over the previous year, when it was US$ 84.487 million FOB. For 2013, the performance of both Brazilian exports and imports were still dif- ficult to predict in February this year, but shipments could take advantage of the lower European stocks. Brazilian apple crop took advantage of the climate in 2012, excelling in quality, resulting into great acceptance in the market Weather conditions were a determining factor for the good performance of the Brazilian apple orchards in 2012. During almost the entire development stage of the fruit, weather conditions were favorable and were also responsible for the good quality of the apples, resulting into higher profits for the farmers. Nevertheless, the Apple trees in the states of Santa Catarina (SC) and Rio Grande do Sul (RS), where Brazilian apple orchards are particularly concentrated, were hit by hailstorms and suffered reductions in their final volumes. The 2011/12 cycle reached 1.1 million tons, down 3% from the previous period, according to the Brazilian Association of Apple Growers (ABPM), based in Fraiburgo (SC). Productivity rates were smaller, but with a bigger amount of highly valued fruits, especially the ones that fit into category 1, which tolerate up to two flaws per fruit. This made a difference in the recovery of the sector in the 2011/12 crop year. Quality was also responsible for extending the sales period of the gala variety for two months in 2012. Some of the compa- nies had still volumes of the fruit available for sale in December 2012. Prices were better than in 2011. January through Novem- ber 2012, for the big gala, Category 1, prices were up 19%, on average, from the same period in 2011. The Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE), nonetheless, released different numbers regarding the Apple crop. In 2012, according to the federal organ, the size of the crop was supposed to have reached 1.338 million tons, practically on a par with the volume in 2011, down 775 tons only. Revenue in 2011 amounted to R$ 851.729 million. For 2013, estimates released by the IBGE in early January point to a 2.79-percent increase in volume. Gala apples are harvested in February and March, whilst fuji apples are picked in April and May. n A FRUIT FROM THE SOUTH The southern states are responsible for al- most the entire national apple crop. Santa Catarina and Rio Grande do Sul harvested almost the same amount in 2012: 659,732 tons and 620,841 tons, respectively. Other states that grow apples are Paraná (55,800 tons) and São Paulo (1,847 tons). The mu- nicipality that accounts for the biggest vol- ume of apples in the entire Country is Va- caria (RS), which harvested 483 thousand tons in 2012. The activity involves 2,500 farmers in Santa Catarina and 600 in Rio Grande do Sul, from figures released by the association of growers. Apple orchards across Brazil occupied 38,883 hectares in 2012: Santa Catarina contributed with 19,060 hectares and Rio Grande do Sul with 17,872 hectares. The harvested area was down 394 hectares from the planted area. According to IBGE’s projec- tions, both the panted and harvested areas will go down in 2013, by 0.16% and 0.08%, respectively. However, the organ estimates a 2.86-percent increase over the productivity rates of 34,769 kilos per hectare obtained in 2012. In 2011, the planted area (38,400 hectares) and the harvested area (37,860 hectares) had been smaller than the ones in the year that followed. foreigN sales soared 48.47% IN vOLUmE AND 34.67% IN REvENUE 61 MAMão > PAPAyA ALTO DO chão Sí lv io Á vi la 62 A oferta de mamão no Brasil, segundo maior produtor mundial, após a Índia, que produz mais de 4 milhões de toneladas, apresenta redução nos últimos dois anos, mas deve voltar a crescer em 2013. Problemas econômicos e climáticos tiveram interferência no setor desde 2010, levando à diminuição na colheita brasileira, que passou de 1,87 para 1,85 milhão de toneladas em 2011 e caiu mais ainda em 2012. De acordo com pesquisa da Hortifru- tiBrasil, do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Univer- sidade de São Paulo (USP), feita em dezembro junto às principais regiões produtoras, a área recuou mais de 9% em 2012 e até 20% no Estado líder, a Bahia. A analista de mercado Karina Yukie Shinoda, da equipe HortifrutiBrasil, observa que a remuneração menor obtida em 2010 e em 2011 descapitalizou os produtores e os levou a reduzir o cultivo. Com isso, a oferta do produto diminuiu e as cotações se elevaram, especialmente do tipo Havaí, que em março de 2012 apresentou o maior preço médio já alcançado no Sul da Bahia, de R$ 2,13/kg, em valores nominais. Tam- bém no segundo Estado com maior produção, e primeiro na exportação, o Espírito Santo, foi registrado grande salto nos preços do mamão Formosa, superior a 53% nos 11 primeiros meses de 2012 em relação ao mesmo período anterior. Já em 2011, o último levantamento oficial do Instituto Brasileiro de Geografia e Es- tatística (IBGE) mostra pequena redução no volume obtido, embora ainda apresente maior área. Do total de 1,85 milhão de toneladas produzido no País, a Bahia respondeu por 928 mil toneladas, o Espírito Santo obteve 560 mil toneladas e o Ceará produziu 112 mil toneladas. Entre os estados produtores também aparecem com números significati- vos o Rio Grande do Norte, com 69 mil toneladas; e Minas Gerais, com 45 mil toneladas. Ainda em 2012, perdas foram verificadas devido ao vírus do Mosaico nas princi- pais áreas produtoras. O controle das viroses na cultura, inclusive, está motivando a assinatura de termo de cooperação técnica entre a Associação Brasileira de Pro- dutores e Exportadores de Papaya (Brapex) e os órgãos fiscalizadores estaduais. Estão se integrando no projeto a Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (Abad), o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf ) e o Instituto Mineiro de Agropecuária (Ima). Quanto às vendas externas de mamão, com menor oferta de produção em 2012, houve redução no total destinado pelo Brasil a outros países. A exportação diminuiu 9,3% em volume,ficando em 26,1 mil toneladas (12,4 mil toneladas do Espírito Santo); e 6,50% em valor, que alcançou US$ 36,3 milhões. “Aos produtores mostrou-se mais rentável e interessante a colocação no mercado doméstico, nesta temporada”, observa Rodrigo Martins, presidente da Brapex. n Decréscimo na oferta de mamão registrado em 2012 motivou grande elevação nos preços do produto no mercado doméstico Sí lv io Á vi la In or A g. A ss m an n 63 MARCA BRASIL Custos de produ- ção altos, concorrência de frutas importa- das, câmbio, entre outros aspectos, assim como consumo ainda baixo, também in- fluenciam o setor do mamão no País, que busca o fortalecimento através de sua asso- ciação. A Brapex passou a integrar não só os exportadores, mas todos os produtores interessados e o segmento como um todo, procurando com esta estrutura institucio- nal mais vigorosa impulsionar atividades de promoção e desenvolvimento. Um dos pontos enfocados de maneira especial, conforme o presidente Rodrigo Martins, é o de valorizar e divulgar mais as qualidades do produto para a nutrição e a saúde da população, particularmente junto às gerações mais novas. A marca “Mamão do Brasil” está sendo enfatizada não só em nível externo, onde já se desenvolvem ações junto com o Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf ) e a Agência Brasileira de Promoção de Exporta- ções e Investimentos (Apex-Brasil), mas tam- bém – e de maneira especial – no mercado interno, buscando ampliar o consumo. Em 2013, inclusive, estará sendo realiza- do o 1º Festival Nacional do Mamão (Brasil PapayaFest), entre 15 e 18 de maio, na cida- de de Linhares, no Espírito Santo. Além de promover a fruta e o setor, o evento deverá priorizar vários momentos técnicos que irão enfocar a qualificação do produto, ressalta o dirigente da Brapex. Quanto à produção, diante do incentivo de preços mais altos em 2012 e do reforço nas lavouras, a sua ex- pectativa é de que possa ocorrer acréscimo na ordem de 25% a 30% neste exercício, dependendo-se ainda de vários fatores, espe- cialmente o climático. momeNto atual pode determiNar AUmENTO DA PRODUçãO Em 25% A 30% skyrocketiNg PRIcES Sí lv io Á vi la 64 Perfil da Cadeia ProdutiVa mamão do Brasil > BRAzILIAN PAPAyA ano Área plant. (ha) produção (t) Valor (r$ mil) 2010 34.777 1.871.961 1.484.903 2011 35.881 1.854.343 1.292.543 fonte: ibGe/PaM ano exportação (kg) (us$) 2011 28.822.524 38.887.743 2012 26.130.743 36.358.922 fonte: secex/aliceweb-ibraf Papaya supplies in Brazil, second largest producer in the world, coming only after India, where production reaches 4 million tons a year, have been drop- ping over the two past years, but are expected to soar again in 2013. Economic and climate related problems have been interfering with the sector since 2010, resulting into a smaller Brazilian crop, which shrank from 1.87 million tons to 1.85 million in 2011, and further dropped in 2012. According to a survey conducted by HortifrutiBra- sil, of the Center for Advanced Studies on Applied Economics (Ce- pea), a division of the University of São Paulo (USP), in December, covering all major producing regions, the planted area receded by 9% in 2012, and by up to 20% in Bahia, leading producer. Market analyst Karina Yukie Shinoda, a member of the Horti- frutiBrasil team, observes that the lower remuneration in 2010 and 2011 induced the cash-strapped farmers to reduce their planted areas even further. This resulted into smaller supplies and higher prices, a fact that is particularly true for the Havaí type, which in March 2012 reached the highest average price ever fetched in South Bahia, R$ 2.13/kg, in nominal values. Equally in the State of Espírito Santo, sec- ond largest producer and leader in exports, the Formosa type papaya registered a 53-percent price increase over the first 11 months in 2012, compared to the same period in the previous cycle. In 2011, the latest survey by the Brazilian Institute of Geogra- phy and Statistics (IBGE) shows a minor reduction in volume, al- though the planted area continues bigger. Of the total of 1.85 mil- lion tons produced in Brazil, Bahia accounted for 928 thousand tons, Espírito Santo produced 560 thousand tons and the State of Ceará, 112 thousand tons. Among the papaya producing states, other significant players include Rio Grande do Norte, with 69 thousand tons; and Minas Gerais, with 45 thousand tons. In 2012, losses are blamed on Mosaic virus outbreaks in most production regions. The control of this virus disease on the crop has led to a technical cooperation agreement between the Brazil- ian Association of Papaya Producers and Exporters (Brapex) and state inspection organs. The following organs have joined the project: Bahia State Agricultural Defense Agency (Abad), Espírito Santo State Forest and Agriculture Defense Institute (Idaf ) and the Minas Gerais State Agriculture Institute (Ima). With regard to foreign papaya sales, due to the smaller produc- tion volumes in 2012, there was a reduction in shipments to other countries. Exports were down 9% in volume, remaining at 26.1 thou- sand tons (12.4 thousand tons from Espírito Santo); and 6.50% in value, which amounted to US$ 36.3 million. “For the papaya farmers the domestic market was more profitable and more attractive during this cycle”, observes Rodrigo Martins, president of Brapex. n Dwindling papaya supplies in 2012 made prices skyrocket in the domestic market BRAZIL BRAND High production costs, competition with imported fruit, the exchange rate, among other factors, as well as low consumption, also exert an influ- ence on the papaya sector in Brazil, which is now seeking strength through its associa- tion. Brapex is now not only responsible for the exporters, but for all interested producers and for the segment as a whole, using this vigorous institutional structure to prop up all promotional and development activities. According to president Rodrigo Martins, special attention is given to the need to value and highlight the nutritional and health related qualities of the fruit, particularly among the younger generations. The “Brazil Papaya” brand is not only given publicity abroad, where joint actions by the Brazilian Fruit Institute (Ibraf ) and by the Brazilian Trade and Investments Promotion Agency (Apex-Brasil), but equally – and in a very special manner – in the domestic market, with an eye towards increased consumption. The 1st National Papaya Festival (Brazil Papaya Fest) has been scheduled for 2013, in the town of Linhares, State of Espírito Santo, 15 – 18 May. Besides promoting the fruit and the sector, the event is supposed to give priority to various technical moments intended to highlight the qualification of the product, says the Brapex official. With regard to production, in light of the higher prices in 2012 and bigger planted areas, the president expects a rise of 25% to 30% in the size of the crop, but various factors might still exert an influence, especially the weather conditions. curreNt momeNt may lead TO PRODUcTION INcREASES Of 25% TO 30% 65 MAngA > mANgO SAINDO NO lucro Sí lv io Á vi la 66 Responsável por 85% das exportações de manga, o polo produtivo do Vale do São Francisco tem razões para comemorar os resultados de 2012: apesar da queda de 2,4% no faturamento das exportações, di- vulgada pelo Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), não se confirmou a expectativa inicial de forte retração nas vendas. Os preços foram bons, pela relação cambial, e os embarques aumentaram. “Esperava-se queda acen- tuada em volume e receita, em virtude da crise europeia”, revela o economista João Ricardo Ferreira de Lima, da Embrapa Semi Árido, de Petrolina (PE). Problemas sanitários no México ajudaram a aumentar a demanda pela fruta bra- sileira. E, com quebras produtivas nos grandes polos, por estiagem, e aumento da demanda, o mercado internovalorizou a manga. “Alguns produtores deixaram de ex- portar para trabalhar só com o mercado doméstico”, afirma o economista. Em 2012, o Brasil exportou 127 mil toneladas de manga, ou US$ 237,6 milhões. Um ano antes, em 2011, os embarques alcançaram 126 mil toneladas e US$ 141 milhões. Os custos e os riscos em exportar são maiores. Há produtor que recebe o dinheiro somente quatro meses após o envio da carga, e fica sem saber se o preço pago cobri- rá seus custos, aumentados em função da alta do frete em 2012. Na venda interna, o comprador pega a fruta na propriedade, paga um valor atraente e o dinheiro chega rapidamente ao bolso do fruticultor. “Neste cenário, o desafio é encontrar o equilíbrio para atender à demanda doméstica e manter os mercados internacionais, e ambos com preços atrativos”, diz o economista João Ricardo Ferreira de Lima, da Embrapa. MAIORES PRODUTORES A analista do mercado de manga Ana Beatriz Fernandes Barboza, do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/USP), aponta a redução de 5% da área nos quatro grandes polos que representam 100% das exporta- ções nacionais e 80% do abastecimento interno. São eles: Vale do São Francisco, Livra- mento de Nossa Senhora e Dom Basílio (BA), Morro Alto e Taquaritinga (SP) e Jaíba e Janaúba (MG). Nestas regiões, a estiagem reduziu a produtividade e o calibre das frutas. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) recém divulgou os números totais referentes a 2011, que indicam a produção nacional de 1.249.521 toneladas, em 76.391 hectares. O Cepea aponta área de produção de 48.452 hectares nos quatro gran- des polos em 2012, e queda de 5% sobre os 51.010 hectares de 2011. O Vale do São Francisco cresceu 2,9% e o polo paulista, 1,1%. Enquanto isso, houve retração de 18,8% em Livramento de Nossa Senhora, na Bahia, e 5,7% no Norte de Minas Gerais. n Comercialização de manga supera expectativas e garante a maior receita nas exportações de fruta. Mercado deverá seguir firme em 2013 Sí lv io Á vi la Sí lv io Á vi la 67 CENÁRIO ESTÁVEL Em 2013, mantido o cenário do início do ano, a expectativa dos mangicultores é de estabilidade na área cultivada nos principais po- los e também nos preços e nos volumes de comercialização. A diferença é que a área reduzida na região baiana de Livramento de Nossa Senhora e de São Basílio deverá ser compensada pela ampliação dos pomares nas demais regiões, como o Norte de Minas Gerais, o Vale do São Francisco, em Pernambuco e na Bahia; e Taquaritinga, em São Paulo. E o mercado doméstico brasileiro deve consolidar sua expansão na demanda por frutas tipo exportação. “O comportamento das exportações dependerá muito de três fatores: o câmbio, que começa 2013 em situação menos atrativa do que em 2012; a crise econômica no bloco europeu e o comportamento de nossos concorrentes”, enfatiza o economista João Ricardo Ferreira de Lima, da Embrapa Semi Árido, de Petrolina (PE). “De maneira geral, são esperados preços similares aos atuais e a exportação de volumes também muito parecidos”. A preocupação maior do setor, segundo o analista, é o combate à mosca-das-frutas, praga que afeta o Vale do São Francisco e exige maior atenção. A janela de exportação começa em agosto e vai até a última semana de outubro, quando o Brasil aproveita a entressafra de outras regiões. mAkINg profits Sí lv io Á vi la 68 MerCado exterNo da MaNGa brasileira perspectiVa > PERSPEcTIvE Produção, Valor da Produção e preço, no período de 05 a 12 ano us$ foB toneladas (mil) preço (us$) 2005 73873.50 114.59 0,64 2006 87163.25 115.51 0,75 2007 89643.04 116.05 0,77 2008 118703.99 133.72 0,89 2009 97388.16 110.20 0,88 2010 119929.76 124.69 0,96 2011 140910.32 126.43 1,11 2012 137588.92 127.01 1,08 fonte: aliceweb/MdiC, 2012. elaboração: João ricardo ferreira de lima/embrapa semi árido STABLE SCENARIO In 2013, if the scenario early this year holds true, the mango farmers expect planted areas to continue stable in all major mango farming belts, and the same goes for prices and volumes traded. The only difference lies in the fact that the reductions in area in the regions of Livramento de Nossa Senhora and São Basílio, both in the State of Bahia, will be compensated by orchard expansions in regions like North Minas Gerais; Vale do São Francisco, in Pernambuco and Bahia; and Taquaritinga, in São Paulo. And the Brazilian market should consolidate its expansion in demand for export-type fruits. “The behavior of exports will greatly depend on three factors: the exchange rate, which in early 2013 is less attractive than in 2012; the economic crisis in the European Union and the behavior of our competitors”, emphasizes economist João Ricardo Ferreira de Lima, of Embrapa Semiarid, in Petrolina (PE). “In general, prices similar to the present ones are expected and much the same export volumes”. The biggest concern of the sector, according to the specialist, is the fight against the fruit fly, a pest that affects the region of Vale do São Francisco and requires much attention. Exports are supposed to start in August and come to a close in the final week of October, a time when Brazil takes advantage of the off-season period in other countries. Responsible for 85% of all mango exports, the Vale do São Francisco mango belt has reasons to celebrate the results of 2012: in spite of the 2.4-per- cent drop in revenue from exports, disclosed by the Ministry of Development, Industry and Foreign Trade (MDIC), the initial forecast for steep reductions in sales did not materialize. Pric- es were good, with regard to the exchange rate, and shipments were up in volume. “Steep reductions in volume and revenue had been expected in light of the European financial crisis”, says economist João Ricardo Ferreira de Lima, of Embrapa Semiarid, based in Petrolina (PE). Phytosanitary problems in Mexico were a factor in the ris- ing demand for the Brazilian fruit. And, as a result of crop frustrations in big belts, due to drought conditions, and rising demand, the domestic market began to pay more for the fruit. “Some farmers left exports aside and began to deal only with the domestic market”, the economist comments. In 2012, Bra- zil exported 127 thousand tons of mangoes, worth US$ 237.6 million. A year before, in 2011, shipments amounted to 126 thousand tons and US$ 141 million. Exports normally generate huge costs and risks. Some mango farmers receive the money four of five months after the shipment, and do not even know if it will cover the production costs, very high in 2012 because of ever-increasing transportation costs. In domestic sales, buyers go to the farms, pay attractive prices and the money reaches the farmers’ pockets immediately. “In such Mango sales exceed expectations and exporters reap record income. Market likely to continue steady throughout 2013 a scenario, the challenge consists in finding a balance between domestic sales and demand from abroad, both with attractive prices”, says Embrapa economist João Ricardo Ferreira de Lima. LEADING PRODUCERS Mango market analyst Ana Beatriz Fernandes Barboza, of the Center for Advanced Studies on Applied Economics (Cepea/USP), points to a 5-percent reduction in planted area in the four major mango belts, which account for 100% of all national exports and for 80% of all domestic supplies. They are as follows: Vale do São Francisco, Livramento de Nossa Senhora and Dom Basílio (BA), Morro Alto and Taquaritinga (SP) and Jaíba and Janaúba (MG). In these regions, both productivity and fruit size were adversely affected by the drought conditions. The Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE) has just released the total figures regarding the 2011 crop year, which point to a national production of 1,249,521 tons, in 76,391 hectares. Cepea refers to a planted area of 48,452 hectares in the four major belts in 2012, down 5% from the 51,010 hectares in 2011. Vale do São Francisco increasedby 2.9% and the São Paulo belt, by 1.1%. In the meantime, there was a decrease of 18.8% in Livramento de Nossa Senhora, State of Bahia, and 5.7% in North Minas Gerais. n 69 MeLão > mELON gRANDES Voos Sí lv io Á vi la 70 O setor produtivo do melão, que ocupa a primeira posição entre as frutas exportadas pelo Brasil, quer ampliar ho- rizontes além do tradicional mercado europeu, que é o seu principal destino, mas tem limitado seu crescimento desde a crise de 2008. Naquele período, o volume total expor- tado já ultrapassava a 200 mil toneladas, o que não se alcançou mais nas temporadas seguintes, embora em 2012 voltasse a apresentar algum crescimento. Foram vendidas 181,7 mil toneladas ao exterior neste ano, o que representou 7,19% a mais do que no exercício anterior. O valor obtido evoluiu menos (4,49%), alcançando US$ 134 milhões. Cerca de um terço da produção nacional atende ao mercado externo, conside- rando-se os números de 2011, em que se registra a obtenção de 499 mil toneladas de melão (4,37% a mais do que o ano anterior) nas lavouras, situadas em sua am- pla maioria no Nordeste. O maior polo produtor encontra-se nas divisas do Rio Grande do Norte (Chapada do Apodi) e do Ceará (Baixo Jaguaribe). Aquele Estado respondeu por 259 mil toneladas no ano em referência; já o Ceará colheu 143 mil toneladas, mas liderou na exportação, com 101 mil toneladas. Outra área está no Vale do São Francisco, entre os estados da Bahia e do Pernambuco. No território baiano, foram produzidas 42 mil toneladas. E, ainda, como quarto Estado produtor aparece o Rio Grande do Sul, com 21 mil toneladas. Em 2012, os principais centros produtores nordestinos, onde se utiliza alta tecnologia e irrigação, apresentaram boa produtividade, permitindo ampliar a ex- portação e o atendimento interno. Enquanto isso, a remuneração obtida registrou queda no plano doméstico e estabilidade no externo. As observações foram feitas em dezembro na avaliação da HortifrutiBrasil, do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea/USP). Conforme o analista Guilherme Ramalho dos Santos, o clima seco no polo produtor e exportador do Rio Grande do Norte e do Ceará resultou em produtividade e qualida- de, de modo geral, satisfatórias, o que favoreceu os embarques no início da temporada 2012/13, em agosto. A partir de outubro, porém, a alta salinidade da água utilizada para irrigação limitou o desempenho da colheita e as exportações, que, de qualquer forma, deveriam fechar positivas, considerando-se também o período da safra até abril. n Fruta mais exportada pelo País busca ampliação de espaços em nível interno e externo com base em sua estrutura de produção e na qualidade Sí lv io Á vi la Sí lv io Á vi la 71 ALTERNATIVAS O mercado externo do melão brasileiro ainda se ressente da crise na Europa e, por isso, o setor produtivo e ex- portador do País concentra esforços na busca de mais destinos ao seu produto, reconhe- cido como de alta qualidade, comenta Fran- cisco Cipriano de Paula Segundo, presiden- te do Comitê Executivo de Fitossanidade do Rio Grande do Norte (Coex). Ainda na Europa, atenções se voltam à Rússia e, na Ásia, busca-se viabilizar o grande mercado chinês, no qual vem sendo percebido inte- resse e para onde inclusive já foi feito em- barque experimental em 2012. Na América do Sul, está por ser aberta a en- trada no Chile, enquanto na América do Norte o importante mercado dos Estados Unidos vem sendo buscado com afinco, já com alguns fornecimentos. Embora este seja atendido normalmente pelos países mais próximos, há janela justamente no período da safra brasilei- ra, onde o setor quer ocupar espaços com o atrativo da qualidade do produto diferenciado e já com aprovação sanitária. Haveria ali poten- cial estimado em US$ 130 milhões para o me- lão brasileiro, que corresponde hoje ao total das exportações nacionais. A demanda interna, por sua vez, recebe igualmente toda atenção, na expectativa de que se amplie o consumo. Mas diante do re- conhecimento já existente no plano externo e da boa estrutura produtora e exportadora, a busca de novos mercados para a fruta está na pauta, e espera-se bons resultados. “Adi- cionando novos espaços para comércio, te- mos capacidade para crescer”, lembra Fran- cisco Cipriano de Paula Segundo, dirigente do comitê do setor no Estado que lidera a produção, o Rio Grande do Norte. estados uNidos e chiNa ESTãO ENTRE OS DESTINOS fOcADOS PELO mELãO BRASILEIRO fLyINg high Sí lv io Á vi la 72 Perfil da Cadeia ProdutiVa melão Brasileiro > BRAzILIAN mELON ano Área plant. (ha) produção (t) Valor (r$ mil) 2010 18.870 478.392 333.355 2011 19.701 499.330 365.105 fonte: ibGe/PaM ano exportação (kg) (us$) 2011 169.575.730 128.353.767 2012 181.767.594 134.114.090 fonte: secex/aliceweb-ibraf Country’s most exported fruit seeks to expand its range at home and abroad, based on its production and quality structure uNited states aNd chiNa ARE mAjOR DESTINATIONS fOR BRAzILIAN mELONS ALTERNATIVES The Brazilian for- eign melon market is still under the ripple effects of the economic downturn in Europe and, therefore, the Country’s production and export sector is concentrating efforts in search of more destinations for the mel- ons, acknowledged as excellent in quality, comments Francisco Cipriano de Paula Segundo, president of the Rio Grande do Norte State Phytosanitary Executive Com- mittee (Coex). In Europe, the focus is now on Russia, while in Asia, the target is the huge Chinese market, which has already shown interest, with an experimental ship- ment sent to that country in 2012. In South America, Chile is about to open its gates, while in North America the impressive market of the United States is being eagerly sought, with some ship- ments underway. Although this market is normally supplied by the neighboring countries, chances may surface exactly during the peak of the Brazilian season, where the sector wants to be admitted to that market on the grounds of highly qualified products, with all phytosanitary approvals. The potential in that market for Brazilian melons has been estimated at US$ 130 million. Internal demand, in turn, has been given close attention in expectation for soaring consumption. Nonetheless, due to the recognition already expressed by the foreign markets, and because of the excel- lent production and export structure, the search for new markets continues on the agenda, and good results are expected. “If new markets are conquered, there will be room for growth”, recalls Francisco Cipriano de Paula Segundo, official of the sector’s committee in the State of Rio Grande do Norte, the largest producer. The melon supply chain, which ranks first on the list of Brazilian fruit exports, wants to expand its horizon beyond the traditional European market, still its main destination, but with a limited growth rate since the 2008 financial crisis. Back then, exports exceeded 200 thousand tons, a volume that was never matched over the following cycles, though in 2012 some growth was registered, when melon exports amounted to 181.7 thousand tons, up 7.19% from the previous year. Revenue obtained was up only 4.49%, totaling US$ 134 million. About one third of the melons produced in Brazil are shipped abroad, considering the 2011 numbers, when the total crop amounted to 499 thousand tons (up 4.37% from the previous year), most of the fruits harvested in the Northeast. The largest melon pro- ducing hub is located at the borders of Rio Grande do Norte (Cha- pada do Apodi) and the State of Ceará (Baixo Jaguaribe). The former accounted for 259 thousand tons in the year of reference; and Ceará harvested 143 thousand tons, but was the leader in exports, with 101 thousand tons. Another melon producing hub is Vale do São Francisco, sitting between the states of Bahia and Pernambuco. The volume in Bahia amounted to 42 thousandtons. The state of Rio Grande do Sul ranks as fourth biggest pro- ducers, with 21 thousand tons. In 2012, all major northeastern producing hubs, character- ized by high technology and irrigation practices, took advan- tage of good productivity rates, thus expanding export opera- tions, whilst fulfilling the needs of the domestic market. In the meantime, remuneration registered a decrease in the domestic scenario and remained stable abroad. These observations come from a survey conducted in December by HortifruiBrasil, of the Center for Advanced Studies on Applied Economics of the Univer- sity of São Paulo (Cepea/USP). According to analyst Guilherme Ramalho dos Santos, the dry cli- mate in the exporter hub of Rio Grande do Norte and Ceará resulted into satisfactory productivity rates and quality, leading to bigger shipments abroad at the beginning of the 2012/13 cycle, in August. As of October, however, the high salinity levels of the irrigation water limited the performance of the harvest and exports, which, anyway, were supposed to come to a close with a positive balance, also tak- ing into consideration the crop period up until April. n 73 UVA > gRAPES NoVos HORIzONTES In or A g. A ss m an n 74 A vitivinicultura brasileira apresentou cenário de transformação em 2012, segundo a pesquisadora Loiva Ma- ria Ribeiro de Mello, da área de socioeconomia da Embrapa Uva e Vinho, de Bento Gonçalves (RS). A atividade é importante para a sustentabilidade de milhares de pe- quenas propriedades e tem se tornado determinante no desenvolvimento de algumas regiões e na geração de empregos em grandes empreendimentos que produzem uvas de mesa e para processamento. No principal ambiente envolvido com esse setor no Brasil, a Serra gaúcha, a vitivinicultura está fortemente ligada ao turismo. Mas, nos últimos anos, de um lado a crise econômica mundial, associada ao ingresso de outros países no mercado, dificultou as exportações de uvas de mesa do Vale do São Francisco; e, de outro, o excesso na oferta de vinhos no mercado internacional, relacio- nado ao aumento no poder aquisitivo brasileiro, facilita a importação da bebida. Isso influencia fortemente o desempenho da vitivinicultura brasileira. E preocupa. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que em 2012 hou- ve redução de 0,52% na produção de uvas no Brasil, no comparativo com 2011. A maior queda produtiva ocorreu no Paraná (-32,86%), seguido pela Bahia (-4,80%). Nos estados de Pernambuco, Minas Gerais, Santa Catarina e Rio Grande do Sul houve aumento na colheita de uvas de 7,71%, 3,09%, 4,64% e 1,29%, respectivamente. Em 2012, o volume destinado ao processamento (vinho, suco e derivados) foi de 830,92 milhões de quilos, representando 57,07% da safra nacional. O restante (42,93%) foi dirigido ao consumo in natura. As áreas plantada e colhida no Brasil tiveram recupe- ração em 2012, com aumento de 0,72% e 0,78%, respectivamente, em relação a 2011. De acordo com o relatório setorial elaborado por Loiva Maria Ribeiro de Mello, os maiores aumentos de área aconteceram no Paraná (3,37%) e em Santa Catarina (3,33%). No Rio Grande do Sul, maior produtor de uvas do País, a área cultivada cresceu 1%. Em Pernambuco, a área de videiras recuou 2,15% e na Bahia, 5%. “Estas regiões vêm de im- portantes reduções em 2011, especialmente no Vale do São Francisco, em Pernambuco e na Bahia”, acrescenta. A pesquisadora destaca que a viticultura está sendo implantada em vários estados, como Mato Grosso do Sul, Goiás, Espírito Santo, Ceará e Piauí. n Cadeia produtiva passa por transformação e precisa se adequar a um novo cenário, que envolve a maior concorrência e a crise europeia In or A g. A ss m an n In or A g. A ss m an n 75 VINHOS E SUCOS O Brasil não dispõe de estatísticas de produção e de comercialização nacional de vinhos e de suco de uvas. Mas, como o Rio Grande do Sul é responsável por mais de 90% da produção do País, suas estatísticas per- mitem análise aproximada do desempe- nho da agroindústria vinícola. Neste aspecto, o processamento de vi- nhos, sucos e derivados do Rio Grande do Sul, em 2012, alcançou a 579,31 milhões de litros, 0,1% acima do volume de 2011. O maior acréscimo está na produção de suco de uva concentrado e no mosto de uva. O suco concentrado aumentou 27,3% e o mosto de uva, 20,8%. Grande parte do mos- to é transformado em suco. Em 2012, o pro- cessamento de suco integral caiu 19,2%. A fabricação de vinhos finos subiu 4,60%, fren- te à queda de 17,5% dos vinhos de mesa. Em Santa Catarina, a Superintendên- cia Federal da Agricultura indica que fo- ram produzidos 21,2 milhões de litros de vinhos em 2012. Deste volume, 72,6 % são vinhos de mesa. “É uma mudança ex- pressiva, pois em 2011 essa categoria re- presentava 97% do total produzido”, diz Loiva Maria Ribeiro de Mello. “Ocorreu aumento (11,8%) na produção de vinhos de mesa e redução (-19,1%) nos vinhos finos catarinenses”, acrescenta. Em 2012, a safra de uvas para vinhos finos foi prejudicada devido à chuva de granizo. A partir de 2011 também foram disponibilizados dados do suco de uva. “Este produto teve aumento de 75,5% na fabricação, incluindo suco concentrado transformado em suco simples e suco de uva integral”, revela a pesquisadora. Para 2013, a expectativa é de estabilidade na área e no volume produzido no Brasil, com pequena interferência das realidades regionais sobre o total nacional. ceNÁrio motiVou leVe recuo NA PRODUçãO DE UvAS NO BRASIL Em 2012 exPortação e iMPortação de uVas, suCos, ViNhos e deriVados ViNdima > vINTAgE Brasil – 2011/2012 - valores em u$ 1.000,00 (foB) discriminação 2011 2012 quantidade Valor quantidade Valor exportações uvas frescas (t) 59.391 135.782 52.016 121.891 suco de uva (t) 4.452 15.737 2.473 7.719 Vinhos (1.000 l)) 1.214 3.615 5.775 5.520 espumantes (1.000 l) 112 568 172 813 total 155.702 135.943 importações uvas frescas (t) 34.083 51.371 33.294 54.381 uvas passas (t) 24.294 61.647 24.613 56.696 Vinhos (1.000 l) 772.705 262.059 74.209 262.745 espumantes (1.000 l) 4.923 32.605 5.316 37.665 suco de uva (t) 192 194 640 670 total 407.876 412.157 balanço -252.174 -276.214 fonte: MdiC elaboração: loiva Maria ribeiro de Mello - embrapa uva e Vinho New HORIzONS In or A g. A ss m an n 76 Brazilian winegrowing operations experienced transformations in 2012, says Loiva Maria Ribeiro de Mello, a researcher at the Embrapa Grape and Wine socioeconomic department, based in Bento Gonçalves (RS). Winegrowing plays a relevant role in sustaining thousands of small holdings and has become a determining factor in the de- velopment of some regions and in the generation of jobs at huge enterprises that grow table grapes and process grapes, too. In the major environment involved with the sector in Brazil, the Sierra Gaucha region, winegrowing has strong connections with tourism. Nevertheless, over the past years, for one thing, the global eco- nomic downturn, associated with new players joining the market, created difficulties for the winegrowers in Vale do São Francisco to export their table grapes; and, on the other hand, wine surpluses in the international market, along with the rising purchasing pow- er of the Brazilian population, have made wine imports easier. This exerts a strong influence on the performance of the Brazilian winegrowing operations. And it is cause for concern. The Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE) points to 0.52-percent reduction in the Brazilian grape crop in Brazilian winegrowing operations are now experiencing transformations in an attempt to adjust to a new scenario, which involves tighter competition and the European crisis 2012, compared to 2011. The biggest decrease in production occurred in the state of Paraná (-32.86%), followed by Bahia (-4.80%). In the states of Pernambuco, Minas Gerais, Santa Ca- tarinaand Rio Grande do Sul the size of the crop soared 7.71%, 3.09%, 4.64% and 1.29%, respectively. In 2012, the volume destined for processing (wine, juice and derivatives) amounted to 830.92 million kilos, represent- ing 57.07% of the national production volumes. The remaining 42.93% was for fresh consumption. Both planted and harvest- ed areas in Brazil experienced a recovery of 0.72% and 0.78%, respectively, compared to 2011. According a sectoral report by Loiva Maria Ribeiro de Mello, the biggest area increases took place in Paraná (3.37%) and in Santa Catarina (3.33%). In Rio Grande do Sul, leading grape pro- ducer in the Country, the planted area soared 1%. In Pernambuco, the vineyard area shrank 2.15%; and in Bahia, 5%. “These regions have been following on the heels of hefty reductions in 2011, espe- cially in Vale do São Francisco, in Pernambuco and Bahia”, she adds. The researcher maintains that winegrowing operations are now spreading throughout several states, like Mato Grosso do Sul, Goiás, Espírito Santo, Ceará and Piauí. n WINES AND JUICES There are no statistical figures available in Brazil re- garding the production and sales of wines and juices. However, since Rio Grande do Sul is responsible for 90% of the Country’s total production of these items, the num- bers of the State lead to a reasonably ac- curate analysis of the performance of the winegrowing segment in the Country. Within this context, the processing of wines, juices and their derivates in Rio Grande do Sul, in 2012, amounted to 579.31 million liters, up 0.1% from 2011. Grape juice concentrate and grape must are responsible for the biggest increases. Juice concentrate increased by 27.3% and grape must, by 20.8%. Most of the must is transformed into juice, In 2012, whole juice processing fell 19.2%. Fine wines experienced a 4.60-percent rise in production, while table wines suffered a reduction of 17.5%. In Santa Catarina, the Federal Agricul- ture Department indicates that 21.2 mil- lion liters of wine were produced in 2012. Of this volume, 72.6 % are table wines. “It is an expressive change, once this cat- egory represented 97% of the total produc- tion in 2011”, says Loiva Maria Ribeiro de Mello. “What occurred was an increase of 11.8% in the production of table wines and a reduction of 19.1% in fine wines, in Santa Catarina”, she adds. In 2012, the crop of the grapes for fine wines was hit by heavy hailstorms. Since 2011, statistical figures of grape juices are also available. “This product experienced an increase of 75.5% in production, including juice concentrate transformed into plain juice and whole grape juice”, the researcher reveals. For 2013, the expectation is for stability in the area and in volume produced in Bra- zil, with some interference from regional realities in the Country’s total. sceNario Blamed oN slight REDUcTION Of THE gRAPE cROP IN 2012 77 pesQUIsA > RESEARcH A vEz DA pera In or A g. A ss m an n 78 O Brasil importa entre 80% e 90% das mais de 200 mil toneladas anuais de pera que o mercado doméstico consome. É o maior importador mundial. Enquanto isso, sua produção se mantém estagnada em 20 mil toneladas anuais, com 2 mil hectares plantados e rendimento de 10 tone- ladas/ha. Reduzir as compras não é possível em curto prazo: faltam cultivares aptas a produzir com qualidade, quantidade e regularidade para abastecer o País. Na Serra Gaúcha, onde se concentra boa parte da produção nacional, a Embrapa Uva e Vinho, de Bento Gonçalves (RS), busca dar suporte à expansão e à qualificação dos pomares com o projeto “Desenvolvimento de cultivares para a viabilização da cultura da pereira no Brasil – Melhorpera”. A meta é modificar o panorama da cadeia produtiva, ampliar a produção e agregar qualidade às frutas. O pesquisador Paulo Ricardo Dias de Oliveira, líder do programa, destaca que o primeiro desafio é avaliar as cultivares de domínio público já utilizadas em zonas de produção. Não existem variedades nacionais entre as produzidas no Sul do Brasil; há apenas cultivares importadas há muitos anos, sem análise técnica. Daí a necessidade de acompanhamento para identificar variedades adaptadas e de maior produtividade, tratos culturais, viabilidade do cultivo, colheita e pós-colheita. No estudo também são desenvolvidas variedades de porta-enxertos. A engenharia genética faz ensaios de transformação para desenvolver linhagens de pera resistentes a doenças, portanto com menor necessidade de tratamento fitossanitário. Atualmente, 10 cultivares são observadas. Os resultados iniciais da avaliação serão divulgados em três safras, indicando desempenho e manejo adequados das variedades. Além disso, a Embrapa deverá lançar cultivares para a região a partir de 2018. Híbridos já foram produzidos para os primeitos testes. O banco de germo- plasma está sendo reforçado com material dos Estados Unidos, a fim de ampliar a diversidade genética disponível para os cruzamentos. n Estudos da Embrapa Uva e Vinho buscam variedades que reduzam a dependência brasileira às importações da fruta, que hoje chega a 90% In or A g. A ss m an n In or A g. A ss m an n 79 Brazil imports from 80% to 90% of the upwards of 200 thousand tons of pears consumed in the domestic market, annually, ranking as biggest global importer. In the meantime, production remains stagnated at 20 thousand tons a year, with 2 thousand hectares devoted to the fruit, and productivity rates of 10 tons/ha. In the short run, there is no chance for reducing purchases from abroad: there are no quality cultivars available, making regular supplies unat- tainable throughout the Country. In the Sierra Gaucha region, where a great deal of the nation- al production is concentrated, Embrapa Grape and Wine, based in Bento Gonçalves (RS), is lending support to expansion moves and to orchard qualification through the project, “Development of cultivars intended to make pear growing viable in Brazil – Melhorpera”. The target consists in changing the panorama of the supply chain, expand production and add value to the fruit. Researcher Paulo Ricardo Dias de Oliveira, leader of the pro- MUITAS VANTAGENS Entre as vantagens de plantar pera nas serras gaú- cha e catarinense está o custo de produ- ção, menor do que o da maçã, cuja infra- estrutura de cadeia produtiva poderá ser aproveitada, inclusive os canais de comer- cialização. A pesquisa concentra atenção também em cultivares que possam ser colhidas antes da maçã gala, no início de fevereiro, garantindo o uso da estrutura logística, ampliando a ocupação da mão- -de-obra e gerando renda aos produtores e ao setor. É o esforço do Sul em busca da melhor pera a ser produzida e comerciali- zada no Brasil. serras gaúcha e catariNeNse Têm ALTO POTENcIAL PARA A PRODUçãO DE PERA Studies conducted by Embrapa Grape and Wine seek varieties that could reduce Brazil’s dependence on imports, now amounting to 90% IT’S TImE fOR pears In or A g. A ss m an n 80 LOTS OF ADVANTAGES The ben- efits of producing pears in the sierra regions of Rio Grande do Sul and Santa Catarina lie in the lower production costs compared to apples. Furthermore, pear growers could take advantage of the entire apple farming infrastructure in the two states, including its commercialization channels. Research is also focused on cultivars that could be har- vested before gala apples, in early February, taking advantage of the logistic structure, expanding the use of labor and generating income to the growers and the sector. It is the South in search of the best pears to be pro- duced and sold. rio graNde do sul aNd saNta catariNa SIERRAS BOAST gREAT POTENTIAL fOR THE PRODUcTION Of PEARS gram, stresses that the first challenge consists in evaluating the cultivars under public domain, already grown in pear growing zones. There era no national varieties in South Brazil; there are only cultivars importeda long time ago, without any techni- cal analysis. Hence the need for a close watch in order to iden- tify adapted and highly productive varieties, cultural practices, cultivation viability, harvest and post-harvest. The study also includes rootstock varieties. Genetic engineering is conducting transformation trials for the development of pear strains resis- tant to diseases, requiring less phytosanitary treatments. Currently, 10 cultivars are being closely watched. The initial results of the evaluation will be disclosed after three regular cycles, indicating performance and appropriate management practices. Furthermore, Embrapa has scheduled the new culti- vars for the region as of 2018. Hybrids have already been pro- duced for the first trials. The Germ Plasm Database is being rein- forced by material from the United States, in order to expand the genetic diversity levels available for crossings. n 81 Entrarão no mercado a partir de julho de 2013, para cultivo, a 15ª e a 16ª variedade de uvas criadas a partir do Programa de Melhoramento Genético da Videira da Embrapa, coordenado pelos pesquisadores Patrícia Ritschel e João Dimas Garcia Maia. São elas a BRS Magna, para elaboração de suco, e BRS Vitória, uva de mesa sem sementes. Os eventos de lançamento aconteceram em Sinop, no Mato Grosso, e em Marialva, no Paraná, respectivamente. A BRS Magna caracteriza-se pela ampla adaptação climática e por altos conteúdos de açúcar e de matéria corante, enquanto a BRS Vitória destaca-se pela ausência de sementes e pela tolerância ao míldio, principal doença da videira no Brasil. A BRS Vitória pode ser cultivada em São Paulo, em Minas Gerais e no Vale do São Francisco (Pernambuco e Bahia). A BRS Magna, na Serra Gaú- cha, em São Paulo, no Mato Grosso e no Vale do São Francisco. As cultivares são oriundas do Programa de Melhoramento Ge- nético da Videira, estabelecido em 1977 pela Embrapa Uva e Vinho. O Programa objetiva o desenvolvimento e a criação de variedades de uva de qualidade, com boas características agro- nômicas, diferentes finalidades e ampla adaptação climática. An- tes destas, foram lançadas 14 cultivares para mesa e elaboração de sucos e vinhos, que se adaptam bem às condições climáticas dos principais polos vitivinícolas do Brasil. GEMAS A comercialização de gemas da BRS Magna e da BRS Vitória será feita pela Embrapa Produtos e Mercado, Escritório de Campinas (SP), a partir de julho de 2013. Os produtores interessados deverão fazer reservas pelo site www.campinas.spm.embrapa.br. Para mais informações, o telefone é (19) 3749 8888. n Embrapa lança variedades BRS Magna e BRS Vitória, uvas para suco e consumo in natura adaptadas a diferentes regiões brasileiras ImPULSO NA parreira In or A g. A ss m an n 82 Embrapa launches varieties BRS Magna and BRS Vitória, grapes for juice and fresh consumption, adapted to different regions throughout Brazil The 15th and 16th grape varieties coming from the Embrapa Vineyard Genetic Enhance- ment Program, coordinated by researchers Patrícia Ritschel and João Dimas Garcia Maia, have been scheduled to reach the market as of July 2013, for cultivation. They are the BRS Magna, for juice, and BRS Vitória, seedless table grape. The launching events took place in Sinop, State of Mato Grosso, and in Marialva, State of Paraná, respectively. The BRS Magna is characterized by its ample adaptation to cli- mate conditions and for its high contents of sugar and coloring mat- ter, while the BRS Vitória stands out as a seedless grape and for its tolerance to the mildew fungus, a major vineyard disease in Brazil. The BRS Vitória variety grows well in São Paulo, Minas Gerais and in Vale do São Francisco (Pernambuco and Bahia). The BRS Magna is recommended for the Sierra Gaucha region and for the States of São Paulo, Mato Grosso and for Vale do São Francisco. The cultivars come from the Vineyard Genetic Enhancement Program set up in 1977 by Embrapa Grape and Wine. The target of the Program is to come up with the development and the creation of quality grape varieties, with good agronomic features, different purposes and for a vast variety of climate conditions. Before the just mentioned varieties, 14 other cultivars were launched, some of them table grapes, and others for wine and juices, and they adapt perfectly to all major winegrowing hubs in Brazil. CULTIVARS Sales of BRS Magna and BRS Vitória cultivars will be under the responsibility of Embrapa Products and Market, based in Campinas (SP), starting as of July 2013. All interested winegrowers are recommended to make their reservations through site www.campi- nas.spm.embrapa.br. For further information, call (19) 3749 8888. n PROPELLINg THE ViNeyard 83 mudaNças NO cARTãO-POSTAL D iv ul ga çã o 84 A região da Campanha, no Rio Grande do Sul, é cartão-postal do bioma Pampa, com vastos campos, vár- zeas, rebanhos ovinos e bovinos, e lavouras de arroz. Mas seu perfil está mudando. O novo cenário da Campanha, da Zona Sul e da Fronteira Oeste inclui pomares de citros sem sementes, resultado da busca de alternativas econômicas e de difusão de tecnologias da Embrapa Clima Temperado, de Pelotas (RS). Os citros sem sementes ocupam 2 mil hectares no Estado, com espaço garantido nas mesas do Sul do País. O investimento, pouco superior à citricultura tradicional, compen- sa pelo valor de mercado até três vezes maior e pela demanda crescente. Estima-se que um quilo de citros sem sementes custe entre R$ 0,50 a R$ 0,80, dependendo do sistema. O valor de mercado varia entre R$ 1,50 e R$ 3,00 pelo quilo. A Embrapa tem viveiristas licenciados para fornecer sementes de alto valor genético aos fruticultores. O pesquisador Roberto Pedroso de Oliveira, da Embrapa Clima Temperado, identifica dois perfis de agricultores: o primeiro, de investidores que cultivam áreas de 30 a 300 hectares e distribuem os citros sem sementes nas principais redes de supermercados; já o segundo grupo é formado pela agricultura familiar, com áreas de meio a quatro hectares, na Serra Gaúcha, no Alto Uruguai, no Nordeste e no Sul do Estado. Ambos utilizam tecnologias reunidas na publicação Cultivo de citros sem sementes, lançado pela Embrapa, e que pode ser acessada no site www.cpact.embrapa.br/publicacoes/download/sistemas/sistema_21.pdf. A Embrapa Clima Temperado tem apoiado viveiristas interessados em produzir mudas de citros em ambiente protegido, utilizando substratos isentos de patóge- nos e plantas daninhas, sementes e borbulhas indexadas. E trabalha no melhora- mento de cultivares e na introdução das principais variedades de citros produzidas e comercializadas no mundo. “Os pomares substituem ambientes de pastagens na Campanha e na Fronteira. Nas demais regiões, ocupam novas áreas e aparecem em lu- gar dos citros tradicionais, do tabaco e do pêssego”, frisa Roberto Pedroso de Oliveira. Para dar suporte a este segmento, a Embrapa tem estrutura de 2.500 m2 desti- nada a matrizeiro e borbulheira de diversas cultivares de citros, disponibilizando ao setor borbulhas indexadas desses materiais. Além disso, oferece treinamentos para a produção de mudas ou de material comercial. n Embrapa Clima Temperado difunde tecnologias para o cultivo de citros sem sementes na região de Campanha do Rio Grande do Sul D iv ul ga çã o D iv ul ga çã o 85 AMPLO POTENCIAL A produção de citros sem semente no Rio Grande do Sul tem alcançado bons resultados porque há demanda, principalmente para aqueles com coloração de polpa vermelha (Cara Cara) ou sabor exótico (Ortanique e Nova), de produ- ção precoce (Navelina, Okitsu e Owari) ou tardia (Ortanique, Nadorcott e Lane Late), e ainda com tolerância ao cancro cítrico (Lue Gim Gong e Shamouti). Os principais riscos à cultura são as ge- adas, as formigas, as lebres e uma possível entrada do Greening (HLB) no Rio Grande do Sul, ou o cancro cítrico. A Embrapa Cli- ma Temperado, em parceria com a Univer-sidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufr- gs), a Fundação de Pesquisa Agropecuária (Fepagro/RS), a Universidade de Caxias do Sul (UCS) e a Empresa de Assistência Téc- nica e Extensão Rural (Emater-RS), vem gerando tecnologias para reduzir estes riscos. Portanto, baseada nessa perspecti- va, a paisagem do Pampa gaúcho tende a mudar mais ainda. Para melhor. alterNatiVa é reNtÁVel, mAIS RúSTIcA E SUBSTITUI AS cULTURAS TRADIcIONAIS chaNges TO THE POSTcARD D iv ul ga çã o 86 The Prairie Region in Rio Grande do Sul is a real postcard of the so-called Pam- pa, featuring vast grasslands, plains, sheep and cattle herds, and ricefields. The new Prairie Land scenario includes seedless citrus orchards, resulting from the search for economic alternatives and efforts by Embrapa Temperate Climate, in Pelotas (RS), to- wards technology spreading. Seedless citrus occupy two thousand hectares throughout the State, inevitably present on the kitchen table in South Brazil. The in- vestment is slightly higher compared to traditional citrus farming, but is compensatory because of prices three times bigger and soaring demand. It is estimated that a kilo of seedless citrus fetches from R$ 0.50 to R$ 0.80, depending on the system. In the shops, prices vary from R$ 1.50 to R$ 3, per kilo. Embrapa has a list of licensed nurseries where the fruit growing farmers can get seed of high genetic value. It translates into superior quality products, with high added value. Researcher Roberto Pedroso de Oliveira, of Embrapa Temperate Climate, identifies two types of farmers: the first, farmers who make investments and cultivate from 30 to 300 hectares and deliver their seedless citrus to major supermarket chains; the second group con- sists of family farmers, with areas ranging from half to four hectares, in Sierra Gaucha, Alto Uruguai, Northeast and South of the State. Both result from technologies published in Cultivation of seedless citrus, launched by Embrapa, and can be accessed at site http://www. cpact.embrapa.br/publicacoes/download/sistemas/sistema_21.pdf. Embrapa Temperate Climate has always lent support to nurs- ery keepers interested in the production of citrus seedlings in pro- tected environments, using media exempt from pathogens and weeds, indexed seeds and buds. The organ is also engaged in cultivar enhancement and in the introduction of all major citrus trees cultivated and traded in the world. “Orchards are replacing grasslands in the Prairies and along the Frontier. In other regions they occupy new areas and replace traditional citrus, tobacco and peaches”, explains Roberto Pedroso de Oliveira. So as to lend support to this segment, Embrapa relies on a 2,500 m2 structure destined for parent plants and buds of several citrus cultivars, available to the indexed buds sector of these materials. In addition, the organ offers training for the production of seed- lings or other materials of commercial interest. n BROAD POTENTIAL The produc- tion of seedless citrus in Rio Grande do Sul has achieved good results because there is demand, especially for oranges with a pink pulp (Cara Cara) or exotic flavor (Ortanique and Nova), early cycle oranges (Navelina, Okitsu and Owari) or late cycle (Ortanique, Nadorcottande Lane Late), and tolerance to citrus cancer (Lue Gim Gong and Shamouti). Major risks to the crop include frost conditions, ants, hares and possible Green- ing (HLB) outbreaks in Rio Grande do Sul, or citrus cancer. Embrapa Temperate Climate, jointly with the Federal Univer- sity of Rio Grande do Sul (Ufrgs), Agricul- tural Research Foundation (Fepagro/RS), University of Caxias do Sul (UCS) and the Rural Extension and Technical Assistance Company (Emater-RS), has been generat- ing technologies towards the reduction of risks. Therefore, on the grounds of this per- spective, the scenery of the Gaucho Pampa tends to change even further – for the better. alterNatiVe is profitaBle, STURDIER AND REPLAcES TRADITIONAL cROPS Embrapa Temperate Climate spreads seedless citrus growing technologies across the Prairie Regions in Rio Grande do Sul D iv ul ga çã o 87 Nos dois últimos anos, o Vale do São Francisco, principal polo brasileiro de produ- ção de mangas e de uvas de mesa, viu prosperar a infestação de pomares por moscas-das-frutas. É uma visita indesejável, que leva produtores e pesquisadores a declararem guerra ao inseto para protegerem os cultivos. A pesquisadora Beatriz Aguiar Jordão Paranhos, da Embrapa Semiárido, de Petrolina (PE), revela que a mosca-das-frutas é a principal praga de frutíferas ao redor do mundo. No Brasil, há cinco espécies quarentenárias. No Vale do São Francisco, a Ceratitis capitata é responsável por 99% das ocorrências e está associada a manga, goiaba, acero- la, carambola, cajá, siriguela, uva e outras frutíferas. “Geralmente, as moscas-das-frutas fazem suas posturas nos frutos no início do amadurecimento. No entanto, podem infestá-los quando ainda estão verdes. As larvas alimentam-se da polpa e causam o apodre- cimento”, revela a pesquisadora. Os frutos ficam impróprios para o consumo in natura e para a industrialização. Após completar seu desenvolvimento, a larva migra para o solo, enterrando-se com cinco a sete centímetros de profundidade para a pupação. A duração do período ovo-adulto vai de 18 a 25 dias no Vale. “As perdas variam de propriedade a proprie- dade e de ano a ano. Quando os fruticultores não fazem o controle cultural, o nível de infestação é alto, prejudicando a eles próprios e aos vizinhos. As perdas podem chegar a 50%, em uma safra”, alerta. Existem fatores agravantes no Vale, em relação a outras regi- ões do Brasil: o clima favorável ao desenvolvimento da praga e a disponibilidade de frutos hospedeiros o ano todo. Além dos danos diretos nos frutos, os indiretos, relacionados às barreiras de exportação, podem ser maiores. O controle pode ser de natureza cultural, química e biológica. As medidas culturais devem ser constantes e as demais precedidas de monitoramento da área, o que definirá a necessidade de sua aplicação. O monitoramento é realizado através de armadilhas nos pomares, com a finalidade de definir o índice de infestação, a necessidade e o momento de aplicação de medidas de controle. Dois tipos de armadilhas são utilizadas, McPhail e Jackson, que são conferidas semanalmente para a contagem. As práticas são aplicadas quando o índice mosca/armadilha/ dia (MAD) for igual ou superior a 0,25. Para exportação, o pomar deve ser monitorado ao menos por seis meses, até a colheita, e o índice deve ser inferior a um. n Consciência, monitoramento e tecnologia são as armas empregadas para fazer frente à ameaça da mosca-das-frutas no Vale do São Francisco Visita INDESEjADA Sí lv io Á vi la 88 coNtrole da mosca-da-fruta PODE SER DE NATUREzA cULTURAL, qUímIcA E BIOLógIcA PROCEDIMENTOS O método mais eficiente contra as moscas-das-frutas é o controle cultural, que implica em práticas simples, como o recolhimento de frutos que caiam ao solo. Eles devem ser enterrados e cobertos com 20 centímetros de terra bem compactada. Podem também ser triturados para alimentação animal, ou queimados. O ensacamento de frutos custa caro, mas pode ser aplicado em caso de altas populações. A colheita dos frutos não comercializados evita que as moscas completem o ciclo no pomar. Adultos de mosca-das-frutas podem voar até 10 quilômetros de distância, e acima de 10 metros de altura. Logo, o uso de barreiras físicas ao redor dos pomares é ineficiente. Se o controle cultural for negligenciado, os demais métodos podem ser prejudicados e inefica- zes. “O produtor deve prever no planejamento da safra estes custos, para não permitir que o ciclo da praga se complete em seu pomar”, diz Beatriz Paranhos, da Embrapa Semiárido. O controle químico é realizado com isca-tóxica, que é a mistura de inseticidas registrados para as diferentes culturas com a adição de um atrativoalimentar. A solu- ção é aplicada apenas em parte da área cultivada, reduzindo o risco de resíduos nos frutos e o impacto sobre insetos benéficos. Entre as armas que devem reforçar o arsenal dos produtores contra as moscas estão a técnica do inseto estéril (machos estéreis que acasalam com as selvagens, no campo) e o controle biológico com parasitóides (vespas que atacam as larvas, nos frutos) e com ento- mopatógenos (fungos que matam as pupas no solo). Neste aspecto, a Embrapa Semiárido terá muito a colaborar com as tecnologias e com a disseminação do conhecimento. ANAMED é um atrativo para moscas-das-frutas em pasta, próprio para mistura com inseticida em aplicações de isca-tóxica Sí lv io Á vi la Over the past two years, Vale do São Francisco, major Brazilian mango and table grape production hub, witnessed the infestation of its orchards with fruit-flies. It is an unwanted visit that leads growers and research- ers to wage a war against the insect to protect their orchards. Re- searcher Beatriz Aguiar Jordão Paranhos, of Embrapa Semiarid, in Petrolina (PE), reveals that the fruit-fly is the world’s most nox- ious fruit tree pest. In Brazil there are five quarantine species. In Vale do São Francisco, Ceratitis capitata is responsible for 99% of all outbreaks and its preferred fruits are mango, guava, acerola, carambola, cajá, siriguela, grape and other fruit trees. “Usually, the fruit-flies lay their eggs in the fruits at their early maturing stage. However, they can also infest the fruits while they are still green. The larvae feed on the pulp and cause it to rot”, the researcher explains. The fruits become inadequate for fresh consumption or for industrialization purposes. After reaching adult age, the larvae migrate to the soil, and remain five to seven centimeters deep in UNwANTED Visit Awareness, monitoring, technology are weapons against the fruit fly threat in Vale do São Francisco Sí lv io Á vi la 90 coNtrol oVer the fruit-fly cOULD BE Of cULTURAL, cHEmIcAL AND BIOLOgIcAL NATURE the soil for the pupa stage. The adult-egg period lasts for 18 to 25 days in Vale do São Francisco. “Losses vary from farm to farm and from year to year. When no cultural control is performed, the level of infestation is very high, even causing losses to neighboring fields. Losses could amount to 50% of an entire crop”, he warns. There are aggravating factors in the Valley, compared to other regions throughout Brazil: favorable climate conditions for the development of the pest and host fruits year round. Be- sides the direct damages to the fruits, the indirect ones, related to export barriers, could be much bigger. Control over the fruit-fly could be of cultural, chemical or bio- logical nature. Cultural measures should never stop, and the other ones should be preceded by area monitoring, which will define the need for their application. Monitoring is conducted through traps spread across the orchard, their purpose is to define the level of infestation, the need and right time for applying the control mea- sures. There are two types of traps in use, McPhail and Jackson, which are checked on a weekly basis for the counting procedure. These practices are applied when the fly/trap/day (FTD) index is equal to, or higher than 0.25. If the fruits are to be exported, the orchard must remain under a six-month monitoring process, up to harvest time, and the index must be inferior to one. n CONTROL Cultural control is the most efficient method for controlling the fruit-flies, and it implies in simple practices, like collecting the fruits that drop from the trees. These fruits must be buried and covered with a minimum layer of 20 centimeters of compact soil. They could also be shredded for animal food, or incinerated. Fruit bagging is expensive, but could be the solution for dense populations. Picking all fruits from the trees prevents the flies from completing their cycle in the orchard. Adult fruit-flies fly as far as 10 kilometers, at a height of over 10 meters. It means that physical barriers around the orchards are inefficient. If cultural controls are neglected, the other control methods might reap the consequences and lose their effectiveness. “Farmers should calculate all these costs before they start the crop, so as to prevent the pest from completing the cycle in the orchard”, says Beatriz Paranhos, of Embrapa Semiarid. Chemical controls are done through toxic baits, consisting of a mixture of insecticides registered for the different crops, with the addition of a lure. The solution is applied only in a portion of the cultivated area, thus reducing the risk of residues in the fruits and impacts on beneficial insects. Other weapons that could strengthen the fight against the fruit-flies include the sterile insect technique (sterile males that mate with wild insects, in the field), and biological controls with parasites (wasps that attack the larvae in the fruits) and with enthomopathogens ( fungi that kill pupae in the soil). Within this context, Embrapa Semiarid will be able to provide much collaboration with its technologies and the spreading of knowledge. 91 AçÕes > AcTIONS graNdes ESPERANçAS Sí lv io Á vi la 92 A implantação do caju anão precoce (clonado), em lugar do comum (ou gigante), que predomina, é o grande propósito do Programa de Expansão e Recuperação da Cajucultura Cearense, no Estado que produz quase a metade da castanha no País e que lidera a exportação. O projeto, lançado em 2007, está avançando, e a opção em foco passou de 36.916 para 70.445 hectares, o que representa 17,5% do total cultivado. Mas, em termos de produção, já responde por 41,3% do volume obtido em 2012. O ano foi de seca forte na região e o anão deu novamente a melhor resposta, fortalecendo a campanha oficial. A produção brasileira de castanha de caju em 2012, com a falta de água, ficou em 81.723 toneladas, 64% a menos do que na temporada anterior. O Ceará ob- teve 38.574 toneladas, das quais l5.945 toneladas com o tipo clonado, que tem produtividade quatro vezes maior do que o comum, remanescente da década de 1980, com população de plantas muito baixa e pouco rendimento. Por isso, o Esta- do incentiva a adoção desta alternativa junto aos produtores, que, em sua grande maioria, são de pequeno porte, para que tenham melhores resultados. Por um lado, explica José de Sousa Paz, supervisor do Núcleo de Fruticultura da Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA), é feita a expansão com o repasse de mu- das. O total distribuído desde 2007 chega a 4,3 milhões de unidades, o que equivale ao plantio de 21.529 hectares. De outra parte, realiza-se a recuperação com o uso da tecno- logia de substituição de copa em plantas improdutivas, o que foi iniciado em 2009, com subsídio público, abrangendo 12.006 hectares. Assim, a área plantada no Estado em 2012 teve 70.445 hectares de caju anão precoce, do total de 400.285 hectares plantados. O Estado conta com cinco polos que se dedicam ao caju, espalhados principalmente pelo extenso litoral, onde se concentra 85% da produção, em municípios como Aracati, Pacajus, Itapipoca e Camocim. Ainda há área menor de produção na região interiorana do Cariri. O setor envolve no total 57 mil produtores (64% com menos de 10 hectares) e gera em torno de 120 mil empregos, considerando-se também a indústria e os serviços. Seis unidades industriais de maior porte e 50 menores dedicam-se à atividade. n Maior produtor nacional da fruta, Ceará aposta em caju clonado para revitalizar a cultura, que sofreu novamente com a seca em 2012 Sí lv io Á vi la Sí lv io Á vi la 93 APROVEITAR MAIS O incentivo à instalação de pequenas agroindústrias nos polos está entre as ações previstas no progra- ma cearense, que tem entre suas preocupa- ções o aproveitamento integral do caju, para sucos, cajuína, doces, polpa e mel, por exem- plo. Normalmente, extrai-se apenas a casta- nha, que representaa menor parte da fruta. Essa, por sua vez, também terá maior oferta a partir da estabilização das novas plantas dis- tribuídas (o que ocorre plenamente no sexto ano, enquanto as recuperadas já apresentam resultado no ano seguinte à intervenção). Os 33.529 hectares de pomares resul- tantes dos plantios e da substituição de copa deverão acrescer o mesmo volume em produção. Esta tem condições de superar novamente a maior quantidade de castanha de caju obtida até o momento no Estado, em 2006, com 130 mil toneladas. Para tanto, há mercado no exterior e no plano doméstico, onde tem sido verificado crescimento. Em 2012, a produção cearense foi destinada em sua maior parcela à exportação, que somou 20 mil toneladas, garantindo receita de US$ 148 mil, o que representa 80% da movimen- tação brasileira nesta fruta. em ciNco aNos do programa, ÁREA cOm O TIPO PREcOcE DOBROU NO cEARÁ great HOPESSílvio Ávila 94 The introduction of the short-cycle dwarf cashew (cloned), replacing common cashew (also known as giant), which predominates, is the real intention of the Ceará State Cashew Recovery and Expansion Program. Ceará produces almost 50% of the entire national cashew crop and is also a leader in exports of the fruit. The project launched in 2007 is making strides, and the option in question jumped from 36,916 to 70,445 hectares, which represent 17.5% of the total cultivated area. But in production terms, the State accounts for 41.3% of the entire volume obtained in 2012. The region was hit by a severe drought during the year and it was the dwarf cashew that again gave the best response, adding strength to the official campaign. The Brazilian cashew nut crop in 2012, affected by water de- ficiencies, remained at 81,723 tons, down 64% from the previous year. Ceará harvested a total of 38,574 tons, of which, l5,945 tons were from the cloned type, with productivity fourfold high- er than common cashew varieties, remnants of the 1980s, when both plant population and yield were low. This is why the state encourages the farmers, most of them with small holdings, to go for the cloned varieties for better results. For one thing, José de Sousa Paz, supervisor of the Fruit Di- vision at the Agrarian Development Secretariat (SDA), explains that all expansion moves rely on the distribution of seedlings. Total distribution starting in 2007 amounts to 4.3 million pieces, equivalent to a planted area of 21,529 hectares. On the other hand, all recovery works are performed with the use of the re- placement technology involving the removal of the unproductive crowns of the plants, a move that started in 2009, with public grants, now comprising 12,006 hectares. This has led to a plant- ed area of 70,445 hectares of short-cycle cashew, of a total of 400,285 planted hectares, in 2012. There are five cashew producing hubs throughout the State, the majority of them spread along the vast coastal area, where 85% of the entire crop is produced, in municipalities like Ara- cati, Pacajus, Itapipoca and Camocim. There are also minor pro- ducing areas across the Cariri region, in the interior. The sector comprises a total of 57 thousand farmers (64% of them with less than 10 hectares) and generates approximately 120 thousand job positions, if the industries and service companies are taken into consideration. The activity is performed by six big indus- tries and 50 minor enterprises. n HEADING FORWARD Incentive to small agroindustries in the hubs has been included in the Ceará State pro- gram, whose major concerns consist in making an integral use of the cashew, for juices, cajuína, candy, pulp and honey, for example. Normally, it is just the nut that is extracted, which represents the smallest part of the fruit. Supplies of the latter, in turn, will also go up as soon as the stabilization of the newly distributed plants has been achieved ( full production normally starts after the sixth year, while the recovered plants produce results the year that follows the intervention). The 33,529 hectares of orchards result- ing from new plantations and crown re- placements are expected to increase the production volumes accordingly. The crop is really in a position to outstrip the big- gest cashew nut crop ever harvested in the State, in 2006, with 130 thousand tons. To this end, there is market abroad and in the domestic scenario, where a rising trend in consumption has been ascertained. In 2012, the majority of the crop harvested in Ceará was destined for foreign countries, totaling 20 thousand tons and revenue of US$ 148 thousand, representing 80% of all Brazilian cashew nut businesses. iN fiVe years of the program, AREA DEvOTED TO SHORT cycLE cASHEw DOUBLED IN cEARÁ Perfil da Cadeia ProdutiVa castaNha de caJu > cASHEw NUT anos produção Brasil/ceará (t) 2011 226.330/111.718 2012 81.723/38.574 fonte: ibGe/lsPa anos exportação Brasil/ceará (t) 2011 26.302/20.454 2012 25.431/20.343 fonte: MdiC/aliceweb The largest national producer of the fruit, the State of Ceará bets on cloned cashew for the revitalization of the crop, which was again hit by drought conditions in 2012 95 UmA fRUTA DE peso QUALIDADE SE IMPÕE Em 2012, as plantações de melancia do Rio Grande do Sul foram afetadas pela falta de chuva. O volume caiu cerca de 20% em relação ao de 2011, conforme Anto- nio Conte, assistente técnico estadual em fruticultura da Emater/RS-Ascar. Em com- pensação, a boa qualidade das melancias colhidas manteve a receita no patamar do ano anterior. No Estado, o plantio ocorre entre os meses de julho e dezembro. Já a colheita é feita de novembro a março. Além de abastecerem o mercado gaúcho, as melancias também são levadas para outros estados brasileiros. Até o início de dezembro, o Rio Grande do Sul compra a fruta produ- zida no Paraná e em Goiás. Conte observa que, por se tratar de cultura de ciclo anual, a planta tem custo baixo de produção. O perfil dos produtores varia entre especializados e sem aperfeiçoamento técnico. De acordo com Conte, a área dos culti- vos comerciais, sem considerar os plantios para consumo próprio, no Rio Grande do Sul, tem oscilado entre 14.000 e 15.000 hectares. Já aconteceu de a área planta- da chegar a 17.000 hectares, em anos nos quais os preços estavam atrativos. “Atual- mente, como as famílias estão menores, a preferência do consumidor é pela fruta de tamanho médio, enquanto em outras épo- cas era pela fruta grande”, observa o técnico da Emater. rio graNde do sul se destaca NA cOLHEITA DE mELANcIA, SEgUIDO DA BAHIA Entre as principais frutas produzidas no Brasil, de um total de mais de 20 espécies re- presentativas, algumas se destacam em volume, ofertando gran- de variedade de sabores, aromas, cores e formas. Uma delas, a melancia, ocupa a quarta posição da lista elaborada pelo Insti- tuto Brasileiro de Frutas (Ibraf ), em números gerais de 2011. A produção da fruta totalizou 2,198 milhões de toneladas, oriun- da de área de 98.501 hectares, de acordo com o Instituto Brasi- leiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse montante resultou em receita de R$ 951,810 milhões. O Rio Grande do Sul respondeu pelo maior volume da fruta naquele ano, num total de 421.641 toneladas. A área de plantio foi de 17.902 hectares. Também têm importância os estados da Bahia (292.432 toneladas), de Goiás (272.650 toneladas), de São Paulo (242.586 toneladas) e do Pará (120.909 toneladas). O IBGE ainda destacou que mais 21 estados brasileiros produzem essa espécie. Parte da produção de melancia fresca ganha o mundo. Em 2012, 33,543 mil toneladas foram exportadas pelo Brasil, 14,53% a mais do que o embarque de 29,287 mil toneladas negociadas no ano anterior, conforme o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). A receita obtida no mercado externo foi de US$ 16,979 milhões FOB, 22,36% a mais do que em 2011, quando as vendas chegaram a US$ 13,877 milhões FOB. n Melanciase impõe na fruticultura brasileira em termos de volume, com 2,198 milhões de toneladas, e já tem peso igualmente nas exportações Sí lv io Á vi la 96 Among all major fruits produced in Brazil, with a total of upwards of 20 representative species, some of them stand out in volume, featuring a variety of flavors, aromas, colors and shapes. One of them is the watermelon, which ranks fourth on the list issued by the Brazilian Fruit Institute (Ibraf ), in general numbers in 2011. The crop of this fruit reached 2.198 million tons, grown on an area of 98,501 hectares, according to data released by the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE). This amount translated into revenue of R$ 951.810 million. Rio Grande do Sul accounted for the biggest volume of this fruit that year, with a total of 421,641 tons. The area devoted to watermel- ons reached 17,902 hectares. Other States where the fruit is produced commercially are Bahia (292,432 tons), Goiás (272,650 tons), São Paulo (242,586 tons) and Pará (120,909 tons). IBGE officials main- tain that the fruit is grown in 21 other Brazilian states. A huge portion of fresh watermelons is shipped abroad. In 2012, 33.543 thousand tons were exported by Brazil, up 14.53% from the shipment of 29.287 thousand tons the previous year, according to sources from the Ministry of Development, Industry and Foreign Trade (MDIC). Revenue raked in from the shipments amounted to US$ 16.979 million FOB, up 22.36% from 2011, when foreign sales reached US$ 13.877 million FOB. n QUALITY IS WHAT MATTERS In 2012, the watermelon fields in Rio Grande do Sul suffered a lot from the lack of regular rainfall. The volume was down around 20% from 2011, says Antonio Conte, state techni- cal assistant at the fruit farming department of Emater/RS-Ascar. Nonetheless, the good quality of the fruits compensated for the smaller volumes, keeping revenues on a par with last year. Throughout the State, plant- ings take place from July to December, while harvest occurs from November to March. Besides supplying the market in Rio Grande do Sul, watermelons are also shipped to other Brazilian states. Up until early December, Rio Grande do Sul pur- chases watermelons produced in the states of Paraná and Goiás. Conte observes that, as it is an annual crop, the production cost is very low. The profile of the watermelon farmers ranges from highly specialized growers to farmers without any technical qualification. In Conte’s view, commercial crops, with- out considering small family fields, in Rio Grande do Sul, have oscillated from 14,000 to 15,000 hectares. In years of attractive prices, the area devoted to watermelons has reached 17,000 hectares. “Currently, because of smaller families, consumers prefer me- dium-sized fruits, while in the past, people preferred bigger watermelons”, the Emater technician observes. a mighty fRUIT Watermelons stand out in Brazilian fruit farming business in terms of volume, with 2.198 million tons, and play a relevant role in exports rio graNde do sul is the largest PRODUcER Of wATERmELONS, fOLLOwED By BAHIA In or A g. A ss m an n 97 ELA jAmAIS PASSARIA desperceBida Sí lv io Á vi la 98 Popular nas regiões Norte e Nordeste do País, mas ainda pouco presente nas estatísticas, a anonácea graviola, da mesma família da fruta-do-conde (porém, bem maior que esta, uma espécie de prima grandona, que pode chegar a até 10 quilos), começa a se tornar mais conhecida e a despertar inte- resse num âmbito maior. Isto ocorre por conta da descoberta de novos sabores tropicais de frutas, em paralelo ao crescimento do turismo e ao avanço da logística, particulamen- te na conservação dos produtos e da qualidade no seu beneficiamento. A observação é feita por Euvaldo Bringel Olinda, presidente do Instituto Frutal e da Câmara Setorial da Fruticultura do Ceará, que também é o maior produtor individual desta fruta, juntamente com o grupo português Plurinvest, em Trairi, na faixa litorânea daquele Estado. A sua área tem 120 hectares e já é mais antiga, com 14 anos, sem ampliação recente. Localiza-se numa região que tem certa tradição na cultura, especialmente com pequenos produtores. Porém, é no Sul do maior Estado produtor, a Bahia, que se verifica um movi- mento mais forte de incremento nos últimos anos, especialmente junto a proprie- dades produtoras de cacau. Conforme divulga a Empresa Baiana de Desenvolvi- mento Agrícola (EBDA), vinculada à Secretaria de Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária (Seagri), o fruto está presente na maioria dos pomares do Sul e desponta como forte gerador de renda para os agricultores familiares. Os últimos dados estatísticos conhecidos sobre a graviola no Brasil datam de 2006 (Censo Agropecuário IBGE): apontam entre 1.500 a 1.600 hectares planta- dos e 5,1 a 5,5 milhões de frutos produzidos anualmente. Entre os estados, Bahia, Pernambuco e Ceará, juntos com outros do Nordeste, se sobressaem, enquanto no Norte o Amazonas aparece na frente. Números mais recentes são revelados pela EBDA na Bahia, dando conta de que apenas a sua área já atingiria 1.300 hectares, 510 dos quais no município de Wenceslau Guimarães, no Baixo Sul, seguido por Presidente Tancredo Neves, Ibirapitanga e Una. Na região têm sido realizados eventos de incentivo à cultura, como o 1º Simpósio Baiano de Graviola, em abril de 2012, na cidade de Ipiaú, e o Seminário “Viabilização Econômica da Graviola”, em julho, em Gandu. Organizados pela Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), têm a participação de diversas entidades, como o Serviço de Apoio às Pequenas e Micro Empresas (Sebrae). De acordo com Marcelo Leite, analista da instituição, propõe-se fortalecer o agronegócio desta fruta juntamente com a sustentabilidade da cacauicultura. Na mesma linha vem sendo implementado o Projeto Fruticultura Agropolo do Vale Rio de Contas, integrando as agroindústrias. n Graviola está entre os novos sabores de frutas tropicais que vêm sendo valorizados pelos consumidores e oferece opção a agricultores familiares Sí lv io Á vi la Sí lv io Á vi la 99 NOVOS APROVEITAMENTOS A caracterização da produção e do mercado da graviola na Bahia foi tema de dissertação apresentada por Afonso Lúcio Gomes Estrela de Freitas em 2012 na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb). Reitera também perspecti- vas apresentadas pela Agência de Defesa Sanitária (Adab), de que o cultivo da fruta vem crescendo no Estado, em condições de se destacar inclusive em âmbito mun- dial na atividade. Em nível geral, ainda conforme Euval- do Bringel Olinda, do Instituto Frutal, tem ocorrido maior valorização. O consumo interno do fruto igualmente cresce, in- clusive na chamada “nova cozinha”, assim como o destino externo, por meio de itens industrializados. Euvaldo constata proces- so gradual de avanço no manejo, nos tra- tos culturais e nas tecnologias, com maior uso de material orgânico e de irrigação. Seu filho, Daniel, por outro lado, ao cursar universidade americana, identifi- cou oportunidade de investir em deriva- dos da planta com finalidade terapêutica, diante da existência, na fruta, da substân- cia acetogenina, e sua possibilidade de auxiliar no tratamento de câncer. Daniel acompanha estudos da Universidade Fe- deral do Ceará sobre chá da folha e cáp- sulas de graviola, ainda em avaliação na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), e já trata da implantação de em- presa para atuar na área. BOA POLPA A graviola tem polpa branca, de sabor suave e levemente ácido. Pode ser consumida naturalmente, mas em geral é destinada à produção de doces, ge- leias, sucos, sorvetes, iogurtes, produtos me- dicinais, cosméticos e outros. Já na década de 1990, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agro- pecuária (Embrapa) salientava a “crescente demanda e o interesse pela polpa, por parte do consumidor e das indústrias”. Recentemente, ocorretambém maior comercialização como fruta fresca. A Em- presa Baiana de Alimentos (Ebal) apurou movimentação de 52 toneladas em 2011 na Central de Abastecimento de Salvador (BA), índice 350% superior ao verificado em 2005. Informações de 2010 da Embrapa Agricultura Tropical, de Fortaleza (CE), por sua vez, reforçam o aumento da importância socioeconômica do cultivo de anonáceas, es- pecialmente da graviola, diante da demanda de frutas tropicais, do uso na indústria far- macêutica, da valorização do produto e da inserção no mercado europeu e americano. cearÁ tem o maior produtor INDIvIDUAL, E O SUL DA BAHIA gANHA fORçA IT wOULD NEvER gO uNNoticed Sí lv io Á vi la 100 Popular in the North and Northeast of the Country, but not yet displayed in statistical re- ports, the graviola fruit belongs to the custardapple family (but is much bigger in size, a kind of sturdy cousin weighing up to 10 kilos) and is now becoming known and arousing interest from more distant places. This stems from the discovery of new flavors of tropical fruits, in parallel with soaring tourism and logistic advances, particularly with regard to fruit conservation and quality processing. This is the opinion of Euvaldo Bringel Olinda, president of the Fru- tal Institute and of the Ceará State Fruit Sectoral Chamber, and he is also the largest individual grower of this fruit, along with the Portu- guese Group Plurinvest, in Trairi, along the coastal area of the State. He devotes 120 hectares to this fruit, now in operation for 14 years, without any expansions lately. It is located in a region with certain tradition in this crop, especially among small-scale farmers. However, it is in the southern portion of Bahia, leading producer Graviola is a new flavor among tropical fruits, highly appreciated by consumers, and could become an option for family farmers cearÁ is home to the largest INDIvIDUAL gROwER, AND SOUTH BAHIA IS gAININg mOmENTUm in Brazil, where a trend towards crop expansions have taken place over the past years, particularly involving cocoa farmers. Accord- ing to the Bahia State Agricultural Development Company (EBDA), linked to the Secretariat of Agriculture, Irrigation and Land Reform (Seagri), this fruit is present in most orchards in the South and it stands as a potential generator of income for family farmers. Latest data about graviola released in Brazil date back to 2006 (Census of Agriculture by IBGE), and they refer to 1,500 to 1,600 hectares devoted to the crop and 5.1 to 5.5 million fruits produced annually. States where the fruit is mostly produced include Bahia, Pernambuco and Ceará, along with some northeastern states, while in the North, the Amazon State is the main producer. More recent numbers are released by the EBDA, in Bahia, referring to 1,300 hect- ares devoted to the fruit in the state alone, of which, 510 hectares in the municipality of Wenceslau Guimarães, in Baixo Sul, followed by Presidente Tancredo Neves, Ibirapitanga and Una. The region has been the venue for events promoting the crop, like the First Graviola Symposium in Bahia, in April 2012, in the town of Ipiaú, and the Seminar “Economic Viability of the Graviola”, in July, in Gandu. Organized by the Executive Committee of the Cocoa Farm- ing Plan (Ceplac), it counts on the participation of several entities, like the Brazilian Micro and Small Business Support Service (Sebrae). Ac- cording to Marcelo Leite, analyst with the institution, the idea is to strengthen the agribusiness side of the fruit, along with sustainable co- coa farming operations. The River Contas Valley Agrohub Fruit Farm- ing Project, integrating all agroindustries. n GOOD PULP Graviola is a fruit with white pulp, with a mild flavor and slightly acid flavor. It can be consumed fresh, but it is generally destined for the production of sweets, jellies, juices, ice-cream, yogurts, medicines, cosmetics and others. Back in the 1990s, the Brazilian Agriculture Research Corpo- ration (Embrapa) mentioned the “soaring demand and great interest in the pulp, by both consumers and industries”. In the recent past, fresh graviola sales have gained mo- mentum. In 2011, the Bahia State Food Company (Ebal) ascer- tained the arrival of 52 tons to the Salvador Supply Center, up 350% from 2005. Information released in 2011, by Embrapa Tropical Agriculture, based in Fortaleza, in turn, strengthen the ever increasing socioeconomic role of annonaceae crops, particularly graviola, in light of rising demand for tropical fruit, their use in the pharmaceutical industry, the value of the product and the fact that the fruit is working its way into the European and North-American markets. NEW USES The characterization of the production of graviola and its market in Bahia was the subject of the dissertation presented by Afonso Lúcio Gomes Estrela de Freitas, in 2012, at the Southwest Bahia State University (Uesb). The dissertation also refers to the perspectives presented by the Sanitary Surveillance Agency (Adab), pointing to the rising trend of the crop throughout the State, even in a position to work its way into the international scenario. At a general level, according to Euvaldo Bringel Olinda, of the Frutal Institute, the fruit has been gaining momentum. Domestic consumption is equally soaring, even in the so-called “New Kitchen”, while destination abroad is following suit, particularly in the form of industrialized items. Euvaldo is ascertaining gradual strides in management practices, growing methods and technologies, main- ly in terms of the use of organic matter and irrigation systems. His son Daniel, on the other hand, as a North-American college student, is taking the opportunity to invest in derivatives of the plant for therapeutic purposes, once the fruit contains a substance known as acetogenine, and its cancer-curing properties. Daniel is following closely studies conducted at the Ceará State Federal University on tea made from the leaves of the plant and graviola capsules, still undergoing an assessment process at the National Health Surveillance Agency (Anvisa), and is already taking the necessary steps to set up a company to operate in this area. 101 DE BOm tamaNho In or A g. A ss m an n 102 Nos pomares, na mesa da cozinha ou entre as mãos, as pequenas frutas parecem frágeis e indefesas. Em terras bra- sileiras, no entanto, elas representam grandes chances para fruticultores ávidos por alternativas e oferecem possibilidades de investir em um produto diferenciado. De acordo com o Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf ), com exceção do mo- rango, o Brasil ainda possui volume de produção pequeno, sem possibilidade de mensurá-lo estatisticamente. Entre os estados produtores, contudo, Rio Grande do Sul e São Paulo lideram o ranking. Atualmente, as principais espécies de pequenas frutas cultivadas no Brasil são o morangueiro, a amora preta e o mirtilo, afirma a pesquisadora Maria do Carmo Raseira, da Embrapa Clima Temperado, de Pelotas (RS). Ela salienta que alguns ainda consideram, no grupo, a fisalis (Physalis). Em território nacional há também pequena área com framboesa, localizada principalmente em Vacaria (RS) e Campos do Jordão (SP) e expandindo-se em Minas Gerais, na região de Senador Amaral. As pequenas frutas têm alto valor agregado. Segundo o Ibraf, no mercado in- terno seu consumo apresenta crescimento, mas ele ainda é restrito aos grandes centros consumidores, como São Paulo e Rio de Janeiro, devido ao alto preço da fruta, e por ser bastante perecível. n Segmento das pequenas frutas constitui boa alternativa de renda para os produtores brasileiros e já cria oportunidades valiosas para o País In or A g. A ss m an n In or A g. A ss m an n 103 PARA FORA No mercado interna- cional, a participação das pequenas frutas produzidas no Brasil ainda é tímida, com baixos volumes de exportação. Em 2012, por exemplo, foramnegociadas ao exterior 4 mil toneladas de framboesas e amoras e 927 quilos de mirtilos. Mesmo assim, o segmento é visto como promissor, podendo proporcio- nar retornos financeiros satisfatórios por área de plantio, com boas perspectivas tanto no mercado interno quanto no externo. Para o cultivo de determinadas espécies, produtores enfrentam algumas dificuldades, como o manuseio da framboesa no pós- -colheita e o alto custo de implantação do mirtilo. Apesar disso, os brasileiros apostam cada vez mais nessas espécies. Em 2005, havia mais de 20 mil hec- tares plantados com amora preta em todo mundo, com aumento de 45% em relação a 1995, aponta Maria do Carmo. No Brasil, segundo estimativas de 2011, são mais de 273 hectares com amoreira e pouco mais de 270 hectares com mirtilo, concentrados nas regiões Sul e Sudeste. A produção das pequenas não inte- ressa apenas ao fruticultor familiar, que pode ter bom rendimento em áreas re- duzidas. A pesquisadora Maria do Carmo afirma que empresas, bem organizadas e conhecedoras do mercado internacional, estão cada vez mais empenhadas em pro- duzir e exportar estas frutas. Além de co- mercializadas in natura, também podem ser utilizadas como produtos industriali- zados em congelados, iogurtes, sorvetes, geleias e sucos. Por outro lado, a amora preta e o mirti- lo, por exemplo, têm grande apelo no mer- cado mundial devido aos benefícios para a saúde. Porém, no Brasil, o conhecimento dos consumidores sobre estas espécies e seus potenciais é ainda muito pequeno. Es- pera-se, sobretudo, que haja evolução neste sentido, pontua Maria do Carmo. apesar de aiNda ser restrito A ALgUmAS REgIõES, cONSUmO INTERNO cREScE SIzABLE share In or A g. A ss m an n 104 ABROAD In the international mar- ket, the share of small fruits produced in Brazil is very small, and export volumes are very low. In 2012, for example, four thousand tons of raspberries and mulber- ries were negotiated abroad, along with 927 kilos of myrtles. Even so, the segment is viewed as promising, with possible satis- factory returns per planted area, and good perspectives both at home and abroad. For the cultivation of certain species, the farmers face such difficulties as the handling of raspberries after harvest and the cost for establishing a myrtle field. Notwithstanding these hurdles, lots of Brazilian farmers are increasingly adher- ing to small fruit crops. In 2005, there were upwards of 20 thousand hectares planted to raspberry in the entire world, up 45% from 1995, says Maria do Carmo. In Brazil, from 2011 es- timates, there are 273 hectares planted to mulberries and 270 hectares to myrtles, mostly in the South and Southeast. The production of small fruit is not just a matter for small-scale farmers, who could derive good profits from small ar- eas. Researcher Maria do Carmo refers to well organized companies, also renowned in the international scenario, that are in- creasingly getting engaged in the produc- tion and exports of these fruits. Besides being negotiated fresh, they are also used as ingredients for frozen delicacies, yo- gurts, ice-creams, jellies and juices. On the other hand, raspberries and myr- tles, for example, are in great demand in the global market due to their health-related benefits. Nevertheless, in Brazil, the consum- ers still ignore the benefits and the potential of these fruits. Evolution towards this end is expected, comments Maria do Carmo. although still restricted TO SOmE REgIONS, DOmESTIc cONSUmPTION IS SOARINg Segment of small fruits is a good income alternative for the Brazilian producers and has already created valuable opportunities for the Country In the orchards, on the kitchen tables or even in the hands, small fruits look frail and defenseless. In the Brazilian orchards, nonetheless, they stand as great chances for fruit farmers eager for alternatives and offer opportunities for investments in a different product. According to the Brazilian Fruit Institute (Ibraf ), with the excep- tion of strawberries, small fruit production in Brazil is still negli- gible, and no statistical data are available. Among the producing states, Rio Grande do Sul and São Paulo lead the ranking. Currently, the main small fruit species grown in Brazil are straw- berries, blackberries and myrtles, says researcher Maria do Carmo Raseira, of Embrapa Temperate Climate, in Pelotas (RS). She points out that some people include the Physalis in the group. The national territory is also home to a small area planted to raspberry, located in the counties of Vacaria (RS) and Campos do Jordão (SP) and now moving to Minas Gerais, in the Senador Amaral region. There is big added value in small fruits. According to Ibraf sources, in the domestic market consumption is on an upward trend, but it is still restricted to big consumer centers, like São Paulo and de Janeiro, due to the high price of the fruit, which is also rather perishable. n Ino r A g. A ss m an n 105 A mARcA que fica Sí lv io Á vi la 106 Como produzir de maneira segura, responsável e ainda obter bom rendimento? As respostas são encontradas ade- rindo à Produção Integrada Agropecuária (PI Brasil), desenvolvida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A adesão do produtor é voluntá- ria. Ao optar pelo modelo, ele terá que cumprir as normas técnicas de cada cultura ou grupo de culturas. Elas estão relacionadas à capacitação de trabalhadores rurais, ao monitoramento da lavoura e à rastreabilidade social e ambiental. Desde 2000 o Mapa destinou R$ 26 milhões em projetos, que envolvem 30 cadeias produtivas agrícolas em diferentes regiões do Brasil. “Nos últimos 10 anos, o sistema vem sendo adotado principalmente na fruticultura”, destaca Rosilene Ferreira Souto, chefe da Divisão de Fruticultura da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e Co- operativismo, do Mapa. Atualmente, conforme ela, o País dispõe de normas técnicas específicas, que possibilitam a certificação de aproximadamente 20 frutíferas. As espécies normatizadas pela PI Brasil são mamão, banana, caju, pêssego, ma- racujá, goiaba, citros, figo, maçã, uva, manga, morango, abacaxi, goiaba, caqui e melão. De acordo com Rosilene, as normas de certificação estão sendo seguidas em algumas áreas destinadas ao cultivo de maçã, melão, pêssego, limão, uva, manga, banana e morango. Estão em fase de desenvolvimento ou implementação as nor- mas específicas para ameixa, mangaba, nectarina, uva para processamento, guaraná e anonáceas (graviola, fruta-do-conde, biribá, atemoia e outras). Em agosto de 2012, produtores de morango de São Paulo começaram a colher os primeiros frutos marcados com o selo “Brasil Certificado – Agricultura de Qua- lidade”. O processo começou há seis anos em áreas de produção de morangos que apresentavam problemas de excesso de resíduos de agrotóxicos, como em municí- pios do Espírito Santo, Rio Grande do Sul e São Paulo. Os produtores são auditados por empresas certificadoras credenciadas pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). O Projeto Produção Integrada do Morango (PIMo) foi coordenado pela pesquisado- ra Fagoni Calegario, da Embrapa Meio Ambiente, de Jaguariúna (SP). A iniciativa pro- moveu a redução de custos com o menor uso de agrotóxico. “O número de aplicações de determinado produto passou de 12 para apenas duas ao mês”, enfatiza. Para a pes- quisadora, o desafio é sensibilizar os responsáveis pela elaboração de políticas públicas para duas necessidades urgentes: a divulgação do selo, para que seja conhecido pelos consumidores; e a elaboração de programas de fomento para produtores rurais. n Produção Integrada Agropecuária (PI Brasil) já dispõe de normas específicas para o cultivo e a certificação de duas dezenas de frutíferas Sí lv io Á vi la In or A g. A ss m an n 107 DIVULGAÇÃO De acordo com a chefe da Divisão de Fruticultura doMapa, Rosilene Ferreira Souto, uma ampla campa- nha de divulgação da PI Brasil está sendo promovida em parceria com a assessoria de comunicação do ministério. O trabalho está sendo desenvolvido em etapas. Primeiro, vai buscar maior adesão dos produtores à tecno- logia da produção integrada com o intuito de obter a certificação e garantir a disponibilida- de do produto no mercado consumidor. Após, a campanha será ampliada para tornar o modelo conhecido entre os con- sumidores brasileiros, que poderão exigir produtos certificados e com a garantia de segurança alimentar. “Estas ações precisam ser feitas com bom planejamento, para evitar a frustração de segmentos que incentivam e valorizam estes alimentos”, esclarece Rosile- ne. Os produtos também estão sendo pro- movidos em feiras internacionais, visando a divulgação da certificação oficial da PI no Bra- sil, em parceria com a Secretaria de Relações Internacionais do Mapa. O modelo brasileiro foi criado nos moldes da PI na Europa, onde se tornou um pré-requisito das produções agrícolas de qualidade. campaNha Visa dissemiNar A PI BRASIL ENTRE PRODUTORES E cONSUmIDORES THE BRAND that lasts Sí lv io Á vi la 108 How to produce in a safe, responsible manner and still make good profits? The respons- es lie in the adhesion to the Integrated Agricultural Production (PI Brasil), developed by the Ministry of Agriculture, Livestock and Food Supply (MAPA). Adhesion is on a volunteer basis. By opting for the model, the farmers will have to comply with the technical standards of every crop or group of crops. They are re- lated to the qualification of the rural workers, field monitoring and social and environmental traceability. Since 2000 the ministry of agriculture has already invested R$ 26 million in projects, which involve 30 supply chains in differ- ent regions throughout Brazil. “Over the past 10 years, the system has become popular particularly with fruit farming”, says Rosilene Ferreira Souto, head of the Fruit Division of Mapa’s Secretariat of Agricultural Development and Cooperativism. Currently, accord- ing to her, the Country has in place specific standards that pave the way for the certification of approximately 20 fruit species. The species standardized by the PI Brasil are as follows: papaya, banana, cashew nut, peach, passion fruit, guava, citrus, fig, apple, grape, mango, strawberry, pineapple, persimmon and melon. Rosi- lene maintains that the standards are being complied with in some areas devoted to apples, melons, peaches, lemons, grapes, mangoes, bananas and strawberries. Still in their development and implemen- tation stage are the specific standards for the following fruits: plums, Integrated Agricultural Production (PI Brasil) has its own specific standards for the cultivation and certification of a score of fruit trees mangaba, nectarines, grapes for processing, guaraná and annona- ceae (graviola, custard apple, biribá, atemoia and others). In August 2012, strawberry growers in São Paulo started to har- vest the first fruits bearing the “Certified Brazil – Quality Agriculture” label. The process dates back to six years ago in areas devoted to the production of strawberries where excessive pesticide residues had been detected, like in some municipalities of the States of Espírito Santo, Rio Grande do Sul and São Paulo. The farmers are audited by certified companies accredited by the National Institute of Metrology Standardization and Industrial Quality (Inmetro). The Integrated Strawberry Production Project (ISPP) was coordi- nated by researcher Fagoni Calegario, of Embrapa Environment, in Jaguariúna (SP). The initiative resulted into smaller production costs through the reduction of pesticide applications. “The number of ap- plications of a certain chemical fell from 12 a month to only two”, he stresses. In the researcher’s view, the challenge consists in convincing the people in charge of coming up with public policies about two ur- gent needs: publicity of the label, so as to get the farmers acquainted with it; and the creation of fostering programs for rural producers. n PUBLICITY According to the head of Mapa’s Fruit Farming Division, Rosilene Ferreira Souto, an ample campaign giving publicity to the PI Brasil is being promoted jointly with the ministry’s communications advisory council. The work is being conduct- ed by steps. First, it tries to capture the atten- tion of the farmers to the integrated produc- tion technology with the aim to obtain the certification and ensure product availability in the consumer market. Afterwards, the campaign is to be ex- panded, so as to make the model well known among the Brazilian consum- ers, who will be able to request certified products, under the assurance of food safety. “All these initiatives require careful planning, in order to prevent any frustra- tion to the segments that encourage and value these foods highly”, she clarifies. The products are also being promoted in inter- national fairs, always focused on the offi- cial PI certification in Brazil, jointly with Mapa’s International Relationships. The Brazilian model got its inspiration from the European PI, where it has become a pre-requisite for any quality farm produce. campaigN iNteNds to spread THE PI BRASIL AmONg fARmERS AND cONSUmERS Sí lv io Á vi la 109 cOm pedigree Aos poucos, a fruticultura brasileira começa a aderir a uma tendência mundial. A certificação de produtos in natura e processados transforma-se em alternativa de diferenciação para a valorização perante clientes mais exigentes. De acordo com o gerente técnico do Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf ), Cloves Ribeiro Neto, a adoção de certificações é um ato de livre adesão dos fruticultores e das indústrias. Con- forme o representante da entidade, a escolha dos selos a serem ostentados depende do mercado que se pretende atingir, e deve contemplar itens como rastreabilidade, segurança alimentar, proteção ambiental e do trabalhador. “A certificação é exigên- cia dos compradores, não de forma obrigatória, mas comercial, para adquirirem produtos com garantias, principalmente na se- gurança alimentar”, explica. Conforme Ribeiro Neto, o produtor certificado, de certa for- ma, adquire preferência do comprador em relação a outro que não disponha do mesmo status. O representante do Ibraf desta- ca que, constantemente, tanto o setor público quanto o privado têm buscado inserir a cultura das Boas Práticas Agrícolas (BPA) Consumidor brasileiro acorda para a importância da certificação de frutas in natura e produtos processados a partir delas, de olho na qualidade para melhoria contínua das frutas e dos derivados oferecidos aos consumidores, cuja etapa final é a certificação. O Brasil possui diversidade de certificações de origem pública e privada. Entretanto, são poucas em vigor, porque ainda não existe demanda significativa dos consumidores por produtos certificados. A exceção são os produtos orgânicos e das grandes redes de varejo, que possuem suas próprias certificações. As fornecidas pelo governo são a PI Brasil (antigamente conhecida como PIF – Produção Integrada de Frutas) e a Orgânicos Brasil, voltada à produção orgânica. Já as certifica- ções privadas são a maioria no País. Entre elas destacam-se GlobalGap, Fruta Sustentável, selos de redes varejistas, como Grupo Pão de Açúcar e Carrefour; e certificações para o mundo árabe (Halal e Kocher, para produtos processados). Existem também as certificações específicas de redes varejistas internacionais, como a Nature’s Choice, da Tesco. Dentre as mencionadas, Ribeiro Neto destaca como a mais conhecida e utilizada a GlobalGap (boas práticas agrícolas para frutas frescas) e os certificados específicos da Tesco. “Mais recen- temente, também temos tido a valorização de certificados e selos que contemplam a sustentabilidade e as questões socioambien- tais”, finaliza o representante do Ibraf.n Sí lv io Á vi la 110 wITH pedigree Little by little, Brazilian fruit farming starts to adhere to a global trend. The certification of fresh and processed fruits has become a valuable alternative for discerning clients. According to the technical manager of the Brazilian Fruit Insti- tute (Ibraf ), Cloves Ribeiro Neto, the adoption of certifications is a free decision made by both fruit farmers and industries. According to the entity’s representative, the selection of the labels to be displayed depends on the market that is to be conquered, and should include items like traceability, food safety, environment and worker protec- tion. “Certification is a buyers’ demand, not in mandatory manner, but from a commercial side, aimed at the acquisition of guaranteed products, especially with regard to food safety”, he explains. According to Ribeiro Neto, certified farmers, in a way, are pre- ferred to non-certified ones. The Ibraf representative also stresses that, for a long time now, both the private and the public sector have been adhering to Best Agricultural Practices (BAP) clearly intended on enhancing the fruits and derivatives supplied to the consumers, with certification being the final stage. Brazil boasts a variety of certifications of public and private origin. Nonetheless, only a few of them are in force, because there is no significant demand for certified products from the con- sumer side. The exception lies in organic products, and products supplied by huge retail chains, which take advantage of their own certification systems. Government certifications include PI Brazil – in the past known as PIF – Integrated Fruit Production) and Organics Brazil, focused on organic produce. There are sev- eral private certifications throughout the Country. The major ones are GlobalGap, Sustainable Fruit, labels of retail chains, like Grupo Pão de Açúcar and Carrefour; and certifications for the Arab world (Halal and Kocher, for processed products). There are also certifications specific to international retail chains, like Nature’s Choice, of Tesco. Among the above mentioned certifications, Ribeiro Neto maintains that GlobalGap (best agricultural practices for fresh fruit) and the specific Tesco certifications are the best known and most used certifications. “Recently, we have witnessed the intro- duction of sustainability and environmental certifications”, the Ibraf representative concludes. n Brazilian consumers are waking up to the importance of certified fresh fruit and fruit-based products, with an eye towards qualit Sí lv io Á vi la 111 O Brasil segue liderando a lista dos produtores e exportadores mundiais de suco de laranja. A primeira posição no ranking pode ser confirmada pela seguinte análise: a cada cinco copos da bebida consumidos no planeta, três têm procedência verde-amarela. Apesar de manter-se à frente, o País diminuiu a quantidade exportada em 2012: foram negociadas 1.096.593 de toneladas de suco de laranja FCOJ (suco concentrado congelado) equivalente, com redução de 5% em relação a 2011. A Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR) atribui a queda nas vendas externas a um problema estrutural da cadeia citrícola, que enfrenta a redução do consumo mundial de suco de laranja, prin- cipalmente devido à concorrência acirrada com outras bebidas, como energéticos, powerdrinks, ice tea, e águas com sabores. A CitrusBR menciona ainda as duas últimas grandes safras. Somente no ciclo 2011/12, a produção foi de 428 milhões de cai- xas de laranja; e a expectativa para a temporada 2012/13 é de 364 milhões de caixas. Os estoques globais brasileiros chegaram a 662 mil toneladas, o que faria com que boa parte da produção não pudesse ser comprada. Diante disso, produtores e indústria procuraram o governo federal na busca por soluções. Entre as medidas estabelecidas, foi prorrogada a Linha Especial de Crédito para laranja (LEC). Isso garantiu que parte do suco não fosse co- mercializado, evitando grande queda de preço. Para isso, as empresas se comprometeram a comprar 40 mi- lhões de caixas de laranjas, que antes não seriam adquiridas. Ainda, o governo determinou que a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) criasse mecanismos de compra de laran- ja através de leilões públicos. As medidas reduziram a estimativa inicial de perda de até 80 milhões de caixas de laranja para, em fevereiro de 2013, entre 30 a 40 milhões de caixas da fruta. Tal realidade afetou o faturamento do segmento, com leve re- dução em 2012, estimado em US$ 2.276.437.055,00, na compara- ção com 2011. Entretanto, dois acontecimentos ajudaram a man- ter os preços do suco em bom nível: a redução de produção na Flórida e a já mencionada prorrogação da LEC, que estabeleceu que parte dos estoques da bebida não poderia ser comercializada. Tal medida impediu a saturação do mercado, o que pressionaria os preços para baixo. n o gosto E O SUmO Apesar do recuo nas exportações e da decorrente queda no faturamento, o suco de laranja brasileiro segue como o mais consumido do planeta the flaVor AND THE jUIcE In or A g. A ss m an n 112 Brazil continues leading the list of orange juice producers and exporters. The top position is attested by the following analysis: three out of every five glass- es of juice consumed in the world come from Brazil. Despite ranking first, the Country exported less juice in 2012: nego- tiations involved 1,096,593 tons of FCOJ ( frozen concentrated organ juice) equivalent, down 5% from 2011. The Brazilian Association of Citrus Juice Exporters (CitrusBR) attributes the declining foreign sales to a structural problem of the citrus supply chain, which is now facing a decrease in global consumption of orange juice, due to tight competi- tion from other beverages, powerdrinks, ice tea and flavored waters. CitrusBR officials also refer to the two past bumper crops. In the 2011/12 cycle alone, production reached 428 million boxes of oranges; the expectation for the 2012/13 cycle is for 364 million boxes. Brazil’s global stocks amounted to 662 thousand tons, leading to a situation at which a great deal of the production volumes found no buyers. In light of this fact, farmers and industries called on the federal govern- ment for a solution. Among the measures set forth, the Special Orange Credit Line (SOCL) was delayed. This prevented part of the juice from being negotiated, thus preventing prices from plummeting. To this end, the companies assumed the commitment to pur- chase 40 million boxes of oranges, which would otherwise re- main unsold. Furthermore, the federal government entrusted the National Supply Company (Conab) with the creation of orange buying mechanisms through public auctions. These measures managed to reduce the initial losses from the estimated 80 million orange boxes to 30 to 40 million boxes, in February 2013. Such a reality affected the income of the segment, which experi- enced a slight reduction in 2012, estimated at US$ 2,276,437,055.00, compared to 2011. Nonetheless, two events helped with keeping the juice prices at a good level: the smaller crop in Florida and the previously mentioned delay in the SOCL, which determined that a certain quantity of the stock should not be traded. Such a measure prevented the market from being flooded with orange juice, which would obviously have resulted in lower prices. n coNsumo muNdial do suco sofre cOm A cONcORRêNcIA DE OUTRAS BEBIDAS gloBal oraNge Juice coNsumptioN IS NOw UNDER cOmPETITION fROm OTHER BEvERAgES Despite shrinking exports and smaller revenues, Brazilian orange juice still is the most popular in the world exPortação brasileira de suCo de laraNJa Na média > ON AvERAgE ano Volume (fcoJ equivalente/t) receita (us$) 2010 1.199.929 1.774.758.880 2011 1.154.754 2.376.170.174 2012 * 1.096.593 2.276.437.055 fonte: Citrusbr OUTRO IMPASSE As restrições dos Estados Unidos ao ingressode suco de laranja concentrado brasileiro, por conta da presença de resíduos do fungici- da carbendazim, tiveram início no come- ço de 2012 e a CitrusBR avalia queda de 19,1%, ou recuo de 165,7 mil toneladas em 2011 para 134,1 mil toneladas em 2012 na comercialização do produto para a terra do Tio Sam. Diante do obstáculo, as empresas bra- sileiras à época decidiram não exportar para os Estados Unidos até que fossem capazes de enviar sucos sem o fungicida. Desde então, houve recomendação para os produtores deixarem de usar o car- bendazim e as empresas também inicia- ram um processo de retirada do fungici- da dos pomares próprios. Cada indústria está retomando suas exportações confor- me estratégias particulares. ANOTHER BOTTLENECK The US embargo on Brazilian concentrated or- ange juice, on account of the presence of resi- dues of the carbendazim fungicide, started in early 2012 and, according to CitrusPlus, this made exports to that country recede 19.1%, or 165.7 thousand tons in 2011 to 134.1 thousand tons in 2012. In light of this obstacle, the companies de- cided to interrupt their exports to the United States until the fungicide problem has been totally surmounted. Ever since the recom- mendation for the farmers was to stop ap- plying the said fungicide and the companies themselves started the withdrawal process of the fungicide from their own orchards. Every industry is in a position to resume their ex- ports in accordance with their own strategies. 113 O aumento no poder aquisitivo das classes C e D vem causando importante transfor- mação no segmento de sucos. Aliado à praticidade para consumo e aos preços mais acessíveis, as bebidas prontas para beber – sucos e néctares – estão aumentando sua participação no mercado, en- quanto as concentradas e em pó diminuem sua presença. A avaliação é do consultor do Núcleo de Pesquisa e Desen- volvimento da Associação Brasileira das Indústrias de Refrige- rantes e de Bebidas Não Alcoólicas (Abir), Igor Castro. Baseado em dados de 2011, ele revela que os sucos e os néctares tiveram SEm estresse Prontos para beber, sucos e néctares de fruta aumentaram participação de mercado em 2011 devido a fatores como a praticidade no consumo aumento de 15%; já as bebidas em pó cresceram apenas 0,6% e as concentradas registraram queda de 5%. Castro estima que a tendência se manterá nos resultados de 2012. De acordo com o consultor, na categoria sucos, a laranja se- guiu imbatível, com 66,4% do total produzido. Entre os nécta- res, o de pêssego lidera, com 16,1%. No segmento de xaropes e de sucos concentrados, a laranja aparece novamente na ponta de cima da tabela, com 21,5% do total produzido. E, encerrando o ranking de 2011, na categoria de refrescos em pó, a laranja mais uma vez desponta com o maior percentual, de 37,5%. Con- forme o representante da entidade, as bebidas à base de soja, enquadradas na categoria de alimentos, também vêm apresen- tando crescimento: a variação positiva foi de 14% em 2011, na comparação com 2010, com produção de 304.529.000 litros e faturamento de R$ 1.084.905.000. A tendência para 2012 é de 10% de incremento. Na avaliação de Igor Castro, em 2012, devido à grande dis- ponibilidade de laranjas no mercado brasileiro, a produção de sucos com a fruta apresentou crescimento acima da média. Para 2013, a Abir prevê avanço moderado nos segmentos de sucos e néctares. n Sí lv io Á vi la 114 Variedades Produzidas - 2011 diVersidade > DIvERSITy suco Néctar xarope concentrado refresco e suco em pó abacaxi 9,6% - 7,7% 10,5% Goiaba - 8,5% 6,9% 1,4% Guaraná - - - 1,2% laranja 66,4% 15,6% 21,5% 37,5% limão 1,3% - - 7,4% Maçã - 5,9% - - Manga 0,8% 11,1% 12,1% 9,7% Maracujá 11,7% 12,2% 14,9% 7,3% Mistura de sabores 1,4% 1,9% - 6,5% Morango 0,4% 4,2% - 6% outros sabores 1% 11,2% 23% 6,1% Pêssego 1,4% 16,1% - - uva 6% 13,3% 13,9% 6,4% fonte: abir MerCado de suCos No brasil paNorama > PANORAmA item Variação entre Vol. 2011 faturamento tendência 2011/10 (1.000 l) 2011(us$ 1.000) 2012 sucos e néctares 5% 586.079 1.491.605 +10% sucos em pó 0,6% 3.460.991 1.137.294 -2% sucos concentrados -5% 527.538 241.171 -5% fonte: abir The soaring purchasing power of classes C and D has been responsible for transformations in the juice segments. Besides being very practical when it comes to consumption, along with affordable prices, the ready-to-drink beverages – juices and nectars – are conquering bigger market shares, while concentrates and drink powders are losing ground. The evaluation is by Igor Castro, con- sultant with the Development and Re- search Nucleus of the Brazilian Associa- tion of Non-Alcoholic Beverages and Soft Drink Industries. (Abir), Igor Castro. Rely- ing on data released in 2011, he reveals that sales of juices and nectars soared 15%; in the meantime, drink powders went up only 0.6% and concentrates reg- istered a drop of 5%. Castro has it that the trend will hold true for the 2012 results. According to the consultant, in the juice category, it was the orange juice that remained undefeated, with 66.4% of the total. Among the nectars, peaches are leading with 16.1%. In the segment of syr- ups and juice concentrates, oranges are again on the top of the list, with 21.5% of the total. Finally, in the category of juice powders, it is again the orange that stands out with the highest percentage, 37.5%. According to the representative of the entity, soybean-based beverages, which fall into the food category, are also on a rising trend: sales were up 14% in 2011, compared to 2010, with the production of 304,529,000 liters and revenue of R$ NO stress Ready-to-drink juices and nectars conquered bigger market shares in 2011 due to such factors as ease of handling and practicability 1,084,905,000. The trend for 2012 is for a 10-percent increase. Igor Castro understands that, in 2012, due to the surplus of oranges in the domestic market, the production of orange juice experienced an above average increase. For 2013, Abir sources foresee modest advances in the segments of juices and nectars.n Sí lv io Á vi la 115 NINgUém resiste Projeto incentiva consumo de suco de uva integral, aumentando as vendas internas e as exportações do produto, considerado benéfico à saúde O Brasil tem tradição na exportação de suco de uva concentrado, forma que permite o acabamento da bebida no local de destino. Em 2009, no en- tanto, começou a ser trabalhado um projeto que visa agregar valor maior ao produto, vendendo-o na forma integral. Batizada de 100% Suco de Uva do Brasil, a iniciativa resulta de parceria do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) com o Instituto Brasi- leiro de Frutas (Ibraf ) e com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). Mesmo que a distância em relação ao suco concentrado ainda seja enorme, as primeiras ações do projeto já surtiram efeito. As exportações de suco integral vêm aumentando a cada ano. Em 2012, o volume embarcado foi 29,32% superior ao do período anterior, chegando a 83.154 quilos, com faturamento de US$ 224,4 mil, crescimento de 19,21%. Nesse mesmo ciclo, as vendas de concentrado recuaram 45,52% na quantidade e 51,79% na receita obtida, fechando em 2,390 milhões de quilos e US$ 7,495 milhões. Conforme o analista de promoção do Ibravin, Edgar Siniga- glia Júnior, o projeto engloba tanto ações no exterior quanto no mercado interno. “A intenção é divulgar o suco integral entre os consumidores e também entre os formadores de opinião”, conta. Em 2012, o produto foi apresentado a prováveis clientes durante a Gulfood, realizada em fevereiro nos Emirados Árabes Unidos. Também foram enviadas missões comerciais ao Catar e a Cuba. O suco de uva integral ainda esteve presente em eventos de moda, literários, esportivos e outros ligados à saúde, como congressos médicos. Uma das ações foi direcionada às crianças, tendo sido realizada emescolas de Curitiba. NOVOS VOOS Em 2012, um personagem passou a represen- tar o projeto. O Vavu é um pássaro que possui as penas roxas e um canudinho no bico. Ele só se alimenta de suco de uva inte- gral. O objetivo dos idealizadores é criar uma identificação com as crianças e divulgar os benefícios do consumo da bebida. n In or A g. A ss m an n 116 Brazil is a traditional exporter of grape juice concentrate, which receives it finishing touch at destination. In 2009, a project was set up with the intention to add more value to the product, selling it as a whole beverage. Referred to as 100% Brazilian Grape Juice, the initiative results from a partnership of the Brazilian Wine Institute (Ibravin) with the Brazilian Fruit Institute (Ibraf ) and with the Brazilian Trade and Investments Promotion Agency (Apex-Brasil). Although still a long way from juice concentrate, the first ini- tiatives of the project have already yielded good results. Exports of whole juices have been rising year after year. In 2012, ship- ments abroad were up 29.32% from the previous year, amount- ing to 83,154 kilos, bringing in revenue of US$ 224.4 thousand, representing an increase of 19.21%. During this same cycle, juice concentrate sales receded 45.52% in quantity and 51.79% in rev- enue, totaling 2.390 million kilos and US$ 7.495 million. According to Ibravin’s promotion analyst, Edgar Sinigaglia Júnior, the project comprises initiatives at home and abroad. “The idea is to promote the whole juice among the consumers and among the opinion makers”, he comments. In 2012, the product was introduced to possible clients during the Gulfood, held in February in the United Arab Emirates. Commercial del- egations were also sent to Catar and Cuba. Whole grape juice was also present at fashion, literary, sports and health events, like medical conferences. One of the initia- tives was geared towards the children, and was conducted in schools located in Curitiba. NEW FLIGHTS In 2012, a character began to represent the project. The Vavu is a bird with purple feathers and a drinking straw in its beak. It only feeds on whole grape juice. The objective of the idealizers is to create an identification with children and promote the benefits of the drink. n exPortações brasileiras de suCo de uVa liquidez > LIqUIDITy iNtegral ano Volume (kg) receita (us$) 2011 64.300 188.311,00 2012 83.154 224.493,00 coNceNtrado ano Volume (kg) receita (us$) 2011 4.387.815 15.549.372,00 2012 2.390.269 7.495.340,00 fonte: secex elaboração: ibravin irresistiBle Project encourages the consumption of health- enhancing whole grape juice, pushing up sales in the domestic market and shipments abroad In or A g. A ss m an n 117 espeCIAL > SPEcIAL e o sertão vIRA POmAR M ar ce lin o Ri be iro /E m br ap a Se m ia rid o 118 Se os grandes feitos da humanidade acontecem a partir daquilo que se julga impossível, como disse Charles Chaplin, os cientistas seguem a regra ao pé-da-letra para subverter a lógica estabelecida e promover revoluções nos mais variados campos do conhecimento. No agronegó- cio não é diferente: eventualmente surgem inovações que mudam conceitos e, no jargão comum, quebram paradigmas. Para a pesquisa, o impossível é só um novo desafio. Como o cultivo da soja no Cerrado era visto há alguns anos. Há menos de uma década também era considerado impossível cultivar frutas de clima temperado no semiárido nordestino. O verbo está no passado, pois o pes- quisador Paulo Roberto Coelho Lopes, da Embrapa Semiárido, de Petrolina (PE), e produtores da região, mudaram a realidade. Pernambuco surpreendeu ao consoli- dar, nos anos 90, um polo de produção de vinhos em clima tropical, no Vale do São Francisco, bem diferente da fria Serra gaúcha, referência nacional. Entre os anos de 1980 e 1990, o Vale do São Francisco, na divisa dos estados da Bahia e de Pernambuco, tornou-se referencial brasileiro em fruticultura, com polos impor- tantes de produção de uvas de mesa, manga e coco, entre outras frutas tropicais. E em 2013, a região celebra os resultados positivos dos primeiros cultivos comerciais de frutas de clima temperado. Maçãs, peras, caquis e mirtilo mudam as paisagens do semiárido. A inovação não se restringe à adaptação das frutas de clima frio ao Nordeste. Ca- caueiro, mangostão e rambutã, tradicionalmente presentes no Norte do País, de clima úmido, também ocupam áreas experimentais no semiárido. As pesquisas têm apoio da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf ) e visam identificar opções de cultivo nas zonas irrigadas do Nordeste. Os experimentos e as áreas comerciais estão no Vale do São Francisco (na Bahia e em Pernambuco) e no Ceará. Os resultados iniciais são positivos, com algumas varie- dades dando ótima resposta produtiva e qualidade de fruto. Uma vantagem dos cul- tivos é a colheita em época diferente da do Sul e do Sudeste, o que valoriza os frutos. “Estas ‘janelas’ de mercado viabilizam a comercialização regional a preço que supera o custo de produção”, relata o pesquisador Paulo Roberto Coelho Lopes. Este é um dos potenciais de sucesso da iniciativa, e motivo que levou o produtor Ernesto Emori a investir em pomares de maçã e pera na Serra da Ibiapaba, no Ceará. Por ora, cultiva apenas meio hectare de maçã e meio de pera. Os pomares são formados por seis variedades de maçã e 16 de pera. “Na região serrana, com 800 metros de altitude e baixas temperaturas noturnas, a maçã tem produzido bem. Vamos seguir avaliando. Se der certo, podemos ampliar a área”, diz o produtor de abacate e acerola. n Sem limites para sonhar. E concretizar. Esse é o lema da pesquisa, que começa a viabilizar o cultivo de frutas temperadas no semiárido nordestino Fe rn an da B iro lo /E m br ap a Se m ia rid o D iv ul ga çã o 119 DE OLHO NO NOVO No projeto Nilo Coelho, em Petrolina (PE), o produtor Milton Bin há três anos realiza ensaios com di- ferentes variedades de maçã e porta-enxertos, e considera que, aparentemente, há condições de produzir em maior escala. “Temos colhido uma maçã de médio porte, boa coloração e sabor adaptado ao gosto nordestino”, revela. Todavia, a ampliação do pomar dependerá também de outros fatores. “Precisamos iden- tificar o mercado e se o custo de produção compensará. Após ter resultados mais con- cretos, identificando o custo e o potencial de mercado da maçã, poderemos ampliar a área para uns cinco hectares e ir sentindo o merca- do gradativamente”, projeta. Os produtores conheceram o projeto de cultivo das fruteiras de clima temperado no semiárido em dias de campo e visitas técni- cas na Embrapa, em Petrolina (PB). “Quando surgiu a ideia de fazer alguns experimentos na propriedade, não era mais uma surpresa, pois já havíamos até degustado algumas frutas no pomar da Embrapa”, revela Milton Bin. O produtor costuma manter uma pequena área de sua propriedade para experimentos de cul- turas alternativas, que possam agregar renda à sua atividade. “Não podemos colocar todos os ovos na mesma cesta, pois as leis do mercado não perdoam”, sentencia. paulo roBerto coelho lopes ESTÁ à fRENTE DO TRABALHO REvOLUcIONÁRIO TURNINg REmOTE laNds iNto orchards D iv ul ga çã o 120 If great deeds by humanity start from what is deemed impossible, as Charles Chaplin said, scientists are following this rule to the letter so as to subvert the established logics and promote revolutions in an array of knowledge fields. Things are not different in agribusiness: occa- sionally, there are innovations that change concepts and, as far as jargon goes, they disrupt paradigms. For research, impossible is just one more challenge. Just like soybean cultivations were viewed in the Cerrado regions up to some years ago. Less than a decade ago, growing temperate fruits in the northeast- ern semiarid was seen as impossible. The verb is in the past tense, be- cause researcher PauloRoberto Coelho Lopes, of Embrapa Semiarid, in Petrolina (PE), and local farmers, have changed this reality. In the 1990s, the state of Pernambuco surprisingly consolidated a wine pro- duction hub in tropical climate, in Vale do São Francisco, quite differ- ent from the national reference but chilly Sierra Gaucha. During the 1980 – 1990 decade, Vale do São Francisco, at the borders of the states of Bahia and Pernambuco, turned into a Brazil- ian fruit growing reference, with important production belts of table grapes, mangoes, coconut, and other tropical fruits. In 2013, the re- gion is celebrating the positive results of the first commercial cultiva- tions of temperature climate fruits. Apples, pears, persimmons and myrtle have changed the landscape across the semiarid. WITH AN EYE FOR NOVEL- TIES In the Nilo Coelho project, in Petrolina (PE), farmer Milton Bin has been running trials of different apple varieties and root stocks, for three years now. He has it that, in a way, commercial crops look viable. “We have harvested apples of medium size, good color and taste adjusted to the northeastern palate”, he comments. Nevertheless, orchard expansions will also take into consideration other factors. “We need to identify the mar- ket and consider the production cost. After achieving more concrete results, identifying the cost and the potential market for ap- ples, we could expand the area to some five hectares and gradually coming to grips with the market”, he projects. The farmers learned about the at- tempts to grow temperate climate fruits in the semiarid on field days and techni- cal visits to Embrapa, in Petrolina (PB). “When the idea to start some trials on the farm surfaced, it was no longer a surprise, as we had even tried some fruits from Em- brapa’s orchard”, says Milton Bin. The farmer usually keeps a small area on his farm for trials on alternative crops likely to bring in extra income. We should never put all eggs in one basket, as the law of the market never fails”, he stresses. paulo roBerto coelho lopes IS cHARTINg THIS NEw fRONTIER Dreams have no limits. Making them come true. This is the driving force behind research, which now makes growing temperate fruit trees a viable proposition for the northeastern semiarid The innovation is not restricted to the adaptation of cold climate fruits to the Northeast. Cocoa trees, big mangoes and rambutã, tradi- tionally present in the North of the Country, where climate conditions are very humid, are also occupying trial fields in the semiarid. All research works rely on financial grants from the São Francisco and Parnaíba Valleys Development Company (Codevasf ) and are aimed at identifying cultivation options in the northeastern irrigated zones. All experiments and commercial areas are located in Vale do São Francisco ( Bahia and Pernambuco) and in the state of Ceará. Initial results have proved positive, with some varieties excelling in produc- tion and fruit quality. One of the advantages of these cultivations is the fact that they are harvested when it is off-season time in the South and Southeast, adding value to the fruits. “These market windows result into regional sales at prices that exceed the production cost”, comments researcher Paulo Roberto Coelho Lopes. There is potential success in the initiative, and it is also the rea- son that convinced farmer Ernesto Emori to invest in apple and pear orchards in the Serra da Ibiapaba region, state of Ceará. To begin with, he devotes only half a hectare to apples and half a hectare to pears. In the orchards, he grows six varieties of apples and 16 variet- ies of pears. In the sierra region, at an altitude of 800 meters and low temperatures by night, apples have performed well. We will continue keeping a close watch on the results. If things turn out right, we will be able to expand the area”, says the avocado and acerola grower. n Fe rn an da B iro lo /E m br ap a Se m ia rid o 121 Quando o pesquisador Paulo Roberto Coelho Lopes, da Embrapa Semiárido, de Pe- trolina (PE), surgiu com a proposta de desenvolver pesquisas a fim de produzir frutas de clima temperado no Nordeste, houve resistências. “Muitos duvidavam de que fosse possível cultivar, mesmo em ambiente irrigado, com qualidade, escala e custos de produção compatíveis para comercializar as frutas”, reconhece. Mas, com o apoio da Embrapa, da Companhia de Desenvolvimen- to dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf ) e de alguns produtores, a ideia ganhou corpo e virou projeto. “Havia uma base científica alicerçando a proposta. Muitos produtores tomaram conhecimento do projeto em eventos da Embrapa, dentro da área experimental onde as fruteiras já pro- duziam”, diz o pesquisador. Inicialmente olhados com descon- fiança, Paulo Roberto Coelho Lopes e sua proposta de produzir no Nordeste frutos de outros ambientes brasileiros tornaram-se referência. Francisco Zuza de Oliveira, ex-presidente da Associação de Desenvolvimento Agrário do Ceará, aposta nestas alternativas. “Acredito que o Ceará poderá se tornar autossuficiente em pro- dução de maçãs em alguns anos. O cultivo se mostra viável e há vantagens significativas, como a economia de mais de três mil qui- lômetros de frete, pois toda a fruta consumida no Nordeste vem do Sul e da Argentina”, explica. O presidente da Câmara Setorial de Fruticultura do Ceará, Eu- valdo Bringel Olinda, vê o cultivo de frutas de clima temperado no Nordeste como grande iniciativa. “Com um clima que propor- ciona mais de 300 dias de sol por ano, e excelente tecnologia de irrigação, é possível determinar a época das colheitas e assegurar condição diferenciada para atender ao mercado regional, que é importador”, avalia. Conforme Paulo Roberto Coelho Lopes, “ainda há muito a fazer para adaptar o manejo e as tecnologias, mas os primei- ros resultados entusiasmam”. O pesquisador entende que uma eventual resistência ao projeto foi eliminada com os resultados iniciais. “É uma proposta com sustentação científica, que está na fase de consolidação e de avaliação de resultados para os ajustes necessários”, frisa. Hoje, tanto cientistas quanto produtores estão acostumados com o assunto, mas por diversas vezes Coelho Lopes ouviu a per- gunta: “É para plantar um pé de quê?”. Agora, a ideia está disse- minada, as tecnologias são de domínio dos fruticultores e dias de campo e eventos técnicos são realizados para difundir as práticas agrícolas. “O desafio é grande, pois se trata de espécies com as quais o produtor do Nordeste não está acostumado. Portanto, exigem mais atenção ainda”, reconhece. Paulo Roberto destaca que, no momento, após quase quatro anos de cultivo em algumas áreas, a grande meta da pesquisa de introdução de variedades de clima temperado e úmido no semi- árido nordestino é alcançar produções economicamente viáveis, que permitam a exploração comercial das frutas. “Paralelamen- te, estamos desenvolvendo experimentos com outras espécies para avaliar suas potencialidades”, explica. Inicialmente, foram procurados ambientes com uso de alta tecnologia e microclimas favoráveis ao desenvolvimento das culturas. “Aos poucos, vamos testando e adaptando-as para outras regiões”, explica. No futuro, serão desenvolvidas tecnologias para aquelas cultu- ras que apresentarem maior potencial produtivo e de comercializa- ção nos perímetros irrigados do semiárido, a fim de disponibilizá- -las aos agricultores mediante acompanhamento técnico dos órgãos de assistência. Com a experiência de décadas na Embrapa, na qual já foi chefe-geral da unidade do Semiárido, Paulo Roberto Coelho Lopes, é, hoje, um pesquisador do qual ninguém mais duvida. Pesquisador da Embrapa enfrentou o desafio de convencer produtores, apoiadores e os próprios colegas cientistas da validade do seu esforço Um Pé de quê?Fernan da B iro lo /E m br ap a Se m ia rid o 122 When researcher Paulo Roberto Coelho Lopes,of Embrapa Semiarid, in Petrolina (PE), came up with the suggestion to do research on the viability of producing temperate fruits in the Northeast, there was resistance. “Many people doubted it would be possible to grow such fruits, even under irrigation systems, with quality, scale and production costs compatible with the prices fetched by these fruits”, he acknowledges. Nonetheless, relying on support from institutions like Embrapa and the São Francisco and Parnaíba Valleys Development Company (Codevasf ), along with support from some farmers, the idea gained momentum and was transformed into a project. “The proposal had its foundation on a scientific basis. Lots of farmers came to know about the project in events staged by Em- brapa, within the trial area where the fruit trees were beginning to bear fruits”, the researcher recalls. Initially viewed with distrust, the suggestion of Paulo Roberto Coelho Lopes to produce fruit in other Brazilian environments, turned into a reference. Francisco Zuza de Oliveira, former president of the Ceará State Agrarian Development Association, is betting on the alternatives. “I believe that the state of Ceará could become self-sufficient in the pro- duction of apples within some years. It is possible to grow this fruit and it boasts significant advantages, like a three-thousand kilome- ter shorter trip in terms of freight costs, since all fruits consumed in the Northeast come from the South and from Argentina”, he argues. The president of the Ceará State Fruit farming Sectoral Chamber, Eu- valdo Bringel Olinda, views the cultivation of temperate climate fruits in wHAT kIND of plaNt? Embrapa researcher was faced with the challenge of convincing farmers, supporters and even his own colleagues of the validity of his efforts the Northeast as a great initiative. “With a climate that provides for more than 300 sunny days a year, and excellent irrigation technology, it is possible to set the time of harvest and ensure every condition to meet the needs of the regional market, which is still an importer”, he comments. According to Paulo Roberto Coelho Lopes, “there is still a lot to do in terms of adapting management practices and technologies, but the first results are encouraging”. The researcher understands that casual resis- tance has been surmounted by the initial results. “It is a bid that relies on a scientific foundation, now going through its consolidation and results evaluation phase for the necessary adjustments”, he stresses. Now, both scientists and farmers have got used to the subject, but for several times Coelho Lopes has been asked: “What type of tree are we supposed to plant”? Now the idea has been spread, the fruit growing farmers have already learned how to use the technol- ogy, field days and technical events are being staged to spread the new agricultural practices. “The challenge is enormous, as these fruit species are completely new to the farmers in the Northeast. Therefore, they require even more attention”, he acknowledges. Paulo Roberto explains that, at the moment, after four years of cultivations in some areas, the big challenge of the researchers regarding the introduction of temperate and wet climate variet- ies in the northeastern semiarid is to come up with economically viable productions, which lead to commercial orchards. “In the meantime, we are conducting experiments with other species and evaluating their potentialities”, he clarifies. Initially, we sought en- vironments where high technology was in place, along with micro- climates favorable to the development of the crops. “Little by little, we are testing and adapting them to other regions”, he comments. In the future, the idea is to develop technologies for the crops that present the best productive and sales potential in the irrigated perimeters across the semiarid, putting them at the disposal of the farmers, who will receive technical assistance from the competent organs. With Embrapa’s decade long experience, where he was the chief-executive of the company’s Semiarid Unit, Paulo Roberto Coelho Lopes, is now a fully acknowledged researcher. n Fe rn an da B iro lo /E m br ap a Se m ia rid o 124 SABOR DE INvERNO NOS trópicos Primeiros desafios foram vencidos na introdução de frutas de clima temperado em ambiente de semiárido, mas há muito mais pela frente D iv ul ga çã o 126 PERA Nos quatro primeiros anos de cultivo, a pereira demonstra grande potencial de desenvolvimento e produção no Vale do São Francisco. O pesquisador Paulo Roberto Coelho Lopes, coorde- nador do projeto, explica que a pera tem apelo comercial pelos volumes importados, de até 95% do mercado interno. “A produ- ção brasileira não chega a 10% da demanda anual. Entre as frutas de clima temperado, esta é a terceira mais consumida e importada pelo Brasil”, revela. O consumo chega a 180 mil toneladas/ano. A maioria vem da Argentina, do Chile e dos Estados Unidos. O Brasil tem potencial de consumo para 300 mil toneladas de peras ao ano, desde que sejam frutas de qualidade, a preços competitivos. “Com estas características, torna-se uma consisten- te alternativa à diversificação da fruticultura nos perímetros irri- gados do Nordeste”, diz Paulo Roberto Coelho Lopes. No Vale do São Francisco, a cultura produz 60 toneladas/ha no quarto ano de cultivo e faz duas safras por ano, como a maçã e o caqui. MAÇÃ Se na mitologia a maçã representa o pecado, no Nordeste ela pode representar a redenção econômica para um grupo impor- tante de produtores. A maçã é a fruta de clima temperado mais comercializada fresca nos mercados internacional e doméstico. A produção nacional é de 1,2 milhão de toneladas e, ainda assim, são importadas 50 mil toneladas anuais. O consumo no Nordeste só aumenta. Um exemplo clássico é o mercado produtor de Jua- zeiro (BA), que movimenta 200 toneladas por semana. Com base nas pesquisas da Embrapa, a macieira é alternativa de cultivo nos perímetros irrigados do Vale do São Francisco. A região demonstra potencial produtivo superior a 20 toneladas/ha no terceiro ano de cultivo, ou seja, seriam necessários 10 hectares para cada semana de consumo apenas na região de Juazeiro, so- mando 520 hectares de cultivo direcionados a suprir a demanda deste mercado. “A perspectiva para o Nordeste é muito maior e devemos considerar que tanto a demanda quanto o potencial de produção estão crescendo”, explica Paulo Roberto Coelho Lopes. As áreas atuais são baixas, resumidas aos experimentos e aos in- vestimentos de alguns produtores. Além do Vale do São Francis- co, as maçãs, de diversas variedades, são testadas e cultivadas no Ceará, na Serra da Ibiapaba e nos municípios de Tianguá, Aracati e Limoeiro do Norte. O próximo Estado do Nordeste que deve entrar no programa é o Rio Grande do Norte. CAQUI O caqui, fruta produzida tradicionalmente nas regiões Su- deste e Sul do País nos meses de fevereiro a junho, tem alta demanda externa. Em outubro começam as importações da Es- panha e de Israel e o preço ao consumidor aumenta até seis vezes. No Vale do São Francisco, com manejo adequado, o caqui é colhido na entressafra. Assim, há demanda e melhores preços aos produtores nacionais. No Vale do São Francisco há potencial para colher 15 toneladas por hectare, no quarto ano de cultivo. “Esse produto entra em condições de competir com a fruta im- portada e abastecer o mercado interno. Seu potencial é enor- me”, assegura Paulo Roberto Coelho Lopes. Também estão em fase inicial de experimentos pela Embrapa culturas como amora, mirtilo, de ambiente temperado; mangos- tão e rambutã, frutas características de clima quente e úmido. “Há boas condições, com o manejo, as variedades e as tecnologias in- dicadas e testadas pela Embrapa, de o semiárido ampliar significa- tivamente sua oferta de frutas em geral para o mercado brasileiro e, também, de agregar alternativas de produção e de renda aos fruticultoresdo Nordeste”, finaliza Paulo Roberto. CACAU No Vale do São Francisco, a irrigação e a tecnologia desenvol- vida pela Embrapa Semiárido, de Petrolina (PE), dão suporte para o que parecia impossível: produzir cacau em pleno Sertão per- nambucano. “O uso da irrigação potencializa o desenvolvimento das plantas e dos frutos, e o clima reduz em muito os riscos da cultura, como doenças e pragas”, enfatiza o pesquisador Paulo Roberto Coelho Lopes. O produtor José Ilton de Lima cultiva cacau há quatro anos em sua propriedade, no Vale do São Francisco, e está satisfeito com o desenvolvimento. “Antes, se me dissessem que dava para colher cacau aqui, duvidaria. Até hoje há quem duvide quando digo que estou colhendo cacau no Sertão. Mas vi o sistema na Embrapa e, com ajuda do doutor Paulo, fiquei animado. O resultado é bom e ainda vai ser melhor”, resume. Na propriedade de José Ilton de Lima, a cultura do cacau é con- sorciada com coco, pois precisa do sombreamento para se desenvol- ver. As safras têm potencial de produzir de 200 a 300 arrobas por hectare, o que é até seis vezes mais do que a produtividade média de lavouras do Sul da Bahia (entre 45 a 50 arrobas, segundo o governo baiano). Nesta região, é possível fazer duas safras de cacau por ano. Dentre as culturas pesquisadas no projeto de introdução de espécies de frutas de clima temperado e/ou úmido no semiárido nordestino, algumas já se destacam. Pera, maçã e caqui tiveram desempenho acima do esperado na primeira fase de avaliação. E o cacau, de clima úmido, também tem ótimo desempenho no Vale do São Francisco. Conheça os resultados e os potenciais das principais culturas estabelecidas em maior escala no Nordeste: 127 A TASTE Of wINTER IN the tropics First challenges have been conquered with the introduction of temperate fruits in the semiarid, but there is much more ahead of us Sí lv io Á vi la 128 PEAR Over the first four years under cultivation, pears have demon- strated great development and production potential in Vale do São Francisco. Researcher Paulo Roberto Coelho Lopes, coordinator of the project, explains that pears exert a strong commercial appeal, which is attested by the huge imports of this fruit, up to 95% of the pears in the domestic market come from abroad. The pears produced in Brazil supply less than 10% of the market, annually. Of all temper- ate fruits, they rank as the third most consumed and most imported in Brazil”, he recalls. Consumption amounts to 180 thousand tons a year, and they come from the United States, Argentina and Chile. Brazil’s potential consumption is for 300 thousand tons of pears a year, provided they are quality fruits, at competitive prices. “With such characteristics, it becomes a consistent alternative to diversifica- tion of fruit farming in the irrigated perimeters across the Northeast”, says Paulo Roberto Coelho Lopes. In Vale do São Francisco, the crop reaches to 60 tons/ha in the fourth growing season, and two crops a year are harvested, just like apples and persimmons. APPLE If the apple appears throughout mythology as a symbol of temptation, in the Northeast it could represent the economic re- covery for a group of important farmers. The apple is the most sold fresh temperate fruit in the international and domestic markets. Annual production in Brazil amounts to 1.2 million tons, not enough to supply the domestic market, once 50 thou- sand tons are imported a year. In the Northeast, apples are get- ting more and more popular. A classical example is the farmers’ market in Juazeiro (BA), where 200 tons a week are sold. Relying on surveys conducted by Embrapa, apples are a good alternative for the irrigated regions in Vale do São Francisco. The region boasts a production potential for upwards of 20 tons/ha in the third growing season, that is to say, ten hectares would be needed for just one week’s consumption in the Juazeiro region, meaning 520 hectares of apples just to supply that market. “There are great perspectives for the Northeast, and we should take into consider- ation that both demand and the production potential are on the rise”, explains Roberto Coelho Lopes. The present areas are low, restricted to the experiments and to the investments by some farmers. Besides Vale do São Francisco, apples of different varieties are being tested in the state of Ceará, in Serra da Ibiapaba and in the municipali- ties of Tianguá, Aracati e Limoeiro do Norte. The next State of the Northeast to join the program is Rio Grande do Norte. PERSIMMON The persimmon, a fruit traditionally produced in the Southeast and South, February through June, is highly demanded abroad. In October, imports from Spain and Israel start, and consumer prices sometimes jump sixfold. In Vale do São Francisco, under appropri- ate management, the persimmon crop is harvested at off-season time. There is demand, while farm gate prices soar. In Vale do São Fran- cisco there is potential for 15 tons per hectare, in the fourth growing season. “The local persimmons have every condition to compete with imported fruits and supply the domestic market. Its potential is enor- mous”, stresses Paulo Roberto Coelho Lopes. There are other Embrapa experiments now in their initial stag- es, including crops like mulberries, myrtles, of temperate climate; mangosteen and rambutã, typical fruits of warm and wet climates. “There are good conditions, with recommended management, variet- ies and technologies tested by Embrapa, for the semiarid to expand considerably its fruit supplies to the Brazilian market and, equally, add production alternatives and more income for the farmers in the Northeast”, Paulo Roberto concludes. COCOA In Vale do São Francisco, the irrigation system and technol- ogy developed by Embrapa Semiarid, in Petrolina (PE), lend support to what seemed impossible: the production of cocoa in the hinterlands of Pernambuco. “The use of irrigation potenti- ates the development of plants and fruits, and the local climate conditions reduce all types of risks, like diseases and pests”, ar- gues researcher Paulo Roberto Coelho Lopes. Farmer José Ilton de Lima has grown cocoa trees for four years on his farm, located in Vale do São Francisco, and is sat- isfied with the way his crop is unfolding. “In the past, if I had been told it was possible to grow cocoa around here, I would not have believed. Even nowadays, there are people who shrug their shoulders in disbelief if I tell them I am harvesting cocoa in the hinterlands. The fact is, I learned about the system from Embrapa and, with the help of Dr Paulo, I got excited. The result has been good so far and will even be better”, he summarizes. In José Ilton de Lima’s farm, cocoa is intercropped with co- conut trees, as it needs a shady environment to develop. The potential of the crops is for the production of 200 to 330 arrobas per hectare, which is six times as much as the farms in the South of Bahia ( from 45 to 50 arrobas, according to state government sources). In this region, two crops a year are viable. Of the variety of crops which were studied in the project for the introduction of temperate and/or wet climate fruit species in the northeastern semiarid, some of them are beginning to stand out over the others. The performance of pears, apples and persim- mons exceeded expectations during the first evaluation stage. And wet climate cocoa has shown excellent performance in Vale do São Francisco. The following are the potentials and the results of the main crops established on large scale in the Northeast: 129 eVenTos > EvENTS A cOR DO Brasil Sí lv io Á vi la 130 Imagine obter informações e conhecimentos sobre as novas e variadas tecnologias e pesquisas nas cadeias de flores e de frutas. Isso tudo em um único lugar, e em poucos dias. Pois esse cenário poderá ser encontrado em setembro de 2013 no Centro de Eventos do Ceará, em Fortaleza. Entre os dias 9 e 12 acontecea 20ª edição do Frutal – Semana Internaci- nal da Fruticultura, Floricultura e Agroindústria. A Frutal teve início em 1994 e desde 1999 está sob a responsabilidade do Institu- to Frutal. Nessa edição, os participantes terão à disposição, no amplo espaço de um dos maiores e mais modernos centros de convenções da América Latina, os aromas, as cores e os sabores que representam a diversidade brasileira. Em 2012, quando pela primeira vez o evento foi realizado no local, 35 mil pessoas circularam pelos salões de exposições e salas das palestras e cursos técnicos. Em 2013, a programação inclui outros importantes eventos, que serão reali- zados simultaneamente e de forma interativa com o Frutal. Um deles é a segunda edição da Expofood, organizada em parceria com a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel). A feira é direcionada a profissionais da área de alimentação, que terão a oportunidade de conhecer os lançamentos do mercado, com destaque para design de embalagens, rótulos e etiquetas, automação industrial, veículos de armazenagem, refrigeração e tratamento de efluentes. Aos interessados em floricultura, a pedida é acompanhar a 15ª Agroflores, que conta com a parceria da Câmara Setorial de Flores e Plantas Ornamentais do Estado do Ceará e do Serviço de Apoio às Micro e e Pequenas Empresas (Sebrae/CE). Está prevista a realização de cursos, palestras, seminários setoriais, workshops e oficinas florais, destinados às pessoas que buscam começar ou incrementar o negócio na área. A programação da Frutal também abrigará um evento científico, a 20ª Reunião Internacional da Associação para a Cooperação em Pesquisa e Desenvolvimento Integral das Musáceas (bananas e plátanos), a Acorbat 2013. Junto haverá uma feira específica para o setor, a Expoacorbat. A previsão é de participação de pesquisado- res da área oriundos de mais de 50 países. n Frutal chega a 20ª edição, em setembro de 2013, abordando os diferentes sabores, cores e aromas das frutas e das flores brasileiras Sí lv io Á vi la Sí lv io Á vi la 131 A HORA DOS NEGÓCIOS As empresas participantes do Frutal e seus eventos paralelos poderão fechar ne- gócios no próprio espaço do centro de convenções. Para tanto, deverão ser pro- porcionadas rodadas de negociação para os mercados interno e externo. Em 2012, nos encontros durante a programação, foram fechados contratos na ordem de R$ 23 milhões. Já os cursos técnicos, oferecidos nos quatro dias do evento, abrangem três segmentos de interesse do público-alvo: frutas e agroindústria, flores e plantas or- namentais, e agricultura familiar. Logo após o término do evento em Fortaleza, acontece a edição 2013 da Frutal Amazônia e da Flor Pará, marcada para o período de 12 a 15 de setembro, em Belém (PA). A programação começa a ser definida pelas comissões a partir de maio. programa iNclui exposição NA ÁREA DE ALImENTOS E DE fLORES E Um EvENTO cIENTífIcO THE cOLOR Of Brazil Sí lv io Á vi la 132 BUSINESS TIME The companies that take part in the Frutal and its parallel events, will be able to close business deals in the con- vention center itself. To this end, negotiation rounds will be staged for both domestic and foreign markets. In 2012, total business deals closed during the event reached R$ 23 million. The technical courses offered during the four day event, include three segments of great interest to the target public: Fruits and agroindustries, flowers and ornamen- tal plants, and family farming. Right after the Fortaleza event, the 2013 edition of Frutal Amazônia and Flor Pará will take place. They have been scheduled for 12 – 15 September, in Belém (PA). The program starts to be defined by the com- mittees as of May this year. program iNcludes food aNd flower ExHIBITIONS AND A ScIENTIfIc EvENT Frutal reaches its 20th edition, in September 2013, addressing different tastes, colors and aromas of Brazilian fruits and flowers Imagine getting information and knowledge about the new and various technologies and re- search works conducted by the flower and fruit supply chains. All this in one place, and in a couple of days. This is the scenario of the Ceará State Events Centers, in Fortaleza, venue for the September 2013 event. The second edition of Frutal – International Fruit, Flower and Agroindustry Week – has been scheduled for 9 – 12 September 2013. Frutal had its beginning in 1994, and since 1999 has been under the responsibility of the Frutal Institute. In the vast venue of one of the most modern convention centers in Latin America, participants will get a grasp of aromas, colors and flavors that represent Brazil’s diversity. In 2012, when the event was held in the venue for the first time, 35 thousand people circulated through the exhibitions halls, attended lectures and technical courses. In 2013, the program includes other important events, to be held simultaneously and in interactive manner with the Frutal. One of them is the second edition of Expofood, organized in part- nership with the Brazilian Association of Bars and Restaurants (Abrasel). The fair is geared towards professionals of the food area, which will have a chance to learn about the new products being launched into the market, where the highlights are pack- aging designs, labels, tags, industrial automation, warehousing trucks, refrigeration, and effluent treatment. To those interested in fruit growing, the recommendation is for attending the 15th Agroflowers, which relies on a partnership with the Ceará State Flowers and Ornamental Plants Sectoral Chamber and on support from the Brazilian Micro and Small Business Sup- port Service (Sebrae/CE). The event features, courses, lectures, sectoral seminars, floral workshops and others, destined for people who con- sider starting or improving businesses in this area. The Frutal program also includes a scientific event, the 20th International Meeting of the Association for Cooperation in Re- search and Integral Development of the Musaceae (Bananas and plantain bananas), Acorbat 2013, along with a specific fair of the sector, known as Expoacorbat. Researchers from upwards of 50 countries are expected to attend the event. n Sí lv io Á vi la 133 Mais de mil pesquisadores em banana da América Latina encontram-se em 2013 durante a Frutal, em Fortaleza (CE), para discutir inovações Um mEgAEvENTO soBre BaNaNas Pela segunda vez o Brasil será sede do mais importante encontro de bananicultura do mundo. A 20ª Reunião Internacional da Associação para a Cooperação em Pesquisa e Desenvolvimento Integral das Musáceas (Acorbat), que en- globa bananas e plátanos, ou bananas de cocção, acontece dentro da programação da Frutal 2013, em Fortaleza (CE), entre os dias 9 e 13 de setembro. Em 2006, o evento foi realizado em Joinville (SC). O pesquisador Luiz Alberto Lichtemberg, da Empresa de Pesqui- sa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), foi pre- A mEgA- EvENT ON BaNaNas Sí lv io Á vi la sidente da Acorbat entre 2006 e 2008, e agora está na coordenação técnica da reunião internacional de Fortaleza. Ele explica que o en- contro oferece aos estudiosos da cultura de bananas a chance de um intercâmbio de ideias com os colegas de toda a América Latina. “É o momento da apresentação das novas tecnologias e dos conhecimen- tos gerados na área”, observa. Os trabalhos inscritos na reunião poderão ser apresentados por meio de palestras ou de pôsteres, que ficarão em exposição durante os cinco dias do evento. As participações serão divididas em oito áreas temáticas: estratégias para redução de agroquímicos; fisiologia, clima e produção; melhoramento e uso da diversidade genética; mercado: tendências e oportunidades; pós-colheita e processamento; pragas e enfermidades de importância econômica; sigatokas; e sistemas de produção. As melhores contribuições serão selecionadas pelo comitê técnico-científico da Acorbat para serem publicadasna revista interna- cional Fruits. Junto com a reunião internacional acontece a Expoacorbat, uma feira que apresenta as últimas tecnologias e os insumos do setor. A Acorbat 2013 deve reunir em torno de 1.200 pesquisadores de mais de 50 países. n 134 A ENTIDADE A fundação da Acorbat está diretamente ligada ao Caribe. A consti- tuição da associação ocorreu em 12 de ju- lho de 1966, na ilha francesa da Martinica. A ideia, no entanto, foi concebida dois anos an- tes. Em fevereiro de 1964, o Instituto Francês de Pesquisas de Frutas de Ultramar (Ifac) e o governo da França organizaram uma reunião sobre o cultivo de bananas na ilha de Gua- dalupe. Industriais, pesquisadores, represen- tantes comerciais e economistas do Caribe, que participaram do encontro, concluíram que havia problemas em comum entre os produtores da região e que o intercâmbio de experiências poderia ser estimulante para a solução dessas questões. A partir daí, ficou resolvido que seriam realizados encontros periódicos para dis- cussão dos assuntos relacionados à banani- cultura. Era o embrião da associação, que começou no Caribe, e em pouco tempo atingiu toda a América Latina. Os pesqui- sadores brasileiros, segundo Luiz Alberto Lichtemberg, começaram a participar da Acorbat na década de 1970. A primeira reunião internacional da entidade aconte- ceu em Castries, na Ilha de Santa Lúcia, em 1970, e contou com 70 participantes. A úl- tima, realizada em Medellin, na Colômbia, registrou a presença de 1.260 especialistas. associação foi criada a fim DE ESTImULAR O INTERcâmBIO DAS INfORmAçõES THE ENTITY The creation of the Acor- bat is directly linked with the Caribbean. The association was officially instituted on 12th July 1966, in the French island Martinica. The idea of the event had been conceived two years before. In February 1964, the French Institute of Overseas Research on Fruits (Ifac) and the government of France organized a meeting on the cultivation of bananas on the Guadalupe island. Industry related people, researchers, sales representatives and economists from the Caribbean, who attended the meeting, concluded that there were common problems among the banana growers across the region and that the exchange of experiences could prompt solutions to those questions. From that time onward, it was decided that periodical meetings would be held to debate matters related to banana farming. It was the embryo of the association, which started in the Caribbean, and soon spread across the entire Latin America continent. Brazilian researchers, according to Luiz Alberto Lichtemberg, joined the Acorbat meetings in the 1970s. The first interna- tional meeting of the entity was held in Castries, on the Island of Santa Lúcia, in 1970, and attracted 70 participants. The latest, held in Medellin, in Colombia, regis- tered the presence of 1,260 specialists. associatioN was created with THE AIm TO fOSTER INfORmATION INTERcHANgE For the second time Brazil will host the biggest global event focused on banana farming. The 20th International Meeting of the Association for Cooperation in Research and Integral Development of the Musaceae (Acorbat), which includes bananas and plantains, or saba bananas, has been included in the Frutal 2013 program, in Fortaleza (CE), 9 – 13 Sep- tember. In 2006, the event was held in Joinville (SC). Researcher Luiz Alberto Lichtemberg, of the Santa Catarina State Rural Extension and Agriculture Research Company (Epagri), pre- More than one thousand banana researchers come together during the 2013 Frutal event, in Fortaleza (CE), for debates focused on innovations sided over the Acorbat from 2006 to 2008, and is now a member of the technical committee of the international meeting in Fortaleza. He explains that the meeting will provide all banana researchers with chances to exchange ideas with their colleagues in Latin Ameri- ca. It is the moment for introducing new technologies, whilst sharing knowledge generated in the area”, he observes. All papers registered for the meeting can be presented through lectures or posters, and will be displayed during the five-day meet- ing. All participations are to be split into eight theme areas: pesticide reduction strategies; physiology, climate and production; improve- ment and use of genetic diversity; market: trends and opportuni- ties; post-harvest and processing; pests and diseases of economic relevance; and production systems. The best contributions will be selected by Acorbat’s technical and scientific committee to be pub- lished in the international Fruits magazine. The international meeting also includes the Expoacorbat, an ex- hibition that features the latest technologies and inputs of the sector. Acorbat 2013 is expected to attract 1,200 researchers from upwards of 50 countries. n 135 4º Simpósio Brasileiro de Acarologia Data: 30 de abril a 3 de maio de 2013 Local: Bento Gonçalves (RS) Fone: 19 3243 0396 E-mail: sibac2013@gmail.com Site: www.sibac.net.br/index.html 1º Festival Nacional do Mamão – Brasil Papaya Data: 15 a 18 de maio de 2013 Local: Linhares (ES) Fones: 27 3264 0477 e 27 9946 9110 E-mail: lia@brapex.net Site: www.brapex.net Hortitec – 20ª Exposição Técnica de Horticultura, Cultivo Protegido e Culturas Intensivas Data: 19 a 21 de junho de 2013 Local: Holambra (SP) Fone: 19 3802 4196 E-mail: vandas@rbbeventos.com.br Site: www.hortitec.com.br Expofruit 2013 – Feira Internacional da Fruticultura Tropical Irrigada Data: 10 a 12 de julho de 2013 Local: Mossoró (RN) Fone: 84 3312 6939 E-mail: expofruit@gmail.com Site: www.expofruit.com.br 13º Enfrute – Encontro Nacional sobre Fruticultura de Clima Temperado Data: 23 a 25 de julho de 2013 Local: Fraiburgo (SC) Fone: 49 3561 2000 E-mail: enfrute@epagri.sc.gov.br Site: www.uniarp.ed.br/enfrute 5º Congresso Internacional e 5º Encontro Brasileiro sobre Anonáceas Data: 19 a 23 de agosto de 2013 Local: Botucatu (SP) E-mail: anonasbrazil@yahoo.com.br Blog: vciabrazil.blogspot.com.br Frutal 2013 – 20ª Semana Internacional sInTA-se ConVIdAdo > fEEL AT HOmE da Fruticultura, Floricultura e Agroindústria Data: 9 a 12 de setembro de 2013 Local: Fortaleza (CE) Fone: 85 3246 8126 E-mail: geral@frutal.org.br Site: www.frutal.org.br Acorbat 2013 - 20ª Reunião Internacional da Associação para a Cooperação em Pesquisa e Desenvolvimento Integral das Musáceas (bananas e plátanos) Data: 9 a 13 de setembro de 2013 Local: Fortaleza (CE) Fone: 47 3341 5212 E-mail: licht@epagri.sc.gov.br Site: www.acorbatinternacional.com Frutal Amazônia 2013 e Flor Pará Data: 12 a 15 de setembro de 2013 Local: Belém (PA) Fone: 85 3246 8126 E-mail: geral@frutal.org.br Site: www.frutal.org.br Sí lv io Á vi la 136 O ar passa, o sabor e a qualidade da fruta ficam Com a embalagem Alta Ventilação MWV Rigesa, o transporte e armazenamento das frutas ficam muito mais rentáveis. Nossas embalagens foram criadas para facilitar a passagem de ar, proporcionando alta velocidade no resfriamento e diminuindo o custo de refrigeração. Além de manter suas frutas conservadas por mais tempo, seu produto fica em exposição com a maior área de visualização possível. Araçatuba, SP - 18 3607 3700 Blumenau, SC - 47 3221 5333 Fortaleza, CE - 85 3452 3620 Salvador, BA - 71 3525 8780 Valinhos, SP - 19 3869 9000 www.mwvrigesa.com.br RIDOMIL GOLD BRAVO CUIDA DA SUA PLANTAÇÃO, PROTEGENDO SEMPRE E COMBATENDO QUANDO NECESSÁRIO. EFICIENTE NAS CULTURAS DE TOMATE, CEBOLA E BATATA. Ridomil Gold Bravo é o pior inimigo para as principais doenças que atacam a sua plantação: a requeima no tomate e na batata e o míldio na cebola. Isso porque ele é o único que combina dois ativos poderosos: um sistêmico e outro protetor. Além disso, ele é resistente à chuva e tem grande aderência na planta. Com Ridomil Gold Bravo, a sua plantação fi ca protegida e você fi ca tranquilo. © S yn ge nt a, 2 01 3. 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