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Amélia Arone Massanganique 
Elton jerónimo Ernesto 
 
 
 
 
 
 
 
 
Licenciatura em geologia 
 
 
Classificação dos depósitos minerais (minérios singenéticos e epigenéticos, depósitos 
primários e secundários, depósitos minerais pegmatíticos, e quanto aos Processos 
formadores); alguns depósitos minerais de Moçambique (Carbinatitos, Kimberlitos, 
Pegmatitos) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Universidade Licungo 
Extensão Beira 
2021 
 
 
 
Amélia Arone Massanganique 
Elton jerónimo Ernesto 
 
 
 
 
 
 
Licenciatura em geologia 
 
Classificação dos depósitos minerais (minérios singenéticos e epigenéticos, depósitos 
primários e secundários, depósitos minerais pegmatíticos, e quanto aos Processos 
formadores); alguns depósitos minerais de Moçambique (Carbinatitos, Kimberlitos, 
Pegmatitos) 
 
 
 
 
 
 
 
Docente: 
PhD. Osvaldo Rupias 
 
 
 
 
 
Universidade Licungo 
Extensão Beira 
 
Trabalho de pesquisa a ser entregue no 
Departamento de Ciências da Terra e 
Ambiente, na Cadeira de PGMG para fins de 
Avaliação. Curso: Geologia, 3ᵒ Nível. 
 
 
 
Índice 
2. Objectivos ...................................................................................................................................... 6 
2.1. Objectivo Geral ...................................................................................................................... 6 
2.2. Objectivos Específicos ............................................................................................................ 6 
3. Metodologias .................................................................................................................................. 6 
Capitulo1. Depósito mineral .................................................................................................................... 7 
1. Conceito de Deposito Mineral ....................................................................................................... 7 
1.1. Processos de formação dos depósitos minerais ...................................................................... 8 
Capitulo2. Classificação dos depósitos minerais .................................................................................... 10 
2. Critérios de classificação dos depósitos minerais ........................................................................ 10 
2.1. Classificação dos depósitos minerais quanto ao modo de ocorrência em relação as rochas 
encaixantes, as mineralizações podem ser: ..................................................................................... 10 
2.2. Classificação dos depósitos Minerais Quanto a Genética.................................................... 11 
2.3. Depósitos de minerais pegmatíticos ..................................................................................... 12 
2.3.1. Formas de ocorrências dos pegmatitos e minerais característicos .............................. 12 
2.3.2. Teorias de formação ..................................................................................................... 13 
2.4. Classificação dos depósitos minerais quanto ao processo formador ................................... 13 
2.4.1. PROCESSOS ATUANTES NO INTERIOR DA TERRA (ou Hipogênicos) .............. 14 
2.4.1.1. Síntese dos depósitos de origem devido aos processos atuantes no interior da terra
 19 
2.4.2. PROCESSOS ATUANTES NA SUPERFÍCIE DA TERRA OU PRÓXIMO A ELA 
(PROCESSOS SUPERGÊNICOS).............................................................................................. 19 
2.5. Classificação dos depósitos minerais quanto a características especiais............................. 23 
2.5.1. Sulfetos Maciços Vulcanogênicos (VMS) – Uma classe especial de Depósitos Vulcano-
exalativos cujas características mais marcantes decorrem da: ......................................................... 23 
2.5.2. Depósitos do Tipo Skarn - “SKARN” (em português escarnito)................................. 24 
3. Alguns depósitos minerais de Moçambique (Carbanatitos, Kimberlitos, Pegmatitos). ............. 24 
3.1. CARBONATITOS ............................................................................................................... 24 
3.1.1. Depósitos de Carbonatitos em Moçambique................................................................ 25 
3.2. Kimberlitos ........................................................................................................................... 26 
3.2.1. Depósitos de kimberlitos em Moçambique .................................................................. 27 
3.3. Pegmatitos ............................................................................................................................ 27 
3.3.1. Depósitos de Pegmatitos em Moçambique ................................................................... 28 
 
 
4. Ocorrência dos recursos geológicos no país ................................................................................ 30 
5. Conclusão ..................................................................................................................................... 32 
6. Referências Bibliográficas ........................................................................................................... 33 
 
 
5 
 
1. Introdução 
Durante vários anos o Homem como um ser racional sempre tentou arranjar objectos usando 
alguns recursos minerais retirados em alguns depósitos minerais, desde então o Homem vêm 
dedicando-se aos estudos dos depósitos minerais, adotando algumas técnicas geológicas para a 
localização, levantamento, prospeção e exploração desses depósitos. A Prospecção Geológica, 
Geoquímica e Mineralógica sendo uma área da Geologia, vai dar a conhecer as técnicas e como 
utiliza-las na prospeção e exploração dos depósitos minerais desde da sua génese ate a sua 
explotação de uma forma mais detalhada. 
 
Com isso a proposta deste trabalho é a de destacar termos relacionados com depósitos minerais, 
com especial atenção virada a sua classificação desde da sua ocorrência, genética ate aos 
processos formadores dos mesmos, não se esquecendo de abordar a cerca alguns depósitos 
minerais ocorrentes em Moçambique (Carbanatitos, Kimberlitos, Pegmatitos). 
 
Define-se Pesquisa e Prospecção Mineral como sendo um conjunto de conhecimentos, técnicas e 
ferramentas utilizadas para a descoberta e estudo de Depósitos Minerais. 
 
Durante a pesquisa de minérios de kimberlitos, aspectos ligados a petrologia, mineralogia, 
geoquímica, sensoriamento remoto e dados adicionais de campo (variação de granulometria e cor 
do solo), anomalias específicas de determinadas espécies de vegetação, devem ser ligados aos 
programas de exploração de diamantes. 
 
6 
 
2. Objectivos 
2.1.Objectivo Geral 
 Dar a conhecer, entender e tornar mais clara e objectiva a classificação dos depósitos 
minerais abordados, visto que esses depósitos são de estrema importância socio-
ecónomica. 
2.2.Objectivos Específicos 
 Dar a conhecer e detalhar de uma forma precisa os depósitos singenéticos e epigenéticos, 
depósitos primários e secundários; 
 Dar a conhecer e detalhar de uma forma precisa os depósitos de minerais pegmatíticos 
desde a sua génese; 
 
 Localizar e fazer compreender a forma de ocorrência de alguns depositos minerais de 
Moçambique (Carbinatitos, Kimberlitos, Pegmatitos). 
 
 
 
3. Metodologias 
Para a elaboração do presente trabalho recorreu-se ao método de consulta bibliográfica, que 
consistiu na recolha de informações em manuais, artigos científicos entre outros meios, e seguiu-
se a seleção e organização do presente trabalho, cuja expetativa é de cumprir os objetivos 
previamente estabelecidos. E também procurou-se obras que versam de modo relevante como é o 
caso de aulas virtuais disponíveis em algumas plataformas digitais (anexadas na referencia 
bibliográfica) de modo a conseguir reunir informaçõesfiáveis para apresentar sobre a 
classificação dos depósitos abordados no trabalho. 
7 
 
Capitulo1. Depósito mineral 
A expressão recursos minerais qualifica todo material rochoso que efetivamente possa ser 
utilizado pelo ser humano. A origem dos depósitos minerais é marcada historicamente por mitos 
e ideias religiosas. 
As primeiras ideias com base científica obtidas a partir de observação e descrição foi proposta 
por Agrícola em 1542. Steno em 1669 apresentou as primeiras hipóteses sobre origem de 
depósitos minerais, denominada de hipótese dos vapores mineralizantes. A introdução do método 
experimental se deu na segunda metade do século XIX. Os princípios da Química começaram a 
influenciar as ideias dos naturalistas preocupados com a metalogênese. 
1. Conceito de Deposito Mineral 
O conceito de depósito mineral não é somente um conceito geológico, pois envolve também um 
aspecto econômico. Existem três termos para os depósitos minerais diferenciados pelo aspecto 
econômico: 
Ocorrência Mineral, que é Concentração mineral anômala, porém normalmente sem interesse 
econômico. 
Deposito Mineral, que é Concentração mineral anômala, cuja viabilidade econômica depende 
ainda de estudo e avaliação. 
Jazida Mineral, que é toda concentração mineral suscetível de ser explorada economicamente, 
ou seja, com lucro. Portanto, para ser considerada uma jazida, um depósito mineral precisa se 
mostrar economicamente viável por meio de estudos de viabilidade econômica. 
 
Segundo BLONDEL (1950, p.19), Deposito Mineral é uma massa ou volume rochoso no qual 
substâncias minerais ou químicas estão concentradas de modo anômalo, quando comparadas com 
sua distribuição média na crosta terrestre, e em quantidade suficiente para indicar um potencial 
econômico. E é constituído de Minério, Encaixante, Estéril, Mineral-Minério, ganga e Sub-
produto. 
Mineral-minério é a substância mineral (útil ao homem) objeto do interesse econômico. 
Ganga são todos os minerais constituintes da rocha exceto o mineralminério e o (s) possível(is) 
sub produto(s). 
8 
 
sub-produto é um mineral-minério cuja extração não se justifia economicamente a não ser que 
sua exploração seja realizada em conjunto com um mineral-minério principal. 
Minério é rocha que contém o mineral-minério, (ou seja, a rocha que hospeda a mineralização = 
Hospedeira). 
Encaixante é rocha diretamente em contato com o minério. 
Estéreis são rochas encaixantes ou porções do minério que não contém a mineralização (o 
mineral-minério). 
 
Fig1. Ilustração de um Mineral minério de AU e uma Ganga de Quartzo 
 
A concentração/ocorrência dos depósitos minerais embora heterogênea (tempo e espaço), não é 
Aleatória. É uma consequência da evolução geológica da área onde ele ocorre. 
1.1.Processos de formação dos depósitos minerais 
A gênese dos depósitos minerais está relacionada aos processos geológicos que deram origem 
aos materiais terrestres, não só as rochas (magmáticas, sedimentares e metamórficas), como 
também os solos, formados do intemperismo. 
Para a formação de um depósito mineral vai ocorrer o processo de mineralização. Denomina-se 
Processos de mineralização aos mecanismos que promovem a formação de um depósito mineral. 
 
9 
 
 E para que um processo de mineralização forme um depósito mineral precisa haver uma fonte 
dos elementos químicos de interesse econômico, com quantidade adequada desses elementos, e a 
partir dessa fonte os elementos são concentrados em três etapas: 
1. Mobilização (solubilização) dos elementos na rocha fonte por fluidos denominados 
fluidos mineralizantes; 
2. Transporte dos elementos pelo fluido mineralizante; 
3. Deposição dos elementos em locais específicos condicionados por armadilhas geológicas 
que favorecem a deposição desses elementos a partir do fluido mineralizante. 
 
 
Mobilização de metais 
 
 
 Fluido mineralizante 
 Magma Solução aquosa 
 
Os fluidos mineralizantes exercem um papel muito importante na gênese dos depósitos minerais. 
Existem dois tipos principais de fluidos mineralizantes: 
1) Fluido Magmático (fusão silicatada) denominada magma mineralizada, Que se 
diferencia dos magmas comuns pelo seu enriquecimento em sulfetos ou óxidos 
metalíferos. O magma mineralizado é responsável pela formação dos depósitos minerais 
magmáticos que se formam do mesmo modo que uma rocha magmática e estão 
associados com essas rochas. Os depósitos magmáticos de interesse econômico são 
associados com rochas máfico-ultramáficas (depósitos de Ni-Cu, e Cr-Pt), rochas 
alcalinas (depósitos de P, Nb-Ta, TR, U-Th, Ti, Zr) e kimberlitos (depósitos de 
diamante). 
2) Fluido Hidrotermal, Que é uma solução aquosa quente (T ˃ 50), denominada solução 
hidrotermal normalmente de origem magmática, relacionada com as fases finais do 
magmatismo (vulcânico e plutônico). Após a formação das rochas magmáticas, restam 
soluções hidrotermais enriquecidas em metais (Sn, W, Bi, Cu, Pb, Zn, Mo, Nb, Ta, Zr, 
TR, U-Th, Au, Ag) e elementos voláteis (Cl, F, CO2, SO2, H2S) que não participaram da 
Rocha 
Fonte 
Transporte de mentais 
Deposição de metais 
Armadilha 
Deposito mineral 
10 
 
cristalização das rochas magmáticas. Essas soluções são responsáveis pelas atividades 
finais dos processos magmáticos e pela formação de importantes depósitos minerais 
metálicos, associados principalmente com rochas magmáticas félsicas e intermediárias 
(mais silicosas). 
Capitulo2. Classificação dos depósitos minerais 
 
Existem diversas classificações dos Depósitos Minerais, cada uma delas utilizando-se de um 
critério específico, como, por exemplo: utilização comercial do mineral-minério (commodity), 
morfologia (Forma do Corpo Mineralizado), origem (Ígneo, Metamórfico e Sedimentar), rocha 
hospedeira da mineralização, processo formador, ambiente geotectônico, tempo relativo de 
formação com respeito à encaixante, Regularidade Estatística etc. Cada uma delas com 
vantagens e desvantagens na aplicação. 
2. Critérios de classificação dos depósitos minerais 
 
2.1. Classificação dos depósitos minerais quanto ao modo de ocorrência em relação as 
rochas encaixantes, as mineralizações podem ser: 
i. Singenética ou Cogenética: Que são mineralização contemporânea e formada pelo 
mesmo Processo que sua rocha hospedeira e também estruturalmente concordante com 
ela. Ou seja, o Minério é Singenético quando ele é formado ao mesmo tempo em que as 
Rocha Encaixantes se formam. Exemplos: depósitos sedimentares e alguns tipos de 
depósitos magmáticos. 
ii. Epigenético: Que são mineralização mais jovem e não cogenética com sua rocha 
hospedeira, ou seja, formada por um processo genético distinto e normalmente 
estruturalmente discordante com a rocha hospedeira. Ou por outra, o Minério é 
Epigenético quando é formado posteriormente a encaixante. Exemplos: depósitos 
filonianos. 
 
 
 
11 
 
A B 
 
Fig2. Em A temos Corpos filonianos de pegmatitos cortando uma rocha granítica, e em B 
temos Serpentinito: minério de amianto 
 
 
2.2. Classificação dos depósitos Minerais Quanto a Genética 
i. Depósitos Primários, que são aqueles depósitos de origem Magmática. Como por 
exemplo, os depostos de cromita estratiformes. 
 
Fig3. Minério estratiforme de cromita (níveis escuros, cromitito) do depósito de Cr-Pt de 
Bushveld, África do Sul. 
 
 
ii. Depósitos Secundários, que são aqueles depósitos de origem Sedimentar. Ou seja, 
que resultam do transporte e deposição de substâncias (químicos e detríticos) Fe, Mg, 
ouro, gipsita, fosfato, cassiterita. Como por exemplo, os depósitos resultantes da 
precipitação sedimentar tais como BIF's. 
12 
 
 
Fig4.depositos resultantes de precipitação sedimentar (BIF´s) 
 
2.3. Depósitos de minerais pegmatíticos 
O pegmatito é uma rochade grão grosseira, de origem ígnea, formada debaixo da terra e 
possuindo um tamanho de grão a partir de 3 cm ou mais. 
A maioria dos pegmatitos é de composição granítica, isto é, compostos de quartzo, feldspato e 
mica. Nessa composição básica encontramos, também, elementos de terras raras. 
Pegmatitos são conhecidos como tendo minerais como água-marinha, turmalina, berilo, topázio, 
cassiterite, fluorite, apatite, estanho, tungsténio e outros. Estes minerais formados em pegmatitos 
tem o maior tempo de cristalização numa solução quimicamente rica em metais. 
Os aplitos são o maior indicador de presença de pegmatitos numa região. 
2.3.1. Formas de ocorrências dos pegmatitos e minerais característicos 
Os Pegmatitos ocorrem como lentes associados a estruturas de tipo aplito, que podem ser 
verticais, horizontais ou inclinados. Estes estão sempre associados a zonas fracas das respectivas 
rochas encaixantes, e são famosos pelo tamanho e qualidade dos seus minerais. 
Em minas de turmalinas existem varias possibilidades de encontrar outras gemas da mesma 
família. 
Classificação dos pegmatitos 
 Pegmatitos graníticos com fosfatos; 
 Pegmatitos graníticos com boro; 
 Pegmatitos graníticos líticos, e 
 Pegmatitos graníticos com boro e lítio 
13 
 
2.3.2. Teorias de formação 
Os pegmatitos são formados em áreas ricas em carbonatos; ou ricas em Magmas graníticos que 
cortam aquíferos subterrâneos e depósitos sedimentares que resultam em reacções freáticas, onde 
estes magmas graníticos permanecem basicamente a perder os seus componentes polimerizantes 
e os outros como o boro, lítio, flúor, etc mantêm a sílica em solução ate que o magma seja 
empobrecido. Pegmatitos podem ser zonados ou homogéneos. 
 
Fig. Minério de Pegmatito possuindo Berilo, Micas, quartzo e feldspatos. 
 
2.4.Classificação dos depósitos minerais quanto ao processo formador 
As classificações dos Depósitos Minerais que utilizam os Processos Geológicos responsáveis 
pela formação da anomalia podem ser agrupados, grosso modo, em dois tipos: 
 
i. Processos atuantes no interior da terra (Depósitos Magmáticos e Metamórfios) ou 
Processos Hipogênicos e; 
ii. Processos geológicos atuantes na superfície da terra ou próximos a ela ou Processos 
Supergênicos. 
 
14 
 
 
2.4.1. PROCESSOS ATUANTES NO INTERIOR DA TERRA (ou Hipogênicos) 
Os processos Hipogênicos responsáveis pela formação dos depósitos minerais são: 
 Segregação Magmática; 
 Pegmatitos; 
 Hidrotermalismo; 
 Secreção lateral; 
 Metassomatismo/ processos metamórficos. 
 
 
I. Segregação Magmática 
São aqueles depósitos, não incluindo os pegmatitos, que foram formados diretamente da 
cristalização do Magma. Eles são de dois tipos: 
 Cristalização Fracionada; 
 Líquido Imiscível. 
 
Cristalização Fracionada: Separação de mineral-minério pela cristalização durante a 
diferenciação magmática. Essa diferenciação magmática vai ocorrer na serie de Bowen 
Ex: Depósitos de Pt—Cr Bushveld, África do Sul. Depósito de titanium Tahawas. 
 
Fig5. Série de Bowen e respectiva classificação dos magmas pelo índice de cor. A série dos feldspatos é 
também conhecida como Série Contínua e a dos minerais máficos de Série Descontínua. 
 
 
 
Líquidos Imiscíveis/misciveis: líquidos na câmara magmática que (não) se misturam 
15 
 
Promovendo a concentração anômala de determinados elementos. 
Ex: Depósitos de Cu-Nide Sudbury, Canada e Niquel de Kambalda, Oeste da Australia. 
 
Dois tipos de magmas podem gerar depósitos minerais de segregações magmáticas, que 
são: 
 Magmas oxidados que dão origem a depósitos estratiformes de cromita FeCr2O4 + 
platinoides (Pt, Pd) ou elementos do grupo da platina (PGE). 
 Magmas reduzidos que dão origem a depósitos de níquel e cobre. 
Depósitos encontrados na segregação magmática 
 Depósitos de cromita; 
 Depósitos de Ni-Cu±Co; 
 Depósitos de EGP; 
 Depósitos de Ti₋V. 
Estes depósitos de segregação magmática estão relacionados com a orogénese, sendo portanto de 
carácter Endógeno, estando estes ligados a rochas básicas granulares e ultrabásicas 
 
 
 
 
Fi7 . Depósitos de Segregação Magmática Compilado de Xavier. 2009www.ige.unicamp.br/site/aulas/99/Maficas-
ultramaficas.ppt. 
 
 
16 
 
II. Pegmatitos 
São Rochas ígneas de granulação muito grosseira. Comumente formam diques e massas de 
poucos metros até 1-2 Km de comprimento. Atribui-se a representação da fase volátil do magma 
– processo pneumatolítico. 
 Na realidade Depósitos Minerais econômicos são relacionados com pegmatitos graníticos 
oriundos de magmas félsicos mais água. Elementos residuais tais como Li, Be, Nb, Ta, Sn and U 
não são acomodados na cristalização final da fase silicática e se cristalizam na fase volátil. 
Quando essa fração é injetada nas rochas regionais um pegmatito é formado. As temperaturas de 
deposição variam desde 250 a 750 °C. 
 
Os Pegmatitos são divididos em: 
 Simples ou não diferenciado (plagioclásio, quartzo e mica não zonados); 
 E complexos ou diferenciados (maior variedade de minerais e fortemente zonados). 
 
Os pegmatitos zonados e bem diferenciados são divididos em 4 zonas fundamentais: 
 Zona I: parte mais simples do pegmatito zonado, estando mais próximo da encaixante, 
mineralogia: feldspato, turmalina, biotita e granada; 
Zona II: intercrescimento gráfio de quartzo e feldspato; 
Zona III: apresenta os mesmos minerais das outras zonas, porém com grandes dimensões, 
grandes blocos em contato, os minerais mais raros se encontram nesta zona; 
Zona IV: grandes blocos, compostos quase que essencialmente de quartzo. 
 
III. HIDROTERMALISMO 
 Os Processos hidrotermais são caracterizados por soluções aquosas quentes responsáveis pela 
formação do Depósito Mineral. A faixa de temperatura varia desde 50 °C a 450 °C, sendo a água 
com alta salinidade (salmoura) a fase mais importante. 
Os quatro aspectos fundamentais para a mineralização hidrotermal acontecer são: 
 Fonte dos fluidos hidrotermais e metais; 
 Alteração hidrotermal; 
 Estabilidade de sulfetos e; 
 Transporte e precipitação dos metais. 
17 
 
Com base em Corbett & Leach (1998), Reed (1997), Titley (1992), Rose & Burt (1979) e Meyer 
& Hemley (1967), as alterações hidrotermais mais comuns e suas respectivas associações 
mineralógicas são: 
 Alteração Potássica: caracterizada por feldspato potássico e/ou biotita, tendo como 
acessório quartzo, magnetita, sericita e clorita. 
 Alteração Propilítica: caracterizada principalmente pela associação clorita-epidoto com 
ou sem albita, calcita, pirita, e como acessórios o quartzo-magnetita-illita. 
 Alteração Argilítica: caracterizada por argilas (caulim) e maior ou menor quantidade de 
quartzo. Essa alteração ocorre na faixa de pH entre 4 e 5 e pode co-existir com alunita em 
pH entre 3 e 4. A caolinita se forma a temperaturas abaixo de 300°C, (<150°-200°C). 
Acima dos 300°C a fase estável é a pirofiita. 
 Alteração Argilítica Avançada: Ocorre em ampla faixa de temperatura, porém as 
condições de pH entre 1 e 3,5 e se caracteriza principalmente por quartzo residual com ou 
sem a presença de alunita, jarosita, caolim, pirofiita e pirita. A temperatura acima de 
350°C pode ocorrer andalusita + quartzo. 
 Alteração Carbonatada: caracterizada por calcita, dolomita, ankerita, siderita, com 
maior ou menor sericita, pirita e/ou albita. Os carbonatos ocorrem numa ampla faixa de 
temperatura e pH, associados com caolinita, clorita e minerales calciossilicatados. 
Zonação de carbonatos em função de pH incremental é observado em muitos sistemas 
hidrotermais. 
 Alteração Calciossilicatada (“skarn” ou escarnitos): silicatos de Ca e Mg dependendo 
da rocha hospedeira calcário ou Dolomita. Calcário: granadas Andradite e grossularite, 
wollastonita, epidoto, diopsidio, clorita. 
 Alteração Tipo Greissen: Caracterizado por moscovita de granulação grossa, feldspato e 
quartzo,com ou sem topázio e/ou turmalina. Esta alteração ocorre principalmente 
associada a fases pneumatolíticas em rochas graníticas, a temperaturas acima de 250°C. 
 
IV. Secreção Lateral 
Que é a formação de depósitos minerais por lixiviação de metais e SiO2 da rocha hospedeira. O 
magma segrega os elementos químicos das rochas adjacentes, interagindo com a encaixante 
18 
 
devido à abertura promovida por fraturas. Ou seja, são depósitos resultantes da difusão do 
mineral-minerio e Ganga formando materiais de rochas regionais em falhas e estruturas. 
Exemplo: depósito de ouro de Yellowknife em canada. 
 
V. Processos Metamórficos ou Metassomáticos 
São depósitos pirometassomáticos (Skarn) formados pela recristalização de outras rochas 
adjacentes a uma intrusiva. Ex, depósitos de W de Bishop em Canada. 
Metamorfismo são todas as modificações na assembleia mineral de uma rocha, que ocorrem no 
interior da crosta da Terra, como resultado das mudanças na temperatura (T) e pressão (P), ou 
ação de fluidos hidrotermais. 
Essas modificações podem ser de caráter regional, restrita ao contato entre um corpo de rocha 
quente intrudido em uma rocha mais fria (Met. de Contato), devido a fluidos quentes 
(Hidrotermal), atuação preponderante da pressão (dinamometamorfismo), entre os principais 
tipos. 
 A B C 
 
Fig8. Alguns processos Metamórficos ou Metassomáticos. Compilado de Maranhão, 1983. 
 
A. Metassomatismo de Contato: Rocha quente intrudem rochas mais frias provocando uma 
espécie de “queimadura” (Rocha de Metamorfismo de Contato). A rocha intrusiva 
promove o calor e os fluidos com metais necessários para a reconcentração formando os 
Depósitos Minerais. 
B. Metamorfismo Hidrotermal: são transformações promovidas por reações entre a rocha 
hospedeira e fluidos quentes. 
C. Dinamometamorfismo: Predomina a ação da pressão, ou seja, a pressão é o principal 
agente transformador da rocha original (protólito). Ocorre em zonas de falhamentos e, 
19 
 
especialmente em Zonas de Cisalhamento que são importantes ambientes para Depósitos 
Minerais de ouro. 
 
2.4.1.1.Síntese dos depósitos de origem devido aos processos atuantes no interior da 
terra 
 
 
 
2.4.2. PROCESSOS ATUANTES NA SUPERFÍCIE DA TERRA OU PRÓXIMO A 
ELA (PROCESSOS SUPERGÊNICOS) 
Os processos Supergênicos responsáveis pela formação dos depósitos minerais são: 
 Acumulação Mecânica; 
 Enriquecimento Supergénico; 
 Processos Residuais; 
 Precipitação Sedimentar; 
 Processo Vulcano – Exalactivo. 
20 
 
i. ACUMULAÇÃO MECÂNICA 
São processos gravimétricos responsáveis pela concentração natural de minerais pesados e de 
baixa solubilidade. Assim, agentes como a água ou o vento transportam os minerais mais leves e 
concentram aqueles mais pesados. 
São também chamados de “Placer” ou Depósitos Detríticos, e podem formar depósitos recentes 
ou antigos (paleo-placer). 
Exemplos de depósitos de placer são inúmeros, como Ouro, ilmenita, magnetita e diamantes 
estão entre os minerais obtidos de placers 
 
 
Fig. Resistência dos minerais ao intemperismo, sendo o quartzo o mineral mais resistente. 
Numa experiência de GOLDICH, S. (1938, observou que durante o intemperismo o plagioclásio 
se decompõe primeiro, depois desaparece o K-Feldspato. Durante todo o processo se forma um 
mineral novo: o caulim. Então o intemperismo destruiu minerais, mas também se formaram 
novos minerais. 
Estes novos minerais formados (caulim + quartzo + cassiterita) podem sofrer a ação de 
meteorização e, em seguida o transporte, de modo que cheguem ao fundo do vale, num rio. O 
caulim provavelmente sofria mais transporte (por solução), o quartzo (por saltação e rolamento), 
enquanto a cassiterita, por ser mais pesada, tenderia a se concentrar no fundo do rio formando 
um “placer”, como mostra a figura abaixo. 
21 
 
 
Fig10. Processo de Concentração Mecânica 
 
ii. Enriquecimento Supergênico 
 Lixiviação de certos elementos da parte superior de um depósito mineral e sua reprecipitação 
em profundidade para produzir concentrações mais altas. A porção superior de muitos 
depósitos de cobre pórfiro tem seu enriquecimento devido aos processos supergênicos. 
Alguns autores consideram Processo Supergênico e Residuais como sinônimos 
 
iii. PROCESSOS RESIDUAIS 
Os processos residuais ocorrem com a lixiviação de elementos solúveis, deixando concentrações 
de elementos insolúveis. Esse processo tem sido invocado para a maioria dos depósitos de 
“gossans” (chapéu de ferro), lateritas e bauxitas. Nas bauxitas a lixiviação de ferro e óxido 
promove o enriquecimento de Alumínio. 
Neste sentido, os Depósitos Residuais seriam de dois tipos, um englobando os dentríticos (as 
concentrações mecânicas ou placers) e outro englobando todos os processos de enriquecimento 
através da lixiviação natural. 
Os Depósitos Residuais devido a processos de lixiviação natural são formados em regiões 
tropicais. Durante a estação chuvosa, ocorre intensa lixiviação das rochas e, durante a estação 
seca, a solução contendo íons lixiviados é atraída para a superfície pela capilaridade da rocha, 
por onde se evapora deixando sais que são “lavados” na próxima estação chuvosa. 
22 
 
Eventualmente, toda a zona abaixo do lençol freático é lixiviada de íons relativamente móveis, 
tais como sódio, potássio, cálcio e magnésio. Com a lixiviação sob condições de alto pH, a sílica 
também é dissolvida e removida do sistema. O material remanescente é usualmente óxido de 
ferro e alumínio que são concentrados. Rochas básicas e ultrabásicas tendem a formar Laterita 
enquanto rochas graníticas tendem a formar bauxita. 
. 
 
Fig. Esquema de Zonação de Alteração Supergênica de um Depósito de Sulfeto. Parcialmente compilado de 
www.geovirtual.cl 
 
Gossans ou Chapéu de Ferro=> são rochas que originalmente continham sulfetos e que foram 
submetidas a um processo de alteração supergênica. 
A cor avermelhada é uma característica importante dos Gossans. Ela se deve a transformação de 
sulfetos originais ricos em ferro em compostos oxidados. 
Os Gossans são o resultado da alteração física e química das rochas como conseqüência da ação 
de agentes como a chuva, o vento, sol ou as águas subterrâneas. Esses processos produzem a 
alteração dos sulfetos, dissolução e precipitação de outros minerais e uma importante lixiviação 
nas rochas. 
 
iv. PRECIPITAÇÃO SEDIMENTAR 
Que é a concentração anômala formada devido a precipitação química (evaporação ou saturação) 
de certos elementos dissolvidos na água (mar, lagoa,etc), como calcários, sal-gema, evaporitos, 
Formação de Ferro Bandada BIF, em que ferro e chert (gel silicoso) definem sequências 
23 
 
acamadadas (bandadas). 
Os BIF´s são formações sedimentares acamadadas consistindo de espessuras de mm a poucos 
cm, alternando camadas ricas em ferro (magnetita Fe3O4, hematite = Fe2O3, e siderite = Fe 
(CO)2) e minerais silicatados como o chert (SiO2) 
 
v. PROCESSO VULCANO – EXALATIVO 
São Depósitos Minerais sedimentar que mostram relação com Rochas Vulcânicas ou vulcanismo. 
Eles estão em conformidade com a rocha hospedeira e freqüentemente bandados, típicos de 
processos sedimentares. O principal constituinte é a pirita com ou sem calcopirita, esfarelita, 
garnierita, barita e Au Ag. Eles são de três tipos: 
 
Tipo Cyprus – Associado com rochas vulcânicas máficas e seqüências ofiolíticas. Consiste 
predominantemente de pirita com ou sem calcopirita. 
Tipo Besshi – Associado com vulcanismo basáltico à dacítico. Domina a pirita, mas a calcopirita 
e esfarelita são comuns. 
Tipo Kuroko - Associado com vulcanismo dacítico à riolítico. A pirita não é abundante, 
predominando a galena ou esfarelita, com ou sem calcopirita e tetraedita. Prata é comum. 
 
2.5.Classificação dos depósitos minerais quanto a características especiais 
 
2.5.1. Sulfetos Maciços Vulcanogênicos (VMS) – Uma classe especial de Depósitos 
Vulcano-exalativoscujas características mais marcantes decorrem da: 
 
 Acumulação de grandes massas de Sulfetos (essencialmente constituídas por pirita (± 
pirrotita), calcopirita, esfaleritae galena) e do; 
 Seu carácter estratiforme a lenticular, concordante em relação a horizontes estratigráfios 
bem definidos, onde os minérios se encontram encaixados. 
 
24 
 
2.5.2. Depósitos do Tipo Skarn - “SKARN” (em português escarnito) 
Skarn” as rochas metamórfias que contem minerais calciossilicatados, tais como, por exemplo: o 
diopsídio, epidoto, wollastonita, granada andradita, grossularita, actinolita etc. 
 Os “skarns” são formados durante o metamorfismo regional ou de contato e por uma variedade 
de processos metassomáticos envolvendo fluidos magmáticos, metamórfios. 
Os Depósitos Minerais de “skarn” são classificados de acordo com o metal econômico 
dominante. São Depósitos que partilham muitas modificações e características geoquímicas, mas 
são, no entanto, facilmente distinguíveis. Assim, os Depósitos metálicos de skarn são divididos 
em sete tipos (Au, Cu, Fe, Mo, Sn, W, e Zn - Pb). 
 
Fig11. Ambientes tectônicos de formação dos Skarns. Parcialmente compilado de Einaudi e Burt (1982) 
e http://www.science.smith.edu/departments/Geology/Skarn/ 
3. Alguns depósitos minerais de Moçambique (Carbanatitos, Kimberlitos, Pegmatitos). 
 
3.1.CARBONATITOS 
Os carbonatitos são rochas ígneas máfica-ultramáfica com pelo menos 50% de carbonatos 
primários (calcita, dolomita), com bandamento de fluxo. São corpos predominantemente 
intrusivos cilíndricos, na forma de pipe, frequentemente zonados concentricamente. Ocorrem 
normalmente na parte central de maciços de rochas alcalinas, em ambiente de rift continental. 
Acredita-se que a sua existência vai desde o proterozoico ao recente. O termo Rocha alcalinas é 
usado para todas as s rochas saturadas ou subsaturadas, predominamente básicas ate largamente 
acidas, e de sódicas a potássicas, caracterizados pela presença de feldspatoides, piroxénio, e 
anfibólios alcalinos. 
25 
 
Classificação dos carbonatitos 
 Em relação à proporção entre os carbonatos: Calcita-carbonatitos (mais abundantes) e os 
dolomita-carbonatitos. 
 Em relação aos minerais acessórios: carbonatitos ricos em apatita e magnetita, com 
feldspatoides, minerais de Nb-Ta, como o pirocloro (Na,Ca)2, (Nb, Ta ,Ti)2O6(F,OH), 
perovskita CaTiO3 e rutilo TiO2, e aqueles ricos em TR, sem feldspatoides, com 
carbonatos e fosfatos de TR e barita. 
 
Minérios de Carbonatitos 
Em carbonatitos encontram-se minerais como apatita e carbonatos; Nb-Ta (pirocloro); TR 
(perovskita, pirocloro e carbonatos); U-Th (pirocloro, uranotorita), Ti (rutilo, brookita, 
perovskita), Zr (zircão e badaleita), barita, fluorita e vermiculita. 
 
3.1.1. Depósitos de Carbonatitos em Moçambique 
Em Moçambique as intrusões carbonatiticas e alcalinas ocorrem na região centro-norte, cortando 
rochas do embasamento pré-câmbrico, onde temos: 
 Carbonatitos do Monte Fema a noroeste de Tete, que compreendem mineralizações de 
Dolomita-calcita, apatita e Micas, minerais Metálico, granadas e Turmalina. 
 Carbonatitos de Monte Muande a noroeste de Tete, que compreendem segundo Cilek 
(1989) rochas com fluorita, mineralizações de Manganês, ferro, nióbio, e terras raras. 
 Carbonatitos do Monte Xiluvo, que compreendem mineralizações de gneisses Quartzo-
feldspáticos, filitos pirocloro-apatita, hematita e calcita (Hormer et al,200). 
 Carbonatitos de Evate (Estrutura de Monapo), que compreendem mineralizações de 
apatita, diópsido, Magnetita e pirrotita. 
 
Em suma, os carbonatitos, pela sua natureza, são rochas bastantes restritas, quase que 
negligenciáveis volumetricamente, quando comparadas com outros tipos de rochas magmáticas, 
mas apresentam um potencial econômico valioso. Além de serem a principal fonte de ETR 
ocorrem normalmente associados a mineralizações de fósforo, cobre, zircão, nióbio, titânio e dos 
minerais vermeculita, magnetita/hematita entre outros (CHAÚQUE, 2008) 
26 
 
3.2.Kimberlitos 
Os Kimberlitos são rochas ígneas intrusivas principais fontes de depósitos primários de 
diamantes. São peridotitos alcalinos (potássicos), porfiríticos e hipabissais que ocorrem em 
regiões cratônicas (estáveis), constituídos essencialmente por olivina, flogopita, granada 
(fenocristais) em matriz de olivina, piroxênio, espinélio, perovskita, calcita, monticelita. O 
diamante é um mineral eventual que foi arrancado de rochas do manto pelos kimberlitos. 
O kimberlito é um corpo intrusivo raso (subvulcânico) pequeno, com um pipe em forma de 
cenoura, com 80 a 150m em planta e 300 a 2.000m em profundidade. O pipe kimberlítico é 
constituído por três fácies: cratera, diatrema (onde normalmente se encontram os diamantes) e 
hipabissal. 
 
Fig12. Exemplo de um pipes de kimberlito com suas três fácies, cratera, diatrema(brecha) e hipabissal(Raiz). E uma 
amostra de kimberlito com Diamante 
Modo de ocorrência dos kimberlitos 
 Forma de carotes; 
 Forma de Diques; 
 Forma de soleiras . 
Processo de formação de Diamantes 
De uma forma geral, os Diamantes tiveram a sua formação em chaminés vulcânicas, onde as 
explosões de gases proporcionam a libertação de energia e deslocam conduzindo magma 
constituído de Kimberlito onde se encontram os diamantes, estes que serão levados em direção à 
superfície e rapidamente sofrem resfriamento 
27 
 
3.2.1. Depósitos de kimberlitos em Moçambique 
De acordo com a MINER, há especulação de ocorrência de kimberlitos nas províncias de Sofala, 
Manica, e Niassa, estes que estarão ligados a formação de Diamantes uma realidade ate então 
não comprovada. E também que estariam constituídos por mineralizações de olivina, flogopita, 
granada, calcita, monticelita e ETR. 
Na província de Gaza distrito de Massangena nos rios Limpopo e Singédzi, têm sido encontrados 
alguns diamantes, de reduzidas dimensões, provavelmente resultantes do escoamento efetuado 
pelos cursos de água proveniente da vizinha Africa do Sul. 
Acredita-se também que todo o vale do Save seja propenso a ocorrência de Diamantes 
resultantes do Escoamento de sedimentos. 
 
3.3.Pegmatitos 
Tal como foi abordado anteriormente, os pegmatitos são rochas holocristalinas de natureza ígnea 
ou metamórfica e granulação anormalmente grossa, cujos constituintes minerais essenciais são os 
mesmos que ocorrem tipicamente nas rochas ígneas normais (Jahns, 1955). Geralmente os 
pegmatitos com interesse econômico são de natureza ígnea granítica. Esses pegmatitos são 
produtos da cristalização de magmas graníticos residuais, enriquecidos em sílica, alumina, álcalis 
e elementos raros que não se acomodam bem nos minerais comuns das rochas graníticas, como 
Li, Rb, Be e Ce, Nb, Ta, U, Th, Sn, W e TR e voláteis (sobretudo água). 
A saturação em água parece ser o ponto que distingue os pegmatitos das rochas comuns, 
condição que favorece o crescimento dos cristais. Por outro lado, somente alguns pegmatitos 
graníticos têm realmente interesse econômico, sobretudo gemológico. São pegmatitos complexos 
e zonados, enriquecidos em minerais acessórios exóticos, com elementos raros listados acima. 
Zoneamento dos pegmatitos => é a injeção e cristalização de um magma silicático residual rico 
em água, em que os primeiros cristais que se formam reagem com o magma residual que muda 
progressivamente sua composição da periferia para o núcleo do corpo pegmatítico, com zonas 
externas mais precoces e zonas internas mais tardias. Até 4 zonas concêntricas podem ocorrer, 
28 
 
diferenciadas pela composição mineralógica e textura: borda, parede, intermediária e o núcleo. 
Os minerais raros de interesse econômico normalmente cristalizam na zona intermediária, 
podendo haver 5 ou 6 subzonas intermediárias diferenciadas pelas assembleias minerais como 
mostra figura abaixo. 
 
 
Fig13. Zonas dos pegmatitos e suas composições mineralógicas. Veios de umpegmatito. 
 
3.3.1. Depósitos de Pegmatitos em Moçambique 
Em Moçambique os campos pegmatíticos distribuem-se a norte do paralelo 19º 30’ de latitude 
sul e ocorrem em todas as províncias administrativas das regiões nordeste e noroeste do país, 
desde Sofala e Manica, a sul, até Cabo Delgado e Niassa, a norte. De acordo com o 
conhecimento existente, actualmente o maior e mais importante campo pegmatítico é o da região 
do Alto Ligonha, no centro da Província da Zambézia, descrito como se estendendo ao longo de 
170 km, desde Mocubela, a sul, até ao Alto Ligonha, a norte [Marques, 1989]. 
i. Os pegmatitos do Distrito do Alto Ligonha, estes apresentam geoquimicamente feição 
LCT (Li, Cs, Ta), com substituição hidrotermal extensa e são portadores de micas 
líticas e minérios ricos em tântalo. No contíguo Distrito do Sul, os pegmatitos 
29 
 
apresentam paragéneses primárias LCT ainda preservadas, com petalite e 
espodumena como vestígios de temperatura elevada e tapiolite , tantalite , e microlite 
como minérios dominantes, também são encontrados mineralizações de Amazonite e 
turmalina (Marques, 1989). 
 
ii. Em Cabo Delgado existem pegmatitos na região de Mueda, pouco estudados e na 
Província do Niassa os mais conhecidos são os portadores de elementos raros e 
ocorrem nas regiões de Metarica e de Marrupa. Os pegmatitos da região de Marrupa 
são do tipo NYF (Nb, Y, F). 
 
iii. O Campo Pegmatítico de Marirongoè é o mais conhecido e famoso existente na 
Província de Tete. Com efeito, parece ser um dos mais completos campos 
pegmatíticos do tipo NYF, mostrando paragéneses peculiares com columbite, topázio, 
berilo nobre (variedades água-marinha e heliodoro), minerais metamíticos (monazite, 
xenotima, euxenite, samarsquite), amazonite, entre outros (Marques et al., 2011). Um 
outro local de ocorrência de pegmatitos nesta província é Mavúdzi, onde os mesmos 
são bem mineralizados. Tete apresenta campos pegmatíticos espalhados pelos 
Distritos administrativos de Zumbo, Zâmbuè, Chioco, Cazula, Moatize, Changara e 
Zóbuè, entre outros. 
 
 
iv. Um dos campos mais recentemente descobertos no país estende-se pelos Distritos de 
Catandica e Guro, Província de Manica, com pegmatitos heterogéneos distribuídos 
por terrenos com idades paleoproterozóica (Grupo de Gairezi) e mesoproterozóica 
(Complexo do Báruè). Este grupo de pegmatitos possui mineralizações 
gigaturmalinas de tipo elbaítico. 
v. O Campo Aplito-Pegmatítico de Inchope-Doerói localiza-se no extremo ocidental da 
Província de Sofala e prolonga-se pela vizinha Província de Manica. É constituído 
por pegmatitos mineralizados em cassiterite e tantalite, os únicos deste tipo ocorrendo 
em Moçambique. 
 
30 
 
4. Ocorrência dos recursos geológicos no país 
O arcaico tem um alto potencial para Au, Cu, Ni, Fe e asbestos, bem como bauxito (como 
produto de alteração de várias rochas ígneas – GTK, 2006). O Paleoproterozóico mostra 
potencialidades para Fe, Cu e calcários. O Mesoproterozóico do Gondwana E apresenta 
potencialidades grandes para grafite ligada aos gnaisses e xistos. Já o Mesoproterozóico do 
Gondwana Sul, mostra grande potencial para pegmatitos com terras raras e pedras preciosas e 
semi-preciosas, e, ainda, micas, “coltan”, minerais de Li, Bi e Sb. O SGK apresenta enormes 
potencialidades em carvão, de que são já sobejamente conhecidos as minas de Moatize e de 
Benga, havendo outros depósitos conhecidos, alguns deles em desenvolvimento. Os depósitos de 
Moatize e de Benga são de classe mundial. A fluorite ocorre em fracturas mesozóicas ligadas à 
evolução do rift este-africano. Quanto a diamantes, foram encontrados micro-diamantes ao longo 
dos Rios Limpopo e Singédzi (Província de Gaza) e kimberlitos na Província do Niassa. Os 
hidrocarbonetos apresentam uma grande potencialidade, tanto em onshore como em offshore em 
ambas as Bacias do Rovuma e de Moçambique. 
31 
 
 
 
Fig13. Distribuição dos recursos geológicos 
32 
 
5. Conclusão 
Chegado ao fim do presente trabalho, observou-se que é impossível empreender o estudo dos 
Depósitos minerais sem o conhecimento prévio dos princípios e dos métodos de trabalho da 
Geologia Geral. De contrário, os resultados obtidos serão sempre incertos senão francamente 
Erróneos, facto que, dado o volume de capitais indispensáveis ao desenvolvimento de qualquer 
Indústria mineira, pode conduzir a resultados catastróficos. 
 
E que é o estudo da geologia dos jazigos minerais que possibilita a limitação e a orientação dos 
trabalhos de prospecção mineira e, ainda, a determinação das características qualitativas e 
quantitativas das ocorrências das massas minerais que constituem os jazigos minerais. As 
primeiras permitem realizar uma prospecção eficaz e económica, as últimas fornecem os 
elementos indispensáveis para a resolução do problema da explorabilidade dos jazigos. 
 
As rochas alcalinas têm sua importância econômica associada às elevadas concentrações de 
elementos incompatíveis e de grande raio iônico, tais como tântalo, nióbio e dos Elementos de 
Terras Raras (ETR) bem como a sua associação com depósitos de apatita, que vão variar 
conforme sua gênese, portanto a compreensão da sua gênese é importante para entender os 
processos magmáticos e sua evolução que possam ter relação com o processo mineralizador. 
 
E de importante referir que os diamantes são perfeitamente encontrados em regiões onde as 
rochas arqueanas estejam preservadas e repousem sobre a litosfera espessa e fria. Os cratons 
arqueanos constituem portanto os alvos prioritários na prospeção para diamantes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
33 
 
6. Referências Bibliográficas 
Revista Brasileira de Geoctencies . Volum e 3 1, 200 1. 
GEOLOGIA APLICADA À MINERAÇÃO /Módulo 3: unidades 6 e 7/ Organização: 
Prof. Marcio D. Santos/ Belém/PA 2019. 
Noções de Prospecção e Pesquisa Mineral para técnicos em Geologia e Mineração © 
Copyright 2010 da Editora do IFRN 
Biondi J.C. 2002. Processos metagenéticos e os depósitos minerais brasileiro. Oficina de 
Textos, 528p. 
Engenharia Geológica e de Minas / IST 
Bittencourt, J.S.; Moreschi, J.B.; Toledo, M.C.M. Recursos Minerais da Terra. In: 
Teixeira, W. et al. Decifrando a Terra. Companhia Editora Nacional. Capítulo 19, p. 508-535. 
2009 
CHAÚQUE, F. R. Estudo geocronológico, litogeoquímico e de geoquímica isotópica de 
alguns carbonatitos e rochas alcalinas de Moçambique. Universidade Federal de São Paulo. 
[S.l.]. 2008. 
Direcção dos Serviços de Geologia e Minas, Notícia Explicativa da Carta de Jazigos e 
Ocorrências Minerais na escala 1:2 000 000, Imprensa Nacional de Moçambique, Lourenço 
Marques, Moçambique (1974), pp. 61. 
Marques, J.M., O Campo Pegmatítico do Alto Ligonha: Estado actual e sua importância a 
curto prazo, Tese de Licenciatura, Departamento de Geologia, Faculdade de Ciências, 
Universidade de Lisboa, Lisboa, Portugal (1989), pp. 291. 
https://www.preparaenem.com/amp/geografia/formacao-diamantes.htm 
www.portaldogoverno.gov.mz/imprensa/noticias/confirada-ocorrencia-de-diamantes-em-
mocambique 
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