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CORPO DE MILITAR CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA DIREITO CONSTITUCIONAL Porto Alegre/RS 2018 CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP DIREITO CONSTITUCIONAL 2 CADERNO TEMÁTICO DE DIREITO CONSTITUCIONAL Comandante Geral do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio Grande do Sul CEL QOEM Cléber Valinodo Pereira Diretor da Academia de Bombeiro Militar CEL QOEM Lúcio Alex Ruzicki Comissão de Elaboração Major QOEM José Carlos Sallet de Almeida e Silva Cap QOEM Airton Juarez Ickert Cap QOEM Elisandro Machado Cap QOEM Márcio Müller Batista Al. Of. Sandro Borges Selau Suporte Técnico e Pedagógico Al. Oficial Sandro Borges Selau 2°Sgt QPBM Marco Contreiras de Souza Junior 2° Sgt QPBM Marco Paim Reis CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP DIREITO CONSTITUCIONAL 3 PREFÁCIO Mensagem do Comandante geral sobre o CTSP. Palavra do Comandante Geral CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP DIREITO CONSTITUCIONAL 4 Índice Lição 1 – Aspectos fundamentais do Direito constitucional....... 03 Lição 2 – Direitos e Garantias Fundamentais.............................12 Lição 3 – Poderes do Estado..................................................... 29 Lição 4 – Sistema de Segurança Pública.................................. 39 Referências bibliográficas ......................................................... 46 CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP DIREITO CONSTITUCIONAL 5 INTRODUÇÃO O Direito Constitucional é o ramo do direito que estuda os princípios e normas que organizam o Estado, a divisão dos Poderes e os Órgãos públicos, bem como os direitos e garantias individuais. Estas normas estão previstas na Constituição do Estado. A constituição é a norma suprema de um país, nela estão previstos os fundamentos básicos do Estado. É fundamental ao Sargento do Corpo de Bombeiros, representante do Estado junto à comunidade ter conhecimento sobre as normas gerais que regulam o Estado brasileiro, afinal de contas, o Corpo de Bombeiros Militar é um órgão de Estado responsável pela segurança da comunidade. A instituição está inserida em um contexto político administrativo, pertencente ao sistema de segurança pública, com missões constitucionais. São conhecimentos básicos que proporcionam uma visão geral do funcionamento do Estado, competência legislativa, direitos fundamentais entre outros assuntos necessários ao agente público. O conteúdo integra a Matriz Curricular Nacional da SENASP para a formação dos Corpos de Bombeiros Militar dos Brasil. CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP DIREITO CONSTITUCIONAL 6 LIÇÃO 1 ASPECTOS FUNDAMENTAIS DO DIREITO CONSTITUCIONAL Objetivos: Ao final desta lição você será capaz de: 1) Conhecer os aspectos fundamentais do Direito Constitucional; 2) Identificar a classificação e a hierarquia das leis; 3) Entender a evolução histórica das Constituições no Brasil; 4) Aprender os princípios fundamentais da Constituição federal de 1988; 5) Conhecer as funções essenciais à justiça. I. Aspectos Conceituais: a) Direito Constitucional: Configura-se como Direito Público Fundamental por referir-se diretamente à organização e funcionamento do Estado, à articulação dos elementos primários do mesmo e ao estabelecimento das bases da estrutura política.1 1 SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 34 ed. São Paulo: Malheiros, 2011. Bombeiro-02 Realce Bombeiro-02 Realce Bombeiro-02 Realce CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP DIREITO CONSTITUCIONAL 7 b) Constituição Federal: Considerada a lei fundamental de uma Nação, seria, então, a organização dos seus elementos essenciais: um sistema de normas, que regula a forma do Estado, a forma de seu governo, o modo de aquisição e o exercício do poder, o estabelecimento de seus órgãos, os limites de sua ação, os direitos fundamentais do homem e as respectivas garantias; em síntese, é o conjunto de normas que organiza os elementos constitutivos do estado. A Constituição também pode ser definida como a estrutura de um ser que se convencionou chamar de Estado. Na Constituição encontram-se os elementos estruturadores do Estado, fixadores de sua organização e da previsão de direitos e garantias fundamentais; Pode-se também afirmar que a Constituição é o conjunto de normas e princípios que organizam os elementos constitutivos do Estado (território, povo e soberania). c) Estado: É uma sociedade política, devidamente organizada sob a forma de governantes e governados, dotada de características próprias e elementos essenciais: povo, território e soberania. - Povo: É o elemento humano do Estado, são as pessoas que mantém um vínculo jurídico-político com o Estado (sujeito aos direitos e deveres por ele impostos). Diferente de população, que é um índice numérico, ou seja, são as pessoas que se encontram em determinada região, seja temporariamente ou permanentemente, sejam estrangeiros ou nacionais. - Território: É o espaço material, dentro do qual o Estado exerce a sua supremacia sobre as pessoas. Diferente de espaço geográfico, pois sua abrangência é maior, compreende o mar territorial, as fronteiras, o espaço aéreo, navios em alto mar, aeronaves sobrevoando espaço aéreo internacional e navios e aeronaves militares em qualquer lugar. - Soberania: É o elemento formal do Estado, é o poder absoluto que as autoridades constituídas possuem de sobre as pessoas que residam em determinado território. As normas jurídicas de mais alto grau encontram-se na Constituição Federal, são as Normas Constitucionais. II. A Constituição e as leis a) Conceito: Para Hans Kelsen, a constituição é o conjunto de normas fundamentais que exteriorizam os elementos essenciais de um estado (sentido jurídico). É a norma fundamental de organização de um Estado e de seu povo. b) Objetivo: Estruturar e delimitar o poder político do Estado e garantir direitos fundamentais ao povo. Bombeiro-02 Realce Bombeiro-02 Realce Bombeiro-02 Realce Bombeiro-02 Realce Bombeiro-02 Nota Elementos constitutivos do Estado: Território, povo e soberania. Bombeiro-02 Realce Bombeiro-02 Realce Bombeiro-02 Realce Bombeiro-02 Realce Bombeiro-02 Realce Bombeiro-02 Realce Bombeiro-02 Realce Bombeiro-02 Realce Bombeiro-02 Realce Bombeiro-02 Realce CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP DIREITO CONSTITUCIONAL 8 c) Matérias Constitucionais: São matérias constitucionais somente a organização política do estado e os direitos e garantias individuais. Obs.: Qualquer outro assunto é constitucional apenas na forma, ou seja, porque foi inserido na constituição. d) Cláusulas Pétreas: São aquelas que estão na Constituição e não podem ser abolidas de nosso ordenamento jurídico (art. 60, §4º da CF). Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: [...] §4º. Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: I – A forma federativa de Estado; II – O voto direto, secreto, universal e periódico; III – A separação dos Poderes; IV – Os direitos e Garantias individuais. e) Hierarquia das Leis: Pela ordem de importância: Constituição, Emendas à Constituição, Leis Complementares, Leis Ordinárias, Leis Delegadas, Medidas Provisórias, Decretos Legislativos e Resoluções (art. 59 ao 69 da CF). f) Revogação e suspenção das leis: Regra geral, a lei permanece em vigor enquanto outra não há modifique ou revogue. A exceção são as leis temporárias que perdem sua vigência com o decurso do tempo. A revogação pode ser: - Expressa: quando uma lei nova declara a revogação de lei anterior - Tácita:quando a lei nova é incompatível com a lei anterior ou quando regule inteiramente ou parcialmente a matéria que tratava a lei anterior (art. 1º da LICC). A revogação ainda pode ser: Bombeiro-02 Realce Bombeiro-02 Nota Matérias constitucionais: organização política do Estado e os direitos e garantias individuais. Bombeiro-02 Realce Bombeiro-02 Nota Cláusulas Pétreas. Bombeiro-02 Realce Bombeiro-02 Nota Decreto está abaixo de medida provisória. CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP DIREITO CONSTITUCIONAL 9 - Total = Ab-rogação (quando toda a lei é revogada); - Parcial = Derrogação (quando apenas alguns artigos da lei são revogados). OBSERVAÇÃO: A lei nunca é revogada pelo desuso. Ela só pode ser revogada por outra lei, seja da mesma hierarquia ou de hierarquia superior. Porém, há casos em que as leis podem ser suspensas, como é o caso da vigência de Guerra Declarada ou de decretação de Estado de Sítio ou de Defesa e art. 52, X da CF. III. Evolução histórica das constituições no Brasil IV. Constituição Federal de 1988 a) Principais Características: 1) Restabeleceu eleições diretas para os cargos de presidente da República, governadores de estados e prefeitos municipais; 2) Estabeleceu o direito de voto para os analfabetos; 3) Definiu o voto facultativo para os jovens de 16 a 18 anos de idade; 4) Sistema pluripartidário; Bombeiro-02 Realce Bombeiro-02 Realce Bombeiro-02 Realce Bombeiro-02 Realce Bombeiro-02 Realce Bombeiro-02 Realce Bombeiro-02 Realce Bombeiro-02 Realce Bombeiro-02 Realce AATPROTOCOLO Nota Bizú CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP DIREITO CONSTITUCIONAL 10 5) Colocou fim a censura aos meios de comunicação, obras de arte, músicas, filmes, teatro, etc. 6) Férias anuais remuneradas com 1/3; 7) Licença à gestante; 8) Licença-paternidade; 9) Prescrição de 5 anos créditos trabalhistas, até 2 anos após a extinção do contrato de trabalho; 10) Insalubridade ou periculosidade; 11) FGTS 12) Participação nos lucros 13) Repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos; 14) Aviso prévio; 15) Aposentadoria; 16) Assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 anos de idade em creches e pré-escolas b) Princípios Fundamentais da CF/88 - República Federativa do Brasil: art. 1º, caput da CF. Art. 1º - A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: SOberania; CIdadania; DIgnidade da pessoa humana; VAlores sociais do trabalho e da livre iniciativa; PLUralismo político. Os “ALICERCES” da Constituição Federal são os FUNDAMENTOS “SO CI DI VA PLU” - Estado Democrático de Direito: É aquele em que todas as ações são reguladas por lei ou normas. Tendo em vista o aspecto democrático, devem ser elaboradas por um poder escolhido pelo povo e destinadas ao seu interesse (do povo, pelo povo, para o povo). Etimologicamente, significa RES – coisa, PUBLICO – povo, ou seja “coisa do povo, para o povo”. São características básicas: Bombeiro-02 Realce Bombeiro-02 Realce Bombeiro-02 Realce Bombeiro-02 Realce Bombeiro-02 Realce Bombeiro-02 Realce Bombeiro-02 Nota Fundamentos: SOCIDIVAPLU CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP DIREITO CONSTITUCIONAL 11 Representatividade - o povo escolhe seus representantes; Eletividade - a escolha é feita através do voto, de eleições; Periodicidade - o representante exerce mandato temporário (4 anos); Responsabilidade - dever de probidade administrativa; Soberania popular - o poder emana do povo e por ele é exercido. “REPRESO” - Fundamentos: art. 1º e incisos, da CF. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. Parágrafo único do 1º CF - Separação Dos Poderes: art. 2º da CF. São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. Art 2º CF - OBJETIVOS FUNDAMENTAIS: art. 3º da CF. Os “TIJOLOS” da Constituição Federal são os Objetivos Fundamentais” COnstruir uma sociedade livre, justa e solidária; GArantir o desenvolvimento nacional; ERradicar a pobreza e a marginalização; reduzir as desigualdades sociais e regionais; PROmover o bem de todos, sem quaisquer preconceitos ou discriminação; “COGAERPRO” c) Emenda à Constituição A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal; II - do Presidente da República; III - de mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros. - Limitações: Situações em que a Constituição não poderá ser emendada. Bombeiro-02 Realce Bombeiro-02 Realce Bombeiro-02 Realce Bombeiro-02 Nota Objetivos: verbos no infinitivo. COGAERPRO (4 verbos) Bombeiro-02 Realce Bombeiro-02 Realce Bombeiro-02 Realce Bombeiro-02 Realce Bombeiro-02 Realce Bombeiro-02 Realce Bombeiro-02 Realce Bombeiro-02 Realce Bombeiro-02 Realce Bombeiro-02 Realce Bombeiro-02 Realce Bombeiro-02 Nota Não confundir, 1/3 para propor e 3/5 para aprovar. CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP DIREITO CONSTITUCIONAL 12 Vedações circunstanciais: Na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio. Vedações Materiais: Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: (cláusulas pétreas) I - a forma federativa de Estado; II - o voto direto, secreto, universal e periódico; III - a separação dos Poderes; IV - os direitos e garantias individuais. - Procedimentos para a apresentação de uma Emenda à Constituição A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros. A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem. A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa. - Sessão Legislativa Ordinária : Período de 15/02 a 30/06 e 01/08 a 15/12. Extraordinária: Período de 01/07 a 31/07 e 16/12 a 14/02 (recesso). O Presidente da República NÃO SANCIONA NEM VETA Lei de Emenda à Constituição; Bombeiro-02 Realce Bombeiro-02 Realce Bombeiro-02 Realce Bombeiro-02 Realce Bombeiro-02 Realce Bombeiro-02 Realce Bombeiro-02 Realce Bombeiro-02 Realce Bombeiro-02 Nota dois turnos e 3/5. Bombeiro-02 Realce Bombeiro-02 Nota Bizú! CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP DIREITO CONSTITUCIONAL 13 d) Tratados Internacionais “Uma norma de Direito Internacional não produz efeitos imediatos dentro do território nacional”, ou seja, precisa ser recepcionada. 1. A Natureza Jurídica do Tratado Internacional que NÃO verse sobre Direitos Humanos é de NORMA INFRA-CONSTITUCIONAL e portanto tem a NATUREZA DE LEI ORDINÁRIA. 2. A Natureza Jurídica do Tratado Internacional que versar sobre Direitos Humanos é EQUIVALENTE ÀS EMENDAS CONSTITUCIONAIS (dos tratados que forem posteriores à EC. 45/2004) 3. A Natureza Jurídica do Tratado Internacional que versar sobre Direitos Humanos anterior à EC. 45/2004 será SUPRALEGAL (está acima da Lei e abaixo da CF) Bombeiro-02 Realce Bombeiro-02 Realce Bombeiro-02 Realce CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP DIREITO CONSTITUCIONAL 14 V. Funções essenciais à justiça - Ministério Público: O Ministério Público é uma instituição “extra-poder”, ou seja, o Ministério Público, sem ser poder, exerce atribuições e possui garantias de Poder; o Ministério Público portanto não é uma 4ºPoder, pois nós temos formalmente, 3 órgãos que exercem parcela da Soberania do Estado: Legislativo; Executivo; Judiciário e uma instituição “extra-poder”, que é o Ministério Público; - Advocacia e Defensoria Pública: Advocacia: Assegura a ampla defesa assegurada pela Constituição como direito fundamental, o STF editou a Súmula Vinculante n. 14: “É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa”. Defensoria Pública: A defensoria pública é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe, como expressão e instrumento do regime democrático, fundamentalmente, a orientação jurídica, a promoção dos direitos humanos e a defesa, em todos os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos, de forma integral e gratuita, aos necessitados, assim considerados na forma integral e gratuita, aos necessitados, assim considerados na forma do inciso LXXIV do art. 5º da CF/88. Minhas anotações ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ __________________________________________________________________ Bombeiro-02 Realce Bombeiro-02 Realce Bombeiro-02 Realce CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP DIREITO CONSTITUCIONAL 15 LIÇÃO 2 DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS Objetivos: Ao final desta lição você será capaz de: 1) Compreender os direitos fundamentais básicos da República Federativa do Brasil 2) Reconhecer os direitos e as garantias constitucionalmente asseguradas; 3) Diferenciar direitos fundamentais de garantias fundamentais; 4) Entender o que são direitos sociais; 5) Compreender o que são e quais são os direitos políticos constitucionalmente assegurados. Aspectos Gerais: O art. 5° da Constituição de 1988 enuncia a maior parte dos direitos fundamentais de primeira geração (ou dimensão) albergados em nosso ordenamento constitucional (embora nele não haja apenas direitos individuais, mas também alguns direitos de exercício coletivo). O caput deste artigo enumera cinco direitos fundamentais básicos, dos quais os demais direitos enunciados nos seus Bombeiro-02 Realce Bombeiro-02 Realce Bombeiro-02 Realce CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP DIREITO CONSTITUCIONAL 16 incisos constituem desdobramentos: (1) direito à vida; (2) direito à liberdade; (3) direito à igualdade; (4) direito à segurança; (5) direito à propriedade. Nesta unidade didática estudaremos, discriminadamente, os direitos fundamentais constantes no art. 5° da Carta de 1988, bem como os direitos sociais e os direitos políticos. Antes, porém, cumpre trazer algumas referências aos aspectos fundamentais do direito constitucional pátrio. Bons estudos a todos!!! Introdução Os direitos fundamentais ganham destaque especialmente após a Revolução Francesa, momento em que diversas correntes filosóficas e políticas como o racionalismo e o contratualismo inspiram a vontade popular de impor limites ao Estado, reconhecendo um limite mínimo de proteção ao indivíduo perante o Estado. Nossa Constituição relaciona os direitos fundamentais em seu Título II, denominado “Dos Direitos e Garantias Fundamentais”. A posição “geográfica” desse título, logo no início do texto, demonstra a importância dos direitos fundamentais em nossa ordem constitucional. Seguindo os ensinamentos de Ingo Wolfgang Sarlet2, temos que a maneira mais precisa de diferenciarmos os ditos direitos fundamentais dos direitos humanos é através da positivação, senão vejamos: “os direitos fundamentais constituem um conjunto de direitos e liberdades institucionalmente reconhecidos e garantidos pelo direito positivo de determinado Estado através de sua Carta Política, enquanto que os direitos humanos são aqueles direitos reconhecidos nos tratados internacionais”. Abaixo, são apresentados os principais artigos da Constituição que fazem referência a direitos fundamentais, sempre lembrando que os direitos fundamentais podem estar em outros pontos da Constituição Federal também. a. DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS: art. 5º ao art. 17 da CF. b. DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS: art. Art. 5º, CF. c. DIREITOS SOCIAIS: art. 6º ao 11 da CF. d. DIREITOS DE NACIONALIDADE: art. 12 e 13 da CF. e. DIREITOS POLÍTICOS: art. 14 ao 16 da CF. f. PARTIDOS POLÍTICOS: art. 17 da CF. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS Na Antiguidade os direitos fundamentais eram descritos, não como limitadores do poder Estatal, pois naquela época não se conhecia o fenômeno da limitação, assim as leis que organizavam os Estados não atribuíam aos indivíduos direitos frente ao poder Estatal. Verifica-se, ainda, que os direitos fundamentais não surgiram de 2 SARLET, Ingo Wolfgang. A eficácia dos direitos fundamentais. 4ª ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2004, p. 33. Bombeiro-02 Realce Bombeiro-02 Realce CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP DIREITO CONSTITUCIONAL 17 forma instantânea. A conquista dos direitos fundamentais ocorreu ao longo da história, de tal forma que podem ser identificadas diversas gerações de direitos, que nada mais são do que representação dos momentos históricos e dos direitos ali conquistados. As gerações de direitos também podem ser denominadas dimensões de direitos fundamentais, termo que deixa claro o fato de que as gerações não são superadas, mas sim incorporadas às novas gerações de direitos fundamentais, sendo a expressão mais correta. Na sequência, é apresentada figura que mostra um resumo das diversas dimensões de direitos e, para fins de CTSP os termos dimensão e geração devem ser vistos como sinônimos. CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP DIREITO CONSTITUCIONAL 18 DIFERENCIAÇÃO ENTRE DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS: a) DIREITOS FUNDAMENTAIS: São os bens e vantagens prescritos na norma constitucional. Ex.: a liberdade. b) GARANTIAS FUNDAMENTAIS: São os instrumentos através dos quais se assegura o exercício desses direitos ou os repara, em caso de violação. CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS: a) Aplicação imediata (art. 5º, §1º da CF); b) História no Cristianismo; c) Universal; d) Limitado; d) Concorrente; e) Irrenunciabilidade; f) Inalienabilidade; g) Imprescritibilidade. DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS - Ler o art. 5º da CF Assim dispõe o art. 5° da Constituição Federal: Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: Em primeiro lugar, há que se frisar que o dispositivo acima transcrito reproduz o princípio da isonomia, que consiste na proibição da criação de distinções que não sejam fundamentadas. Assim, impõe a Constituição que os iguais sejam tratados de forma igual e os desiguais sejam tratados de forma desigual. Assim, por exemplo, justifica-se a existência de critérios diferenciados para homens e mulheres em uma prova física em um concurso público ante as nítidas diferenças fisiológicas entre os gêneros. Na sequência, são apresentados os principais pontos encontrados no título referente aos direitos fundamentais: O Direito à Vida: O direito à vida é o mais fundamental de todos os direitos, já que constitui pré-requisito para o exercício de todos os demais direitos, sendo considerado sob dois aspectos preponderantes: o direito de continuarvivo, bem como o de conviver dignamente. A Constituição protege a vida de uma forma geral, inclusive uterina. Princípio da Igualdade: O princípio da igualdade (isonomia) decorre da concepção clássica do que é justiça, ou seja, o tratamento desigual de casos desiguais, na medida em que são desiguais. Em outros termos, o que se veda é o Bombeiro-02 Realce Bombeiro-02 Nota Garantias são os instrumentos que asseguram os direitos. Bombeiro-02 Realce Bombeiro-02 Realce CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP DIREITO CONSTITUCIONAL 19 tratamento desigual daqueles casos que se encontram na mesma situação. O que realmente se protege são certas finalidades, somente se tendo por violado o princípio da igualdade quando o elemento discriminador não se encontre a serviço de uma finalidade acolhida pelo direito. Somente pode ser considerado lesado o princípio da igualdade quando o elemento discriminador atuar de forma não amparada pelo direito sendo perfeitamente possível, dependendo do caso concreto, a estipulação de limitação etária para ingresso no serviço público, desde que, verificada a peculiaridade da situação (como no caso dos militares, nos termos do art. 142, § 3°, X da CF/88). Ressalte-se que, em princípio, não poderá haver discriminação por motivo de idade para admissão no serviço público (art. 7°, XXX), porém, conforme afirmado, depende sempre da avaliação da hipótese e da atuação do elemento discriminador (no caso o elemento etário) em função de finalidade acolhida pelo direito. Igualdade entre Homens e Mulheres (art. 5°, I): A igualdade entre homens e mulheres, prevista no art. 5°, I, da Constituição, deve levar em conta que se afigura impossível qualquer discriminação em razão do sexo (por si só), exceto nos casos em que a própria CF cuida de discrimina-los (art. 7°, XVIII e XIX, art. 40, § 1°, 143, §§ 1° e 2° e 201, § 7°) e quando a legislação infraconstitucional utilize a discriminação como forma de atenuar os desníveis porventura existentes. Princípio da Legalidade (art. 5°, II): Previsto no art. 5°, II, da CF/88, o princípio da legalidade visa garantir que só por meio das espécies normativas, devidamente elaboradas conforme as regras do processo legislativo constitucional, podem-se criar obrigações para o indivíduo, pois as normas são expressão da vontade geral. O princípio da legalidade não se confunde com o princípio da reserva legal, já que o primeiro significa a submissão e o respeito à lei, ou a atuação dentro da esfera estabelecida pelo legislador, enquanto que o segundo consiste em estatuir que a regulamentação de determinadas matérias há de fazer-se necessariamente por lei formal. Tratamento Constitucional da Tortura (art. 5°, III e XLIII): Outro direito fundamental concebido pelo legislador constituinte originário, no art. 5° da CF, foi a previsão de que ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante (inciso III) (princípio da proibição da tortura); bem como que a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática de tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem (inciso XLIII). Liberdade de Pensamento, Direito de Resposta e Responsabilidade por Dano Material, Moral ou à Imagem (art. 5°, IV e V): A garantia da liberdade de pensamento, o direito de resposta e responsabilidade por dano material, moral ou à imagem, previstos no art. 5°, IV e V da CF, significam que a manifestação de pensamento é livre e garantida constitucionalmente, não permitindo-se a censura prévia em diversões e espetáculos públicos e sendo vedado o anonimato (inciso IV). Os abusos porventura cometidos no exercício indevido da manifestação de pensamento são passíveis de exame pelo Poder Judiciário com a conseqüente responsabilidade civil e penal de seus autores (inciso V). A norma em comento Bombeiro-02 Realce Bombeiro-02 Realce Bombeiro-02 Realce CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP DIREITO CONSTITUCIONAL 20 pretende a reparação da ordem jurídica lesada, seja por meio de ressarcimento econômico, seja por outros meios, como por exemplo o direito de resposta. Liberdade de Consciência, Crença Religiosa, Convicção Filosófica ou Política e Escusa de Consciência (art. 5°, VI e VIII): A CF protege a liberdade de consciência e religiosa (de crença), bem como a plena proteção à liberdade de culto e as liturgias (desde que não contrário à ordem. Os crimes hediondos estão previstos na Lei n° 8.072/90 e os crimes de tortura estão definidos na Lei 9.455, de 07/04/1997 (art. 1°). Entretanto, as liberdades acima referidas devem respeitar os demais princípios constitucionais e legais, como a o respeito à tranquilidade e ao sossego público, e ser compatível com os bons costumes. A CF/88 também prevê que ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei (inciso VIII). Igualmente, o art. 15, IV da CF, prevê que a recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa acarretará a perda dos direitos políticos. Assistência Religiosa (art. 5°, VII): A previsão do inciso VII do art. 5° encerra um direito subjetivo daquele que se encontra internado em estabelecimento coletivo. São considerados locais de internação coletiva os hospitais, as prisões e os quarteis, por exemplo. Expressão da Atividade Intelectual, Artística, Científica e de Comunicação (art. 5°, IX): A liberdade de expressão e de manifestação de pensamento não deve sofrer nenhum tipo de limitação prévia, no tocante a censura de natureza política, ideológica e artística, sendo, contudo, possível à lei ordinária a regulamentação das diversões e espetáculos, classificando-os por faixas etárias a que não se recomendem, bem como definir locais e horários a que sejam inadequados. Inviolabilidade à Intimidade, Vida Privada, Honra e Imagem: Os direitos à intimidade e à própria imagem formam a proteção constitucional à vida privada, salvaguardando um espaço íntimo intransponível por intromissões ilícitas externas, tanto para as pessoas físicas quanto jurídicas. Inviolabilidade Domiciliar (art. 5°, XI): A regra constitucional da inviolabilidade domiciliar possui exceções previstas na própria CF, assim a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo: a) em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou b) ainda, durante o dia, por determinação judicial. O termo domicílio tem amplitude maior do que no direito comum, considerando–se como tal o local delimitado e separado que alguém ocupa com exclusividade, a qualquer título, inclusive profissionalmente. Sigilo de Correspondência e de Comunicação (art. 5°, XII): O sigilo de correspondência e de comunicação (art. 5°, XII), possibilita em certos casos a interceptação telefônica, desde que por ordem judicial, para fins de investigação criminal ou instrução processual penal, e nas hipóteses que a lei estabelecer (Lei n° 9.296/96). A interceptação poderá ser determinada pelo juiz de ofício ou a requerimento da autoridade policial (somente na investigação criminal) ou do Bombeiro-02 Realce Bombeiro-02 Realce Bombeiro-02 Realce Bombeiro-02 Realce Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP DIREITO CONSTITUCIONAL 21 representante do Ministério Público, sempre em autos apartados, preservando-se o sigilo das diligências, gravações e transcrições respectivas. A gravação clandestina, é aquela em que a captação e gravaçãoda conversa pessoal, ambiental ou telefônica, se dá por meio de um dos interlocutores, ou por terceira pessoa com o seu consentimento, sem que haja conhecimento dos demais interlocutores. Essa conduta afronta o inciso X do art. 5° da CF, diferentemente das interceptações telefônicas que são realizadas sem o consentimento dos interlocutores e que afrontam o art. 5°, inciso XII da CF. Alexandre de Moraes entende que se admite a possibilidade de gravação clandestina com autorização judicial, mesmo diante da ausência de previsão legal, nos casos de legítima defesa dos direitos humanos fundamentais, ou seja, os direitos fundamentais não poderão ser utilizados como forma de escudo protetor para prática de atos ilícitos. Inviolabilidade de Dados e Sigilos Bancário e Fiscal: A inviolabilidade do sigilo de dados (art. 5°, XII) complementa a previsão ao direito à intimidade e vida privada, na medida em que se considera as informações fiscais e bancárias como parte da vida privada da pessoa física ou jurídica. Para que seja possível a quebra do sigilo fiscal ou bancário existem certos requisitos, a saber: autorização judicial ou determinação de CPI ou requisição do MP (art. 129, VI, da CF); excepcionalidade da medida; individualização do investigado e do objeto da investigação; obrigatoriedade da manutenção do sigilo em relação às pessoas estranhas à causa; utilização dos dados somente para a investigação que lhe deu causa; Direito de Reunião (art. 5°, XVI): A CF garante que todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente, tratando- se, pois, de direito individual o de coligar-se com outras pessoas, para fim lícito. São elementos da reunião: pluralidade de participantes, tempo (duração limitada), finalidade (lícita, pacífica e sem armas) e lugar (fixo ou móvel – ex. passeatas). Tal direito pode, contudo, ser suspenso, nas hipóteses excepcionais de Estado de Defesa e Estado de Sítio. Direito de Associação (art. 5°, XVII a XXI): É plena a liberdade de associação, de modo que ninguém poderá ser compelido a associar-se ou mesmo permanecer associado, desde que para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar, sendo que sua criação e, na forma da lei, a de cooperativas, independem de autorização, vedada a interferência estatal em seu funcionamento. A associação só poderá ser compulsoriamente dissolvida ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no caso da dissolução compulsória, o trânsito em julgado da decisão. As entidades associativas devidamente constituídas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente, possuindo legitimidade ad causam para, em substituição CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP DIREITO CONSTITUCIONAL 22 processual, defender em Juízo direitos de seus associados, sendo desnecessária a expressa e específica autorização de cada um de seus integrantes. Apreciação de Lesão ou Ameaça de Direito pelo Poder Judiciário (art. 5°, XXXV): Prevê a CF, no art. 5°, XXXV, que a Lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito, é a princípio da inafastabilidade do acesso ao Poder Judiciário (direito de ação e de prestação jurisdicional – princípio do livre acesso). Na nova ordem constitucional, a instância administrativa não precisa ser exaurida como condição ao acesso ao Poder Judiciário, a única exceção é o acesso prévio, em certos casos, à Justiça Desportiva (CF, art. 217, § 1°). Direito Adquirido, Ato Jurídico Perfeito e Coisa Julgada (art. 5°, XXXVI): A CF afirma que a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada. Assim, a CF prevê a imutabilidade das chamadas cláusulas pétreas (art. 60, § 4°, VI), ou seja, a impossibilidade de emenda constitucional prejudicar os direitos e garantias individuais, entre eles, o direito adquirido (art. 5, XXXVI). Pode-se definir como direito adquirido aquele que se incorporou definitivamente ao patrimônio pessoal do indivíduo, ou seja, que pode ser a qualquer momento invocado, usufruído, independentemente da vontade alheia, e que, mesmo no caso da existência de condição ou termo para início de sua fruição, tal condição perfaz-se inalterável ao arbítrio de terceiros. Ato Jurídico Perfeito é aquele que se aperfeiçoou, que reuniu todos os elementos necessários a sua firmação, debaixo da lei vigente. Coisa Julgada é a decisão judicial transitada em julgado, em outros termos, a decisão judicial de que já não caiba recurso (Art. 6°, § 3°, da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro); Princípio do Juiz Natural (art. 5°, XXXVII e LIII): O princípio do juiz natural, consagrado nos incisos XXXVII e LIII do art. 5° da CF, constitui-se em garantia indispensável da segurança popular contra o arbítrio estatal, pois garante a imparcialidade do juiz, já que o juiz natural é só aquele integrante do Poder Judiciário, com todas as garantias institucionais e pessoais previstas na CF, inclusive as regras atinentes à competência e jurisdição. Tribunal do Júri (art. 5°, XXXVIII): O Júri é um tribunal popular, de essência e obrigatoriedade constitucional, regulamentado na forma de lei ordinária e, atualmente, composto por um juiz de direito, que o preside, por 21 jurados, que serão sorteados dentre cidadãos que constem do alistamento eleitoral do Município, formando-se o Conselho de Sentença com sete deles. A CF assegura à instituição do Júri: plenitude da defesa, o sigilo das votações, a soberania dos veredictos (que não exclui a recorribilidade das suas decisões contrárias a provas dos autos) e a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida (apenas não aplicável nos casos em que exista prerrogativa constitucional de foro). Extradição (art. 5°, LI e LII): Os incisos LI e LII, do art. 5°, prevêem as hipóteses constitucionais para a extradição, ou seja, o brasileiro nato jamais poderá ser extraditado, já o brasileiro naturalizado somente será extraditado por cometimento de crime comum (praticado antes da naturalização) ou no caso de participação comprovada em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei, Bombeiro-02 Realce Bombeiro-02 Realce Bombeiro-02 Realce Bombeiro-02 Realce CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP DIREITO CONSTITUCIONAL 23 independentemente do momento do fato. O estrangeiro poderá ser extraditado, havendo vedação apenas nos crimes políticos ou de opinião. Devido Processo Legal, Contraditório e Ampla Defesa (art. 5°, LIV e LV): A CF incorporou o princípio do devido processo legal (que tem como corolários a ampla defesa e o contraditório) que deverão ser assegurados aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral (art. 5°, LV). Contudo, o princípio do contraditório nos processos penais não se aplica aos inquéritos policiais (fase investigatória). Provas Ilícitas (art. 5°, LVI): São inadmissíveis no processo as provas obtidas por meios ilícitos, com desrespeito ao direito material. Somente em casos excepcionais tais provas poderão ser consideradas, pois nenhuma liberdade pública é absoluta. As provas ilícitas (obtidas com desrespeito ao direito material – v.g. mediante tortura, quebra do princípio da inviolabilidade domiciliar, telefônica, direito à intimidade, sigilo) são espécie do gênero provas ilegais, que engloba também as chamadas provas ilegítimas, que são aquelas obtidas com desrespeito ao direito processual (v.g. quebra do sigilo bancário por mero decreto), estas últimas são aproveitáveis sempre que possível sanar o defeito processual. As provas derivadas de provas ilícitas, de acordo com a posição atual do STF, contaminam as demais provasdela decorrentes, de acordo com a teoria americana dos frutos da árvore envenenada. Em certos casos (excepcionais), contudo, há a possibilidade de convalidação de provas obtidas por meios ilícitos com a finalidade de defesa das liberdades públicas fundamentais, ocorrendo na hipótese a chamada legítima defesa dos direitos humanos fundamentais. De igual forma, não há que se falar em violação à intimidade, em se tratando de servidor público, já que prevalece o princípio da publicidade de seus atos. Princípio da Presunção de Inocência (art. 5°, LVII): A CF estabelece que ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado da sentença penal condenatória, consagrando o princípio da presunção de inocência, o qual, contudo, não afasta a constitucionalidade das espécies de prisão provisórias (prisão temporária, em flagrante, preventiva etc.). Ação Penal Privada Subsidiária (art. 5°, LIX): No sistema jurídico brasileiro (art. 129, I) o processo penal só poderá ser deflagrado por denúncia ou queixa, sendo a ação penal pública privativa do MP, só podendo ser exercida de forma subsidiária pelo particular (ação penal privada subsidiária da pública) em caso de inércia do MP em adotar, no prazo legal (art. 46, CPP), uma das seguintes providências: oferecer a denúncia, requerer o arquivamento do inquérito policial ou requisitar diligências. Prisão Civil (art.5°, LXVII): Em regra não haverá prisão civil por dívida, no Brasil, exceto nos casos de: a) inadimplemento voluntário de obrigação alimentícia; e, b) do depositário infiel. Rol Exemplificativo (art. 5°, § 2°): Os direitos e garantias expressos na CF não excluem outros de caráter constitucional decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, além da existência de outros de caráter infraconstitucional decorrentes dos tratados internacionais dos quais o Brasil seja signatário (art. 5°, § CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP DIREITO CONSTITUCIONAL 24 2°). Em outros termos, o art. 5° não exaure o rol de direitos e garantias do sistema constitucional pátrio. REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS Os remédios constitucionais são garantias definidas no corpo do art. 5°. da Constituição Federal, que visam à proteção de valores também definidos na Carta Maior. Apesar de a maioria dos remédios tramitar perante o Poder Judiciário, existem remédios, como o direito de petição, que podem tramitar perante órgãos administrativos. Consideraremos, em nosso estudo, os seguintes remédios constitucionais: Habeas corpus; Habeas data; Mandado de segurança; Mandado de Injunção~; Ação Popular; Direito de Petição. Na sequência, serão apresentadas as principais características de cada um dos remédios constitucionais acima referidos. Habeas Corpus: Art. 5º, LXVIII Quando à origem do Habeas Corpus, há duas correntes: A primeira defende que o referido teve origem no direito Romano; A segunda defende que o mesmo teve origem na Inglaterra, no ano de 1215, através da Carta Magna de “João Sem Terra”, a qual veio a ser formalizada pelo Habeas Corpus Act, em 1679. No Brasil, a primeira manifestação se deu em 1821, através de um alvará emitido por Dom Pedro I, pelo qual assegurava a liberdade de locomoção. A terminologia “habeas corpus” só apareceu em 1830, no Código Criminal. Porém, só virou regra constitucional em 1891. Finalidade: Tutelar o direito de liberdade de locomoção (liberdade de ir, vir, parar e ficar). Natureza Jurídica: Tem caráter penal e de procedimento especial, isento de custas, que visa evitar ou cessar a ameaça de liberdade de locomoção (engloba: direito de acesso, ingresso, permanência e saída do território nacional). Observação: No Estado Democrático de Direito, a liberdade de locomoção é indispensável. No entanto, há hipóteses em que a própria CF limita esse direito, como no caso de decretação de Estado de Sítio (art. 139 da CF). Espécies: a) Preventivo: quando alguém se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder (antes que aconteça); b) Liberatório ou Repressivo: Para Cessar a violência ou coação (esta acontecendo). Bombeiro-02 Realce Bombeiro-02 Realce Bombeiro-02 Nota São seis Bombeiro-02 Realce Bombeiro-02 Realce Bombeiro-02 Realce Bombeiro-02 Realce Bombeiro-02 Realce Bombeiro-02 Realce CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP DIREITO CONSTITUCIONAL 25 Legitimidade Ativa: Qualquer do povo pode ingressar, nacional ou estrangeiro, em benefício próprio ou alheio. Não é necessário advogado para ser impetrado. Legitimidade Passiva: Pode ser impetrado tanto contra Autoridade, no caso de ilegalidade ou abuso de poder; como contra particular, no caso de ilegalidade. Habeas Data: Art. 5º, LXXII Tem por objeto proteger a esfera íntima dos indivíduos contra: a) usos abusivos de registros de dados pessoais coletados por meios fraudulentos, desleais ou ilícitos; b) introdução nesses registros de dados sensíveis; e c) conservação de dados falsos ou com fins diversos dos autorizados em lei. Assim, conceder-se-á habeas data: a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público; b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo”. Legitimidade Ativa: Somente o titular dos dados a serem corrigidos ou alterados, pode impetrar. Legitimidade Passiva: Apenas pode ser impetrado o banco de dados de caráter público (Serasa, SPC, etc.) ou respectiva entidade governamental (INSS, Receita Federal do Brasil, Polícia Federal, etc.) Mandado de Segurança: Art. 5º, LXIX O Mandado de Segurança, criação brasileira, é uma ação constitucional de natureza civil, qualquer que seja o ato impugnado, seja ele administrativo, criminal, eleitoral, trabalhista, etc. Abrangência: Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público. Espécies: a) Preventivo: quando alguém se achar ameaçado de violação de direito líquido e certo (antes que aconteça); b) Repressivo: contra atos já praticados. Legitimidade Ativa: É o detentor do direito líquido e certo não amparado por habeas corpus ou habeas data. Legitimidade Passiva: Somente pode ser impetrado em um mandado de segurança quem seja autoridade pública ou agende de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público, ou seja, a ela equiparado por atuar em função eminentemente pública, mediante delegação. Prazo Para Interposição: 120 dias, a partir da ciência do interessado. Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Sticky Note Somente quando o resposável pela ilegalidade for autoridade pública. Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Sticky Note Prazo de 120 dias a partir da ciência do interessado. Pâmela Caldas Highlight CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP DIREITO CONSTITUCIONAL 26 Mandado de Segurança Coletivo: Art. 5º, LXX O Mandado de Segurança Coletivo busca a proteção de direito líquido e certo não amparado por habeas corpus ou habeas data, contra atos ou omissões ilegais ou com abuso de poder de autoridade, buscando a preservação (preventivo) ou reparação (repressivo) de interesses transindividuais. Legitimidade ativa: a) Partido político com a representação no Congresso Nacional; b) Organização sindical, entendida como classe ou associação, desde que estejam legalmente constituídas e em funcionamento há pelo menos 01 ano, em defesa de seus membros ou associados. Legitimidade Passiva: Igual a do Mandado de Segurança Individual. Mandado deInjunção: Art. 5º, LXXI O Mandado de Injunção será concedido sempre a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, soberania e cidadania. Legitimidade Ativa: Qualquer pessoa que a falta de norma regulamentadora estiver inviabilizando o exercício de direitos, liberdades e prerrogativas inerentes à nacionalidade, soberania e cidadania. Legitimidade Passiva: A pessoa estatal responsável pela omissão legislativa. Obs.: É possível a impetração de Mandado de Injunção Coletivo por sindicato na defesa no interesse dos direitos das categorias dos trabalhadores (art. 8, III). Ação Popular: Art. 5º, LXXIII Qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência. Direito de Petição e Certidão: Art. 5º, XXXIV, “a” É a todos assegurado, independentemente do pagamento de taxas: a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal; DIREITOS SOCIAIS E COLETIVOS Para melhor compreensão do tópico a seguir é fundamental que o aluno leia do art. 6º ao art. 11 da CF. A Constituição dedica um capítulo inteiro aos direitos sociais, que possuem um caráter protetivo e assistencial. Trata-se de direitos fundamentais de segunda geração (introduzidos em larga escala no Brasil com a política social introduzida por Getúlio Vargas, principalmente em 1934). Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Sticky Note inviável o exercício. CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP DIREITO CONSTITUCIONAL 27 DIREITOS SOCIAIS: educação, saúde, alimentação, trabalho, moradia, transporte, lazer, segurança, previdência social, proteção à maternidade e a infância, assistência aos desamparados. DIREITOS RELATIVOS AOS TRABALHADORES: a) Relações Individuais de Trabalho (art. 7º da CF); b) Direitos Coletivos dos Trabalhadores (art. 8º ao 11 da CF). Importante observar, ainda, que outros direitos sociais podem ser encontrados no Título VIII do texto constitucional. DIREITOS POLÍTICOS Conceito: são prerrogativas, atributos, faculdades ou poderes de intervenção dos cidadãos ativos no governo de seu país, intervenção direta ou indireta, mais ou menos ampla, segundo a intensidade de gozo desses direitos. Tais normas constituem um desdobramento do princípio democrático inscrito no art. 1º, § único, CF, que afirma todo o poder emanar do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente. Os direitos políticos abrangem outros direitos, além do de votar e ser votado, como o da iniciativa popular no processo legislativo, o de propor ação popular e o de organizar e participar de partidos políticos. Sufrágio Universal = Cláusula Pétrea (art. 60, §4º da CF) Soberania Popular = Plebiscito, Referendo, Iniciativa Popular (art. 14 da CF). A figura abaixo sintetiza a noção de direitos políticos: a) Sufrágio universal: se dá quando o direito de votar é concedido a todos os nacionais, independente de fixação de condições de nascimento, econômicas, culturais ou outras condições especiais. Destaca-se que a existência de requisitos Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP DIREITO CONSTITUCIONAL 28 de forma (necessidade de alistamento eleitoral) e fundo (nacionalidade, idade mínima, por ex.), não retiram a universalidade do sufrágio. É a regra no Brasil. b) Sufrágio restrito (qualificativo): ocorre quando o direito de voto é concedido em virtude da presença de determinadas condições especiais possuídas por alguns nacionais. Ele pode ser censitário, quando o nacional tiver que preencher qualificação econômica (renda, bens etc.), ou capacitário, quando necessitar apresentar alguma característica especial (natureza intelectual, por exemplo). CAPACIDADE ELEITORAL ATIVA: Aqueles que podem se alistar. É dividido em duas formas: Capacidade Ativa Obrigatória (aqueles com idade superior a 18 anos) e Capacidade Ativa Facultativa (aqueles que tem a opção de se alistar, como é o caso dos analfabetos, maiores de 70 anos e aqueles com idade superior a 16 anos e inferior a 18 anos). PASSIVA: Aqueles que podem ser elegíveis.REQUISITOS: a) Possuir nacionalidade brasileira; b) Pleno exercício dos direitos políticos; c) Alistamento eleitoral; d) Domicilio eleitoral na circunscrição; e) Filiação Partidária; e f) Idade mínima de: 35 anos para presidente e vice, 30 anos para governador e vice e do DF, 21 para os deputados, prefeito e vice e juiz de paz e 18 anos para vereador. INELEGIBILIDADE ELEITORAL: São aqueles que não podem ser eleitos. Se divide em duas espécies: ABSOLUTA: Que a CF é taxativa e não permite, como são os casos dos estrangeiros e os conscritos (art. 14, §4º da CF), os inalistáveis e os analfabetos (art. 14, §4º da CF). Estes últimos (analfabetos) também não são alistáveis. RELATIVA: aquela inelegibilidade que se dá em razão da pessoa. Ex.: Cônjuge do prefeito que não se ausentar antes de seis meses antes do pleito (art. 14, §7º da CF). OBSERVAÇÃO: Os Chefes do Executivos só poderão se candidatar a um mandato sucessivo para o mesmo cargo. Para cargo diferente, devem se afastar seis meses antes do pleito (art. 14, §5º e 5º da CF). Cassação, perda ou Suspenção dos Direitos Políticos: Se dá com o cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado, pela condenação criminal com sentença transitada em julgada, enquanto durarem seus efeitos; incapacidade civil absoluta, deixar de cumprir obrigação imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII da CF e improbidade administrativa (art. 37, §4º da CF). SITUAÇÃO DOS MILITARES: Afastamento da atividade: Para os que tem menos de 10 anos de serviço. Agregação: Para os que tem mais de 10 anos de serviço: Agregação até retornar ou o ato de diplomação se eleito. Inatividade: Aqueles que forem diplomados, enquanto não retornarem. Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP DIREITO CONSTITUCIONAL 29 Neste tópico, você teve a oportunidade de aperfeiçoar seus conhecimentos sobre os princípios, direitos e garantias fundamentais. É essencial que você aprimore seus estudos por meio da leitura da Constituição Federal, bem como da resolução de questões e responda ao fórum proposto. RESUMINDO!!! O Título II da Constituição Federal de 1988 trata, em cinco capítulos (arts. 5° a 17), dos “Direitos eGarantias Fundamentais” assegurados em nossa Federação pelo nosso ordenamento jurídico. As diferentes categorias de direitos fundamentais foram assim agrupados: direitos individuais e coletivos (Capítulo I), direitos sociais (Capítulo II) e direitos relacionados à participação em partidos políticos e à sua existência e organização (Capítulo V). A partir de agora, tendo conhecimento aprofundado sobre os direitos e garantias fundamentais constitucionalmente assegurados você, Sargento do Corpo de Bombeiros Militar, deve estar apto a fazer uma leitura constitucional de todas as normas infraconstitucionais, devendo sempre atuar respeitando os direitos individuais e coletivos, considerando o seu status de agente público. CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP DIREITO CONSTITUCIONAL 30 LIÇÃO 3 PODERES DO ESTADO Objetivos: Ao final desta lição você será capaz de: 6) Definir a Tripartição de Poderes; 7) Reconhecer a função de cada um dos Poderes do Estado; 8) Identificar a diferença entre Poder Executivo, Legislativo e Judiciário; 9) Diferenciar a Sucessão e a Substituição de cargos no Poder Executivo; 10) Conhecer características da prestação jurisdicional. Aspectos Gerais: Ao abordar os poderes de um Estado, a Constituição Federal de 1988 seguiu uma tendência mundial e adotada nos países mais desenvolvidos, ou seja, a adoção da Teoria da Tripartição de Poderes, de Montesquieu, que consiste na divisão do Estado em três poderes, hoje ilustrados nas figuras do PODER EXECUTIVO, PODER LEGISLATIVO e PODER JUDICIÁRIO. CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP DIREITO CONSTITUCIONAL 31 1 PODER EXECUTIVO A função típica do poder executivo é a execução da chefia governamental, o que inclui a administração, elaboração de políticas públicas e a execução de suas estratégias no âmbito que regula (seja ele federal, estadual ou municipal). Dentro dos três poderes, é o responsável pela aplicação da lei ao caso concreto, administrando a coisa pública (ex: quando ocorre um homicídio, o poder executivo aplica a norma do art. 121 do CP por meio da investigação e produção do inquérito policial). No Brasil uma única autoridade exerce o Poder Executivo (presidente, governador ou prefeito), é o chamado EXECUTIVO MONOCRÁTICO (art. 76) e nos dá notícia do regime/sistema de governo PRESIDENCIALISTA, já que no sistema PARLAMENTARISTA existe o EXECUTIVO DUAL onde duas ou mais autoridades exercem o mesmo. 1.1 Sucessão X Substituição Sucessão em sentido restrito: Ocorre nos casos de vacância (é definitiva, podendo acontecer por morte ou renúncia, etc). Substituição: Se dão nos casos de impedimentos (temporário, viagens, férias, licença). Somente o Vice Presidente SUCEDE o presidente no exercício do cargo (é definitivo). As demais autoridades na linha sucessória somente SUBSTITUEM o Presidente. 1.2 Atividade Atípica Possui funções atípicas de natureza legislativa e jurisdicional. A primeira, que é uma função atípica legislativa, representa-se no já conhecido e popular exemplo dos decretos e das medidas provisórias (previstas no art. 62 da Constituição Federal), que é uma forma de legislar a partir do poder executivo. A função de natureza jurisdicional é aquela que ocorre durante os processos administrativos, quando o próprio poder executivo julga questões internas de seus Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP DIREITO CONSTITUCIONAL 32 recursos humanos de maneira lícita e com apreciação legal, ex: Licitações, Processo Administrativo Disciplinar e recurso administrativo em concurso público. 2 PODER LEGISLATIVO A função típica do poder legislativo é a criação, aprovação e rejeição de leis dentro do ordenamento jurídico brasileiro (art. 59); além disso, o poder legislativo é responsável pela fiscalização contábil do país (art. 58) e pela aprovação dos orçamentos necessários para a execução das ações previstas (art. 70 a 75). No âmbito federal o Brasil adota o Sistema do bicameralismo (o poder legislativo é composto por duas casas: a Câmara dos Deputados e o Senado Federal). A primeira composta por representantes do povo (Deputados Federais) e a segunda composta por representantes dos Estados-Membros e do Distrito Federal (Senadores). A união das duas casas citadas acima forma o Congresso Nacional. Nos âmbitos estaduais, municipais, distritais e dos territórios, vigora o sistema unicameral, ou seja, o poder legislativo é composto por apenas uma casa. Ex.: Assembléia Legislativa e Câmara Municipal. Art. 44 à 58 CF SENADO FEDERAL CÂMARA DOS DEPUTADOS Composição Representantes dos Estados e do Distrito Federal. Representantes do Povo. Sistema de Eleição Princípio Majoritário Princípio Proporcional (referente a população dos estados e do DF, sendo que os TFs elegerão quatro (art. 45, §2 da CF). Número de Parlamentares Três Senadores por Estado e do DF, cada um com dois suplentes. (Atualmente 81 Senadores) Hoje com 513 Deputados Federais. Nenhum Estado e o DF terá menos de oito, nem mais de setenta Deputados. Obs.: Se criado Territórios, elegerão quatro Deputados. Mandato Oito anos = Duas legislaturas Quatro anos = Uma legislatura Renovação A cada quatro anos, por 1/3 e 2/3. A cada quatro anos. Idade Mínima 35 anos. 21 anos. Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP DIREITO CONSTITUCIONAL 33 PROCESSO LEGISLATIVO - Art. 59 ao 69 da CF. CONCEITO QUORUM Emenda Constitucional É a realização por poder constituinte derivado, pela qual se altera a redação do constituinte originário, através acréscimo, supressão ou modificação da norma. 3/5 dos votos dos membros de cada casa, em dois turnos. Lei Complementar Quando a CF determina que certa matéria seja regulamentada por este tipo de lei. Ex.: art. 21, IV; art 22, parágrafo único; e 23, parágrafo Único; tudo da CF. Maioria Absoluta Lei Ordinária Competência Residual, ou seja, tudo que não for exigido por lei complementar, decreto legislativo ou resoluções Maioria Simples ou Relativa Lei Delegada É aquela elaborada pelo Presidente da República, após prévia solicitação ao Congresso Nacional, delimitando o assunto sobre o qual pretende legislar Delegação do Congresso Nacional através de Resolução. Medida Provisória É uma medida adotada pelo Presidente da República, com força de lei, no caso de relevância e urgência. O mesmo da Lei Ordinária. No entanto, a MP deve ser levada para votação em 60 dias (prorrogáveis uma vez, por igual período). Decreto Legislativo É o meio pelo qual o Congresso Nacional materializa as competências exclusivas do Congresso Nacional. Art. 49 da CF; Art. 62, §3º da CF. Resoluções É o meio pelo qual a Câmara dos Deputados e o Senado Federal regulamentam as matérias de sua competência privativa. Art. 51 e 52 da CF; Art. 68, §2º da CF. Pâmela Caldas Highlight CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP DIREITO CONSTITUCIONAL 34 2.1 Atividade Atípica do Poder Legislativo Sua função atípica ocorre de maneira corriqueira. É de sua natureza atípica executiva, por exemplo, fazer a execução de todo o regime dos recursos humanos do próprio poder legislativo, arts. 51 e 52, (contratações, demissões, pagamentos, férias, etc). Em sua natureza jurisdicional, por outro lado, está o julgamento de determinados crimes, como é o caso do julgamentodo Senado Federal em relação aos possíveis crimes de responsabilidade da Presidência da República (art.52 § Ú). 3 PODER JUDICIÁRIO O Poder Judiciário completa os três poderes em seu equilíbrio, e possui a função típica de julgar e interpretar o direito em uma aplicação a casos concretos da sociedade brasileira, solucionando conflitos através da aplicação da lei. Podemos entender as principais funções típicas (próprias) do Poder Judiciário como: a) Aplicação da Lei ao caso concreto, substituindo a vontade das partes e resolvendo o conflito com força definitiva; b) Defesa de Direitos Fundamentais; c) Resolução dos conflitos entre os poderes; d) Realização do Controle de Constitucionalidade. Em suas funções atípicas configura-se a realização de atitudes legislativas na elaboração de seus regimentos internos, como ocorre nos tribunais que se regulamentam sem a necessidade da atuação do poder que é efetivamente encarregado disso, no ordenamento brasileiro. Também vemos o Poder Judiciário legislando através das súmulas vinculantes. Além disso, o Poder Judiciário atua atipicamente de forma executiva quando administra (assim como faz o Poder Legislativo) suas questões internas, como folhas de pagamento, concessão de férias, licenças e outras questões vinculadas ao trabalho dos serventuários e magistrados realizam as funções deste poder. CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP DIREITO CONSTITUCIONAL 35 PERGUNTA: Quais são as atribuições do poder judiciário? Busca a defesa dos direitos fundamentais; Faz o seu autogoverno dos Tribunais (Autonomia administrativa, financeira e funcional); Resolve os conflitos entre os demais poderes (Para evitar a hipertrofia de um dos poderes em detrimento dos outros/evita abuso de poder). Ex.: O executivo edita ato administrativo e este é arbitrário – o Judiciário então o anula; Defende a C.F/ A supremacia da CF através do controle de constitucionalidade. 3.1 Características da prestação jurisdicional Inércia: O juiz deve ser inerte, para manutenção de sua capacidade subjetiva. O juiz imparcial é um direito fundamental de todo cidadão. Decorre do devido processo legal – O juiz é provocado pelas funções essenciais da justiça (OAB e MP) Substitutividade: Em determinado momento histórico o Estado trouxe para si o monopólio da prestação jurisdicional/ Princípio da inafastabilidade jurisdicional. Definitividade: Só as decisões judiciais trazem a paz! (Coisa julgada...absoluta ou relativa? Pode ser relativizada. CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP DIREITO CONSTITUCIONAL 36 3.2. Orgãos do Poder Judiciário e suas competências 3.3 Justiça Especializada Militar: - Justiça Militar da União: - STM (Superior Tribunal Militar) - Tribunais Militares - Auditorias Militares - a justiça militar julga apenas crimes militares, conforme o decreto lei 1.001/69 (Código Penal Militar) – nota-se que a competência é puramente criminal, não havendo competência civil. Essa justiça militar julga crimes militares praticados por membros das forças armadas ou por civis; - STM -> tem sede em Brasília (DF) e tem jurisdição em todo o território nacional. Esse tribunal é composto por 15 juízes, que recebem a denominação de “ministros”. Desses 15 ministros, 10 são militares e 5 são civis. Esses 10 militares, todos são da patente mais elevada (Oficiais-Generais), sendo 4 oficiais-generais do Exército, 3 oficiais-generais da Aeronáutica e 3 oficiais-generais da Marinha, todos escolhidos pelo presidente e o nome deve obrigatoriamente ser aprovado pelo senado por Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight AATPROTOCOLO Nota 15 juizes, sendo 10 militares CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP DIREITO CONSTITUCIONAL 37 maioria absoluta de votos. Dos 5 civis, 3 são advogados, escolhidos pelo presidente, um deve ser juiz auditor militar, e um deve ser membro do MPM (todos os cargos são vitalícios, ou seja, os 15 cargos são vitalícios). - Brasileiro naturalizado pode ser Ministro do STM? Sim, desde que dentre os 5 civis, uma vez que para ser militares devem ser brasileiro nato (art. 12, §3º da CRFB/88); - Tribunais Militares -> podem ser criados, mas ainda não o foram; - Auditorias Militares -> o território nacional foi dividido em 12 auditorias militares, que são escolhidos por concurso. A auditoria funciona de duas maneiras: Conselho Permanente e Conselho Especial. Os conselhos são compostos pelo próprio juiz militar e pelos oficiais militares. O Conselho Permanente julga praças das forças armadas, ou seja, não-oficiais, enquanto o Conselho Especial julga oficiais das forças armadas; - Justiça Militar Estadual: - é a única justiça especializada que pode ser criada pelo estado-membro; - a competência da iniciativa para criar a justiça militar no estado-membro está prevista no artigo 125, §3º da CRFB, sendo a competência de iniciativa do Tribunal de Justiça (a iniciativa é privativa/reservada/exclusiva do Tribunal de Justiça do Estado); - Tribunal de Justiça - Conselho de Justiça - nos estados cujo efetivo da polícia militar supera 20.000 membros, é possível a criação do Tribunal de Justiça Militar (atualmente há TJM em São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul; - a EC 45/04 trouxe algumas inovações para a Justiça Militar Estadual: I – passou a ter competência cível, podendo julgar as ações decorrentes de atos disciplinares militares; II – o conselho justiça militar julga de duas maneiras: monocraticamente (só o juiz de Direito); Conselho de Justiça (de forma colegiada, composto pelo próprio juiz de Direito + oficiais militares). Quanto ao juiz de Direito, em regra, é qualquer juiz designado pelo Tribunal de Justiça Estadual. Nos locais onde há o TJM (MG, SP, RS) o juiz é um juiz próprio da justiça militar; Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Sticky Note Bizú Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Bombeiros Realce CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP DIREITO CONSTITUCIONAL 38 III – a Justiça Militar Estadual nunca julga civis (nesse sentido, a súmula 53 do STJ – “Compete a justiça estadual processar a julgar civil acusado de prática de crime contra instituições militares estaduais.”) IV – a Justiça Militar Estadual nunca julga crime doloso contra a vida praticado por militar contra civil; V – a Justiça Militar Estadual não julga o crime de tortura praticado por militar contra civil (lei 9.455/97); VI – o julgamento será feito pelo juiz de Direito singularmente se o crime militar for praticado contra civil, exceto o caso de crime doloso contra a vida; VII – o julgamento será feito pelo Conselho de Justiça todos os crimes praticados por militares cujas vítimas também sejam policiais militares; Para entender melhor: Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Bombeiros Realce CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP DIREITO CONSTITUCIONAL 39 RESUMINDO!!!CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP DIREITO CONSTITUCIONAL 40 LIÇÃO 4 SISTEMA DE SEGURANÇA PÚBLICA Objetivos: Ao final desta lição você será capaz de: 1) Conceituar Poder de Polícia; 2) Identificar a diferença entre Polícia Judiciária e Polícia Administrativa; 3) Conhecer a Estrutura do Sistema de Segurança Pública no Brasil 4) Entender a competência de dos órgãos de Segurança Pública da União e do Estado 1. Aspectos Gerais: 1.1 Poder de Polícia: Para Maria Sylvia Zanella di Pietro: “o Poder de Polícia é a atividade do Estado consistente em limitar o exercício dos direitos individuais em benefício do interesse público” Pâmela Caldas Highlight CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP DIREITO CONSTITUCIONAL 41 O objetivo fundamental da segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio (art. 144 da CF/88). A atividade policial divide-se em: 1.2 Polícia Administrativa: Também chamada de preventiva ou ostensiva, atua preventivamente, evitando que o crime aconteça. (Ex. Policiais Militares). 1.3 Polícia Judiciária: (polícia de investigação) Atua repressivamente, depois de ocorrido o ilícito penal. 2. Polícias da União Os órgãos que compõem a polícia da no âmbito federal são: Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Polícia Ferroviária Federal. 2.1 Polícia Federal: Organizada e mantida pela União, destina-se: Apurar as infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei (Lei 10.446/02 - ex. art. 148 e 159 CP por motivação política; formação de cartel, Lei 8137/90, art. 4º, I, “a”, II, III, VII; violação aos direitos humanos em decorrência de tratados internacionais; furto, roubo, receptação de carga, praticados por agentes de mais de um ente da federação...). Prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o descaminho; Exercer funções de polícias marítimas, aeroportuárias e de fronteiras; Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP DIREITO CONSTITUCIONAL 42 Exercer exclusivamente as funções de polícia judiciária da União (art. 144, § 1º, IV, da CF/88). 2.2 Polícia Rodoviária Federal: Destina-se ao patrulhamento ostensivo das rodovias federais. 2.3 Polícia Ferroviária Federal: Destina-se ao patrulhamento ostensivo nas ferrovias federais. 3. Polícias dos Estados A Segurança Pública a nível estadual foi atribuída as Polícias Civis, Militares e ao Corpo de Bombeiros. Polícias Civis: compete a investigação e a apuração de infrações penais (exceto militares e as de competência federal), ou seja, o exercício da polícia judiciária, em âmbito estadual, as quais são dirigidas por Delegados de Polícia (art. 144, § 4º, da CF/88). Polícias Militares: compete o policiamento ostensivo e a preservação da ordem pública, ou seja, atividade de polícia administrativa, e de forças auxiliares e de reserva do Exército (em caso de estado de emergência, estado de sítio ou de guerra, poderão ser requisitados a exercerem atividades distintas da de segurança pública). Corpos de Bombeiros Militares: também consideradas forças auxiliares e de reserva do Exército, incumbe a prevenção e extinção de incêndios, proteção, busca e salvamento de vidas humanas, prestação de socorro em caso de afogamentos, inundações, desabamentos, catástrofes e calamidades públicas, Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP DIREITO CONSTITUCIONAL 43 entre outras, além das atividades de defesa civil. CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Texto constitucional de 3 de outubro de 1989 com as alterações adotadas pela Emendas Constitucionais n.º 67, de 17 de junho de 2014. “Art. 130. Ao Corpo de Bombeiros Militar, dirigido pelo(a) Comandante-Geral, oficial(a) da ativa do quadro de Bombeiro Militar, do último posto da carreira, de livre escolha, nomeação e exoneração pelo(a) Governador(a) do Estado, competem a prevenção e o combate de incêndios, as buscas e salvamentos, as ações de defesa civil e a polícia judiciária militar, na forma definida em lei complementar.” Subordinação: art. 144, § 6º, da CF/88 – aos Governos dos Estados, Distrito Federal e Territórios. As Polícias dos Estados e Territórios, são organizadas e mantidas respectivamente pelos seus Estados e Territórios, os quais devem observar as normas gerais da União (art. 22, XXI e 24, XVI, da CF/88); Já a Polícia do Distrito Federal é organizada e mantida pela União (art. 21, XIV da CF/88). 4. Polícias dos Municípios Na forma da lei, os Municípios poderão constituir Guardas Municipais destinadas a proteção de seus bens, serviços e instalações (art. 144 § 8, da CF/88), ou seja, o policiamento administrativo da cidade, para a proteção do patrimônio público contra a depredação dos demolidores da coisa alheia. Pâmela Caldas Highlight CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP DIREITO CONSTITUCIONAL 44 QUADRO SINÓPTICO: Atribuição: Art. 144 da CF/88 ESTADO DE DEFESA E ESTADO DE SÍTIO Neste capítulo trataremos destes duas medidas de exceção, que somente podem ser decretadas em situações específicas, além de identificar os requisitos e as medidas cabíveis nestes dois casos: Estado de defesa e Estado de sítio. 1. ESTADO DEFESA (Art. 136, "caput" e §§ 1º a 7º da CF) O estado de defesa pode ser decretado pelo Presidente da República, em locais restritos, por tempo determinado, visando à preservação ou o restabelecimento da ordem pública ou da paz social ameaçadas por grave ou iminente instabilidade institucional ou atingidas por calamidade de grandes proporções na natureza. A decretação do estado de defesa depende da oitiva do Conselho da República e do Conselho de Defesa Nacional; de decreto do Presidente da República, que determinará as áreas atingidas, bem como o tempo de duração e as medidas Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight Pâmela Caldas Highlight CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP DIREITO CONSTITUCIONAL 45 coercitivas a serem adotadas; da submissão do decreto ao Conselho Nacional, que rejeitará ou aprovará a decretação do estado de defesa por votação da maioria absoluta de seus membros, no prazo de dez dias. 2. ESTADO SÍTIO (Arts. 137 a 141 da CF) É o instrumento através do qual o Chefe de Estado suspende temporariamente os direitos e as garantias dos cidadãos e os poderes legislativo e judiciário são submetidos ao executivo, tudo como medida de defesa da ordem pública. Para a decretação do estado de sítio o Chefe de Estado, após ouvir o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, submete o decreto ao Congresso Nacional a fim de efetivá-lo. O estado de sítio poderá ser decretado pelo prazo máximo de 30 (trinta) dias, salvo nos casos de guerra, que poderá acompanhar o período de duração da guerra. Poderá ainda ser decretado quando ocorrer casos extremos de grave ameaça à ordem constitucional democrática ou for caso de calamidade pública. 3. QUADRO COMPARATIVO ENTRE ESTADO DE DEFESA E ESTADO DE SÍTIO