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1 Caderno Temático - Direito Constitucional - estudado

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CORPO DE MILITAR 
 
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
 
 
Porto Alegre/RS 
2018 
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP 
DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
 
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CADERNO TEMÁTICO DE DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
 
 
Comandante Geral do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio Grande do Sul 
CEL QOEM Cléber Valinodo Pereira 
 
Diretor da Academia de Bombeiro Militar 
CEL QOEM Lúcio Alex Ruzicki 
 
 
Comissão de Elaboração 
Major QOEM José Carlos Sallet de Almeida e Silva 
Cap QOEM Airton Juarez Ickert 
Cap QOEM Elisandro Machado 
Cap QOEM Márcio Müller Batista 
Al. Of. Sandro Borges Selau 
 
Suporte Técnico e Pedagógico 
Al. Oficial Sandro Borges Selau 
2°Sgt QPBM Marco Contreiras de Souza Junior 
2° Sgt QPBM Marco Paim Reis 
 
 
 
 
 
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PREFÁCIO 
 
 
Mensagem do Comandante geral sobre o CTSP. 
 
 
Palavra do Comandante Geral 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Índice 
 
 
Lição 1 – Aspectos fundamentais do Direito constitucional....... 03 
Lição 2 – Direitos e Garantias Fundamentais.............................12 
Lição 3 – Poderes do Estado..................................................... 29 
Lição 4 – Sistema de Segurança Pública.................................. 39 
 
Referências bibliográficas ......................................................... 46 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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INTRODUÇÃO 
 
 
 
 
O Direito Constitucional é o ramo do direito que estuda os princípios e 
normas que organizam o Estado, a divisão dos Poderes e os Órgãos públicos, bem 
como os direitos e garantias individuais. Estas normas estão previstas na 
Constituição do Estado. 
A constituição é a norma suprema de um país, nela estão previstos os 
fundamentos básicos do Estado. 
É fundamental ao Sargento do Corpo de Bombeiros, representante do 
Estado junto à comunidade ter conhecimento sobre as normas gerais que regulam o 
Estado brasileiro, afinal de contas, o Corpo de Bombeiros Militar é um órgão de 
Estado responsável pela segurança da comunidade. 
A instituição está inserida em um contexto político administrativo, 
pertencente ao sistema de segurança pública, com missões constitucionais. 
São conhecimentos básicos que proporcionam uma visão geral do 
funcionamento do Estado, competência legislativa, direitos fundamentais entre 
outros assuntos necessários ao agente público. 
O conteúdo integra a Matriz Curricular Nacional da SENASP para a 
formação dos Corpos de Bombeiros Militar dos Brasil. 
 
 
 
 
 
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LIÇÃO 1 
ASPECTOS FUNDAMENTAIS DO 
DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
 
Objetivos: 
 
Ao final desta lição você será capaz de: 
1) Conhecer os aspectos fundamentais do Direito Constitucional; 
2) Identificar a classificação e a hierarquia das leis; 
3) Entender a evolução histórica das Constituições no Brasil; 
4) Aprender os princípios fundamentais da Constituição federal de 1988; 
5) Conhecer as funções essenciais à justiça. 
 
 
 
 
I. Aspectos Conceituais: 
 
a) Direito Constitucional: Configura-se como Direito Público Fundamental por 
referir-se diretamente à organização e funcionamento do Estado, à articulação dos 
elementos primários do mesmo e ao estabelecimento das bases da estrutura 
política.1 
 
 
 
1 SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 34 ed. São Paulo: Malheiros, 2011. 
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b) Constituição Federal: Considerada a lei fundamental de uma Nação, seria, 
então, a organização dos seus elementos essenciais: um sistema de normas, que 
regula a forma do Estado, a forma de seu governo, o modo de aquisição e o 
exercício do poder, o estabelecimento de seus órgãos, os limites de sua ação, os 
direitos fundamentais do homem e as respectivas garantias; em síntese, é o 
conjunto de normas que organiza os elementos constitutivos do estado. 
A Constituição também pode ser definida como a estrutura de um ser que se 
convencionou chamar de Estado. Na Constituição encontram-se os elementos 
estruturadores do Estado, fixadores de sua organização e da previsão de direitos e 
garantias fundamentais; Pode-se também afirmar que a Constituição é o conjunto de 
normas e princípios que organizam os elementos constitutivos do Estado (território, 
povo e soberania). 
 
 
c) Estado: É uma sociedade política, devidamente organizada sob a forma de 
governantes e governados, dotada de características próprias e elementos 
essenciais: povo, território e soberania. 
- Povo: É o elemento humano do Estado, são as pessoas que mantém um 
vínculo jurídico-político com o Estado (sujeito aos direitos e deveres por ele 
impostos). Diferente de população, que é um índice numérico, ou seja, são as 
pessoas que se encontram em determinada região, seja temporariamente ou 
permanentemente, sejam estrangeiros ou nacionais. 
- Território: É o espaço material, dentro do qual o Estado exerce a sua 
supremacia sobre as pessoas. Diferente de espaço geográfico, pois sua 
abrangência é maior, compreende o mar territorial, as fronteiras, o espaço aéreo, 
navios em alto mar, aeronaves sobrevoando espaço aéreo internacional e navios e 
aeronaves militares em qualquer lugar. 
- Soberania: É o elemento formal do Estado, é o poder absoluto que as 
autoridades constituídas possuem de sobre as pessoas que residam em 
determinado território. 
As normas jurídicas de mais alto grau encontram-se na Constituição Federal, 
são as Normas Constitucionais. 
 
 
 
 
 
II. A Constituição e as leis 
 
a) Conceito: Para Hans Kelsen, a constituição é o conjunto de normas fundamentais 
que exteriorizam os elementos essenciais de um estado (sentido jurídico). É a norma 
fundamental de organização de um Estado e de seu povo. 
 
b) Objetivo: Estruturar e delimitar o poder político do Estado e garantir direitos 
fundamentais ao povo. 
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Nota
Elementos constitutivos do Estado: Território, povo e soberania.
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c) Matérias Constitucionais: São matérias constitucionais somente a organização 
política do estado e os direitos e garantias individuais. Obs.: Qualquer outro assunto 
é constitucional apenas na forma, ou seja, porque foi inserido na constituição. 
 
d) Cláusulas Pétreas: São aquelas que estão na Constituição e não podem ser 
abolidas de nosso ordenamento jurídico (art. 60, §4º da CF). 
 
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante 
proposta: 
[...] 
§4º. Não será objeto de deliberação a proposta de 
emenda tendente a abolir: 
I – A forma federativa de Estado; 
II – O voto direto, secreto, universal e periódico; 
III – A separação dos Poderes; 
IV – Os direitos e Garantias individuais. 
 
e) Hierarquia das Leis: Pela ordem de importância: Constituição, Emendas à 
Constituição, Leis Complementares, Leis Ordinárias, Leis Delegadas, Medidas 
Provisórias, Decretos Legislativos e Resoluções (art. 59 ao 69 da CF). 
 
 
 
f) Revogação e suspenção das leis: Regra geral, a lei permanece em vigor 
enquanto outra não há modifique ou revogue. A exceção são as leis temporárias que 
perdem sua vigência com o decurso do tempo. 
A revogação pode ser: 
- Expressa: quando uma lei nova declara a revogação de lei anterior 
- Tácita:quando a lei nova é incompatível com a lei anterior ou quando regule 
inteiramente ou parcialmente a matéria que tratava a lei anterior (art. 1º da LICC). 
 A revogação ainda pode ser: 
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Nota
Matérias constitucionais: organização política do Estado e os direitos e garantias individuais.
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Nota
Cláusulas Pétreas.
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Nota
Decreto está abaixo de medida provisória.
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- Total = Ab-rogação (quando toda a lei é revogada); 
- Parcial = Derrogação (quando apenas alguns artigos da lei são revogados). 
OBSERVAÇÃO: A lei nunca é revogada pelo desuso. Ela só pode ser 
revogada por outra lei, seja da mesma hierarquia ou de hierarquia superior. 
 Porém, há casos em que as leis podem ser suspensas, como é o caso da 
vigência de Guerra Declarada ou de decretação de Estado de Sítio ou de Defesa e 
art. 52, X da CF. 
 
III. Evolução histórica das constituições no Brasil 
 
IV. Constituição Federal de 1988 
 
a) Principais Características: 
1) Restabeleceu eleições diretas para os cargos de presidente da República, 
governadores de estados e prefeitos municipais; 
2) Estabeleceu o direito de voto para os analfabetos; 
3) Definiu o voto facultativo para os jovens de 16 a 18 anos de idade; 
4) Sistema pluripartidário; 
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AATPROTOCOLO
Nota
Bizú
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5) Colocou fim a censura aos meios de comunicação, obras de arte, músicas, 
filmes, teatro, etc. 
6) Férias anuais remuneradas com 1/3; 
7) Licença à gestante; 
8) Licença-paternidade; 
9) Prescrição de 5 anos créditos trabalhistas, até 2 anos após a extinção do 
contrato de trabalho; 
10) Insalubridade ou periculosidade; 
11) FGTS 
12) Participação nos lucros 
13) Repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos; 
14) Aviso prévio; 
15) Aposentadoria; 
16) Assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 anos de 
idade em creches e pré-escolas 
 
b) Princípios Fundamentais da CF/88 
 
- República Federativa do Brasil: art. 1º, caput da CF. 
 
Art. 1º - A República Federativa do Brasil, formada pela 
união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito 
Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e 
tem como fundamentos: 
SOberania; 
CIdadania; 
DIgnidade da pessoa humana; 
VAlores sociais do trabalho e da livre iniciativa; 
PLUralismo político. 
 
Os “ALICERCES” da Constituição Federal são os FUNDAMENTOS 
 
“SO CI DI VA PLU” 
 
- Estado Democrático de Direito: É aquele em que todas as ações são reguladas por 
lei ou normas. Tendo em vista o aspecto democrático, devem ser elaboradas por um 
poder escolhido pelo povo e destinadas ao seu interesse (do povo, pelo povo, para o 
povo). 
Etimologicamente, significa RES – coisa, PUBLICO – povo, ou seja “coisa do povo, 
para o povo”. 
São características básicas: 
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Nota
Fundamentos: SOCIDIVAPLU
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Representatividade - o povo escolhe seus representantes; 
Eletividade - a escolha é feita através do voto, de eleições; 
Periodicidade - o representante exerce mandato temporário (4 anos); 
Responsabilidade - dever de probidade administrativa; 
Soberania popular - o poder emana do povo e por ele é exercido. 
 “REPRESO” 
 
- Fundamentos: art. 1º e incisos, da CF. 
Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou 
diretamente, nos termos desta Constituição. Parágrafo único do 1º CF 
 
- Separação Dos Poderes: art. 2º da CF. 
São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o 
Executivo e o Judiciário. Art 2º CF 
 
- OBJETIVOS FUNDAMENTAIS: art. 3º da CF. 
Os “TIJOLOS” da Constituição Federal são os Objetivos Fundamentais” 
COnstruir uma sociedade livre, justa e solidária; 
GArantir o desenvolvimento nacional; 
ERradicar a pobreza e a marginalização; reduzir as desigualdades sociais e 
regionais; 
PROmover o bem de todos, sem quaisquer preconceitos ou discriminação; 
“COGAERPRO” 
 
 
c) Emenda à Constituição 
 
A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: 
I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado 
Federal; 
II - do Presidente da República; 
III - de mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades da Federação, 
manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros. 
 
- Limitações: Situações em que a Constituição não poderá ser emendada. 
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Objetivos: verbos no infinitivo. COGAERPRO (4 verbos)
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Nota
Não confundir, 1/3 para propor e 3/5 para aprovar.
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Vedações circunstanciais: Na vigência de intervenção federal, de estado de 
defesa ou de estado de sítio. 
 
Vedações Materiais: Não será objeto de deliberação a proposta de emenda 
tendente a abolir: (cláusulas pétreas) 
I - a forma federativa de Estado; 
II - o voto direto, secreto, universal e periódico; 
III - a separação dos Poderes; 
IV - os direitos e garantias individuais. 
 
- Procedimentos para a apresentação de uma Emenda à Constituição 
 A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em 
dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos 
votos dos respectivos membros. 
 A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos 
Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem. 
 A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por 
prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão 
legislativa. 
 
- Sessão Legislativa 
 Ordinária : Período de 15/02 a 30/06 e 01/08 a 15/12. 
 Extraordinária: Período de 01/07 a 31/07 e 16/12 a 14/02 (recesso). 
 O Presidente da República NÃO SANCIONA NEM VETA Lei de Emenda à 
Constituição; 
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dois turnos e 3/5.
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Bizú!
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d) Tratados Internacionais 
 
“Uma norma de Direito Internacional não produz efeitos imediatos dentro do território 
nacional”, ou seja, precisa ser recepcionada. 
 
1. A Natureza Jurídica do Tratado Internacional que NÃO verse sobre Direitos 
Humanos é de NORMA INFRA-CONSTITUCIONAL e portanto tem a 
NATUREZA DE LEI ORDINÁRIA. 
2. A Natureza Jurídica do Tratado Internacional que versar sobre Direitos 
Humanos é EQUIVALENTE ÀS EMENDAS CONSTITUCIONAIS (dos 
tratados que forem posteriores à EC. 45/2004) 
3. A Natureza Jurídica do Tratado Internacional que versar sobre Direitos 
Humanos anterior à EC. 45/2004 será SUPRALEGAL (está acima da Lei e 
abaixo da CF) 
 
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V. Funções essenciais à justiça 
 
- Ministério Público: O Ministério Público é uma instituição “extra-poder”, ou seja, o 
Ministério Público, sem ser poder, exerce atribuições e possui garantias de Poder; o 
Ministério Público portanto não é uma 4ºPoder, pois nós temos formalmente, 3 
órgãos que exercem parcela da Soberania do Estado: Legislativo; Executivo; 
Judiciário e uma instituição “extra-poder”, que é o Ministério Público; 
 
- Advocacia e Defensoria Pública: 
 Advocacia: 
Assegura a ampla defesa assegurada pela Constituição como direito 
fundamental, o STF editou a Súmula Vinculante n. 14: “É direito do defensor, no 
interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já 
documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência 
de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa”. 
 
 Defensoria Pública: 
A defensoria pública é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do 
Estado, incumbindo-lhe, como expressão e instrumento do regime democrático, 
fundamentalmente, a orientação jurídica, a promoção dos direitos humanos e a 
defesa, em todos os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos, 
de forma integral e gratuita, aos necessitados, assim considerados na forma integral 
e gratuita, aos necessitados, assim considerados na forma do inciso LXXIV do art. 5º 
da CF/88. 
 
 
Minhas anotações 
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
__________________________________________________________________ 
 
 
 
 
 
 
 
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LIÇÃO 2 
 
DIREITOS E GARANTIAS 
FUNDAMENTAIS 
 
 
Objetivos: 
 
Ao final desta lição você será capaz de: 
1) Compreender os direitos fundamentais básicos da República Federativa do Brasil 
2) Reconhecer os direitos e as garantias constitucionalmente asseguradas; 
3) Diferenciar direitos fundamentais de garantias fundamentais; 
4) Entender o que são direitos sociais; 
5) Compreender o que são e quais são os direitos políticos constitucionalmente 
assegurados. 
 
 
 
Aspectos Gerais: 
 
O art. 5° da Constituição de 1988 enuncia a maior parte dos direitos 
fundamentais de primeira geração (ou dimensão) albergados em nosso 
ordenamento constitucional (embora nele não haja apenas direitos individuais, mas 
também alguns direitos de exercício coletivo). O caput deste artigo enumera cinco 
direitos fundamentais básicos, dos quais os demais direitos enunciados nos seus 
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incisos constituem desdobramentos: (1) direito à vida; (2) direito à liberdade; (3) 
direito à igualdade; (4) direito à segurança; (5) direito à propriedade. Nesta unidade 
didática estudaremos, discriminadamente, os direitos fundamentais constantes no 
art. 5° da Carta de 1988, bem como os direitos sociais e os direitos políticos. Antes, 
porém, cumpre trazer algumas referências aos aspectos fundamentais do direito 
constitucional pátrio. 
Bons estudos a todos!!! 
Introdução 
Os direitos fundamentais ganham destaque especialmente após a Revolução 
Francesa, momento em que diversas correntes filosóficas e políticas como o 
racionalismo e o contratualismo inspiram a vontade popular de impor limites ao 
Estado, reconhecendo um limite mínimo de proteção ao indivíduo perante o Estado. 
Nossa Constituição relaciona os direitos fundamentais em seu Título II, denominado 
“Dos Direitos e Garantias Fundamentais”. A posição “geográfica” desse título, logo no 
início do texto, demonstra a importância dos direitos fundamentais em nossa ordem 
constitucional. 
Seguindo os ensinamentos de Ingo Wolfgang Sarlet2, temos que a maneira 
mais precisa de diferenciarmos os ditos direitos fundamentais dos direitos humanos é 
através da positivação, senão vejamos: “os direitos fundamentais constituem um 
conjunto de direitos e liberdades institucionalmente reconhecidos e garantidos 
pelo direito positivo de determinado Estado através de sua Carta Política, 
enquanto que os direitos humanos são aqueles direitos reconhecidos nos 
tratados internacionais”. Abaixo, são apresentados os principais artigos da 
Constituição que fazem referência a direitos fundamentais, sempre lembrando que os 
direitos fundamentais podem estar em outros pontos da Constituição Federal também. 
 
a. DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS: art. 5º ao art. 17 da CF. 
b. DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS: art. Art. 5º, CF. 
c. DIREITOS SOCIAIS: art. 6º ao 11 da CF. 
d. DIREITOS DE NACIONALIDADE: art. 12 e 13 da CF. 
e. DIREITOS POLÍTICOS: art. 14 ao 16 da CF. 
f. PARTIDOS POLÍTICOS: art. 17 da CF. 
 
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS 
 
Na Antiguidade os direitos fundamentais eram descritos, não como limitadores 
do poder Estatal, pois naquela época não se conhecia o fenômeno da limitação, 
assim as leis que organizavam os Estados não atribuíam aos indivíduos direitos frente 
ao poder Estatal. Verifica-se, ainda, que os direitos fundamentais não surgiram de 
 
2 SARLET, Ingo Wolfgang. A eficácia dos direitos fundamentais. 4ª ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 
2004, p. 33. 
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forma instantânea. A conquista dos direitos fundamentais ocorreu ao longo da 
história, de tal forma que podem ser identificadas diversas gerações de direitos, que 
nada mais são do que representação dos momentos históricos e dos direitos ali 
conquistados. As gerações de direitos também podem ser denominadas dimensões 
de direitos fundamentais, termo que deixa claro o fato de que as gerações não são 
superadas, mas sim incorporadas às novas gerações de direitos fundamentais, sendo 
a expressão mais correta. Na sequência, é apresentada figura que mostra um resumo 
das diversas dimensões de direitos e, para fins de CTSP os termos dimensão e 
geração devem ser vistos como sinônimos. 
 
 
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DIFERENCIAÇÃO ENTRE DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS: 
 
a) DIREITOS FUNDAMENTAIS: São os bens e vantagens prescritos na norma 
constitucional. Ex.: a liberdade. 
b) GARANTIAS FUNDAMENTAIS: São os instrumentos através dos quais se 
assegura o exercício desses direitos ou os repara, em caso de violação. 
 
CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS: 
 
a) Aplicação imediata (art. 5º, §1º da CF); 
b) História no Cristianismo; 
c) Universal; 
d) Limitado; 
d) Concorrente; 
e) Irrenunciabilidade; 
f) Inalienabilidade; 
g) Imprescritibilidade. 
 
DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS - Ler o art. 5º da CF 
 
Assim dispõe o art. 5° da Constituição Federal: 
 
Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos 
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à 
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
 
Em primeiro lugar, há que se frisar que o dispositivo acima transcrito reproduz 
o princípio da isonomia, que consiste na proibição da criação de distinções que não 
sejam fundamentadas. Assim, impõe a Constituição que os iguais sejam tratados de 
forma igual e os desiguais sejam tratados de forma desigual. Assim, por exemplo, 
justifica-se a existência de critérios diferenciados para homens e mulheres em uma 
prova física em um concurso público ante as nítidas diferenças fisiológicas entre os 
gêneros. Na sequência, são apresentados os principais pontos encontrados no título 
referente aos direitos fundamentais: 
 
 O Direito à Vida: O direito à vida é o mais fundamental de todos os direitos, já 
que constitui pré-requisito para o exercício de todos os demais direitos, sendo 
considerado sob dois aspectos preponderantes: o direito de continuarvivo, bem como 
o de conviver dignamente. A Constituição protege a vida de uma forma geral, 
inclusive uterina. 
 
 Princípio da Igualdade: O princípio da igualdade (isonomia) decorre da 
concepção clássica do que é justiça, ou seja, o tratamento desigual de casos 
desiguais, na medida em que são desiguais. Em outros termos, o que se veda é o 
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Garantias são os instrumentos que asseguram os direitos.
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tratamento desigual daqueles casos que se encontram na mesma situação. O que 
realmente se protege são certas finalidades, somente se tendo por violado o princípio 
da igualdade quando o elemento discriminador não se encontre a serviço de uma 
finalidade acolhida pelo direito. Somente pode ser considerado lesado o princípio da 
igualdade quando o elemento discriminador atuar de forma não amparada pelo direito 
sendo perfeitamente possível, dependendo do caso concreto, a estipulação de 
limitação etária para ingresso no serviço público, desde que, verificada a 
peculiaridade da situação (como no caso dos militares, nos termos do art. 142, § 3°, X 
da CF/88). Ressalte-se que, em princípio, não poderá haver discriminação por motivo 
de idade para admissão no serviço público (art. 7°, XXX), porém, conforme afirmado, 
depende sempre da avaliação da hipótese e da atuação do elemento discriminador 
(no caso o elemento etário) em função de finalidade acolhida pelo direito. 
 
 Igualdade entre Homens e Mulheres (art. 5°, I): A igualdade entre homens 
e mulheres, prevista no art. 5°, I, da Constituição, deve levar em conta que se 
afigura impossível qualquer discriminação em razão do sexo (por si só), exceto nos 
casos em que a própria CF cuida de discrimina-los (art. 7°, XVIII e XIX, art. 40, § 1°, 
143, §§ 1° e 2° e 201, § 7°) e quando a legislação infraconstitucional utilize a 
discriminação como forma de atenuar os desníveis porventura existentes. 
 
 Princípio da Legalidade (art. 5°, II): Previsto no art. 5°, II, da CF/88, o 
princípio da legalidade visa garantir que só por meio das espécies normativas, 
devidamente elaboradas conforme as regras do processo legislativo constitucional, 
podem-se criar obrigações para o indivíduo, pois as normas são expressão da 
vontade geral. O princípio da legalidade não se confunde com o princípio da reserva 
legal, já que o primeiro significa a submissão e o respeito à lei, ou a atuação dentro 
da esfera estabelecida pelo legislador, enquanto que o segundo consiste em estatuir 
que a regulamentação de determinadas matérias há de fazer-se necessariamente por 
lei formal. 
 
 Tratamento Constitucional da Tortura (art. 5°, III e XLIII): Outro direito 
fundamental concebido pelo legislador constituinte originário, no art. 5° da CF, foi a 
previsão de que ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou 
degradante (inciso III) (princípio da proibição da tortura); bem como que a lei 
considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática de 
tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos 
como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os 
que, podendo evitá-los, se omitirem (inciso XLIII). 
 
 Liberdade de Pensamento, Direito de Resposta e Responsabilidade por 
Dano Material, Moral ou à Imagem (art. 5°, IV e V): A garantia da liberdade de 
pensamento, o direito de resposta e responsabilidade por dano material, moral ou à 
imagem, previstos no art. 5°, IV e V da CF, significam que a manifestação de 
pensamento é livre e garantida constitucionalmente, não permitindo-se a censura 
prévia em diversões e espetáculos públicos e sendo vedado o anonimato (inciso IV). 
Os abusos porventura cometidos no exercício indevido da manifestação de 
pensamento são passíveis de exame pelo Poder Judiciário com a conseqüente 
responsabilidade civil e penal de seus autores (inciso V). A norma em comento 
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pretende a reparação da ordem jurídica lesada, seja por meio de ressarcimento 
econômico, seja por outros meios, como por exemplo o direito de resposta. 
 
 Liberdade de Consciência, Crença Religiosa, Convicção Filosófica ou 
Política e Escusa de Consciência (art. 5°, VI e VIII): A CF protege a liberdade de 
consciência e religiosa (de crença), bem como a plena proteção à liberdade de culto e 
as liturgias (desde que não contrário à ordem. Os crimes hediondos estão previstos 
na Lei n° 8.072/90 e os crimes de tortura estão definidos na Lei 9.455, de 07/04/1997 
(art. 1°). Entretanto, as liberdades acima referidas devem respeitar os demais 
princípios constitucionais e legais, como a o respeito à tranquilidade e ao sossego 
público, e ser compatível com os bons costumes. A CF/88 também prevê que 
ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção 
filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos 
imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei (inciso VIII). 
Igualmente, o art. 15, IV da CF, prevê que a recusa de cumprir obrigação a todos 
imposta ou prestação alternativa acarretará a perda dos direitos políticos. 
 
 Assistência Religiosa (art. 5°, VII): A previsão do inciso VII do art. 5° encerra 
um direito subjetivo daquele que se encontra internado em estabelecimento coletivo. 
São considerados locais de internação coletiva os hospitais, as prisões e os quarteis, 
por exemplo. 
 
 Expressão da Atividade Intelectual, Artística, Científica e de Comunicação 
(art. 5°, IX): A liberdade de expressão e de manifestação de pensamento não deve 
sofrer nenhum tipo de limitação prévia, no tocante a censura de natureza política, 
ideológica e artística, sendo, contudo, possível à lei ordinária a regulamentação das 
diversões e espetáculos, classificando-os por faixas etárias a que não se 
recomendem, bem como definir locais e horários a que sejam inadequados. 
 
 Inviolabilidade à Intimidade, Vida Privada, Honra e Imagem: Os direitos à 
intimidade e à própria imagem formam a proteção constitucional à vida privada, 
salvaguardando um espaço íntimo intransponível por intromissões ilícitas externas, 
tanto para as pessoas físicas quanto jurídicas. 
 
 Inviolabilidade Domiciliar (art. 5°, XI): A regra constitucional da 
inviolabilidade domiciliar possui exceções previstas na própria CF, assim a casa é 
asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do 
morador, salvo: a) em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, 
ou b) ainda, durante o dia, por determinação judicial. O termo domicílio tem amplitude 
maior do que no direito comum, considerando–se como tal o local delimitado e 
separado que alguém ocupa com exclusividade, a qualquer título, inclusive 
profissionalmente. 
 
 Sigilo de Correspondência e de Comunicação (art. 5°, XII): O sigilo de 
correspondência e de comunicação (art. 5°, XII), possibilita em certos casos a 
interceptação telefônica, desde que por ordem judicial, para fins de investigação 
criminal ou instrução processual penal, e nas hipóteses que a lei estabelecer (Lei n° 
9.296/96). A interceptação poderá ser determinada pelo juiz de ofício ou a 
requerimento da autoridade policial (somente na investigação criminal) ou do 
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representante do Ministério Público, sempre em autos apartados, preservando-se o 
sigilo das diligências, gravações e transcrições respectivas. A gravação clandestina, é 
aquela em que a captação e gravaçãoda conversa pessoal, ambiental ou telefônica, 
se dá por meio de um dos interlocutores, ou por terceira pessoa com o seu 
consentimento, sem que haja conhecimento dos demais interlocutores. Essa conduta 
afronta o inciso X do art. 5° da CF, diferentemente das interceptações telefônicas que 
são realizadas sem o consentimento dos interlocutores e que afrontam o art. 5°, inciso 
XII da CF. Alexandre de Moraes entende que se admite a possibilidade de gravação 
clandestina com autorização judicial, mesmo diante da ausência de previsão legal, 
nos casos de legítima defesa dos direitos humanos fundamentais, ou seja, os direitos 
fundamentais não poderão ser utilizados como forma de escudo protetor para prática 
de atos ilícitos. 
 
 Inviolabilidade de Dados e Sigilos Bancário e Fiscal: A inviolabilidade do 
sigilo de dados (art. 5°, XII) complementa a previsão ao direito à intimidade e vida 
privada, na medida em que se considera as informações fiscais e bancárias como 
parte da vida privada da pessoa física ou jurídica. Para que seja possível a quebra do 
sigilo fiscal ou bancário existem certos requisitos, a saber: 
 
 autorização judicial ou determinação de CPI ou requisição do MP (art. 129, VI, 
da CF); 
 excepcionalidade da medida; 
 individualização do investigado e do objeto da investigação; 
 obrigatoriedade da manutenção do sigilo em relação às pessoas estranhas à 
causa; 
 utilização dos dados somente para a investigação que lhe deu causa; 
 
 Direito de Reunião (art. 5°, XVI): A CF garante que todos podem reunir-se 
pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de 
autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o 
mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente, tratando-
se, pois, de direito individual o de coligar-se com outras pessoas, para fim lícito. São 
elementos da reunião: pluralidade de participantes, tempo (duração limitada), 
finalidade (lícita, pacífica e sem armas) e lugar (fixo ou móvel – ex. passeatas). Tal 
direito pode, contudo, ser suspenso, nas hipóteses excepcionais de Estado de Defesa 
e Estado de Sítio. 
 
 Direito de Associação (art. 5°, XVII a XXI): É plena a liberdade de 
associação, de modo que ninguém poderá ser compelido a associar-se ou mesmo 
permanecer associado, desde que para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar, 
sendo que sua criação e, na forma da lei, a de cooperativas, independem de 
autorização, vedada a interferência estatal em seu funcionamento. A associação só 
poderá ser compulsoriamente dissolvida ou ter suas atividades suspensas por 
decisão judicial, exigindo-se, no caso da dissolução compulsória, o trânsito em 
julgado da decisão. As entidades associativas devidamente constituídas, quando 
expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou 
extrajudicialmente, possuindo legitimidade ad causam para, em substituição 
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processual, defender em Juízo direitos de seus associados, sendo desnecessária a 
expressa e específica autorização de cada um de seus integrantes. 
 
 Apreciação de Lesão ou Ameaça de Direito pelo Poder Judiciário (art. 5°, 
XXXV): Prevê a CF, no art. 5°, XXXV, que a Lei não excluirá da apreciação do Poder 
Judiciário lesão ou ameaça a direito, é a princípio da inafastabilidade do acesso ao 
Poder Judiciário (direito de ação e de prestação jurisdicional – princípio do livre 
acesso). Na nova ordem constitucional, a instância administrativa não precisa ser 
exaurida como condição ao acesso ao Poder Judiciário, a única exceção é o acesso 
prévio, em certos casos, à Justiça Desportiva (CF, art. 217, § 1°). 
 
 Direito Adquirido, Ato Jurídico Perfeito e Coisa Julgada (art. 5°, XXXVI): A 
CF afirma que a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa 
julgada. Assim, a CF prevê a imutabilidade das chamadas cláusulas pétreas (art. 60, 
§ 4°, VI), ou seja, a impossibilidade de emenda constitucional prejudicar os direitos e 
garantias individuais, entre eles, o direito adquirido (art. 5, XXXVI). Pode-se definir 
como direito adquirido aquele que se incorporou definitivamente ao patrimônio 
pessoal do indivíduo, ou seja, que pode ser a qualquer momento invocado, usufruído, 
independentemente da vontade alheia, e que, mesmo no caso da existência de 
condição ou termo para início de sua fruição, tal condição perfaz-se inalterável ao 
arbítrio de terceiros. Ato Jurídico Perfeito é aquele que se aperfeiçoou, que reuniu 
todos os elementos necessários a sua firmação, debaixo da lei vigente. Coisa 
Julgada é a decisão judicial transitada em julgado, em outros termos, a decisão 
judicial de que já não caiba recurso (Art. 6°, § 3°, da Lei de Introdução às Normas do 
Direito Brasileiro); 
 
 Princípio do Juiz Natural (art. 5°, XXXVII e LIII): O princípio do juiz natural, 
consagrado nos incisos XXXVII e LIII do art. 5° da CF, constitui-se em garantia 
indispensável da segurança popular contra o arbítrio estatal, pois garante a 
imparcialidade do juiz, já que o juiz natural é só aquele integrante do Poder Judiciário, 
com todas as garantias institucionais e pessoais previstas na CF, inclusive as regras 
atinentes à competência e jurisdição. 
 
 Tribunal do Júri (art. 5°, XXXVIII): O Júri é um tribunal popular, de essência e 
obrigatoriedade constitucional, regulamentado na forma de lei ordinária e, atualmente, 
composto por um juiz de direito, que o preside, por 21 jurados, que serão sorteados 
dentre cidadãos que constem do alistamento eleitoral do Município, formando-se o 
Conselho de Sentença com sete deles. A CF assegura à instituição do Júri: plenitude 
da defesa, o sigilo das votações, a soberania dos veredictos (que não exclui a 
recorribilidade das suas decisões contrárias a provas dos autos) e a competência 
para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida (apenas não aplicável nos casos 
em que exista prerrogativa constitucional de foro). 
 
 Extradição (art. 5°, LI e LII): Os incisos LI e LII, do art. 5°, prevêem as 
hipóteses constitucionais para a extradição, ou seja, o brasileiro nato jamais poderá 
ser extraditado, já o brasileiro naturalizado somente será extraditado por cometimento 
de crime comum (praticado antes da naturalização) ou no caso de participação 
comprovada em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei, 
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independentemente do momento do fato. O estrangeiro poderá ser extraditado, 
havendo vedação apenas nos crimes políticos ou de opinião. 
 Devido Processo Legal, Contraditório e Ampla Defesa (art. 5°, LIV e LV): A 
CF incorporou o princípio do devido processo legal (que tem como corolários a ampla 
defesa e o contraditório) que deverão ser assegurados aos litigantes, em processo 
judicial ou administrativo, e aos acusados em geral (art. 5°, LV). Contudo, o princípio 
do contraditório nos processos penais não se aplica aos inquéritos policiais (fase 
investigatória). 
 
 Provas Ilícitas (art. 5°, LVI): São inadmissíveis no processo as provas obtidas 
por meios ilícitos, com desrespeito ao direito material. Somente em casos 
excepcionais tais provas poderão ser consideradas, pois nenhuma liberdade pública é 
absoluta. As provas ilícitas (obtidas com desrespeito ao direito material – v.g. 
mediante tortura, quebra do princípio da inviolabilidade domiciliar, telefônica, direito à 
intimidade, sigilo) são espécie do gênero provas ilegais, que engloba também as 
chamadas provas ilegítimas, que são aquelas obtidas com desrespeito ao direito 
processual (v.g. quebra do sigilo bancário por mero decreto), estas últimas são 
aproveitáveis sempre que possível sanar o defeito processual. As provas derivadas 
de provas ilícitas, de acordo com a posição atual do STF, contaminam as demais 
provasdela decorrentes, de acordo com a teoria americana dos frutos da árvore 
envenenada. Em certos casos (excepcionais), contudo, há a possibilidade de 
convalidação de provas obtidas por meios ilícitos com a finalidade de defesa das 
liberdades públicas fundamentais, ocorrendo na hipótese a chamada legítima defesa 
dos direitos humanos fundamentais. De igual forma, não há que se falar em 
violação à intimidade, em se tratando de servidor público, já que prevalece o princípio 
da publicidade de seus atos. 
 
 Princípio da Presunção de Inocência (art. 5°, LVII): A CF estabelece que 
ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado da sentença penal 
condenatória, consagrando o princípio da presunção de inocência, o qual, contudo, 
não afasta a constitucionalidade das espécies de prisão provisórias (prisão 
temporária, em flagrante, preventiva etc.). 
 
 Ação Penal Privada Subsidiária (art. 5°, LIX): No sistema jurídico brasileiro 
(art. 129, I) o processo penal só poderá ser deflagrado por denúncia ou queixa, sendo 
a ação penal pública privativa do MP, só podendo ser exercida de forma subsidiária 
pelo particular (ação penal privada subsidiária da pública) em caso de inércia do MP 
em adotar, no prazo legal (art. 46, CPP), uma das seguintes providências: oferecer a 
denúncia, requerer o arquivamento do inquérito policial ou requisitar diligências. 
 
 Prisão Civil (art.5°, LXVII): Em regra não haverá prisão civil por dívida, no 
Brasil, exceto nos casos de: a) inadimplemento voluntário de obrigação alimentícia; e, 
b) do depositário infiel. 
 
 Rol Exemplificativo (art. 5°, § 2°): Os direitos e garantias expressos na CF 
não excluem outros de caráter constitucional decorrentes do regime e dos princípios 
por ela adotados, além da existência de outros de caráter infraconstitucional 
decorrentes dos tratados internacionais dos quais o Brasil seja signatário (art. 5°, § 
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2°). Em outros termos, o art. 5° não exaure o rol de direitos e garantias do sistema 
constitucional pátrio. 
 
REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS 
 
Os remédios constitucionais são garantias definidas no corpo do art. 5°. da 
Constituição Federal, que visam à proteção de valores também definidos na Carta 
Maior. Apesar de a maioria dos remédios tramitar perante o Poder Judiciário, 
existem remédios, como o direito de petição, que podem tramitar perante órgãos 
administrativos. Consideraremos, em nosso estudo, os seguintes remédios 
constitucionais: 
 Habeas corpus; 
 Habeas data; 
 Mandado de segurança; 
 Mandado de Injunção~; 
 Ação Popular; 
 Direito de Petição. 
 Na sequência, serão apresentadas as principais características de cada um 
dos remédios constitucionais acima referidos. 
 Habeas Corpus: Art. 5º, LXVIII 
 
Quando à origem do Habeas Corpus, há duas correntes: A primeira defende 
que o referido teve origem no direito Romano; A segunda defende que o mesmo teve 
origem na Inglaterra, no ano de 1215, através da Carta Magna de “João Sem Terra”, a 
qual veio a ser formalizada pelo Habeas Corpus Act, em 1679. No Brasil, a primeira 
manifestação se deu em 1821, através de um alvará emitido por Dom Pedro I, pelo 
qual assegurava a liberdade de locomoção. A terminologia “habeas corpus” só 
apareceu em 1830, no Código Criminal. Porém, só virou regra constitucional em 1891. 
 
Finalidade: Tutelar o direito de liberdade de locomoção (liberdade de ir, vir, 
parar e ficar). 
Natureza Jurídica: Tem caráter penal e de procedimento especial, isento de 
custas, que visa evitar ou cessar a ameaça de liberdade de locomoção (engloba: 
direito de acesso, ingresso, permanência e saída do território nacional). Observação: 
No Estado Democrático de Direito, a liberdade de locomoção é indispensável. No 
entanto, há hipóteses em que a própria CF limita esse direito, como no caso de 
decretação de Estado de Sítio (art. 139 da CF). 
Espécies: 
a) Preventivo: quando alguém se achar ameaçado de sofrer violência ou 
coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder (antes que 
aconteça); 
b) Liberatório ou Repressivo: Para Cessar a violência ou coação (esta 
acontecendo). 
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Nota
São seis
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Legitimidade Ativa: Qualquer do povo pode ingressar, nacional ou 
estrangeiro, em benefício próprio ou alheio. Não é necessário advogado para ser 
impetrado. 
Legitimidade Passiva: Pode ser impetrado tanto contra Autoridade, no caso 
de ilegalidade ou abuso de poder; como contra particular, no caso de ilegalidade. 
 Habeas Data: Art. 5º, LXXII 
 
Tem por objeto proteger a esfera íntima dos indivíduos contra: a) usos abusivos 
de registros de dados pessoais coletados por meios fraudulentos, desleais ou ilícitos; 
b) introdução nesses registros de dados sensíveis; e c) conservação de dados falsos 
ou com fins diversos dos autorizados em lei. 
Assim, conceder-se-á habeas data: 
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, 
constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de 
caráter público; 
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, 
judicial ou administrativo”. 
Legitimidade Ativa: Somente o titular dos dados a serem corrigidos ou 
alterados, pode impetrar. 
 
Legitimidade Passiva: Apenas pode ser impetrado o banco de dados de 
caráter público (Serasa, SPC, etc.) ou respectiva entidade governamental (INSS, 
Receita Federal do Brasil, Polícia Federal, etc.) 
 Mandado de Segurança: Art. 5º, LXIX 
 
O Mandado de Segurança, criação brasileira, é uma ação constitucional de 
natureza civil, qualquer que seja o ato impugnado, seja ele administrativo, criminal, 
eleitoral, trabalhista, etc. 
Abrangência: Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito 
líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o 
responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de 
pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público. 
Espécies: a) Preventivo: quando alguém se achar ameaçado de violação de 
direito líquido e certo (antes que aconteça); 
 b) Repressivo: contra atos já praticados. 
Legitimidade Ativa: É o detentor do direito líquido e certo não amparado por 
habeas corpus ou habeas data. 
Legitimidade Passiva: Somente pode ser impetrado em um mandado de 
segurança quem seja autoridade pública ou agende de pessoa jurídica no exercício 
de atribuições do Poder Público, ou seja, a ela equiparado por atuar em função 
eminentemente pública, mediante delegação. 
Prazo Para Interposição: 120 dias, a partir da ciência do interessado. 
 
 
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Somente quando o resposável pela ilegalidade for autoridade pública.
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Prazo de 120 dias a partir da ciência do interessado.
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 Mandado de Segurança Coletivo: Art. 5º, LXX 
 
O Mandado de Segurança Coletivo busca a proteção de direito líquido e certo 
não amparado por habeas corpus ou habeas data, contra atos ou omissões ilegais ou 
com abuso de poder de autoridade, buscando a preservação (preventivo) ou 
reparação (repressivo) de interesses transindividuais. 
Legitimidade ativa: 
a) Partido político com a representação no Congresso Nacional; 
b) Organização sindical, entendida como classe ou associação, desde que 
estejam legalmente constituídas e em funcionamento há pelo menos 01 ano, 
em defesa de seus membros ou associados. 
Legitimidade Passiva: Igual a do Mandado de Segurança Individual. 
 
 Mandado deInjunção: Art. 5º, LXXI 
 
O Mandado de Injunção será concedido sempre a falta de norma 
regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e 
das prerrogativas inerentes à nacionalidade, soberania e cidadania. 
Legitimidade Ativa: Qualquer pessoa que a falta de norma regulamentadora 
estiver inviabilizando o exercício de direitos, liberdades e prerrogativas inerentes à 
nacionalidade, soberania e cidadania. 
Legitimidade Passiva: A pessoa estatal responsável pela omissão legislativa. 
Obs.: É possível a impetração de Mandado de Injunção Coletivo por sindicato 
na defesa no interesse dos direitos das categorias dos trabalhadores (art. 8, III). 
 Ação Popular: Art. 5º, LXXIII 
Qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular 
ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à 
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, 
ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da 
sucumbência. 
 
 Direito de Petição e Certidão: Art. 5º, XXXIV, “a” 
É a todos assegurado, independentemente do pagamento de taxas: a) o direito 
de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso 
de poder; b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos 
e esclarecimento de situações de interesse pessoal; 
 
DIREITOS SOCIAIS E COLETIVOS 
 
Para melhor compreensão do tópico a seguir é fundamental que o aluno leia 
do art. 6º ao art. 11 da CF. A Constituição dedica um capítulo inteiro aos direitos 
sociais, que possuem um caráter protetivo e assistencial. Trata-se de direitos 
fundamentais de segunda geração (introduzidos em larga escala no Brasil com a 
política social introduzida por Getúlio Vargas, principalmente em 1934). 
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inviável o exercício.
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 DIREITOS SOCIAIS: educação, saúde, alimentação, trabalho, moradia, 
transporte, lazer, segurança, previdência social, proteção à maternidade e a infância, 
assistência aos desamparados. 
 DIREITOS RELATIVOS AOS TRABALHADORES: a) Relações Individuais de 
Trabalho (art. 7º da CF); b) Direitos Coletivos dos Trabalhadores (art. 8º ao 11 da CF). 
Importante observar, ainda, que outros direitos sociais podem ser 
encontrados no Título VIII do texto constitucional. 
 
DIREITOS POLÍTICOS 
 
Conceito: são prerrogativas, atributos, faculdades ou poderes de 
intervenção dos cidadãos ativos no governo de seu país, intervenção direta ou 
indireta, mais ou menos ampla, segundo a intensidade de gozo desses direitos. Tais 
normas constituem um desdobramento do princípio democrático inscrito no art. 1º, § 
único, CF, que afirma todo o poder emanar do povo, que o exerce por meio de 
representantes eleitos ou diretamente. Os direitos políticos abrangem outros direitos, 
além do de votar e ser votado, como o da iniciativa popular no processo legislativo, o 
de propor ação popular e o de organizar e participar de partidos políticos. 
Sufrágio Universal = Cláusula Pétrea (art. 60, §4º da CF) 
 
Soberania Popular = Plebiscito, Referendo, Iniciativa Popular (art. 14 da CF). 
 
A figura abaixo sintetiza a noção de direitos políticos: 
 
 
 
 
a) Sufrágio universal: se dá quando o direito de votar é concedido a todos os 
nacionais, independente de fixação de condições de nascimento, econômicas, 
culturais ou outras condições especiais. Destaca-se que a existência de requisitos 
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de forma (necessidade de alistamento eleitoral) e fundo (nacionalidade, idade 
mínima, por ex.), não retiram a universalidade do sufrágio. É a regra no Brasil. 
b) Sufrágio restrito (qualificativo): ocorre quando o direito de voto é concedido em 
virtude da presença de determinadas condições especiais possuídas por alguns 
nacionais. Ele pode ser censitário, quando o nacional tiver que preencher 
qualificação econômica (renda, bens etc.), ou capacitário, quando necessitar 
apresentar alguma característica especial (natureza intelectual, por exemplo). 
 
CAPACIDADE ELEITORAL 
 
 ATIVA: Aqueles que podem se alistar. É dividido em duas formas: Capacidade 
Ativa Obrigatória (aqueles com idade superior a 18 anos) e Capacidade Ativa 
Facultativa (aqueles que tem a opção de se alistar, como é o caso dos analfabetos, 
maiores de 70 anos e aqueles com idade superior a 16 anos e inferior a 18 anos). 
 
 PASSIVA: Aqueles que podem ser elegíveis.REQUISITOS: a) Possuir 
nacionalidade brasileira; b) Pleno exercício dos direitos políticos; c) Alistamento 
eleitoral; d) Domicilio eleitoral na circunscrição; e) Filiação Partidária; e f) Idade 
mínima de: 35 anos para presidente e vice, 30 anos para governador e vice e do DF, 
21 para os deputados, prefeito e vice e juiz de paz e 18 anos para vereador. 
 
INELEGIBILIDADE ELEITORAL: São aqueles que não podem ser eleitos. Se divide 
em duas espécies: 
 
 ABSOLUTA: Que a CF é taxativa e não permite, como são os casos dos 
estrangeiros e os conscritos (art. 14, §4º da CF), os inalistáveis e os analfabetos (art. 
14, §4º da CF). Estes últimos (analfabetos) também não são alistáveis. 
 
 RELATIVA: aquela inelegibilidade que se dá em razão da pessoa. Ex.: Cônjuge 
do prefeito que não se ausentar antes de seis meses antes do pleito (art. 14, §7º da 
CF). 
OBSERVAÇÃO: Os Chefes do Executivos só poderão se candidatar a um mandato 
sucessivo para o mesmo cargo. Para cargo diferente, devem se afastar seis meses 
antes do pleito (art. 14, §5º e 5º da CF). 
 
Cassação, perda ou Suspenção dos Direitos Políticos: Se dá com o cancelamento 
da naturalização por sentença transitada em julgado, pela condenação criminal com 
sentença transitada em julgada, enquanto durarem seus efeitos; incapacidade civil 
absoluta, deixar de cumprir obrigação imposta ou prestação alternativa, nos termos do 
art. 5º, VIII da CF e improbidade administrativa (art. 37, §4º da CF). 
 
SITUAÇÃO DOS MILITARES: 
 
Afastamento da atividade: Para os que tem menos de 10 anos de serviço. 
Agregação: Para os que tem mais de 10 anos de serviço: Agregação até retornar ou o 
ato de diplomação se eleito. 
Inatividade: Aqueles que forem diplomados, enquanto não retornarem. 
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Neste tópico, você teve a oportunidade de aperfeiçoar seus conhecimentos 
sobre os princípios, direitos e garantias fundamentais. É essencial que você 
aprimore seus estudos por meio da leitura da Constituição Federal, bem como da 
resolução de questões e responda ao fórum proposto. 
 
RESUMINDO!!! 
O Título II da Constituição Federal de 1988 trata, em cinco capítulos (arts. 5° 
a 17), dos “Direitos eGarantias Fundamentais” assegurados em nossa Federação 
pelo nosso ordenamento jurídico. As diferentes categorias de direitos fundamentais 
foram assim agrupados: direitos individuais e coletivos (Capítulo I), direitos sociais 
(Capítulo II) e direitos relacionados à participação em partidos políticos e à sua 
existência e organização (Capítulo V). A partir de agora, tendo conhecimento 
aprofundado sobre os direitos e garantias fundamentais constitucionalmente 
assegurados você, Sargento do Corpo de Bombeiros Militar, deve estar apto a fazer 
uma leitura constitucional de todas as normas infraconstitucionais, devendo sempre 
atuar respeitando os direitos individuais e coletivos, considerando o seu status de 
agente público. 
 
 
 
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LIÇÃO 3 
PODERES DO ESTADO 
 
 
 
Objetivos: 
 
Ao final desta lição você será capaz de: 
6) Definir a Tripartição de Poderes; 
7) Reconhecer a função de cada um dos Poderes do Estado; 
8) Identificar a diferença entre Poder Executivo, Legislativo e Judiciário; 
9) Diferenciar a Sucessão e a Substituição de cargos no Poder Executivo; 
10) Conhecer características da prestação jurisdicional. 
 
 
 
 
Aspectos Gerais: 
Ao abordar os poderes de um Estado, a Constituição Federal de 1988 seguiu 
uma tendência mundial e adotada nos países mais desenvolvidos, ou seja, a adoção 
da Teoria da Tripartição de Poderes, de Montesquieu, que consiste na divisão do 
Estado em três poderes, hoje ilustrados nas figuras do PODER EXECUTIVO, 
PODER LEGISLATIVO e PODER JUDICIÁRIO. 
 
 
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31 
 
1 PODER EXECUTIVO 
 
A função típica do poder executivo é a execução da chefia governamental, 
o que inclui a administração, elaboração de políticas públicas e a execução de suas 
estratégias no âmbito que regula (seja ele federal, estadual ou municipal). 
Dentro dos três poderes, é o responsável pela aplicação da lei ao caso 
concreto, administrando a coisa pública (ex: quando ocorre um homicídio, o poder 
executivo aplica a norma do art. 121 do CP por meio da investigação e produção do 
inquérito policial). 
No Brasil uma única autoridade exerce o Poder Executivo (presidente, 
governador ou prefeito), é o chamado EXECUTIVO MONOCRÁTICO (art. 76) e nos 
dá notícia do regime/sistema de governo PRESIDENCIALISTA, já que no sistema 
PARLAMENTARISTA existe o EXECUTIVO DUAL onde duas ou mais autoridades 
exercem o mesmo. 
 
1.1 Sucessão X Substituição 
 
Sucessão em sentido restrito: Ocorre nos casos de vacância (é definitiva, 
podendo acontecer por morte ou renúncia, etc). 
Substituição: Se dão nos casos de impedimentos (temporário, viagens, 
férias, licença). 
Somente o Vice Presidente SUCEDE o presidente no exercício do cargo (é 
definitivo). As demais autoridades na linha sucessória somente SUBSTITUEM o 
Presidente. 
 
1.2 Atividade Atípica 
 
Possui funções atípicas de natureza legislativa e jurisdicional. A primeira, 
que é uma função atípica legislativa, representa-se no já conhecido e popular 
exemplo dos decretos e das medidas provisórias (previstas no art. 62 da 
Constituição Federal), que é uma forma de legislar a partir do poder executivo. 
A função de natureza jurisdicional é aquela que ocorre durante os processos 
administrativos, quando o próprio poder executivo julga questões internas de seus 
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recursos humanos de maneira lícita e com apreciação legal, ex: Licitações, Processo 
Administrativo Disciplinar e recurso administrativo em concurso público. 
 
2 PODER LEGISLATIVO 
 
A função típica do poder legislativo é a criação, aprovação e rejeição de leis 
dentro do ordenamento jurídico brasileiro (art. 59); além disso, o poder legislativo é 
responsável pela fiscalização contábil do país (art. 58) e pela aprovação dos 
orçamentos necessários para a execução das ações previstas (art. 70 a 75). 
No âmbito federal o Brasil adota o Sistema do bicameralismo (o poder 
legislativo é composto por duas casas: a Câmara dos Deputados e o Senado 
Federal). A primeira composta por representantes do povo (Deputados Federais) e a 
segunda composta por representantes dos Estados-Membros e do Distrito Federal 
(Senadores). 
A união das duas casas citadas acima forma o Congresso Nacional. 
Nos âmbitos estaduais, municipais, distritais e dos territórios, vigora o sistema 
unicameral, ou seja, o poder legislativo é composto por apenas uma casa. Ex.: 
Assembléia Legislativa e Câmara Municipal. 
 
Art. 44 à 58 CF SENADO FEDERAL CÂMARA DOS 
DEPUTADOS 
Composição Representantes dos Estados 
e do Distrito Federal. 
Representantes do Povo. 
Sistema de Eleição Princípio Majoritário Princípio Proporcional 
(referente a população dos 
estados e do DF, sendo que 
os TFs elegerão quatro (art. 
45, §2 da CF). 
Número de 
Parlamentares 
Três Senadores por Estado e 
do DF, cada um com dois 
suplentes. (Atualmente 81 
Senadores) 
Hoje com 513 Deputados 
Federais. Nenhum Estado e 
o DF terá menos de oito, 
nem mais de setenta 
Deputados. Obs.: Se criado 
Territórios, elegerão quatro 
Deputados. 
Mandato Oito anos = Duas legislaturas Quatro anos = Uma 
legislatura 
Renovação A cada quatro anos, por 1/3 e 
2/3. 
A cada quatro anos. 
Idade Mínima 35 anos. 21 anos. 
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 PROCESSO LEGISLATIVO - Art. 59 ao 69 da CF. 
 
 CONCEITO QUORUM 
Emenda 
Constitucional 
É a realização por poder 
constituinte derivado, pela qual se 
altera a redação do constituinte 
originário, através acréscimo, 
supressão ou modificação da 
norma. 
3/5 dos votos dos membros 
de cada casa, em dois 
turnos. 
Lei 
Complementar 
Quando a CF determina que certa 
matéria seja regulamentada por 
este tipo de lei. Ex.: art. 21, IV; art 
22, parágrafo único; e 23, 
parágrafo Único; tudo da CF. 
Maioria Absoluta 
Lei Ordinária Competência Residual, ou seja, 
tudo que não for exigido por lei 
complementar, decreto legislativo 
ou resoluções 
Maioria Simples ou Relativa 
Lei Delegada É aquela elaborada pelo 
Presidente da República, após 
prévia solicitação ao Congresso 
Nacional, delimitando o assunto 
sobre o qual pretende legislar 
Delegação do Congresso 
Nacional através de 
Resolução. 
Medida 
Provisória 
É uma medida adotada pelo 
Presidente da República, com 
força de lei, no caso de relevância 
e urgência. 
O mesmo da Lei Ordinária. 
No entanto, a MP deve ser 
levada para votação em 60 
dias (prorrogáveis uma vez, 
por igual período). 
Decreto 
Legislativo 
É o meio pelo qual o Congresso 
Nacional materializa as 
competências exclusivas do 
Congresso Nacional. 
Art. 49 da CF; Art. 62, §3º da 
CF. 
Resoluções É o meio pelo qual a Câmara dos 
Deputados e o Senado Federal 
regulamentam as matérias de sua 
competência privativa. 
Art. 51 e 52 da CF; Art. 68, 
§2º da CF. 
 
 
 
 
 
 
 
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2.1 Atividade Atípica do Poder Legislativo 
 
Sua função atípica ocorre de maneira corriqueira. É de sua natureza atípica 
executiva, por exemplo, fazer a execução de todo o regime dos recursos humanos 
do próprio poder legislativo, arts. 51 e 52, (contratações, demissões, pagamentos, 
férias, etc). 
Em sua natureza jurisdicional, por outro lado, está o julgamento de determinados 
crimes, como é o caso do julgamentodo Senado Federal em relação aos possíveis 
crimes de responsabilidade da Presidência da República (art.52 § Ú). 
 
 
3 PODER JUDICIÁRIO 
 
O Poder Judiciário completa os três poderes em seu equilíbrio, e possui a função 
típica de julgar e interpretar o direito em uma aplicação a casos concretos da 
sociedade brasileira, solucionando conflitos através da aplicação da lei. Podemos 
entender as principais funções típicas (próprias) do Poder Judiciário como: 
a) Aplicação da Lei ao caso concreto, substituindo a vontade das partes e 
resolvendo o conflito com força definitiva; 
b) Defesa de Direitos Fundamentais; 
c) Resolução dos conflitos entre os poderes; 
d) Realização do Controle de Constitucionalidade. 
 
Em suas funções atípicas configura-se a realização de atitudes legislativas na 
elaboração de seus regimentos internos, como ocorre nos tribunais que se 
regulamentam sem a necessidade da atuação do poder que é efetivamente 
encarregado disso, no ordenamento brasileiro. Também vemos o Poder Judiciário 
legislando através das súmulas vinculantes. 
Além disso, o Poder Judiciário atua atipicamente de forma executiva quando 
administra (assim como faz o Poder Legislativo) suas questões internas, como folhas 
de pagamento, concessão de férias, licenças e outras questões vinculadas ao 
trabalho dos serventuários e magistrados realizam as funções deste poder. 
 
 
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35 
 
PERGUNTA: Quais são as atribuições do poder judiciário? 
 Busca a defesa dos direitos fundamentais; 
 Faz o seu autogoverno dos Tribunais (Autonomia administrativa, financeira e 
funcional); 
 Resolve os conflitos entre os demais poderes (Para evitar a hipertrofia de um 
dos poderes em detrimento dos outros/evita abuso de poder). Ex.: O 
executivo edita ato administrativo e este é arbitrário – o Judiciário então o 
anula; 
 Defende a C.F/ A supremacia da CF através do controle de 
constitucionalidade. 
3.1 Características da prestação jurisdicional 
 Inércia: O juiz deve ser inerte, para manutenção de sua capacidade subjetiva. 
O juiz imparcial é um direito fundamental de todo cidadão. Decorre do devido 
processo legal – O juiz é provocado pelas funções essenciais da justiça (OAB 
e MP) 
 Substitutividade: Em determinado momento histórico o Estado trouxe para si o 
monopólio da prestação jurisdicional/ Princípio da inafastabilidade 
jurisdicional. 
 Definitividade: Só as decisões judiciais trazem a paz! (Coisa julgada...absoluta 
ou relativa? Pode ser relativizada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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3.2. Orgãos do Poder Judiciário e suas competências 
 
 
 
3.3 Justiça Especializada Militar: 
- Justiça Militar da União: 
- STM (Superior Tribunal Militar) 
- Tribunais Militares 
- Auditorias Militares 
- a justiça militar julga apenas crimes militares, conforme o decreto lei 1.001/69 
(Código Penal Militar) – nota-se que a competência é puramente criminal, não 
havendo competência civil. Essa justiça militar julga crimes militares praticados por 
membros das forças armadas ou por civis; 
- STM -> tem sede em Brasília (DF) e tem jurisdição em todo o território nacional. 
Esse tribunal é composto por 15 juízes, que recebem a denominação de “ministros”. 
Desses 15 ministros, 10 são militares e 5 são civis. Esses 10 militares, todos são da 
patente mais elevada (Oficiais-Generais), sendo 4 oficiais-generais do Exército, 3 
oficiais-generais da Aeronáutica e 3 oficiais-generais da Marinha, todos escolhidos 
pelo presidente e o nome deve obrigatoriamente ser aprovado pelo senado por 
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AATPROTOCOLO
Nota
15 juizes, sendo 10 militares
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maioria absoluta de votos. Dos 5 civis, 3 são advogados, escolhidos pelo presidente, 
um deve ser juiz auditor militar, e um deve ser membro do MPM (todos os cargos 
são vitalícios, ou seja, os 15 cargos são vitalícios). 
- Brasileiro naturalizado pode ser Ministro do STM? Sim, desde que dentre os 5 
civis, uma vez que para ser militares devem ser brasileiro nato (art. 12, §3º da 
CRFB/88); 
- Tribunais Militares -> podem ser criados, mas ainda não o foram; 
- Auditorias Militares -> o território nacional foi dividido em 12 auditorias 
militares, que são escolhidos por concurso. A auditoria funciona de duas maneiras: 
Conselho Permanente e Conselho Especial. Os conselhos são compostos pelo 
próprio juiz militar e pelos oficiais militares. O Conselho Permanente julga praças das 
forças armadas, ou seja, não-oficiais, enquanto o Conselho Especial julga oficiais 
das forças armadas; 
 
- Justiça Militar Estadual: 
- é a única justiça especializada que pode ser criada pelo estado-membro; 
- a competência da iniciativa para criar a justiça militar no estado-membro está 
prevista no artigo 125, §3º da CRFB, sendo a competência de iniciativa do Tribunal 
de Justiça (a iniciativa é privativa/reservada/exclusiva do Tribunal de Justiça do 
Estado); 
- Tribunal de Justiça 
- Conselho de Justiça 
- nos estados cujo efetivo da polícia militar supera 20.000 membros, é possível a 
criação do Tribunal de Justiça Militar (atualmente há TJM em São Paulo, Minas 
Gerais, Rio Grande do Sul; 
- a EC 45/04 trouxe algumas inovações para a Justiça Militar Estadual: 
I – passou a ter competência cível, podendo julgar as ações decorrentes de atos 
disciplinares militares; 
II – o conselho justiça militar julga de duas maneiras: monocraticamente (só o juiz 
de Direito); Conselho de Justiça (de forma colegiada, composto pelo próprio juiz de 
Direito + oficiais militares). Quanto ao juiz de Direito, em regra, é qualquer juiz 
designado pelo Tribunal de Justiça Estadual. Nos locais onde há o TJM (MG, SP, 
RS) o juiz é um juiz próprio da justiça militar; 
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III – a Justiça Militar Estadual nunca julga civis (nesse sentido, a súmula 53 do 
STJ – “Compete a justiça estadual processar a julgar civil acusado de prática de 
crime contra instituições militares estaduais.”) 
IV – a Justiça Militar Estadual nunca julga crime doloso contra a vida praticado 
por militar contra civil; 
V – a Justiça Militar Estadual não julga o crime de tortura praticado por militar 
contra civil (lei 9.455/97); 
VI – o julgamento será feito pelo juiz de Direito singularmente se o crime militar 
for praticado contra civil, exceto o caso de crime doloso contra a vida; 
VII – o julgamento será feito pelo Conselho de Justiça todos os crimes praticados 
por militares cujas vítimas também sejam policiais militares; 
 
 
Para entender melhor: 
 
 
 
 
 
 
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RESUMINDO!!!CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP 
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LIÇÃO 4 
SISTEMA DE SEGURANÇA PÚBLICA 
 
 
 
Objetivos: 
 
Ao final desta lição você será capaz de: 
1) Conceituar Poder de Polícia; 
2) Identificar a diferença entre Polícia Judiciária e Polícia Administrativa; 
3) Conhecer a Estrutura do Sistema de Segurança Pública no Brasil 
4) Entender a competência de dos órgãos de Segurança Pública da União e do 
Estado 
 
 
 
 
1. Aspectos Gerais: 
 
1.1 Poder de Polícia: 
 
Para Maria Sylvia Zanella di Pietro: “o Poder de Polícia é a atividade do Estado 
consistente em limitar o exercício dos direitos individuais em benefício do interesse 
público” 
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O objetivo fundamental da segurança pública, dever do Estado, direito e 
responsabilidade de todos, é a preservação da ordem pública e da incolumidade das 
pessoas e do patrimônio (art. 144 da CF/88). 
A atividade policial divide-se em: 
 
1.2 Polícia Administrativa: 
Também chamada de preventiva ou ostensiva, atua preventivamente, evitando 
que o crime aconteça. (Ex. Policiais Militares). 
 
1.3 Polícia Judiciária: (polícia de investigação) 
Atua repressivamente, depois de ocorrido o ilícito penal. 
 
 
 
2. Polícias da União 
 
Os órgãos que compõem a polícia da no âmbito federal são: 
Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Polícia 
Ferroviária Federal. 
 
2.1 Polícia Federal: 
Organizada e mantida pela União, destina-se: 
 Apurar as infrações penais contra a ordem política e 
social ou em detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de 
suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras infrações cuja 
prática tenha repercussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme, 
segundo se dispuser em lei (Lei 10.446/02 - ex. art. 148 e 159 CP por motivação 
política; formação de cartel, Lei 8137/90, art. 4º, I, “a”, II, III, VII; violação aos direitos 
humanos em decorrência de tratados internacionais; furto, roubo, receptação de 
carga, praticados por agentes de mais de um ente da federação...). 
 Prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o 
contrabando e o descaminho; 
 Exercer funções de polícias marítimas, aeroportuárias e de fronteiras; 
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42 
 
 Exercer exclusivamente as funções de polícia judiciária da União (art. 144, § 
1º, IV, da CF/88). 
 
2.2 Polícia Rodoviária Federal: 
Destina-se ao patrulhamento ostensivo das rodovias federais. 
 
2.3 Polícia Ferroviária Federal: 
Destina-se ao patrulhamento ostensivo nas ferrovias federais. 
 
 
 
3. Polícias dos Estados 
 
A Segurança Pública a nível estadual foi atribuída as Polícias Civis, Militares e ao 
Corpo de Bombeiros. 
 
Polícias Civis: compete a investigação e a apuração de 
infrações penais (exceto militares e as de competência 
federal), ou seja, o exercício da polícia judiciária, em 
âmbito estadual, as quais são dirigidas por Delegados de 
Polícia (art. 144, § 4º, da CF/88). 
 
Polícias Militares: compete o policiamento ostensivo e a 
preservação da ordem pública, ou seja, atividade de polícia 
administrativa, e de forças auxiliares e de reserva do Exército 
(em caso de estado de emergência, estado de sítio ou de 
guerra, poderão ser requisitados a exercerem atividades 
distintas da de segurança pública). 
 
Corpos de Bombeiros Militares: também consideradas 
forças auxiliares e de reserva do Exército, incumbe a prevenção 
e extinção de incêndios, proteção, busca e salvamento de vidas 
humanas, prestação de socorro em caso de afogamentos, 
inundações, desabamentos, catástrofes e calamidades públicas, 
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43 
 
entre outras, além das atividades de defesa civil. 
 
CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 
Texto constitucional de 3 de outubro de 1989 com as alterações 
adotadas pela Emendas Constitucionais n.º 67, de 17 de junho de 2014. 
 “Art. 130. Ao Corpo de Bombeiros Militar, dirigido pelo(a) 
Comandante-Geral, oficial(a) da ativa do quadro de Bombeiro Militar, do 
último posto da carreira, de livre escolha, nomeação e exoneração 
pelo(a) Governador(a) do Estado, competem a prevenção e o combate 
de incêndios, as buscas e salvamentos, as ações de defesa civil e a 
polícia judiciária militar, na forma definida em lei complementar.” 
 
Subordinação: art. 144, § 6º, da CF/88 – aos Governos dos Estados, Distrito 
Federal e Territórios. 
 
As Polícias dos Estados e Territórios, são organizadas e mantidas 
respectivamente pelos seus Estados e Territórios, os quais devem observar as 
normas gerais da União (art. 22, XXI e 24, XVI, da CF/88); 
 
Já a Polícia do Distrito Federal é organizada e mantida pela União (art. 21, XIV 
da CF/88). 
 
 
4. Polícias dos Municípios 
 
Na forma da lei, os Municípios poderão constituir Guardas Municipais destinadas 
a proteção de seus bens, serviços e instalações (art. 144 § 8, da CF/88), ou seja, o 
policiamento administrativo da cidade, para a proteção do patrimônio público contra 
a depredação dos demolidores da coisa alheia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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44 
 
QUADRO SINÓPTICO: 
 
 
 
Atribuição: Art. 144 da CF/88 
 
ESTADO DE DEFESA E ESTADO DE SÍTIO 
 
 
Neste capítulo trataremos destes duas medidas de exceção, que somente 
podem ser decretadas em situações específicas, além de identificar os requisitos e 
as medidas cabíveis nestes dois casos: Estado de defesa e Estado de sítio. 
 
1. ESTADO DEFESA (Art. 136, "caput" e §§ 1º a 7º da CF) 
O estado de defesa pode ser decretado pelo Presidente da República, em locais 
restritos, por tempo determinado, visando à preservação ou o restabelecimento da 
ordem pública ou da paz social ameaçadas por grave ou iminente instabilidade 
institucional ou atingidas por calamidade de grandes proporções na natureza. A 
decretação do estado de defesa depende da oitiva do Conselho da República e do 
Conselho de Defesa Nacional; de decreto do Presidente da República, que 
determinará as áreas atingidas, bem como o tempo de duração e as medidas 
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CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP 
DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
 
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coercitivas a serem adotadas; da submissão do decreto ao Conselho Nacional, que 
rejeitará ou aprovará a decretação do estado de defesa por votação da maioria 
absoluta de seus membros, no prazo de dez dias. 
 
2. ESTADO SÍTIO (Arts. 137 a 141 da CF) 
 
É o instrumento através do qual o Chefe de Estado suspende temporariamente 
os direitos e as garantias dos cidadãos e os poderes legislativo e judiciário são 
submetidos ao executivo, tudo como medida de defesa da ordem pública. Para a 
decretação do estado de sítio o Chefe de Estado, após ouvir o Conselho da 
República e o Conselho de Defesa Nacional, submete o decreto ao Congresso 
Nacional a fim de efetivá-lo. O estado de sítio poderá ser decretado pelo prazo 
máximo de 30 (trinta) dias, salvo nos casos de guerra, que poderá acompanhar o 
período de duração da guerra. Poderá ainda ser decretado quando ocorrer casos 
extremos de grave ameaça à ordem constitucional democrática ou for caso de 
calamidade pública. 
 
 
3. QUADRO COMPARATIVO ENTRE ESTADO DE DEFESA E ESTADO DE SÍTIO

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