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www.unipe.edu.br BR-230 – KM 22, Água Fria 58053 002 João Pessoa PB Brasil T F 55 83 2106 9202 CURSO BACHARELADO EM FARMÁCIA Disciplina: Microbiologia Geral e Clínica Professora: Dra. Narlize Silva Lira Cavalcante Roteiro de Aula Prática - Técnicas de Coloração Aula 01: Coloração de Gram 1. Introdução: A coloração de Gram é um método de coloração de bactérias desenvolvido pelo médico dinamarquês Hans Christian Joachim Gram, em 1884, que consiste no tratamento sucessivo de um esfregaço bacteriano, fixado pelo calor, com o reagente cristal violeta, lugol, álcool-acetona e fucsina básica. Essa técnica permite a separação de amostras bacterianas em Gram-positivas e Gram-negativas e a determinação da morfologia e do tamanho das amostras analisadas, baseando-se nas diferenças da parede celular. Assim a parede celular das bactérias Gram positivas é formada por uma camada espessa de peptideoglicano, enquanto que a parede celular das Gram negativas é formada por uma camada fina de peptideoglicano, rodeada por uma camada externa de lipopolissacarídeo e proteínas. Diferenças na permeabilidade dessas membranas aos reagentes químicos, levam a diferenças de coloração. Embora a grande maioria das bactérias possa ser corada por tal método, algumas não o fazem satisfatoriamente, exigindo técnicas especiais de coloração. As bactérias Gram-positivas coram- se em roxo e as Gram-negativas em vermelho. A coloração de Gram é um dos mais importantes métodos de coloração utilizados em laboratório de microbiologia e de análises clínicas, sendo quase sempre o primeiro passo para a caracterização de amostras de bactérias. O método de Gram é utilizado na maioria das infecções bacterianas, permitindo o diagnóstico de algumas delas com bastante segurança. Porém não se aplica para micoplasmas, bactérias desprovidas de parede, micobactérias pela presença de muitos lipídeos insolúveis na parede e espiroquetas pela estrutura muito delgada e pouco permeável aos corantes. 2. Objetivo: • Confeccionar uma lâmina e utilizar a técnica de Gram; www.unipe.edu.br BR-230 – KM 22, Água Fria 58053 002 João Pessoa PB Brasil T F 55 83 2106 9202 • Reconhecer bactérias Gram-positivas e Gram-negativas ao microscópio; • Compreender a importância dessa coloração para a microbiologia clínica; • Compreender cada etapa do processo de coloração, bem como a função de cada substância utilizada. 3. Material: • Lâminas para a preparação do esfregaço; • Swab estéril, para coletar o material biológico • Bico de Bunsen • Cristal Violeta • Lugol • Álcool-Acetona • Fucsina • Papel de filtro • Microscópio 4. Preparação do Esfregaço: • Limpar uma lâmina de vidro (passar algodão embebido em álcool); • Usando o swab, friccionar a superfície da mucosa oral e fazer um esfregaço circular na superfície de uma lâmina, formando um esfregaço fino e uniforme; • Deixar a lâmina secar à temperatura ambiente; • Realizar a fixação, passando de duas a três vezes a lâmina na chama do bico de Bunsen. 5. Técnica da coloração de Gram: • Cobrir o esfregaço bacteriano com cristal violeta, deixar 1 minuto e verter o corante na cuba; • Remover o excesso da solução de cristal violeta da lâmina, lavando-a levemente com água corrente; • Cobrir o esfregaço com solução de lugol, deixar por 1 minuto e retirar a seguir, lavando com um filete de água; • Descorar o esfregaço usando uma solução de álcool acetona, rapidamente (10 a 15 segundos). www.unipe.edu.br BR-230 – KM 22, Água Fria 58053 002 João Pessoa PB Brasil T F 55 83 2106 9202 • Lavar com água corrente, imediatamente; • Cobrir o esfregaço com a Fucsina, deixar por 30 segundos e retirar; • Lavar com água corrente; • Secar com papel absorvente; • Observar a lâmina: Colocar uma gota de óleo de imersão sobre o esfregaço corado e observar a lâmina no microscópio, com objetiva de 100x 6. Como utilizar o microscópio ótico: • Descer a platina e colocar na objetiva de menor aumento, caso não esteja. • Colocar a lâmina sobre a platina. Aproximar a lâmina da lente objetiva de 10X com o auxilio do macrométrico até focalizar a imagem. Tome cuidado para que a objetiva não toque a lâmina. • Após a focagem na objetiva de menor aumento, girar o revólver para a próxima objetiva (40X). Ao mudar de objetiva, ajuste novamente a focagem, utilizando o micrométrico. • Definido o campo, colocar uma gota de óleo de imersão sobre o esfregaço e observar ao microscópio com a lente objetiva de imersão (100X). • Usar óleo de imersão somente na objetiva de 100X. Após a utilização limpar a objetiva com papel macio. 7. Exercício Prático: • Preparar um esfregaço com o material biológico e corar pelo método de Gram. Visualizar e esquematizar a morfologia das bactérias existentes nas lâminas; Lâmina 01: Material Biológico Coloração de Gram www.unipe.edu.br BR-230 – KM 22, Água Fria 58053 002 João Pessoa PB Brasil T F 55 83 2106 9202 8. Interpretação das Relações pelo Método de Gram: Solução e Ordem de Aplicação Reação e Aspecto das Bactérias Gram-positivas Gram-negativas 1. Cristal Violeta Coradas em violeta Coradas em violeta 2. Solução de Lugol Formação do complexo CV-I no interior da célula, que permanece violeta Formação do complexo CV-I no interior da célula, que permanece violeta 3. Álcool Acetona Desidratação da parede celular, diminuição da porosidade e da permeabilidade; o complexo CV- I não pode sair da célula, que permanece violeta Dissolve a membrana externa da parede celular, aumento da porosidade; o complexo CV-I é removido da célula 4. Fucsina ou Safranina A célula não é afetada, permanecendo violeta A célula adquire o corante, tornando-se vermelha 9. Exercício Teórico: a) Descreva a estrutura e composição da parede celular das bactérias Gram-positivas e Gram- negativas. b) Um laboratorista ao realizar a Coloração de Gram cometeu o equívoco e colocou o corante verde malaquita ao invés de fucsina de Gram. Qual a possível coloração das bactérias Gram- positivas e das bactérias Gram-negativas? Explique sua resposta. c) Faça uma comparação entre a composição da parede celular das eubactérias com a composição da parede celular das arqueobactérias. d) Existe bactérias desprovidas de parede celular? Justifique. e) Dê dois exemplos de bactérias que a coloração de Gram não funciona e diga como é feito para fazer sua coloração. www.unipe.edu.br BR-230 – KM 22, Água Fria 58053 002 João Pessoa PB Brasil T F 55 83 2106 9202 Aula 02: Coloração de Ziehl Neelsen 1. Introdução: Coloração de escolha para a observação de bactérias do gênero Mycobacterium, como, por exemplo, as espécies Mycobacterium tuberculosis e Mycobacteríum lepra e, bem como para cepas patogênicas de bactérias do gênero Nocardia. A parede das micobactérias possui uma espessa camada de Iipídeos (ácidos micólicos) que evita a penetração de diversos corantes. Por outro lado, quando o corante penetra alcançando o citoplasma da célula, ele não pode ser removido com facilidade, mesmo com o uso de álcool ácido. Por isso essas .bactérias são chamadas de BAAR (bacilos álcool ácido resistentes). Os bacilos da tuberculose são vistos como bacilos finos, retos, ligeiramente encurvados e geralmente, isolados; já os bacilos da lepra, agrupam-se em feixes denominados globias. O resultado da baciloscopia do escarro é dado em cruzes e depende da quantidade de bacilos encontrados em 100 campos microscópicos observados. Assim teremos: • + (menos de 1 bacilo por campo) • ++ (1 a 1O bacilos por campo) • +++ (mais de 10 bacilos por campo) 2. Objetivo: • Executar a técnica de Ziehl Neelsen. • Classificaras bactérias de acordo com a coloração de Ziehl Neelsen. • Compreender a importância da solicitação de uma baciloscopia de Ziehl à partir de um material biológico, e saber interpretar o resultado da baciloscopia conforme o número de cruzes. 3. Material: • Lâminas para preparação do esfregaço • Solução salina • Alça de platina • Bico de Bunsen • Bateria de corantes para Ziehl Neelsen www.unipe.edu.br BR-230 – KM 22, Água Fria 58053 002 João Pessoa PB Brasil T F 55 83 2106 9202 4. Preparação do Esfregaço: • Limpar uma lâmina de vidro (passar algodão embebido em álcool); • Usando o swab, coletar a amostra e fazer um esfregaço circular na superfície de uma lâmina, formando um esfregaço fino e uniforme; • Deixar a lâmina secar à temperatura ambiente; • Realizar a fixação, passando de duas a três vezes a lâmina na chama do bico de Bunsen. 5. Técnica da coloração de Ziehl: • Cobrir o esfregaço com fucsina de Ziehl e aquecê-la até emissão de vapores, mantendo o aquecimento por 5 minutos (tendo o cuidado para não deixar o corante ferver, nem secar). O bacilo da tuberculose e o da lepra só se cora após aquecimento. • Lavar com água corrente. • Descorar rapidamente com álcool-clorídrico a 3% até que não se desprenda mais corante. • Lavar com água corrente; • Corar com azul de metileno- 1 minuto • Lavar com água corrente; • Secar com papel absorvente; • Observar a lâmina: Colocar uma gota de óleo de imersão sobre o esfregaço corado e observar a lâmina no microscópio, com objetiva de 100x 6. Exercício Prático: • Preparar um esfregaço com o material biológico e corar pelo método de Ziehl. Visualizar e esquematizar a morfologia das bactérias existentes nas lâminas; Lâmina 02: Material Biológico Coloração de Ziehl www.unipe.edu.br BR-230 – KM 22, Água Fria 58053 002 João Pessoa PB Brasil T F 55 83 2106 9202 7. Interpretação das Relações pelo Método de Ziehl: Aspecto das Bactérias BAAR Outras Bactérias Coradas em Vermelho Coradas em Azul 8. Exercício Prático: a) Como o bacilo da tuberculose se apresentou na lâmina corada pelo método de Ziehl Neelsen? b) Por que, quando se suspeita de tuberculose, a coloração de Gram não é empregada para análise bacterioscópica na tentativa de identificação de micobactérias?
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