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APRENDIZAGEM NA IDADE MÉDIA

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Campus Universitário de Viana 
Universidade Jean Piaget de Angola 
(Criada pelo Decreto nº44A/01 de 06 de Julho de 2001) 
 
Faculdade de Ciências Sociais e Humanas 
 
 
 
PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM 
 
 
A APRENDIZAGEM NA IDADE MÉDIA 
 
 
 
 
 
 
Grupo nº 8 
Ano: 2º 
Sala: A 5.04 
Turno: Manhã 
Curso: Licenciatura em Psicologia 
 
 
Viana, Maio de 2021 
 
 
Docente 
_________________ 
Msc. Lina dos Santos 
 
 
 
Campus Universitário de Viana 
Universidade Jean Piaget de Angola 
(Criada pelo Decreto nº44A/01 de 06 de Julho de 2001) 
 
Faculdade de Ciências Sociais e Humanas 
 
 
 
PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM 
 
 
A APRENDIZAGEM NA IDADE MÉDIA 
 
 
 
 
 
Grupo nº 8 
Licenciatura: Psicologia 
Turno: Manhã 
 
 
III 
 
EPÍGRAFE 
 
«Nossas atitudes escrevem nosso destino. Nós somos responsáveis pela vida que temos. 
Culpar os outros pelo que nos acontece é cultivar a ilusão. A aprendizagem é nossa e 
ninguém poderá fazê-la por nós, assim como nós não poderemos fazer pelos outros. 
Quanto mais depressa aprendermos isso, menos sofreremos». 
 
Zíbia Gasparetto 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.pensador.com/autor/zibia_gasparetto/
IV 
 
DEDICATÓRIA 
 
Dedicamos este trabalho primeiramente а Deus, pоr ser essencial еm nossas 
vidas, autor dos nossos destinos, nosso guia, socorro presente nа hora dа angústia, аоs 
nossos pais, nossos irmãos, е аоs nossos colegas da Universidade Jean Piaget. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
V 
 
AGRADECIMENTOS 
Agradecemos aos nossos pais pelo carinho, atenção, apoio moral e financeiro 
que eles nos têm durante a vida acadêmica. Agradecemos à professora Lina pelo tema 
dado, pois enriqueceu os nossos conhecimentos. Também agradecemos aos funcionários 
da Universidade, que contribuíram direta e indiretamente para a conclusão deste 
trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VI 
 
 
Campus Universitário de Viana 
Universidade Jean Piaget de Angola 
(Criada pelo Decreto nº44A/01 de 06 de Julho de 2001) 
Faculdade de Ciências Sociais e Humanas 
 
 
LISTA DOS INTEGRANTES 
 
 NOTA: 
 
 Alice Doroteia da Silva ___________ 
 Ana Fernandes dos Santos Abreu ___________ 
 Antónia Barbosa André da Silva ___________ 
 Áurea Rosana Victor José ___________ 
 Gomes José Ernesto ___________ 
 Iracema Santos de Araújo ___________ 
 Rita Francisco Vicente ___________ 
 Rita Salvador Gomes Boaventura ___________ 
 
 
 
 
 
 
 
 
VII 
 
ÍNDICE 
 
EPÍGRAFE ..................................................................................................................... III 
DEDICATÓRIA ............................................................................................................. IV 
AGRADECIMENTOS ..................................................................................................... V 
LISTA DOS INTEGRANTES ....................................................................................... VI 
INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 1 
IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA .............................................................................. 1 
OBJECTIVOS DO ESTUDO ........................................................................................... 1 
Objectivo geral ................................................................................................................. 1 
Objectivos específicos ...................................................................................................... 1 
Importância do estudo ...................................................................................................... 1 
Delimitação de estudo ...................................................................................................... 2 
Definição de Conceitos ..................................................................................................... 2 
CAPÍTULO I – FUNDAMENTAÇÃO TÉCNICO-CIENTIFICA .................................. 3 
1.1 BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE A IDADE MÉDIA ..................................... 4 
1.1.2 A APRENDIZAGEM NA IDADE MÉDIA ........................................................... 5 
1.1.3 A CONSOLIDAÇÃO DO ENSINO NA IDADE MÉDIA ..................................... 7 
1.1.4 TIPOS DE ESCOLAS MEDIEVAIS ...................................................................... 8 
CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................... 10 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 11 
1 
 
INTRODUÇÃO 
A aprendizagem sempre veio a ser peça fundamental de todas as grandes 
sociedades. Desde os primórdios, a humanidade se viu envolta em uma grande teia de 
conhecimento, onde, diversas vezes, novas descobertas traziam avanços ou retrocessos. 
Na Idade Média havia um monopólio da cultura e do pensamento por parte da Igreja 
Católica, veremos no desenrrolar do tema que a aprendizagem teve grande influência 
religiosa. Eram os integrantes da Igreja que estabeleciam o que deveria ser estudado, os 
conteúdos e os objetivos da aprendizagem. As escolas eram, portanto, associadas às 
instituições religiosas católicas. Embora controlada pela Igreja, a educação não ficou 
apenas no campo religioso, abrindo também espaço para o estudo das ciências, técnicas 
e habilidades. 
Julgando que tal assunto ainda gera duvidas e inquietações, gerando assim pontos a 
serem esclarecidos no presente trabalho. 
IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA 
Ao focarmos na história da aprendizagem verificamos que esta vem passando por 
várias transformações, mas ainda falta muito para tornar-se adequada, haja vista nela 
implicarem fatores sociais, econômicos e políticos. Motivo este que levou-nos a 
sehuinte pergunta de partida: Porquê estudar a aprendizagem na idade média? 
OBJECTIVOS DO ESTUDO 
Objectivo geral 
- Estudar a aprendizagem na idade média. 
Objectivos específicos 
- Comprender de forma sucinta sobre o conceito de Idade Média; 
- Conhecer os tipos de escolas da Idade Média; 
- Entender a importância da aprendizagem na Idade Média. 
Importância do estudo 
 O presente estudo é importante porque a aprendizagem teve um grande impacto 
na formação do homem nobrego, isto na Idade Média. 
2 
 
Delimitação de estudo 
O presente estudo está delimitado em arquivos científicos. 
Definição de Conceitos 
a) Aprendizagem 
Segundo De acordo com Gazzaniga (2005, p.183) 
"A aprendizagem é uma mudança relativamente duradoura de comportamento 
resultante da experiência. Ela ocorre quando os organismos se beneficiam da 
experiência para que seus futuros comportamentos sejam mais bem adaptados ao 
ambiente." 
 
b) Idade Média 
Na Visão de Adams (2001, 38) 
A Idade Média (adj. medieval) é um período da história da Europa entre os séculos 
V e XV. Inicia-se com a Queda do Império Romano do Ocidente e termina durante 
a transição para a Idade Moderna. A Idade Média é o período intermédio da divisão 
clássica da História ocidental em três períodos: a Antiguidade, Idade Média e Idade 
Moderna. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Periodiza%C3%A7%C3%A3o_da_Hist%C3%B3ria
https://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_da_Europa
https://pt.wikipedia.org/wiki/Queda_do_Imp%C3%A9rio_Romano_do_Ocidente
https://pt.wikipedia.org/wiki/Idade_Modernahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Idade_Antiga
3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO I – FUNDAMENTAÇÃO TÉCNICO-CIENTIFICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
1.1 BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE A IDADE MÉDIA 
A literatura afirma que a Idade Média teve início na Europa com as invasões 
germânicas/bárbaras, no século V, sobre o Império Romano. Essa época estende-se até 
o século XV, com a retomada comercial e o renascimento urbano. Caracteriza-se pela 
economia ruralizada, enfraquecimento comercial, supremacia da Igreja Católica, 
sistema de produção feudal e sociedade hierarquizada. 
Idade Média é o momento da criação da sociedade moderna, de uma civilização 
moribunda ou morta sob as formas camponesas tradicionais, no entanto, viva pelo 
que criou de essencial nas nossas estruturas sociais e mentais. Criou a cidade, a 
nação, o estado, a universidade, o moinho, a máquina , o relógio e a hora, o livro e 
o garfo, o vestuário, a pessoa, a consciência e finalmente a revolução. 
(Jacques Le Goff, 1983, p. 12) 
Baseando-se no conceito supracitado, percebe-se que, a idade média é o intervalo de 
tempo não determinado da geração da sociedade actual, de uma cultura morta ou 
desfalecida sob as formas camponesas costumeiras. Portanto, ela torna-se viva pelo que 
criou a essência das nossas bases tanto sociais como mentais, resultando na criação de 
cidades, nação, o relógio, a hora, a Universidade, a máquina, a pessoa em sim com a 
consciência e por fim a mudança. 
O autor tem o cuidado de salientar que não se trata de contrapor a modernidade 
como se fosse uma lenda dourada à lenda negra mediavél. E sim considerar a Idade 
Média em todos os aspectos que compõem esse sistema que funciona desde o Baixo 
Império Romano até a Revolução Industrial dos séculos XVIII e XIX. 
Aí deve ser buscada a nossa modernidade para entender as transformações que são 
o fundamento da história como ciência e experiência vivida. E esse domínio do 
passado, detido pelos historiadores, é tão indispensável aos contemporâneos quanto 
a física e a biologia quando dominam a matéria e a vida. 
(Jacques Le Goff, 1983, p. 12) 
A aprendizagem, como outros aspectos da vida na sociedade mediaval, foi marcada 
pelos princípios do cristianismo, porém um cristianismo que foi sendo reatualizado de 
diferentes formas ao correr da Idade Média. 
A consolidação da Idade Medieval estabeleceu, de forma bem definida, as áreas de 
domínio entre poder espiritual (o clero, representado pelo Papa) e poder temporal 
(a nobreza, representada pelo Rei): auctoritas/potestas, ou seja, a auctoritas, o 
Pontífice, pertence à mais alta dignidade; enquanto o Rei pertence à potestas 
5 
 
(poder) temporal. Cada um é soberano em seu respectivo domínio: “[...] a 
autoridade do Papa em matéria religiosa e eclesiástica é absoluta; o poder do Rei 
sobre seus súditos também o é”. 
(Châtelet et al., 2000, p. 31-32) 
Percebe-se que a Idade Média, ou Idade da Fé, também conhecida pejorativamente 
como “Idade das Trevas”, “Noite de Mil Anos”, “Espessa Noite Gótica”, comporta um 
extenso período de quase mil anos (476 a 1543 d.C.) de muita turbulência devido a 
vários acontecimentos no velho continente, a Europa. Dentre tantos fatos ocorridos, 
podemos citar: inúmeras invasões territoriais, guerras constantes, formação de vários 
reinos independentes, consolidação do sistema feudal com a economia baseada na 
agricultura, mão de obra servil com a relação de vassalagem entre servos e senhores, 
ruralização geral do continente, pouco uso de moedas, escassos contatos comerciais 
externos, fusão da cultura romana com a germânica, teocentrismo e enfraquecimento da 
cultura laica, fortalecimento do cristianismo e crescimento do poder interventivo da 
igreja católica com exacerbação de poderes. 
1.1.2 A APRENDIZAGEM NA IDADE MÉDIA 
Segundo Cambi (1999, p. 166) “A aprendizagem, como já ocorria no mundo antigo 
e como havia sido teorizada por Platão em “A República” a educação do povo se 
cumpria, essencialmente, pelo trabalho”. Consegue - se perceber que, a aprendizagem 
não é um processo novo, porque já acontecia desde a antiguidade, foi por isso que 
Platão mostrou em sua teoria intitulada "A República" de que o ensino e a instrução do 
povo acata-se essencialmente com o ofício. 
A literatura afirma que a criança já começava a aprender na oficina sob a direção do 
mestre, copiando e reproduzindo seu saber, submetendo-se à sua autoridade. A 
aprendizagem que se realizava no local de trabalho era uma aprendizagem da 
reprodução, das capacidades técnicas, das classes e das relações sociais, sem valorizar 
realmente a inovação. 
Além do tempo do trabalho, no tempo do lazer também se ensinava. Os sermões 
eram memoráveis e complementavam as leituras litúrgicas da missa. Enquanto o 
bispofalava do púlpito, a palavra ouvida tinha a função de prover a abertura da 
alma para a grandiosidade, tanto arquitetônica e plástica como da inteligência e da 
palavra. Mas pastoral do que retórico, o discurso apoiava-se na sensibilidade e na 
memória da Biblía, alimentando a inteligência, a conduta, a moral e a vida inyterior 
dos fiéis. 
(Lauand, 1998) 
6 
 
Percebe-se que, não ensinava-se apenas em horários de trabalho, mas também no 
tempo de espera lazer. As pregações dirigidas nesse horário eram inesquecíveis e 
complementavam o ritual da missa. Porque enquanto o bispo pregava a partir da tribuna 
as palavras tinham a incumbência de prover a abertura da alma para a grandiosidade 
arquitectónica e da inteligência. Mas pastoral do que retórica o discurso tinha a sua 
estrutura ou base na sensibilidade e na memória da Bíblia dando assim sustentabilidade 
interior na vida do fiel bem como na sua inteligência, moral e a conduta. 
Poucas pessoas liam, logo a memória era tudo. Sermões, mas lembravam verdades 
já sabidas do que transmitiam novos conhecimentos, seguindo a emissão educadora 
do povo, tomada pela Igreja desde o fim da Antiguidade. Ímbuida como a grande 
escola de formação humana e moral, os pregadores, entre eles Agostinho, 
realizavam seus sermões atuando sobre o ouvinte como os slogans da publicidade, 
com a diferença de que eram espontaneamente procurados pelo destinatário, não 
em busca do fútil consumo, mas da transcendência. 
(Lauand, 1998, p. 13) 
 De acordo com Lauand, percebe-se que na Idade Média as pessoas não gostavam 
de ler, preferiam memorizar de forma impírica. Davam sempre os mesmos discursos 
invés de partilharem novos conhecimentos, deste jeito, eles seguiam uma doutrina 
educativa para a população que era cunhada pela Igreja desde a Antiguidade. 
Denominada como a grande escola de formação humana e moral, que tinha na sua 
maior parte pregadores, dentre os pregadores destaca-se o Agostinho, que os seus 
discursos tinham um pendor publicitário, os ouvintes gostavam d sua virtude e não 
exitavam em procurá-los. 
Para Cambi (1999, p. 136) “Havia ainda as festas religiosas que adentravam o 
imaginário popular através de símbolos e signos que ao mesmo tempo em que 
exaltavam figuras e comportamentos, também geravam temores e expectativas”. 
Percebe-se que na Idade Média havia os convívios religiosos, que de certa forma atuava 
como se fosse o método introspectivo através de símbolos e signos, levando-os a mudar 
de comportamento, uma vez que criavam inquietações e esperanças. 
A aprendizagem medieval desenvolve-se em comunhão com a Igreja e suas 
instituições, à exceçãodo ensino direito dos ofícios, são elas as educadoras por 
excelência. Da igreja partem os modelos educativos e as prática de formação, 
organizam-se as instituições e programam-se as intervenções, como também nela 
se discutem tanto as práticas como os modelos. Práticas e modelos para o povo, 
práticas e modelos para as classes [...] 
(Cambi, 1999, 146) 
7 
 
Entende-se que a própria escola tal como conhecemos hoje, é um legado da Idade 
Média. A figura do professor que ensina a um determinadonúmero de estudantes, 
respondendo por sua atividade, seja ela disciplinar ou de avaliação, tem a sua origem 
nas escolas catedrais. 
A literatura afirma que a partir dos séculos XII e XIII, as universidades começaram 
a tomar domínio tanto por meio de comunidades de estudantes, como as de professores, 
ou ainda, por intevênção do poder público. Portanto, é no período mediaval que as 
universidades fincaram as suas raízes. 
1.1.3 A CONSOLIDAÇÃO DO ENSINO NA IDADE MÉDIA 
A literatura afirma que o processo de consolidação do ensino no meio medievo 
se deu em meio um lento processo e se mostrou ligado a uma série de agentes. 
É interessante citar sobre a evolução do processo de ensino na Idade Média e, 
consequentemente, a forma que o mesmo veio a ser difundido. Incialmente, podemos 
conceituar que o ensino foi de fato iniciado pela Igreja, que buscou instituir escolas no 
meio social medievo. Sendo assim, para Pernoud (1997), “as crianças frequentavam as 
escolas, em geral a escola das paróquias em que as mesmas pertenciam, ou então as 
escolas dos mosteiros mais próximos, que também eram chamadas de escolas 
monacais”. 
Com o concílio de Latrão, de 1179, houve a formação e efetivação dos núcleos 
populacionais, onde, além das escolas, cada igreja deveria manter um cemitério. 
Quando não se havia o ensino por meio das escolas das Igrejas ou mosteiros, as 
fundações senhoriais se encarregavam de levar o ensino às crianças, criando assim 
as escolas privadas, onde os habitantes de uma dada localidade buscavam se 
associar e manter o sustento de um professor que seria encarregado deste ensino. 
(Pernoud, 1997, p. 94) 
Percebe-se que o ensino, muitas vezes, era acessível para as crianças, porém, as 
dificuldades do meio medievo geravam empecilhos para que as mesmas viessem a 
frequentar as escolas ou centros de ensino. 
Sobre a figura da criança em meio ao ensino, a literatura mostra-nos que haviam 
critérios para a admissão da mesma e, em geral, havia a separação entre meninos e 
meninas, ainda em Pernoud, podemos exemplificar isso: 
8 
 
A criança era ai admitida com sete ou oito anos de díade e o ensino que preparava 
para os estudos da Universidade estendia-se como hoje por uma dezena de anos; 
são os números que o abade Gilles le Muisit dá. Os rapazes eram separadas das 
raparigas, que tinham em geral, os seus estabelecimentos particulares, menos 
numerosos talvez, mas onde os estudos eram por vezes muito activos. 
(Pernoud, 1997, p. 96) 
O ensino era totalmente ligado à Igreja. Mas, dentre todo o meio medievo, a 
Igreja Católica era detentora dos meios para que de fato viesse validar a mesma. Ao 
longo dos anos, com o aparecimento das grandes cidades, as universidades passaram a 
ficar mais numerosas, porém, as mais reconhecidas e conceituadas eram ligadas à igreja. 
Consegue-se constatar que a figura do intelectual, no ocidente medieval, tinha 
sua origem nos clérigos. De fato, os clérigos eram descendentes da linhagem primeiros 
intelectuais. Sobre a figura do clérigo, Le Goff apresenta a seguinte descrição: 
Esse clérigo é o descendente de uma linhagem original no Ocidente medieval: a 
dos intelectuais [...] Não é o resultado de uma escolha arbitraria. Entre tantas 
palavras: eruditos, doutos, clérigos, pensadores (a terminologia do mundo do 
pensamento sempre foi vaga), essa designa um meio de contornos bem definidos: o 
dos mestres das escolas. Anuncia-se na Alta Idade Média, desenvolve-se nas 
escolas urbanas do século XII, desabrocha a partir do século XIII nas universidades 
(Le Goff, 2006, p.23) 
Nessa nova atmosfera que vem surgindo, podemos ainda citar outro ponto de Le 
Goff no qual vemos claramente a referência voltada a esse intelectual, onde o mesmo 
complementa a descrição já dada, citando que o ofício do intelectual consistia em pensar 
e ensinar seu pensamento, visto que, a reflexão pessoal e a difusão da mesma em um 
ensino caracterizava o intelectual. O mesmo acaba sendo definido como um professor e 
um erudito, se tornando um pensador por ofício. 
Sendo assim, o ensino acaba por estar ligado à figura do intelectual, que agora 
representa o ponto de transmissão do saber que fora recuperado e preservado do período 
de declínio promovido com a queda do Império Romano do Ocidente, que veio seguido 
por um período de invasões bárbaras. 
1.1.4 TIPOS DE ESCOLAS MEDIEVAIS 
A literatura adirma que grande parte dos estudantes da Idade Média vinha da 
nobreza, pois esta camada social possuía recursos financeiros para manter os filhos nas 
9 
 
escolas. Os nobres decidiam quais filhos iriam para a área militar (formação de 
cavaleiros), para a formação técnica (escolas formais) ou formação religiosa (escolas 
monásticas). 
De acorco com Werner (1995, p. 99), éis os tipos de escolas medievais: 
- Escolas Paroquias: voltadas, principalmente, para a formação de padres. 
Ensinava-se, basicamente, temas religiosos já que o objetivo principal era a 
formação sacerdotal. 
 
- Escolas Monásticas: eram voltadas, principalmente, para a formação de monges. 
Funcionavam em sistema de internato. Latim, canto gregoriano, textos sagrados 
(entre eles a Bíblia) e Filosofia eram os principais temas estudados nestas escolas. 
Valorização do trabalho e disciplina também eram importantes nestas escolas. 
 
- Escolas Palatinas: tinham como objetivo a formação mais ampla do indivíduo. 
Estudavam nestas escolas, principalmente, os filhos de nobres. Exigiam muita 
dedicação e empenho dos estudantes, pois tinham um currículo vasto. As principais 
disciplinas estudadas eram: Gramática, Aritmética, Geometria, Astronomia, 
Dialética, Retórica, Filosofia e Música. 
 
- Universidades Medievais: surgiram na Europa no século XII. As primeiras 
foram fundadas na França, Inglaterra e Itália. Eram comunidades formadas por 
mestres e estudantes (universitas) voltadas para o ensino, pesquisa, produção de 
conhecimentos, reflexão e debate. Serviram de modelo para as Universidades que 
temos até hoje. Em função dos temas polêmicos que levantam e discutiam de forma 
aberta, sofreram muita intervenção de reis, ordens religiosas e até mesmo do papa. 
Após uma formação básica (Gramática, Retórica, Aritmética, Geometria, Filosofia, 
Lógica e Astronomia), os estudantes podiam prosseguir seus estudos em áreas 
específicas. Os primeiros cursos universitários na Idade Média foram de Medicina, 
Teologia e Direito. 
 
Adianta frizar que todas estas escolas se encontravam sob a vigilância atenta da 
igreja, de modo que em cada uma delas hajam representantes do clero encarregados de 
verificar se além dos ofícios e artes de combate, a doutrina católica se encontrava 
presente e respeitada em tais escolas. 
Como podemos perceber, a Igreja ergue-se como uma estrutura a partir da qual 
se produzia também uma inserção social que acabou promovendo, significativamente, 
um destaque para a escola como lugar de ascensão social. Mas não é só isto. Como 
vimos, além de uma demanda pela formação clerical havia também uma demanda pela 
especialização dos ofícios que a cidades apresentavam. Ou seja, a escola foi surgindo 
pari passu com os interesses da época, fossem eles de ordem laica ou religiosa. 
10 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Após a pesquisa do presente de trabalho, conseguimos constatar que o processo 
de educação na Idade Média era responsabilidade da Igreja. Existiam nesse período 
medieval escolas que funcionavam anexas às catedrais ou a escolas monásticas que 
funcionavam nos mosteiros, nesse contexto, a Igreja assumiu a tarefa de disseminar a 
educação e a cultura no medievo e o seu papel foi preponderante para o nosso legado 
educacional contemporâneo. 
Vimos também que a escola no período medieval era dirigida por um cônego, ao 
qual se dava o nome de scholarius ou scholasticus. Os professores eram clérigos de 
ordens menores e lecionavam as chamadas sete artes liberais: gramática, retórica, 
lógica, aritmética,geografia, astronomia e música, que mais tarde constituíram o 
currriculum de muitas universidades. 
Conseguimos observar que os cursos oferecidos eram em latim e com isso 
exigia-se do estudante muito empenho e dedicação. Conforme o grau de afinidade, 
distribuíam-se então os estudantes pelos cursos de Direito, Medicina e Teologia. Os 
estudantes viviam em um ritmo frenético e as calorosas discussões com a população 
eram rotineiras. De uma forma geral os estudantes eram de origem humilde e muitos 
viviam internos em colégios ou internatos que contavam com rígidas formas 
disciplinadoras estudantis. Com o tempo esses colégios passaram a constituir campos de 
estudos autônomos, sendo que alguns deles ainda existem. 
Quanto à metodologia de aprendizagem, o ensino baseava-se na leitura de textos 
e na exposição de ideias feitas pelos professores. As aulas muitas vezes eram animadas 
quando os debates entre mestres e alunos eram travados em público, discutiam sobre um 
tema determinado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
Adams, L. S. (2001). A History of Western Art. 3ª edição. Boston: McGraw Hill. 
Cambi, F. (1999). História da Pedagogia. São Paulo: UNESP. 
Châtelet, F.; Duhamel, O.; Psier-kochner, E. (2000). História das idéias políticas. Rio 
de Janeiro: Jorge Zahar. 
Gazzaniga, M.; Todd H, (2005). Ciência Psicológica: mente, cérebro e 
comportamento 1ª edição. Porto Alegre: Artmed. 
Lauand, L. J. (org.). (1998). Cultura e Educação na Idade Média - Textos do século V 
ao XIII. São Paulo: Martins Fontes. 
Jacques. L. G. (2006). Os Intelecutuais na Idade Média. Tradução de Marcos de Castro. 
2ª edição - Rio de Janeiro: José Olympio. 
Pernoud, R. (1979). Idade Media; o que não nos ensinaram. Tradução de Mauricio 
Brett Menezes. Rio de Janeiro: Agir 
Pernoud, R. (1997). Luz sobre a Idade Média. Março. Publicações EuropaAmérica. 
Versão digital. 
Werner J. (1995). Paidéia: A formação do homem grego. Tradução Artur M. Parreira. 
3º edição. Sao Paulo. Editora Martins Fontes.

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