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Campus Universitário de Viana Universidade Jean Piaget de Angola (Criada pelo Decreto nº44A/01 de 06 de Julho de 2001) Faculdade de Ciências Sociais e Humanas PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM A APRENDIZAGEM NA IDADE MÉDIA Grupo nº 8 Ano: 2º Sala: A 5.04 Turno: Manhã Curso: Licenciatura em Psicologia Viana, Maio de 2021 Docente _________________ Msc. Lina dos Santos Campus Universitário de Viana Universidade Jean Piaget de Angola (Criada pelo Decreto nº44A/01 de 06 de Julho de 2001) Faculdade de Ciências Sociais e Humanas PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM A APRENDIZAGEM NA IDADE MÉDIA Grupo nº 8 Licenciatura: Psicologia Turno: Manhã III EPÍGRAFE «Nossas atitudes escrevem nosso destino. Nós somos responsáveis pela vida que temos. Culpar os outros pelo que nos acontece é cultivar a ilusão. A aprendizagem é nossa e ninguém poderá fazê-la por nós, assim como nós não poderemos fazer pelos outros. Quanto mais depressa aprendermos isso, menos sofreremos». Zíbia Gasparetto https://www.pensador.com/autor/zibia_gasparetto/ IV DEDICATÓRIA Dedicamos este trabalho primeiramente а Deus, pоr ser essencial еm nossas vidas, autor dos nossos destinos, nosso guia, socorro presente nа hora dа angústia, аоs nossos pais, nossos irmãos, е аоs nossos colegas da Universidade Jean Piaget. V AGRADECIMENTOS Agradecemos aos nossos pais pelo carinho, atenção, apoio moral e financeiro que eles nos têm durante a vida acadêmica. Agradecemos à professora Lina pelo tema dado, pois enriqueceu os nossos conhecimentos. Também agradecemos aos funcionários da Universidade, que contribuíram direta e indiretamente para a conclusão deste trabalho. VI Campus Universitário de Viana Universidade Jean Piaget de Angola (Criada pelo Decreto nº44A/01 de 06 de Julho de 2001) Faculdade de Ciências Sociais e Humanas LISTA DOS INTEGRANTES NOTA: Alice Doroteia da Silva ___________ Ana Fernandes dos Santos Abreu ___________ Antónia Barbosa André da Silva ___________ Áurea Rosana Victor José ___________ Gomes José Ernesto ___________ Iracema Santos de Araújo ___________ Rita Francisco Vicente ___________ Rita Salvador Gomes Boaventura ___________ VII ÍNDICE EPÍGRAFE ..................................................................................................................... III DEDICATÓRIA ............................................................................................................. IV AGRADECIMENTOS ..................................................................................................... V LISTA DOS INTEGRANTES ....................................................................................... VI INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 1 IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA .............................................................................. 1 OBJECTIVOS DO ESTUDO ........................................................................................... 1 Objectivo geral ................................................................................................................. 1 Objectivos específicos ...................................................................................................... 1 Importância do estudo ...................................................................................................... 1 Delimitação de estudo ...................................................................................................... 2 Definição de Conceitos ..................................................................................................... 2 CAPÍTULO I – FUNDAMENTAÇÃO TÉCNICO-CIENTIFICA .................................. 3 1.1 BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE A IDADE MÉDIA ..................................... 4 1.1.2 A APRENDIZAGEM NA IDADE MÉDIA ........................................................... 5 1.1.3 A CONSOLIDAÇÃO DO ENSINO NA IDADE MÉDIA ..................................... 7 1.1.4 TIPOS DE ESCOLAS MEDIEVAIS ...................................................................... 8 CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................... 10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 11 1 INTRODUÇÃO A aprendizagem sempre veio a ser peça fundamental de todas as grandes sociedades. Desde os primórdios, a humanidade se viu envolta em uma grande teia de conhecimento, onde, diversas vezes, novas descobertas traziam avanços ou retrocessos. Na Idade Média havia um monopólio da cultura e do pensamento por parte da Igreja Católica, veremos no desenrrolar do tema que a aprendizagem teve grande influência religiosa. Eram os integrantes da Igreja que estabeleciam o que deveria ser estudado, os conteúdos e os objetivos da aprendizagem. As escolas eram, portanto, associadas às instituições religiosas católicas. Embora controlada pela Igreja, a educação não ficou apenas no campo religioso, abrindo também espaço para o estudo das ciências, técnicas e habilidades. Julgando que tal assunto ainda gera duvidas e inquietações, gerando assim pontos a serem esclarecidos no presente trabalho. IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA Ao focarmos na história da aprendizagem verificamos que esta vem passando por várias transformações, mas ainda falta muito para tornar-se adequada, haja vista nela implicarem fatores sociais, econômicos e políticos. Motivo este que levou-nos a sehuinte pergunta de partida: Porquê estudar a aprendizagem na idade média? OBJECTIVOS DO ESTUDO Objectivo geral - Estudar a aprendizagem na idade média. Objectivos específicos - Comprender de forma sucinta sobre o conceito de Idade Média; - Conhecer os tipos de escolas da Idade Média; - Entender a importância da aprendizagem na Idade Média. Importância do estudo O presente estudo é importante porque a aprendizagem teve um grande impacto na formação do homem nobrego, isto na Idade Média. 2 Delimitação de estudo O presente estudo está delimitado em arquivos científicos. Definição de Conceitos a) Aprendizagem Segundo De acordo com Gazzaniga (2005, p.183) "A aprendizagem é uma mudança relativamente duradoura de comportamento resultante da experiência. Ela ocorre quando os organismos se beneficiam da experiência para que seus futuros comportamentos sejam mais bem adaptados ao ambiente." b) Idade Média Na Visão de Adams (2001, 38) A Idade Média (adj. medieval) é um período da história da Europa entre os séculos V e XV. Inicia-se com a Queda do Império Romano do Ocidente e termina durante a transição para a Idade Moderna. A Idade Média é o período intermédio da divisão clássica da História ocidental em três períodos: a Antiguidade, Idade Média e Idade Moderna. https://pt.wikipedia.org/wiki/Periodiza%C3%A7%C3%A3o_da_Hist%C3%B3ria https://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_da_Europa https://pt.wikipedia.org/wiki/Queda_do_Imp%C3%A9rio_Romano_do_Ocidente https://pt.wikipedia.org/wiki/Idade_Modernahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Idade_Antiga 3 CAPÍTULO I – FUNDAMENTAÇÃO TÉCNICO-CIENTIFICA 4 1.1 BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE A IDADE MÉDIA A literatura afirma que a Idade Média teve início na Europa com as invasões germânicas/bárbaras, no século V, sobre o Império Romano. Essa época estende-se até o século XV, com a retomada comercial e o renascimento urbano. Caracteriza-se pela economia ruralizada, enfraquecimento comercial, supremacia da Igreja Católica, sistema de produção feudal e sociedade hierarquizada. Idade Média é o momento da criação da sociedade moderna, de uma civilização moribunda ou morta sob as formas camponesas tradicionais, no entanto, viva pelo que criou de essencial nas nossas estruturas sociais e mentais. Criou a cidade, a nação, o estado, a universidade, o moinho, a máquina , o relógio e a hora, o livro e o garfo, o vestuário, a pessoa, a consciência e finalmente a revolução. (Jacques Le Goff, 1983, p. 12) Baseando-se no conceito supracitado, percebe-se que, a idade média é o intervalo de tempo não determinado da geração da sociedade actual, de uma cultura morta ou desfalecida sob as formas camponesas costumeiras. Portanto, ela torna-se viva pelo que criou a essência das nossas bases tanto sociais como mentais, resultando na criação de cidades, nação, o relógio, a hora, a Universidade, a máquina, a pessoa em sim com a consciência e por fim a mudança. O autor tem o cuidado de salientar que não se trata de contrapor a modernidade como se fosse uma lenda dourada à lenda negra mediavél. E sim considerar a Idade Média em todos os aspectos que compõem esse sistema que funciona desde o Baixo Império Romano até a Revolução Industrial dos séculos XVIII e XIX. Aí deve ser buscada a nossa modernidade para entender as transformações que são o fundamento da história como ciência e experiência vivida. E esse domínio do passado, detido pelos historiadores, é tão indispensável aos contemporâneos quanto a física e a biologia quando dominam a matéria e a vida. (Jacques Le Goff, 1983, p. 12) A aprendizagem, como outros aspectos da vida na sociedade mediaval, foi marcada pelos princípios do cristianismo, porém um cristianismo que foi sendo reatualizado de diferentes formas ao correr da Idade Média. A consolidação da Idade Medieval estabeleceu, de forma bem definida, as áreas de domínio entre poder espiritual (o clero, representado pelo Papa) e poder temporal (a nobreza, representada pelo Rei): auctoritas/potestas, ou seja, a auctoritas, o Pontífice, pertence à mais alta dignidade; enquanto o Rei pertence à potestas 5 (poder) temporal. Cada um é soberano em seu respectivo domínio: “[...] a autoridade do Papa em matéria religiosa e eclesiástica é absoluta; o poder do Rei sobre seus súditos também o é”. (Châtelet et al., 2000, p. 31-32) Percebe-se que a Idade Média, ou Idade da Fé, também conhecida pejorativamente como “Idade das Trevas”, “Noite de Mil Anos”, “Espessa Noite Gótica”, comporta um extenso período de quase mil anos (476 a 1543 d.C.) de muita turbulência devido a vários acontecimentos no velho continente, a Europa. Dentre tantos fatos ocorridos, podemos citar: inúmeras invasões territoriais, guerras constantes, formação de vários reinos independentes, consolidação do sistema feudal com a economia baseada na agricultura, mão de obra servil com a relação de vassalagem entre servos e senhores, ruralização geral do continente, pouco uso de moedas, escassos contatos comerciais externos, fusão da cultura romana com a germânica, teocentrismo e enfraquecimento da cultura laica, fortalecimento do cristianismo e crescimento do poder interventivo da igreja católica com exacerbação de poderes. 1.1.2 A APRENDIZAGEM NA IDADE MÉDIA Segundo Cambi (1999, p. 166) “A aprendizagem, como já ocorria no mundo antigo e como havia sido teorizada por Platão em “A República” a educação do povo se cumpria, essencialmente, pelo trabalho”. Consegue - se perceber que, a aprendizagem não é um processo novo, porque já acontecia desde a antiguidade, foi por isso que Platão mostrou em sua teoria intitulada "A República" de que o ensino e a instrução do povo acata-se essencialmente com o ofício. A literatura afirma que a criança já começava a aprender na oficina sob a direção do mestre, copiando e reproduzindo seu saber, submetendo-se à sua autoridade. A aprendizagem que se realizava no local de trabalho era uma aprendizagem da reprodução, das capacidades técnicas, das classes e das relações sociais, sem valorizar realmente a inovação. Além do tempo do trabalho, no tempo do lazer também se ensinava. Os sermões eram memoráveis e complementavam as leituras litúrgicas da missa. Enquanto o bispofalava do púlpito, a palavra ouvida tinha a função de prover a abertura da alma para a grandiosidade, tanto arquitetônica e plástica como da inteligência e da palavra. Mas pastoral do que retórico, o discurso apoiava-se na sensibilidade e na memória da Biblía, alimentando a inteligência, a conduta, a moral e a vida inyterior dos fiéis. (Lauand, 1998) 6 Percebe-se que, não ensinava-se apenas em horários de trabalho, mas também no tempo de espera lazer. As pregações dirigidas nesse horário eram inesquecíveis e complementavam o ritual da missa. Porque enquanto o bispo pregava a partir da tribuna as palavras tinham a incumbência de prover a abertura da alma para a grandiosidade arquitectónica e da inteligência. Mas pastoral do que retórica o discurso tinha a sua estrutura ou base na sensibilidade e na memória da Bíblia dando assim sustentabilidade interior na vida do fiel bem como na sua inteligência, moral e a conduta. Poucas pessoas liam, logo a memória era tudo. Sermões, mas lembravam verdades já sabidas do que transmitiam novos conhecimentos, seguindo a emissão educadora do povo, tomada pela Igreja desde o fim da Antiguidade. Ímbuida como a grande escola de formação humana e moral, os pregadores, entre eles Agostinho, realizavam seus sermões atuando sobre o ouvinte como os slogans da publicidade, com a diferença de que eram espontaneamente procurados pelo destinatário, não em busca do fútil consumo, mas da transcendência. (Lauand, 1998, p. 13) De acordo com Lauand, percebe-se que na Idade Média as pessoas não gostavam de ler, preferiam memorizar de forma impírica. Davam sempre os mesmos discursos invés de partilharem novos conhecimentos, deste jeito, eles seguiam uma doutrina educativa para a população que era cunhada pela Igreja desde a Antiguidade. Denominada como a grande escola de formação humana e moral, que tinha na sua maior parte pregadores, dentre os pregadores destaca-se o Agostinho, que os seus discursos tinham um pendor publicitário, os ouvintes gostavam d sua virtude e não exitavam em procurá-los. Para Cambi (1999, p. 136) “Havia ainda as festas religiosas que adentravam o imaginário popular através de símbolos e signos que ao mesmo tempo em que exaltavam figuras e comportamentos, também geravam temores e expectativas”. Percebe-se que na Idade Média havia os convívios religiosos, que de certa forma atuava como se fosse o método introspectivo através de símbolos e signos, levando-os a mudar de comportamento, uma vez que criavam inquietações e esperanças. A aprendizagem medieval desenvolve-se em comunhão com a Igreja e suas instituições, à exceçãodo ensino direito dos ofícios, são elas as educadoras por excelência. Da igreja partem os modelos educativos e as prática de formação, organizam-se as instituições e programam-se as intervenções, como também nela se discutem tanto as práticas como os modelos. Práticas e modelos para o povo, práticas e modelos para as classes [...] (Cambi, 1999, 146) 7 Entende-se que a própria escola tal como conhecemos hoje, é um legado da Idade Média. A figura do professor que ensina a um determinadonúmero de estudantes, respondendo por sua atividade, seja ela disciplinar ou de avaliação, tem a sua origem nas escolas catedrais. A literatura afirma que a partir dos séculos XII e XIII, as universidades começaram a tomar domínio tanto por meio de comunidades de estudantes, como as de professores, ou ainda, por intevênção do poder público. Portanto, é no período mediaval que as universidades fincaram as suas raízes. 1.1.3 A CONSOLIDAÇÃO DO ENSINO NA IDADE MÉDIA A literatura afirma que o processo de consolidação do ensino no meio medievo se deu em meio um lento processo e se mostrou ligado a uma série de agentes. É interessante citar sobre a evolução do processo de ensino na Idade Média e, consequentemente, a forma que o mesmo veio a ser difundido. Incialmente, podemos conceituar que o ensino foi de fato iniciado pela Igreja, que buscou instituir escolas no meio social medievo. Sendo assim, para Pernoud (1997), “as crianças frequentavam as escolas, em geral a escola das paróquias em que as mesmas pertenciam, ou então as escolas dos mosteiros mais próximos, que também eram chamadas de escolas monacais”. Com o concílio de Latrão, de 1179, houve a formação e efetivação dos núcleos populacionais, onde, além das escolas, cada igreja deveria manter um cemitério. Quando não se havia o ensino por meio das escolas das Igrejas ou mosteiros, as fundações senhoriais se encarregavam de levar o ensino às crianças, criando assim as escolas privadas, onde os habitantes de uma dada localidade buscavam se associar e manter o sustento de um professor que seria encarregado deste ensino. (Pernoud, 1997, p. 94) Percebe-se que o ensino, muitas vezes, era acessível para as crianças, porém, as dificuldades do meio medievo geravam empecilhos para que as mesmas viessem a frequentar as escolas ou centros de ensino. Sobre a figura da criança em meio ao ensino, a literatura mostra-nos que haviam critérios para a admissão da mesma e, em geral, havia a separação entre meninos e meninas, ainda em Pernoud, podemos exemplificar isso: 8 A criança era ai admitida com sete ou oito anos de díade e o ensino que preparava para os estudos da Universidade estendia-se como hoje por uma dezena de anos; são os números que o abade Gilles le Muisit dá. Os rapazes eram separadas das raparigas, que tinham em geral, os seus estabelecimentos particulares, menos numerosos talvez, mas onde os estudos eram por vezes muito activos. (Pernoud, 1997, p. 96) O ensino era totalmente ligado à Igreja. Mas, dentre todo o meio medievo, a Igreja Católica era detentora dos meios para que de fato viesse validar a mesma. Ao longo dos anos, com o aparecimento das grandes cidades, as universidades passaram a ficar mais numerosas, porém, as mais reconhecidas e conceituadas eram ligadas à igreja. Consegue-se constatar que a figura do intelectual, no ocidente medieval, tinha sua origem nos clérigos. De fato, os clérigos eram descendentes da linhagem primeiros intelectuais. Sobre a figura do clérigo, Le Goff apresenta a seguinte descrição: Esse clérigo é o descendente de uma linhagem original no Ocidente medieval: a dos intelectuais [...] Não é o resultado de uma escolha arbitraria. Entre tantas palavras: eruditos, doutos, clérigos, pensadores (a terminologia do mundo do pensamento sempre foi vaga), essa designa um meio de contornos bem definidos: o dos mestres das escolas. Anuncia-se na Alta Idade Média, desenvolve-se nas escolas urbanas do século XII, desabrocha a partir do século XIII nas universidades (Le Goff, 2006, p.23) Nessa nova atmosfera que vem surgindo, podemos ainda citar outro ponto de Le Goff no qual vemos claramente a referência voltada a esse intelectual, onde o mesmo complementa a descrição já dada, citando que o ofício do intelectual consistia em pensar e ensinar seu pensamento, visto que, a reflexão pessoal e a difusão da mesma em um ensino caracterizava o intelectual. O mesmo acaba sendo definido como um professor e um erudito, se tornando um pensador por ofício. Sendo assim, o ensino acaba por estar ligado à figura do intelectual, que agora representa o ponto de transmissão do saber que fora recuperado e preservado do período de declínio promovido com a queda do Império Romano do Ocidente, que veio seguido por um período de invasões bárbaras. 1.1.4 TIPOS DE ESCOLAS MEDIEVAIS A literatura adirma que grande parte dos estudantes da Idade Média vinha da nobreza, pois esta camada social possuía recursos financeiros para manter os filhos nas 9 escolas. Os nobres decidiam quais filhos iriam para a área militar (formação de cavaleiros), para a formação técnica (escolas formais) ou formação religiosa (escolas monásticas). De acorco com Werner (1995, p. 99), éis os tipos de escolas medievais: - Escolas Paroquias: voltadas, principalmente, para a formação de padres. Ensinava-se, basicamente, temas religiosos já que o objetivo principal era a formação sacerdotal. - Escolas Monásticas: eram voltadas, principalmente, para a formação de monges. Funcionavam em sistema de internato. Latim, canto gregoriano, textos sagrados (entre eles a Bíblia) e Filosofia eram os principais temas estudados nestas escolas. Valorização do trabalho e disciplina também eram importantes nestas escolas. - Escolas Palatinas: tinham como objetivo a formação mais ampla do indivíduo. Estudavam nestas escolas, principalmente, os filhos de nobres. Exigiam muita dedicação e empenho dos estudantes, pois tinham um currículo vasto. As principais disciplinas estudadas eram: Gramática, Aritmética, Geometria, Astronomia, Dialética, Retórica, Filosofia e Música. - Universidades Medievais: surgiram na Europa no século XII. As primeiras foram fundadas na França, Inglaterra e Itália. Eram comunidades formadas por mestres e estudantes (universitas) voltadas para o ensino, pesquisa, produção de conhecimentos, reflexão e debate. Serviram de modelo para as Universidades que temos até hoje. Em função dos temas polêmicos que levantam e discutiam de forma aberta, sofreram muita intervenção de reis, ordens religiosas e até mesmo do papa. Após uma formação básica (Gramática, Retórica, Aritmética, Geometria, Filosofia, Lógica e Astronomia), os estudantes podiam prosseguir seus estudos em áreas específicas. Os primeiros cursos universitários na Idade Média foram de Medicina, Teologia e Direito. Adianta frizar que todas estas escolas se encontravam sob a vigilância atenta da igreja, de modo que em cada uma delas hajam representantes do clero encarregados de verificar se além dos ofícios e artes de combate, a doutrina católica se encontrava presente e respeitada em tais escolas. Como podemos perceber, a Igreja ergue-se como uma estrutura a partir da qual se produzia também uma inserção social que acabou promovendo, significativamente, um destaque para a escola como lugar de ascensão social. Mas não é só isto. Como vimos, além de uma demanda pela formação clerical havia também uma demanda pela especialização dos ofícios que a cidades apresentavam. Ou seja, a escola foi surgindo pari passu com os interesses da época, fossem eles de ordem laica ou religiosa. 10 CONSIDERAÇÕES FINAIS Após a pesquisa do presente de trabalho, conseguimos constatar que o processo de educação na Idade Média era responsabilidade da Igreja. Existiam nesse período medieval escolas que funcionavam anexas às catedrais ou a escolas monásticas que funcionavam nos mosteiros, nesse contexto, a Igreja assumiu a tarefa de disseminar a educação e a cultura no medievo e o seu papel foi preponderante para o nosso legado educacional contemporâneo. Vimos também que a escola no período medieval era dirigida por um cônego, ao qual se dava o nome de scholarius ou scholasticus. Os professores eram clérigos de ordens menores e lecionavam as chamadas sete artes liberais: gramática, retórica, lógica, aritmética,geografia, astronomia e música, que mais tarde constituíram o currriculum de muitas universidades. Conseguimos observar que os cursos oferecidos eram em latim e com isso exigia-se do estudante muito empenho e dedicação. Conforme o grau de afinidade, distribuíam-se então os estudantes pelos cursos de Direito, Medicina e Teologia. Os estudantes viviam em um ritmo frenético e as calorosas discussões com a população eram rotineiras. De uma forma geral os estudantes eram de origem humilde e muitos viviam internos em colégios ou internatos que contavam com rígidas formas disciplinadoras estudantis. Com o tempo esses colégios passaram a constituir campos de estudos autônomos, sendo que alguns deles ainda existem. Quanto à metodologia de aprendizagem, o ensino baseava-se na leitura de textos e na exposição de ideias feitas pelos professores. As aulas muitas vezes eram animadas quando os debates entre mestres e alunos eram travados em público, discutiam sobre um tema determinado. 11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Adams, L. S. (2001). A History of Western Art. 3ª edição. Boston: McGraw Hill. Cambi, F. (1999). História da Pedagogia. São Paulo: UNESP. Châtelet, F.; Duhamel, O.; Psier-kochner, E. (2000). História das idéias políticas. Rio de Janeiro: Jorge Zahar. Gazzaniga, M.; Todd H, (2005). Ciência Psicológica: mente, cérebro e comportamento 1ª edição. Porto Alegre: Artmed. Lauand, L. J. (org.). (1998). Cultura e Educação na Idade Média - Textos do século V ao XIII. São Paulo: Martins Fontes. Jacques. L. G. (2006). Os Intelecutuais na Idade Média. Tradução de Marcos de Castro. 2ª edição - Rio de Janeiro: José Olympio. Pernoud, R. (1979). Idade Media; o que não nos ensinaram. Tradução de Mauricio Brett Menezes. Rio de Janeiro: Agir Pernoud, R. (1997). Luz sobre a Idade Média. Março. Publicações EuropaAmérica. Versão digital. Werner J. (1995). Paidéia: A formação do homem grego. Tradução Artur M. Parreira. 3º edição. Sao Paulo. Editora Martins Fontes.
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