Prévia do material em texto
1As Revoluções Industriais: origens, impactos e rupturas O mundo em 1789 era essencialmente rural e é impossível entendê-lo sem assimilar este fato fundamental. Em países como a Rússia, a Escandinávia ou os Bálcans, onde a cidade jamais se desenvolvera de forma acentuada, cerca de 90 a 97% da população era rural. Mesmo em áreas com uma forte tradição urbana, ainda que decadente, a porcentagem rural ou agrícola era extraordinariamente alta: 85% naLom-bardia, 72-80% na Venécia, mais de 90% na Calábria e na Lucânia, segundo dados disponíveis 3 . De fato, fora algumas áreas comerciais e industriais bastante desenvolvidas, seria muito difícil encontrar um grande Estado europeu no qual ao menos quatro de cada cinco habitantes não fossem camponeses. E até mesmo na própria Inglaterra, a população urbana só veio a ultrapassar a população rural pela primeira vez em 1851. A palavra "urbano" é certamente ambígua. Ela inclui as duas cidades europeias que por volta de 1789 podem ser chamadas de genuinamente grandes segundo os nossos padrões - Londres, com cerca de um milhão de habitantes, e Paris, com cerca de meio milhão - e umas 20 outras com uma população de 100 mil ou mais: duas na França, duas na Alemanha, talvez quatro na Espanha, talvez cinco na Itália (o Mediterrâneo era tradicionalmente o berço das cidades), duas na Rússia, e apenas uma em Portugal, na Polónia, na Holanda, na Áustria, na Irlanda, na Escócia e na Turquia europeia. Mas o termo "urbano" também inclui a multidão de pequenas cidades de província, onde se encontrava realmente a maioria dos habitantes urbanos; aquelas onde o homem podia, a pé e em poucos minutos, vencer a distância entre a praça da catedral, rodeada pelos edifícios públicos e as casas das celebridades, e o campo. Dos 19% de austríacos que, mesmo ao final do nosso período (1834), viviam em cidades, bem mais de três-quartos viviam em cidades com menos de 20 mil habitantes e cerca da metade em cidades que iam de dois a cinco mil habitantes. Eram estas as localidades por onde perambulavam os aprendizes franceses em seus Tour de France e cujos perfis setecentistas, preservados como moscas no âmbar pela estagnação dos séculos subsequentes, os poetas românticos alemães evocaram como pano de fundo de tranquilas paisagens; sobre as quais se erguiam as torres das catedrais espanholas; entre cujas paredes os judeus hassídicos veneravam seus milagrosos rabinos, ao passo que os ortodoxos discutiam as divinas sutilezas da lei; e para onde rumaram o inspetor-geral de Gogol, a fim de aterrorizar os ricos, e Chichikov, decidido à compra de almas: isto é "os servos mortos", como também pode ser traduzido do Russo o título de Gogol. Mas foi também destas cidades que saíram os jovens e ardentes ambiciosos para fazer fortuna ou revoluções, ou as duas coisas ao mesmo tempo. Robespierre veio de Arras, Gracchus Babeuf, de Saint-Quentin, Napoleão, de Ajaccio. Estas cidades de província não eram menos urbanas por serem pequenas. Os autênticos homens das cidades desprezavam o campo ao redor com o desprezo que sentem os eruditos e os homens de espírito pelos fortes, lentos, ignorantes e estúpidos. (Não que pelos padrões do verdadeiro homem mundano a sonolenta comunidade interiorana tivesse qualquer coisa de que se vangloriar: as comédias populares alemãs ridicularizavam a pequena municipalidade - "Kraehwinkel" - tão cruelmente como a mais caipira das roças.) A linha que separava a cidade e o campo, ou melhor, as atividades urbanas e as atividades rurais, era bem marcada. Em muitos países a barreira dos impostos, ou às vezes mesmo a velha muralha, dividiam os dois. Em casos extremos, como na Prússia, o governo, ansioso em manter seus possíveis contribuintes sob uma adequada fiscalização, operava uma separação quase total entre as atividades rurais e urbanas. Mesmo onde não havia uma divisão administrativa tão rígida, os habitantes das cidades eram quase sempre fisicamente diferentes dos homens do campo. Em uma vasta área da Europa Oriental, as pessoas da cidade eram ilhas germânicas, judias ou italianas num lago eslavo, magiar ou romeno. Mesmos os habitantes urbanos que tinham a mesma religião e nacionalidade dos camponeses ao redor tinham uma aparência distinta: vestiam roupas diferentes e eram de fato mais altos (exceto no caso da população explorada que trabalhava nas fábricas ou dentro de casa), embora talvez fossem igualmente mais magros. Tinham provavelmente um raciocínio mais rápido e eram mais letrados, e certamente se orgulhavam disso. Ainda assim, em seu modo de vida, eram quase tão ignorantes sobre o que se passava fora do seu distrito, quase tão embotados, quanto os habitantes das aldeias. A cidade provinciana ainda pertencia essencialmente à sociedade e à economia do campo. Além de se refestelar sobre os camponeses vizinhos, ocupava-se (relativamente com poucas exceções) de muito pouco mais, exceto de lavar sua própria roupa. Suas classes média e profissional eram constituídas pelos negociantes de trigo e de gado, os processadores de produtos agrícolas, os advogados e tabeliões que manipulavam os assuntos relativos ao património dos nobres ou os intermináveis litígios que são parte integrante da vida em comunidades proprietárias de terras, os empresários mercantis que exploravam os empréstimos aos fiandeiros e tecelões dos campos, e, por fim, os mais respeitáveis representantes do governo, o nobre e a Igreja. Seus artesãos e lojistas asseguravam as provisões aos camponeses e aos citadinos que viviam às custas dos camponeses. A cidade provinciana sofrera um triste declínio depois de atingir o auge de desenvolvimento nò final da Idade Média. Só raramente era uma "cidade livre" ou uma cidade-Estado; só raramente continuara a ser um centro produtor para um mercado mais amplo ou um importante palco no comércio internacional. Como havia declinado, agarrou-se com crescente obstinação ao monopólio do mercado local, que defendia contra todos os que chegassem: muito do provincianismo ridicularizado pelos jovens radicais e os trapaceiros das grandes cidades derivava deste movimento de autodefesa económica. No sul da Europa, os cavalheiros e até mesmo os nobres viviam desse provincianismo, alugando suas propriedades. Na Alemanha, as burocracias de inúmeros pequenos principados, que eram pouco mais que grandes propriedades, administravam os desejos das sereníssimas altezas com os impostos cobrados de um campesinato silencioso e obediente. A cidade provinciana de fins do século XVIII podia sei uma próspera comunidade em expansão, como a sua paisagem dominada por construções de pedra em modesto estilo clássico ou rococó ainda hoje testemunha em parte da Europa Ocidental. Mas essa prosperidade vinha do campo. A Revolução John Constable - mudanças. As obras bucólicas são a exemplificação de um mundo que não mais existe, com o crescimento das cidades e o êxodo rural. Novas realidades sociais, ambientais, económicas. A sociedade traz inovações, mas há certo custo, já que na cidade não há qualidade de vida, visto que os dejectos são jogados nas ruas, então há diversas epidemias; a qualidade de água é ruim. Um problema que ainda é actual é a questão ambiental, a poluição causada pela industria. O trabalho é separado do meio de produção, e as pessoas passam a vender a sua força de trabalho. As novas tecnologias e suas fontes de energia que modificam o ambiente de maneira nunca entes vista (maquina a vapor). O lado positivo da Revolução, inclui: os meios de transporte; o barateamento da produção, dando maior acesso a produtos, como sabão, diminuindo casos de disenteria, aumentando a expectativa de vida; aumento dos meios de comunicação. A principio houve mudanças negativas na transformação social, mas posteriormente, principalmente a partir da Segunda revolução industrial, há a melhoria de qualidade de vida e o aumento da expectativa de vida, pela inovação da industria química, que gera a inovação na industria farmacêutica. A Industria Marson (2014) afirma que historicamente a indústria foi ofator mais poderosode aceleração do crescimento econômico. O setor industrial exerceu grande impacto em diversos setores da economia e sobre todo o ambiente institucional e social. Os avanços tecnológicos sempre foram extremamente importantes para a evolução da Indústria, fator ocasionado pela busca de trabalhos mais dinâmicos, eficientes e qualificados. As revoluções industriais, somadas aos grandes avanços tecnológicos culminaram no surgimento da Indústria 4.0 ou quarta Revolução Industrial (BOETTCHER, 2015). Primeira Revolução Industrial-Indústria 1.0 Antes do surgimento da indústria, tudo era produzido de forma manual, e isso era inviável diante de uma população que crescia descontroladamente. Produzir mais rápido e em maior quantidade era a essência do capitalismo, que tinha como objetivo principal a obtenção de lucro. Primeiro na Inglaterra e depois na França, Bélgica, Alemanha, Holanda, Estados Unidos, Japão e Rússia. Esse processo de Revolução Industrial ficou conhecido por importantes invenções, transformou os modos de produção, a geração de energia e os transportes (locomotiva e barco a vapor), modificando o mundo conhecido. A ciência descobria a utilidade do carvão como fonte de energia e então a descoberta da máquina a vapor e a locomotiva. De acordo com Boettcher (2015) na Industria 1.0 houve o aperfeiçoamento da máquina a vapor por James Watt. A indústria têxtil foi a primeira a utilizar a nova tecnologia da máquina a vapor. Depois disso muitos outros setores resolveram utilizar o meio de automação de processos e assim inseriram máquinas a seus processos produtivos onde a indústria têxtil passou a ser o símbolo da produção excedente. A primeira Revolução Industrial foi a grande motivação para o surgimento do capitalismo, que antes era comercial e passou a ser industrial. A separação do capital e trabalho acontece, onde o trabalho vira mercadoria, nas fábricas. Não há racionalização da produção, há muito desperdício. As mudanças e evoluções tecnológicas continuaram a acontecer e surge então neste contexto de inovação a Indústria 2.0. Segunda Revolução Industrial- Fordismo e Taylorismo, Racionalização da produção. Durante o processo da Revolução das Indústrias o uso de novas tecnologias se tornou um fator essencial, para o crescimento e modernização, o que interessava os donos das indústrias interessados em aumentar cada vez mais seus lucros. Dentro deste contexto, o modelo industrial desenvolvido inicialmente sofreu mudanças importantes. Em 1870 frente a uma nova demanda tecnológica e movido pelas inovações, surge a Segunda Revolução Industrial. Por volta de 1870, há o surgimento de novas tecnologias: Energia Eléctrica, Aço, Indústria Química, Comunicações (telegrafo, telefone), melhora nos meios de transporte. Nesse período foi descoberta a eletricidade, a transformação do ferro em aço, o surgimento e modernização dos meios de transporte, o avanço dos meios e comunicação, o desenvolvimento da indústria química e de outros setores. Essa revolução industrial teve destaque ela busca de maiores lucros; especialização do trabalho; ampliação da produção. (SILVA; GASPARIN, 2013). Na Indústria 2.0 iniciou-se o Fordismo, termo criado por Henry Ford em 1914. O fordismo se referia aos sistemas de produção em massa. Tinha em vista racionalizar a produção capitalista por meio de inovações técnicas, onde de um lado acontecia a produção em massa e de outro o consumo em massa (BOETTCHER, 2015). Antes de Ford, demorava 24h para a produção de um carro, com o processo de automatização aumentou exponencialmente a produção, diminuindo o preço da carro. Ford criou o processo de semi-automatização o que causou uma revolução na indústria automobilística. Em 1914 Ford introduziu a primeira linha de montagem automatizada, com esteiras rolantes. Frente a essas inovações, as indústrias alcançaram lucros cada vez maiores e qualificaram o processo desde a obtenção da matéria-prima até o consumidor final. Um aspecto bastante positivo da Indústria 2.0 era um maior controle sobre os gastos, o que consequentemente ocasionava cálculos mais precisos a respeito das margens de lucro. Dentro deste contexto, o capitalismo tornou-se responsável pela aceleração e crescimento da economia mundial, países como Estados Unidos, Alemanha, Japão e França devido ao fato de serem países economicamente desenvolvidos acabaram tornando-se líderes globais de Tecnologia. Taylor racionalizou ainda mais a produção de Ford, reduzindo custos, diminuindo o vácuo produtivo. Tornando os industrializados ainda mais acessíveis. Terceira Revolução Industrial- Toyotismo A Terceira Revolução Industrial surge como consequências dos avanços tecnológicos do século XX e XXI. Os autores explicam que mais do que um desejo tecnológico, a Indústria 3.0 trouxe uma renovação no processo econômico, político e social, com grande dinamismo e alta complexidade. Frente as grandes descobertas e inovações tecnológicas, a Terceira Revolução Industrial, também chamada de Revolução Técnico-Científica e Informacional são formadas por meio dos processos de inovação tecnológica, os quais são marcados pelos avanços no campo da informática, robótica, das telecomunicações, dos transportes, da biotecnologia, química fina, além da nanotecnologia. Muitas foram as características da Industria 3.0 as quais configuram-se: utilização de várias fontes de energia; uso crescente de recursos da informática; aumento da consciência ambiental; diminuição crescente do desemprego, pois a mão-de-obra passou a ser substituída por maquinas cada vez mais modernas; ampliação dos direitos trabalhistas; globalização; surgimento de potencias industriais; massificação dos produtos tecnológicos (SILVA et al.,2002). Há o uso crescente de recursos da informática, inovações no campo da robótica (automação), ainda mais inovações nas telecomunicações e nos transporte. Criação da Biotecnologia, Química fina (industria farmacêutica), nanotecnologia (micro chips), aumento da consciência ambiental; ampliação dos direitos trabalhistas, globalização, massificação dos produtos tecnológico. Frente a essa intensa modernização, mudança social, cultural e económica, assim como tem feito ao longo dos anos, o homem continuou investindo em desenvolvimento tecnológico e assim nasce a Indústria. Tanto a Industria 3.0 e 4.0 extinguem diversas profissões, devido a tecnologia. A Quarta Revolução Industrial -A Indústria 4.0 "O cliente não está mais interessado em produção em massa. Real é ligado ao virtual." Segundo Kagermann et al.,(2013) o termo Indústria 4.0 surgiu publicamente em 2011 na Alemanha na feira de Hannover. Essa nova proposta de indústria surgiu por meio da necessidade de se desenvolver uma abordagem para fortalecer a competitividade da indústria manufatureira alemã. A Indústria 4.0 promete apresentar soluções para alguns dos desafios que a sociedade enfrenta atualmente em áreas como saúde, mobilidade urbana e eficiência enérgica com a implantação de redes elétricas inteligentes (KAGERMANN; WAHLSTER; HELBIG, 2013). Ao mesmo tempo, Hecklau (2016) alerta para desafios ambientais resultantes da necessidade de maior eficiência no uso dos escassos recursos naturais, exigindo das empresas a busca por novas soluções sustentáveis ao longo de suas ações e processos. Princípios da Industria 4.0 Capacidade de operação em tempo real, aquisição e tratamento de dados em tempo real, o que possibilita que decisões sejam tomadas em tempo real. Virtualização: há uma cópia virtual das fábricas inteligentes, permitindo assim a rastreabilidade e o monitoramento remoto. Descentralização: as decisões podem ser feitas pelo sistema cyber-físico, como forma de atender as necessidades de produção em tempo real. Orientação de Serviços, que é a utilização de arquiteturas de software orientadas a serviços aliado ao conceito de Internet of Services. Modularidade: produção de acordo com a demanda, acoplamento e desacoplamento de módulos na produção. Essa mobilidade permite alterar as tarefasdas máquinas facilmente. Interoperabilidade: capacidade dos sistemas cyber-físicos (suportes de peças, postos de reunião e produtos), humanos e fábricas inteligentes comunicar-se uns com os outros por intermédio da Internet das Coisas e da Internet. A Tendência desse novo modelo industrial baseia-se como a forma de descrever a tendência da digitalização e automação do ambiente de manufatura. O uso da alta tecnologia diminui as chances do erro humano, reduz os custos, aumenta a capacidade produtiva e eficiência em todos em todos os processos. Venturelli (2017) esclarece que a Industria 4.0 tem como foco a conectividade, conectar toda uma indústria, desde a produção até o sistema de vendas. As empresas podem criar redes inteligentes e assim controlar os módulos de produção de forma autônoma. Zawadzki e Zywicki (2006) esclarecem que esse novo modelo de indústria é a combinação das conquistas tecnológicas dos últimos anos com a visão de um futuro com sistemas de produção inteligentes e automatizados, no qual o mundo real é ligado a virtual. O avanço da digitalização tem o potencial de revolucionar o nosso cotidiano, oferecendo soluções para importantes desafios nacionais em áreas como mobilidade urbana, com o desenvolvimento e adoção de tecnologias ligadas ao conceito de cidades inteligentes (smart cities); eficiência energética, com a implantação das redes elétricas inteligentes (smart grid); atendimento à saúde em um país com dimensões continentais como o Brasil, com o desenvolvimento, por exemplo, de soluções de saúde à distância; e produtividade industrial, com o desenvolvimento da Indústria 4.0, ou Manufatura Avançada. Para McAfee e Brynjolfsson, o setor produtivo mundial está num processo movido por três forças: i) o avanço exponencial da capacidade dos computadores; ii) a imensa quantidade de informação digitalizada; iii) novas estratégias de inovação. Um ponto comum a todas essas tecnologias é o emprego da internet como plataforma de intercâmbio de informações, permitindo a comunicação entre um número ilimitado de dispositivos, dando origem ao que se convencionou chamar internet das coisas, ou IoT, na sigla em inglês. Uma das característica dessa nova era industrial é a imensa quantidade de informação digital disponível. A concepção dos produtos, o design, os testes com novos materiais, os protótipos, a arquitetura da fábrica, a organização da linha de produção, o estoque de materiais, o manual de um equipamento, tudo é digital. Isso permitiu criar e operar ambientes fabris virtuais em sincronia com a unidade física. Tais tecnologias permearão todas as áreas da economia, provocando múltiplas transformações econômicas e sociais nos próximos anos. Um número crescente de dispositivos capazes de se comunicarem uns com os outros e coletar dados do ambiente e dos usuários (e.g. smartphones, veículos, eletrodomésticos, sistemas de iluminação), associado às tecnologias de big data, computação em nuvem e novas tecnologias de tratamento de dados, certamente abrirão espaço para a criação de novos modelos de negócios e poderá alterar a forma como as empresas se relacionam com clientes e fornecedores. A incorporação da digitalização à atividade industrial resultou no conceito de Indústria 4.0, em referência ao que seria a 4ª revolução industrial, caracterizada pela integração e controle da produção a partir de sensores e equipamentos conectados em rede e da fusão do mundo real com o virtual, criando os chamados sistemas ciberfísicos e viabilizando o emprego da inteligência artificial. As principais tecnologias habilitadoras por trás dessa revolução incluem a já mencionada internet das coisas (ou IoT), o big data, a computação em nuvem, a segurança cibernética, a robótica avançada, a inteligência artificial, novos materiais e as novas tecnologias de manufatura aditiva (impressão 3D) e manufatura híbrida (funções aditivas e de usinagem em uma mesma máquina). Nessas “indústrias inteligentes”, máquinas e insumos “conversam” ao longo das operações industriais com escala e flexibilidade do processo de fabricação, que, assim, ocorre de forma relativamente autônoma e integrada. Dispositivos localizados em diferentes unidades da empresa, ou mesmo de empresas diferentes, também trocam informações de forma instantânea sobre compras e estoques, permitindo uma otimização logística até então impensável, estabelecendo maior integração também entre os elos de uma cadeia produtiva. O conceito de Indústria 4.0, contudo, vai além da integração dos processos associados à produção e distribuição, envolvendo, também, todas as diversas etapas da cadeia de valor: do desenvolvimento de novos produtos, como projeto, desenvolvimento, testes e até mesmo a simulação das condições de produção, até o pós-venda. Essa nova revolução industrial vai envolver o encurtamento dos prazos de lançamento de novos produtos no mercado, a maior flexibilidade das linhas de produção, com aumento da produtividade e da eficiência no uso de recursos (e.g. energia) e, até mesmo, a capacidade das empresas de se integrarem em cadeias globais de valor. O aumento da flexibilidade das linhas de produção, por sua vez, viabiliza a customização em massa, possibilitando a produçã de acordo com as preferências/necessidades de diferentes consumidores em um grau de eficiência que, até pouco tempo, só era possível com a fabricação massificada de bens. A customização em massa é, claramente, uma das novas características da atividade industrial moderna. Impactos na Industria A McKinsey estima que, até 2025: Além deles, haverá toda uma série de possíveis consequências da disseminação e da consolidação da Indústria 4.0, que exigirão uma nova concepção de política industrial para o Brasil. Entre estas, merecem destaque: i) a redução das vantagens comparativas espúrias, que tenderão a ser solapadas pelos ganhos de produtividade decorrentes da adoção das novas tecnologias, com a possibilidade de redefinir fatores determinantes de localização de investimentos produtivos; ii) a ampliação da cooperação entre agentes econômicos, cujas operações serão cada vez mais integradas; iii) o reforço da competitividade que se estabelece entre sistemas produtivos, que incluem empresas, fornecedores, clientes e ambiente; iv) o estabelecimento de novos modelos de negócios e de inserção nos mercados, com a possível redefinição de setores de atividade econômica; v) a ampliação da escala dos negócios; vi) o surgimento de novas atividades e novas profissões, que demandarão adaptações no padrão de formação de recursos humanos. Digitalização da Industria no Brasil O conhecimento da indústria brasileira sobre tecnologias digitais e a sua incorporação à produção, pré-condições para o avanço da Indústria 4.0, ainda é pouco difundido. Segundo Silveira (2017) por ser uma nova proposta que demanda mão-de-obra qualificada e pelos altos custos para a implantação, pelo menos no Brasil, talvez a Indústria 4.0 demore para alcançar o setor industrial de forma considerável. O cruzamento de informações que permite conectar o pedido de compra, a produção e a distribuição de forma autônoma, sem que pessoas precisem tomar decisões a todo o momento, por exemplo, exigirá novas formas de gestão e engenharia em toda a cadeia produtiva. No médio e longo prazo, a incorporação das novas tecnologias em uma estratégia para o desenvolvimento da indústria brasileira será essencial para a competitividade do País e para melhorar a sua participação nas cadeias globais de valor. Em alguns países a Indústria 4.0 já começa a se tornar realidade, inclusive com o apoio dos governos das principais potências econômicas, que a tem colocado no centro de suas estratégias de política industrial. Isso cria um duplo desafio para o Brasil, pois, além de buscar a incorporação e o desenvolvimento dessas tecnológicas, é preciso fazê-lo com relativa agilidade a fim de evitar que o gap de competitividade entre o Brasil e alguns de seus principais competidores aumente. Além disso, comovem ocorrendo em outros países, a difusão das tecnologias da Indústria 4.0 no Brasil não atingirá todos os setores da mesma forma e ao mesmo tempo. O nível de heterogeneidade da nossa indústria exigirá que as políticas sejam adaptadas para diferentes conjuntos de setores e de empresas, que assumirão velocidades e condições diferenciadas. A demanda gerada por esta necessidade criará claras oportunidades para o desenvolvimento de fornecedores de tecnologias digitais no país. No Brasil o governo deverá investir em infraestrutura digital, promover linhas de financiamento para o mercado e incentivar a educação através de treinamentos para que o conhecimento seja levado aos profissionais nesse novo cenário de trabalho. O que está sendo mais valorizado é sustentabilidade ambiental, responsabilidade social e financeira. Atividades Pensar no que aprendeu e responder quais os pontos que a indústria brasileira precisa para dinamizar a indústria 4.0. Qual espaço para trabalho humano em meio aos avanços tecnológicos da Revolução 4.0? · Trabalhos altamente especializados, com auto nível de instrução. Ou profissões que são inerentemente humanas. · O que o grupo concluiu foi como a professo colocou, as unicas areas que não vão se alterar são as ineramentemente humanas. O texto que a professora passou, sobre a industria 4.0 no brasil, comenta a necessidade da mudança de gestão, que fica mais colaborativa. · Pessoas sem nenhum contato com a indústria poderão recombinar tecnologias existentes e fazer contribuições nas áreas de design, novos materiais, gestão e produção. Algumas empresas já estão dispostas a apostar nessa estratégia. Bases socioeconômicas e tecnológicas da Revolução 4.0: como a Economia e a tecnologia já estão sendo afetadas pelas transformações. · Um número crescente de dispositivos capazes de se comunicarem uns com os outros e coletar dados do ambiente e dos usuários (e.g. smartphones, veículos, eletrodomésticos, sistemas de iluminação), associado às tecnologias de big data, computação em nuvem e novas tecnologias de tratamento de dados, certamente abrirão espaço para a criação de novos modelos de negócios e poderá alterar a forma como as empresas se relacionam com clientes e fornecedores. As tradicionais divisões entre indústria e serviços e as delimitações dos setores industriais serão alteradas. · Mudança do consumidor, que busca bens personalizados e customizados. Aumento da competitividade. O que realmente há de inovador na Quarta Revolução Industrial? · Maior uso da robótica avançada, e da possibilidade de implementação da inteligência artificial. · Tempo real: Acompanhar e analisar dados em tempo real, garantindo maior assertividade na tomada de decisões. Saber todas as etapas do processo no momento em que elas acontecem. · Virtualização: A simulação computacional já é uma realidade, porém, a revolução da indústria propõe o monitoramento remoto dos processos de produção, a fim de evitar eventuais falhas e tornar a rede de produção mais eficiente. A virtualização dos processos industriais permite a rápida tomada de decisão através de simulação computacional utilizando dados reais coletados em tempo real. · Descentralização dos processos decisórios: Com o propósito de melhorar a produção na indústria, sistemas cyber-físicos tomam decisões com base em análise de dados, sem depender de ação externa, tornando a tomada de decisão mais segura e certeira. · Modularização: Neste conceito, o sistema é dividido em módulos, ou seja, em partes distintas. Desta forma, uma máquina irá produzir de acordo com a demanda, visto que irá utilizar somente os recursos necessários para a realização de cada tarefa, garantindo otimização na produção e economia de energia. Atividade 2 Quais são as novas tecnologias da Revolução Industrial e como vão impactar o mercado de trabalho? · Há inúmeras novas tecnologias, como tecnologias de descentralização (Blockchain), em que a insegurança governamental, e também de grandes falta de confiança nas grandes organizações de manutenção da rede tendo em vista escândalos de espionagem generalizada e controle de conteúdo - eleição do Trump devido ao facebook e fake news Mark Zuckerberg, Tim Cook, Sundar Pichai e Jeff Bezos passaram quase seis horas respondendo às perguntas de congressistas republicanos e democratas. Acusações de monopólio, abuso de poder e práticas antitrust foram trazidas à tona. · A impressão 3D (nós não teremos mais custos de transporte, porque o que é transmitido é informação). Quem são os vencedores e os perdedores da revolução 4.0? · As empresas de tecnologia e aqueles que tem acesso a um conjunto de meios de produção. · Os perdedores dependerá de como a Revolução vai suceder, na entrevista ele dá o exemplo de que depois da diminuição da polarização salarial das nações desenvolvidas, traduziu no aumento dos salários da classe média em nações em desenvolvimentos. Quem são os vencedores e os perdedores da revolução 4.0 na Sociedade Civil? · Com a descentralização da tecnologia, aqueles que estão promovendo inclusão, sustentabilidade, diversidade, tendem a funcionar melhor em termos de produtividade e uma sociedade colaborativa. Portanto, pessoas que facilitam a colaboração e o trabalho além das fronteiras, fronteiras organizacionais, governamentais e nacionais serão valorizadas. O que fazer para evitar que pessoas sejam marginalizadas pela revolução tecnológica 4.0? · A parte da sociedade que fica vulnerável a marginalização com a revolução tecnológica, deve ser acolhida pela Industria, Governo ou sociedade civil, que devem oferecer programas vitalícios de aprendizagem, programas de requalificação; rede de segurança social e estruturas comunitárias podem ser planejadas para acolher/dar apoio esses grupos. Quais são as ressalvas para as gerações futuras terem oportunidades neste novo mundo, quais as habilidades tem de ser desenvolvidas? · As habilidades facilitadoras, que são cognitivas, no sentido olhar e questionar, entender e sintetizar informações, o que ele chama de ser um generalista, ter informações suficiente de todos os lados; as colaborativas, que tratam de formação de equipes, designação de papeis dentro das equipes; habilidades inovadoras. Porque, de um lado tem um programador, alguém que entenda matemática e estatística, e precisa de alguém que entenda como tudo isso encaixa no desenvolvimento do produto. Habilidades de coordenar e colaborar. Pode ampliar a distância entre ricos e pobres ou gerar o desenvolvimento das nações emergentes? · Pode seguir os dois lados, quando não há um estrutura e modelos sólidos de funcionamento, a flexibilidade pode tornar os processos de adaptação mais ágeis, dando maior possibilidades de integração, já que menos barreiras precisam ser desmontadas e ruídas. Como a tecnologia modifica a relação entre os humanos e os humanos com o mundo? · Muda o que significa ser um humano, e muda também a forma de como conhecemos as coisas e como agimos, e como o nosso comportamento afeta os outros. · Tecnologia muda como vemos o mundo a partir do momento que desenvolvemos infraestruturas. Os seres humanos são menos humanos por causa da tecnologia? · Não, o ser humano sempre trabalhou com tecnologia e ferramentas. A tecnologia é utilizada para moldar o mundo no futuro. Elas viram uma parte do humano, é não só saber, é saber como, e como fazemos as coisas. O Brasil precisa fazer para não perder a revolução 4.0? · Optimizar os benefícios para toda a população, e o que é justo. · Transição justa daquela parte da sociedade mais marginalizado, dando segurança para população, para que assim possa correr mais riscos. Quais são os trabalhos do futuro? · Trabalhos que são inerentemente humanas.