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Sistema de Gestãoe auditoria

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Prévia do material em texto

2015
SiStemaS de GeStão e
auditoria ambiental
UNIDADE 1
Prof.ª Vanessa Bachmann
UNIDADE 2 E UNIDADE 3
Prof.ª Joseane Gabriele Kryzozun Ribeiro Rubin
Copyright © UNIASSELVI 2015
Elaboração:
Prof.ª Vanessa Bachmann
Prof.ª Joseane Gabriele Kryzozun Ribeiro Rubin
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
657.45
L111g Bachmann, Vanessa
 Sistemas de gestão e auditoria ambiental/Vanessa 
Bachmann, Joseane Gabriele Kryzozun Ribeiro Rubin. Indaial : 
UNIASSELVI, 2015.
 205 p. : il.
 ISBN 978-85-7830-890-2
 
 1.Auditoria. 
 I. Centro Universitário Leonardo Da Vinci. 
Impresso por:
III
apreSentação
Bem-vindo(a) acadêmico(a)! Vamos iniciar os estudos relativos à 
disciplina de Sistemas de Gestão e Auditoria Ambiental. Neste caderno estão 
contidas diversas informações relativas aos Sistemas de Gestão Ambiental 
nas empresas, sua importância e aplicações, bem como as finalidades e fases 
de um processo de Auditoria Ambiental.
Com o aumento da conscientização ambiental desde a década de 70, as 
empresas e organizações passaram a ter responsabilidades cada vez maiores 
em relação ao meio ambiente. Por este motivo, consideramos essencial 
o conhecimento de como ocorre a preparação e a adequação a esta nova 
realidade, que se torna essencial nos dias de hoje para cumprir as exigências 
da legislação e da sociedade.
O caderno é dividido em três unidades. Iniciaremos com o estudo 
dos antecedentes históricos dos sistemas de gestão ambiental nas empresas 
e você conhecerá alguns casos de sucesso. É nesta unidade ainda, que você 
conhecerá a norma ISO 14001, seus requisitos, objetivos e as fases para 
implantação de um SGA nas organizações. Na Unidade 2, abordaremos o 
histórico das auditorias e conceitos gerais relacionados às mesmas. Um dos 
tópicos esclarecerá a importância de o auditor possuir um perfil ético frente 
à sua atividade. Por fim, na Unidade 3, o caderno tratará de assuntos mais 
específicos relacionados às auditorias, como a norma ISO 19011 – Diretrizes 
para auditorias de sistema de gestão da qualidade e/ou ambiental: termos 
e definições, programa de auditoria, atividades de auditoria – e os tipos de 
auditorias que podem ser realizadas. 
Este material tem o objetivo de orientar seus estudos, mas é necessário 
buscar constantemente outras fontes de informação, mesmo que no decorrer 
da leitura já lhe apresentemos outras leituras. Sua autonomia na busca por 
mais conhecimento é fundamental no seu processo de aprendizagem! 
Bons estudos e sucesso!
Prof.ª Vanessa Bachmann
Prof.ª Joseane Gabriele Kryzozun Ribeiro Rubin
IV
UNI
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novidades 
em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o 
material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato 
mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagramação 
no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir 
a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
V
VI
VII
Sumário
UNIDADE 1: INTRODUÇÃO AOS CONCEITOS DE GESTÃO
 AMBIENTAL NAS ORGANIZAÇÕES ...................................................................... 1
TÓPICO 1: MODELOS DE GESTÃO AMBIENTAL NAS
 EMPRESAS E ORGANIZAÇÕES .......................................................................... 3
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 3
2 ANTECEDENTES HISTÓRICOS ...................................................................................................... 4
3 MARKETING AMBIENTAL .............................................................................................................. 7
4 EMPRESAS SUSTENTÁVEIS E CASOS DE SUCESSO .............................................................. 9
LEITURA COMPLEMENTAR 1 ............................................................................................................ 9
LEITURA COMPLEMENTAR 2 ............................................................................................................ 10
LEITURA COMPLEMENTAR 3 ............................................................................................................ 12
LEITURA COMPLEMENTAR 4 ............................................................................................................ 16
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 20
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 21
TÓPICO 2: CARACTERÍSTICAS DE UM SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL ................... 23
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 23
2 A GESTÃO AMBIENTAL E AS NORMAS DA SÉRIE ISO 14001 .............................................. 23
3 ASPECTOS ESTRATÉGICOS E OPERACIONAIS DA ISO 14001............................................. 27
4 MOTIVAÇÕES PARA A ADOÇÃO DA NORMA ISO 14001 ..................................................... 28
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 31
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 34
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 35
TÓPICO 3: REQUISITOS E ETAPAS DA IMPLEMENTAÇÃO DA
 NORMA 14001 (SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL) ............................................ 37
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 37
2 ESTRUTURA DA NORMA ISO 14001 ............................................................................................. 37
2.1 POLÍTICA AMBIENTAL ................................................................................................................ 38
2.2 PLANEJAMENTO ........................................................................................................................... 42
2.3 IMPLEMENTAÇÃO E OPERAÇÃO ............................................................................................. 47
2.4 VERIFICAÇÃO E AÇÕES CORRETIVAS .................................................................................... 53
2.5 ANÁLISE PELA ADMINISTRAÇÃO ...........................................................................................54
3 A BUSCA POR CERTIFICAÇÃO ...................................................................................................... 55
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 60
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 62
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 63
UNIDADE 2: HISTÓRICO DAS AUDITORIAS E CONCEITOS
 GERAIS RELACIONADOS A ELAS .......................................................................... 67
TÓPICO 1: INTRODUÇÃO ÀS ATIVIDADES DE AUDITORIA ................................................. 69
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 69
VIII
2 HISTÓRICO DA AUDITORIA AMBIENTAL ................................................................................ 69
3 O CONTEXTO BRASILEIRO E MUNDIAL ................................................................................... 75
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 76
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 80
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 81
TÓPICO 2: O ESTADO DA AUDITORIA AMBIENTAL ................................................................ 83
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 83
2 DESENVOLVIMENTO DE MÉTODOS, CONHECIMENTO E CAPACITAÇÃO .................. 83
3 ÁREAS EMERGENTES DE AUDITORIAS RELACIONADAS
 AO MEIO AMBIENTE ......................................................................................................................... 86
4 O PAPEL ESPECIAL NA AUDITORIA DE ACORDOS AMBIENTAIS
 INTERNACIONAIS ............................................................................................................................. 87
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 93
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 95
TÓPICO 3: DIRECIONAMENTOS FUTUROS ................................................................................. 97
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 97
2 CONDIÇÕES AMBIENTAIS ATUAIS E AS PRESSÕES
 DO DESENVOLVIMENTO ................................................................................................................ 97
3 TENDÊNCIAS PARA OBSERVAÇÃO NA GOVERNANÇA
 AMBIENTAL GLOBAL ....................................................................................................................... 99
4 IMPLICAÇÕES PARA A PRÁTICA DE AUDITORIA AMBIENTAL........................................ 100
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 102
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 109
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 110
TÓPICO 4: RESPONSABILIDADE E ÉTICA NA AUDITORIA .................................................... 111
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 111
2 PERFIL DOS AUDITORES ................................................................................................................. 111
2.1 ATRIBUTOS PESSOAIS .................................................................................................................. 111
2.2 EDUCAÇÃO ..................................................................................................................................... 112
2.3 QUALIDADE DOS SERVIÇOS PRESTADOS.............................................................................. 112
2.3.1 Capacidades indispensáveis ao exercício da Auditoria Ambiental ................................. 112
3 PRINCÍPIOS DE AUDITORIA .......................................................................................................... 116
3.1 CONDUTA ÉTICA .......................................................................................................................... 117
3.2 APRESENTAÇÃO JUSTA ............................................................................................................... 118
3.3 DEVIDO CUIDADO PROFISSIONAL ......................................................................................... 118
3.4 INDEPENDÊNCIA .......................................................................................................................... 119
3.5 ABORDAGEM BASEADA EM EVIDÊNCIA .............................................................................. 119
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 120
RESUMO DO TÓPICO 4........................................................................................................................ 137
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 138
UNIDADE 3: AUDITORIAS AMBIENTAIS E OS AUTORES
 ENVOLVIDOS NO PROCESSO .................................................................................. 139
TÓPICO 1: AUDITORIA AMBIENTAL E CERTIFICAÇÃO .......................................................... 141
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 141
2 NORMAS AMBIENTAIS .................................................................................................................... 142
3 SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL E AUDITORIA AMBIENTAL COM FINS DE
 CERTIFICAÇÃO ................................................................................................................................... 145
IX
4 ABNT NBR ISO 19011: 2002 – DIRETRIZES PARA AUDITORIAS DE SISTEMA DE
 GESTÃO DA QUALIDADE E/OU AMBIENTAL: TERMOS E DEFINIÇÕES,
 PROGRAMA DE AUDITORIA, ATIVIDADES DE AUDITORIA ............................................. 147
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 148
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 150
TÓPICO 2: ATORES E FUNÇÕES DO PROCESSO DE AUDITORIA E TIPOS
 DE AUDITORIA ................................................................................................................... 151
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 151
2 PERSONAGENS DA AUDITORIA AMBIENTAL ........................................................................ 151
3 TIPOS DE AUDITORIA ...................................................................................................................... 154
3.1 AUDITORIA OU ANÁLISE CRÍTICA AMBIENTAL.................................................................154
3.2 AUDITORIA DE CONFORMIDADE LEGAL ............................................................................. 157
3.3 AUDITORIA DE OPERAÇÃO DE AQUISIÇÃO, FUSÃO E
 ALIENAÇÃO (DUE DILIGENCE) ................................................................................................ 158
4 SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL (SGA) ................................................................................. 158
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 165
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 166
TÓPICO 3: LISTAS DE VERIFICAÇÃO ESPECÍFICAS .................................................................. 167
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 167
2 INSTRUMENTOS PARA A REALIZAÇÃO DE AUDITORIA AMBIENTAL .......................... 167
3 ELABORAÇÃO DE LISTAS ESPECÍFICAS PARA O SUCESSO
 DA AUDITORIA ................................................................................................................................... 168
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 178
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 198
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 200
REFERÊNCIAS ......................................................................................................................................... 201
X
1
UNIDADE 1
INTRODUÇÃO AOS CONCEITOS 
DE GESTÃO AMBIENTAL NAS 
ORGANIZAÇÕES
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
Ao final desta unidade, você será capaz de:
• compreender a necessidade da implantação de Sistemas de Gestão Ambiental;
• conhecer modelos de gestão ambiental implementados por empresas e 
organizações;
• compreender conceitos e características de um Sistema de Gestão Ambiental;
• identificar os requisitos da norma NBR ISO 14001;
• conhecer as etapas e procedimentos para a implementação de um Sistema 
de Gestão Ambiental (SGA) nas organizações.
Esta unidade de ensino está dividida em quatro tópicos. No final de cada 
um deles, você encontrará atividades que contribuirão para a apropriação 
dos conteúdos.
TÓPICO 1 – MODELOS DE GESTÃO AMBIENTAL NAS EMPRESAS E 
 ORGANIZAÇÕES
TÓPICO 2 – CARACTERÍSTICAS DE UM SISTEMA DE GESTÃO 
 AMBIENTAL
TÓPICO 3 – REQUISITOS E ETAPAS DA IMPLEMENTAÇÃO DA NORMA 
 14001 (SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL)
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
MODELOS DE GESTÃO AMBIENTAL NAS EMPRESAS E 
ORGANIZAÇÕES
1 INTRODUÇÃO
Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa 
época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida 
que o mundo torna-se cada vez mais independente e frágil, o futuro 
enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para 
seguir adiante, devemos reconhecer que no meio de uma magnífica 
diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana 
e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos somar 
forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito 
pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e 
numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que, 
nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para 
com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras 
gerações. (Carta da Terra, ONU, 2002, p. 5).
Ao longo da história, o ser humano sempre se utilizou dos recursos naturais 
de maneira predatória. Isto quer dizer que até recentemente não existia uma 
preocupação com a degradação ou o esgotamento destes recursos e os mesmos 
eram utilizados indevidamente. Da mesma forma, o homem pouco se preocupou 
com a geração de resíduos advindos das suas atividades, que eram simplesmente 
despejados nos ambientes com a ideia de “diluir e dispersar”. A combinação da 
exploração predatória e da baixa preocupação com o destino dos resíduos é um 
fator que ocasiona a degradação de vários ecossistemas mundiais por poluição e 
contaminação.
IMPORTANT
E
Lembre-se de que os ecossistemas possuem um grande potencial de 
autodepuração, ou seja, por si só o ambiente é capaz de recuperar-se após uma alteração do 
equilíbrio, retornando ao estado de equilíbrio dinâmico. É claro que isso irá depender do grau 
de modificação que ele sofreu, mas a regra geral é esta.
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AOS CONCEITOS DE GESTÃO AMBIENTAL NAS ORGANIZAÇÕES
4
Historicamente, foi desde a Revolução Industrial que a capacidade do ser 
humano de alterar o ambiente foi aumentada significativamente. Também neste 
período foi intensificado o uso de combustíveis fósseis, dentre eles o carvão mineral, 
que possuem alto poder poluidor. Podemos entender, portanto, que a partir deste 
momento na história, a capacidade de muitos ecossistemas de se autodepurarem 
foi prejudicada. Aliado a isto tudo, temos o aumento do crescimento populacional 
humano, a partir do século XIX, que exigiu maior exploração de recursos e resultou 
numa maior geração de resíduos.
Frente a esta problemática e a necessidade de sua resolução, surgiu 
uma ideia, que ainda está em processo de evolução, mas que busca mudar esta 
realidade: o desenvolvimento sustentável. Este novo modelo de desenvolvimento, 
que é contrário ao modelo predatório atual, busca construir uma realidade onde 
seja possível aliar o crescimento econômico com a manutenção dos ecossistemas, 
por meio de tecnologia e práticas conscientes da gestão dos recursos naturais.
Com o aumento da conscientização ambiental, desde a década de 70, as 
empresas e organizações possuem responsabilidades cada vez maiores. Legislação 
mundial e nacional mais rígida, pressão da sociedade e a própria necessidade são 
alguns dos fatores que contribuem para a mudança de postura. Consideramos, 
portanto, que é essencial conhecer exemplos de como as empresas e organizações 
estão se preparando e se adequando a esta nova realidade antes de entender como 
funciona um Sistema de Gestão Ambiental. Além disso, compreenda que para a 
própria empresa surgem benefícios e que a mesma pode se tornar mais competitiva 
no mercado caso se adapte às novas realidades.
2 ANTECEDENTES HISTÓRICOS
Para conhecer um pouco sobre os antecedentes históricos da gestão 
ambiental nas empresas e organizações, leia um trecho do artigo “A gestão 
ambiental no setor público: uma questão de relevância social e econômica”, de 
Barata; Kligerman; Minayo-Gomez (2007).
[...] Nos primórdios, os setores produtivos limitavam-se, em alguns 
casos, a adotar as medidas necessárias para evitar a paralisação de suas 
atividades ou o recebimento de multas, por não atuar em conformidade com 
os procedimentos e padrões legais. Entretanto, a ocorrência de acidentes 
ambientais – como o incidente na Allied Quemical Corporation, em Hopewell, 
Virgínia (EUA), em 1975; a explosão química da Hoffman-La Roche, em Seveso 
(Itália), em 1976; o vazamento de gases tóxicos numa fábrica de pesticida 
da Union Carbide em Bhopal (Índia), em 1984; a explosão de reator nuclear 
em Chernobyl, na então União Soviética, em 1986; o vazamento de petróleo, 
em 1990, do navio petroleiro Exxon Valdez e o caso emblemático Love Canal, 
no estado de Nova York, um símbolo de contaminação do solo por resíduos 
sólidos enterrados - obrigou as empresas a arcarem com elevados gastos em 
5
TÓPICO 1 | MODELOS DE GESTÃO AMBIENTAL NAS EMPRESAS
E ORGANIZAÇÕES
indenizações, recuperação dos ambientes danificados e ações para mitigação 
e/ou controle dos danos. Além disso, a imagem das empresas causadoras do 
dano foiafetada negativamente. Frente a esse quadro, empresas com maior 
potencial poluidor passaram a desenvolver e implementar instrumentos de 
gestão ambiental corporativa para a melhoria do fluxo de informação, interno 
e externo, além de propiciar a redução de risco de incidentes e acidentes.
O setor químico foi o pioneiro na elaboração de diretrizes para a gestão 
ambiental corporativa. A Canadian Chemical Producers Association (CCPA) 
lançou, em 1984, um documento denominado Statement of Responsible Care and 
Guiding Principles, contendo princípios específicos para a gestão responsável 
do processo de produção em todo o ciclo de vida do produto, dando ênfase 
à proteção da saúde humana e do meio ambiente e à segurança industrial e 
do produto. O documento, além de detalhar as iniciativas que as empresas 
precisam tomar para atender aos princípios do Responsible Care, destaca a 
necessidade de comprometimento de todos os envolvidos na produção, na 
distribuição e no recebimento dos produtos das respectivas empresas, assim 
como da troca permanente de informações com a comunidade vizinha. 
A adoção desses princípios em vários outros países, como EUA, Inglaterra 
e Brasil, contribuiu para resgatar uma imagem mais positiva da indústria 
química perante a opinião pública. Este tipo de ação coordenada, envolvendo 
grande número de empresas de um segmento industrial, seria, sob a ótica 
da gestão ambiental, um importante exemplo de estratégia cooperativa que, 
devido ao seu caráter pioneiro e a sua abrangência, viriam a ser seguidos, nos 
EUA, por diversos outros setores, em especial, pela indústria do petróleo.
Em face da crescente importância dada à proteção ambiental e com o 
objetivo de harmonizar globalmente os procedimentos de gestão ambiental 
empresarial, sem privilegiar determinados setores ou países, foram criados, 
em 1994, no âmbito da International Standard Organization (ISO), grupos de 
trabalho para o desenvolvimento de normas, contendo diretrizes aplicáveis 
aos diferentes setores produtivos e regiões que possibilitem uma gestão e um 
produto com "qualidade ambiental". [...]
FONTE: Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/csc/v12n1/15.pdf>. Acesso em: 12 fev. 2015.
Observe que um dos fatores que contribuiu para a mudança de atitudes foi 
o aumento da ocorrência de incidentes/acidentes ambientais entre as décadas de 70 
e 90, que afetaram a qualidade de vida de muitas sociedades.
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AOS CONCEITOS DE GESTÃO AMBIENTAL NAS ORGANIZAÇÕES
6
NOTA
Conheça um pequeno histórico de incidentes/acidentes ambientais que chamaram 
a atenção do mundo para a importância da questão ambiental consultando o livro: MOURA, L. 
A. A. de. Qualidade e Gestão Ambiental. São Paulo: Editora Juarez de Oliveira, 2008. p. 5-12.
Além disto, uma série de eventos mundiais, como encontros e conferências, 
também se mostraram importantes para aumentar a consciência e o envolvimento 
das organizações. Observe a lista a seguir:
• 1968 – Clube de Roma, onde cientistas e pesquisadores se reuniram para discutir 
as problemáticas ambientais da época.
• 1972 – Conferência das nações Unidas sobre o Ambiente Humano, também 
chamada Conferência de Estocolmo, que ocorreu na Suécia. Este foi um 
evento importante que influenciou na criação de muitas estruturas públicas de 
regulação no Brasil e no mundo. 
• 1972 – “Clube de Roma” publica o estudo “Limites do Crescimento”, onde 
mostram que caso nenhuma atitude fosse tomada o nosso planeta Terra atingiria 
seu limite máximo em apenas 100 anos.
• 1975 – Seminário Internacional de Educação Ambiental, em Belgrado.
• 1977 – Conferência Intergovernamental de Educação Ambiental, em Tbilisi – 
URSS.
• 1987 – Publicação do Relatório “Nosso Futuro Comum” pela ONU, também 
conhecido Relatório Brundtland, por conter opiniões, decisões e acordos da 
Conferência ocorrida anos antes. É importante por apresentar o conceito de 
desenvolvimento sustentável.
• 1992 – ECO-92, também chamada de RIO-92, que ocorreu no Brasil. Esta 
Conferência iniciou discussões importantes sobre reciclagem, racionalização de 
energia, combate ao desperdício, certificação ambiental e gestão ambiental. Um 
dos seus principais produtos foi a Agenda 21, um documento que dispõe sobre 
tópicos importantes na formulação de políticas públicas. Ela também gerou 
a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, dando 
origem ao Protocolo de Quioto (1997).
• 1998 - O Protocolo de Quioto é aberto à assinatura em 16 de março, em Nova 
Iorque, direcionando os trabalhos para implementação e ratificação do Protocolo 
de Kyoto. 
• 2012 – RIO+20, após a RIO-92 esta nova Conferência ocorrida no Brasil buscou 
verificar os objetivos alcançados até o momento e firmar novos acordos e metas 
entre países. 
Como você pode ver, o Brasil foi sede de algumas Conferências importantes. 
Mas, além disso, sua participação em outros eventos foi decisiva no momento de 
firmar acordos e metas e o país sempre procurou acompanhar e incentivar os 
avanços relacionados ao desenvolvimento sustentável.
7
TÓPICO 1 | MODELOS DE GESTÃO AMBIENTAL NAS EMPRESAS
E ORGANIZAÇÕES
Além de participação em eventos, o Brasil também possui legislação sobre 
esta temática. Como exemplo, podemos citar duas leis brasileiras importantes que 
contribuíram para a gestão ambiental nas empresas. A primeira foi instituída em 
1981, a Lei no 6.938, a Política Nacional do Meio Ambiente, que trouxe princípios 
de autonomia, unidade e visão de sociedade e, a partir desta data, o meio ambiente 
começou a ser visto como um patrimônio público, buscando a racionalização de 
recursos naturais e a proteção de ecossistemas. A segunda lei importante provocou 
uma mudança no ambiente legal. A Lei no 9.605, de 1998, dos Crimes Ambientais, 
tornou a pessoa jurídica passível de indiciamento criminal por danos ao meio 
ambiente.
A ocorrência de incidentes/acidentes ambientais, de eventos mundiais 
que discutiram o tema ambiental, do aumento da rigidez da legislação mundial 
e nacional, aliados às muitas manifestações populares que ocorreram no mundo 
a partir da década de 70, foram os principais fatores históricos que contribuíram 
para o surgimento e aperfeiçoamento de Sistemas de Gestão Ambiental nas 
organizações.
3 MARKETING AMBIENTAL
O Marketing Ambiental ou ‘Verde’, também conhecido como Ecomarketing, 
é uma ferramenta que foi criada com a visão de responsabilidade ecológica dentro 
das organizações e diante da sociedade. Com a utilização desta ferramenta, ocorre 
a criação, de forma estratégica, de novas oportunidades para a organização, com a 
promoção de inovações do produto e para o mercado consumidor.
Com o aumento da consciência ambiental dos consumidores, os produtos 
passam a ser avaliados não apenas com base em desempenho ou preço, mas na 
responsabilidade social dos fabricantes. Podemos entender então, que as empresas 
precisam obter novas estratégias de marketing durante as mudanças de mercado, 
desenvolvendo produtos de qualidade que, consequentemente, satisfaçam as 
necessidades do consumidor. Mas, o principal aspecto é a responsabilidade social 
que a empresa precisa desenvolver dentro do mercado de atuação. Dessa maneira, 
as organizações contribuem para a sociedade e meio ambiente, criando uma 
imagem positiva dentro do contexto mercadológico.
IMPORTANT
E
O Marketing Ambiental não se limita à promoção de produtos que tenham 
alguns atributos verdes (como produtos que não agridem a camada de ozônio ou com 
compostos recicláveis). Isso porque, para se posicionar como ambientalmente responsável, a 
empresa deve se organizar para ser responsável em todas as suas atividades e não apenas no 
desenvolvimento de produtos.
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AOS CONCEITOS DE GESTÃO AMBIENTAL NAS ORGANIZAÇÕES
8
Analisando outro conceito, o marketing ambiental consiste em “atividades 
de marketing destinadas a minimizar os efeitos negativos sobre o ambiente físico 
ou melhorar sua qualidade” (CHURCHILL e PETER, 2000, p. 44). Considerandoisto, novamente entendemos o potencial desta ferramenta para a construção da 
imagem da organização no mercado empresarial e também frente à sociedade. Uma 
empresa preocupada em reduzir seus impactos, demonstra o compromisso frente 
à população e constrói uma boa imagem. Além disso, o marketing também auxilia 
na instrução dos consumidores no sentido de adquirir um produto sustentável.
Observe, a seguir, alguns (bons) motivos para que as empresas adotem um 
programa de marketing ambiental:
1. Funcionários e Acionistas sentem-se melhor por estarem associados 
a uma empresa ambientalmente responsável, e essa satisfação pode até mesmo 
resultar em aumento de produtividade da empresa.
2. Redução de Custos - Ocorre na medida em que a poluição representa 
materiais mal aproveitados devolvidos ao meio ambiente, ou seja, a maior parte 
da poluição resulta de processos ineficientes, que não aproveita completamente 
os materiais utilizados. Além disso, a simples auditoria ambiental pode 
identificar custos desnecessários que a empresa pode eliminar.
3. Facilidades na Obtenção de Recursos - Bancos e, principalmente, 
organizações de desenvolvimento (como o BNDES e o BID) oferecem linhas 
de crédito específicas para projetos ligados ao meio ambiente com melhores 
condições, tais como maior prazo de carência e menores taxas de juros. Além 
disso, a maior parte dos bancos analisa a performance ambiental das empresas no 
momento de conceder financiamentos. Dessa forma, empresas mais agressivas 
ao meio ambiente podem precisar pagar juros mais altos ou até mesmo ter seu 
pedido de financiamento negado.
4. Pressão Governamental - Os diversos Governos no mundo, através 
de legislação, vêm buscando punir através de multas e proibições, práticas 
das empresas que tenham impactos ambientais significativos. A legislação 
vem sendo cada vez mais rigorosa na busca pelo "Impacto Ambiental Zero". 
O Governo ainda pode atuar através de suas compras, ou seja, proibindo 
a aquisição, por parte de suas empresas e órgãos, de produtos que afetem 
significativamente o ambiente físico e estimulando o consumo de produtos 
"ecologicamente corretos".
5. Pressão das ONGs - As diversas ONGs pressionam empresas através 
de campanhas veiculadas na imprensa e lobby junto a legisladores. Empresa 
sob a mira de uma das principais ONGs será bombardeada na imprensa e 
provavelmente passará a ser percebida pela população como ambientalmente 
irresponsável, o que representa forte publicidade negativa.
FONTE: Disponível em: <http://ambientes.ambientebrasil.com.br/gestao/artigos/marketing_
ambiental.html> Acesso em: 20 fev. 2015.
9
TÓPICO 1 | MODELOS DE GESTÃO AMBIENTAL NAS EMPRESAS
E ORGANIZAÇÕES
4 EMPRESAS SUSTENTÁVEIS E CASOS DE SUCESSO
A sustentabilidade empresarial é o conjunto de medidas tomadas pelas 
empresas em busca do lucro sem prejudicar o planeta, ou seja, as empresas 
passam a não se preocupar apenas com os ganhos, mas também com o respeito 
aos fatores ambientais e sociais envolvidos em todo o processo em que está 
inserida.
Esse conceito tem ganhado tal importância que até mesmo o BM&F 
Bovespa (associação entre a Bolsa de Mercadorias & Futuros e a Bolsa de Valores 
do estado de São Paulo) tem buscado formas de incentivo às empresas para 
o emprego da sustentabilidade. Esse órgão criou o Índice de Sustentabilidade 
Empresarial, que é uma análise comparativa do comprometimento das 
empresas listadas na Bovespa em questões de sustentabilidade socioambiental. 
Esse índice é, para as empresas, uma forma de despertar o interesse de novos 
investidores, socialmente e ambientalmente preocupados.
Atualmente, a sustentabilidade empresarial não é um dos temas 
principais dentro das organizações, porém vem ganhando espaço a partir do 
conhecimento que os consumidores estão adquirindo a respeito desse assunto 
e da sua importância.
As empresas interessadas em empregar a sustentabilidade empresarial 
no seu contexto realizam práticas relacionadas à otimização do uso dos recursos 
ambientais em suas atividades e a diminuição do seu impacto no meio ambiente. 
Além disso, muitas organizações estão criando projetos ligados à inclusão 
social e respeito às diferenças. Ou seja, as empresas estão abandonando o modo 
individualista de trabalho para começar a pensar no coletivo, no interesse de 
todos, hoje e no futuro.
FONTE: Disponível em: <http://www.atitudessustentaveis.com.br/atitudes-sustentaveis/empresas-
sustentaveis-importancia-do-conceito-para-negocios/>. Acesso em: 27 fev. 2015.
LEITURA COMPLEMENTAR 1
AÇÕES DE SUSTENTABILIDADE NAS EMPRESAS E A DIFERENÇA QUE 
FAZEM
Cada vez mais empresas estão conscientes da importância de ações de 
sustentabilidade para preservação do meio ambiente. Atualmente, é possível contar 
com benefícios fornecidos pelo Governo para instituições que realizem atividades 
sustentáveis, como redução de impostos ou financiamentos para projetos. 
Inicialmente, é preciso que todos os colaboradores participem da iniciativa verde 
proposta e que façam sua parte para que os resultados possam aparecer.
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AOS CONCEITOS DE GESTÃO AMBIENTAL NAS ORGANIZAÇÕES
10
Algumas dicas importantes de sustentabilidade nas empresas são realizar 
mudanças no ambiente corporativo e no hábito das pessoas. Instalar lixeiras para 
reciclagem e realizar campanhas internas para o seu uso é uma ótima forma de 
fazer o descarte correto do lixo. Ainda dispor vários lixeiros em locais estratégicos 
permite uma melhor higienização do ambiente.
Utilize os recursos da empresa (como papéis e copos descartáveis) de 
forma inteligente, isso contribui para a limpeza do local, diminui a quantidade 
de resíduos sólidos e reduz custos para a empresa. Outra dica é utilizar lâmpadas 
fluorescentes no lugar das comuns, que duram dez vezes mais e ainda podem ser 
recicladas. Da mesma forma, trocar o papel comum pelo reciclado e utilizar lápis 
de madeira produzidos por companhias que realizam o replantio é sempre bem-
vindo.
Os empresários também podem conscientizar seus colaboradores quanto 
à carona solidária ou, caso morem perto do local de trabalho, substituir o uso do 
carro ou transporte público pela bicicleta ou caminhada. Além disso, incentivar 
o uso de menos papel ou criar blocos usando papéis usados é um diferencial. 
No verão, permitir o uso de roupas leves evita o uso da capacidade máxima do 
ar condicionado. Aproveite para desligar o aparelho uma hora antes do fim do 
expediente.
Caso a estrutura do prédio possua vários andares, permita a instalação de 
janelas para melhorar a circulação de ar no ambiente de trabalho, pois dá uma 
impressão maior de espaço e de liberdade. Por fim, prefira tons claros nas paredes, 
pois refletem mais energia solar e impedem que o local fique quente ou abafado.
FONTE: Disponível em: <http://www.atitudessustentaveis.com.br/artigos/acoes-sustentabilidade-
empresas-diferenca-fazem/>. Acesso em: 23 fev. 2015.
PEQUENAS EMPRESAS ADOTAM AÇÕES SUSTENTÁVEIS
A maioria das empresas de pequeno porte adota algumas práticas 
sustentáveis em seu negócio. A conclusão é de uma pesquisa sobre o assunto 
divulgada este mês pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas 
(Sebrae).
O objetivo do estudo foi avaliar o nível de percepção dos empreendedores 
sobre os temas da sustentabilidade. O questionário foi respondido por 3.912 
empresários dos setores de comércio e serviços, indústria e construção civil e 
agronegócios.
De acordo com os resultados, 70,2% dos pequenos negócios praticam a 
coleta seletiva do lixo, 81,7% controlam o consumo de energia, 72,4% controlam 
o consumo de papel e 65,6% destinam adequadamente resíduos tóxicos, como 
LEITURA COMPLEMENTAR 2
11
TÓPICO 1 | MODELOS DE GESTÃO AMBIENTAL NAS EMPRESAS
E ORGANIZAÇÕES
solventes, produtos de limpeza e cartuchos de tinta.
Essas são medidas simples, com baixo custo, mas que têm impacto 
significativo em termos de sustentabilidade. "Esses atributos tendem a ser cada 
vez mais exigidos pelos consumidores queestão atentos a produtos, serviços e 
marcas provenientes de práticas sustentáveis", apontou. Para Carlos, as práticas 
sustentáveis são, portanto, fator de competitividade aos negócios. "As micro e 
pequenas empresas estão no rumo certo", diz o diretor-técnico do Sebrae, Carlos 
Alberto dos Santos.
POUSADA É EXEMPLO DE SUSTENTABILIDADE
 
Inaugurada em 2003, a pousada Beco de Noronha, em Fernando de 
Noronha (PE), nasceu com a premissa de ser o mais sustentável possível, levando 
em conta a estrutura da ilha e aquilo que está ao alcance de uma pequena empresa.
Hoje, a pousada capta água da chuva para a limpeza do local, utiliza a 
energia solar para o aquecimento dos chuveiros e oferece aos hóspedes lembranças 
feitas por artesãos locais, por exemplo. "São medidas que contribuem tanto para 
o meio ambiente quanto para o aspecto financeiro, pois há menos desperdício e 
economizamos na conta de luz e água", explica Silvana Rondelli, proprietária. 
"Não gastamos muito para trocar as lâmpadas por versões mais econômicas, nem 
para implantar um exaustor eólico na cozinha", completa.
AÇÕES PENSADAS 
É fundamental que o empreendedor busque embasamento para suas ações, 
uma vez que a sustentabilidade não pode ser apenas discurso. Veja dicas de ações 
simples para ser sustentável no seu pequeno negócio.
Água: verifique vazamentos; aproveite a água da chuva.
Energia: utilize telhas transparentes; instale painéis solares; use lâmpadas 
fluorescentes; não deixe aparelhos eletrônicos em stand-by; mantenha geladeiras 
e freezers longe do calor, a 15 centímetros de paredes e armários; desligue o ar-
condicionado 1 hora antes do fim do expediente.
Arquitetura: prefira cores claras, pois elas reduzem calor; instale janelas de 
lados opostos para gerar ventilação cruzada.
Lixo: separe metal, papel, plástico, vidro e orgânico; substitua plástico por 
pano ou material reciclável.
Transporte: se possível, use coletivos ou carona solidária; mantenha 
veículos regulados.
FONTE: Disponível em: <http://economia.terra.com.br/pequenas-empresas-adotam-acoes-
sustentaveis-diz-pesquisa,b92850f7fd66b310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html>. Acesso em: 
22 fev. 2015.
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AOS CONCEITOS DE GESTÃO AMBIENTAL NAS ORGANIZAÇÕES
12
Diversos são os casos de sucesso em organizações que se adequaram às 
normas ambientais e receberam um retorno positivo da sociedade. Leia a seguir, 
na leitura complementar 3, como está a situação das empresas brasileiras e conheça 
alguns exemplos de atuação em diferentes ramos de mercado.
LEITURA COMPLEMENTAR 3
A SITUAÇÃO DAS EMPRESAS NO BRASIL
No Brasil, observa-se que uma quantidade grande de empresas está, 
no momento, demonstrando preocupações e investindo em seu desempenho 
ambiental. Muitas dessas empresas são filiais de multinacionais e estão seguindo 
diretrizes vindas do exterior para que elas se adaptem a padrões corporativos, 
principalmente com interesse em preservar o nome da companhia e resguardá-la 
de problemas. Outras empresas estão procurando atingir melhor desempenho por 
uma necessidade expressa pelos seus clientes, essencialmente nos de produtos de 
exportação (caso de papel e celulose e de minérios). Outras, ainda, por trabalharem 
com alimentos, de forte penetração popular, onde o desgaste da marca representaria 
fortes perdas.
Podemos, assim, separar as empresas em quatro categorias:
a) As que nada fazem com relação ao meio ambiente, já que suas atividades 
geram poucos impactos.
b) As que pouco atuam, apesar de gerarem impactos, limitando-se a tentar 
cumprir os padrões mínimos da legislação.
c) As que procuram ter uma atuação mais significativa, possuindo uma 
área dedicada a tratar das questões ambientais da empresa e seguem, 
quase sempre, os padrões corporativos.
d) As que estão procurando obter certificação, segundo normas ambientais, 
para seu Sistema de Gestão Ambiental (ISO 14.001).
Cabe ressaltar, comparando entre as opções c e d, que algumas empresas 
que se enquadram na situação c possuem um excelente desempenho ambiental, 
sem que tenham necessidade de passar à situação d.
Apresentamos a seguir, alguns exemplos da atuação de algumas empresas:
BAHIA SUL CELULOSE
Trata-se de uma empresa localizada no sul do Estado da Bahia, em Mucuri, 
e que produz principalmente para exportação. Cabe lembrar que no ramo de 
celulose, o peso da questão ambiental é alto como decisão de compra, ficando em 
4º lugar, atrás de qualidade, serviços e preços. A Bahia Sul foi a primeira empresa 
brasileira a receber o certificado da BS 7750 (norma inglesa precursora da ISO 
14001) pelo seu Sistema de Gestão Ambiental, em fevereiro de 1995, pelo Bureau 
13
TÓPICO 1 | MODELOS DE GESTÃO AMBIENTAL NAS EMPRESAS
E ORGANIZAÇÕES
Veritas Quality International (iniciaram o processo em maio/94 com um curso de 
auditoria ambiental) e em 1996 foi certificada pela ISO 14001 pela certificadora 
BVQI.
FABER-CASTELL
Conhecida empresa produtora de material para escrever, desenhar e 
pintar (lápis), possui uma fábrica em São Carlos (SP) e 10.000 hectares de Pinus, 
plantados em Prata (MG). Essa empresa, por tradição, já apresentava um bom 
desempenho ambiental antes de se interessar pela certificação ISO 14001, não tendo 
tido necessidade, portanto, de realizar grandes modificações em seus processos 
industriais. Ela produz lápis com madeira certificada, seguindo rígidos padrões 
ambientais desde o plantio até a colheita, procurando obter boas parcerias com 
fornecedores. Para implantar um Sistema de Gestão Ambiental, foi realizado um 
intenso trabalho de verificação da legislação aplicável, e a identificação dos aspectos 
e impactos relacionados às suas atividades. A empresa realizou treinamentos e 
qualificação de seu pessoal, com um grupo interno que atuou posteriormente 
como multiplicadores e disseminadores dos conhecimentos. 
A grande preocupação da empresa tem sido de não acumular passivos 
ambientais, fazendo a destinação imediata dos resíduos gerados ou reciclando-os. 
É citado o apoio às comunidades vizinhas à empresa, em trabalhos de educação 
ambiental. A certificação pela norma ISO 14001 ocorreu em fevereiro de 2003.
COMPANHIA SIDERÚRGICA DE TUBARÃO
A CST, que é a maior produtora mundial de placas de aço tem apresentado 
uma postura pró-ativa para melhoria do seu desempenho ambiental, com bons 
resultados. Ela produzia, em 1998, 3 milhões de toneladas de placas de aço anuais 
e possuía uma Assessoria de Meio Ambiente subordinada à Diretoria Industrial, 
contando com 5 áreas (Controle Atmosférico, 2 pessoas; Controle Hídrico, 2: 
Controle de Resíduos e Áreas Verdes, 2; Desenvolvimento da Gestão Ambiental, 2; 
Sistema de Informações Ambientais, 1; Relação com a Comunidade, 2 pessoas). Os 
resultados alcançados foram significativos, segundo a empresa, com a redução em 
90% da emissão de particulados, melhorando o ar da Grande Vitória, reciclagem 
de resíduos siderúrgicos gerados (90% de reutilização, com economia de US$ 8 
milhões anuais), reaproveitamento de gases para geração elétrica (suprimento de 
90% do consumo da empresa), reaproveitamento quase total da água (captada 
do rio Santa Maria), tratamento de efluentes etc. A empresa gerava, na ocasião, 
570 kg de resíduos para cada tonelada de aço produzido, enquanto a média das 
siderúrgicas nacionais era de 700 kg. Resíduos são utilizados em substituição à 
brita, para uso em ferrovias. A CST adota, em sua Política Ambiental, os princípios 
da Carta Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável.
COMPANHIA VALE DO RIO DOCE
O setor de mineração é altamente visado pelos ambientalistas e, quando se 
leva em conta que a principal mina da Vale do Rio Doce encontra-se em uma região 
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AOS CONCEITOS DE GESTÃO AMBIENTAL NAS ORGANIZAÇÕES
14
de florestas tropicais da Amazônia, pode-se imaginar as pressões internacionais 
que surgem. A mina de Carajás é a única no mundo cujo minério apresenta um 
teor de ferro da ordem de 68%, sendo praticamente todo exportado. 
Sabe-se que outroscompetidores internacionais motivaram campanhas 
visando boicotes às compras, porém a Vale investiu fortemente na estruturação 
de um setor ambiental e hoje, Carajás é considerado um modelo de referência em 
cuidados ambientais. A SUTEC (Superintendência de Tecnologia) e a mina de 
Carajás foram certificadas pelo BVQI na ISO 14001.
USIMINAS – USINAS SIDERÚRGICAS DE MINAS GERAIS S.A.
A Usiminas, em sua Usina Intendente Câmara, em Ipatinga, MG, tem 
ao longo do tempo procurado realizar investimentos em melhorias ambientais, 
sobretudo para redução de poeiras na atmosfera (que é a maior preocupação 
da comunidade) e de efluentes hídricos. Com o advento das normas de gestão 
ambiental, já sendo certificada pela ISO 9001, em 1995 ela iniciou o processo de 
obtenção de certificado pela ISO 14001 através do DNV, o que ocorreu no final de 
1996 (trata-se da segunda usina siderúrgica no mundo a obter essa certificação). 
Além de eventos relacionados à conscientização ambiental como as “Semanas 
de Meio Ambiente” e o projeto de Conscientização Ambiental “Xerimbabo”, 
a empresa lançou um Programa de Matas Ciliares, juntamente com o Instituto 
Estadual de Florestas de Minas Gerais, para recuperação das matas junto aos rios 
Doce e Piracicaba.
CETREL
Empresa responsável pelo sistema de proteção e monitoramento das 
indústrias do Polo Petroquímico de Camaçari, Bahia. Investiu cerca de US$ 6,2 
milhões na compra de um incinerador (da americana Anderson 2000), com o qual 
pretendeu reduzir a zero cerca de 30.000 toneladas de resíduos sólidos perigosos 
(catalisadores de resíduos organoclorados, óxido de ferro, lama orgânica, borra de 
caldeira, solo contaminado etc.). O equipamento tem a capacidade para incinerar 
4,5 mil toneladas por ano. A CETREL já obteve a certificação ISO 14001.
JOHNSON & JOHNSON
Sediada em São José dos Campos, investiu mais de 6 milhões de dólares 
no programa “Pollution Prevention Goals”, estabelecido pela matriz. O Sistema de 
Gestão Ambiental da empresa foi inicialmente estruturado em duas áreas: uma 
relativa à regulamentação ambiental para processos, produtos e serviços, e outra 
dirigida à responsabilidade ambiental com a comunidade. 
Seus programas apresentaram inicialmente objetivos definidos em 10 áreas: 
reciclagem, embalagens (programa que proporcionou o melhor retorno para a 
empresa), desenvolvimento de produtos ambientalmente neutros, ciclo de vida de 
produtos e embalagens, CFC, resíduos industriais, papéis de escritório, emissões, 
energia e água. Para cada processo foi designado um coordenador e formado um 
15
TÓPICO 1 | MODELOS DE GESTÃO AMBIENTAL NAS EMPRESAS
E ORGANIZAÇÕES
grupo de trabalho para propor e implementar as soluções. No ano 2000, a empresa 
obteve certificação pela ISO 14001, após um trabalho de preparação que durou 18 
meses. A empresa deu especial atenção à conscientização e treinamento de seus 
funcionários, sobre a importância do desenvolvimento sustentável.
O BOTICÁRIO
Seguindo, de certa forma, a tendência internacional das empresas de 
cosméticos e perfumes, além de investir no desenvolvimento de produtos naturais, 
esta empresa tem motivado programas relacionados ao meio ambiente, tendo 
criado a Fundação “O Boticário de Proteção à Natureza”. Esta fundação, entre 
outras atividades mantém a reserva particular de Proteção à Natureza (RPPN) de 
Salto Morato, no Paraná, que demanda R$ 4 milhões por ano.
COLGATE PALMOLIVE
Atua em um programa denominado 7R:
Reduzir a quantidade de matérias-primas e embalagens, resíduos 
industriais e de escritório, energia utilizada para fabricar, estocar e transportar 
os produtos.
Reutilizar materiais de transporte, embalagens do produto original, 
estimular aos clientes o refil.
Reciclar matérias-primas, embalagens, aumentar o uso de material 
reciclado em embalagens.
Reformular produtos, utilizando materiais compatíveis com os objetivos 
e metas ambientais.
Reprojetar plantas e processos, evitando-se a geração de resíduos e 
proporcionando economia de energia.
Recompensar funcionários, com incentivos aos que propõem e 
implementam melhorias de processos.
Renovar o compromisso com melhorias contínuas do meio ambiente 
obtidas em processos e produtos.
OUTRAS EMPRESAS
Muitas empresas têm lançado produtos com melhores características 
de desempenho ambiental. Por exemplo, a EMBRACO lançou no mercado 
compressores que não usam CFC, fabricantes de tintas desenvolveram tintas à 
base de água, evitando o uso de solventes, a DU PONT lançou o SUVA, gás que 
substitui o CFC em sistemas de refrigeração e que não contém cloro, a RHODIA 
criou uma série de produtos específicos para absorção de petróleo no mar.
A ARAFÉRTIL, em Araxá, MG, criou uma Gerência de Meio Ambiente, 
específica para cuidar do assunto. Essa empresa realiza mineração e beneficiamento 
de rochas fosfáticas para fabricar fertilizantes fosfatados (25% do fosfato utilizado 
pelo setor agrícola).
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AOS CONCEITOS DE GESTÃO AMBIENTAL NAS ORGANIZAÇÕES
16
A MAGNESITA, que é a maior produtora nacional de tijolos refratários 
realizou intenso treinamento de mão de obra, programas de manutenção preventiva 
e de substituição de matérias-primas, conseguindo baixar de 40 para 10 toneladas 
diárias a produção diária de rejeitos, o que repercutiu em aumento dos lucros.
A NESTLÉ criou uma área específica para meio ambiente em sua fábrica de 
Araras, identificou e trata os seus principais resíduos líquidos (sanitários, orgânicos 
e águas de limpeza) e gasosos (resultantes da queima de madeira e óleo), estando 
desenvolvendo novas tecnologias, visando à redução dos odores das fábricas de 
chocolate e café.
O UNIBANCO lançou o programa UNIBANCO ECOLOGIA, que auxilia 
as comunidades em programas específicos como o de plantio de mudas de árvores 
nativas, recuperação de matas ciliares e ecologia urbana (coleta seletiva de lixo 
etc.).
FONTE: MOURA, L. A. A. de. Qualidade e gestão ambiental. São Paulo: Editora Juarez de Oliveira, 
2008. 
LEITURA COMPLEMENTAR 4
SUSTENTABILIDADE SÓ DÁ CERTO COM APOIO DO ALTO ESCALÃO
Germano Lüders / EXAME
Em 2009, a VCP, fabricante de papel e celulose do grupo Votorantim, 
comprou a também brasileira Aracruz, e o negócio deu origem à Fibria. A partir 
daquele momento, a nova empresa se transformava na maior de seu setor no 
mundo. Nascia ao mesmo tempo um desafio proporcional a seu tamanho: lidar 
com uma herança maldita.
A origem estava na Aracruz, conhecida no Brasil e no exterior pela 
qualidade de suas florestas de eucalipto e excelência operacional de suas fábricas, 
mas também pelos inúmeros conflitos de posse de terra travados há décadas com 
populações indígenas e sem-terra próximas a suas operações no Espírito Santo e 
na Bahia.
A questão manchava a reputação da companhia e gerava uma série de 
perdas para o negócio. Suas áreas eram alvo constante de incêndios e invasões. Só 
em 2010, cerca de 320.000 metros cúbicos de madeira foram roubados — prejuízo 
de 13 milhões de reais para a Fibria. Hoje, o cenário é outro. A fabricante de celulose 
nutre um relacionamento um tanto quanto amistoso com seus vizinhos.
Prova disso é que, devido ao imbróglio social na qual estava metida, a 
Aracruz nunca pleiteou que suas florestas fossem certificadas de acordo com os 
princípios do Conselho de Manejo Florestal, instituição internacional que criou 
17
TÓPICO 1 | MODELOS DE GESTÃO AMBIENTAL NAS EMPRESAS
E ORGANIZAÇÕES
o padrão de exploração sustentável. Atualmente, todas as áreas de eucalipto da 
Fibria têm o selo verde, atributo quase indispensável para exportar para países 
ricos. 
A guinada da Fibria não se deu da noite para o dia. Ao contrário. Ela só 
aconteceu porque, ao longo dos últimos seis anos, o conselho de administração 
da companhia, liderado pelo mineiro José Penido, definiu como uma de suas 
prioridades mudar de maneira radical seu modelo de relacionamento com as 
comunidades e ajudá-las a prosperar.
Na cidade de Prado, por exemplo, na costa sul da Bahia, uma fazenda da 
Aracruzocupada por integrantes do MST foi alvo de inúmeras ações de despejo 
e reocupação durante os anos 2000. A Fibria conseguiu fazer um acordo com o 
grupo e cedeu parte da área para que um assentamento fosse erguido e mais de 
1 800 famílias pudessem viver da cultura de mandioca e do comércio de farinha, 
frango e pimenta.
 
“O conselho da empresa entendeu que sustentabilidade é algo decisivo 
para o sucesso do negócio, colocou isso na pauta e não tirou mais”, afirma o 
economista Sergio Besserman Vianna. Um respeitado estudioso do tema das 
mudanças climáticas, Besserman faz parte, desde 2010, de um comitê criado pelo 
conselho.
Coordenado por Penido, o grupo é formado por outros sete especialistas 
independentes que têm a missão de avaliar e criticar a estratégia de sustentabilidade 
da Fibria. Estão também no time, que se reúne durante dois dias com o conselho 
quatro vezes por ano, o especialista em biodiversidade Claudio Pádua e o líder 
indígena Ailton Krenak. Em outubro, a Fibria foi eleita a Empresa Sustentável do 
Ano pelo Guia EXAME de Sustentabilidade.
POUCO ENGAJAMENTO
Trata-se de um caso emblemático de uma empresa cujo tema da 
sustentabilidade é considerado relevante pelo conselho de administração — sua 
mais alta hierarquia —, e isso se mostrou um fator crucial para que ela conseguisse 
se livrar de um passivo e fosse hoje vista como referência para o setor. Exemplos 
como o da Fibria, porém, ainda não são a regra no mundo.
Uma pesquisa realizada recentemente pela consultoria Boston Consulting 
Group, em parceria com o MIT Sloan Management Review, periódico da escola 
de negócios Sloan, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, e a ONU, com 
2 587 executivos em 113 países — incluindo o Brasil — revelou que, para 86% do 
universo consultado, o engajamento do conselho é fundamental para que o tema 
da sustentabilidade seja realmente incorporado à estratégia de negócios de uma 
companhia.
Por outro lado, apenas 42% dos executivos declararam acreditar que os 
conselhos dão a atenção merecida ao tema. “Infelizmente, a verdade é que falta 
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AOS CONCEITOS DE GESTÃO AMBIENTAL NAS ORGANIZAÇÕES
18
comprometimento dos conselheiros com o assunto”, diz Martin Reeves, diretor da 
consultoria BCG em Nova York.
Nesse cenário, há uma boa notícia em relação ao Brasil no que diz respeito 
a pelo menos um aspecto. Dados do Guia EXAME de Sustentabilidade revelaram 
que o número de comitês dedicados a municiar os conselhos das empresas com 
informações sobre sustentabilidade vem crescendo.
No ano passado, das 228 companhias pesquisadas, 33% declararam ter 
comitês de sustentabilidade se reportando diretamente ao conselho. Em 2009, 
eram apenas 18%. Nem todos são compostos de especialistas externos. No caso da 
Masisa, fabricante de painéis de madeira, que faturou cerca de 500 milhões de reais 
em 2013, o comitê de sustentabilidade é formado por um grupo de 11 pessoas da 
própria empresa, entre diretores e gerentes de área, que trabalham sob o comando 
da presidente Marise Barroso.
Um grupo de 12 especialistas consultados por EXAME concorda que nada 
disso, porém, adianta sem o apoio do presidente e de um executivo dedicado 
exclusivamente ao tema.
“É a persistência diária e o poder de persuasão da máxima liderança da 
companhia que, no final das contas, mudam a cultura de uma empresa”, afirma 
Helio Mattar, presidente do Instituto Akatu, ONG dedicada a promover o consumo 
sustentável, e um dos precursores do movimento de responsabilidade corporativa 
no Brasil. “Cabe só a ele inspirar, ao mesmo tempo, o conselho e os funcionários 
da empresa para o tema.”
Na fabricante de material para construção Duratex, que faturou 3,8 bilhões 
de reais em 2013, essa missão foi dada ao paranaense Antonio Joaquim de Oliveira, 
nomeado presidente há dois anos, egresso da diretoria de sua unidade de painéis 
de madeira.
Quatro anos antes de o executivo assumir esse posto, o conselho de 
administração da Duratex deu início a um processo de conversão à causa da 
sustentabilidade semelhante ao da Fibria, mas por um motivo diferente: a empresa, 
que pertence ao grupo Itaúsa, fundiu suas operações com as da fabricante de painéis 
de madeira Satipel, que tinha o capital aberto e estava listada no Novo Mercado 
da Bovespa, segmento que agrega as empresas dispostas a adotar as práticas mais 
elevadas de governança corporativa.
“Já vínhamos nos preocupando com a questão há alguns anos, mas a 
partir daquele momento uma cobrança maior por parte dos acionistas nos levou a 
elaborar uma estratégia de sustentabilidade mais sólida”, diz Oliveira.
Para isso, o conselho também criou um comitê, formado por conselheiros 
independentes, acionistas e especialistas em sustentabilidade, que o ajudou a 
analisar a operação da nova Duratex e a elencar todos os processos que deveriam 
ser revistos na esfera social e ambiental.
19
TÓPICO 1 | MODELOS DE GESTÃO AMBIENTAL NAS EMPRESAS
E ORGANIZAÇÕES
Quando assumiu, em 2013, Oliveira ganhou a incumbência de melhorar 
não só indicadores financeiros como também uma série de números relativos à 
geração de resíduos, ao consumo de água e de energia e ao relacionamento com 
comunidades vizinhas às fábricas da empresa. As metas deverão ser batidas até 
2016.
Para isso, a partir daquele ano todos os executivos da companhia passaram 
a ter cerca de 20% de sua remuneração atrelada a essas metas, e uma gerência de 
sustentabilidade foi criada. 
À frente da equipe de 46 profissionais está o executivo João Redondo, 
ex-gerente industrial da Itautec. “Estou comprometido em fazer com que a 
sustentabilidade seja algo entranhado em nossa cultura. Confesso que ainda não 
chegamos lá e o caminho é cheio de obstáculos”, afirma Oliveira.
Não há falsa modéstia nas palavras do executivo. Especialistas são 
categóricos em afirmar que a tarefa não é mesmo fácil. “Até existem alguns 
presidentes convictos de que o tema deve ser prioridade, mas eles realmente não 
são muitos”, diz Mário Monzoni, diretor do Centro de Estudos em Sustentabilidade 
da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo, responsável pela metodologia do Guia 
EXAME de Sustentabilidade.
Esses poucos acabam se transformando em ícones e ganham certo status 
de celebridade. Hoje, a grande estrela nessa seara no mundo é o holandês Paul 
Polman, à frente da multinacional de bens de consumo Unilever desde 2009.
Ele usa e abusa da visibilidade do cargo para expor seu desconforto com 
os dilemas sociais e ambientais do mundo e para alardear as metas ambiciosas 
da Unilever: até 2020, dobrar a empresa de tamanho e reduzir pela metade seu 
impacto ambiental. Ainda é cedo, porém, para saber se a Unilever chegará lá.
Ninguém duvida, quando Polman fala em público, de que o executivo 
tem atualmente o apoio do conselho de administração e dos mais de 170.000 
funcionários da Unilever espalhados pelo mundo para perseguir a meta. E isso, já 
está provado, é decisivo para o sucesso.
FONTE: Disponível em: <http://exame.abril.com.br/revista-exame/edicoes/1084/noticias/com-a-
bencao-do-conselho>. Acesso em: 27 fev. 2015.
20
Neste tópico vimos que:
• Nos primórdios, os setores produtivos limitavam-se, em alguns casos, a adotar 
as medidas necessárias para evitar a paralisação de suas atividades ou o 
recebimento de multas, por não atuar em conformidade com os procedimentos 
e padrões legais.
• A ocorrência de incidentes/acidentes ambientais entre as décadas de 70 e 
90 obrigou as empresas a arcarem com elevados gastos em indenizações, 
recuperação dos ambientes danificados e ações para mitigação e/ou controle dos 
danos, o que afetou negativamente a imagem destas empresas poluidoras. 
• Empresas com maior potencial poluidor passaram a desenvolver e implementar 
instrumentos de gestão ambiental corporativa para a melhoria do fluxo de 
informação, interno e externo, além de propiciar a redução de risco de incidentes 
e acidentes, sendo o setor químico o pioneiro.
• Uma série de eventos mundiais também se mostraram importantespara 
aumentar a consciência e o envolvimento das organizações, como por exemplo, 
a ECO-92, que ocorreu no Brasil. 
• A ocorrência de incidentes/acidentes ambientais, de eventos mundiais que 
discutiram o tema ambiental, do aumento da rigidez da legislação mundial e 
nacional, aliados às muitas manifestações populares que ocorreram no mundo a 
partir da década de 70, foram os principais fatores históricos que contribuíram 
para o surgimento e aperfeiçoamento de Sistemas de Gestão Ambiental nas 
organizações.
• O Marketing Ambiental é uma ferramenta capaz de projetar e sustentar a 
imagem da empresa, difundindo-a com uma nova visão de mercado, destacando 
sua diferenciação ecologicamente correta junto à sociedade, fornecedores, 
funcionários e ao mercado.
• Há muitos exemplos brasileiros de organizações que demonstram preocupações 
em relação ao seu desempenho ambiental, desde empresas mineradoras a 
empresas de cosméticos e alimentos.
RESUMO DO TÓPICO 1
21
1 Ouvimos muito sobre sustentabilidade atualmente. Esse termo entrou 
definitivamente em nosso cotidiano e seu alcance é um dos principais 
objetivos de muitos setores da sociedade. Discorra sobre seu real significado.
2 Observamos, no decorrer dos estudos, que ocorreram muitos incidentes/
acidentes ambientais entre a década de 70 e 90. Explique de que forma estes 
eventos contribuíram para o aumento da conscientização das organizações 
frente à questão ambiental.
3 O Marketing Ambiental trata-se de uma ferramenta capaz de projetar e 
sustentar a imagem da empresa, difundindo-a com uma nova visão de 
mercado, destacando sua diferenciação ecologicamente correta junto à 
sociedade, fornecedores, funcionários e ao mercado. Cite alguns benefícios 
para empresas que investem em Marketing ambiental.
4 Faça uma pesquisa e verifique se na sua região existem empresas que se 
utilizam do Marketing ambiental. Discuta com a turma de que forma a 
preocupação ecológica destas organizações é apresentada para a sociedade.
5 Faça uma pesquisa na internet sobre práticas sustentáveis de empresas 
instaladas na sua região e compartilhe o resultado com os demais acadêmicos 
no próximo encontro presencial.
AUTOATIVIDADE
22
23
TÓPICO 2
CARACTERÍSTICAS DE UM SISTEMA DE 
GESTÃO AMBIENTAL
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Agora que você já conheceu um breve histórico sobre a gestão ambiental 
nas empresas e organizações, cabe a nós apresentar-lhe as principais características 
de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) de acordo com a norma ABNT NBR 
ISO 14001.
Uma das maiores motivações para uma empresa implantar a ISO 14001 
é o resultado do mercado internacional corrente e a necessidade de manter a 
competição. É uma estratégia das empresas para proporcionar o reconhecimento 
de seus produtos e maior aceitação no mercado. Por isso, é tão importante 
compreender os objetivos e princípios de um SGA.
2 A GESTÃO AMBIENTAL E AS NORMAS DA SÉRIE ISO 14001
Na década de 90, após a ECO 92 no Rio de Janeiro, foram iniciadas uma 
série de discussões relativas à proteção do meio ambiente, como reciclagem, 
economia de energia, combate desperdício, consumo consciente e gestão ambiental 
nas empresas. Dentre os resultados dessa conferência, está a Agenda 21, um 
documento muito importante que auxilia os governos na elaboração de políticas 
públicas. Mas, além disso, também houve o início da elaboração das normas 
da série ISO 14000 pela ISO (International Organization for Standardization), uma 
federação internacional de organizações de normatização técnica.
IMPORTANT
E
A ISO (cujo significado em português é Organização Internacional de Padronização) 
é uma entidade não governamental, com sede em Genebra, na Suíça. Foi criada em 1947 com 
o objetivo principal de aprovar normas internacionais em todos os campos técnicos, como 
normas técnicas, classificações de países, normas de procedimentos e processos etc.
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AOS CONCEITOS DE GESTÃO AMBIENTAL NAS ORGANIZAÇÕES
24
A importância de normas técnicas é bastante conhecida, principalmente na 
área de engenharia. Seria impossível realizar um projeto, ou uma construção, sem 
o apoio de normas técnicas. Um engenheiro, por exemplo, é capaz de reconhecer 
as propriedades daquilo que comprará apenas pela definição da norma técnica. As 
normas padronizam peças, materiais, e também procedimentos gerenciais.
A maioria dos países tem seu próprio organismo gerador de normas técnicas, 
havendo uma tendência de que as empresas de um mesmo país adotem as próprias 
normas, embora exista a liberdade de adotar quaisquer normas, dependendo 
do interesse dos seus clientes. No Brasil, o único organismo normalizador é a 
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que é uma entidade sem fins 
lucrativos, mantida por um grupo grande de empresas associadas e pelos recursos 
obtidos com a venda das normas produzidas. A ABNT representa a ISO no Brasil.
Além do estabelecimento de uma forma de ação comum para o 
gerenciamento ambiental, as normas ISO 14000 são uma resposta às exigências 
legais e do mercado, para que se tenha uma padronização dos parâmetros a serem 
considerados no momento da implantação de um SGA. Dessa forma, haverá maior 
confiança por parte dos envolvidos, de que o processo realizado por uma empresa 
conduzirá ao maior cumprimento da lei, além de conformidade a outras exigências 
e a níveis mais elevados de desempenho ambiental.
A ISO 14001 faz parte de um conjunto de normas que fazem parte da série 
14000. Ela é a primeira das normas, que fixa as especificações para a certificação e 
avaliação de um sistema de gestão ambiental de uma organização. Essa norma foi 
fortemente inspirada na norma inglesa British Standard 7750 (BS 7750 – Especificação 
para Sistemas de Gerenciamento Ambiental), lançada em caráter experimental em 
1992, sendo avaliada por dois anos e teve sua edição definitiva publicada em 1994, 
de acordo com o histórico a seguir:
• criação da EMAS (Eco Management and Audit Scheme), que é a regulação ambiental 
da Comunidade Europeia, e que colaborou para determinar as condições da 
elaboração da BS 7750;
• a BSI iniciou estudos a respeito da norma, em conjunto com o Environmental and 
Pollution Standards Policy Comittee;
• em junho de 1991 foi emitido um rascunho (draft) para comentário público;
• em março de 1992, foi feita a publicação oficial;
• corrigidas as imperfeições, a norma foi reemitida, em 2 de janeiro de 1994;
• ao ser emitida a ISO 14001, a BS 7750 foi cancelada.
Em agosto de 1996, ocorreu uma reunião no Rio de Janeiro, que contou com 
a participação de aproximadamente 80 países. Neste momento foram aprovadas as 
cinco primeiras normas da série ISO 14000, que são as normas 14001, 14004, 14010, 
TÓPICO 2 | CARACTERÍSTICAS DE UM SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL
25
14011 (parte 1) e 14012. No dia 31 de dezembro de 2004 foi emitida a 2ª edição da 
norma ISO 14001, após a revisão da versão anterior. Observe, no quadro a seguir, 
as normas que compõem a série ISO 14000.
QUADRO 1 – NORMAS QUE COMPÕEM A SÉRIE ISO 14000
Número ISO Título
14000 Sistemas de Gestão Ambiental – Diretrizes gerais.
14001
Sistemas de Gestão Ambiental – Especificação e diretrizes para 
uso (ABNT NBR ISO 14001, emitida em outubro de 1996 e 
revisada em 31.12.2004).
14004
Sistemas de Gestão Ambiental – Diretrizes gerais sobre princípios, 
sistemas e técnicas de apoio. (ABNT NBR ISO 14004, emitida em 
outubro de 1996 e revisada em 31.10.2005).
14010 Diretrizes para auditoria ambiental – Princípios gerais (NBR ISO emitida em Nov./96). Cancelada.
14011
Diretrizes para a auditoria ambiental – Procedimentos de 
auditoria – Auditoria de sistemas de gestão ambiental (NBR ISO 
14001, emitida em Nov./96). Norma emitida, porém substituída 
pela ISO 19.011, que unifica os procedimentos de auditoria da 
ISO 9000 e ISO 14001.
14012 Diretrizes para auditoria ambiental – Critérios de qualificação para auditorias ambientais (NBR ISO 14012, emitida em Nov./96).
14014 Diretrizes para auditoria ambiental– Diretrizes para a realização de avaliações iniciais.
14015 Diretrizes para auditoria ambiental – Guia para avaliação de locais e instalações (emitida em 2001).
14020 Rotulagem Ambiental – Princípios básicos (emitida em 2000).
14021 Rotulagem Ambiental – Definições para aplicação específica e autodeclarações (rótulos tipo II). Emitida em 1999. 
14022 Rotulagem Ambiental – Simbologia para os rótulos.
14023 Rotulagem Ambiental – Metodologias para testes e verificações.
14024 Rotulagem Ambiental – Procedimentos e critérios para certificação. Rótulos tipo I. Emitida em 1999.
ISO/TR 
14025 Rotulagem Ambiental e Declarações – Tipo III. Emitida em 2000.
14031 Avaliação de desempenho ambiental. Emitida em 1999.
14032 Avaliação de desempenho ambiental de sistemas operacionais.
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AOS CONCEITOS DE GESTÃO AMBIENTAL NAS ORGANIZAÇÕES
26
14040 Análise do ciclo de vida – Princípios gerais. Emitida em 1997.
14041 Análise do ciclo de vida – Inventário. Emitida em 1998.
14042 Análise do ciclo de vida – Análise dos impactos. Emitida em 2000.
14043 Análise do ciclo de vida – Usos e aplicações. Emitida em 2000.
14050 Gestão Ambiental - Termos e definições – Vocabulário. Emitida em 2002. Revisada em 31.05.2004.
ISO/TR 
14062
Gestão Ambiental. Integrando aspectos ambientais no design e 
desenvolvimento de produtos. Emitida em 2002.
ISO 14065 Organismos de verificação e acreditação para gases do efeito estufa.
A maioria destas normas já foi emitida, mas algumas delas estão em outros 
estágios de prontificação, aguardando revisões para então ocorrer a emissão. Sobre 
as normas, ainda é interessante comentar que existem alguns pontos comuns entre 
as normas de gestão da qualidade (ISO 9000) e de gestão ambiental (ISO 14001), 
como a exigência de uma política escrita, necessidade de envolvimento da alta 
direção e dos funcionários envolvidos, preparação de um sistema de documentação 
e diversos compromissos que a empresa precisa firmar. Atualmente é possível 
trabalhar com estas normas de forma conjunta, utilizando os Sistemas de Gestão 
Integrados.
FONTE: Moura (2008, p. 71)
A norma da série que possibilita a certificação do Sistema de Gestão 
Ambiental de uma empresa é a 14001 (a única certificável da série), que trata de 
assuntos específicos ligados ao meio ambiente, como por exemplo, a identificação 
dos aspectos e impactos ambientais; a criação de objetivos e metas e a exigência 
em firmar um compromisso em cumprir as legislações aplicáveis. Entenda que não 
estarão previstos na norma os padrões ambientais que devem ser alcançados, mas 
sim a exigência do cumprimento da legislação aplicável, que por sua vez contém 
os padrões que deverão ser seguidos.
ESTUDOS FU
TUROS
No Topico 3 você conhecerá a estrutura dos Sistemas de Gestão Integrado (SGI) e 
quais normas podem ser integradas.
TÓPICO 2 | CARACTERÍSTICAS DE UM SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL
27
3 ASPECTOS ESTRATÉGICOS E OPERACIONAIS DA ISO 14001
Para muitas empresas proativas, a gestão ambiental se tornou uma questão 
estratégica, principalmente em virtude dos diversos contextos socioeconômico-
ambientais que as mesmas enfrentam. Por isso, aperfeiçoar seus sistemas de gestão 
ambiental vai de encontro com as necessidades das próprias organizações.
O papel estratégico da ISO 14001 resulta da própria forma com que ela 
foi estruturada. Isso acaba evidenciando-se através da norma ISO 14004, a qual 
estabelece os princípios de um sistema de gestão ambiental (NBR ISO 14004, 2006):
1. Comprometimento e política – comprometimento da alta 
administração, realização de avaliação ambiental inicial e o 
estabelecimento de uma política ambiental.
2. Planejamento – formulação de um plano para o cumprimento da 
política ambiental, através da identificação de aspectos ambientais 
e avaliação dos impactos ambientais correlatos, caracterização 
dos requisitos legais envolvidos, definição de critérios internos de 
desempenho, estabelecimento de objetivos e metas ambientais de um 
Programa de Gestão Ambiental (PGA).
3. Implantação – criação e capacitação de mecanismos de apoio à política, 
objetivos e metas ambientais. Isso ocorrerá através da capacitação e aporte 
de recursos humanos, físicos e financeiros, harmonização do sistema 
de gestão ambiental, estabelecimento de responsabilidade técnica e 
pessoal, conscientização ambiental e motivação, desenvolvimento de 
conhecimentos, habilidades e atitudes. Além disso, ações que apoiem 
comunicação e relato, documentação do sistema de gestão ambiental, 
controle operacional, preparação e atendimento de emergências.
4. Medição e avaliação – trata-se da medição e monitoramento do 
desempenho ambiental, possibilitando ações corretivas e preventivas, 
além de registros do sistema de gestão ambiental e gestão da informação.
5. Análise crítica e melhoria – envolve a modificação do sistema com o 
fim de alcançar a melhora contínua de seu desempenho, através de sua 
análise crítica.
A norma ISO 14001 orienta o gerenciamento das atividades e dos aspectos 
ambientais decorrentes de processos, produtos e serviços das organizações. Suas 
características mais importantes são a proatividade e a abrangência. Ser proativo 
implica ter foco na ação em lugar da reação a comandos e políticas de controle 
do passado. Já a característica da abrangência reflete no envolvimento de todos 
os membros da organização na proteção ambiental, levando em conta clientes, 
funcionários, fornecedores, companhias de seguros, ONGs, acionistas e sociedade.
Em relação à metodologia utilizada, a norma segue o PDCA (Plan -Do-Check-
Act, em português Planejar-Executar-Verificar-Agir). O PDCA pode ser descrito da 
seguinte forma:
• Planejar: estabelecer os objetivos e processos necessários para atingir os 
resultados em concordância com a política ambiental da organização.
• Executar: implementar os processos.
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO AOS CONCEITOS DE GESTÃO AMBIENTAL NAS ORGANIZAÇÕES
28
• Verificar: monitorar e medir os processos em conformidade com a política 
ambiental, objetivos, metas, requisitos legais e outros, e relatar os resultados.
• Agir: agir para continuamente melhorar o desempenho do sistema de gestão 
ambiental.
FIGURA 1 – CICLO PDCA
FONTE: Disponível em: <http://blog.qualidadesimples.com.br/wp-content/uploads/2012/10/PDCA1.
png>. Acesso em: 24 fev. 2015.
A aplicação deste modelo é relativamente simples, e traz ganhos para 
qualquer empresa que quiser se utilizar dele. Devemos entender que o PDCA 
representa um ciclo, e por isso, deve continuamente “rodar”, no sentido da 
sucessão contínua de todas as fases. A omissão de uma das fases, sendo ela qual 
for, pode causar uma série de prejuízos e falhas no processo como um todo. Por 
isso, ao utilizar o ciclo PDCA, é importante tomar alguns cuidados como: não fazer 
sem planejar, não parar o ciclo após completar a primeira volta, fazer e não checar, 
definir as metas e definir os métodos para atingi-las, bem como, ao definir metas, 
tomar o cuidado de preparar o pessoal para executá-las.
4 MOTIVAÇÕES PARA A ADOÇÃO DA NORMA ISO 14001
Ao obter a certificação pela ISO 14001, não significa que a empresa 
conquistou o melhor desempenho possível em relação à questão ambiental, 
mas sim de que ela está comprometida a obter melhorias constantes em busca 
TÓPICO 2 | CARACTERÍSTICAS DE UM SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL
29
da qualidade ambiental. Esta questão estratégica é um importante instrumento 
para garantir a confiança dos clientes, investidores e fornecedores. Isto também 
aumenta a competitividade da empresa no mercado nacional e internacional. 
Segundo Seiffert (2008), existe um conjunto principal de fatores motivadores que 
levam as empresas a adotar a ISO 14001:
1. Melhora da reputação e imagem da organização – um motivo baseado 
no relacionamento entre o desempenho ambiental e o desempenho 
econômico.O reforço da reputação permite às empresas de pequeno e 
médio porte obter concessões para sua participação de mercado, bem 
como maior capacidade de

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