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Julia Franco Fernandes - 2˚ PERÍODO MEDICINA FASA - 2021.2 • ANATOMIA DO SISTEMA URINÁRIO - Os rins são um par de órgãos avermelhados em forma de feijão, localizados logo acima da cintura, entre o peritônio e a parede posterior do abdome. Por causa de sua posição posterior ao peritônio da cavidade abdominal, são considerados retroperitoneais. Os rins estão localizados entre os níveis das últimas vértebras torácicas e a terceira vértebra lombar (L III), uma posição em que estão parcialmente protegidos pelas costelas XI e XII. Se estas costelas inferiores forem fraturadas, podem perfurar os rins e causar danos significativos, potencialmente fatais. O rim direito está discretamente mais baixo do que o esquerdo porque o fígado ocupa um espaço considerável no lado direito superior ao rim; - Anatomia externa dos rins - um rim adulto normalmente tem 10 a 12 cm de comprimento, 5 a 7 cm de largura e 3 cm de espessura – aproximadamente do tamanho de um sabonete comum – e tem massa de 135 a 150 g. A margem medial côncava de cada rim está voltada para a coluna vertebral. Perto do centro da margem côncava está um recorte chamado hilo renal, através do qual o ureter emerge do rim, juntamente com os vasos sanguíneos, vasos linfáticos e nervos; 1. Três camadas de tecido circundam cada rim. A camada mais profunda, a cápsula fibrosa, é uma lâmina lisa e transparente de tecido conjuntivo denso não modelado que é contínuo com o revestimento externo do ureter. Ela serve como uma barreira contra traumatismos e ajuda a manter a forma do rim. A camada intermediária, a cápsula adiposa, é uma massa de tecido adiposo que circunda a cápsula fibrosa. Ela também protege o rim de traumas e ancora-o firmemente na sua posição na cavidade abdominal. A camada superficial, a fáscia renal, é outra camada fina de tecido conjuntivo denso não modelado que ancora o rim às estruturas vizinhas e à parede abdominal. Na face anterior dos rins, a fáscia renal localiza-se profundamente ao peritônio; - Anatomia interna dos rins - um corte frontal através do rim revela duas regiões distintas: uma região vermelha clara superficial chamada córtex renal e uma região interna mais escura castanha-avermelhada chamada medula renal. A medula renal consiste em várias pirâmides renais em forma de cone. A base (extremidade mais larga) de cada pirâmide está voltada para o córtex renal, e seu ápice (extremidade mais estreita), chamado papila renal, está voltado para o hilo renal. O córtex renal é a área de textura fina que se estende da cápsula fibrosa às bases das pirâmides renais e nos espaços ANATOMIA Julia Franco Fernandes - 2˚ PERÍODO MEDICINA FASA - 2021.2 entre elas. Ela é dividida em uma zona cortical externa e uma zona justamedular interna. As partes do córtex renal que se estendem entre as pirâmides renais são chamadas colunas renais; 1. Juntos, o córtex renal e as pirâmides renais da medula renal constituem o parênquima, ou porção funcional do rim. No interior do parênquima estão as unidades funcionais dos rins – aproximadamente 1 milhão de estruturas microscópicas chamadas néfrons. O filtrado formado pelos néfrons é drenado para grandes ductos coletores, que se estendem através da papila renal das pirâmides. Os ductos coletores drenam para estruturas em forma de taça chamadas cálices renais maiores e cálices renais menores. Cada rim tem de 8 a 18 cálices renais menores e 2 ou 3 cálices renais maiores. Um cálice renal menor recebe urina dos ductos coletores de uma papila renal e a carreia para um cálice renal maior. Uma vez que o filtrado entra nos cálices, torna- se urina, porque não pode mais ocorrer reabsorção. O motivo é que o epitélio simples dos néfrons e túbulos se tornam epitélio de transição nos cálices. Dos cálices renais maiores, a urina flui para uma grande cavidade única chamada pelve renal e, em seguida, para fora pelo ureter até a bexiga urinária; 2. O hilo se expande em uma cavidade no interior do rim chamada seio renal, que contém parte da pelve renal, os cálices e ramos dos vasos sanguíneos e nervos renais. O tecido adiposo ajuda a estabilizar a posição destas estruturas no seio renal; - Irrigação sanguínea e inervação dos rins - visto que os rins removem as escórias metabólicas do sangue e regulam o volume e a c o m p o s i ç ã o i ô n i c a d o s a n g u e , n ã o é surpreendente que eles sejam abundantemente irrigados por vasos sanguíneos. Embora os rins constituam menos de 0,5% da massa total do corpo, recebem 20 a 25% do débito cardíaco de repouso por meio das artérias renais direita e esquerda. Em adultos, o fluxo sanguíneo renal, o fluxo sanguíneo através de ambos os rins, é de aproximadamente 1.200 ml por minuto; 1. No rim, a artéria renal se divide em várias artérias segmentares, que irrigam diferentes segmentos do rim. Cada artéria segmentar emite vários ramos que penetram no parênquima e passam ao longo das colunas renais entre os lobos renais como as artérias interlobares. Um lobo renal consiste em uma pirâmide renal, um pouco da coluna renal em ambos os lados da pirâmide renal, e o córtex renal na base da pirâmide renal. Nas bases das pirâmides renais, as artérias interlobares se arqueiam entre o córtex e a medula renais; aqui, são conhecidas como artérias arqueadas. As divisões das artérias arqueadas produzem várias artérias interlobulares. Estas artérias irradiam para fora e entram no córtex renal. Neste local, emitem ramos chamados arteríolas glomerulares aferentes; 2. Cada néfron recebe uma arteríola glomerular aferente, que se divide em um enovelado capilar chamado glomérulo. Os glomérulos capilares então se reúnem para formar uma arteríola glomerular eferente, que leva o sangue para fora do glomérulo. Os capilares glomerulares são únicos entre os capilares no corpo, porque estão posicionados entre duas arteríolas, em vez de entre uma arteríola e uma vênula. Como são redes capilares e também têm participação importante na formação de urina, os glomérulos são considerados parte tanto do sistema circulatório quanto do sistema urinário; 3. As arteríolas eferentes se dividem para formar os capilares peritubulares, que circundam as partes tubulares do néfron no córtex renal. Estendendo-se de alguns capilares glomerulares eferentes estão capilares longos, em forma de alça, chamados arteríolas retas, que irrigam porções tubulares do néfron na medula renal; 4. Os capilares peritubulares por fim se unem para formar as veias interlobulares, que também recebem sangue das arteríolas retas. Em seguida, o sangue flui pelas veias arqueadas para as veias interlobares, que correm entre as pirâmides renais. O sangue sai do rim por uma veia renal única que emerge pelo hilo renal e transporta o sangue venoso para a veia cava inferior; 5. Muitos nervos renais se originam no gânglio renal e passam pelo plexo renal para os rins, juntamente com as artérias renais. Os nervos renais integram a parte simpática da divisão autônoma do sistema nervoso. A maior parte consiste em nervos vasomotores que regulam o fluxo sanguíneo renal, causando dilatação ou constrição das arteríolas renais; Julia Franco Fernandes - 2˚ PERÍODO MEDICINA FASA - 2021.2 - Néfron - os néfrons são as unidades funcionais dos rins. Cada néfron consiste em duas partes: um corpúsculo renal, onde o plasma sanguíneo é filtrado, e um túbulo renal, pelo qual passa o líquido filtrado (filtrado glomerular). Estreitamente associado a um néfron está a sua irrigação sanguínea, que acabou de ser descrita. Os dois componentes de um corpúsculo renal são o gloméruloe a cápsula glomerular (cápsula de Bowman), uma estrutura epitelial de parede dupla que circunda os capilares glomerulares. O plasma sanguíneo é filtrado na cápsula glomerular, e então o líquido filtrado passa para o túbulo renal, que tem três partes principais. Em ordem de recebimento do líquido que passa por eles, o túbulo renal consiste em um: Túbulo contorcido proximal (TCP); Alça de Henle; Túbulo contorcido distal (TCD); 1. Proximal denota a parte do túbulo ligado à cápsula glomerular, e distal indica a parte que está mais longe. Contorcido significa que o túbulo é espiralado em vez de reto. O corpúsculo renal e os túbulos contorcidos proximais e distais se localizam no córtex renal; a alça de Henle se estende até a medula renal, faz uma curva fechada, e então retorna ao córtex renal; 2. Os túbulos contorcidos distais de vários néfrons drenam para um único ducto coletor. Os ductos coletores então se unem e convergem em várias centenas de grandes ductos papilares, que drenam para os cálices renais menores. Os ductos coletores e papilares se estendem desde o córtex renal ao longo da medula renal até a pelve renal. Então, um rim tem aproximadamente 1 milhão de néfrons, mas um número muito menor de ductos coletores e ainda menor de ductos papilares; 3. Em um néfron, a alça de Henle comunica os túbulos contorcidos proximais e distais. A primeira parte da alça de Henle começa no ponto em que o túbulo contorcido proximal faz a sua última curva descendente. Inicia-se no córtex renal e estende-se para baixo e para dentro da medula renal, onde é chamada ramo descendente da alça de Henle. Em seguida, faz uma curva fechada e retorna para o córtex renal, onde termina no túbulo contorcido distal e é conhecido como ramo ascendente da alça de Henle. Aproximadamente 80 a 85% dos néfrons são néfrons corticais. Seus corpúsculos renais se encontram na parte externa do córtex renal, e têm alças de Henle curtas, que se encontram principalmente no córtex e penetram somente na região externa da medula renal. As alças de Henle curtas são irrigadas por capilares peritubulares que emergem das arteríolas glomerulares eferentes. Os outros 15 a 20% dos néfrons são néfrons justamedulares. Seus corpúsculos renais encontram-se profundamente no córtex, próximo da medula renal, e têm alças de Henle longas que se estendem até a região mais profunda da medula renal. As alças de Henle longas são irrigadas por capilares peritubulares e arteríolas retas que emergem das arteríolas glomerulares eferentes. Além disso, o ramo ascendente da alça de Henle dos néfrons justamedulares consiste em duas partes: uma parte ascendente delgada seguida por uma parte ascendente espessa. O lúmen da parte ascendente fina é o mesmo que em outras áreas do túbulo renal; apenas o epitélio é mais fino. Os néfrons com alça de Henle longa possibilitam que os rins excretem urina muito diluída ou muito concentrada; Julia Franco Fernandes - 2˚ PERÍODO MEDICINA FASA - 2021.2 • ANATOMIA DO SISTEMA GENITURINÁRIO FEMININO - A genitália interna são os órgãos reprodutores femininos que estão localizados dentro da cavidade pélvica. Eles incluem: ˜ VAGINA ~ ÚTERO ˜ TUBAS UTERINAS ˜ OVÁRIOS ˜ VAGINA - A vagina é o órgão genital feminino interno mais externo. Estende-se do útero à vulva ( g e n i t á l i a e x t e r n a ) . F u n c i o n a l m e n t e , possibilita a menstruação, a relação sexual e o parto. A vagina está localizada posteriormente à bexiga e à uretra, e anteriormente ao reto; - É um canal tubular fibromuscular de 10 cm de comprimento, alinhado com a túnica mucosa que se estende do exterior do corpo até o colo do útero; - Ela é o receptáculo para o pênis durante a relação sexual, a saída para o fluxo menstrual e a via de passagem para o parto. Situada entre a bexiga urinária e o reto, a vagina é dirigida superior e posteriormente, onde se insere no útero. Um recesso chamado fórnice da vagina circunda a inserção vaginal ao colo do útero. Quando corretamente inserido, um diafragma contraceptivo se apoia no fórnice, onde é mantido cobrindo o colo do útero; - A vagina é irrigada por ramos da artéria ilíaca interna: as artérias uterina, vaginal e pudenda interna. A drenagem venosa da vagina é realizada pelas veias vaginais, que desembocam nas veias ilíacas internas. A inervação é derivada do: √Plexo hipogástrico inferior, através do plexo uterovaginal - as fibras simpáticas e parassimpáticas são conduzidas pelos nervos toracolombar (T12-L1) e esplâncnico pélvico (S2-S4), respetivamente; √Nervo pudendo através do nervo perineal profundo; - A linfa é drenada da vagina para os linfonodos ilíacos e inguinais superficiais; ˜ ÚTERO - Situado entre a bexiga urinária e o reto, o útero tem o tamanho e o formato de uma pera invertida. Nas mulheres que nunca engravidaram (nuligestas), tem aproximadamente 7,5 cm de comprimento, 5 cm de largura e 2,5 cm de espessura. O útero é maior em mulheres que Julia Franco Fernandes - 2˚ PERÍODO MEDICINA FASA - 2021.2 estiveram grávidas recentemente, e menor (atrofiado) quando os níveis de hormônios sexuais são baixos, como ocorre após a menopausa; - As subdivisões anatômicas do útero incluem (1) uma parte em forma de cúpula superior às tubas uterinas chamada de fundo do útero, (2) uma parte central afilada chamada de corpo do útero e (3) uma parte inferior estreita chamada de colo do útero, que se abre para o interior da vagina. Entre o corpo do útero e o colo do útero está o istmo do útero, uma região de aproximadamente 1 cm de comprimento. O interior do corpo do útero é chamado de cavidade uterina, e o interior do colo do útero é chamado de canal do colo do útero. O canal do colo do útero se abre para a cavidade uterina no óstio histológico interno do útero e na vagina no óstio externo do útero; - Normalmente, o corpo do útero se projeta anterior e superiormente ao longo da bexiga urinária em uma posição chamada anteflexão; - O colo do útero se projeta inferior e posteriormente e penetra na parede anterior da vagina em um ângulo aproximadamente reto; - Vários ligamentos que são extensões do peritônio parietal ou cordões fibromusculares mantêm a posição do útero; - O par de ligamentos largos do útero são pregas duplas de peritônio que fixam o útero em ambos os lados da cavidade pélvica. O par de ligamentos uterossacros, também extensões peritoneais, encontramse em cada lado do reto e ligam o útero ao sacro. Os ligamentos transversos do colo estão localizados inferiormente às bases dos ligamentos largos e se estendem da parede pélvica ao colo do útero e vagina. Os ligamentos redondos são bandas de tecido conjuntivo fibroso entre as camadas do ligamento largo; estendemse de um ponto no útero imediatamente inferior às tubas uterinas até uma parte dos lábios maiores do pudendo da genitália externa. Embora os ligamentos normalmente mantenham a posição de anteflexão do útero, também possibilitam movimentação suficiente de seu corpo útero, de modo que o útero pode tornar- se mal posicionado; - O útero é irrigado principalmente pela artéria uterina, que emerge da artéria ilíaca interna. O ramo superior da artéria uterina supre o corpo e o fundo, enquanto o ramo inferior irriga o colo do útero. O sangue venoso do útero é drenado através do plexo venoso uterino para a veia ilíaca interna; - O útero recebe inervação do plexo hipogástrico inferior através do plexo nervoso uterovaginal, de forma similar à vagina. A drenagem linfática do útero ocorre para os linfonodos lombares, inguinais superficiais, ilíacos (interno e externo) e sacrais. Para entender melhor essas estruturas do sistema genitalfeminino e suas relações, dê uma olhada nos recursos abaixo; - A inclinação posterior do útero, chamada retroflexão, é uma variação inofensiva da posição normal do útero. Muitas vezes não há causa para esta condição, mas ela pode ocorrer após o parto; ˜ TUBAS UTÉRINAS - As tubas uterinas (ou trompas de Falópio) são um par de órgãos musculares que se estendem dos cornos uterinos até aos pólos superiores dos ovários. As trompas de Falópio são o onde habitualmente ocorre a fertilização do óvulo. Elas também transportam o zigoto resultante para o útero para implantação; - As tubas uterinas são órgãos intraperitoneais, revestidos completamente por uma parte do ligamento largo do útero chamada de mesosalpinge. Elas são constituídas por quatro partes principais: √ Infundíbulo - a parte distal da tuba uterina que se abre para a cavidade Julia Franco Fernandes - 2˚ PERÍODO MEDICINA FASA - 2021.2 peritoneal através do óstio abdominal. O infundíbulo contém projeções em formatos de dedos chamadas de fímbrias, que se estendem sobre a superfície medial dos ovários; √ Ampola - é a parte mais longa e mais larga da tuba uterina. É o local mais comum de fertilização; √ Ístmo - é a parte mais estreita da tuba uterina; √ Parte intramural (uterina) - Se comunica diretamente com a cavidade uterina através do óstio uterino. √ Elas se estendem lateralmente através do útero; √ As tubas, que medem aproximadamente 10 cm de comprimento, encontramse no interior das pregas do ligamento largo do útero, fornecendo uma via para os espermatozoides chegarem até o óvulo e transportam os oócitos secundários e óvulos fecundados dos ovários até o útero; √ A parte em forma de funil de cada tuba, chamada de infundíbulo da tuba uterina, está próxima do ovário, mas se abre para a cavidade pélvica. Ela termina em franjas de projeções digitiformes chamadas fímbrias da tuba uterina, que estão ligadas à extremidade lateral do ovário. Do infundíbulo, a tuba uterina se estende m e d i a l m e n t e e , e v e n t u a l m e n t e , inferiormente, e se insere no ângulo lateral superior do útero. A ampola da tuba uterina é a sua parte mais larga e mais longa, constituindo os dois terços laterais do seu comprimento. O istmo da tuba uterina é a parte curta, estreita, mais medial e de paredes espessas, que se une ao útero; √ A tuba uterina recebe suprimento arterial das artérias uterina e ovariana. A primeira é um ramo da artéria ilíaca interna e a segunda emerge da aorta abdominal. A drenagem venosa das tubas uterinas é mediada pelas veias tubárias. Estas drenam para os plexos venosos uterino e pampiniforme; √ A tuba uterina recebe inervação s i m p á t i c a d o p l e x o h i p o g á s t r i c o superior(T10-L2) através do nervo hipogástrico. A inervação parassimpática é proveniente dos nervos esplâncnicos pélvicos e do nervo vago. A linfa é drenada das tubas uterinas para os linfonodos para-aórticos, ilíacos internos e inguinais; ˜ OVÁRIO - Os ovários são semelhantes aos testículos, possuem a mesma origem embrionária; - Os ovários produzem (1) gametas, os oócitos secundários que se desenvolvem em óvulos maduros após a fertilização, e (2) hormônios, incluindo a progesterona e os estrogênios (hormônios sexuais femininos), a inibina e a relaxina; Julia Franco Fernandes - 2˚ PERÍODO MEDICINA FASA - 2021.2 - Cada ovário está localizado na fossa ovariana da pelve verdadeira, adjacentes ao útero e inferior às tubas uterinas. O ovário contém quatro superfícies (anterior, posterior, medial e lateral) e dois polos (superior e inferior). É sustentado em sua posição por vários pares de ligamentos: ligamento suspensor do ovário, ligamento ovariano próprio (ligamento do ovário) e mesovário; - Os ovários, um em cada lado do útero, descem até a margem da parte superior da cavidade pélvica durante o terceiro mês de desenvolvimento; - Vários ligamentos os prendem em sua posição. O ligamento largo do útero, que é uma prega do peritônio parietal, se insere aos ovários por uma dobra de duas camadas de peritônio chamada de mesovário. O ligamento úteroovárico ancora os ovários no útero, e o ligamento suspensor do ovário os insere na parede pélvica. Cada ovário contém um hilo, o ponto de entrada e saída para os vasos sanguíneos e nervos com os quais o mesovário está ligado; - Os ovários recebem seu suprimento arterial das artérias ovarianas, que emergem da aorta abdominal. Esses vasos sanguíneos alcançam as gônadas percorrendo um trajeto dentro dos ligamentos suspensores; - O sangue venoso dos ovários é drenado pelo plexo pampiniforme. Essas veias posteriormente se fundem para formar as veias ovarianas. A veia ovariana direita drena para a veia cava inferior, enquanto a veia ovariana esquerda drena para a veia renal esquerda; - Os ovários são inervados pelo plexo nervoso ovariano, que recebe fibras dos plexos aórtico, renal e hipogástrico (superior e inferior). Fibras simpáticas são provenientes dos nervos esplâncnicos menores (T10-T11). A inervação parassimpática vem dos nervos esplâncnicos pélvicos (S2-S4). Os linfonodos lombares são responsáveis pela drenagem linfática dos ovários; ˜ PUDENDO FEMININO - O pudendo feminino são os órgãos genitais externos femininos; - Anteriormente às aberturas vaginal e uretral está o monte do púbis, uma elevação de tecido adiposo recoberta por pele e pelos pubianos grossos que acolchoam a sínfise púbica; - Do monte do púbis, duas pregas de pele longitudinais, os lábios maiores do pudendo, se estendem inferiormente e posteriormente. Os lábios maiores do pudendo são recobertos por pelos pubianos e contêm tecido adiposo, glândulas sebáceas e glândulas sudoríferas apócrinas. Eles são homólogos ao escroto; Julia Franco Fernandes - 2˚ PERÍODO MEDICINA FASA - 2021.2 - Medialmente aos lábios maiores do pudendo estão duas pregas de pele menores chamadas lábios menores do pudendo. Ao contrário dos lábios maiores do pudendo, os lábios menores do pudendo são desprovidos de pelos pubianos e gordura e têm poucas glândulas sudoríferas, mas contêm muitas glândulas sebáceas. Os lábios menores do pudendo são homólogos à parte esponjosa (peniana) da uretra; - O clitóris é uma pequena massa cilíndrica composta por dois pequenos corpos eréteis, os corpos cavernosos, e diversos nervos e vasos sanguíneos. O clitóris está localizado na junção anterior dos lábios menores do pudendo. Uma camada de pele chamada prepúcio do clitóris é formada no ponto em que os lábios menores do pudendo se unem e recobrem o corpo do clitóris. A parte exposta do clitóris é a glande do clitóris. O clitóris é homólogo à glande nos homens. Como a estrutura do sexo masculino, o clitóris é capaz de aumentar de tamanho à estimulação tátil e tem um papel na excitação sexual da mulher; - A região entre os lábios menores do pudendo é o vestíbulo da vagina. No interior do vestíbulo estão o hímen (se ainda existir), o óstio da vagina, o óstio externo da uretra e as aberturas dos ductos de várias glândulas. O vestíbulo da vagina é homólogo à parte membranácea da uretra nos homens. O óstio da vagina, a abertura da vagina para o exterior, ocupa a maior parte do vestíbulo e é limitada pelo hímen. Anteriormente ao óstio da vagina e posteriormente ao clitóris está o óstio externo da uretra, a abertura da uretra para o exterior. Em ambos os lados do óstio externo da uretra estão aberturas dos ductos das glândulas parauretrais. Estas glândulas secretam muco e estão embutidas na parede da uretra. As glândulas parauretrais são homólogasà próstata. Em ambos os lados do óstio da vagina propriamente dito estão as glândulas vestibulares maiores, que se abrem por ductos em um sulco entre o hímen e os lábios menores do pudendo. Elas produzem algum muco durante a excitação sexual e as relações sexuais, que contribui para o muco cervical e fornece lubrificação. As glândulas vestibulares maiores são homólogas às glândulas bulbouretrais nos homens. Várias glândulas vestibulares menores também se abrem para o vestíbulo da vagina; - O bulbo do vestíbulo consiste em duas massas alongadas de tecido erétil imediatamente profundas aos lábios de cada lado do óstio da vagina. O bulbo do vestíbulo fica cheio de sangue durante a excitação sexual, estreitando o óstio da vagina e colocando pressão sobre o pênis durante a relação sexual. O bulbo do vestíbulo é homólogo ao corpo esponjoso e bulbo do pênis nos homens; ˜ PERÍNEO - O períneo é uma área em formato de diamante medial às coxas e nádegas tanto no sexo masculino quanto feminino; - Ele contém os órgãos genitais externos e o ânus; - O períneo é limitado anteriormente pela sínfise púbica, lateralmente pelas tuberosidades isquiáticas e posteriormente pelo cóccix; - Uma linha transversal traçada entre as tuberosidades isquiáticas divide o períneo em uma região urogenital anterior que contém os órgãos genitais externos e uma região anal posterior que contém o ânus; Julia Franco Fernandes - 2˚ PERÍODO MEDICINA FASA - 2021.2 • ANATOMIA DO SISTEMA GENITURINÁRIO MASCULINO √ As estruturas do sistema genital masculino podem ser classificadas em bases funcionais como segue: - Órgãos sexuais primários: Os órgãos sexuais p r i m á r i o s s ã o c h a m a d o s d e g ô n a d a s ; especificamente, os testículos no homem. As gônadas produzem os gametas, ou espermatozóides, e produzem e secretam hormônios sexuais. A secreção dos hormônios sexuais masculinos, chamados andrógenos, nas idades adequadas e em quantidades suficientes causam o desenvolvimento dos órgãos sexuais secundários e a manifestação dos caracteres sexuais secundários; - Órgãos sexuais secundários: Os órgãos sexuais secundários são aquelas estruturas essenciais para o transporte do espermatozóide. As três categorias de órgãos sexuais secundários s ã o : o s d u c t o s q u e t r a n s p o r t a m o s espermatozóides, as glândulas acessórias e o órgão da cópula. Os ductos que transportam os espermatozóides incluem os epidídimos, os ductos deferentes, os ductos ejaculatórios e a uretra. As glândulas genitais acessórias masculinas são glândulas seminais, a próstata e as glândulas bulbouretrais. O pênis que contém tecido erétil é o órgão da cópula. O escroto é uma bolsa de pele que inclui e protege os testículos; - Os caracteres sexuais secundários não são essenciais para o processo da reprodução mas, geralmente, são considerados atrativos sexuais. No homem, incluem o físico, os pelos do corpo e o tom da voz; - O períneo é uma região em forma de losango situada entre a sínfise púbica e o cóccix. É uma região muscular na abertura inferior da pelve. O períneo é dividido em um trígono urogenital, anterior e um trígono anal, posterior. No períneo masculino, o pênis e o escroto estão situados na porção anterior do trígono urogenital e o ânus está localizado no interior da porção posterior do trígono anal; - O escroto, semelhante a uma bolsa, está suspenso imediatamente atrás da base do pênis. As funções do escroto são: sustentar e proteger os testículos e controlar suas posições relativas na região pélvica do corpo. A frouxa e textura da pele do escroto no homem adulto é coberta com pelos esparsos e de coloração mais escura que a maior parte da pele de outras partes do corpo. Também contém numerosas glândulas sebáceas. O aspecto externo do escroto varia em momentos diferentes no mesmo indivíduo como resultado da contração e relaxamento dos músculos escrotais. O dartos é uma camada de fibras musculares lisas da tela subcutânea do escroto. O cremaster é um pequeno feixe de fibras musculares esqueléticas que se estende pelo funículo espermático, um tubo de fáscia que também inclui o ducto deferente, os vasos testiculares e nervos. O dartos e o cre-master contraem involuntariamente nas temperaturas baixas para aproximar os testículos da temperatura mais aquecida do corpo na região pélvica. O músculo cremaster é uma continuação do músculo oblíquo interno do abdome da parede abdominal do qual deriva quando os testículos descem para o escroto. Como é um músculo esquelético, também pode ser contraído voluntariamente. Quando os músculos escrotais se contraem, o escroto aparece firmemente enrugado e os testículos são puxados mais próximo do calor da parede do corpo. Altas temperaturas relaxam os músculos dartos e cremaster e os testículos ficam suspensos na parte inferior do escroto relaxado. A temperatura dos testículos se mantém aproximadamente em 35°C, ou Julia Franco Fernandes - 2˚ PERÍODO MEDICINA FASA - 2021.2 aproximadamente 1,5°C abaixo da temperatura normal do corpo, através da contração ou relaxamento dos músculos escrotais. Essa temperatura é a ótima para a produção e armazenamento de espermatozóides. O escroto é subdividido em dois compartimentos longitudinais pelo fibroso septo do escroto. O objetivo desse septo do escroto é colocar cada testículo em compartimentos separados de maneira que a infecção de um lado, geralmente, não afete o outro lado. Além disso, o testículo esquerdo está geralmente suspenso mais baixo no escroto que o direito de forma que os dois não possam ser comprimidos conjuntamente. O local do septo do escroto é visível na superfície do escroto ao longo de um sulco longitudinal mediano chamada rafe do períneo. A rafe do períneo se estende para diante subjacente ao pênis e para trás na direção do óstio anal. A irrigação sanguínea e a inervação do escroto são extensas. As artérias que servem o escroto são a pudenda interna, ramo da artéria ilíaca interna, a pudenda externa, ramo da artéria femoral, e a cremastérica, ramo da artéria epigástrica inferior. A drenagem venosa segue um padrão semelhante ao das artérias. Os nervos escrotais são principalmente sensitivos; incluem os nervos pudendos, os nervos ílio-inguinais e os nervos cutâneos femorais posteriores; - Embora a infertilidade masculina não seja comum, pode resultar na exposição dos testículos a temperaturas excessivamente altas por um período de tempo extenso. Banhos quentes ou saunas frequentes podem destruir espermatozóides em tal extensão que a quantidade de espermatozóides fica muito baixa para capacitar a fertilização; - Os testículos são órgãos pares, esbranquiçados e ovóides, com aproximadamente 4 cm de comprimento e 2,5 cm de diâmetro. Cada testículo pesa entre 10 e 14 g. Duas camadas de tecidos, ou túnicas, cobrem os testículos. A externa túnica vaginal é um saco seroso fino derivada do peritônio durante a descida do testículo. A túnica albugínea é uma membrana fibrosa e dura que encapsula diretamente cada testículo. Expansões fibrosas internas da túnica albugínea dividem o testículo em 250 a 300 lóbulos do testículo em forma de cunhas. Cada lóbulo do testículo contém túbulos seminíferos firmemente enrolados que podem exceder 70 cm de comprimento se forem desenrolados. Os túbulos seminíferos são as unidades funcionais do testículo porque é neles que ocorre a espermatogênese, a produção de espermatozóides. Espermatozóides são produzidos aos milhares por segundo – mais de 100 milhões por dia – ao longo da vida de um homem saudável, sexualmente maduro. Formando as paredes dos túbulos seminíferos estão as células de sustentação (Sertoli) (também chamadas célulasnutridoras ou sustentaculares) que produzem e secretam nutrientes para os espermatozóides em desenvolvimento situados entre elas. Os espermatozóides são formados, mas não estão completamente amadurecidos até que alcancem o lume de um túbulo seminífero. Entre os túbulos seminíferos encontram-se células endócrinas Julia Franco Fernandes - 2˚ PERÍODO MEDICINA FASA - 2021.2 especializadas chamadas células intersticiais (células de Leydig). A função dessas células é produzir e secretar os hormônios sexuais masculinos. Os testículos são considerados glândulas mistas exócrinas e endócrinas porque produzem espermatozóides e andrógenos. Uma vez produzidos, os espermatozóides movem-se pelos túbulos seminíferos e entram em uma rede de túbulos chamada rede do testículo para maturação complementar. Cílios estão localizados em algumas das células da rede do testículo. Os espermatozóides são transportados para fora do testículo e para o interior do epidídimo através de uma série de ductos eferentes do testículo. Nos ductos espermáticos, os espermatozóides podem permanecer férteis durante vários meses, em um estado de animação latente. Se eles não forem ejaculados, degeneram e são absorvidos pelo sangue. Os testículos recebem sangue através das artérias testiculares que se originam na parte abdominal da aorta imediatamente abaixo da origem das artérias renais. As veias testiculares drenam os testículos. A veia testicular do lado direito entra diretamente na veia cava inferior, enquanto a veia testicular do lado esquerdo se abre na veia renal esquerda. Os nervos testiculares inervam os testículos com neurônios motores e sensitivos que se originam do décimo segmento torácico da medula espinal. A inervação motora é feita principalmente através de neurônios simpáticos, mas existe uma limitada estimulação parassimpática também; - Espermatozóide: consiste em uma cabeça oval e um flagelo alongado. Embora na cabeça de um espermatozóide falte mitocôndrias, contém um núcleo com 23 cromossomos. A extremidade da cabeça, chamada acrossomo, contém enzimas que ajudam o espermatozóide a penetrar no óvulo. O corpo do flagelo contém numerosas mitocôndrias espiraladas ao redor da parte central filamentosa. A mitocôndria supre a energia necessária para a locomoção. O flagelo impulsiona o espermatozóide com movimentos em chicotes. O deslocamento máximo, isoladamente, do espermatozóide é de aproximadamente 3 mm por hora; - Os ductos espermáticos armazenam espermatozóides e os transportam dos testículos para a uretra. As glândulas genitais acessórias fornecem aditivos aos espermatozóides na formação do sêmen; - O epidídimo é um órgão alongado fixo na margem posterior do testículo. Se fosse desenrolado, mediria 5,5 m. A porção da cauda tubular altamente encaracolada contém espermatozóides em suas fases finais de maturação. A porção superior dilatada é a cabeça, e a seção média cônica é o corpo. A cauda é contínua com a porção inicial do ducto deferente; ambos armazenam os espermatozóides que serão liberados durante a ejaculação. O tempo necessário para produzir espermatozóides maduros – desde a meiose nos túbulos seminíferos ao armazenamento no ducto deferente – é de aproximadamente 2 meses; - O ducto deferente é um tubo fibromuscular com aproximadamente 45 cm de comprimento e 2,5 mm de espessura que conduz espermatozóides do epidídimo para o ducto ejaculatório. Também chamado de vas deferens, emerge do escroto e ascende ao longo da margem posterior do testículo. Daqui, penetra no canal inguinal, entra na cavidade pélvica e passa ao lado da bexiga urinária pelo lado medial do ureter. A ampola do ducto deferente é a porção terminal que continua como ducto ejaculatório. A estrutura histológica do ducto deferente inclui uma camada de epitélio pseudo-estratificado colunar ciliado em contato com o lume tubular e envolvido por três camadas de músculo liso firmemente aderidas. Nervos simpáticos do plexo pélvico inervam o ducto deferente. A estimulação por esses nervos causa contrações peristálticas da túnica muscular, que impulsionam os espermatozóides armazenados em direção do ducto ejaculatório. A maior parte do ducto deferente está localizada no interior de uma estrutura conhecida como funículo espermático. O funículo espermático se estende do testículo ao canal inguinal e consiste em ducto deferente, artéria testicular, plexo venoso, nervos, músculo cremaster, vasos linfáticos e tec.conjuntivo. A porção do funículo espermático que passa anterior ao osso púbis pode ser palpada facilmente. O canal inguinal é uma passagem para o funículo espermático através da parede abdominal; é potencialmente uma área fraca e um local comum para desenvolvimento de uma hérnia; - O ducto ejaculatório tem aproximadamente 2 cm de comprimento e é formado pela união da ampola do ducto deferente com o ducto da glândula seminal. O ducto ejaculatório perfura a cápsula da próstata em sua face posterior e continua através do interior dessa glândula. Ambos os ductos ejaculatórios recebem as secreções das glândulas seminais para então ejetar os espermatozóides com seus aditivos na uretra Julia Franco Fernandes - 2˚ PERÍODO MEDICINA FASA - 2021.2 prostática onde se misturam com as secreções da próstata. A uretra, analisada resumidamente, serve como uma passagem para o sêmen e a urina. É o ducto terminal do sistema de ductos masculinos. - Glândulas genitais acessórias: As glândulas seminais formam um par, cada uma delas com aproximadamente 5 cm de comprimento, e são glândulas enoveladas que se colocam na base da bexiga urinária, na frente do reto. Elas secretam uma substância viscosa, ligeiramente alcalina, amarelada que contribui para a mobilidade e viabilidade dos espermatozóides. A secreção das glândulas seminais contém uma variedade de nutrientes, inclusive frutose que proporciona uma fonte de energia aos espermatozóides. Também contém ácido cítrico, proteínas de coagulação e prostaglandinas. A descarga das glândulas seminais constituem mais de 60% do volume do sêmen. Histologicamente, a glândula seminal tem uma extensa camada mucosa encaracolada. Essa camada divide o lume em numerosos espaços intercomunicantes que estão revestidos por epitélios secretores pseudo- estratificado colunar e cúbico (referido como epitélio glandular). O sangue é fornecido às glândulas seminais pelos ramos das artérias retais médias. As glândulas seminais são inervadas por neurônios simpáticos e parassimpáticos. O estímulo simpático provoca o esvaziamento do conteúdo das glândulas seminais nos ductos ejaculatórios dos seus respectivos lados; - A próstata é firme, do tamanho e da forma de uma castanha. Tem aproximadamente 4 cm de largura e 3 cm de espessura, encontra-se imediatamente debaixo da bexiga urinária onde envolve a porção inicial da uretra. A próstata é recoberta por uma cápsula fibrosa e está dividida em lobos formados pela uretra e ductos ejaculatórios que se estendem através da glândula. Os ductos dos lobos se abrem na uretra. Extensos feixes de músculo liso situam-se ao longo da próstata para formar uma malha que sustenta o tecido glandular. A contração do músculo liso expele o conteúdo da glândula e fornece parte da força de propulsão necessária à ejaculação do sêmen. A fina secreção prostática da cor de leite ajuda a motilidade dos espermatozóides como agente de liquefação, e sua alcalinidade protege o esperma em sua passagem pelo meio ácido da vagina da mulher. A próstata também secreta a enzima fosfatase ácida, que com freqüência é medida clinicamente para avaliar a função prostática. A descarga da próstata ocupa aproximadamente mais de 40% do volume do sêmen. Ramos visceraisdas artérias retais média e inferior suprem a próstata com sangue. O retorno venoso forma o plexo venoso prostático, juntamente com sangue que drena o pênis. O plexo prostático drena nas veias ilíacas internas. A próstata tem inervação simpática e parassimpática originária do plexo pélvico; - As glândulas bulbouretrais (de Cowper), que formam um par do tamanho de ervilhas, estão localizadas debaixo da próstata. Cada glândula bulbouretral tem aproximadamente 1 cm de diâmetro e drenam na uretra através de um ducto de 2,5 cm. Durante a estimulação sexual e antes da ejaculação, as glândulas bulbouretrais são estimuladas a secretar uma substância mucóide que cobre o revestimento da uretra para neutralizar o pH da urina residual. Também lubrifica a extremidade do pênis em preparação para o coito; - O pênis, quando distendido, serve como órgão da cópula do sistema genital masculino. O pênis e o escroto que estão suspensos no períneo constituem os genitais externos do homem. Sob a influência da excitação sexual, o pênis se torna ingurgitado com sangue. Esse ingurgitamento resulta do enchimento por sangue de intrincados seios ou espaços no tecido erétil do pênis. O pênis é dividido em uma raiz proximal, fixa ao arco pú-bico; um corpo tubular alongado; e uma parte distal em forma de cone, a glande do pênis. A raiz do pênis se expande posteriormente para formar o bulbo do pênis e os ramos do pênis. O bulbo está posicionado no trígono urogenital do períneo, onde está fixo à face inferior do diafragma urogenital e está envolvido pelo músculo bulboesponjoso. Os ramos, por sua vez, prendem a raiz do pênis ao ramo isquiopúbico e à membrana do períneo. Os ramos, que são superiores ao bulbo, estão envolvidos pelos músculos isquiocavernosos. O corpo do pênis é composto de três colunas cilíndricas de tecido erétil, que são mantidas juntas através de tecido fibroso e recobertas por pele. O par de massas posicionado dorsalmente chamam-se corpos cavernosos do pênis. O tecido fibroso entre os dois corpos forma o septo do pênis. O corpo esponjoso do pênis é ventral aos outros dois e envolve a uretra esponjosa. O pênis está flácido quando o tecido semelhante a esponja não estiver cheio de sangue. No homem sexualmente excitado, torna-se firme e ereto como as colunas de tecido erétil preenchidas com sangue. Lesões Julia Franco Fernandes - 2˚ PERÍODO MEDICINA FASA - 2021.2 da uretra são mais comuns em homens do que em mulheres por causa da posição da uretra no pênis. “Lesões por compressão”, nas quais a uretra e o pênis são fortemente comprimidos entre uma superfície dura e o arco púbico, podem romper a uretra. A glande do pênis é a porção terminal do pênis em forma de cone, a qual é formada pela ampliação do corpo esponjoso. A abertura da uretra na extremidade da glande do pênis é chamada de óstio externo da uretra. A coroa da glande é a proeminente saliência posterior da glande do pênis. Na face inferior da glande do pênis, uma prega vertical de tecido chamada frênulo do prepúcio prende a pele que cobre o pênis na glande do pênis. Na pele que cobre o pênis faltam pelos e células adiposas, e é geralmente mais pigmentada que o resto da pele do corpo. A pele do corpo do pênis está frouxamente ligada e contínua sobre a glande do pênis como uma bainha retrátil protetora chamada prepúcio do pênis. O prepúcio do pênis é comumente removido em uma criança no terceiro ou quarto dia depois do nascimento, ou no oitavo dia como parte de um rito religioso judeu. Esse procedimento é chamado de circuncisão. Em cada lado, o pênis é suprido com sangue através da artéria pudenda externa superficial ramo da artéria femoral e da artéria pudenda interna, ramo da artéria ilíaca interna. O retorno venoso se faz através da veia dorsal superficial do pênis, que se abre na veia safena magna na coxa, e através da veia mediana profunda, que desemboca no plexo prostático. O pênis tem muitos receptores táteis sensitivos, especialmente na glande do pênis, tornando-o um órgão altamente sensível. Além disso, o pênis tem extensa inervação motora simpática e parassimpática; - A uretra masculina serve como um tubo comum para os sistemas urinário e genital. Contudo, urina e sêmen não podem passar simultaneamente porque o reflexo nervoso durante a ejaculação inibe automaticamente a micção. A uretra masculina tem aproximadamente 20 cm de comprimento, em forma de S por causa da forma do pênis. Ela é dividida em três regiões que serão revisadas resumidamente aqui. 1. A parte prostática da uretra é os 2,5 cm da porção inicial que atravessa a próstata. A uretra prostática recebe a drenagem dos pequenos ductos da próstata e dos dois ductos ejaculatórios; 2. A parte membranácea da uretra corresponde ao 0,5 cm da porção que atravessa o diafragma urogenital. O músculo esfíncter externo da uretra está localizado nessa região; 3. A parte esponjosa da uretra é a porção mais longa, estendendo-se da margem externa do diafragma urogenital ao óstio externo da uretra na glande do pênis. Com aproximadamente 15cm de comprimento, essa porção é envolvida por tecido erétil quando passa através do corpo esponjoso do pênis. O par de ductos das glândulas bulbouretrais abrem-se na parte esponjosa d a u r e t r a , p r ó x i m o a o d i a f r a g m a urogenital; - A parede da uretra tem um revestimento interno de túnica mucosa composto de epitélio de transição e é envolvida por uma camada relativamente espessa de tecido muscular liso chamada túnica muscular. Glândulas uretrais especializadas, incrustadas na parede da uretra, secretam muco no lume da uretra. • ANATOMIA DOS MÚSCULOS E OSSOS: • Braço: o braço estende-se do ombro até o cotovelo. Dois tipos de movimento ocorrem entre o braço e o antebraço, na articulação do cotovelo: flexão-extensão e pronação-supinação. Os músculos que realizam esses movimentos são claramente divididos em grupos anterior (flexor) e posterior (extensor). A ação principal dos dois grupos é na articulação do cotovelo, mas alguns músculos também atuam na articulação do ombro. Dos quatro músculos do braço, três flexores (bíceps braquial, braquial e coracobraquial) estão no compartimento anterior do braço e são inervados pelo nervo musculocutâneo, e um extensor (tríceps braquial) está no compartimento posterior do braço, inervado pelo nervo radial. Um pequeno músculo triangular, na face posterior do cotovelo, o músculo ancôneo, cobre a face posterior da ulna proximalmente; O músculo bíceps braquial tem duas cabeças: uma cabeça longa e uma cabeça curta. Uma faixa larga, o ligamento transverso do úmero, passa do tubérculo menor para o tubérculo maior do úmero e converte o sulco intertubercular em um canal para o tendão da cabeça longa do músculo bíceps braquial. Quando o cotovelo está estendido, o músculo bíceps braquial é um flexor simples do antebraço; contudo, quando a flexão do cotovelo aproxima-se de 90° e mais força é necessária, o Julia Franco Fernandes - 2˚ PERÍODO MEDICINA FASA - 2021.2 músculo bíceps braquial com o antebraço em supinação produz flexão, mas, com o antebraço em pronação, o músculo bíceps braquial é o principal supinador do antebraço. Uma faixa membranácea triangular, a aponeurose do músculo bíceps braquial, parte do tendão do músculo bíceps braquial, atravessa a fossa cubital e funde-se com a fáscia do antebraço (muscular), cobrindo os músculos flexores no lado medial do antebraço; O músculo braquial, um músculo fusiforme e achatado, situa-se posteriormente (profundamente) ao músculo bíceps braquial. É o único flexor puro, responsável pela produção da maior parte da força de flexão. O músculo braquial flete o antebraço em todas as posiçõese durante movimentos lentos e rápidos. Quando o antebraço é estendido lentamente, o músculo braquial estabiliza o movimento relaxando-se vagarosamente; O músculo coracobraquial, alongado e situado na parte superomedial do braço, é um ponto de referência útil para a localização de outras estruturas no braço. O nervo musculocutâneo perfura o músculo, e a parte distal de sua fixação indica o local do forame nutrício do úmero. O músculo coracobraquial ajuda a fletir e abduzir o braço e a estabilizar a articulação do ombro; O músculo tríceps braquial é um músculo grande e fusiforme, situado no compartimento posterior do braço, que se origina pelas cabeças longa, curta (lateral) e medial. O músculo tríceps braquial é o principal extensor do cotovelo. Como sua cabeça longa cruza a articulação do ombro, ele ajuda a estabilizar a articulação do ombro aduzida, servindo como um músculo de ação direcional, resistindo ao deslocamento inferior da cabeça do úmero juntamente com os músculos deltoide e coracobraquial. Imediatamente proximal à fixação distal do músculo tríceps braquial encontra-se uma bolsa subtendínea do músculo tríceps braquial, entre o tendão do músculo tríceps braquial e o olécrano. O músculo ancôneo ajuda o músculo tríceps braquial a estender o antebraço e também a abduzir a ulna durante a pronação do antebraço. •Antebraço: o antebraço situa-se entre o cotovelo e o punho e contém dois ossos, o rádio e a ulna, que são unidos pela membrana interóssea do antebraço. A função do movimento do antebraço, que ocorre nas articulações do cotovelo e radiulnar, é auxiliar o ombro na aplicação de força e no controle da posição da mão no espaço. Os tendões dos músculos do antebraço passam pela parte distal do antebraço e continuam até o punho, a mão e os dedos da mão. Os músculos flexores e pronadores do antebraço estão situados no compartimento anterior do antebraço e são inervados, principalmente, pelo nervo mediano; algumas exceções são supridas pelo nervo ulnar. Os músculos extensores e supinadores do antebraço estão no compartimento posterior do antebraço e são todos inervados pelo nervo radial. Os músculos encontram-se no compartimento anterior do antebraço. Os tendões da maioria dos músculos flexores passam através da face anterior do punho e são mantidos na posição pelo ligamento carpal palmar e pelo retináculo dos músculos flexores, espessamentos da fáscia do antebraço. Os músculos flexores estão organizados em três camadas ou grupos: - Uma camada ou grupo superficial de quatro músculos: pronador redondo, flexor radial do carpo, palmar longo e flexor ulnar do carpo (FUC). A fixação proximal de todos esses músculos é feita por um tendão flexor comum no epicôndilo medial do úmero, a origem comum dos músculos flexores; - Uma camada ou grupo intermediário, que consiste em um músculo: flexor superficial dos dedos (FSD); - Uma camada ou grupo profundo de três músculos: flexor profundo dos dedos (FPD), flexor longo do polegar (FLP) e pronador quadrado. Julia Franco Fernandes - 2˚ PERÍODO MEDICINA FASA - 2021.2 Os cinco músculos, superficiais e intermediário, cruzam a articulação do cotovelo; os três músculos profundos, não. Funcionalmente, o músculo braquiorradial é um flexor do antebraço, mas está localizado no compartimento posterior do antebraço (extensor) e é, assim, suprido pelo nervo radial. Portanto, esse músculo é uma importante exceção à regra de que o nervo radial supre apenas os músculos extensores e que todos os flexores se situam no compartimento anterior do antebraço. Os músculos flexores longos dos dedos (FSD e FPD) também fletem as articulações metacarpofalângicas e radiocarpal. O músculo flexor profundo dos dedos flete os dedos em ação lenta; essa ação é reforçada pelo músculo flexor superficial dos dedos quando são necessárias velocidade e flexão contra resistência. Quando a articulação radiocarpal é fletida ao mesmo tempo que as articulações metacarpofalângicas e interfalângicas são fletidas, os músculos flexores longos dos dedos estão operando com uma distância reduzida entre as fixações, e consequentemente a ação resultante de suas contrações é mais fraca. A extensão da articulação radiocarpal aumenta sua distância de operação, e, assim, a contração torna-se mais eficiente para produzir uma preensão forte. Os tendões dos músculos flexores longos dos dedos passam pela parte distal do antebraço, punho e palma e continuam até os quatro dedos mediais. O músculo flexor superficial dos dedos flete as falanges médias; o músculo flexor profundo dos dedos flete as falanges distais; O músculo pronador quadrado é o agonista para a pronação. Ele inicia a pronação e é auxiliado pelo músculo pronador redondo quando mais velocidade e força são necessárias. O músculo pronador quadrado também ajuda a membrana interóssea do antebraço a manter o rádio e a ulna unidos, especialmente quando golpes (forças) para cima são transmitidos através do punho (p. ex., durante a queda sobre a mão); Os músculos extensores estão no compartimento posterior do antebraço (extensor-supinador) e todos são inervados por ramos do nervo radial. Os músculos extensores podem ser organizados em três grupos funcionais: •Músculos que estendem e abduzem ou aduzem a mão na articulação radiocarpal: extensor radial longo do carpo, extensor radial curto do carpo e extensor ulnar do carpo •Músculos que estendem os quatro dedos mediais: extensor dos dedos, extensor do indicador e extensor do dedo mínimo •Músculos que estendem ou abduzem o polegar: abdutor longo do polegar (ALP), extensor curto do polegar (ECP) e extensor longo do polegar (ELP). Os tendões dos músculos extensores são mantidos no lugar, na região do punho, pelo retináculo dos músculos extensores, que impede o fenômeno de “corda de arco” dos tendões quando a mão é estendida na articulação radiocarpal. Quando os tendões passam sobre a região carpal dorsal, eles são revestidos por bainhas tendíneas sinoviais, que reduzem o atrito para os tendões dos músculos extensores enquanto atravessam os túneis osteofibrosos formados pela fixação do retináculo dos músculos extensores na parte distal do rádio e da ulna. Os músculos extensores estão organizados anatomicamente em camadas superficial e profunda. Quatro músculos extensores superficiais (extensor radial curto do carpo, extensor dos dedos, extensor do dedo mínimo e extensor ulnar do carpo) são fixados proximalmente por um tendão comum dos músculos extensores no epicôndilo lateral. A fixação proximal dos outros dois músculos extensores superficiais (braquiorradial e extensor r a d i a l l o n g o d o c a r p o ) é n a c r i s t a supraepicondilar lateral do úmero e no septo intermuscular lateral do braço adjacente. Os quatro tendões planos do músculo extensor dos dedos passam profundamente ao retináculo dos músculos extensores, até os quatro dedos mediais. Julia Franco Fernandes - 2˚ PERÍODO MEDICINA FASA - 2021.2 Os tendões comuns dos dedos indicador e mínimo são unidos nas suas faces mediais, próximo das articulações metacarpofalângicas, pelos respectivos tendões dos músculos extensor do i n d i c a d o r e e x t e n s o r d o d e d o m í n i m o , respectivamente. O tendão do músculo extensor do indicador se une aos tendões do músculo extensor dos dedos para passar profundamente ao retináculo dos músculos extensores, por meio da bainha dos tendões dos músculos extensor dos dedos e extensor do indicador (bainha sinovial comum dos extensores). No dorso da mão, os tendões do músculo extensor dos dedos abrem-se em leque à medida que seguem em direção aos dedos. Os tendões adjacentes são unidos na região proximal às articulaçõesmetacarpofalângicas por três conexões intertendíneas oblíquas que restringem a extensão independente dos quatro dedos mediais. Assim, normalmente, nenhum desses dedos pode permanecer em flexão completa enquanto os outros estão em extensão completa. Nas extremidades distais dos metacarpais e ao longo das falanges dos quatro dedos mediais, os quatro tendões do músculo extensor dos dedos se achatam para formar as expansões extensoras. Cada expansão extensora (expansão ou capuz dorsal) é uma aponeurose tendínea triangular que envolve o dorso e as laterais de uma cabeça do osso metacarpal e a base da falange proximal. O “capuz”, semelhante a uma viseira, formado pela expansão extensora sobre a cabeça do osso metacarpal, está fixado de cada lado ao ligamento palmar (uma parte espessa da membrana fibrosa da cápsula articular das articulações metacarpofalângicas). Na formação da expansão extensora, cada tendão do músculo extensor dos dedos se divide em uma faixa mediana, que segue até a base da falange média, e em duas faixas laterais, que seguem até a base da falange distal. Os tendões dos músculos interósseos e lumbricais da mão se unem às faixas laterais da expansão extensora. O “ligamento retinacular” é uma faixa fibrosa delicada que segue obliquamente da falange proximal e da bainha fibrosa digital através da f a l a n g e m é d i a e d e d u a s a r t i c u l a ç õ e s interfalângicas (Figura 6.36B). Durante a flexão da articulação interfalângica distal, o “ligamento retinacular” torna-se tenso. O “ligamento retinacular” tenso traciona a articulação interfalângica proximal durante a flexão. De modo semelhante, na extensão da articulação proximal, a articulação distal é tracionada pelo “ligamento retinacular” até quase a extensão completa. Os músculos extensores profundos do antebraço (abdutor longo do polegar [ALP], extensor curto do polegar [ECP] e extensor longo do polegar) agem sobre o polegar. O músculo extensor do indicador confere independência ao dedo indicador, visto que o músculo pode agir sozinho ou em conjunto com o m. extensor dos dedos para estender o dedo indicador. Os três músculos que agem sobre o polegar (abdutor longo do polegar, extensor curto do polegar e extensor longo do polegar) situam-se profundamente aos extensores superficiais e emergem (“surgem”) de um sulco, na parte lateral do antebraço, que divide os músculos extensores. Por causa dessa característica são chamados de músculos emergentes (“salientes”) do polegar. Os tendões dos músculos abdutor longo do polegar e extensor curto do polegar limitam a tabaqueira anatômica lateralmente, e o tendão do extensor longo do polegar a limita medialmente. A tabaqueira anatômica é visível como uma depressão triangular durante a extensão total do polegar; isso puxa os tendões dos músculos abdutor longo do polegar, extensor curto do polegar e extensor longo do polegar para cima e produz uma concavidade entre eles. • Mão: - Músculos tenares no compartimento tenar: abdutor curto do polegar, flexor curto do polegar e oponente do polegar; - Músculos hipotenares no compartimento hipotenar: abdutor do dedo mínimo, flexor curto do dedo mínimo e oponente do dedo mínimo; - Músculo adutor do polegar no compartimento adutor; - Músculos curtos da mão, os lumbricais, no compartimento central, com os tendões flexores longos; - Músculos interósseos que se situam em compartimentos interósseos separados, entre os ossos metacarpais; Julia Franco Fernandes - 2˚ PERÍODO MEDICINA FASA - 2021.2 • Perna: Enquanto os músculos do membro superior são caracterizados pela versatilidade dos movimentos, os músculos dos membros inferiores atuam na estabilidade, na locomoção e na manutenção da postura. Além disso, os músculos dos membros inferiores muitas vezes cruzam duas articulações e atuam igualmente nas duas. A maioria dos músculos que movimenta o fêmur se origina no cíngulo do membro inferior e se insere no fêmur. Os músculos psoas maior e ilíaco compartilham uma inserção comum (trocanter menor do fêmur) e são coletivamente conhecidos como músculo iliopsoas. Há três músculos glúteos: glúteo máximo, glúteo médio e glúteo mínimo. O músculo glúteo máximo é o maior e mais pesado dos três, além de ser um dos maiores do corpo e o principal extensor do fêmur. Na sua ação muscular reversa (AMR), é um potente extensor do tronco na articulação do quadril. Em geral, o músculo glúteo médio é mais profundo ao M. glúteo máximo e um poderoso abdutor do fêmur na articulação do q u a d r i l ; é u m l o c a l c o m u m d e i n j e ç ã o intramuscular. O músculo glúteo mínimo é o menor dos glúteos, localizado profundamente ao músculo glúteo médio. O músculo tensor da fáscia lata está localizado na face lateral da coxa. A fáscia lata é uma camada de fáscia profunda, composta de tecido conjuntivo denso que envolve toda a coxa. É bem desenvolvida lateralmente onde, junto com os tendões dos músculos tensor da fáscia lata e glúteo máximo, forma uma estrutura chamada de trato iliotibial. O trato iliotibial se insere no côndilo lateral da tíbia. Os músculos piriforme, obturador interno, obturador externo, gêmeo superior, gêmeo inferior e quadrado femoral são profundos ao músculo glúteo máximo e funcionam como rotadores laterais na articulação do quadril. Os músculos adutor longo, adutor curto e adutor magno são encontrados na face medial da coxa; originam-se no púbis e se inserem no fêmur. Esses três músculos aduzem a coxa e são únicos na capacidade de rotação tanto medial quanto lateral da coxa. Quando o pé está no chão, esses músculos realizam a rotação medial da coxa, mas quando o pé está fora do chão, atuam como rotadores laterais da coxa. Essa ação é resultante da sua orientação oblíqua, de uma origem anterior até uma inserção posterior. Além disso, o adutor longo flexiona a coxa e o adutor magno estende a coxa. O músculo pectíneo também aduz e flexiona o fêmur na articulação do quadril. Tecnicamente, os músculos adutores e pectíneo são componentes do compartimento medial da coxa. No entanto, foram incluídos aqui porque atuam no fêmur. Na junção entre o tronco e o membro inferior há um espaço chamado trígono femoral, cuja base é formada superiormente pelo ligamento inguinal, medialmente pela margem lateral do músculo adutor longo e lateralmente pela margem medial do músculo sartório. O ápice é formado pelo cruzamento do adutor longo e músculo sartório. O conteúdo do trígono femoral, de lateral para medial, consiste no nervo femoral e seus ramos, na artéria femoral e vários de seus ramos, na veia femoral e suas tributárias proximais e nos linfonodos profundos. A artéria femoral é acessível com facilidade no trígono, sendo o local de inserção de cateteres que podem ser introduzidos até a aorta e, por fim, até as artérias coronárias no coração. Tais cateteres são utilizados durante o cateterismo cardíaco, a angiocoronariografia e outros procedimentos que envolvem o coração. Não raro, hérnias inguinais aparecem nessa área. Uma fáscia profunda (septo intermuscular) separa os músculos da coxa que atuam no fêmur, na tíbia e na fíbula em compartimentos medial, anterior e posterior. A maioria dos músculos do compartimento medial (adutor) da coxa apresenta orientação Julia Franco Fernandes - 2˚ PERÍODO MEDICINA FASA - 2021.2 similar e aduz o fêmur na articulação do quadrill. O músculo grácil, que também faz parte do compartimento medial, é longo e se estende pela face medial da coxa e do joelho. Esse músculo não apenas aduz a coxa como também faz rotação medial da coxa e flexão das pernas na articulação do joelho. Por essa razão, é discutido aqui. Os músculos do compartimentoanterior (extensor) da coxa estendem a perna (e flexionam a coxa). Esse compartimento contém os músculos quadríceps femoral e sartório. O músculo quadríceps femoral é o maior do corpo, cobrindo a maior parte das faces anterior e laterais da coxa. O músculo é, na verdade, um músculo composto, em geral descrito como 4 músculos separados: (1) reto femoral, na face anterior da coxa; (2) vasto lateral, na face lateral da coxa; (3) vasto medial, na face medial da coxa; e (4) vasto intermédio, localizado profundamente ao músculo reto femoral entre o músculo vasto lateral e o músculo vasto medial. O tendão comum para os 4 músculos, conhecido como tendão do músculo quadríceps, se insere na patela. O tendão continua abaixo da patela como ligamento da patela, o qual se prende à tuberosidade tibial. O músculo quadríceps femoral é o grande extensor da perna. O músculo sartório é longo e estreito, formando uma faixa que cruza a coxa desde o ílio do osso do quadril até o lado medial da tíbia. Os vários movimentos que ele produz (flexão da perna na articulação do joelho e flexão, abdução e rotação lateral na articulação do quadril) ajudam a realizar a posição sentada de pernas cruzadas na qual o calcanhar de um membro é colocado sobre o joelho do membro oposto. Seu nome quer dizer músculo do alfaiate, porque os alfaiates muitas vezes adotam essa posição sentada de pernas cruzadas. Os músculos do compartimento posterior (flexor) da coxa flexionam a perna (e estendem a coxa). Esse compartimento é composto por 3 músculos: (1) bíceps femoral, (2) semitendíneo e (3) semimembranáceo. Visto que os músculos do compartimento posterior da coxa passam por duas articulações (quadril e joelho), são tanto extensores da coxa quanto flexores da perna. A fossa poplítea é um espaço em forma de diamante na face posterior do joelho, margeado lateralmente pelos tendões do músculo bíceps femoral e medialmente pelos tendões dos músculos semimembranáceo e semitendíneo. Os músculos da perna, assim como aqueles da coxa, são divididos pela fáscia profunda em 3 compartimentos: anterior, lateral e posterior. O compartimento anterior da perna consiste em músculos que fazem dorsiflexão do pé. Em situação análoga ao punho, os tendões dos músculos do compartimento anterior são fixados firmemente ao tornozelo por espessamentos da fáscia profunda chamados de retináculos dos músculos extensores superior inferior. No compartimento anterior, o músculo tibial anterior é longo e espesso, sendo encontrado na face lateral da tíbia, onde é facilmente palpável. O músculo extensor longo do hálux é delgado e se encontra entre e parcialmente profundo aos músculos tibial anterior e extensor longo dos dedos. Esse músculo penado é lateral ao músculo tibial anterior, onde também pode ser palpado com facilidade. O músculo fibular terceiro faz parte do músculo extensor longo dos dedos com o qual divide uma origem comum. O compartimento lateral (fibular) da perna contém dois músculos que fazem flexão plantar e eversão do pé: o fibular longo e o fibular curto. O compartimento posterior da perna compreende músculos separados em grupos superficial e profundo. Os músculos superficiais dividem um tendão comum de inserção, o tendão do calcâneo (Aquiles), o mais forte do corpo. Ele se insere no calcâneo do tornozelo. Os superficiais e a maioria dos músculos profundos plantares flexionam o pé na articulação do tornozelo. Os músculos superficiais Julia Franco Fernandes - 2˚ PERÍODO MEDICINA FASA - 2021.2 do compartimento posterior são o gastrocnêmio, o sóleo e o plantar – os chamados músculos surais. O tamanho grande desses músculos tem relação direta com a marcha ereta característica dos homens. O músculo gastrocnêmio é o mais superficial e forma a proeminência da sura. O músculo sóleo, que se situa profundamente ao músculo gastrocnêmio, é largo e plano. Seu nome deriva da semelhança com o peixe solha. O músculo plantar é pequeno e pode não existir; às vezes, por outro lado, há dois deles em cada perna. Esse músculo percorre um trajeto oblíquo entre os músculos gastrocnêmio e sóleo. Os músculos profundos do compartimento posterior são o poplíteo, o tibial posterior, o flexor longo dos dedos e o flexor longo do hálux. O músculo poplíteo é um músculo triangular e forma o assoalho da fossa poplítea. O músculo tibial posterior é o mais profundo do compartimento posterior, localizado entre os músculos flexor longo dos dedos e flexor longo do hálux. O músculo flexor longo dos dedos é menor que o músculo flexor longo do hálux, mesmo flexionando 4 dedos enquanto o outro flexiona apenas 1 na articulação interfalângica. • Joelho: O joelho é uma articulação completa e complexa, exposta constantemente à ação do peso corporal. É a maior e mais superficial articulação do corpo, classificada como sinovial do tipo gínglimo. Ela é relativamente fraca mecanicamente, devido à incongruência de suas faces articulares. A posição ereta e estendida é a mais estável da articulação, pois as faces articulares ficam em maior contato. Além disso, nessa posição os ligamentos colaterais e cruzados estão tensionados, imobilizando o joelho juntamente com os tendões que circundam a articulação. O músculo mais importante na estabilidade do joelho é o quadríceps femoral. O joelho possui três articulações: tibiofemoral medial e lateral e patelofemoral. A estrutura articular do joelho é formada pelos côndilos femorais, côndilos tibiais e patela. Vários tecidos moles contribuem para a estabilidade do joelho (por exemplo, ligamentos cruzados e colaterais) e fornecem amortecimento dentro da articulação (por exemplo, meniscos). A cápsula articular do joelho é fortalecida por ligamentos extracapsulares, que são o ligamento da patela, ligamentos colaterais fibular e tibial, ligamento oblíquo e ligamento poplíteo arqueado, e por ligamentos intracapsulares, que são os ligamentos cruzados e meniscos, que ficam entre as faces articulares. O ligamento da patela é importante para o alinhamento da patela com a face articular patelar do fêmur. O posicionamento oblíquo do fêmur e a linha da tração do quadríceps femoral em relação ao eixo do tendão patelar e da tíbia favorece o deslocamento lateral da patela. Julia Franco Fernandes - 2˚ PERÍODO MEDICINA FASA - 2021.2 Os ligamentos colaterais são tensionados na extensão completa do joelho, contribuindo para a estabilidade na posição de pé. Durante a flexão, eles se tornam cada vez mais frouxos, permitindo e limitando a rotação do joelho, ou seja, funcionam como ligamento de contenção. Os ligamentos cruzados cruzam-se dentro da cápsula articular, fora da cavidade sinovial. Durante a rotação medial da tíbia sobre o fêmur, esses ligamentos espiralam-se ao redor um do outro, e se desenrolam durante a rotação lateral, a qual é mais ampla com o joelho fletido. O ligamento cruzado anterior limita a rolagem posterior do fêmur sobre o platô tibial durante a flexão, convertendo este movimento em rotação. Além disso, impede o deslocamento posterior do fêmur sobre a tíbia e a hiperextensão da articulação do joelho. O ligamento cruzado posterior é o mais forte dos dois, limita a rolagem anterior do fêmur sobre o platô tibial durante a extensão, também convertendo em rotação, além de impedir o rolamento anterior do fêmur sobre a tíbia e evitar a hiperextensão do joelho. Com o joelho fletido com sustentação de peso, esse ligamento é o principal estabilizador do fêmur. Os meniscos são lâminas de fibrocartilagem no formato de meia-lua, sendo importantes na absorção de choques. O ligamento transverso do joelho une- se às margens anteriores dos meniscos, fixando-os um ao outro durante movimentosdo joelho. O menisco medial é menos móvel sobre o platô tibial do que o menisco lateral, que é menor. A ruptura dos ligamentos colaterais tibiais costuma resultar em ruptura do menisco medial, que se rompe com maior facilidade do que o menisco lateral, que é mais protegido por ter mais mobilidade. Julia Franco Fernandes - 2˚ PERÍODO MEDICINA FASA - 2021.2 • Pé: Os ossos do pé podem ser divididos em tarso, metatarsais e falanges. Em relação à nomenclatura das superfícies do pé, os termos ‘plantar’ e ‘dorsal’ são utilizados para denotar as superfícies inferior e superior, respectivamente. Os termos ‘proximal’ e ‘distal’ são utilizados com o mesmo significado dos membros em geral. A rotação dos brotos dos membros que ocorre nos estágios iniciais do desenvolvimento dos membros resulta em polegar direcionado lateralmente na mão e hálux direcionado medialmente no pé. A região do pé também compreende o tornozelo, que é formado pelas partes estreita e maleolar da região distal da perna, proximal ao dorso do pé e calcanhar, e inclui a articulação talocrural. Os ossos dos pés com os ligamentos formam os arcos dos pés, os quais são importantes na marcha e na sustentação do peso corporal. Os sete ossos do tarso ocupam a metade proximal do pé. O tarso e o carpo são homólogos, mas os elementos do tarso são maiores, refletindo seus papéis no suporte e na distribuição do peso corporal. Assim como no carpo, os ossos do tarso são dispostos em fileiras proximais e distais, mas medialmente há um único elemento tarsal intermediário, o navicular. A fileira proximal é formada pelo tálus e o calcâneo; o eixo longo do tálus é inclinado anteromedial e inferiormente, sua cabeça direcionada distalmente é medial ao calcâneo em um nível mais alto. A fileira distal contém, da face medial para a lateral, os cuneiformes medial, intermédio e lateral e o cuboide. O Tálus é a ligação entre o pé e a perna através da articulação do tornozelo. Já o calcâneo é o maior osso do tarso e faz projeção posterior em relação à tíbia e fíbula na forma de uma curta alavanca para os músculos da panturrilha inseridos em sua superfície posterior. Ele é irregularmente cuboidal e seu eixo longo se inclina distalmente para cima e para a região lateral. O navicular faz articulação com a cabeça talar proximalmente e com os ossos cuneiformes distalmente. Sua superfície distal é convexa transversalmente e dividida em três facetas (a medial é a maior) para a articulação com os cuneiformes. A face dorsal do navicular é suprida por um ramo da artéria dorsal do pé ou diretamente por esta artéria. Sua face plantar é suprida pela artéria plantar medial e a tuberosidade é suprida por uma anastomose das artérias dorsal do pé e plantar medial. Sua inervação é feita pelos nervos fibular profundo e plantar medial. Os ossos cuneiformes, em formato de cunha, fazem articulação com o navicular proximalmente e com as bases do primeiro ao terceiro metatarsais distalmente; o cuneiforme medial é o maior, o intermédio, o menor. As superfícies dorsais dos cuneiformes intermédio e lateral formam a base da cunha. A cunha é invertida no cuneiforme medial, que é o principal Julia Franco Fernandes - 2˚ PERÍODO MEDICINA FASA - 2021.2 fator no formato do arco transverso. As superfícies proximais de todos os três formam uma concavidade para a superfície dorsal do navicular. Os cuneiformes medial e lateral fazem uma projeção distal além do cuneiforme intermédio e formam um recesso para a base do segundo metatarsal. Um número considerável de músculos está envolvido. No total, temos 20 músculos que se empenham para movimentar o pé, e nos permitir ficar em posição ortostática (em pé), andar, correr etc. A maioria deles, 15 músculos, estão localizados na face plantar. Esses 15 músculos se organizam em quatro camadas, como veremos a seguir. A primeira camada é composta por três músculos, todos envolvidos com a movimentação dos dedos. O músculo abdutor do hálux, que promove abdução e flexão do hálux, o primeiro dedo. O músculo flexor curto dos dedos, também compõe a primeira camada dos músculos da planta. Sua função é fletir os quatro dedos laterais, ou seja, ele flete todos os dedos com exceção do primeiro dedo, o hálux. E, o músculo abdutor do dedo mínimo, é o último componente da primeira camada, e desempenha a função de abduzir, como o nome sugere, o 5˚ dedo, além de realizar também a flexão do mesmo. A segunda camada é composta pelo músculo quadrado plantar que auxilia na flexão longa dos quatro dedos laterais, atuando juntamente ao músculo flexor longo dos dedos (músculo da perna). Os músculos lumbricais também compõem a segunda camada, e realizam a flexão das falanges proximais, extensão das falanges médias e distais dos quatro dedos laterais. A terceira camada é composta por três músculos. Um deles é o músculo flexor curto do hálux, que realiza flexão da falange proximal do primeiro dedo (o hálux). Outro músculo que compõe a terceira camada é o músculo adutor do hálux, que realiza a adução do hálux, além de compor o arco transverso do pé. E o músculo flexor do dedo mínimo, que flete a falange proximal do 5˚ dedo. E por fim, a quarta camada, formada por músculos interósseos. Os músculos interósseos plantares, que são três músculos, realizam adução do 3o, 4o e 5o dedo, além de realizar a flexão das articulações metatarsofalangeanas. Temos também os músculos interósseos dorsais, que são quatro músculos. Eles realizam a abdução do 2o, 3o e 4o dedo e, assim como o anterior, realiza a flexão das articulações metatarsofalangeanas. Além dos 14 músculos localizados na face plantar dos pés, temos também músculos na face dorsal. Apenas dois músculos estão localizados na face dorsal. Um deles é o músculo extensor curto dos dedos, o qual realiza a extensão do 2˚, 3˚ e 4˚ dedos nas articulações metatarsofalangeanas e interfalangeanas, juntamente ao músculo extensor longo dos dedos (músculo da perna). E o músculo extensor curto do hálux, que juntamente ao extensor longo do hálux, realiza a extensão do primeiro dedo na articulação metatarsofalangeana. Há também quatro músculos intermediários. Julia Franco Fernandes - 2˚ PERÍODO MEDICINA FASA - 2021.2
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