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Bronquiolite viral aguda

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Bronquiolite Viral Aguda 
O que é? 
Síndrome clínica de dificuldade respiratória que ocorre devido a drdem das vias 
aéreas inferiores (VAI) causada por vírus. 
Fisiopatologia 
Inflamação aguda, edema e necrose das células epiteliais das VAI e aumento de 
muco. 
 
Epidemiologia 
• Mais comum: VRS – 90% das crianças são infectadas pelo VSR nos 
primeiros 2 anos de vida. 
• 40% terão infecção de VAI 
• Não garante imunidade: reinfecções 
• Causa mais comum de internações em menores de 12 meses 
 
Como diagnosticar? 
• Sinais e sintomas + anamnese = diagnóstico clínico 
• Menores de 2 anos, sintomas inicias de IVAS seguidas de aumento de 
esforço e sibilância 
• Começa com: coriza e tosse. Evolui para taquipneia, sibilância, 
crepitações e aumento do esforço respiratório. 
• Rinorreia, tosse, taquipneia, sibilos, crepitações e esforço respiratório 
(uso de musculatura respiratória secundária, BAN, retração subcostal e 
gemência) 
• Quadro clínico variado e dinâmico: desde eventos transitórios (apneia) a 
piora respiratória progressiva devido à obstrução das VAI. 
*Padrão pode oscilar – melhora em um dia e piora em outro 
• Atenção: identificar condições de base (prematuridade, doença cardíaca 
ou pulmonar crônica, imunodeficiência, sibilância anterior): diagnóstico 
diferencial. NEM TUDO QUE CHIA É ASMA!!!! 
Condições relacionadas a um pior desfecho: 
• Cardiopatia congênita hemodinamicamente significativa 
• Doença pulmonar crônica (DBP) 
• Anomalias congênitas 
• Tabagismo na gestação 
• Imunodeficiência 
 
Exames complementares x evidências clínicas 
➢ Oximetria de pulso: 
Estratégia difundida para avaliação da saturação, mas sem evidência que seja 
capaz de prever desfechos → Quando a conduta é baseada na saturação, há 
aumento do tempo de hospitalizações, admissões em UTI e VM. 
➢ Radiografia de Tórax: 
Sem evidências para serem realizadas de rotina: alterações sem relação com 
gravidade (hiperinsuflação, infiltrado difuso). 
Atelectasia 
Obs: radiografia inicial: esforço respiratório grave (transferência UTI) ou com 
sinais de complicações nas vias aéreas (como pneumotórax). 
**vai ajudar pouco, exceto em piora da evolução. 
➢ PCR: 
Para identificação do agente etiológico >60-70% VSR, com coinfecções em 1/3 
dos pacientes. 
Avaliada cuidadosamente >> pode detectar fragmentos virais de infecções 
previas. Mas se detectar VSR, quase sempre está relacionado à doença. 
Tratamento 
• Hidratação: ESSENCIAL!!!! VO, nasogátrico ou EV. 
Diminuição da aceitação VO= mal preditor. 
Se FR>60)70: VO comprometida >> aspiração! 
• Salina Hipertônica: Evidências que há aumento do “clearance” ciliar. 
BVA: inflamação e acúmulo de muco >> evidências indiretas de benefícios 
dessa estratégia. 
Salina a 3%: é seguro e efetivo em melhorar sintomatologia e tempo de 
hospitalização (naquelas BVA’s que levariam a internação > 3 dias); 
Sem evidência para uso na emergência. 
Há alguma evidência para pacientes internados 
***Nebulização – salina hipertônica – não realiza mais – não tem evidencia 
de benefícios. 
**Lavagem nasal → SEMPRE PRESCREVER PARA QUADRO VIRAL!!! Soro 
fisiológico à 0,9% 
• Antibiótico: Não devem ser usados, a não ser em coinfecções. 
Recebem devido à gravidade, idade e febre. 
Excesso de uso >> preocupação de não estar diagnosticando infecção 
bacteriana grave 
Não há justificativa para rastreio infeccioso de rotina >> baixo risco de 
infecção bacteriana sistêmica concomitante. 
Rx: atelectasia se confunde com consolidação. 
Pode se justificar em casos de complicação 
• Broncodilatadores: Não há evidenciais de benefícios do uso inalatório em 
BVA. Podem até melhorar a sintomatologia, sem afetar a resolução do 
quadro, chance de hospitalizações e tempo de internação. 
Revisão da Cochrane: nenhum benefício na evolução clínica com uso de 
broncodilatadores. TRATA ASMA E NÃO BVA. 
• Epinefrina: sem evidências de benefícios pela inalação em BVA. Exceto em 
casos extremos como agente de resgate em casos graves (necessita de mais 
estudos). 
• Corticoide: Há forte evidência que o uso de corticoide sistêmico em crianças 
com BVA é deletério. 
Não reduzem internação se comparado ao placebo. Não geram benefícios 
significativos. 
• Oxigenoterapia: O uso de O2 pode ser facultativo se saturação >90%- 
evidência de baixa qualidade com recomendações fraca. 
Saturação contínua não é mandatória, mas pode estar associado a maior 
percepção de gravidade. 
Obs: saturação domiciliar pode ser complicador. 
Sat02: 90, 91% - oxigenioterapia; abaixo de 94% internar para observação e 
avaliar a clínica. 
• Fisioterapia respiratória: NÃO deve ser implementada >> Podem apresentar 
atelectasias em radiografia. 
Revisão da Cochrane: não mostrou vantagens em pacientes internados. 
Outros estudos: pequena redução no tempo de O2. 
Aspiração: alívio dos sintomas (temporário), mas relacionado a maior tempo 
de internação. 
Prevenção 
• PALIVIZUMABE 
PALIVIZUMABE – anticorpo monoclonal – usado para crianças de alto risco – tem 
alto custo – pedido a secretária de saúde. 
Uso mensal por 5 meses (ou pelos meses de sazonalidade). 
Usado em: 
✓ Crianças sadias com IG < 29 semanas. 
✓ Crianças com IG 21% nos primeiros 28 dias de vida 2. 
✓ Pneumopatia crônica. 
✓ Se com doença pulmonar crônica da prematuridade com necessidade de O2, 
corticoterapia crônica ou uso de diurético: fazer no 2º ano 
 
• Higiene das mãos 
Antes e após contato com paciente, objetos e após remoção de luvas 
Uso de álcool e/ou água com sabão: Mesma eficácia (desde que a mão não tenha 
sujidades visíveis ou não tenha feito uso de luva talcada) 
• Evitar exposição ao Tabaco 
É obrigação da equipe questionar e orientar sobre exposição ao tabaco 
Aumenta o risco e a gravidade, além da hospitalização 
Uso de linguagem adequada e mostrar evidências 
• Aleitamento materno: 
Estratégia boa e barata de redução da morbimortalidade causadas por infecções 
respiratórias 
• INFORMAÇÃO 
Ótima estratégia! 
Responsabilidade da equipe de saúde 
Orientar sobre diagnóstico, tratamento, prevenção e sinais de alarme. 
Explicar quando e onde procurar auxílio médico. 
Decisões compartilhadas 
Considerar evitar visitantes aos bebês na época de sazonalidade 
 
Atenção!!!! NEM TUDO QUE CHIA É ASMA – BEBÊ PODE CHIAR POR SER 
LACTENTE SIBILANTE E JÁ APRESENTAR COMPONENTE ASMÁTICO!! USO DO BOM 
SENSO SEMPRE!!

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