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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE EXPRESSÃO GRÁFICA Disciplina de DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) Professor Dr. Eng. Civil Rodrigo Goettems da Silveira DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 2 DESENHO PROJETIVO Para a obtenção das projeções ortogonais (vistas) de uma peça, há dois sistemas que regem o posicionamento de cada vista: o sistema europeu, também adotado pela norma brasileira, que considera as projeções da peça no primeiro diedro; e o sistema americano, que considera as projeções da peça no terceiro diedro. A figura abaixo representa como os planos de projeção se “abrem” e a posição final de cada vista. DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 3 Tomando como exemplo um objeto de formato geral simples como um dado, cujos lados têm, cada um, um sinal de referência, as vistas no sistema europeu e americano são mostradas a seguir: DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 4 Quando trabalhamos com objetos com faces mais recortadas, deve-se ter o cuidado de tomar como referência as arestas, visíveis ou invisíveis, do sólido. Inicia- se o desenho das projeções pela vista frontal do sólido e, após, constrói-se as demais vistas sempre alinhadas com a VF. DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 5 Assim, independente da complexidade do objeto, podemos representar diversas vistas do mesmo a fim de fornecer ao leitor o maior número de dados possíveis sobre a forma daquilo que queremos apresentar. Devemos lembrar, DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 6 porém, que a ordem em que as vistas são apresentadas são muito importantes para a compreensão do objeto. Como exemplos, a seguir são apresentadas figuras da representação de vistas de sólidos complexos: DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 7 Pode-se tirar seis vistas de um sólido, correspondentes aos seis planos que envolvem o objeto, e até, no caso de peças mais complexas, fazer uso de planos com inclinações convenientes para obtermos uma vista auxiliar. No entanto, em geral, bastam três vistas (frontal, superior ou inferior, lateral esquerda ou lateral direita) para descrevermos suficientemente um objeto. Porém, o desenhista não deve omitir vistas que possam comprometer a compreensão do sólido. Observe as figuras abaixo: A rigor, qualquer face de um sólido pode ser tomada como vista frontal, porém, por questão de bom senso, procura-se escolher como VF a face que melhor representa o formato geral da peça ou a que representa sua posição de utilização. Se forem apresentadas apenas três faces do sólido; uma frontal, uma superior e uma vista lateral; deve-se escolher a vista lateral (esquerda ou direita) que apresenta o menor número de arestas invisíveis. Ordem de Prioridade de Linhas Coincidentes Onde houver coincidência de duas ou mais linhas de diferentes tipos, devem ser observados os seguintes aspectos, em ordem de prioridade: 1º) Arestas e contornos visíveis; 2º) Arestas e contornos não visíveis; 3º) Superfícies de cortes e seções; 4º) Linhas de centro; 5º) Linhas de centro de gravidade; 6º) Linhas de cota e auxiliar. DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 8 Traçado das linhas: - Arestas visíveis e invisíveis: No traçado e no encontro de linhas que representam arestas visíveis e invisíveis devemos observar alguns detalhes, conforme representado nos exemplos a seguir. Devemos lembrar que a linha interrompida sempre principia por um traço, exceto quando é a continuação de uma aresta visível (linha cheia), caso em que deve iniciar com um espaço. Dada a complexidade de certos sólidos, podemos ter uma infinidade de situações de encontro de arestas visíveis ou invisíveis. Cabe ao profissional que executa o desenho usar de bom senso ao desenhar as arestas, considerando sempre algumas regras básicas: DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 9 DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 10 DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 11 DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 12 DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 13 DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 14 Desenhe três vistas (VF; VS e VLE) dos sólidos em perspectiva: DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 15 PERSPECTIVAS As perspectivas podem ser: CAVALEIRA: oblíqua à 30º, 45º ou 60º; AXONOMÉTRICA: ortogonal, pode ser isométrica, dimétrica ou trimétrica. Na perspectiva CAVALEIRA, há uma redução no tamanho da modulação do eixo referente à profundidade da peça. Essa redução varia de acordo com o ângulo de inclinação deste eixo em relação ao eixo da largura da peça (horizontal). Os coeficientes de redução para cada caso estão representados na tabela abaixo. TIPO REDUÇÃO Largura Altura Profundidade 30º 1 1 2/3 45º 1 1 1/2 60º 1 1 1/3 DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 16 Cubo em perspectivas cavaleiras. DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 17 DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 18 DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 19 DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 20 DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DASILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 21 DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 22 Desenhe as perspectivas cavaleiras dos sólidos cujas vistas são apresentadas abaixo: DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 23 DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 24 DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 25 A perspectiva AXONOMÉTRICA é um sistema de representação gráfica baseado em projeções paralelas em três eixos. Esses eixos podem apresentar diferentes ângulos entre si, o que resulta em diferentes alterações nas dimensões originais do objeto na projeção. Se os ângulos entre os três eixos forem idênticos (120º, 120º e 120º) as dimensões não sofrem alterações. Neste caso, o sistema de projeção é chamado de isométrico (iso = igual, métrico = medida). Neste item estudaremos a perspectiva AXONOMÉTRICA ISOMÉTRICA, onde desenho é feito tomando-se como referência o sistema de três eixos, de acordo com as três dimensões da peça, defasados entre si de 120º, sendo que todos os eixos têm a mesma escala de medida. Observe que não há redução nas medidas de nenhuma dimensão do objeto representado, resultando em um desenho em perspectiva sem deformações. Assim, as dimensões reais podem ser lidas diretamente sobre o desenho com a utilização de um escalímetro. Esta facilidade torna a perspectiva axonométrica isométrica especialmente prática em projetos de Engenharia. Porém, deve-se atentar para o fato de que, não havendo redução nas dimensões do eixo referente à profundidade, um desenho feito neste sistema pode, inicialmente, parecer deformado, onde a parte mais afastada do observador parece ser maior do que a parte mais próxima. DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 26 Temos, portanto, o seguinte sistema de eixos de referência: 120º 120º 120º Um cubo representado neste sistema apresenta todas as arestas com suas dimensões reais: DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 27 Assim, ao iniciar o desenho de uma perspectiva isométrica a partir de um sólido ou das vistas ortogonais, é necessário desenhar os três eixos de referência, de acordo com a seqüência abaixo: A partir dos três eixos isométricos, inicia-se o desenho da peça, de acordo com a modulação da mesma. DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 28 EXEMPLO 1: EXEMPLO 2: DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 29 Para desenhar a perspectiva isométrica de um elemento circular, procede-se da seguinte maneira: 1- Desenha-se a perspectiva isométrica do quadrado no qual a circunferência está inscrita; 2- Encontra-se o ponto médio de cada lado do quadrado (pontos de tangência T1, T2, T3 e T4) e une-se estes pontos aos vértices superior e inferior da figura; 3- O vértice superior e o inferior serão os centros (C1 e C3 na figura abaixo) dos arcos maiores com raios iguais à distância destes centros aos pontos de tangência opostos; 4- Os pontos de intersecção das linhas que unem os pontos de tangência aos vértices (C2 e C4 na figura abaixo) serão os centros dos arcos menores, com raios iguais à distância destes centros aos pontos de tangência mais próximos. DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 30 Abaixo temos o exemplo de um esboço de perspectiva axonométrica isométrica feita a partir de duas vistas do sólido, com arcos e circunferências desenhadas através do método estudado: DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 31 DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 32 DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 33 DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 34 DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. 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DE EXPRESSÃO GRÁFICA 39 BIBLIOGRAFIA: - Manual Básico de Desenho Técnico. Henderson José Speck, Virgílio Vieira Peixoto, Editora da UFSC, Florianópolis, SC, 1997. - Desenho Técnico. D. Vollmer, Editora Ao Livro Técnico S.A., Rio de Janeiro, RJ, 1982. - A Lógica da Arquitetura. William J. Mitchell, Ed. Unicamp, Campinas – SP, 2008. DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 40 DETALHAMENTOS EM DESENHO TÉCNICO Os detalhamentos em Desenho Técnico são elementos auxiliares inseridos no desenho a fim de melhorar sua compreensão por parte do leitor. Em geral, esses elementos não fazem parte do objeto representado, portanto, são desenhados com linhas descontínuas e de espessura mais fina do que as que representam as arestas do objeto. - Linhas de Centro, Linhas de Eixo e eixos de simetria: As linhas de Centro devem ser representadas sempre por duas linhas traço- ponto estreitas, sendo uma sempre vertical e a outra horizontal. As linhas devem se interceptar no ponto exato que representa o centro da circunferência (traço/traço). Deve-se tomar o cuidado de desenhar o encontro das linhas de centro com a linha da circunferênciade modo que estas intersecções sejam sempre traço/traço. A linha de Eixo, como o próprio nome indica, representa um eixo imaginário do cilindro formado pela seção circular nas vistas auxiliares. Este eixo também é representado por uma linha traço-ponto estreita e deve ser desenhada de modo que o encontro desta linha com as arestas da figura seja sempre uma intersecção traço/traço. DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 41 Linhas de Centro e de Eixo em perspectiva e nas vistas. DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 42 As linhas de Centro devem ser representadas sempre que houver uma seção circular desenhada (360°) ou em arcos com ângulos de 270°, 180° ou 90°, conforme os exemplos abaixo: DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 43 Linhas de centro. DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 44 Linhas de Centro e de Eixo Linhas de Centro e de Eixo DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 45 - Linhas ou Eixos de Simetria: A simetria é uma característica que pode ser observada em algumas formas geométricas, em equações matemáticas, em plantas, nas artes, na arquitetura, etc. Em termos geométricos, considera-se simetria como a semelhança exata da forma em torno de uma determinada linha reta (eixo de simetria), ponto ou plano. Se, ao girarmos uma figura, invertendo-a, ela puder ser sobreposta ponto por ponto sobre a figura original, ela é simétrica. É o caso das imagens refletidas por um espelho, por exemplo. Dada uma imagem, a sua simétrica preservará comprimentos e ângulos, mas nem sempre mantém a direção e sentido das várias partes da figura (embora isso possa acontecer em alguns casos). O eixo de Simetria representa a linha a partir da qual toda a figura ou parte dela começa a ser repetida. Este eixo é representado por uma linha traço-ponto estreita e, normalmente, está posicionada na metade da altura ou da largura daq vista representada. http://pt.wikipedia.org/wiki/Comprimento http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%82ngulo http://pt.wikipedia.org/wiki/Direc%C3%A7%C3%A3o http://pt.wikipedia.org/wiki/Sentido_%28matem%C3%A1tica%29 DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 46 Linhas de simetria DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 47 No caso de figuras complexas com simetria por reflexão é comum que o desenhista represente apenas metade do objeto, indicando através de simbologia que a parte omitida é igual à parte desenhada em todos os seus detalhes. A figura abaixo é um esboço de Leonardo Da Vinci para a estrutura do arcobotante de uma catedral. Observe que a parte omitida do desenho, à esquerda (representada em laranja para melhor compreensão), é igual ao lado direito refletido. DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 48 - CORTES Um corte é a vista observada quando se imagina removida por um plano de corte (plano secante) a parte do objeto mais próxima do observador, revelando seu interior. Este recurso é utilizado em Desenho Técnico para melhor representar o interior do sólido estudado. Chama-se SEÇÂO a representação gráfica da intersecção do plano de corte com o objeto em estudo. De acordo com os princípios das projeções ortogonais, as partes internas de uma peça que não podem ser observadas diretamente em uma vista têm suas arestas representadas por linhas tracejadas (arestas invisíveis). Quando o interior de um sólido é muito complexo, com muitas arestas, torna- se necessário uma vista auxiliar para garantir o detalhamento necessário destas partes e garantir a correta compreensão do desenho por parte do leitor. DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 49 DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 50 A Seção representa somente a interseção do plano secante com a peça. O Corte representa tanto a interseção do plano com a peça (seção), como o restante da projeção da peça situada além do plano de corte. DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 51 - HACHURAS Ao desenhar a face do corte de um sólido (seção), deve-se representar a área “cortada” com a hachura correspondente ao material do objeto. A norma Brasileira NBR 6492/1994 determina o tipo de hachura para cada material. Em desenho Arquitetônico, por exemplo, a NBR determina as seguintes hachuras a serem usadas: DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 52 Há outros materiais cujas hachuras são normatizadas, como os exemplos a seguir: DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 53 Além da aparência de cada hachura, a norma brasileira prevê algumas situações específicas e sua forma de representação. -Representação do corte: Linhas de hachura. 45º 45º - Peças com grandes áreas seccionadas: - Peças com seção delgada: DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 54 - Peças adjacentes: - Representação do traço do plano de corte: A CORTE AA A DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 55 Regras para o traçado dos cortes: DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 56 DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 57 DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 58 DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGOGOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 59 DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 60 Seções: DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 61 DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 62 DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 63 DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 64 BIBLIOGRAFIA: - Manual Básico de Desenho Técnico. Henderson José Speck, Virgílio Vieira Peixoto, Editora da UFSC, Florianópolis, SC, 1997. - Desenho Técnico. D. Vollmer, Editora Ao Livro Técnico S.A., Rio de Janeiro, RJ, 1982. DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 65 COTAGEM Cotagem é a representação, no desenho, do valor numérico de uma dimensão da peça, através de linhas, símbolos, notas e valor numérico. A cotagem deve ser executada de forma funcional e objetiva, possibilitando a utilização do desenho como meio para a consecução de um fim (fabricação ou construção). Elementos da cotagem: Linhas de cota; Linhas auxiliares, linhas de chamada ou linhas de extensão; Limite da linha de cota; Cotas (texto contendo o valor numérico da medida). Regras para a cotagem: Existem algumas regras para a representação das cotas, embora seu posicionamento admita certa variação de acordo com as características de cada peça. Assim, devemos observar com atenção algumas regras básicas: traçar as linhas de cota mais finas do que as linhas que representam as arestas visíveis ou invisíveis do objeto, de modo que haja um bom contraste entre elas; as linhas de cota devem ser traçadas paralelas à aresta que está sendo dimensionada; se houver a representação de uma ruptura no desenho, a linha de cota não deverá ser interrompida; DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 66 a distância entre uma linha de cota e o contorno do desenho deverá ser de 7 mm no mínimo. Esta deverá ser também a distância mínima entre duas linhas de cotas paralelas e consecutivas; as linhas de chamada devem ser desenhadas perpendiculares à linha de cota e à aresta cotada; deve-se indicar sempre as medidas totais de uma peça (altura, largura e comprimento; todas as cotas devem ser lidas de baixo para cima e da esquerda para a direita; as cotas deverão ser distribuídas entre todas as vistas; cada medida deve constar apenas uma vez com cotagem direta; cada detalhe deverá ser cotado uma única vez, na vista mais conveniente; os textos devem ser escritos no sentido longitudinal da linha de cota ou sempre na horizontal, obedecendo ao sistema unidirecional, originário da Eng. Mecânica; a notação de unidade métrica (mm, cm, m) normalmente não deve acompanhar o número que expressa a medida. As informações sobre a escala ou unidade são colocadas na legenda da prancha; a cotagem deve ser feita de preferência fora da peça, sendo, porém, em alguns casos, aceitável colocá-la internamente; deve-se evitar o cruzamento entre linhas de cota, embora em alguns casos, dependendo da complexidade da peça, esta prática seja aceitável. Nestes casos, nenhuma das linhas de cota deverá ser interrompida; DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 67 sempre que possível deve-se evitar que as linhas de cota interceptem as arestas da peça. Quando isso não for possível, a linha de cota ou de chamada não deverá ser interrompida; deve-se usar sempre o mesmo símbolo de intersecção em um mesmo desenho, exceção feita em determinadas situações onde há pouco espaço para a inserção destes símbolos e dos textos da linha de cota; deve-se evitar a cotagem de arestas invisíveis; as linhas de centro e de simetria não devem ser usadas como linhas de cota; as linhas de centro e de eixos de simetria não devem interceptar as linhas de cota; DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 68 as circunferências podem ser cotadas interna ou externamente, dependendo do espaço disponível no desenho. Quando cotada internamente, a linha de cota deverá estar inclinada a 45º; as linhas de centro, eixos, contornos e arestas podem substituir, quando conveniente, as linhas auxiliares; na cotagem de várias circunferências concêntricas, deve-se evitar colocar mais de duas cotas passando pelo centro a fim de não dificultar a leitura do desenho. Na cotagem de peças com truncamento (corte) em chanfro ou em bisel, procede-se como os exemplos a seguir: DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 69 Exemplos de cotagem de ângulos: DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 70 Exemplo dos erros mais comuns ao cotar um desenho: DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 71 Exemplos de cotagem seqüencial: DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 72 A cotagem referente a cordas e arcos segue os exemplos a seguir: DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 73 Exemplos de cotagem de peças: DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 74 Sinais de Cotagem: os sinais de cotagem servem para simplificar o desenho, permitindo que se omita detalhes simples que podem ser subentendidos com a utilização de símbolos e textos convenientes. Os símbolos seguintes são usados com cotas para mostrar a identificação das formas e melhorar a interpretação do desenho: - diâmetro R - raio - seção quadrada ESF - diâmetro esférico R ESF - raio esférico - Superfície plana (eng. Mec.) ou vazio (Arq.) DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 75 SETAS Ao usar-se setas como limites das linhas de cota, deve-se ter alguns cuidados, como manter a uniformidade e o ângulo igual em todas as setas, desenhá- las semprecom o mesmo tamanho, etc. Quando as linhas de chamada servirem para a inserção de um texto curto relativo a algum detalhe da figura, estendendo-se a partir de alguma parte do desenho, deve-se proceder como segue: Traçar com a mesma espessura das linhas de cota; Traçar formando um ângulo com a horizontal de 30°, 45° ou 60°; Quando a extremidade da linha de chamada terminar em uma linha de cota, sua terminação não terá nenhum símbolo; DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 76 Quando a extremidade da linha de chamada terminar em uma área da parte interna de uma seção, sua terminação será um ponto; Quando a extremidade da linha de chamada terminar sobre uma aresta da vista, sua terminação será uma seta; Quando a linha de chamada refere-se a uma circunferência, traçá-la de modo que a seta toque a linha da circunferência e não o centro. Esta linha deve ser desenhada de forma que seu prolongamento, se fosse traçado, passasse pelo centro da circunferência; Quando existirem duas circunferências concêntricas a linha de chamada indicará a primeira circunferência a ser encontrada; Quando a mesma nota se aplicar a um grupo de elementos, a linha de chamada deverá indicar um só elemento do grupo, conforme o exemplo a seguir: DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 77 Para a cotagem de raios curtos de arco, utiliza-se uma das formas apresentadas a seguir: Para a cotagem de raios grandes, estando o centro do arco além dos limites do desenho, deverá ser empregada uma das formas a seguir: a) o centro situa-se no eixo; b) o centro situa-se fora do eixo. Limites da linha de cota: DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 78 EXERCÍCIOS 1 – Usando a escala 1:100, faça a cotagem das figuras a seguir utilizando linhas de cota, adicionando, onde necessário, os eixos de simetria, linhas de centro e de eixo: DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 79 DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 80 DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 81 DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 82 BIBLIOGRAFIA AUXILIAR: - Miceli, M. T.; Ferreira, P. Desenho Técnico Básico. Ed. Ao Livro Técnico, Rio de Janeiro, RJ, 2001. - Henderson José Speck, Virgílio Vieira Peixoto, Manual Básico de Desenho Técnico. Editora da UFSC, Florianópolis, SC, 1997. - D. Vollmer, Desenho Técnico. Editora Ao Livro Técnico S.A., Rio de Janeiro, RJ, 1982. - Silva, E. de O. e; Albiero, E. Desenho Técnico Fundamental. Editora Pedagógica e Universitária Ltda., São Paulo – SP, 2004. DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 83 VISTAS AUXILIARES DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 84 DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 85 DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 86 DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 87 DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 88 DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 89 DESENHO ARQUITETÔNICO Uma habilidade importante que os Engenheiros e Arquitetos devem ter ao planejar a construção de um prédio é a capacidade de comunicar um projeto proposto, não somente para garantir a aprovação essencial do cliente, mas também para prover instruções às centenas de pessoas envolvidas, garantindo o sucesso da obra. O desenho arquitetônico compõe, portanto, a linguagem gráfica do projeto e da construção de edificações. O projeto executivo de uma obra consiste basicamente de vistas em planta, cortes e fachadas. No decorrer do processo de elaboração de um projeto arquitetônico são feitos vários desenhos destinados a diferentes profissionais, tais como: - Croquis: desenhos a mão-livre para conceituar uma proposta; - Anteprojeto: conjunto de desenhos para uma primeira análise do cliente; - Projeto Executivo: conjunto de desenhos para execução final do projeto. Antes de iniciar a elaboração de um projeto arquitetônico o profissional deve ter em mãos dados sobre as dimensões e o relevo do terreno onde será executada a obra, bem como das necessidades do seu cliente. Para a elaboração de um projeto arquitetônico o profissional deve seguir as regras do município contidas no plano diretor, que regula a utilização do solo, e do código de obras, que regulamenta o projeto de edificações. Depois de pronto, o projeto de uma edificação deve passar pela aprovação da Secretaria de Obras do município ou outro órgão competente. Caso haja problemas no projeto, devem ser feitas correções e novo encaminhamento para aprovação. Além das plantas, o projeto arquitetônico deve conter um Memorial Descritivo, onde são listados os materiais utilizados e as características gerais da edificação. Temos cinco tipos principais de pranchas em desenho arquitetônico: Plantas de Situação e Localização: Mostram a posição do lote na quadra e a localização da obra dentro do lote, respectivamente. Normalmente estes dois desenhos são apresentados na mesma prancha. Na planta de situação, é obrigatório conter as dimensões do lote e a distância do lote à esquina mais próxima da rua em que se encontra. Na planta de localização, deve-se DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 90 representar o contorno da edificação, bem como as distâncias desta aos limites do lote. Escalas: 1:500 e 1:250, respectivamente DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 91 Planta Baixa: É uma vista de cima para baixo, após um corte na edificação por um plano horizontal, à cerca de 1,5 m acima do plano do piso e com a seção superior removida. A planta baixa mostra a disposição dos compartimentos da edificação com suas respectivas dimensões horizontais (comprimento e largura). Não é necessária a representação do mobiliário naplanta baixa. O projeto de uma edificação terá tantas pranchas de planta baixa quantos forem os pavimentos diferentes projetados. Escalas: 1:20, 1:50, 1:100. DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 92 Corte: É uma vista horizontal, após o corte da edificação por um plano vertical e removida a parte da frente. A prancha que contém o corte mostra dimensões horizontais e verticais. Um projeto poderá ter tantos cortes quanto exigir a complexidade da edificação. As escalas usadas para esta prancha serão as mesmas usadas na planta baixa. DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 93 DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 94 Fachadas: são vistas horizontais do exterior da edificação, normalmente feitas a partir de um ponto de vista perpendicular às principais superfícies verticais da edificação. Na prancha de fachadas não devem ser representadas linhas de cotas. As escalas usadas para esta prancha serão as mesmas usadas na planta baixa e no corte. Planta de Cobertura: Mostra o sentido de caimento das águas (planos inclinados) do telhado e fornece dados sobre o formato geral da cobertura. Este desenho pode ser representado juntamente com a planta de localização. DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 95 Dependendo do projeto arquitetônico ou das exigências estéticas, o projeto de um telhado poderá ser muito complexo. No entanto, usualmente os projetos de coberturas seguem padrões bem conhecidos, conforme mostram as figuras a seguir: DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 96 DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 97 A inclinação de um plano de telhado depende do tipo de telha a ser utilizada na obra e, por questão de praticidade no canteiro, é dada em porcentagem. Por exemplo: TIPO DE TELHA GRAUS PORCENTAGEM Telha francesa 18° 33% Telha canal 13° 25% Telha fibro-cimento 7° 13% Telha metálica 4° 8% DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 98 Roteiro para o desenho da Planta Baixa: Na planta baixa as paredes são os elementos mais importantes a ser destacados, pois são elas que determinam a forma e as dimensões de cada compartimento da edificação. Por isso, nesta prancha, as paredes devem ser desenhadas com uma linha larga. Esta representação pode ser em “osso” (sem revestimento) ou juntamente com a representação do revestimento sobre a linha das paredes, como nos exemplos abaixo: Parede em “osso” Parede com revestimento Após a conclusão da obra, deve-se encaminhar um pedido de “Habite-se” na Secretaria de Obras do município. Dessa forma, fiscais da prefeitura irão avaliar a edificação para verificar se a obra está de acordo com o projeto aprovado. Só então a edificação poderá ser ocupada. DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 99 Condicionantes Físicos de um Projeto Arquitetônico: 1- Tipo de solo; 2- Nível do lençol freático; 3- Declividade do terreno; 4- Vegetação; 5- Existência de curso d’água; 6- Orientação solar; 7- Ventos; 8- Temperatura; 9- Som. Condicionantes Técnico-Construtivos: 1- Índices de Ocupação e Utilização; 2- Legislação e normas. Índices: Ao iniciar um projeto arquitetônico, deve-se observar os seguintes índices: o Índice de Ocupação: refere-se à área do terreno ocupada pela projeção do telhado do prédio. o Índice de Utilização: refere-se à área total da obra em relação à área do terreno. Estes índices são limitados, de acordo com a região onde se encontra a obra, e estão descritos no Código de Obras e no Plano Diretor de cada município. DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 10 0 Habitações em Madeira: As habitações construídas em madeira, dadas as características deste material, devem obedecer algumas normas específicas: 1- Afastamento mínimo de: a) 1,50 m em relação às divisas do terreno, mesmo quando tratar-se de parede “cega”, exceto quando a parede externa for de alvenaria; b) 3,00 m em relação à qualquer economia construída no mesmo lote; 2 – Possuir no máximo dois pavimentos. 3 - Ser construída sobre pilares de alvenaria com altura mínima de 0,40 m acima do nível do terreno, quando os pisos do primeiro pavimento forem de madeira. Escadas: Escadas são planos escalonados em sequência, usados para vencer distâncias verticais em uma edificação. Se mal projetadas, as escadas podem tornar-se perigosas, devido ao risco de quedas que elas oferecem. O design de uma escada exerce uma influência direta na probabilidade de acidentes e na gravidade da lesão logo após a queda. Pouca luz, ausência de corrimão, degraus largos ou estreitos demais ou cobertos com desenhos confusos ou superfícies escorregadias, degraus muito altos ou muito baixos e patamares que atrapalham o ritmo de subida e descida são as principais falhas que causam acidentes. Ao projetar-se uma escada, deve-se considerar a altura a ser vencida, que corresponde à distância entre dois pisos e o espaço horizontal disponível. Outra característica a ser considerada é o ângulo de inclinação da escada. O ser humano é pouco tolerante à variação do grau de inclinação da escada. Qualquer declive com mais de 45º é desconfortável para subir e de menos de 27º torna a descida lenta e tediosa. A altura de um degrau é chamada de eretor e o elemento vertical correspondente chama-se espelho e o elemento horizontal é a base do degrau. O eretor e a base devem ser equacionados de forma a garantir uma escada que seja confortável e segura para os usuários. Portanto, estas variáveis vão definir as dimensões dos degraus da escada. Porém, há limites para as dimensões dos elementos básicos de uma escada: Altura máxima do espelho: 19 cm; DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 10 1 Largura mínima da base: 26 cm; Patamar mínimo: 80 cm. Há várias fórmulas para o dimensionamento de escadas. A mais utilizada é a fórmula de Blondel, também conhecida como fórmula do conforto: 2h + p = ± 63 cm Onde: h → altura do espelho; p → largura da base. A variação da soma é de ± 1 cm. Escadas com mais de 16 degraus devem ter, obrigatoriamente, um patamar na metade da altura. Nomenclatura dos elementos de uma escada. DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 10 2 Representação de uma escada na planta baixa do pavimento térreo.Representação da mesma escada na planta baixa do segundo pavimento. DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 10 3 Ao projetar-se uma escada, deve-se tomar o cuidado de deixar uma altura livre de no mínimo 2,00 m entre qualquer elemento estrutural (vigas, lajes,...) e o degrau imediatamente abaixo. O Código de Obras de Santa Maria exige que a altura mínima livre entre elementos estruturais e o degrau imediatamente abaixo seja de 2,10 m. Todas as escadas devem ter corrimão contínuo em pelo menos uma das laterais. Este corrimão deve ter altura mínima de 0,80 m e máxima de 0,92 m em relação à base dos degraus. Em edificações unifamilares a largura mínima das escadas deve ser de 1,00 m. Maiores detalhes sobre o projeto de escadas podem ser obtidos na NBR 9077. DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 10 4 Formatos de escadas Largura das escadas DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 10 5 DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 10 6 DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 10 7 Mobiliário Na elaboração de um projeto arquitetônico o profissional deve considerar o espaço necessário para o arranjo e a utilização do mobiliário do cliente, ou, pelo menos o mobiliário básico para cada edificação, de acordo com sua utilização. Na figura a seguir são mostradas as representações gráficas em planta e as dimensões mínimas do mobiliário básico: .70x.70 .60x.60 DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 10 8 Espaço livre para cada aparelho: Em frente ao vaso sanitário: 60 cm; Em frente à pia: 75 cm; Em frente ao fogão: 1,1 m; Em frente à balcões: 80 cm; Em frente à geladeira: 80 cm; Em frente à armários e guarda-roupas: 70 cm; Em torno de camas: 60 cm. Corredores: em residências unifamiliares, os corredores devem ter no mínimo 90 cm de largura e altura mínima de 2,20 m, com ventilação para cada trecho máximo de 15,00 m. Cozinha: As cozinhas residenciais devem ter uma área que permita a instalação de, no mínimo, um refrigerador (0,70 x 0,70 m), um fogão (0,60 x 0,60 m) e um balcão de pia (1,0 x 0,55 m). Por motivos de segurança os botijões de gás deverão ser instalados no lado de fora da residência ou na área de serviço contígua, desde que esta seja devidamente ventilada. As paredes, até uma altura mínima de 1,5 m, e o piso deverão ter revestimento liso, lavável e impermeável. Área de Serviço: Deverá ter uma área que permita a instalação de, no mínimo, um tanque (0,60 x 0,60 m), uma máquina de lavar (0,70 x 0,70) e dois botijões de gás (diâmetro de 40 cm). As paredes, até uma altura mínima de 1,5 m, e o piso deverão ter revestimento liso, lavável e impermeável. Banheiros: Deverá ter uma área que permita a instalação de, no mínimo, um lavatório (0,50 x 0,50m), um vaso sanitário (0,40 x 0,60 m) e um box para chuveiro com dimensões mínimas de 0,80 x 0,80 m. As paredes, até uma altura mínima de 1,5 m, e o piso deverão ter revestimento liso, lavável e impermeável. DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 10 9 Portas Todos os aposentos de uma edificação devem ter pelo menos uma porta de acesso, respeitando as seguintes larguras mínimas: Internas: largura média = 80 cm; Externas: largura média = 90 cm; Banheiros: largura mínima = 60 cm. Entre a porta e a parede perpendicular mais próxima, deve-se deixar uma “gola” de, no mínimo, 10 cm. Exemplos de representações de portas em planta: DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 11 0 Em elevação, as portas são representadas da seguinte forma: Janelas Para fins de ventilação e iluminação é obrigatório que todos os aposentos tenham pelo menos uma janela voltada para o exterior, com exceção de closets e banheiros com sistema de ventilação forçada. A área mínima de uma janela, de acordo com o código de obras da cidade de Santa Maria, para fins de ventilação e iluminação deve obedecer às seguintes relações: TIPO DE COMPARTIMENTO ILUMINAÇÃO (fração da área do piso) VENTILAÇÃO (fração da área do piso) COMPARTIMENTOS DE EDIFICAÇÕES RESIDENCIAIS 1/6 1/12 COMPARTIMENTOS DE EDIFICAÇÕES NÃO- RESIDENCIAIS 1/12 1/24 SANITÁRIOS - 1/12 CIRCULAÇÃO E GARAGENS - 1/20 DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 11 1 Exemplos de representações de janelas em planta: Para calcular a área de uma janela, deve-se considerar a área total do compartimento, a altura útil total do pavimento (pé direito), a distância da face superior do piso até a parte inferior da abertura (peitoril) e a distância da parte superior da abertura até a face inferior do teto (verga). Com os valores destas variáveis pode-se obter a altura e a largura do vão de uma janela, sabendo-se que a área mínima da mesma deve respeitar as relações apresentadas na tabela anterior. DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 11 2 Altura do Peitoril das janelas: Banheiros Cozinhas e áreas de serviço Escritórios e dormitórios Áreas de Estar e Lazer As portas e as janelas devem ser desenhadas abertas em planta e fechadas em cortes e fachadas. As vergas, que na maioria dos casos são as vigas de cintamento superior de um pavimento, devem ter altura máxima de 1/7 do pé- direito. DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 11 3 Check List – Desenho Arquitetônico Usar o jogo de esquadros para garantir que os ângulos fiquem corretos; As linhas que representam as paredes devem ser PARALELAS; As linhas de cota não devem ficar muito próximas das paredes (quando forem externas); Os textos das cotas não devem ficar de cabeça para baixo; Os textos de cotagem das janelas devem ser colocados do lado EXTERNO da peça; As folhas das portas devem ser representadas com uma pequena espessura e nunca apenas com uma linha; A espessura das linhas deve ser constante: PAREDES: linhas largas, COTAS: linhas finas, OUTROS DETALHES: linhas de espessura intermediária; As portas devem abrir sempre para o lado de dentro dos compartimentos; Em cada peça da edificação, representar o mobiliário usado na escala correta, de acordo com o layout utilizado no dimensionamento; Evitar rasuras no desenho; Utilizar letra bastão em todos os textos do desenho e da legenda; As peças do mobiliárionão devem ser representadas encostadas às paredes; Em banheiros e cozinhas, fazer a representação de “piso frio” (quadriculado); Os compartimentos devem ser identificados com seus nomes e área total (interna); DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 11 4 Bibliografia - Desenho Arquitetônico, L. Oberg, Ed. Ao Livro Técnico, 1997, São Paulo, SP. - Código de Obras de Santa Maria, PMSM, 2001. - Plano Diretor da Cidade de Santa Maria, PMSM, 2001. - Projetando Espaços, Miriam Gurgel, Ed SENAC, São Paulo, SP, 2002. - Circulação Vertical nos Edifícios, Aline W. B. de Carvalho, Luís Fernando Reis, Ed. UFV, Viçosa, 2004. - Edificação: 3000 anos de Projeto, Engenharia e Construção, Bill Addis; Ed. Bookman, Porto Alegre – RS, 2009. - Em Casa – Uma Breve História da Vida Doméstica, Bill Bryson; Cia. Das Letras, São Paulo, SP, 2011. DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 11 5 Planta Baixa de uma residência. DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 11 6 Cortes AA e BB Indicados na planta baixa. DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 11 7 Fachadas da residência. DESENHO TÉCNICO APLICADO (EPG 1008) – PROF. DR. RODRIGO GOETTEMS DA SILVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPTO. DE EXPRESSÃO GRÁFICA 11 8 Perspectivas Cônicas.
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