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1 Logística internacional

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Logística internacional
APRESENTAÇÃO
O comércio internacional enfrenta constantemente dois obstáculos: as barreiras burocráticas 
impostas por diferentes governos e os desafios logísticos existentes quando se pretende vender 
produtos para vários lugares do mundo. Enquanto os blocos econômicos são uma tentativa de 
reduzir as barreiras burocráticas, o desafio de transportar os produtos com eficácia ao redor do 
globo fica destinado à logística internacional.
Nesta Unidade de Aprendizagem você vai conhecer o escopo da logística internacional, seus 
principais elementos e a importante contribuição da logística para a economia global.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Definir o escopo do que é a logística internacional.•
Identificar o conceito dos termos mais comuns na logística internacional.•
Avaliar a importância econômica da logística internacional para o comércio global.•
INFOGRÁFICO
O amadurecimento na logística internacional permitiu o surgimento de novos arranjos de 
negócios. No Infográfico você vai ver quais são os desafios das empresas que adotaram uma 
estratégia global.
CONTEÚDO DO LIVRO
Para dar conta de uma nova realidade, a logística precisou se adaptar, afinal os processos para 
transportar e armazenar produtos dentro de um país são bem menos complexos do que realizar 
estas operações em outros países. Nesse sentido, a logística internacional mudou radicalmente as 
estratégias dos negócios mais relevantes da atualidade. No trecho selecionado são apresentados 
os aspectos introdutórios da logística internacional.
Na obra Logística Internacional, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, leia o capítulo 
Logística Internacional para conhecer sobre os aspectos introdutórios da logística 
internacional. 
LOGÍSTICA
INTERNACIONAL
Giancarlo Giacomelli
 
Logística internacional
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Definir o escopo da logística internacional.
 � Identificar o conceito dos termos mais comuns em logística 
internacional.
 � Avaliar a importância econômica da logística internacional no co-
mércio global. 
Introdução
O comércio internacional enfrenta constantemente dois obstáculos: as 
barreiras burocráticas impostas por diferentes governos e os desafios 
logísticos existentes quando se pretende vender produtos para diferentes 
lugares do mundo.
Enquanto os blocos econômicos são uma tentativa de reduzir as 
barreiras burocráticas, o desafio de transportar os produtos com eficácia 
ao redor do globo fica destinado à logística internacional.
Neste capítulo, conheceremos o escopo da logística internacional, 
seus principais elementos e a sua importante contribuição para a eco-
nomia global.
Qual o escopo de atuação da logística global?
Os anos 2000 deram início a um intenso movimento de globalização econômica. 
Os avanços tecnológicos e a maior integração entre países e blocos econômicos 
fomentaram o crescimento do comércio internacional. Tornou-se cada vez mais 
corriqueiro que roupas e calçados da China, eletrônicos de Taiwan, celulares 
da Coreia do Sul, computadores dos Estados Unidos e produtos de diversos 
outros países estivessem disponíveis para o nosso consumo imediato.
Para dar conta dessa nova realidade, a logística precisou adaptar-se, afinal, 
os processos para transportar e armazenar produtos dentro de um país são bem 
menos complexos do que realizar essas operações com caráter internacional. 
Com isso, a cadeia de suprimentos ficou mais extensa e robusta, ao mesmo 
tempo em que precisou tornar-se mais ágil.
Um conceito importante para entender o escopo dessa nova orientação 
logística é o da empresa global. A Internet barateou de forma impressionante 
os custos com comunicação, então, tornou-se cada vez mais fácil e barato 
manter sedes em outros países. A empresa global beneficia-se disso para 
aproveitar os ganhos de escala.
Christopher (2012, p. 207) dá a seguinte definição de empresa global:
Uma empresa global é aquela que faz mais que simplesmente exportar. A 
empresa normalmente trará seus materiais e componentes provenientes de 
mais de um país. Da mesma forma, muitas vezes ela terá localizações múltiplas 
de montagem ou fabricação geograficamente dispersas. Ela posteriormente 
comercializará seus produtos em todo o mundo.
A empresa global é uma mudança gigantesca no paradigma organizacional 
vigente por várias décadas. O arranjo empresarial predominante era de uma 
empresa com sede física, onde centralizava seus serviços administrativos e o 
seu processo produtivo, para atender à sua região. No entanto, a globalização 
vem ampliando a tendência não só da terceirização de parte do processo pro-
dutivo, como também da criação de fábricas e postos em locais estratégicos.
No Brasil, a Arezzo&Co, dona das marcas de sapatos Arezzo, Schutz, 
Anacapri, Alexandre Birman e Fiever, por muito tempo teve um processo 
de produção nacional. Após a entrada da China no setor, a empresa buscou 
ampliar sua exportação, vendendo sapatos no território Chinês. No entanto, 
percebeu que a competição por preços inviabilizaria a operação, afinal, os 
custos de produção na China eram muito menores. Então, mudou a estratégia.
A empresa passou, também, fabricar seus calçados na China. Assim, o 
design do produto segue sendo feito no Brasil, mas a produção de boa parte 
da sua linha de produtos é, hoje, feita na China, permitindo vender sapatos 
com preços competitivos no Brasil.
Para tanto, é necessário um eficaz esforço logístico, que abranja toda a 
cadeia de suprimentos da empresa. Para compreender o escopo da logística 
internacional, é fundamental um entendimento pleno do conceito de cadeia 
de suprimentos.
A cadeia de suprimentos (supply chain) envolve todas as interações existen-
tes entre a produção de determinado produto e sua entrega até o consumidor 
final. Assim, estarão contempladas, na cadeia de suprimento, atividades como 
Logística internacional2
a compra de matéria-prima, o transporte da matéria-prima até a fábrica, a 
estocagem primária desse material, a transformação da matéria-prima em 
produtos intermediários ou acabados, a estocagem dos itens produzidos, o 
transporte dos itens produzidos para distribuidores ou ponto de varejo, a 
estocagem para o ponto de venda e a entrega ao consumidor final.
A atuação logística da empresa global poderá abranger todas as etapas men-
cionadas acima, ou algumas delas. O escopo irá variar conforme o segmento, 
a estratégia e, até mesmo, as regulações do país em que ocorrerá a negociação.
Assim, a logística necessária para uma operação internacional envolverá 
alguns elementos, como:
 � Conhecimentos legais e tratados de comércio: A execução de uma 
operação de logística internacional envolverá uma complexidade bu-
rocrática e legal substancialmente maior que uma operação nacional. É 
usual a contratação de assessorias jurídicas ou consultorias especialistas 
nos processos de importação e exportação. No entanto, se as operações 
de comércio internacional fazem parte da estratégia de negócios da 
empresa, é natural que exista uma área específica para tratar de algu-
mas questões, como desembaraço aduaneiro, verificação de requisitos 
legais no país de destino, impostos sobre importação ou exportação, 
modalidade de Incoterm contratada, entre outras variáveis.
 � Estratégias de transporte intermodais: A operação normalmente 
envolverá, pelo menos, dois diferentes modais de transporte. Dentro 
do país de origem, os transportes ferroviário e rodoviário são os mais 
comuns e costumam levar os itens até os portos ou aeroportos, de onde 
serão despachados via avião ou navios para o país de destino. Após o 
desembaraço aduaneiro, ainda podem ocorrer novas etapas de transporte 
dentro do país de destino.
 � Alternativas de securitização de transporte: Como as distâncias 
são mais extensas e normalmente cruzam diversos países ou zonas 
territoriais,a contratação do seguro também é um aspecto pertencente 
ao escopo da logística internacional. A responsabilidade pelo seguro 
pode ser do comprador ou do vendedor, variando conforme contratação 
de Incoterm escolhida.
 � Alternativas de armazenamento: O transporte internacional ou, até 
mesmo, um processo de produção com etapas em diferentes países.
Essa segmentação segue a interpretação de Rodrigues et al. (2007), segundo 
o qual o planejamento e a implantação de estruturas logísticas internacionais 
3Logística internacional
racionalizam os custos, possibilitando gerenciar todas as operações desen-
volvidas nos estágios de transformação, transporte e distribuição, integrando 
as seguintes atividades:
 � Aquisição e transporte de insumos e/ou matérias-primas;
 � Controle de estoques de insumos e/ou matérias-primas;
 � Estocagem nas fábricas;
 � Planejamento e controle da produção;
 � Controle de estoques de produtos acabados, empacotamento, embalagem 
e expedição;
 � Armazenagem em centros de distribuição ou em terminais de embarque 
internacional;
 � Transporte de produtos acabados;
 � Processamento de pedidos;
 � Previsões de demanda;
 � Pós-venda.
Esses pontos abrangem de forma satisfatória o escopo da logística 
internacional.
Para conhecer mais sobre as etapas da cadeia de suprimento que ocorrem no Porto, 
assista ao vídeo Equipe do Câmera Record mostra a rotina do Porto de Santos (SP), dis-
ponível em:
https://goo.gl/eeD6qB
Termos comuns na logística internacional
Como a logística internacional envolve negociações, estratégias e tratativas 
entre países distintos, foi natural que terminologias e expressões muito empre-
gadas na área acabassem utilizando o inglês – principal idioma no comércio 
internacional – ao invés do idioma do país de origem das partes envolvidas. 
Logística internacional4
Nosso objetivo, neste momento, é fazer um breve apanhado (review) de 
termos que você, atuando com logística internacional, não pode deixar de 
conhecer. Por exemplo:
Supply Chain Management: A tradução literal é “gestão da cadeia de 
suprimentos”, que, como vimos anteriormente, abrange todas as ações ne-
cessárias para fazer com que os pedidos cheguem até o consumidor final. O 
conceito de supply chain, como alvo da gestão, é relativamente novo, passando 
a ser incorporado como prioridade nas estratégias de negócio por volta dos 
anos 70 e com o avanço da globalização após a segunda metade dos anos 
90, vem mostrando-se como fundamental na garantia da competitividade de 
negócios internacional.
Outsourcing: Normalmente traduzida como “terceirização”, está muito 
presente na expansão das empresas conceituadas por Martin Christopher (2012) 
como “empresa global”, com exemplos muito tradicionais, como os tênis de 
basquete da Nike, gigante global de vestuário esportivo, que são projetados 
nos Estados Unidos, mas fabricados na Coreia do Sul e Indonésia, com mais 
de setenta componentes fornecidos por empresas do Japão, Coreia do Sul, 
Taiwan, Indonésia e Estados Unidos. 
Taleb (2008, p. 63) foi muito feliz ao perceber que: 
[...] a globalização permitiu que os Estados Unidos se especializassem no 
aspecto criativo das coisas, a produção de conceitos e ideias, ou seja, a parte 
escalável dos produtos, e separassem, cada vez mais, por meio da exportação 
de empregos, os componentes menos escaláveis para designá-los àqueles que 
ficam felizes de serem pagos por hora.
Essa estratégia também é conhecida como “terceirização offshore”, quando 
a produção é deslocada para países onde os custos são mais baixos, seja de-
vido à disponibilidade de matérias-primas, oferta abundante de mão de obra, 
menores custos tributários ou outros fatores.
Global Sourcing: Está relacionado ao amadurecimento das estratégias 
de terceirização da produção em caráter global. Quando algumas etapas do 
processo produtivo passaram a ser realizadas de forma bem-sucedida em 
países com custos menores, principalmente em alguns países asiáticos ao 
longo dos anos 90. Empresas globais ampliaram sua estratégia de atuação 
internacional, estabelecendo base para outras atividades, como compra de 
materiais, atendimento ao cliente, Marketing e vendas, tornando sua operação 
menos centralizada e beneficiando-se de características pontuais de cada país 
que se instalavam.
5Logística internacional
Just-in-time: O JIT, como ficou conhecido, não era uma estratégia relacio-
nada ao comércio exterior, mas, sim, uma filosofia de produção que passou a 
se popularizar no Japão após a Segunda Guerra. Tendo como principal expo-
ente o Modelo Toyota de Produção, o JIT buscava eliminar todo e qualquer 
desperdício nas linhas de montagem, alterando drasticamente a abordagem 
até então utilizada nas fábricas, que produziam grandes estoques e torciam 
para que os planejamentos de vendas estivessem corretos. 
No just-in-time, a produção estava diretamente atrelada à demanda dos 
clientes, assim, um ciclo de produção só era iniciado após a existência de novos 
pedidos. Como isso, reduzia muito os custos com manutenção de estoques e 
diminuía a necessidade de capital, mostrando-se economicamente eficiente, 
e acabou sendo absorvido por outras áreas.
Com o avanço nas comunicações via Internet, a filosofia do JIT pode ser 
aplicada à logística internacional, levando os ganhos que ficavam restritos à 
fábrica para uma estratégia global.
Incoterms: É um dos termos mais comuns na logística internacional e está 
relacionado às tratativas padronizadas estabelecidas pela Câmara de Comércio 
Internacional (CCI). Pode ser traduzido como “Termos de Comércio Inter-
nacional”. São — desde 2011 — onze termos que definem responsabilidades 
específicas para cada uma das partes. 
Quando um contrato utilizar o termo FOB ( free on board), por exemplo, 
fica definido que o exportador tem a responsabilidade de arcar com todos os 
custos até que a mercadoria esteja embarcada no navio. A partir do embarque, 
todas as despesas e os riscos passam para o importador. Já o termo CFR (cost 
and freight) define que o exportador tem responsabilidade sobre todas as 
despesas envolvidas até o porto de destino. No entanto, os custos com seguro 
são de responsabilidade do comprador a partir do momento em que a carga 
está a bordo do navio.
Conheceremos todos os Incoterms em outro capítulo.
Para conhecer mais alguns importantes termos utilizados na logística e nos transportes, 
acesse:
https://goo.gl/zLQMrA
Logística internacional6
O impacto da logística para a economia global
A logística internacional apresenta facetas importantes para a economia global. 
Fundamentalmente, ela é um dos principais pilares que permitem que pessoas 
de diferentes países negociem entre si.
Como as atividades logísticas são de retaguarda, ou seja, são realizadas 
por “trás das prateleiras”, nem sempre são valorizadas como mereceriam. No 
entanto, o comércio internacional movimentou, só em 2015, US$ 15 Trilhões 
(em dólares) — que é um volume financeiro impressionante. Toda essa ativi-
dade somente foi possível pelo avanço das infraestruturas de transportes. A 
China, por exemplo, inaugurou uma nova rota marítima que reduziu o tempo 
das viagens até a Europa (Figura 1), de sete para quatro semanas.
Figura 1. Rota de cargas China/Europa.
Fonte: Cui (2013).
A redução no tempo de duração das viagens permite que novos produtos 
sejam comercializados. Produtos que anteriormente tinham perecibilidade 
alta — estragavam rápido — o que inviabilizava seu transporte até a região, 
passam agora a ser possíveis de serem negociados. Assim, novas opções de 
alimentos começam a ser exportadas, tornando viável, inclusive, a exportação 
de peixes e vegetais congelados e, até mesmo, algumas espécies frescas.
7Logística internacional
Conforme a DW Brasil noticia:
Quando um navio cargueiro sai da China em direção à Europa, normalmente, 
ele segue pelo Oceano Índico e atravessa o Canal de Suez. Há mais de 150 
anos, essa foi a via marítima mais curta para essa viagem. Navios modernos 
percorremesse trecho em seis ou sete semanas. Com as mudanças climáticas, 
a rota tradicional ganhou uma concorrente: pela primeira vez, um navio chinês 
usou a rota marítima do Norte, que passa pelo Polo Norte.
Cai Meijiang, da estatal chinesa COSCO, disse que o navio cruzou o estreito de 
Bering. O cargueiro Yongsheng zarpou no dia 15 de agosto de Taicang, cidade 
portuária perto de Xangai. A carga de quase 20 mil toneladas de ferragens foi 
entregue nesta terça-feira (10/09) no porto de Roterdã, na Holanda. A viagem 
durou quase quatro semanas, tempo recorde.
A rota pelo oceano Ártico levou cerca de 12 dias a menos que o caminho 
tradicional pelo Canal de Suez. Com as mudanças climáticas e o derretimento 
das calotas polares, essa passagem se tornou navegável durante quatro meses 
no verão.
Em 2009, dois navios atravessaram essa rota marítima do norte pela primeira 
vez. Em 2012, a via marítima há havia sido utilizada por 46 navios. Agora foi 
a vez de um cargueiro chinês seguir por esse caminho. “A rota é substancial-
mente mais curta, o que para a circulação dos navios é uma grande vantagem, 
além de diminuir a quantidade de combustível usada”, afirma Meijiang, que 
planejou a viagem (CUI, 2013). 
No Brasil, em 2015, os custos logísticos — soma dos gastos com transporte, 
estoque, armazenagem e serviços administrativos – representaram quase 13% 
de todo o PIB, o é equivalente a R$ 749 bilhões, um montante expressivo, 
capaz de gerar impactos importantes no dia a dia dos brasileiros.
Como comparativo, no mesmo período, a indústria teve uma representação 
de 11,4% no PIB Conforme a CNT — Confederação Nacional dos Transportes 
—, a distribuição do custo logístico foi a seguinte:
“A maior parte do custo é formada pelo transporte, que equivale a 6,8% 
do PIB (R$ 401 bilhões). Depois, estoque (4,5% do PIB, ou R$ 268 bilhões), 
armazenagem (0,9% do PIB ou R$ 53 bilhões); e administrativo (0,5% do PIB, 
ou R$ 27 bilhões)” (PIANEGONDA, 2016). 
Quando você analisa todo esse momento e considera que, em todas essas 
áreas, há necessidade de mão de oba, é possível ter uma noção mais clara do 
impacto da logística no mercado de trabalho e na economia dos países.
Logística internacional8
Nos Estados Unidos, o custo logístico corresponde a cerca de 7,6% do total 
do PIB, e essa é uma característica importante da economia logística. Existe 
uma tendência geral de que, quanto mais desenvolvida for uma economia, 
menores serão seus custos logísticos. Como os custos logísticos estão relacio-
nados com transporte e armazenamento, quanto melhores forem as condições 
de infraestrutura – estradas e portos, por exemplo –, menores serão os custos 
com transporte. Além disso, referente aos aspectos tributários, quanto mais 
baixos forem os impostos, menores serão os custos com combustível e outros 
insumos.
A redução dos custos logísticos gera um impacto direto para toda a so-
ciedade, pois reduz o preço dos bens de consumo. Quanto ao gás de cozinha, 
por exemplo, um produto que impacta diretamente a vida das pessoas, prin-
cipalmente dos mais pobres, 43% do seu preço é relacionado à distribuição e 
revenda, ou seja, a atividades logísticas. Quando esses custos caem, o benefício 
para o consumidor é quase imediato.
Essa característica mostrou-se de maneira real e de grande abrangência 
com o comércio por meio Internet. Os maiores e-commerces centralizaram 
suas operações em um — ou em poucos — CDs (centros de distribuição), o 
que eliminava a necessidade de existência de vários estoques espalhados pelo 
país. Essa centralização ainda beneficia as compras em grandes volumes, 
que dão maior poder de barganha. Essa combinação tem feito os preços dos 
produtos vendidos pela Internet serem, na média, menores que os preços nas 
lojas físicas.
A logística internacional ainda tem um gigantesco campo de avanços, 
considerando a velocidade que os processos e as tecnologias na área evoluíram 
nos últimos 20 anos; é de se esperar mudanças transformadoras para a próxima 
década. Avanços como as impressoras 3D e o início das negociações com 
cryptomoedas digitais podem, num futuro próximo, tornar a logística mais 
eficaz e radicalmente mais barata.
9Logística internacional
CHRISTOPHER, M. Logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos. 4. ed. São Paulo: 
Cengage, 2012.
CUI, M. China inaugura rota marítima mais curta que cruza o Polo Norte. 2013. Disponível 
em: < http://p.dw.com/p/19ftY>. Acesso em: 6 fev. 2018.
PIANEGONDA, N. Custo logístico consome 12,7% do PIB do Brasil. 2016. Disponível em: 
<http://www.cnt.org.br/Imprensa/noticia/custo-logistico-consome-12-do-pib-do-
-brasil>. Acesso em: 6 fev. 2018.
RODRIGUES, P. R. A. et al. Gestão da logística internacional. Rio de janeiro: FGV, 2007.
TALEB, N. N. A Lógica do Cisne Negro. Rio de Janeiro: Best Seller, 2008.
Leitura recomendada
BOWERSOX, D. J. et al. Gestão logística da cadeia de suprimentos. 4. ed. Porto Alegre: 
McGraw-Hill, 2014.
Logística internacional10
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
Conteúdo:
DICA DO PROFESSOR
Na Dica do Professor você verá alguns pontos fundamentais que justificam a logística 
internacional.
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EXERCÍCIOS
1) Um dos conceitos mais importantes da logística internacional é o de empresa global. 
Sobre ela é correto afirmar que:
A) são chamadas assim por possuírem sedes em vários locais do globo.
B) sua principal característica é ser uma grande exportadora.
C) sua principal característica é ser uma grande importadora.
D) são empresas que exploram novas possibilidades de fornecedores, compra de matéria-
prima e pontos de fabricação e montagem, tendo uma atuação em diversos lugares do 
globo.
E) são empresas de logística que realizam as operações para marcas que desejam importar e 
exportar.
2) Para compreender o escopo da logística internacional é fundamental ter 
internalizado o conceito de Supply Chain Management, que permeia toda a gestão 
logística. Qual definição oferece um entendimento mais adequado de Supply Chain?
jurandicbmm
Realce
A) O Supply Chain abrange todas as interações de transporte envolvidas no processo 
logístico.
B) O Supply Chain abrange todas as interações de armazenamento envolvidas no processo 
logístico.
C) O Supply Chain é relacionado aos sistemas de informação ou sistemas de gestão logística.
D) O Supply Chain é a estratégia de compra de matérias-primas e suprimentos de outros 
países.
E) O Supply Chain pode ser traduzido como Cadeia de Suprimentos e diz respeito a todas as 
interações desde a produção até a entrega ao consumidor final.
3) A intermodalidade é uma característica corriqueira no processo logístico 
internacional. Diz-se que um processo logístico utilizou da intermodalidade quando
A) utilizou mais de 01 Incoterm na contratação.
B) compradores e vendedores compartilharam a responsabilidade pelo transporte.
C) o transporte envolveu mais de um modal, como rodoviário e aquaviário, numa mesma 
transação.
D) for contratada uma empresa especializada para o transporte.
E) a fábrica não fica no mesmo país onde os produtos serão vendidos.
A Apple, umas das maiores empresas globais de tecnologia, mantém seu processo 
criativo na sede dos Estados Unidos, mas a montagem dos seus smartphones é feita 
4) 
jurandicbmm
Realce
jurandicbmm
Realce
por empresas contratadas, normalmente, na Ásia. Essa estratégia é melhor definida 
pelo nome de:
A) Empresa Global.
B) Terceirização offshore.
C) Just-in-time.
D) Kanban.
E) Sistema Toyota de Produção.
5) Os Incoterms são:
A) termos vigentes para a navegação internacional.
B) acordos entre países com tratados de livre comércio.
C) termos do Comércio Internacional que definem responsabilidades claras para compradores 
e vendedores.
D) regras mundiais para importação.
E) regras de aplicabilidade mundial para exportação.
NA PRÁTICA
OsEstados e até mesmo países diferentes oferecem incentivos fiscais variados. Você verá um 
jurandicbmm
Realce
jurandicbmm
Realce
caso prático em que isso ocorreu.
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SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Visualize US$ 15 trilhões de comércio internacional em 3D
Leia o artigo a seguir e conheça mais sobre comércio internacional.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Modelagem do projeto da cadeia de suprimentos global: considerações teóricas e 
perspectivas futuras
Este artigo teórico objetiva apresentar e discutir características de modelos matemáticos de 
otimização do projeto da cadeia de suprimentos global, a fim de sugerir perspectivas de 
pesquisas futuras.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Equipe do Câmera Record mostra a rotina do Porto de Santos (SP)
No vídeo a seguir você vai conhecer um pouco da rotina do Porto de Santos, um dos principais 
destino das exportações e importações brasileiras.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

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