Buscar

dir sucessões 2021 2

Prévia do material em texto

ALUNA: Jadyanne do Nascimento Silva Matr.:20191102366
Atividade Individual Avaliativa – DIREITO DAS SUCESSÕES
1. No estudo da filiação é possível depreender que a mesma pode ser decorrente de fecundação artificial homóloga, mesmo que falecido o marido. Entretanto, para tanto é necessário que o marido, ainda em vida, tenha deixado consentimento expresso e inequívoco. Neste sentido, decidiu a 4ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ, 2021). Considerando as regras atinentes ao direito das sucessões, informe se um filho gerado através de fecundação artificial homóloga post mortem, fará jus a herança do pai falecido, considerando que o pai faleceu 10 anos antes da fecundação ser realizada. Apresente um texto dissertativo/argumentativo.(Utilize no máximo 15 linhas).
 R: O Art. 1597, inciso IV prevê a presunção da filiação homóloga, porém por ser o direito sucessório eminentemente patrimonial, há de se pensar em um limite para que outros herdeiros não sejam prejudicados. A doutrina diverge no que tange ao tempo para que seja possível a sucessão desse filho: Carlos Cavalcanti Albuquerque Filho diz que é imprescindível que o de cujus deixe de forma expressa e escrita, o prazo de até dois anos para que seja realizada a inseminação e concepção da sua prole eventual, caso o de cujus não tenha estabelecido nenhum prazo, a inseminação deverá ocorrer em até dois anos depois de sua morte, através de interpretação analógica do artigo 1.799, inciso I combinado com o artigo 1.800 § 4o, do Código Civil. Já outra parte da doutrina, não concede nenhum direito sucessório aos filhos concebidos após a abertura da sucessão, segundo o argumento de que não há exceções no artigo 1.798 do Código Civil, isto é, que a pessoa precisa estar viva no momento da abertura da sucessão, ou, no mínimo, concebida no instante da morte do de cujus. Outra parte da doutrina trata que para a capacidade sucessória dos filhos concebidos por inseminação artificial post mortem seja reconhecida é necessária a relativização do princípio da coexistência frente a presunção de paternidade prevista no artigo 1.597, III do Código Civil, ou seja, até 10 anos após o reconhecimento da mesma.
CASTELO, Fernando Alcântara Castelo. A igualdade jurídica entre os filhos: reflexo da constitucionalização do direito de família. Disponível em: http://www.mpce.mp.br/wpcontent/uploads/ESMP/monografias/dir.familia/a.igualdade.juridica.entre.os.filhos.pdf. Acesso em: 29/09/2021.
 DELFIM, Marcio Rodrigo As implicações jurídicas decorrentes da inseminação artificial homóloga “post mortem”. Disponível em:<https://jus.com.br/artigos/12965/as-implicacoes-juridicas-decorrentes-da- inseminacao-artificial-homologa-post-mortem>. Acesso em: 29/09/2021
FREITAS, Douglas Phillips. Reprodução assistida após a morte e o direito de herança. IBDFAM. Disponível em:<http://www.ibdfam.org.br/?artigos&artigo=423>. Acesso em: 29/09/2021.
2. Claristovaldo é casado com Diana, mas mantém também, um relacionamento extraconjugal com Silvania. Tanto Diana como Silvania estão de boa-fé, pois uma não sabe da existência da outra, quiçá dos relacionamentos concomitantes. Na hipótese de falecimento de Claristovaldo, quem terá direito à sua herança? Indique o que menciona a doutrina e a jurisprudência, apontando as controvérsias sobre o tema, caso existentes. Indique o posicionamento dos Tribunais Superiores (utilize no máximo 15 linhas).
 R: O caso concreto nos apresenta o concubinato putativo, uma vez que ambas estavam de boa-fé no relacionamento.   Daniel Alt da Silva, entende que ampla declaração dos efeitos jurídicos desde que se prove boa-fé. Nelson Rosenvald e Cristiano Chaves de Farias, “identificam como fundamento contemporâneo da relação familiar e por isto prescindem de um olhar mais cuidadoso da doutrina e da jurisprudência, tais relacionamentos não podem mais ficar à mercê de uma interpretação obrigacional da fria sociedade de fato”. O STJ não reconhece a união concomitante, já o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul tem votado a favor do união putativa desde que comprovada a boa-fé.  Logo, ainda que o concubinato não gere os direitos e deveres nem produza os efeitos da união estável, isso não quer dizer que não produza qualquer efeito. Se, por exemplo, os concubinos constituem uma sociedade de fato, e se ambos concorrem para a aquisição do patrimônio, é possível que seja determinada a partilha de bens entre eles, para evitar o enriquecimento ilícito[56]. Portanto, tais relações concomitantes são catalogadas como sociedades de fato, conforme já prescrevia a Súmula 380 STF, tratadas no campo obrigacional.
Cristiano Chaves de Farias, Felipe Braga Netto, Nelson Rosenvald Manual de direito civil: volume único / . Imprenta: Salvador, JusPODIVM, 2020
Daniel Alt da Silva, Família Simultanea, Lumen Juris; 1ª edição, 2016
Diniz, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro - Direito de Família. 5o vol. 21a ed.      São Paulo: Saraiva, 2006.
Apelação Cível n. 70006077036, TJRS, Rel. Des. José Carlos Teixeira Giorgis, julgado em 18/06/2003.
Apelação Cível n. 70008648768, TJRS, Rel. Des. José Carlos Teixeira Giorgis, julgado em 02/06/2004.
Apelação Cível n. 70010479046, TJRS, Rel. Des. Luiz Felipe Brasil Santos, julgado em 13/04/2005.
Embargos Infringentes n. 70011531829, TJRS, Rel. Des. José Carlos Teixeira Giorgis, julgado em 10/06/2005.

Continue navegando