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Genética - Everton . FARMACOLOGIA (ciência que estuda a ação de substâncias químicas em um organismo vivo) + GENÉTICA = FARMACOGENÉTICA (área que estuda a contribuição da constituição genética na variação à resposta a drogas) ➔ a farmacologia objetiva: uso racional de medicamentos; minimizar a toxicidade dos fármacos; evitar interações medicamentosas; gerar conhecimentos para avaliar os efeitos colaterais; avaliar o tamanho de possíveis intoxicações . o efeito de uma droga em diferentes pessoas raramente é igual, diante disso, pacientes tomando uma dose padronizada de determinado medicamento podem: . a resposta ao fármaco pode ser influenciada por diversos fatores como: idade, gênero, doenças, gravidez, tabaco, álcool, drogas, exercícios físicos e outros medicamentos Objetivo da farmacogenética . otimizar o tratamento por meio da personalização terapêutica → PRESCRIÇÃO INDIVIDUALIZADA . identificar genes que modulem respostas aos medicamentos . desenvolvimento de testes genéticos para a escolha de medicamentos . reavaliação de medicamentos retirados do mercado devido a efeitos tóxicos em alguns indivíduos Atuação dos fármacos . quando o medicamento é administrado, ele passa pelos processos de: FARMACOCINÉTICA: envolve os processos de absorção, distribuição, biotransformação e eliminação FARMACODINÂMICA: envolve a interação do fármaco com o alvo, por meio de um receptor . após administrado, absorvido e distribuído até seu sítio de ação, local no qual produz a resposta farmacológica e é então excretado Polimorfismos genéticos . trata-se de mutações pontuais nos genes que são prevalentes em mais de 1% da população . há polimorfismos que afetam os genes que codificam para 3 tipos de enzimas: ENZIMAS METABOLIZADORAS DE FÁRMACOS; ENZIMAS TRANSPORTADORAS DE FÁRMACOS NA CORRENTE SANGUÍNEA; PROTEÍNAS RECEPTORAS DE DROGAS NA CÉLULA-ALVO → estão associados a diferenças individuais na eficácia e toxicidade de muitos medicamentos Polimorfismos que afetam enzimas metabolizadoras . METABOLIZAÇÃO: mecanismos enzimáticos complexos que tem como objetivo inativar compostos endógenos ativos (hormônios, enzimas, neurotransmissores, etc) e eliminar substâncias estranhas ao organismo (xenobióticos) - os produtos metabolizados podem ser inativados, ativados ou até mesmo potencializados - objetivo dessa metabolização é tornar o fármaco mais polar → tornará-se ativo ou mais facilmente excretável (lipofílico → hidrofílico) - principais órgãos que realizam essa metabolização: fígado, pulmão (PG’s), rins (imipenem); ID (clonazepam, salbutamol), plasma (suxametônio) - desfecho do processo de BIOTRANSFORMAÇÃO (substância química é transformada dentro do corpo humano → alterações químicas transformando o medicamento em compostos inativos ou ativos) as enzimas envolvidas nesse processo estão localizadas principalmente no fígado, outras no plasma, pulmões, cérebro e no intestino esse processo envolve 2 fases: METABOLISMO DE FASE 1: consiste na adição de grupos funcionais (-OH; -COOH; -SH; -O- ou NH2) aos fármacos, levando a inativação ou ativação dessas drogas (moléculas originalmente inativas tornam-se ativas → PRÓ-FÁRMACOS) . essa fase, consiste basicamente na interação do fármaco com a célula-alvo . catalisada por enzimas da superfamília do citocromo P450 (CYPs), flavinas monoxigenadas (FMOs) e epoxis hidrolases (EHs) METABOLISMO DE FASE 2: as reações dessa fase, envolvem a conjugação com um substrato endógeno, tornando os metabólitos hidrofílicos passíveis de excreção . há inativação do produto do metabolismo da fase 1 . as enzimas de fase 2 que catalisam as reações de conjugação são: glutadiona-S-transferase (GSTs); UDP-glucoronil-transferase (UGT); sulfotransferase (SULTs); N-acetiltransferase (NATs); metiltransferase (MTs) . em suma, o fármaco é metabolizado com intuito de ser excretado (liberado do organismo) Enzimas do metabolismo de fase 1 • enzimas CYP1A1 e CYP2E1 - fazem parte da superfamília citocromo P450 (estão presentes em animais, plantas, leveduras e bactérias) . as reações ocorrem preferencialmente no fígado . essas enzimas têm um grande efeito nas variações das respostas a medicamentos utilizados nos tratamento de muitas doenças (como depressão; psicose; doenças cardiovasculares, gastrintestinais; dor e epilepsia) Enzimas do metabolismo de fase 2 • enzima CYP2D6 (também faz parte da superfamília do citocromo P450): os tecidos de expressão são o pulmão e fígado . a variação na atividade dessa enzima resulta de mutações: SNPs; deleção do gene; múltiplas cópias do gene . o PRÓ-FÁRMACO CODEÍNA depois de metabolizado por essa enzima CYP2D6, transforma-se em MORFINA (medicamento usado no controle da dor) - em pessoas com metabolismo lento/intermediário, a droga não é eficaz na dose padrão (não atinge concentrações plasmáticas suficientes para obter resposta terapêutica desejada) - já em metabolizadores ultrarrápidos, a morfina tem efeito tóxico ➔ houve relatos de morte de neonatos devido a intoxicação via amamentação por mães que tem esse tipo de metabolismo e fizeram uso da codeína para alívio das dores associadas ao parto • enzimas GSTM1 e GSTT1 - família glutationa S-transferases: essas enzimas tornam os metabólitos hidrofílicos passíveis de excreção e inativam produtos do metabolismo de fase 1 . elas agem na detoxificação de fármacos e carcinógenos → impedindo a ligação destes ao DNA ➔ a ausência dessas enzimas reduz a capacidade do organismo de desintoxicar-se de metabólitos reativos . expressão: maior concentração no fígado, menores concentrações no pulmão e intestino delgado • enzima GSTP1 • enzima butirilcolinesterase (BChE): degrada acetilcolina para cessar resposta neurológica . sua síntese é hepática e possui ampla distribuição no organismo . essa enzima metaboliza a succinilcolina: um relaxante muscular → efeito passageiro OBS:. em algumas pessoas o efeito prologando dessa enzima faz com que haja paralisia muscular e apneia respiratória Polimorfismos que afetam enzimas transportadores de medicamentos . moléculas transportadoras de medicamentos são proteínas transmembrânicas, localizadas em células intestinais, hepáticas e no epitélio renal . responsáveis pela absorção, biodisponibilidade e eliminação de vários medicamentos . a glicoproteína-P (GnP) é muito estudada por ser um transportador de vários medicamentos Polimorfismos que afetam as proteínas receptoras . receptores: proteínas ou glicoproteínas encontradas na membrana plasmática, na membrana das organelas e no citoplasma . a união de uma molécula sinalizadora (fármaco) a seus receptores específicos desencadeia uma série de reações no interior das células (resposta ao fármaco) . canais de sódio SCN1 e os receptores adrenérgicos apresentam importância quanto a resposta a medicamentos Doenças genéticas que influenciam a resposta a drogas Deficiência de glucose-6-fosfato desidrogenase (G6PD) . doença hereditária recessiva ligada ao cromossomo X . a enzima G6PD catalisa o primeiro passo da via glicolítica nas hemácias → obtenção de energia, produzindo NADPH, que é crucial par a proteção das células (manutenção da membrana celular protegendo do stress oxidativo) . diante disso, a deficiência dessa enzima causa ruptura da membrana das hemácias levando a anemia, uma vez que a proteção dessas células está prejudicada Perspectivas futuras . a farmacogenética trará futuros benefícios à saúde pública evitando reações adversas a medicamentos em subgrupos de pacientes geneticamente distintos . será necessário traçar o perfil genético de cada paciente com exames → genotipagem e estudo da expressão do gene: - intuito de detectar problemas terapêuticos prevenindo efeitos adversos (metabolizadoresultrarrápidos e lentos) - individualização da dosagem medicamentosa - reduzir custos e tempo de tratamento
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