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U N O PA R M ED ID A S E AVA LIA Ç Ã O EM ED U C A Ç Ã O FÍSIC A Medidas e avaliação em educação física Raymundo Pires Júnior Philippe Fanelli Ferraiol Márcio Teixeira Gustavo Aires de Arruda Medidas e avaliação em educação física Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Pires Júnior, Raymundo ISBN 978-85-8482-542-4 1. Educação física. 2. Aptidão física – Testes. I. Ferraiol, Philippe Fanelli. II. Teixeira, Márcio. III. Arruda, Gustavo Aires de. IV. Título. CDD 796 Pires Júnior, Philippe Fanelli Ferraiol, Márcio Teixeira, Gustavo Aires de Arruda. – Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2017. 208 p. P667m Medidas e avaliação em educação física / Raymundo © 2017 por Editora e Distribuidora Educacional S.A. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, da Editora e Distribuidora Educacional S.A. Presidente Rodrigo Galindo Vice-Presidente Acadêmico de Graduação Mário Ghio Júnior Conselho Acadêmico Dieter S. S. Paiva Camila Cardoso Rotella Emanuel Santana Alberto S. Santana Lidiane Cristina Vivaldini Olo Cristiane Lisandra Danna Danielly Nunes Andrade Noé Ana Lucia Jankovic Barduchi Grasiele Aparecida Lourenço Paulo Heraldo Costa do Valle Thatiane Cristina dos Santos de Carvalho Ribeiro Revisor Técnico Isabel Cristina Chagas Barbin Editoração Emanuel Santana Lidiane Cristina Vivaldini Olo Cristiane Lisandra Danna André Augusto de Andrade Ramos Erick Silva Griep Adilson Braga Fontes Diogo Ribeiro Garcia eGTB Editora 2017 Editora e Distribuidora Educacional S.A. Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza CEP: 86041-100 — Londrina — PR e-mail: editora.educacional@kroton.com.br Homepage: http://www.kroton.com.br/ Sumário Unidade 1 |Fundamentos de medidas e avaliação em educação física - avaliação da atividade física habitual Seção 1 - Fundamentos de medidas e avaliação em educação física 1.1 | Medir, testar e avaliar Seção 2 - Avaliação da atividade física habitual 2.1 | Modernidade e atividade física 2.2 | Atividade física, breve histórico e conceitos 2.3 | Atividade física e saúde 2.4 | Avaliação da atividade física habitual 9 13 13 21 21 23 26 30 Unidade 2 | Avaliação morfológica Seção 1 - Métodos e avaliação antropométrica 1.1 | Conceitos e definições 1.1.1 | Pontos anatômicos 1.2 | Medidas e avaliação antropométrica 1.2.1 | Massa corporal 1.2.2 | Estatura 1.2.3 | Altura troncocefálica 1.2.4 | Comprimentos 1.2.5 | Circunferências e perímetros 1.2.6 | Diâmetro ósseo 1.2.7 | Dobras cutâneas 1.3 | Avaliação das medidas antropométricas 1.3.1 | Massa e estatura 1.3.2 | Perímetros e diâmetros 1.3.3 | Índices antropométricos 1.3.3.1 | Índice de massa corporal (IMC) 1.3.3.2 | Relação cintura-quadril (RCQ) 1.3.3.3 | Índice de Conicidade (IC) 1.3.4 | Avaliação do somatótipo Seção 2 - Métodos e avaliação da composição corporal 2.1 |Análises da composição corporal 2.1.1 | Nível atômico 2.1.2 |Nível molecular 2.1.3 | Nível celular 2.1.4 | Nível tecidual 2.1.5 | Nível do corpo inteiro 2.1.6 | Fracionamento da massa corporal 2.2 | Avaliação da composição corporal 2.2.1 | Método direto 2.2.1.1 | Dissecação 49 53 53 53 55 55 57 59 60 61 63 65 68 69 71 72 73 75 76 77 85 85 86 86 87 87 87 88 89 89 90 2.2.2 | Métodos indiretos 2.2.2.1 | Bioquímicos 2.2.2.1.1 | Hidrometria ou água corporal total 2.2.2.1.2 | Excreção de cretina 2.2.2.1.3 | Espectrometria de raios gama 2.2.2.2 | Imagens 2.2.2.2.1 | Absortometria radiologica de dupla energia (Dexa) 2.2.2.2.2 | Ultrassonografia 2.2.2.2.3 | Ressonância magnética nuclear (RMN) 2.2.2.2.4 | Tomografia computadorizada 2.2.2.2.5 | Raios X 2.2.2.3 | Densitométricos 2.2.2.3.1 | Pesagem hidrostática (PH) 2.2.2.3.2 | Pletismografia 2.2.3 | Duplamente indireto 2.2.3.1 | Bioimpedância (BIA) 2.2.3.1.1 | Perímetros e diâmetros 2.2.3.1.2 | Dobras cutâneas 91 91 91 92 93 93 93 94 95 96 96 97 97 98 100 100 101 101 Unidade 3 | Avaliação funcional motora Seção 1 - Testes motores para avaliação das capacidades de velocidade e agilidade (anaeróbia lática e anaeróbia alática) 1.1 | Descrição dos testes motores 1.1.1 | Testes de velocidade 1.1.1.1 | Teste dos 40 segundos – corrida de velocidade (potência anaeróbica lática) 1.1.1.2 | Teste de velocidade para potência anaeróbia – Rast (running – based anaerobic sprint test) 1.1.2 | Testes de velocidade anaeróbios aláticos – 20 metros – 30 metros – 50 metros 1.1.2.1 | Teste de 50 metros parado 1.1.2.2 | Teste de 30 metros parado 1.1.2.3 | Teste de velocidade de 20 metros 1.2 | Testes para medidas de agilidade 1.2.1 | Teste shuttle run 1.2.2 | Teste do quadrado Seção 2 - Testes motores para avaliação da capacidade de força muscular e flexibilidade 2.1 | Testes para medidas da força muscular 2.1.1 | Descrição dos testes motores 2.1.1.1 | Teste dinâmico de barra 2.1.1.2 | Teste estático de barra 2.1.1.3 | Teste de força e resistência de membros superiores (flexão de braços em suspensão modificada) 2.1.1.4 | Teste abdominalr 2.1.1.5 | Teste de impulsão verticalr 2.1.1.6 | Teste de impulsão horizontal 2.1.1.7 | Teste de preensão manual 2.1.1.8 | Teste de força explosiva de membros superiores (arremesso de medicine ball) 2.1.2 | Medidas de flexibilidade 2.1.2.1 | Teste de sentar e alcançar de Wells e Dillon (banco de Wells) 115 119 119 119 120 121 123 123 124 125 125 125 127 131 131 131 131 132 133 135 137 138 139 140 141 141 Seção 3 - Testes motores para avaliação da capacidade cardiorrespiratória 3.1 | Testes metabólicos 3.1.1 | Avaliação de componente cardiorrespiratório 3.1.1.2 | Avaliação funcional 3.1.2 | Teste de andar e correr em 12 minutos (cooper) 3.1.2 | Teste de resistência geral (9 minutos) 3.1.3 | Teste aeróbio máximo de corrida de vaivém de 20 mr 3.1.4 | Yoyo intermitent recovery test 3.1.5 | Teste de corrida de 1.000 metros 145 145 145 146 146 149 149 152 155 Unidade 4 | Avaliação da criança e do adolescente no contexto escolar Seção 1 - Aptidão física relacionada à saúde e ao desempenho atlético 1.1 | Aptidão física 1.2 | Referenciais para avaliação 1.2.1 | Avaliação referenciada por norma 1.2.2 | Avaliação referenciada por critério Seção 2 - Aptidão física e maturação biológica 2.1 | Maturação biológica e composição corporal 2.2 | Maturação biológica e desempenho motor 2.3 | Avaliação da maturação biológica 2.3.1 | Autoavaliação da maturação sexual Seção 3 - Avaliação da aptidão física e da postura corporal 3.1 | Avaliação das capacidades motoras 3.1.1 | Mobilidade de ombros 3.1.2 | “Sentar e alcançar” alternado 3.1.3 | Abdominal “modificado” 3.1.4 | Elevação do tronco 3.1.5 | Flexão/extensão de cotovelos sobre o solo 3.1.6 | Caminhada/corrida de vaivém 3.2 | Avaliação antropométrica e da composição corporal 3.3 | Avaliação postural 163 167 167 169 169 173 177 177 178 179 180 189 189 190 191 192 193 194 195 196 197 Apresentação Caro aluno(a)! É uma alegria imensa dividir nossa experiência e colocar à sua disposição este livro, intitulado Medidas e avaliação em Educação Física. Para a sua elaboração, alguns professores que atuam na área foram convidados a transcrever suas experiências e seu conhecimento em avaliação física. São docentes com atuação não apenas no meio escolar mas também em laboratórios, na prestação de serviços e em cursos na área da avaliação física. Esta obra oferece a você os fundamentos de medidas e avaliação em Educação Física, passando pelos testes motores, pela avaliação da atividade física diária, pelo teste postural de composição corporal mediante dobras cutâneas, pela avaliação funcional, entre muitosoutros itens. E, por tratar desses temas, corresponde, sem dúvida alguma, a uma das áreas de maior interesse na Educação Física. Com base nisso, o grupo de professores procurou descrever cada um dos testes com linguajar acessível e conteúdo atualizado, para que este livro, ao ser utilizado, sirva como guia de consulta constante tanto na formação acadêmica em Educação Física quanto na atuação profissional. Para facilitar o entendimento, os conteúdos trabalhados são descritos detalhadamente, sempre com explicações acompanhadas de sugestões de sites, artigos e vídeos, com os quais você poderá testar a si próprio. Explore o livro, pratique os testes e troque experiência com os colegas. Dessa forma, você certamente utilizará os recursos aqui oferecidos de maneira eficiente, proporcionando aos seus avaliados indicativos da sua condição motora, funcional, de composição corporal, de atividade física habitual, dentre outros fatores. Essa prática deixará você mais confiante para utilizar desses recursos, permitindo que oportunize esses conhecimentos e experiências aos seus alunos, os quais serão os beneficiários de seu entusiasmo, sua dedicação e sua paixão pelo trabalho. Faça uma ótima leitura e aproveite ao máximo este livro! Prof. Dr. Raymundo Pires Jr. Unidade 1 Fundamentos de medidas e avaliação em educação física – avaliação da atividade física habitual Esta seção faz uma abordagem dos conceitos e fundamentos que estruturam a área de medidas e avaliação para Educação Física. Nesta seção são descritos os mecanismos e instrumentos que possibilitam a investigação da atividade física habitual voltados a escolares. Seção 1 | Fundamentos de medidas e avaliação em educação física Seção 2 | Avaliação da atividade física habitual Objetivos de aprendizagem: Prezado aluno, nesta unidade você vai aprender e entender a importância dos fundamentos de medidas e avaliação no âmbito da Educação Física escolar, bem como compreender os mecanismos para a realização da avaliação da atividade física habitual, voltados ao meio escolar. Raymundo Pires Jr. Histórico da questão ambiental e sua relação com a população U1 10 Histórico da questão ambiental e sua relação com a população U1 11 Introdução à unidade Em cada oportunidade que, como autor, tenho ao abordar a temática sobre os fundamentos de medidas e avaliação em Educação Física, lembro-me, quando estudante, de minha inquietação e minhas indagações sobre essa área. O que de fato são medidas e avaliação? Para que servem? Será preciso algum equipamento? Mede-se quem ou o quê? Eram tantas as perguntas que, motivado por elas ampliei meus estudos. Ao me inteirar do assunto, adquiri meus primeiros livros, que tratavam de capacidades físicas (motoras) e, depois, outro de fisiologia do exercício. Confesso que me senti frustrado, porque pouco os compreendi, porém não desisti de entender aquilo tudo. A intenção deste livro é responder a você, caro aluno, todas as perguntas que você deve estar fazendo sobre o conteúdo a ser apresentado. Do mesmo modo, o conteúdo de medidas e avaliação sempre estará em conexão com as áreas de fisiologia do exercício, bem como com as capacidades motoras. Aqui, você encontrará todas as informações para realizar avaliação física no âmbito escolar. Portanto, ao se dedicar aos estudos das áreas mencionadas, certamente você alcançará um diferencial na sua carreira profissional. Dê a oportunidade a você mesmo de ser um profissional de destaque, aprofunde seus conhecimentos nas áreas com as quais você tiver mais afinidade. Você, então, está convidado a conhecer e aproveitar os conteúdos de medidas e avaliação em Educação Física. Vamos aos estudos? Histórico da questão ambiental e sua relação com a população U1 12 Histórico da questão ambiental e sua relação com a população U1 13 Seção 1 Fundamentos de medidas e avaliação em Educação Física Introdução à seção Ao iniciarmos a temática dos fundamentos de medidas e avaliação em Educação Física, algumas definições são importantes para adentrarmos em outros assuntos. Essas definições têm por finalidade oportunizar o entendimento da área, uma vez que os termos “medidas”, “teste” e “avaliação” são primordiais. Vamos conhecer esses termos? 1.1 Medir, testar e avaliar Segundo Kiss (1987), medida é a determinação de uma grandeza. Assim, quando é realizada uma medida, resultados de testes podem ser comparados por grandezas conhecidas e preestabelecidas. Como exemplo, há a utilização da unidade de medida em metros e/ou centímetros, quando se mede um salto em extensão ou em altura, ou quando se faz uso de unidade de quilogramas (kg) para medir peso (massa). Nesse sentido, a autora afirma que medir é o processo de designar um número a alguma característica ou uma propriedade a um indivíduo, no caso, a um(a) aluno(a). É um procedimento que oferece informações quantitativas (números), por meio de técnicas precisas e objetivas, ou seja, a quantidade daquilo que se deseja medir. É necessário agora compreender o significado de teste, que é um instrumento, procedimento ou técnica utilizado para se obter uma informação, ou seja, a medida. Através dos testes são determinados os valores (em números) das medidas (PITANGA, 2008). A avaliação, por sua vez, consiste na coleta de dados e na interpretação dessa informação, com base em referenciais definidos. Caracteriza-se, portanto, por um processo que se utiliza das medidas para comparar critérios. É um julgamento de valor sobre algo que foi medido, a partir da tomada de decisões, sendo necessária uma referência, uma vez que avaliação, segundo Pitanga (2008), significa comparação entre resultados anteriores ou de outras pessoas ou grupos. Também, é possível haver comparação das médias entre grupos que foram testados, assim como pode ser feita a comparação das medidas do grupo ou indivíduo testado com outros grupos por meio de padrões referenciados por normas já estabelecidas. Histórico da questão ambiental e sua relação com a população U1 14 Ao considerar os três aspectos após suas definições, avaliar implica utilizar as medidas para um julgamento de valor, as quais são obtidas geralmente mediante um teste. Como exemplo, considere um professor de Educação Física que deseja avaliar a flexibilidade dos seus alunos. Ele utiliza do Teste de Sentar e Alcançar para obter a medida em centímetros da flexibilidade dos escolares. O julgamento de valor (avaliação) é realizado por meio do resultado numérico que o teste oferece. O resultado alcançado por um aluno pode ser comparado com o de alunos de sua própria turma, bem como com valores de referência (tabelas) para o teste escolhido, voltado a escolares. O quadro seguinte visa facilitar o entendimento dos três aspectos abordados (teste, medida e avaliação). Testar Medir Avaliar Verifica o desempenho mediante situações previamente organizadas e padronizadas. Descreve grandezas quantitativas. Interpreta dados, oferece parecer ou julgamento de valores baseados em referenciais definidos previamente Fonte: adaptado de Guedes et al. (2006). Quadro 1.1 | Diferença entre testar, medir e avaliar Agora que você entendeu a nomenclatura básica da área de medidas e avaliação em Educação Física, faz-se necessário entender as finalidades de realizar uma avaliação física. Segundo Fontoura, Formentin e Abech (2008), a avaliação física serve, por exemplo, para: • Verificar a condição inicial do aluno. • Obter dados para elaboração de planejamento adequado das atividades a serem desenvolvidas em aula. • Incluir ou excluir um exercício físico. • Acompanhar a progressão dos alunos durante a execução do planejamento, ou seja, acompanhar o processo de ensino-aprendizagem. • Verificar se os objetivos estão sendo atingidos. • Detectar deficiências, permitindo, assim, a reestruturação do planejamento. • Detectar escolares com índices mais elevados e direcioná-los a um local adequado para treinamento.Histórico da questão ambiental e sua relação com a população U1 15 • Fornecer dados como objetos de pesquisa em Educação Física escolar. • Acompanhar o processo de crescimento e desenvolvimento dos alunos ao longo da fase escolar. Considerando os objetivos relacionados anteriormente, o professor de Educação Física terá em mãos uma ferramenta que permitirá o controle de suas ações no planejamento de suas aulas, verificação da efetividade destas, o acompanhamento do desenvolvimento dos alunos, além de ter condições de orientá-los a partir das informações coletadas. Deve-se frisar que a avaliação não deve ser utilizada apenas para verificação de resultados de testes, devendo, além disso, ser um meio para ampliar as possibilidades pedagógicas, dentre outros recursos que o professor de Educação Física pode utilizar. Portanto, não deve ser um fim, mas um meio para que o processo de ensino-aprendizagem aconteça em toda sua amplitude e complexidade. Você considera que apenas a apresentação do resultado de avaliação física seja suficiente para garantir a promoção da prática habitual da atividade física? Inúmeras são as variáveis que podem ser medidas na área da Educação Física. Por “variável” pode-se entender atributos, características ou medidas que podem sofrer flutuação entre pessoas ou populações. Nessa perspectiva, as variáveis podem ser qualitativas e quantitativas. As variáveis qualitativas expressam qualidade, sendo representadas por categorias que, em alguns casos, podem receber atributos de algarismos numéricos, embora não indiquem valor de quantidade. Por sua vez, as variáveis quantitativas expressam quantidade, razão pela qual são representadas por valores numéricos, como número de abdominais, de chutes a gol, o peso, a estatura, entre muitos outros (BARROS et al., 2012). As variáveis quantitativas para a área de medidas e avaliação em Educação Física podem ser cineantropométricas, neuromusculares, metabólicas e psíquicas. Veja a seguir a explicação de cada uma delas. Inicialmente, antes de estudarmos as variáveis cineantropométricas, vamos entender o significado desta palavra. Ela é derivada do termo “antropometria”, cuja formação, segundo Michels (2000), é resultado da junção de “antropo-”, elemento que significa homem (no sentido do ser humano, e não do sexo) e de “-metria” (ou metro), que equivale à medida. Cineantropometria é, portanto, resultado da Histórico da questão ambiental e sua relação com a população U1 16 adição do prefixo “cine-” à palavra antropometria. “Cine-” significa movimento, o ato de mover-se. Nesse sentido, por cineantropometria pode-se entender “medida do homem (ser humano) em movimento”; em outras palavras, significa medir o ser humano em atividades relacionadas ao movimento. Tecnicamente, segundo o autor, o conceito foi desenvolvido com o sentido de utilização da medida para estudo de tamanho, forma, proporção, composição corporal e maturação do corpo humano, com o objetivo de melhorar o conhecimento do comportamento humano em relação ao crescimento, ao desenvolvimento e ao envelhecimento em conjunto com a atividade física. Acesse o link a seguir e veja vários protocolos de avaliação física. Disponível em: <http://www.saudeemmovimento.com.br/saude/ avaliation_fisica_i.htm>. Acesso em: 28 jul. 2016. Conforme descrito por Pitanga (2008), as variáveis cineantropométricas são aquelas relacionadas às medidas antropométricas, como peso, estatura, dobras cutâneas, composição corporal, somatótipo, proporcionalidade, crescimento e desenvolvimento. Você terá a oportunidade de conhecer, nas outras unidades deste livro, dentre essas variáveis, aquelas que guardam relação com a área escolar. Segundo Pitanga (2008), a variável neuromuscular é a que diz respeito às capacidades motoras, por exemplo: força, flexibilidade, velocidade, agilidade, entre outras. Essa variável é frequentemente utilizada na escola, uma vez que boa parte dos professores se interessa em verificar a evolução e o desenvolvimento das capacidades motoras. Por sua vez, a variável metabólica é a que envolve os sistemas fisiológicos, a se destacar a capacidade aeróbica e a anaeróbica. Com base nos entendimentos alcançados até aqui, vamos considerar a situação da realização de uma bateria de testes. Você, como professor de uma turma, definiu as variáveis quantitativas a serem avaliadas, bem como selecionou os testes que oferecerão os indicadores das variáveis escolhidas. Agora, você vai agendar com seus alunos o dia da avalição física e apresentar a eles os procedimentos que garantirão o melhor desempenho na realização dos testes. Diante desse problema, as informações transmitidas aos alunos serão de grande importância para o bom andamento dos testes, bem como seus resultados. Pitanga (2008) faz as seguintes orientações: Histórico da questão ambiental e sua relação com a população U1 17 1. Usar tênis e roupas confortáveis e apropriadas para as atividades físicas que serão realizadas durante os testes. (Sabemos que, em muitas escolas brasileiras, essa orientação deverá ser administrada da melhor forma possível pelo professor, evitando constrangimentos ou discriminação, quando os alunos ou alguns alunos não tiverem condições financeiras de possuir um tênis.) 2. Não ingerir alimentos de difícil digestão. 3. Não realizar exercícios ou atividades vigorosas no dia dos testes. 4. Dormir bem na noite anterior, ao menos de seis a oito horas. Além dessas orientações, o autor citado aponta ainda outros fatores que podem ser influenciadores para resultados insatisfatórios na realização dos testes, aplicáveis aos adultos. Entretanto, deve ser de conhecimento do professor de Educação Física que ingerir bebidas alcoólicas, fumar e tomar café três horas antes dos testes são ações que provocam efeito negativo. É importante destacar, ainda, que a avaliação física é apenas um momento que faz parte do processo educativo, dos conteúdos a serem desenvolvidos, não devendo ser estratégia de pressão contra os alunos. Na tentativa de possibilitar a você uma lógica para a realização dos testes de avaliação física na escola, ao transmitir aos alunos as orientações para o dia da avaliação física descritas anteriormente, você já deverá ter escolhido os testes que vai realizar, de forma que sejam confiáveis e adequados para os propósitos estabelecidos. Ao escolher um teste, você deverá saber se atendem às exigências mínimas necessárias para garantir que apresentem critérios de autenticidade científica. Tais critérios, conforme Pitanga (2008), são: validade, confiabilidade ou fidedignidade e objetividade. Segundo o mencionado autor, validade é a condição que determina se o teste mede aquilo que se propõe que ele meça. Ou seja, é a habilidade do teste de medir precisamente, com o mínimo de erros, o componente da aptidão física que o teste pretende medir. Validade é, então, um procedimento matemático que mostra em que medida o teste é necessário para mensurar determinada variável. Tais cálculos têm por base os testes considerados padrão-ouro para aquele componente da aptidão física. Por exemplo, se o professor está interessado em medir a capacidade aeróbica dos seus alunos, os testes padrão-ouro, ou seja, aqueles de maior validade, corresponderão àqueles realizados por equipamentos que analisam os gases inspirados e expirados durante o teste (análise direta). Tratam-se daqueles testes (os quais você possivelmente já viu na televisão) realizados por atletas que correm numa esteira, aos quais se acoplam uma máscara, fios e computador. Para a escola, esse tipo de teste se torna inviável pelos custos, razão pela qual o professor lança mão de testes com menor valor de validade; por exemplo, os testes de 12 minutos (análise indireta), que são derivados dos testes padrão-ouro. Histórico da questão ambiental e sua relação com a população U1 18 Os testes são considerados válidos quando o cálculo matemático, chamado de coeficientede correlação, for maior que 0,7 - 0,8 para a maioria dos componentes da aptidão física. A confiabilidade ou fidedignidade está ligada à consistência da medida, feita mais de uma vez (por duas ou mais vezes), na mesma pessoa, pelo mesmo avaliador, em diferentes momentos, sem que a atividade física interfira nesse intervalo. Isso quer dizer que, quando é feita uma primeira medida, por exemplo, de dobras cutâneas, a segunda medida realizada pelo mesmo avaliador e na mesma pessoa que foi avaliada deve ter valor próximo ou igual ao que foi medido na primeira vez. Portanto, reflete-se que as medidas estão sendo feitas corretamente pelo avaliador. Também, um cálculo matemático é realizado para verificar a confiabilidade ou fidedignidade, chamado de coeficiente de confiança. Valores acima de 0,9 representam um alto valor (PITANGA, 2008). Por sua vez, a objetividade deve demonstrar a consistência nas medidas realizadas por vários avaliadores. Avaliadores diferentes, utilizando o mesmo teste, devem reproduzir resultados semelhantes numa mesma pessoa. Para isso, torna- se importante que o teste escolhido seja de técnica conhecida, válido e fidedigno (FONTOURA; FORMENTIN; ABECH, 2008). Para finalizar esta seção, agora que você reuniu conhecimentos relacionados aos princípios da avaliação física, alguns apontamentos sugeridos por Fontoura, Formentin e Abech (2008) são importantes. Veja-os a seguir: • Os testes devem sempre ser conduzidos pelo professor de Educação Física quando realizados no meio escolar. • A interpretação dos resultados deve ser feita ao indivíduo considerando-o como um todo, no sentido social, mental, físico e psicológico. • Nenhum teste ou medida é perfeito. • Deve sempre existir o reteste para observar e acompanhar o desempenho e desenvolvimento. • Sempre se deve utilizar testes que mais se aproximam da realidade e da situação da atividade física realizada. Histórico da questão ambiental e sua relação com a população U1 19 1. Os fundamentos da área de medidas e avaliação em Educação Física contemplam três definições que norteiam o campo de atuação, são elas: testar, medir e avaliar. Aponte as características de cada um desses termos, diferenciando um do outro. 2. Uma vez tendo o conhecimento das definições básicas da área de medidas e avaliação em Educação Física, à avaliação física pode-se relacionar muitas finalidades. Aponte ao menos três dessas finalidades. Nesta seção, você pôde compreender a importância dos fundamentos de medidas e avaliação no âmbito da Educação Física escolar. Além disso, você também entendeu as diferenças entre as ações de testar, medir e avaliar, as quais fundamentam e estruturam a área. Tais fundamentos visam nortear os procedimentos para realização da avaliação física, permitindo que os objetivos do processo de ensino-aprendizagem possam ser alcançados, de modo que os conhecimentos adquiridos aqui minimizem os vieses que, porventura, ocorram na administração dos testes direcionados ao meio escolar. Histórico da questão ambiental e sua relação com a população U1 20 Histórico da questão ambiental e sua relação com a população U1 21 Seção 2 Avaliação da atividade física habitual Introdução à seção Certamente, você já estudou sobre gasto energético mediante a prática de atividades físicas e sua relação com os benefícios à saúde ou com as doenças que podem ser evitadas. Com base nisso, esta seção tem por finalidade aprofundar essa discussão. Para isso, apresentará os mecanismos que o professor de Educação Física pode utilizar na escola, verificando essa relação através de instrumentos de avaliação que vão auxiliá-lo na tomada de decisões para ação imediata ou para planejamento do conteúdo escolar. Vamos iniciar, numa abordagem ampla, com os acontecimentos recentes. 2.1 Modernidade e atividade física No ano de 2015, foi noticiado pelos diversos meios de comunicação que mais da metade dos brasileiros está acima do peso. São 52,5% de brasileiros com 18 anos de idade ou mais que sofrem com o excesso de peso corporal. Em 2006, esse número era de 43%. Outro dado importante é que 17,9% da população está obesa. Esses números tornam-se cada vez mais importantes pelo fato de estarem diretamente relacionados ao surgimento de doenças, como hipertensão, diabetes, doenças cardiovasculares e câncer. Essas doenças são responsáveis por 72% das mortes no país (FORMIGA, 2015). Todas essas informações são produzidas pela Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel). Essa investigação é realizada desde 2006, por intermédio de contato telefônico, para os residentes selecionados das capitais brasileiras, mais o Distrito Federal. As perguntas são referentes a peso, estatura e hábitos relacionados ao tabagismo, à alimentação, à atividade física, ao consumo de bebidas alcoólicas, entre outros. Todo esse levantamento tem por objetivo identificar o estado de saúde dos brasileiros, assim como seus hábitos (VIGITEL, [s.d.]). Histórico da questão ambiental e sua relação com a população U1 22 Acesse o link a seguir e conheça, na íntegra, a Vigitel 2014. Disponível em: <http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/vigitel/vigteldescr.htm>. Acesso em: 28 jul. 2016. Essa temática ou área de estudo procura conhecer melhor o comportamento e os hábitos do ser humano, haja vista que a modernidade alterou completamente nossos costumes diários ao longo dos anos. Não se pode negar que a modernidade e a evolução tecnológica têm proporcionado ao ser humano melhores condições de vida, melhor qualidade de vida. Nesse contexto, o ser humano está vivendo cada vez mais tempo. Entretanto, isso se deve ao avanço da medicina e das condições de saúde. Por outro lado, modificou-se consideravelmente o modo de vida do homem em um curto espaço de tempo, o que contribuiu para o aumento das doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs) (GUEDES; GUEDES, 1995). Para entender melhor esse quadro, vamos fazer uma viagem no tempo, retornando à Idade da Pedra, ao tempo do homem que se instalava em cavernas. Pense em como deveria ser a vida do nosso ancestral, a obtenção de seu alimento, sua sobrevivência. Ele dependia exclusivamente do seu corpo e de seu bom funcionamento para caçar ou fugir quando se tornava a caça, para subir em árvores, pescar ou realizar outras atividades que exigiam muito do físico do homem primitivo. Provavelmente, em quase todos os dias ocorria alguma luta (para sobrevivência, obtenção de alimento e procriação). Nosso ancestral não tinha a menor chance de se manter com excesso de peso corporal, muito menos doente, uma vez que era totalmente dependente do seu corpo. Para que o homem chegasse a esse ponto, a evolução da espécie levou milhões de anos para aperfeiçoar a máquina humana (organismo humano), capaz de realizar essas tarefas incríveis, que permitiriam que chegássemos até aonde chegamos. E, dessa maneira, o ser humano avançou milhões de anos até que chegássemos ao século XVIII, responsável pelo início da transformação humana que vivemos hoje. Foi o período da primeira Revolução Industrial, ocorrida na Inglaterra. A partir dessa época, o homem passou a viver uma nova era, a qual nos transformaria acentuadamente. A Revolução Industrial começou a nos proporcionar ferramentas, equipamentos e outras facilidades para o trabalho, que, àquela época, ainda eram apenas um esboço daquilo que conhecemos hoje. O trabalho braçal ainda era fundamental: o homem dependia quase que totalmente da utilização do seu corpo para sobrevivência, mas o trabalho assalariado modificava a sociedade e a modernidade estava a impulsionar toda a humanidade. Tais invenções foram poupando gradativamente a energia (o gasto calórico) que o homem despendia ao realizar suas tarefas. A população passou a se concentrar cada vez mais nas Histórico da questão ambiental e sua relação com a população U1 23 áreas urbanas, e os hábitos passaram a ser muito diferentesdaqueles aos quais a evolução da espécie nos adaptou ao longo da nossa evolução. Antes: a caça, o trabalho braçal, a vida no campo em pequenas concentrações. Agora: máquinas para poupar nosso esforço, a produção de alimentos e outros produtos, que acontecia em massa. A vida do ser humano se tornava cada vez mais fácil (em termos de não despender esforços, de poupar calorias), o que ocorria com diferenças para o organismo humano, nunca antes experimentadas. Isso se deu há pouco mais de 100 anos, e hoje vivemos a era da transformação do mundo, produzida pela Revolução Industrial (BETTI, 1991). Atualmente, a maioria de nós, seres humanos, pode facilmente obter o alimento sem muito esforço: basta ir ao supermercado, não sendo necessário caçar, lutar e despender grande energia. Do mesmo modo, podemos nos utilizar dos dispositivos, das máquinas e dos equipamentos que a modernidade nos trouxe, como o elevador, o automóvel, o celular, a televisão e muitos outros de uma lista infindável. É fácil concluir que, apesar de toda a comodidade, nosso gasto energético é menor se comparado ao de alguns séculos. Além disso, a oferta de alimentos para boa parte da população ocorre em excesso. Esses aspectos ajudam a provocar as doenças decorrentes de níveis insuficientes de atividade física. 2.2 Atividade física, breve histórico e conceitos Como descrito anteriormente, uma vez que a modernidade alterou os hábitos de vida do ser humano, as doenças relacionadas à inatividade física começaram a surgir e, ao mesmo tempo, ações para promover a saúde foram incorporadas também. Historicamente, o homem sempre procurou se exercitar. Na Grécia Antiga, os exercícios eram destinados ao treinamento para a guerra. A prática de “se exercitar” foi se desenvolvendo e atendendo às necessidades de cada época. No século XIX, na Europa, surgiram as ginásticas, os jogos, os esportes e as danças como meio de prática de atividades físicas na escola e na sociedade. A partir desse ponto, outras formas de se exercitar foram surgindo, com objetivos sociais, nacionalistas, de lazer e educação (BOHME, 2003; BETTI, 1991). Gradativamente, a humanidade veio sofrendo cada vez mais com o acometimento das doenças cardiovasculares, decorrentes dos novos hábitos de vida, e as mortes por ataque do coração passaram a ser comuns. Tornava-se cada vez mais importante “o movimentar-se”, no sentido de evitar as doenças advindas pela pouca quantidade de movimento. Entretanto, àquela época, não havia organização da área da atividade física como conhecemos hoje em dia, muito menos estavam definidos os termos que nos são comuns atualmente. A partir da década de 1970, as pesquisas mostravam cada vez com maior clareza a relação positiva do treinamento físico e saúde. Ficava claro que o indivíduo deveria estar apto física, social e psicologicamente para viver de maneira harmoniosa e saudável. Histórico da questão ambiental e sua relação com a população U1 24 Pesquisadores da área começaram a discutir, então, sobre quais componentes físicos eram os mais importantes a serem desenvolvidos para benefício da saúde, para evitar as doenças hipocinéticas, aquelas decorrentes da vida sedentária. A aptidão física deveria englobar capacidade, habilidade e disposição corporal (BOHME, 2003). Inicialmente foram relacionados nove fatores da aptidão física: flexibilidade de extensão, flexibilidade dinâmica, força explosiva, força estática, força dinâmica, força do tronco, equilíbrio corporal total, coordenação corporal total e resistência cardiorrespiratória. As discussões entre os pesquisadores continuavam tentando identificar os componentes considerados como os mais importantes. Na década de 1980, cada vez mais esse campo se tornava importante para a saúde e a vida humana (PITANGA, 2002). Estudiosos conceituaram e definiram alguns termos da área para que as ações direcionadas à promoção da saúde se tornassem mais efetivas, uma vez que a relação entre atividade física e saúde estava clara. Em estudo clássico da área da Educação Física e Saúde, Caspersen, Powell e Christenson (1985) publicaram um dos artigos mais importantes para a área e definiram atividade física e exercício físico. Para eles, atividade física corresponde a qualquer movimento corporal produzido pelos músculos esqueléticos, que resulta em gasto energético acima dos níveis de repouso. Com base nessa definição, qualquer movimento produzido pelo corpo humano resulta em algum gasto energético. Tal gasto é sempre maior que a condição de repouso desse corpo. Dessa forma, quanto maior é o tempo e mais intenso é o movimento, maior é o gasto energético. O gasto ou dispêndio energético ocorre em diferentes momentos de nossa vida, como nas atividades do trabalho, durante os momentos de lazer, na prática de esportes e nos deslocamentos de um local para outro. O exercício físico também foi definido pela mesma equipe de pesquisadores da seguinte forma: atividade física previamente planejada, estruturada e repetitiva, que tem por objetivo a melhoria e manutenção de um ou mais componentes da aptidão física. Tal definição evidencia que o exercício físico faz parte da atividade física. Em outras palavras, o exercício físico é uma subparte da atividade física, portanto, esta é a grande área que acampa (em seu interior) o exercício físico. O exercício físico, portanto, é uma atividade física realizada mediante planejamento prévio, por um profissional habilitado para tal, que, portanto, planeja o exercício físico, colocando-o em prática aos usuários ou alunos, de maneira estruturada, de forma que obedeça a princípios de fisiologia humana, fisiologia do exercício físico, do treinamento físico ou desportivo, objetivando a melhoria ou a manutenção dos componentes da aptidão física. Histórico da questão ambiental e sua relação com a população U1 25 Do mesmo modo, os componentes da aptidão física também foram organizados conforme a finalidade. Pate (1988) definiu a aptidão física como: estado caracterizado pela capacidade de executar atividades diárias com vigor e demonstração de traços e capacidades associados com o baixo risco de desenvolvimento prematuro de doenças hipocinéticas. Essa definição deixa claro o objetivo de que, por meio das atividades físicas, as pessoas devem demonstrar vigor, bem como apresentar capacidade ou condição que permita a proteção contra as doenças provocadas pela quantidade insuficiente de ações motoras. Avançando um pouco mais na linha do tempo, segundo Guedes e Guedes (1995), outra definição de aptidão física foi publicada em 1990, de forma mais elaborada, que contempla diferentes segmentos da vida humana e que tem por finalidade o bem-estar geral e a saúde. Aptidão física ficou, então, assim definida: estado dinâmico de energia e vitalidade que permita a cada um não apenas a realização das tarefas do cotidiano, as ocupações ativas das horas de lazer e enfrentar emergências imprevistas sem fadiga excessiva, mas também evitar o aparecimento das disfunções hipocinéticas, enquanto funcionando no pico da capacidade intelectual e sentindo uma alegria em viver. De maneira mais ampla, os autores atribuem não apenas ao aspecto físico a importância de viver bem e se sentir bem, mas também a outros aspectos da condição humana, considerados prioritários para a saúde e o bem-estar, a exemplo da condição psicossocial. Para essa definição, a realização das tarefas do cotidiano realizadas com eficiência física é prioridade. Eficiência no sentido de o indivíduo não sentir dores ao realizar determinada tarefa motora, bem como ao final dessa tarefa. Além das tarefas do dia a dia, também são incluídas, na mesma condição, as ações realizadas no lazer, como jogos, brincadeiras, esportes ou qualquer atividade física realizada no momento livre de cada pessoa. Também, estão incluídas as ações motoras realizadas em momentos de imprevisto, como trocar o pneu de um carro, correr para pegar um ônibus ou carregaruma carga qualquer para auxiliar as pessoas. Em todas essas situações, tanto no cotidiano, no lazer, quanto em imprevistos, o indivíduo deve contar com condições físicas que lhe permitam realizar essas tarefas motoras sem que sinta dores durante e após. Por sua vez, o conceito de saúde, mais amplo, vem, ao longo da história da humanidade, sofrendo alterações conforme o entendimento, as necessidades e as dificuldades de cada época. Passamos por definições mágico-religiosas associadas à saúde e ao bem-estar, por conceitos como humores e sangria, entre outros, chegando à era bacteriológica e viral. Independentemente da época, conceituar saúde sempre foi tarefa difícil, controversa, muitas vezes feita de forma vaga (FARINATTI; FERREIRA, 2006). Por muitas vezes, definições que apontavam simplesmente a ausência de doença foram utilizadas. Essas definições, de certa Histórico da questão ambiental e sua relação com a população U1 26 forma simplistas, deram lugar à definição de saúde que marca a nossa era. Assim, a Organização Mundial da Saúde (OMS), desde 1948, definiu saúde da seguinte maneira: multiplicidade de aspectos do comportamento humano voltados a um completo bem-estar físico, mental, social e não meramente a ausência de doenças ou enfermidades. Diante dessa conceituação, não basta ao indivíduo não estar doente para ter saúde, é preciso que apresente evidências atitudes que afastem os fatores de risco que podem provocar doenças. Caracteriza-se pelo equilíbrio do indivíduo nos aspectos biológico, psicológico, social, mental, emocional e intelectual, que deve resultar em sensação de bem-estar (GUEDES; GUEDES, 1995). Nesse entendimento, pode-se deduzir que uma pessoa que se encontra com níveis elevados de colesterol, mesmo que não apresente nenhum sintoma e que ainda alcance níveis satisfatórios de desempenho físico, deve ser considerada doente. A explicação para essa afirmativa se deve ao fato de que o aumento do colesterol ocorre mediante hábitos ou comportamentos inadequados assumidos pelo indivíduo. Estão incluídos aí, também, os fumantes, os inativos fisicamente, os que ingerem excessivamente bebidas alcoólicas e muitos outros que têm comportamentos de risco. Com os conceitos de atividade física, aptidão física e saúde disponíveis, fica evidente a interdependência que há entre eles. Os comportamentos assumidos no cotidiano é que promoverão resultado positivo (saúde) ou negativo (doença). Aqueles que rotineiramente praticam alguma atividade física, que fazem uso moderado de álcool, que têm por hábito a alimentação saudável e que possuem bons relacionamentos sociais, dentre outros, certamente serão saudáveis. Dessa maneira, eles provavelmente não apresentarão nenhum sintoma, tampouco estarão desenvolvendo doenças crônico-degenerativas (PITANGA, 2002). 2.3 Atividade física e saúde Em 1998, o Ministério da Saúde, mediante o Projeto Saúde, ao realizar um levantamento sobre o estilo de vida da população, detectou que 67% dos entrevistados não praticavam exercício físico (FLORINDO; HALLAL, 2011). Nahas (2006) cita que as doenças crônicas degenerativas foram responsáveis por 58 milhões de mortes. A Organização Mundial de Saúde estimou que as doenças crônicas não transmissíveis foram responsáveis por cerca de 63% das mortes ocorridas no mundo em 2008. Por sua vez, a população com sobrepeso ou obesidade vem crescendo no mundo: cerca de 6,7% das crianças com menos de 5 anos estão classificadas com obesidade ou excesso de peso (OMS, 2009). Duca e Nahas (2011) nos alertam que a melhora nas condições de vida em geral e os avanços da saúde promoveram um grande impacto no comportamento Histórico da questão ambiental e sua relação com a população U1 27 cotidiano adotado pela população, o que, por um lado, foi benéfico, mas, por outro, trouxe modificações negativas ao estilo de vida. Você percebeu que essa preocupação não é tão recente e que os dados sobre o avanço do comportamento sedentário só vêm crescendo? Está claro, hoje em dia, que a atividade física tem importante papel na prevenção e na promoção da saúde. O efeito protetor contra as doenças crônicas degenerativas aumenta de forma significativa se houver níveis suficientes de atividade física (GUEDES; GUEDES, 1995). Ao longo dos anos, várias organizações mundiais tentam estabelecer recomendações de caráter preventivo, com o objetivo de incremento da atividade física, do condicionamento físico e da saúde. O quadro seguinte apresenta um relato cronológico dessas recomendações. ACSM 1975 1978 1986 1990 Aptidão Cardiorrespiratória Aptidão Cardiorrespiratória e Composição Corporal Aptidão Cardiorrespiratória e Aptidão Musculoesquelética Aptidão Cardiorrespiratória e Aptidão Musculoesquelética CDC / ACSM 1995 Saúde / Bem-Estar ACSM 2011 Saúde / Comportamento Saudável Fonte: elaborado pelo autor. Quadro 1.2 | Recomendações para a prática de atividade física/exercício físico Apesar das mudanças ocorridas ao longo do tempo, as recomendações procuram atender ao quesito de melhor estado de saúde, conforme definição de saúde. Atualmente, a recomendação para a população adulta é realizar exercícios cardiorrespiratórios de intensidade moderada a vigorosa, por 30 minutos ou mais, ao menos cinco vezes por semana, ou de intensidade vigorosa, três vezes por semana, por pelo menos 20 minutos, sendo possível a combinação de ambos para atingir a recomendação do American College of Sport Medicine (ACSM, 2011) – e, assim, alcançar um efeito protetor contra as doenças provocadas pela inatividade física (HASKEL et al., 2007). Histórico da questão ambiental e sua relação com a população U1 28 Para jovens em idade escolar, a recomendação de atividade física é de 60 minutos diários, de intensidade moderada a vigorosa (WHO, 2011). Quais são as estratégias que você, como professor de Educação Física, colocaria em prática para que os jovens atendam às recomendações diárias de 60 minutos de atividade física moderada a vigorosa? As recomendações, tanto as direcionadas para adultos quanto as direcionadas para jovens, visam produzir efeitos benéficos mediante a prática de atividades físicas. Você, então, deve estar se perguntando: quais são os benefícios decorrentes da prática regular da atividade física e de exercício físico? Veja os benefícios: • Aumento do metabolismo em repouso. • Redução dos fatores de risco para doença das artérias coronárias. • Redução da gordura corporal. • Melhora da função endotelial. • Controle lipídico e glicêmico. • Manutenção da pressão em níveis adequados. • Aumento da função autonômica (redução da frequência cardíaca de repouso – FC Rep.). • Estimulação da densidade óssea. • Aumento do sistema imunológico. • Aumento da aptidão cardiorrespiratória (aumenta-se a captação de oxigênio pelo músculo esquelético). • Aumento da força muscular. • Aumento da sensação de bem-estar e autoestima. Histórico da questão ambiental e sua relação com a população U1 29 Parece, portanto, que, ao se atingirem os níveis recomendados de atividade física, vários fatores positivos para a saúde são alcançados, evitando, desse modo, a ocorrência das doenças crônicas não transmissíveis. Por outro lado, há muitas questões negativas relacionadas à inatividade física. Organizações pelo mundo demonstram a relação com obesidade, hipertensão, síndrome metabólica e doenças cardiovasculares. Mesmo assim, pessoas relatam uma série de empecilhos para não serem ativas fisicamente, entre os quais são citados: falta de tempo, local apropriado, não ter companhia e segurança (FLORINDO; HALLAL, 2011). Mas, se perguntarmos às pessoas se é importante fazer atividade física, grande parte delas provavelmente dirá que sim. A incidência de doenças coronarianas é muito alta no mundo: 50% das mortes em países ocidentais acontecem em decorrência de doença arterial e acidente vascular cerebral. Nos países latinos, essa doença é a maior responsável pelamortalidade em geral (DUCA; NAHAS, 2011). Os autores citam ainda que a atividade física pode atenuar a incidência da doença coronariana, principalmente com a prevenção primária (antes do evento ocorrer). O Instituto Nacional do Câncer (INCA, 2003) esclarece que a prática de atividade física regular é um instrumento de auxílio na prevenção do crescimento da carga global de doenças crônicas. Além disso, informa que a inatividade física contribui para o falecimento de, aproximadamente, 2 milhões de pessoas no mundo. É mais prevalente em mulheres, idosos, indivíduos de baixo nível socioeconômico, sendo também responsável por 10% a 16% dos casos de cânceres de cólon, mama e de diabetes, e 22% das doenças isquêmicas do coração. O Inca ainda chama a atenção para um dado nos Estados Unidos, apontando que níveis insuficientes de atividade física foram responsáveis por um gasto de 76 bilhões de dólares em custos médicos em 2000. As doenças hipocinéticas vão se instalando no organismo, muitas das vezes sem grandes alardes, e no futuro somos vítimas do nosso próprio descaso – descaso com a alimentação, com o cuidado com a saúde em geral –principalmente por adotarmos um comportamento sedentário. É preciso esclarecer às pessoas que o exercício físico é a ferramenta fundamental no controle de peso e, além disso, tem caráter preventivo contra o surgimento de uma série de doenças. Quando se fala em obesidade, é necessário entender que, provavelmente, apenas o incremento da atividade física não seja suficiente para o controle do peso e que haverá uma dedicação muito grande do indivíduo para evitar que volte a ganhar peso. Polito (2010) aponta que o exercício físico isolado não será suficiente para a redução do peso corporal, mas, dependendo do estilo de vida, o exercício poderá se sobrepor à genética. Histórico da questão ambiental e sua relação com a população U1 30 Duca e Nahas (2011) alertam que, em 2008, já havia cerca de 1,5 bilhão de obesos no mundo. O preocupante é que o aumento da obesidade não é um atributo apenas dos adultos, uma vez que entre as crianças e os adolescente os dados também são alarmantes e vêm ganhando terreno nos EUA, Europa e América Latina. Um problema de extrema importância é que, quando surge na infância, a obesidade terá grande chance de persistir na idade adulta. É exatamente nesse ponto que o profissional da Educação Física deve agir, visto que seu trabalho será fundamental na prevenção. O trabalho poderá ser executado em clubes, praças, academias, porém o grande impacto para os resultados duradouros para a vida das pessoas será aquele que se torne hábito desde as idades precoces. E é nas escolas que ele deve acontecer. Pense em quantos anos os jovens frequentam a escola. Ao menos quatro? Nove, talvez? Onze? De qualquer maneira, é muito tempo (o suficiente) para que hábitos (bons ou não) sejam adquiridos. A conscientização de serem ativos fisicamente, de se alimentarem corretamente, começa nos bancos escolares, ou melhor, no espaço escolar como um todo. A educação física vai muito além de movimentos corporais, tendo, portanto, um lado formativo, informativo, em conjunto às vivências corporais e esportivas, para que o indivíduo leve para a vida adulta hábitos saudáveis e possa encontrar a melhor atividade física para se manter ativo fisicamente no futuro. No período da infância e da adolescência, a educação física é essencial para que no futuro seja adotado um estilo de vida saudável (FERNANDES et al., 2012). 2.4 Avaliação da atividade física habitual Diante das evidências apresentadas, o professor de Educação Física tem papel fundamental no desenvolvimento de conteúdos que possam transmitir não apenas os conhecimentos mas também o incentivo aos hábitos de atividades físicas. Para isso, os recursos utilizados no meio escolar, que objetivam a verificação da atividade física habitual dos jovens, são os mais valiosos. Na sequência, serão apresentados alguns dos instrumentos utilizados com frequência em estudos que objetivam avaliar a atividade física habitual dos jovens em idade escolar. Para realização dessa investigação, os questionários são de menor custo, são de fácil aplicação e têm apresentação de resultado rápido, motivos pelos quais são aplicáveis ao meio escolar (GUEDES et al., 2006). O questionário apresentado a seguir foi idealizado por Baecke, Burema e Frijters (1982), vale dizer, direcionado à população adulta. O Baecke Questionnaire of Habitual Physical Activity é um instrumento de medida da atividade física habitual, com origem na Holanda, composto por dezesseis questões com respostas em escala Lickert de cinco pontos, que procura oferecer informações associadas a três dimensões da atividade física. A primeira dimensão, que compõe a primeira Histórico da questão ambiental e sua relação com a população U1 31 parte do questionário, refere-se à atividade física realizada no trabalho e/ou escola; a segunda dimensão compõe a segunda parte, que contempla as atividades esportivas, os programas de exercício físico e os momentos de lazer ativo; a terceira e última dimensão compõe a terceira parte, que é dedicada às atividades relacionadas à ocupação do tempo livre (GUEDES et al., 2006). O Questionário Baecke para a população jovem brasileira foi validado por Guedes et al. (2006), que a ele atribuem a vantagem de ser curto, de ser de fácil aplicação e de trazer questões apropriadas aos jovens. Afirmam, ainda, com base nos procedimentos estatísticos utilizados, que apresentam resultados satisfatórios de concordância entre as réplicas efetuadas. Em relação aos indicadores de validade, o Questionário Baecke se mostrou válido para a investigação da atividade física habitual, principalmente para as idades acima dos 14 anos. Para atender aos propósitos desta unidade, a seguir será apresentado o Questionário Baecke, direcionado a avaliar a atividade física habitual dos jovens, bem como, na sequência, serão apresentados os cálculos que devem ser realizados para análise do resultado. Nome: Série: Questionário atividade física proposto por Baecke Seção 1 – Atividades na escola Questão 1 – Sua principal ocupação na escola: _______________________ ________________________________________________________________ Questão 2 – Para realizar as atividades na escola, você permanece sentado: (1) (2) (3) (4) (5) Nunca Raramente Algumas vezes Frequentemente Sempre Questão 3 – Para realizar as atividades na escola, você fica em pé: (1) (2) (3) (4) (5) Nunca Raramente Algumas vezes Frequentemente Sempre Questão 4 – Para realizar as atividades na escola, você necessita caminhar: (1) (2) (3) (4) (5) Nunca Raramente Algumas vezes Frequentemente Sempre Quadro 1.3 | Questionário Baecke - versão jovens Histórico da questão ambiental e sua relação com a população U1 32 Questão 5 – Para realizar as atividades na escola, você necessita carregar cargas: (1) (2) (3) (4) (5) Nunca Raramente Algumas vezes Frequentemente Sempre Questão 6 – Após um dia na escola, você se sente cansado ou fatigado: (5) (4) (3) (2) (1) Muito frequentemente Frequentemente Algumas vezes Raramente Nunca Questão 7 – Para realizar as atividades na escola, você transpira: (5)(4) (3) (2) (1) Muito frequentemente Frequentemente Algumas vezes Raramente Nunca Questão 8 – Ao comparar a sua rotina na escola com a de outras pessoas da mesma idade, você acredita que seu dia é fisicamente: (5) (4) (3) (2) (1) Muito intenso Intenso Moderado Leve Muito leve Seção 2 - Atividades esportivas, programas de exercícios físicos e lazer ativo Questão 9 – Você pratica algum tipo de esporte ou está envolvido em programas de exercícios físicos? ( ) Sim ( ) Não Caso não pratique algum tipo de esporte/programa de exercícios físicos, vá para a questão 10. Questão 9.1 – Como primeira opção, o esporte/programa de exercícios físicos que você mais frequentemente pratica apresenta intensidade: ( ) Baixa ( ) Moderada ( ) Elevada Questão 9.2 – Durante quantas horas/semana você pratica este esporte/ programa de exercícios físicos? ( ) < 1 hora ( ) 1-2 horas ( ) 2-3 horas ( ) 3-4 horas ( ) > 4 horas Questão 9.3 – Durante quantos meses/ano você pratica este esporte/ programa de exercícios físicos? ( ) Menos de 1 mês ( ) 1-3 meses ( ) 4-6 meses ( ) 7-9 meses ( ) Mais de 9 meses Histórico da questão ambiental e sua relação com a população U1 33 Questão 9.4 – Caso você apresente uma segunda opção quanto à prática de esporte/programa de exercícios físicos, esta é de intensidade: ( ) Baixa ( ) Moderada ( ) Elevada Caso não exista uma segunda opção quanto à prática de esporte/programa de exercícios físicos, vá para a questão 10. Questão 9.5 – Durante quantas horas/semana você pratica este esporte/ programa de exercícios físicos? ( ) < 1 hora ( ) 1-2 horas ( ) 2-3 horas ( ) 3-4 horas ( ) > 4 horas Questão 9.6 – Durante quantos meses/ano você pratica este esporte/ programa de exercícios físicos? ( ) Menos de 1 mês ( ) 1-3 meses ( ) 4-6 meses ( ) 7-9 meses ( ) Mais de 9 meses Questão 10 – Em comparação com outras pessoas de mesma idade, você acredita que as atividades que realiza durante seu tempo livre são fisicamente: (5) (4) (3) (2) (1) Muito elevadas Elevadas Iguais Baixas Muito baixas Questão 11 – Nas atividades de lazer e de ocupação do tempo livre, você transpira: (5) (4) (3) (2) (1) Muito frequentemente Frequentemente Algumas vezes Raramente Nunca Questão 12 – Nas atividades de lazer e de ocupação do tempo livre, você pratica esportes: (1) (2) (3) (4) (5) Nunca Raramente Algumas vezes Frequentemente Sempre Seção 3 – Atividades de ocupação do tempo livre Questão 13 – Nas atividades de lazer e de ocupação do tempo livre, você assiste à TV: (1) (2) (3) (4) (5) Nunca Raramente Algumas vezes Frequentemente Sempre Questão 14 – Nas atividades de lazer e de ocupação do tempo livre, você caminha: (1) (2) (3) (4) (5) Nunca Raramente Algumas vezes Frequentemente Sempre Histórico da questão ambiental e sua relação com a população U1 34 Questão 15 – Nas atividades de lazer e de ocupação do tempo livre, você anda de bicicleta: (1) (2) (3) (4) (5) Nunca Raramente Algumas vezes Frequentemente Sempre Questão 16 – Durante quanto tempo por dia você caminha e/ou anda de bicicleta para ir ao trabalho, à escola e às compras? (1) (2) (3) (4) (5) < 5 minutos 5-15 minutos 15-30 minutos 30-45 minutos > 45 minutos Fonte: adaptado de Guedes e Guedes (2006). Agora que você tem em mãos o questionário, suponhamos que seu aluno tenha preenchido as questões. Resta, portanto, realizar os cálculos. Os procedimentos matemáticos apresentados a seguir são descritos por Guedes e Guedes (2006). A primeira seção, Atividades na Escola, resulta da média das questões marcadas, em escala Lickert de cinco pontos, equivalentes às respostas observadas das questões de 1 a 8. O resultado dessa seção vai indicar o Índice de Atividade Física no Trabalho/na Escola (IAFT) calculada através da seguinte fórmula: Questão 1+(6-Questão 2)+Questão 3+Questão 4+ Questão 5+Questão 6+Questão 7+Questão 8 8 IAFT = Para a Questão 1, deve ser atribuído o valor 1 quando a ocupação na escola for a de um estudante, semelhante às ocupações relacionadas ao trabalho em escritório, clínicas, de motoristas, professores, lojistas, entre outras. Para seu conhecimento, quando realizado o questionário voltado aos adultos, há, ainda, a possibilidade de ser atribuído, à Questão 1, o valor 3 para as ocupações como trabalhos realizados em fábricas, de encanador, de eletricistas, de marceneiros, de mecânicos etc., assim como também pode ser atribuído valor 5 para as ocupações que exigem mais do trabalho braçal pesado, como em construção civil, trabalhos rurais, carregadores de cargas etc. Tais atividades não poderiam ser atribuídas à rotina de um estudante. Para o cálculo da seção dois, Atividades esportivas, programas de exercícios físicos e lazer ativo, que recebe abreviatura para Índice de Atividades Físicas Esportivas (IAFE), o procedimento inicial é calcular a questão nove. Para isso, deve haver interação das informações associadas à intensidade e ao volume dos esforços físicos envolvidos com o esporte praticado, mediante o seguinte cálculo: Histórico da questão ambiental e sua relação com a população U1 35 (Questão 9.1 x Questão 9.2 x Questão 9.3) +(Questão 9.4 x Questão 9.5 x Questão 9.6) Para os itens 9.1 e 9.4 devem ser considerados os valores prefixados: • 0,76 – Prática de esportes e/ou exercícios físicos que exigem esforços físicos de baixa intensidade. • 1,26 – Prática de esportes e/ou exercícios físicos que exigem esforços físicos de moderada intensidade. • 1,76 – Prática de esportes e/ou exercícios físicos que exigem esforços físicos de elevada intensidade. Para os itens 9.2 e 9.5, devem ser considerados os valores prefixados: • 0,5 para menos que 1 hora por semana. • 1,5 para 1 a 2 horas por semana. • 2,5 para 2 a 3 horas por semana. • 3,5 para 3 a 4 horas por semana. • 4,5 para mais que 1 hora por semana. Para os itens 9.1 e 9.4, devem ser considerados os valores prefixados: • 0,04 para menos de 1 mês por ano. • 0,17 para 1 a 3 meses por ano. • 0,42 para 4 a 6 meses por ano. • 0,67 para 7 a 9 meses por ano. • 0,92 para mais de 9 meses por ano. Na sequência, o IAFE é obtido pela média dos valores assinalados nas respostas de 9 a 12, mediante a seguinte fórmula: Questão 9 +Questão 10 +Questão 11+Questão 12 4 IAFT = Histórico da questão ambiental e sua relação com a população U1 36 E para calcular a seção 3, Atividades de Ocupação do Tempo Livre (IAFL), considerada lazer, faz-se uso da média das respostas marcadas das questões 13 a 16, através da fórmula: (6-Questão 13)+(Questão 14)+(Questão 15)+(Questão 16) 4 IAFT = É importante destacar que, para as questões 2 e 13, os valores das respostas da escala Lickert são subtraídos de 6 unidades (- 6). Após os cálculos realizados, o Questionário Baecke oferece a estimativa do nível deprática da atividade física habitual (IAFH), alcançado pela somatória dos índices obtidos nas três seções, com a seguinte fórmula: IAFH=IAFT+IAFE+IAFL Agora se torna importante apresentar um exemplo dos cálculos. Vamos supor que um(a) aluno(a) tenha acabado de preencher o questionário, marcando as seguintes alternativas, conforme compilado e adaptado de Guedes e Guedes (2006): Seção 1 – Atividades na escola Questão 1 – Sua principal ocupação na escola: Estudante Questão 2 – Para realizar as atividades na escola, você permanece sentado: (1) (2) (3) (4) (5) Nunca Raramente Algumas vezes Frequentemente Sempre Questão 3 – Para realizar as atividades na escola, você fica em pé: (1) (2) (3) (4) (5) Nunca Raramente Algumas vezes Frequentemente Sempre Questão 4 – Para realizar as atividades na escola, você necessita caminhar: (1) (2) (3) (4) (5) Nunca Raramente Algumas vezes Frequentemente Sempre Questão 5 – Para realizar as atividades na escola, você necessita carregar cargas: (1) (2) (3) (4) (5) Nunca Raramente Algumas vezes Frequentemente Sempre Questão 6 – Após um dia na escola, você se sente cansado ou fatigado: Quadro 1.4 | Questionário Baecke –versão jovens – preenchido Histórico da questão ambiental e sua relação com a população U1 37 (5) (4) (3) (2) (1) Muito frequentemente Frequentemente Algumas vezes Raramente Nunca Questão 7 – Para realizar as atividades na escola, você transpira: (5) (4) (3) (2) (1) Muito frequentemente Frequentemente Algumas vezes Raramente Nunca Questão 8 – Ao comparar a sua rotina na escola com a de outras pessoas da mesma idade, você acredita que seu dia é fisicamente: (5) (4) (3) (2) (1) Muito intenso Intenso Moderado Leve Muito leve Seção 2 – Atividades esportivas, programas de exercícios físicos e lazer ativo Questão 9 – Você pratica algum tipo de esporte ou está envolvido em programas de exercícios físicos? ( ) Sim ( ) Não Caso não pratique algum tipo de esporte/programa de exercícios físicos, vá para a questão 10. Questão 9.1 – Como primeira opção, o esporte/programa de exercícios físicos que você mais frequentemente pratica apresenta intensidade: ( ) Baixa ( ) Moderada ( ) Elevada Questão 9.2 – Durante quantas horas/semana você pratica este esporte/ programa de exercícios físicos? ( ) < 1 hora ( ) 1-2 horas ( ) 2-3 horas ( ) 3-4 horas ( ) > 4 horas Questão 9.3 – Durante quantos meses/ano você pratica este esporte/ programa de exercícios físicos? ( ) Menos de 1 mês ( ) 1-3 meses ( ) 4-6 meses ( ) 7-9 meses ( ) Mais de 9 meses Questão 9.4 – Caso você apresente uma segunda opção quanto à prática de esporte/programa de exercícios físicos, esta é de intensidade: ( ) Baixa ( ) Moderada ( ) Elevada Caso não exista uma segunda opção quanto à prática de esporte/programa de exercícios físicos, vá para a questão 10. Histórico da questão ambiental e sua relação com a população U1 38 Questão 9.5 – Durante quantas horas/semana você pratica este esporte/ programa de exercícios físicos? ( ) < 1 hora ( ) 1-2 horas ( ) 2-3 horas ( ) 3-4 horas ( ) > 4 horas Questão 9.6 – Durante quantos meses/ano você pratica este esporte/ programa de exercícios físicos? ( ) Menos de 1 mês ( ) 1-3 meses ( ) 4-6 meses ( ) 7-9 meses ( ) Mais de 9 meses Questão 10 – Em comparação com outras pessoas de mesma idade, você acredita que as atividades que realiza durante seu tempo livre são fisicamente: (5) (4) (3) (2) (1) Muito elevadas Elevadas Iguais Baixas Muito baixas Questão 11 – Nas atividades de lazer e de ocupação do tempo livre, você transpira: (5) (4) (3) (2) (1) Muito frequentemente Frequentemente Algumas vezes Raramente Nunca Questão 12 – Nas atividades de lazer e de ocupação do tempo livre, você pratica esportes: (1) (2) (3) (4) (5) Nunca Raramente Algumas vezes Frequentemente Sempre Seção 3 – Atividades de ocupação do tempo livre Questão 13 – Nas atividades de lazer e de ocupação do tempo livre, você assiste à TV: (1) (2) (3) (4) (5) Nunca Raramente Algumas vezes Frequentemente Sempre Questão 14 – Nas atividades de lazer e de ocupação do tempo livre, você caminha: (1) (2) (3) (4) (5) Nunca Raramente Algumas vezes Frequentemente Sempre Questão 15 – Nas atividades de lazer e de ocupação do tempo livre, você anda de bicicleta: (1) (2) (3) (4) (5) Nunca Raramente Algumas vezes Frequentemente Sempre Histórico da questão ambiental e sua relação com a população U1 39 Questão 16 – Durante quanto tempo por dia você caminha e/ou anda de bicicleta para ir ao trabalho, à escola e às compras? (1) (2) (3) (4) (5) < 5 minutos 5-15 minutos 15-30 minutos 30-45 minutos > 45 minutos Fonte: adaptado de Guedes e Guedes (2006). Então, com as alternativas assinaladas, procede-se aos cálculos, descritos a seguir. Questão 1+(6-Questão 2)+Questão 3+Questão 4+ Questão 5+Questão 6+Questão 7+Questão 8 8 IAFT = 1+(6-3)+4+3+1+2+1+2 8 IAFT = 17 8 = = 2,13 Questão 9 (Questão 9.1 x Questão 9.2 x Questão 9.3) +(Questão 9.4 x Questão 9.5 x Questão 9.6) (1,26 x 3,5 x 0,92)+(0 x 0 x 0)=4,06 4,06+4 +4+4 4 (6-4)+5+3+2 4 IAFT = IAFT = 16,6 12 4 4 = 4,15 = 3,00 = = (6-Questão 13)+(Questão 14)+(Questão 15)+(Questão 16) 4 IAFT = IAFH = IAFT + IAFE + IAFL IAFH = 2,13 + 4,15 + 3,00 = 9,28 Com a obtenção do resultado, o professor de Educação Física deve simplesmente observar o valor em relação aos demais alunos, o que significa que o resultado, por si só, não oferece indicador do quão é fisicamente ativo o aluno. Se o aluno 1 (o do exemplo anterior) for comparado a um aluno 2 (um outro colega) com valor hipotético de 8,45 no Questionário de Baecke, isso significa que o aluno 1 do exemplo é mais ativo fisicamente. Calculando-se a média aritmética, os resultados Histórico da questão ambiental e sua relação com a população U1 40 também podem ser utilizados para uma turma, a qual pode ser comparada a outras turmas, bem como a momentos diferentes dela mesma, por exemplo, o do início do ano letivo com o do final do ano. Outro questionário amplamente utilizado é o International Physical Activity Questionnaire (IPAQ), que visa avaliaro nível de atividade física. Ele existe em dois formatos: a versão longa, composta por 27 questões, e a versão curta, composta por oito questões. A de formato longo é validada para a população adulta, em sua versão impressa e eletrônica. Por sua vez, a versão curta é validada para a população adulta e para os jovens, entretanto, apenas no formato impresso. Ambos os formatos procuram investigar a frequência e a duração de caminhadas, atividades do cotidiano com esforços físicos moderados e intensos, bem como o tempo dispendido na posição sentada, em dias do meio da semana e de final de semana, tendo como referência os últimos sete dias (PIRES; PIRES JR.; OLIVEIRA, 2014; GUEDES; LOPES; GUEDES, 2005). Para conhecer seu nível de atividade física através do IPAQ de versão longa, no formato eletrônico, acesse o link disponível em: <http://www. webipaq.com.br/index_quest_inicio.php>. Acesso em: 28 jul. 2016. Segue o questionário IPAQ de versão curta, também destinado à população jovem (MATSUDO et al., 2001). Nome:_______________________________________________________ Data: ______/ _______ / ______ Idade: ______ Sexo: F ( ) M ( ) Nós estamos interessados em saber que tipos de atividade física as pessoas fazem como parte do seu dia a dia. Este projeto faz parte de um grande estudo que está sendo feito em diferentes países ao redor do mundo. Suas respostas nos ajudarão a entender quão ativos nós somos em relação às pessoas de outros países. As perguntas estão relacionadas ao tempo que você gasta fazendo atividade física na ÚLTIMA semana. As perguntas incluem as atividades que você faz no trabalho, para ir de um lugar a outro, por lazer, por esporte, por exercício ou como parte das suas atividades em casa ou no jardim. Suas respostas são MUITO importantes. Por favor, responda cada questão mesmo que considere que não seja ativo. Obrigado pela sua participação! Para responder às questões, lembre-se de que: Quadro 1.5 | Questionário IPAQ – versão curta Histórico da questão ambiental e sua relação com a população U1 41 • Atividades físicas VIGOROSAS são aquelas que precisam de um grande esforço físico e que fazem respirar MUITO mais forte que o normal. • Atividades físicas MODERADAS são aquelas que precisam de algum esforço físico e que fazem respirar UM POUCO mais forte que o normal. Para responder às perguntas, pense somente nas atividades que você realiza por pelo menos 10 minutos contínuos de cada vez. 1a Em quantos dias da última semana você CAMINHOU por pelo menos 10 minutos contínuos, em casa ou no trabalho, como forma de transporte para ir de um lugar para outro, por lazer, por prazer ou como forma de exercício? Dias: _____ por SEMANA ( ) Nenhum 1b Nos dias em que você caminhou por pelo menos 10 minutos contínuos, quanto tempo, no total, você gastou caminhando por dia? Horas: ______ Minutos: _____ 2a Em quantos dias da última semana, você realizou atividades MODERADAS por pelo menos 10 minutos contínuos, por exemplo, pedalar leve na bicicleta, nadar, dançar, fazer ginástica aeróbica leve, jogar vôlei recreativo, carregar pesos leves, fazer serviços domésticos na casa, no quintal ou no jardim como varrer, aspirar, cuidar do jardim, ou qualquer atividade que fez aumentar moderadamente sua respiração ou batimentos do coração? (POR FAVOR NÃO, INCLUA CAMINHADA) Dias: _____ por SEMANA ( ) Nenhum 2b Nos dias em que você fez essas atividades moderadas por pelo menos 10 minutos contínuos, quanto tempo, no total, você gastou fazendo essas atividades por dia? Horas: ______ Minutos: _____ 3a Em quantos dias da última semana você realizou atividades VIGOROSAS por pelo menos 10 minutos contínuos, por exemplo, correr, fazer ginástica aeróbica, jogar futebol, pedalar rápido na bicicleta, jogar basquete, fazer serviços domésticos pesados em casa, no quintal ou cavoucar no jardim, carregar pesos elevados ou qualquer atividade que fez aumentar MUITO sua respiração ou batimentos do coração? Dias: _____ por SEMANA ( ) Nenhum 3b Nos dias em que você fez essas atividades vigorosas por pelo menos 10 minutos contínuos, quanto tempo, no total, você gastou fazendo essas atividades por dia? Histórico da questão ambiental e sua relação com a população U1 42 Horas: ______ Minutos: _____ Estas últimas questões são sobre o tempo que você permanece sentado todo dia, no trabalho, na escola ou na faculdade, em casa e durante seu tempo livre. Isso inclui o tempo sentado estudando, sentado enquanto descansa, fazendo lição de casa visitando um amigo, lendo, sentado ou deitado assistindo TV. Não inclua o tempo gasto sentando durante o transporte em ônibus, trem, metrô ou carro. 4a Quanto tempo, no total, você gasta sentado durante um dia de semana? ______horas ____minutos 4b Quanto tempo, no total, você gasta sentado durante um dia de final de semana? ______horas ____minutos Após o preenchimento do questionário, são somadas as questões referentes às diferentes intensidades – caminhada, moderada e vigorosa – classificadas da seguinte forma, conforme o Guia de Processamento de Dados e Análise do Ipaq (versões curtas e longa) (2004): Muito ativo: aquele que atingiu as recomendações de atividade física: a. VIGOROSA: ≥ 5 dias na semana e ≥ 30 minutos por sessão. b. VIGOROSA: ≥ 3 dias na semana e ≥ 20 minutos por sessão + Atividade MODERADA e/ou CAMINHADA: ≥ 5 dias na semana e ≥ 30 minutos por sessão. Ativo: aquele que atingiu as recomendações de atividade física: a. VIGOROSA: ≥ 3 dias na semana e ≥ 20 minutos por sessão. b. MODERADA ou CAMINHADA: ≥ 5 dias na semana e ≥ 30 minutos por sessão. c. Qualquer atividade somada: ≥ 5 dias na semana e ≥ 150 minutos na semana (caminhada + atividade moderada + atividade vigorosa). Irregularmente Ativo: aquele que realiza atividade física, porém insuficiente para ser classificado como ativo, pois não cumpre as recomendações quanto à frequência ou à duração. Para realizar essa classificação, somam-se a frequência e a duração dos diferentes tipos de atividades (caminhada + atividade moderada + atividade vigorosa). Este grupo foi dividido em dois subgrupos de acordo com o cumprimento ou não de alguns dos critérios de recomendação: Irregularmente Ativo A: aquele que atinge pelo menos um dos critérios da recomendação quanto à frequência ou quanto à duração da atividade: Histórico da questão ambiental e sua relação com a população U1 43 a. Frequência: 5 dias na semana. b. Duração: 150 minutos na semana. Irregularmente Ativo B: aquele que não atingiu nenhum dos critérios da recomendação nem quanto à frequência, nem quanto à duração. Sedentário: aquele que não realizou nenhuma atividade física por pelo menos 10 minutos contínuos durante a semana. Fonte: adaptado de Matsudo et al. (2001). 1. Por um lado, a modernidade trouxe melhoria nas condições de vida em geral, por outro, porém, trouxe modificações negativas ao estilo de vida. Como explicar o contraponto que acaba por prejudicar a saúde? 2. Diante dos levantamentos científicos que mostram o efeito nocivo da inatividade física, decorrente da modernidade, o professor de Educação Física tem papel fundamental no desenvolvimento de conteúdos e ações para tentar incentivar hábitos de atividades físicas. Dentre as estratégias, a avaliação da atividade física habitual dos jovens, mediante questionários, é recurso dos mais valiosos. Aponte as vantagens da utilização desse tipo de instrumento. Histórico da questão ambiental e sua relação com a população U1 44 Esta seção teve por objetivo levar você a compreender os mecanismos para a realização da avaliação da atividade física habitual, voltados ao meio escolar, bem como demonstrar os instrumentos que possibilitam a investigação para essa finalidade. Para chegar à utilização do instrumento de medida da atividade física habitual, foi apresentada, nesta seção, a relação entre os efeitos da modernidade no que diz respeito à redução da atividade física ao longo dos anos e, consequentemente,
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