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LIVRO DE MEDIDAS E AVALIAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA

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 FÍSIC
A
Medidas e 
avaliação em 
educação física
Raymundo Pires Júnior
Philippe Fanelli Ferraiol
Márcio Teixeira
Gustavo Aires de Arruda
Medidas e avaliação em 
educação física 
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 
 Pires Júnior, Raymundo 
 
 ISBN 978-85-8482-542-4
 1. Educação física. 2. Aptidão física – Testes. I. Ferraiol, 
 Philippe Fanelli. II. Teixeira, Márcio. III. Arruda, Gustavo Aires 
 de. IV. Título.
 CDD 796 
Pires Júnior, Philippe Fanelli Ferraiol, Márcio Teixeira, 
Gustavo Aires de Arruda. – Londrina: Editora e Distribuidora 
Educacional S.A., 2017.
 208 p.
P667m Medidas e avaliação em educação física / Raymundo
© 2017 por Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer 
modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo 
de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, da Editora e 
Distribuidora Educacional S.A.
Presidente
Rodrigo Galindo
Vice-Presidente Acadêmico de Graduação
Mário Ghio Júnior
Conselho Acadêmico 
Dieter S. S. Paiva
Camila Cardoso Rotella
Emanuel Santana
Alberto S. Santana
Lidiane Cristina Vivaldini Olo
Cristiane Lisandra Danna
Danielly Nunes Andrade Noé
Ana Lucia Jankovic Barduchi
Grasiele Aparecida Lourenço
Paulo Heraldo Costa do Valle
Thatiane Cristina dos Santos de Carvalho Ribeiro
Revisor Técnico
Isabel Cristina Chagas Barbin
Editoração
Emanuel Santana
Lidiane Cristina Vivaldini Olo
Cristiane Lisandra Danna
André Augusto de Andrade Ramos
Erick Silva Griep
Adilson Braga Fontes
Diogo Ribeiro Garcia
eGTB Editora
2017
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
CEP: 86041-100 — Londrina — PR
e-mail: editora.educacional@kroton.com.br
Homepage: http://www.kroton.com.br/
Sumário
Unidade 1 |Fundamentos de medidas e avaliação em educação física - 
avaliação da atividade física habitual 
Seção 1 - Fundamentos de medidas e avaliação em educação física 
1.1 | Medir, testar e avaliar 
Seção 2 - Avaliação da atividade física habitual 
2.1 | Modernidade e atividade física 
2.2 | Atividade física, breve histórico e conceitos 
2.3 | Atividade física e saúde 
2.4 | Avaliação da atividade física habitual 
9
13
13
21
21
23
26
30
Unidade 2 | Avaliação morfológica 
Seção 1 - Métodos e avaliação antropométrica 
1.1 | Conceitos e definições 
1.1.1 | Pontos anatômicos 
1.2 | Medidas e avaliação antropométrica 
1.2.1 | Massa corporal 
1.2.2 | Estatura 
1.2.3 | Altura troncocefálica 
1.2.4 | Comprimentos 
1.2.5 | Circunferências e perímetros 
1.2.6 | Diâmetro ósseo 
1.2.7 | Dobras cutâneas 
1.3 | Avaliação das medidas antropométricas 
1.3.1 | Massa e estatura 
1.3.2 | Perímetros e diâmetros 
1.3.3 | Índices antropométricos 
1.3.3.1 | Índice de massa corporal (IMC) 
1.3.3.2 | Relação cintura-quadril (RCQ) 
1.3.3.3 | Índice de Conicidade (IC)
1.3.4 | Avaliação do somatótipo 
Seção 2 - Métodos e avaliação da composição corporal 
2.1 |Análises da composição corporal 
2.1.1 | Nível atômico 
2.1.2 |Nível molecular 
2.1.3 | Nível celular 
2.1.4 | Nível tecidual 
2.1.5 | Nível do corpo inteiro 
2.1.6 | Fracionamento da massa corporal 
2.2 | Avaliação da composição corporal 
2.2.1 | Método direto 
2.2.1.1 | Dissecação 
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2.2.2 | Métodos indiretos 
2.2.2.1 | Bioquímicos 
2.2.2.1.1 | Hidrometria ou água corporal total 
2.2.2.1.2 | Excreção de cretina 
2.2.2.1.3 | Espectrometria de raios gama 
2.2.2.2 | Imagens 
2.2.2.2.1 | Absortometria radiologica de dupla energia (Dexa) 
2.2.2.2.2 | Ultrassonografia 
2.2.2.2.3 | Ressonância magnética nuclear (RMN)
2.2.2.2.4 | Tomografia computadorizada 
2.2.2.2.5 | Raios X 
2.2.2.3 | Densitométricos 
2.2.2.3.1 | Pesagem hidrostática (PH) 
2.2.2.3.2 | Pletismografia 
2.2.3 | Duplamente indireto 
2.2.3.1 | Bioimpedância (BIA) 
2.2.3.1.1 | Perímetros e diâmetros 
2.2.3.1.2 | Dobras cutâneas 
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Unidade 3 | Avaliação funcional motora 
Seção 1 - Testes motores para avaliação das capacidades de velocidade e 
agilidade (anaeróbia lática e anaeróbia alática) 
1.1 | Descrição dos testes motores 
1.1.1 | Testes de velocidade 
1.1.1.1 | Teste dos 40 segundos – corrida de velocidade (potência anaeróbica 
lática) 
1.1.1.2 | Teste de velocidade para potência anaeróbia – Rast (running – based 
anaerobic sprint test) 
1.1.2 | Testes de velocidade anaeróbios aláticos – 20 metros – 30 metros – 50 
metros 
1.1.2.1 | Teste de 50 metros parado 
1.1.2.2 | Teste de 30 metros parado 
1.1.2.3 | Teste de velocidade de 20 metros 
1.2 | Testes para medidas de agilidade 
1.2.1 | Teste shuttle run 
1.2.2 | Teste do quadrado 
Seção 2 - Testes motores para avaliação da capacidade de força muscular 
e flexibilidade 
2.1 | Testes para medidas da força muscular 
2.1.1 | Descrição dos testes motores 
2.1.1.1 | Teste dinâmico de barra 
2.1.1.2 | Teste estático de barra 
2.1.1.3 | Teste de força e resistência de membros superiores (flexão de braços em 
suspensão modificada) 
2.1.1.4 | Teste abdominalr 
2.1.1.5 | Teste de impulsão verticalr 
2.1.1.6 | Teste de impulsão horizontal 
2.1.1.7 | Teste de preensão manual 
2.1.1.8 | Teste de força explosiva de membros superiores (arremesso de medicine 
ball) 
2.1.2 | Medidas de flexibilidade 
2.1.2.1 | Teste de sentar e alcançar de Wells e Dillon (banco de Wells) 
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Seção 3 - Testes motores para avaliação da capacidade cardiorrespiratória
3.1 | Testes metabólicos 
3.1.1 | Avaliação de componente cardiorrespiratório 
3.1.1.2 | Avaliação funcional 
3.1.2 | Teste de andar e correr em 12 minutos (cooper) 
3.1.2 | Teste de resistência geral (9 minutos) 
3.1.3 | Teste aeróbio máximo de corrida de vaivém de 20 mr 
3.1.4 | Yoyo intermitent recovery test 
3.1.5 | Teste de corrida de 1.000 metros 
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Unidade 4 | Avaliação da criança e do adolescente no contexto escolar 
Seção 1 - Aptidão física relacionada à saúde e ao desempenho atlético 
1.1 | Aptidão física 
1.2 | Referenciais para avaliação 
1.2.1 | Avaliação referenciada por norma 
1.2.2 | Avaliação referenciada por critério 
Seção 2 - Aptidão física e maturação biológica 
2.1 | Maturação biológica e composição corporal 
2.2 | Maturação biológica e desempenho motor 
2.3 | Avaliação da maturação biológica 
2.3.1 | Autoavaliação da maturação sexual 
Seção 3 - Avaliação da aptidão física e da postura corporal 
3.1 | Avaliação das capacidades motoras 
3.1.1 | Mobilidade de ombros 
3.1.2 | “Sentar e alcançar” alternado 
3.1.3 | Abdominal “modificado” 
3.1.4 | Elevação do tronco 
3.1.5 | Flexão/extensão de cotovelos sobre o solo 
3.1.6 | Caminhada/corrida de vaivém 
3.2 | Avaliação antropométrica e da composição corporal 
3.3 | Avaliação postural 
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Apresentação
Caro aluno(a)!
É uma alegria imensa dividir nossa experiência e colocar à sua disposição este 
livro, intitulado Medidas e avaliação em Educação Física. 
Para a sua elaboração, alguns professores que atuam na área foram convidados 
a transcrever suas experiências e seu conhecimento em avaliação física. São 
docentes com atuação não apenas no meio escolar mas também em laboratórios, 
na prestação de serviços e em cursos na área da avaliação física.
Esta obra oferece a você os fundamentos de medidas e avaliação em Educação 
Física, passando pelos testes motores, pela avaliação da atividade física diária, pelo 
teste postural de composição corporal mediante dobras cutâneas, pela avaliação 
funcional, entre muitosoutros itens. E, por tratar desses temas, corresponde, sem 
dúvida alguma, a uma das áreas de maior interesse na Educação Física. Com 
base nisso, o grupo de professores procurou descrever cada um dos testes com 
linguajar acessível e conteúdo atualizado, para que este livro, ao ser utilizado, sirva 
como guia de consulta constante tanto na formação acadêmica em Educação 
Física quanto na atuação profissional.
Para facilitar o entendimento, os conteúdos trabalhados são descritos 
detalhadamente, sempre com explicações acompanhadas de sugestões de sites, 
artigos e vídeos, com os quais você poderá testar a si próprio.
Explore o livro, pratique os testes e troque experiência com os colegas. Dessa 
forma, você certamente utilizará os recursos aqui oferecidos de maneira eficiente, 
proporcionando aos seus avaliados indicativos da sua condição motora, funcional, 
de composição corporal, de atividade física habitual, dentre outros fatores. Essa 
prática deixará você mais confiante para utilizar desses recursos, permitindo que 
oportunize esses conhecimentos e experiências aos seus alunos, os quais serão os 
beneficiários de seu entusiasmo, sua dedicação e sua paixão pelo trabalho.
Faça uma ótima leitura e aproveite ao máximo este livro!
Prof. Dr. Raymundo Pires Jr.
Unidade 1
Fundamentos de medidas e 
avaliação em educação física 
– avaliação da atividade física 
habitual
Esta seção faz uma abordagem dos conceitos e fundamentos que estruturam 
a área de medidas e avaliação para Educação Física.
Nesta seção são descritos os mecanismos e instrumentos que possibilitam a 
investigação da atividade física habitual voltados a escolares.
Seção 1 | Fundamentos de medidas e avaliação em 
educação física
Seção 2 | Avaliação da atividade física habitual
Objetivos de aprendizagem: 
Prezado aluno, nesta unidade você vai aprender e entender a importância 
dos fundamentos de medidas e avaliação no âmbito da Educação Física escolar, 
bem como compreender os mecanismos para a realização da avaliação da 
atividade física habitual, voltados ao meio escolar.
Raymundo Pires Jr.
Histórico da questão ambiental e sua relação com a população
U1
10
Histórico da questão ambiental e sua relação com a população
U1
11
Introdução à unidade
Em cada oportunidade que, como autor, tenho ao abordar a temática sobre 
os fundamentos de medidas e avaliação em Educação Física, lembro-me, quando 
estudante, de minha inquietação e minhas indagações sobre essa área. O que de 
fato são medidas e avaliação? Para que servem? Será preciso algum equipamento? 
Mede-se quem ou o quê? Eram tantas as perguntas que, motivado por elas ampliei 
meus estudos. Ao me inteirar do assunto, adquiri meus primeiros livros, que tratavam 
de capacidades físicas (motoras) e, depois, outro de fisiologia do exercício. Confesso 
que me senti frustrado, porque pouco os compreendi, porém não desisti de entender 
aquilo tudo. 
A intenção deste livro é responder a você, caro aluno, todas as perguntas que 
você deve estar fazendo sobre o conteúdo a ser apresentado. Do mesmo modo, 
o conteúdo de medidas e avaliação sempre estará em conexão com as áreas 
de fisiologia do exercício, bem como com as capacidades motoras. Aqui, você 
encontrará todas as informações para realizar avaliação física no âmbito escolar. 
Portanto, ao se dedicar aos estudos das áreas mencionadas, certamente você 
alcançará um diferencial na sua carreira profissional. 
Dê a oportunidade a você mesmo de ser um profissional de destaque, aprofunde 
seus conhecimentos nas áreas com as quais você tiver mais afinidade. Você, então, 
está convidado a conhecer e aproveitar os conteúdos de medidas e avaliação em 
Educação Física.
Vamos aos estudos?
Histórico da questão ambiental e sua relação com a população
U1
12
Histórico da questão ambiental e sua relação com a população
U1
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Seção 1
Fundamentos de medidas e avaliação em 
Educação Física
Introdução à seção
Ao iniciarmos a temática dos fundamentos de medidas e avaliação em Educação 
Física, algumas definições são importantes para adentrarmos em outros assuntos. 
Essas definições têm por finalidade oportunizar o entendimento da área, uma vez 
que os termos “medidas”, “teste” e “avaliação” são primordiais. 
Vamos conhecer esses termos?
1.1 Medir, testar e avaliar
Segundo Kiss (1987), medida é a determinação de uma grandeza. Assim, quando 
é realizada uma medida, resultados de testes podem ser comparados por grandezas 
conhecidas e preestabelecidas. Como exemplo, há a utilização da unidade de 
medida em metros e/ou centímetros, quando se mede um salto em extensão 
ou em altura, ou quando se faz uso de unidade de quilogramas (kg) para medir 
peso (massa). Nesse sentido, a autora afirma que medir é o processo de designar 
um número a alguma característica ou uma propriedade a um indivíduo, no caso, 
a um(a) aluno(a). É um procedimento que oferece informações quantitativas 
(números), por meio de técnicas precisas e objetivas, ou seja, a quantidade daquilo 
que se deseja medir.
É necessário agora compreender o significado de teste, que é um instrumento, 
procedimento ou técnica utilizado para se obter uma informação, ou seja, a 
medida. Através dos testes são determinados os valores (em números) das medidas 
(PITANGA, 2008).
A avaliação, por sua vez, consiste na coleta de dados e na interpretação dessa 
informação, com base em referenciais definidos. Caracteriza-se, portanto, por um 
processo que se utiliza das medidas para comparar critérios. É um julgamento de valor 
sobre algo que foi medido, a partir da tomada de decisões, sendo necessária uma 
referência, uma vez que avaliação, segundo Pitanga (2008), significa comparação 
entre resultados anteriores ou de outras pessoas ou grupos. Também, é possível 
haver comparação das médias entre grupos que foram testados, assim como pode 
ser feita a comparação das medidas do grupo ou indivíduo testado com outros 
grupos por meio de padrões referenciados por normas já estabelecidas.
Histórico da questão ambiental e sua relação com a população
U1
14
Ao considerar os três aspectos após suas definições, avaliar implica utilizar as 
medidas para um julgamento de valor, as quais são obtidas geralmente mediante 
um teste. Como exemplo, considere um professor de Educação Física que deseja 
avaliar a flexibilidade dos seus alunos. Ele utiliza do Teste de Sentar e Alcançar para 
obter a medida em centímetros da flexibilidade dos escolares. O julgamento de 
valor (avaliação) é realizado por meio do resultado numérico que o teste oferece. 
O resultado alcançado por um aluno pode ser comparado com o de alunos de 
sua própria turma, bem como com valores de referência (tabelas) para o teste 
escolhido, voltado a escolares.
O quadro seguinte visa facilitar o entendimento dos três aspectos abordados 
(teste, medida e avaliação).
Testar Medir Avaliar
Verifica o desempenho 
mediante situações 
previamente organizadas e 
padronizadas.
Descreve grandezas 
quantitativas.
Interpreta dados, oferece 
parecer ou julgamento 
de valores baseados em 
referenciais definidos 
previamente
Fonte: adaptado de Guedes et al. (2006).
Quadro 1.1 | Diferença entre testar, medir e avaliar
Agora que você entendeu a nomenclatura básica da área de medidas e 
avaliação em Educação Física, faz-se necessário entender as finalidades de realizar 
uma avaliação física. 
Segundo Fontoura, Formentin e Abech (2008), a avaliação física serve, por 
exemplo, para:
• Verificar a condição inicial do aluno.
• Obter dados para elaboração de planejamento adequado das atividades a 
serem desenvolvidas em aula.
• Incluir ou excluir um exercício físico.
• Acompanhar a progressão dos alunos durante a execução do planejamento, 
ou seja, acompanhar o processo de ensino-aprendizagem.
• Verificar se os objetivos estão sendo atingidos.
• Detectar deficiências, permitindo, assim, a reestruturação do planejamento.
• Detectar escolares com índices mais elevados e direcioná-los a um local 
adequado para treinamento.Histórico da questão ambiental e sua relação com a população
U1
15
• Fornecer dados como objetos de pesquisa em Educação Física escolar. 
• Acompanhar o processo de crescimento e desenvolvimento dos alunos ao 
longo da fase escolar.
Considerando os objetivos relacionados anteriormente, o professor de Educação 
Física terá em mãos uma ferramenta que permitirá o controle de suas ações no 
planejamento de suas aulas, verificação da efetividade destas, o acompanhamento 
do desenvolvimento dos alunos, além de ter condições de orientá-los a partir 
das informações coletadas. Deve-se frisar que a avaliação não deve ser utilizada 
apenas para verificação de resultados de testes, devendo, além disso, ser um meio 
para ampliar as possibilidades pedagógicas, dentre outros recursos que o professor 
de Educação Física pode utilizar. Portanto, não deve ser um fim, mas um meio 
para que o processo de ensino-aprendizagem aconteça em toda sua amplitude e 
complexidade.
Você considera que apenas a apresentação do resultado de 
avaliação física seja suficiente para garantir a promoção da 
prática habitual da atividade física?
Inúmeras são as variáveis que podem ser medidas na área da Educação Física. 
Por “variável” pode-se entender atributos, características ou medidas que podem 
sofrer flutuação entre pessoas ou populações. Nessa perspectiva, as variáveis podem 
ser qualitativas e quantitativas. As variáveis qualitativas expressam qualidade, sendo 
representadas por categorias que, em alguns casos, podem receber atributos de 
algarismos numéricos, embora não indiquem valor de quantidade. Por sua vez, as 
variáveis quantitativas expressam quantidade, razão pela qual são representadas 
por valores numéricos, como número de abdominais, de chutes a gol, o peso, a 
estatura, entre muitos outros (BARROS et al., 2012).
As variáveis quantitativas para a área de medidas e avaliação em Educação Física 
podem ser cineantropométricas, neuromusculares, metabólicas e psíquicas. Veja a 
seguir a explicação de cada uma delas.
Inicialmente, antes de estudarmos as variáveis cineantropométricas, vamos 
entender o significado desta palavra. Ela é derivada do termo “antropometria”, cuja 
formação, segundo Michels (2000), é resultado da junção de “antropo-”, elemento 
que significa homem (no sentido do ser humano, e não do sexo) e de “-metria” 
(ou metro), que equivale à medida. Cineantropometria é, portanto, resultado da 
Histórico da questão ambiental e sua relação com a população
U1
16
adição do prefixo “cine-” à palavra antropometria. “Cine-” significa movimento, o 
ato de mover-se. Nesse sentido, por cineantropometria pode-se entender “medida 
do homem (ser humano) em movimento”; em outras palavras, significa medir o 
ser humano em atividades relacionadas ao movimento. Tecnicamente, segundo 
o autor, o conceito foi desenvolvido com o sentido de utilização da medida para 
estudo de tamanho, forma, proporção, composição corporal e maturação do 
corpo humano, com o objetivo de melhorar o conhecimento do comportamento 
humano em relação ao crescimento, ao desenvolvimento e ao envelhecimento 
em conjunto com a atividade física.
Acesse o link a seguir e veja vários protocolos de avaliação física. 
Disponível em: <http://www.saudeemmovimento.com.br/saude/
avaliation_fisica_i.htm>. Acesso em: 28 jul. 2016.
Conforme descrito por Pitanga (2008), as variáveis cineantropométricas são 
aquelas relacionadas às medidas antropométricas, como peso, estatura, dobras 
cutâneas, composição corporal, somatótipo, proporcionalidade, crescimento e 
desenvolvimento. Você terá a oportunidade de conhecer, nas outras unidades 
deste livro, dentre essas variáveis, aquelas que guardam relação com a área escolar. 
Segundo Pitanga (2008), a variável neuromuscular é a que diz respeito às 
capacidades motoras, por exemplo: força, flexibilidade, velocidade, agilidade, 
entre outras. Essa variável é frequentemente utilizada na escola, uma vez que boa 
parte dos professores se interessa em verificar a evolução e o desenvolvimento 
das capacidades motoras. Por sua vez, a variável metabólica é a que envolve os 
sistemas fisiológicos, a se destacar a capacidade aeróbica e a anaeróbica.
Com base nos entendimentos alcançados até aqui, vamos considerar a situação 
da realização de uma bateria de testes. Você, como professor de uma turma, 
definiu as variáveis quantitativas a serem avaliadas, bem como selecionou os testes 
que oferecerão os indicadores das variáveis escolhidas. Agora, você vai agendar 
com seus alunos o dia da avalição física e apresentar a eles os procedimentos que 
garantirão o melhor desempenho na realização dos testes. Diante desse problema, 
as informações transmitidas aos alunos serão de grande importância para o bom 
andamento dos testes, bem como seus resultados. Pitanga (2008) faz as seguintes 
orientações:
Histórico da questão ambiental e sua relação com a população
U1
17
1. Usar tênis e roupas confortáveis e apropriadas para as atividades físicas que 
serão realizadas durante os testes. (Sabemos que, em muitas escolas brasileiras, 
essa orientação deverá ser administrada da melhor forma possível pelo professor, 
evitando constrangimentos ou discriminação, quando os alunos ou alguns alunos 
não tiverem condições financeiras de possuir um tênis.)
2. Não ingerir alimentos de difícil digestão.
3. Não realizar exercícios ou atividades vigorosas no dia dos testes.
4. Dormir bem na noite anterior, ao menos de seis a oito horas.
Além dessas orientações, o autor citado aponta ainda outros fatores que 
podem ser influenciadores para resultados insatisfatórios na realização dos testes, 
aplicáveis aos adultos. Entretanto, deve ser de conhecimento do professor de 
Educação Física que ingerir bebidas alcoólicas, fumar e tomar café três horas antes 
dos testes são ações que provocam efeito negativo. É importante destacar, ainda, 
que a avaliação física é apenas um momento que faz parte do processo educativo, 
dos conteúdos a serem desenvolvidos, não devendo ser estratégia de pressão 
contra os alunos.
Na tentativa de possibilitar a você uma lógica para a realização dos testes de 
avaliação física na escola, ao transmitir aos alunos as orientações para o dia da 
avaliação física descritas anteriormente, você já deverá ter escolhido os testes 
que vai realizar, de forma que sejam confiáveis e adequados para os propósitos 
estabelecidos. Ao escolher um teste, você deverá saber se atendem às exigências 
mínimas necessárias para garantir que apresentem critérios de autenticidade 
científica. Tais critérios, conforme Pitanga (2008), são: validade, confiabilidade ou 
fidedignidade e objetividade.
Segundo o mencionado autor, validade é a condição que determina se o teste 
mede aquilo que se propõe que ele meça. Ou seja, é a habilidade do teste de medir 
precisamente, com o mínimo de erros, o componente da aptidão física que o teste 
pretende medir. Validade é, então, um procedimento matemático que mostra em 
que medida o teste é necessário para mensurar determinada variável. Tais cálculos 
têm por base os testes considerados padrão-ouro para aquele componente da 
aptidão física. Por exemplo, se o professor está interessado em medir a capacidade 
aeróbica dos seus alunos, os testes padrão-ouro, ou seja, aqueles de maior 
validade, corresponderão àqueles realizados por equipamentos que analisam os 
gases inspirados e expirados durante o teste (análise direta). Tratam-se daqueles 
testes (os quais você possivelmente já viu na televisão) realizados por atletas que 
correm numa esteira, aos quais se acoplam uma máscara, fios e computador. 
Para a escola, esse tipo de teste se torna inviável pelos custos, razão pela qual 
o professor lança mão de testes com menor valor de validade; por exemplo, os 
testes de 12 minutos (análise indireta), que são derivados dos testes padrão-ouro. 
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Os testes são considerados válidos quando o cálculo matemático, chamado de 
coeficientede correlação, for maior que 0,7 - 0,8 para a maioria dos componentes 
da aptidão física. 
A confiabilidade ou fidedignidade está ligada à consistência da medida, feita mais 
de uma vez (por duas ou mais vezes), na mesma pessoa, pelo mesmo avaliador, 
em diferentes momentos, sem que a atividade física interfira nesse intervalo. Isso 
quer dizer que, quando é feita uma primeira medida, por exemplo, de dobras 
cutâneas, a segunda medida realizada pelo mesmo avaliador e na mesma pessoa 
que foi avaliada deve ter valor próximo ou igual ao que foi medido na primeira vez. 
Portanto, reflete-se que as medidas estão sendo feitas corretamente pelo avaliador. 
Também, um cálculo matemático é realizado para verificar a confiabilidade ou 
fidedignidade, chamado de coeficiente de confiança. Valores acima de 0,9 
representam um alto valor (PITANGA, 2008).
Por sua vez, a objetividade deve demonstrar a consistência nas medidas 
realizadas por vários avaliadores. Avaliadores diferentes, utilizando o mesmo teste, 
devem reproduzir resultados semelhantes numa mesma pessoa. Para isso, torna-
se importante que o teste escolhido seja de técnica conhecida, válido e fidedigno 
(FONTOURA; FORMENTIN; ABECH, 2008).
Para finalizar esta seção, agora que você reuniu conhecimentos relacionados 
aos princípios da avaliação física, alguns apontamentos sugeridos por Fontoura, 
Formentin e Abech (2008) são importantes. Veja-os a seguir:
• Os testes devem sempre ser conduzidos pelo professor de Educação Física 
quando realizados no meio escolar.
• A interpretação dos resultados deve ser feita ao indivíduo considerando-o 
como um todo, no sentido social, mental, físico e psicológico.
• Nenhum teste ou medida é perfeito.
• Deve sempre existir o reteste para observar e acompanhar o desempenho e 
desenvolvimento.
• Sempre se deve utilizar testes que mais se aproximam da realidade e da 
situação da atividade física realizada.
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1. Os fundamentos da área de medidas e avaliação em 
Educação Física contemplam três definições que norteiam o 
campo de atuação, são elas: testar, medir e avaliar. Aponte as 
características de cada um desses termos, diferenciando um 
do outro.
2. Uma vez tendo o conhecimento das definições básicas da 
área de medidas e avaliação em Educação Física, à avaliação 
física pode-se relacionar muitas finalidades. Aponte ao menos 
três dessas finalidades.
Nesta seção, você pôde compreender a importância dos 
fundamentos de medidas e avaliação no âmbito da Educação 
Física escolar. Além disso, você também entendeu as diferenças 
entre as ações de testar, medir e avaliar, as quais fundamentam 
e estruturam a área.
Tais fundamentos visam nortear os procedimentos para 
realização da avaliação física, permitindo que os objetivos do 
processo de ensino-aprendizagem possam ser alcançados, de 
modo que os conhecimentos adquiridos aqui minimizem os 
vieses que, porventura, ocorram na administração dos testes 
direcionados ao meio escolar.
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Seção 2
Avaliação da atividade física habitual
Introdução à seção
Certamente, você já estudou sobre gasto energético mediante a prática de 
atividades físicas e sua relação com os benefícios à saúde ou com as doenças que 
podem ser evitadas. Com base nisso, esta seção tem por finalidade aprofundar 
essa discussão. Para isso, apresentará os mecanismos que o professor de Educação 
Física pode utilizar na escola, verificando essa relação através de instrumentos de 
avaliação que vão auxiliá-lo na tomada de decisões para ação imediata ou para 
planejamento do conteúdo escolar.
Vamos iniciar, numa abordagem ampla, com os acontecimentos recentes. 
2.1 Modernidade e atividade física
No ano de 2015, foi noticiado pelos diversos meios de comunicação que mais 
da metade dos brasileiros está acima do peso. São 52,5% de brasileiros com 18 
anos de idade ou mais que sofrem com o excesso de peso corporal. Em 2006, 
esse número era de 43%. Outro dado importante é que 17,9% da população está 
obesa. Esses números tornam-se cada vez mais importantes pelo fato de estarem 
diretamente relacionados ao surgimento de doenças, como hipertensão, diabetes, 
doenças cardiovasculares e câncer. Essas doenças são responsáveis por 72% das 
mortes no país (FORMIGA, 2015).
Todas essas informações são produzidas pela Vigilância de Fatores de Risco e 
Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel). Essa investigação 
é realizada desde 2006, por intermédio de contato telefônico, para os residentes 
selecionados das capitais brasileiras, mais o Distrito Federal. As perguntas são 
referentes a peso, estatura e hábitos relacionados ao tabagismo, à alimentação, 
à atividade física, ao consumo de bebidas alcoólicas, entre outros. Todo esse 
levantamento tem por objetivo identificar o estado de saúde dos brasileiros, assim 
como seus hábitos (VIGITEL, [s.d.]).
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Acesse o link a seguir e conheça, na íntegra, a Vigitel 2014. 
Disponível em: <http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/vigitel/vigteldescr.htm>. 
Acesso em: 28 jul. 2016.
Essa temática ou área de estudo procura conhecer melhor o comportamento 
e os hábitos do ser humano, haja vista que a modernidade alterou completamente 
nossos costumes diários ao longo dos anos. Não se pode negar que a modernidade 
e a evolução tecnológica têm proporcionado ao ser humano melhores condições 
de vida, melhor qualidade de vida. Nesse contexto, o ser humano está vivendo cada 
vez mais tempo. Entretanto, isso se deve ao avanço da medicina e das condições 
de saúde. Por outro lado, modificou-se consideravelmente o modo de vida do 
homem em um curto espaço de tempo, o que contribuiu para o aumento das 
doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs) (GUEDES; GUEDES, 1995). 
Para entender melhor esse quadro, vamos fazer uma viagem no tempo, 
retornando à Idade da Pedra, ao tempo do homem que se instalava em cavernas. 
Pense em como deveria ser a vida do nosso ancestral, a obtenção de seu alimento, 
sua sobrevivência. Ele dependia exclusivamente do seu corpo e de seu bom 
funcionamento para caçar ou fugir quando se tornava a caça, para subir em árvores, 
pescar ou realizar outras atividades que exigiam muito do físico do homem primitivo. 
Provavelmente, em quase todos os dias ocorria alguma luta (para sobrevivência, 
obtenção de alimento e procriação). Nosso ancestral não tinha a menor chance de 
se manter com excesso de peso corporal, muito menos doente, uma vez que era 
totalmente dependente do seu corpo. Para que o homem chegasse a esse ponto, 
a evolução da espécie levou milhões de anos para aperfeiçoar a máquina humana 
(organismo humano), capaz de realizar essas tarefas incríveis, que permitiriam que 
chegássemos até aonde chegamos. 
E, dessa maneira, o ser humano avançou milhões de anos até que chegássemos 
ao século XVIII, responsável pelo início da transformação humana que vivemos 
hoje. Foi o período da primeira Revolução Industrial, ocorrida na Inglaterra. A partir 
dessa época, o homem passou a viver uma nova era, a qual nos transformaria 
acentuadamente. A Revolução Industrial começou a nos proporcionar ferramentas, 
equipamentos e outras facilidades para o trabalho, que, àquela época, ainda eram 
apenas um esboço daquilo que conhecemos hoje. O trabalho braçal ainda era 
fundamental: o homem dependia quase que totalmente da utilização do seu 
corpo para sobrevivência, mas o trabalho assalariado modificava a sociedade e 
a modernidade estava a impulsionar toda a humanidade. Tais invenções foram 
poupando gradativamente a energia (o gasto calórico) que o homem despendia 
ao realizar suas tarefas. A população passou a se concentrar cada vez mais nas 
Histórico da questão ambiental e sua relação com a população
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áreas urbanas, e os hábitos passaram a ser muito diferentesdaqueles aos quais a 
evolução da espécie nos adaptou ao longo da nossa evolução. Antes: a caça, o 
trabalho braçal, a vida no campo em pequenas concentrações. Agora: máquinas 
para poupar nosso esforço, a produção de alimentos e outros produtos, que 
acontecia em massa. A vida do ser humano se tornava cada vez mais fácil (em 
termos de não despender esforços, de poupar calorias), o que ocorria com 
diferenças para o organismo humano, nunca antes experimentadas. Isso se deu 
há pouco mais de 100 anos, e hoje vivemos a era da transformação do mundo, 
produzida pela Revolução Industrial (BETTI, 1991).
Atualmente, a maioria de nós, seres humanos, pode facilmente obter o alimento 
sem muito esforço: basta ir ao supermercado, não sendo necessário caçar, 
lutar e despender grande energia. Do mesmo modo, podemos nos utilizar dos 
dispositivos, das máquinas e dos equipamentos que a modernidade nos trouxe, 
como o elevador, o automóvel, o celular, a televisão e muitos outros de uma 
lista infindável. É fácil concluir que, apesar de toda a comodidade, nosso gasto 
energético é menor se comparado ao de alguns séculos. Além disso, a oferta de 
alimentos para boa parte da população ocorre em excesso. Esses aspectos ajudam 
a provocar as doenças decorrentes de níveis insuficientes de atividade física. 
2.2 Atividade física, breve histórico e conceitos
Como descrito anteriormente, uma vez que a modernidade alterou os hábitos 
de vida do ser humano, as doenças relacionadas à inatividade física começaram 
a surgir e, ao mesmo tempo, ações para promover a saúde foram incorporadas 
também. Historicamente, o homem sempre procurou se exercitar. Na Grécia 
Antiga, os exercícios eram destinados ao treinamento para a guerra. A prática de 
“se exercitar” foi se desenvolvendo e atendendo às necessidades de cada época. 
No século XIX, na Europa, surgiram as ginásticas, os jogos, os esportes e as danças 
como meio de prática de atividades físicas na escola e na sociedade. A partir 
desse ponto, outras formas de se exercitar foram surgindo, com objetivos sociais, 
nacionalistas, de lazer e educação (BOHME, 2003; BETTI, 1991). 
Gradativamente, a humanidade veio sofrendo cada vez mais com o 
acometimento das doenças cardiovasculares, decorrentes dos novos hábitos de 
vida, e as mortes por ataque do coração passaram a ser comuns. Tornava-se cada 
vez mais importante “o movimentar-se”, no sentido de evitar as doenças advindas 
pela pouca quantidade de movimento. Entretanto, àquela época, não havia 
organização da área da atividade física como conhecemos hoje em dia, muito 
menos estavam definidos os termos que nos são comuns atualmente. A partir da 
década de 1970, as pesquisas mostravam cada vez com maior clareza a relação 
positiva do treinamento físico e saúde. Ficava claro que o indivíduo deveria estar 
apto física, social e psicologicamente para viver de maneira harmoniosa e saudável. 
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Pesquisadores da área começaram a discutir, então, sobre quais componentes 
físicos eram os mais importantes a serem desenvolvidos para benefício da saúde, 
para evitar as doenças hipocinéticas, aquelas decorrentes da vida sedentária. A 
aptidão física deveria englobar capacidade, habilidade e disposição corporal 
(BOHME, 2003). Inicialmente foram relacionados nove fatores da aptidão física: 
flexibilidade de extensão, flexibilidade dinâmica, força explosiva, força estática, força 
dinâmica, força do tronco, equilíbrio corporal total, coordenação corporal total e 
resistência cardiorrespiratória. As discussões entre os pesquisadores continuavam 
tentando identificar os componentes considerados como os mais importantes.
Na década de 1980, cada vez mais esse campo se tornava importante para a 
saúde e a vida humana (PITANGA, 2002). Estudiosos conceituaram e definiram 
alguns termos da área para que as ações direcionadas à promoção da saúde se 
tornassem mais efetivas, uma vez que a relação entre atividade física e saúde estava 
clara. 
Em estudo clássico da área da Educação Física e Saúde, Caspersen, Powell 
e Christenson (1985) publicaram um dos artigos mais importantes para a área e 
definiram atividade física e exercício físico. Para eles, atividade física corresponde a 
qualquer movimento corporal produzido pelos músculos esqueléticos, que resulta 
em gasto energético acima dos níveis de repouso.
Com base nessa definição, qualquer movimento produzido pelo corpo humano 
resulta em algum gasto energético. Tal gasto é sempre maior que a condição de 
repouso desse corpo. Dessa forma, quanto maior é o tempo e mais intenso é o 
movimento, maior é o gasto energético. O gasto ou dispêndio energético ocorre 
em diferentes momentos de nossa vida, como nas atividades do trabalho, durante 
os momentos de lazer, na prática de esportes e nos deslocamentos de um local 
para outro. 
O exercício físico também foi definido pela mesma equipe de pesquisadores 
da seguinte forma: atividade física previamente planejada, estruturada e repetitiva, 
que tem por objetivo a melhoria e manutenção de um ou mais componentes da 
aptidão física.
Tal definição evidencia que o exercício físico faz parte da atividade física. Em 
outras palavras, o exercício físico é uma subparte da atividade física, portanto, esta 
é a grande área que acampa (em seu interior) o exercício físico.
O exercício físico, portanto, é uma atividade física realizada mediante 
planejamento prévio, por um profissional habilitado para tal, que, portanto, planeja 
o exercício físico, colocando-o em prática aos usuários ou alunos, de maneira 
estruturada, de forma que obedeça a princípios de fisiologia humana, fisiologia do 
exercício físico, do treinamento físico ou desportivo, objetivando a melhoria ou a 
manutenção dos componentes da aptidão física.
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Do mesmo modo, os componentes da aptidão física também foram 
organizados conforme a finalidade. Pate (1988) definiu a aptidão física como: 
estado caracterizado pela capacidade de executar atividades diárias com vigor 
e demonstração de traços e capacidades associados com o baixo risco de 
desenvolvimento prematuro de doenças hipocinéticas.
Essa definição deixa claro o objetivo de que, por meio das atividades físicas, as 
pessoas devem demonstrar vigor, bem como apresentar capacidade ou condição 
que permita a proteção contra as doenças provocadas pela quantidade insuficiente 
de ações motoras. 
Avançando um pouco mais na linha do tempo, segundo Guedes e Guedes 
(1995), outra definição de aptidão física foi publicada em 1990, de forma mais 
elaborada, que contempla diferentes segmentos da vida humana e que tem por 
finalidade o bem-estar geral e a saúde. Aptidão física ficou, então, assim definida: 
estado dinâmico de energia e vitalidade que permita a cada um não apenas a 
realização das tarefas do cotidiano, as ocupações ativas das horas de lazer e 
enfrentar emergências imprevistas sem fadiga excessiva, mas também evitar o 
aparecimento das disfunções hipocinéticas, enquanto funcionando no pico da 
capacidade intelectual e sentindo uma alegria em viver. 
De maneira mais ampla, os autores atribuem não apenas ao aspecto físico 
a importância de viver bem e se sentir bem, mas também a outros aspectos 
da condição humana, considerados prioritários para a saúde e o bem-estar, a 
exemplo da condição psicossocial. Para essa definição, a realização das tarefas 
do cotidiano realizadas com eficiência física é prioridade. Eficiência no sentido de 
o indivíduo não sentir dores ao realizar determinada tarefa motora, bem como ao 
final dessa tarefa. Além das tarefas do dia a dia, também são incluídas, na mesma 
condição, as ações realizadas no lazer, como jogos, brincadeiras, esportes ou 
qualquer atividade física realizada no momento livre de cada pessoa. Também, 
estão incluídas as ações motoras realizadas em momentos de imprevisto, como 
trocar o pneu de um carro, correr para pegar um ônibus ou carregaruma carga 
qualquer para auxiliar as pessoas. Em todas essas situações, tanto no cotidiano, no 
lazer, quanto em imprevistos, o indivíduo deve contar com condições físicas que 
lhe permitam realizar essas tarefas motoras sem que sinta dores durante e após. 
Por sua vez, o conceito de saúde, mais amplo, vem, ao longo da história da 
humanidade, sofrendo alterações conforme o entendimento, as necessidades 
e as dificuldades de cada época. Passamos por definições mágico-religiosas 
associadas à saúde e ao bem-estar, por conceitos como humores e sangria, entre 
outros, chegando à era bacteriológica e viral. Independentemente da época, 
conceituar saúde sempre foi tarefa difícil, controversa, muitas vezes feita de forma 
vaga (FARINATTI; FERREIRA, 2006). Por muitas vezes, definições que apontavam 
simplesmente a ausência de doença foram utilizadas. Essas definições, de certa 
Histórico da questão ambiental e sua relação com a população
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forma simplistas, deram lugar à definição de saúde que marca a nossa era. Assim, 
a Organização Mundial da Saúde (OMS), desde 1948, definiu saúde da seguinte 
maneira: multiplicidade de aspectos do comportamento humano voltados a um 
completo bem-estar físico, mental, social e não meramente a ausência de doenças 
ou enfermidades.
Diante dessa conceituação, não basta ao indivíduo não estar doente para ter 
saúde, é preciso que apresente evidências atitudes que afastem os fatores de risco 
que podem provocar doenças. Caracteriza-se pelo equilíbrio do indivíduo nos 
aspectos biológico, psicológico, social, mental, emocional e intelectual, que deve 
resultar em sensação de bem-estar (GUEDES; GUEDES, 1995).
Nesse entendimento, pode-se deduzir que uma pessoa que se encontra com 
níveis elevados de colesterol, mesmo que não apresente nenhum sintoma e que 
ainda alcance níveis satisfatórios de desempenho físico, deve ser considerada 
doente. A explicação para essa afirmativa se deve ao fato de que o aumento do 
colesterol ocorre mediante hábitos ou comportamentos inadequados assumidos 
pelo indivíduo. Estão incluídos aí, também, os fumantes, os inativos fisicamente, 
os que ingerem excessivamente bebidas alcoólicas e muitos outros que têm 
comportamentos de risco.
Com os conceitos de atividade física, aptidão física e saúde disponíveis, fica 
evidente a interdependência que há entre eles. Os comportamentos assumidos 
no cotidiano é que promoverão resultado positivo (saúde) ou negativo (doença). 
Aqueles que rotineiramente praticam alguma atividade física, que fazem uso 
moderado de álcool, que têm por hábito a alimentação saudável e que possuem 
bons relacionamentos sociais, dentre outros, certamente serão saudáveis. Dessa 
maneira, eles provavelmente não apresentarão nenhum sintoma, tampouco 
estarão desenvolvendo doenças crônico-degenerativas (PITANGA, 2002).
2.3 Atividade física e saúde
Em 1998, o Ministério da Saúde, mediante o Projeto Saúde, ao realizar um 
levantamento sobre o estilo de vida da população, detectou que 67% dos 
entrevistados não praticavam exercício físico (FLORINDO; HALLAL, 2011). Nahas 
(2006) cita que as doenças crônicas degenerativas foram responsáveis por 58 
milhões de mortes. A Organização Mundial de Saúde estimou que as doenças 
crônicas não transmissíveis foram responsáveis por cerca de 63% das mortes 
ocorridas no mundo em 2008. Por sua vez, a população com sobrepeso ou 
obesidade vem crescendo no mundo: cerca de 6,7% das crianças com menos de 
5 anos estão classificadas com obesidade ou excesso de peso (OMS, 2009).
Duca e Nahas (2011) nos alertam que a melhora nas condições de vida em 
geral e os avanços da saúde promoveram um grande impacto no comportamento 
Histórico da questão ambiental e sua relação com a população
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cotidiano adotado pela população, o que, por um lado, foi benéfico, mas, por 
outro, trouxe modificações negativas ao estilo de vida.
Você percebeu que essa preocupação não é tão recente e que os dados sobre 
o avanço do comportamento sedentário só vêm crescendo?
Está claro, hoje em dia, que a atividade física tem importante papel na 
prevenção e na promoção da saúde. O efeito protetor contra as doenças crônicas 
degenerativas aumenta de forma significativa se houver níveis suficientes de 
atividade física (GUEDES; GUEDES, 1995). 
Ao longo dos anos, várias organizações mundiais tentam estabelecer 
recomendações de caráter preventivo, com o objetivo de incremento da atividade 
física, do condicionamento físico e da saúde. 
O quadro seguinte apresenta um relato cronológico dessas recomendações.
ACSM 1975
1978
1986
1990
Aptidão Cardiorrespiratória
Aptidão Cardiorrespiratória e 
Composição Corporal
Aptidão Cardiorrespiratória e 
Aptidão Musculoesquelética
Aptidão Cardiorrespiratória e 
Aptidão Musculoesquelética
CDC / ACSM 1995 Saúde / Bem-Estar
ACSM 2011 Saúde / Comportamento 
Saudável
Fonte: elaborado pelo autor.
Quadro 1.2 | Recomendações para a prática de atividade física/exercício físico
Apesar das mudanças ocorridas ao longo do tempo, as recomendações 
procuram atender ao quesito de melhor estado de saúde, conforme definição de 
saúde.
Atualmente, a recomendação para a população adulta é realizar exercícios 
cardiorrespiratórios de intensidade moderada a vigorosa, por 30 minutos ou mais, 
ao menos cinco vezes por semana, ou de intensidade vigorosa, três vezes por 
semana, por pelo menos 20 minutos, sendo possível a combinação de ambos para 
atingir a recomendação do American College of Sport Medicine (ACSM, 2011) – e, 
assim, alcançar um efeito protetor contra as doenças provocadas pela inatividade 
física (HASKEL et al., 2007).
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Para jovens em idade escolar, a recomendação de atividade física é de 60 
minutos diários, de intensidade moderada a vigorosa (WHO, 2011).
Quais são as estratégias que você, como professor de 
Educação Física, colocaria em prática para que os jovens 
atendam às recomendações diárias de 60 minutos de 
atividade física moderada a vigorosa? 
As recomendações, tanto as direcionadas para adultos quanto as direcionadas 
para jovens, visam produzir efeitos benéficos mediante a prática de atividades 
físicas.
Você, então, deve estar se perguntando: quais são os benefícios decorrentes da 
prática regular da atividade física e de exercício físico? 
Veja os benefícios:
• Aumento do metabolismo em repouso.
• Redução dos fatores de risco para doença das artérias coronárias.
• Redução da gordura corporal.
• Melhora da função endotelial.
• Controle lipídico e glicêmico.
• Manutenção da pressão em níveis adequados.
• Aumento da função autonômica (redução da frequência cardíaca de repouso 
– FC Rep.).
• Estimulação da densidade óssea.
• Aumento do sistema imunológico.
• Aumento da aptidão cardiorrespiratória (aumenta-se a captação de oxigênio 
pelo músculo esquelético).
• Aumento da força muscular.
• Aumento da sensação de bem-estar e autoestima.
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Parece, portanto, que, ao se atingirem os níveis recomendados de atividade 
física, vários fatores positivos para a saúde são alcançados, evitando, desse modo, 
a ocorrência das doenças crônicas não transmissíveis.
Por outro lado, há muitas questões negativas relacionadas à inatividade física. 
Organizações pelo mundo demonstram a relação com obesidade, hipertensão, 
síndrome metabólica e doenças cardiovasculares. Mesmo assim, pessoas relatam 
uma série de empecilhos para não serem ativas fisicamente, entre os quais 
são citados: falta de tempo, local apropriado, não ter companhia e segurança 
(FLORINDO; HALLAL, 2011). Mas, se perguntarmos às pessoas se é importante 
fazer atividade física, grande parte delas provavelmente dirá que sim.
A incidência de doenças coronarianas é muito alta no mundo: 50% das mortes 
em países ocidentais acontecem em decorrência de doença arterial e acidente 
vascular cerebral. Nos países latinos, essa doença é a maior responsável pelamortalidade em geral (DUCA; NAHAS, 2011). Os autores citam ainda que a atividade 
física pode atenuar a incidência da doença coronariana, principalmente com a 
prevenção primária (antes do evento ocorrer). 
O Instituto Nacional do Câncer (INCA, 2003) esclarece que a prática de atividade 
física regular é um instrumento de auxílio na prevenção do crescimento da carga 
global de doenças crônicas. Além disso, informa que a inatividade física contribui 
para o falecimento de, aproximadamente, 2 milhões de pessoas no mundo. É mais 
prevalente em mulheres, idosos, indivíduos de baixo nível socioeconômico, sendo 
também responsável por 10% a 16% dos casos de cânceres de cólon, mama e 
de diabetes, e 22% das doenças isquêmicas do coração. O Inca ainda chama a 
atenção para um dado nos Estados Unidos, apontando que níveis insuficientes 
de atividade física foram responsáveis por um gasto de 76 bilhões de dólares em 
custos médicos em 2000.
As doenças hipocinéticas vão se instalando no organismo, muitas das vezes sem 
grandes alardes, e no futuro somos vítimas do nosso próprio descaso – descaso 
com a alimentação, com o cuidado com a saúde em geral –principalmente por 
adotarmos um comportamento sedentário. É preciso esclarecer às pessoas que o 
exercício físico é a ferramenta fundamental no controle de peso e, além disso, tem 
caráter preventivo contra o surgimento de uma série de doenças. 
Quando se fala em obesidade, é necessário entender que, provavelmente, 
apenas o incremento da atividade física não seja suficiente para o controle do peso 
e que haverá uma dedicação muito grande do indivíduo para evitar que volte a 
ganhar peso. Polito (2010) aponta que o exercício físico isolado não será suficiente 
para a redução do peso corporal, mas, dependendo do estilo de vida, o exercício 
poderá se sobrepor à genética.
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Duca e Nahas (2011) alertam que, em 2008, já havia cerca de 1,5 bilhão de 
obesos no mundo. O preocupante é que o aumento da obesidade não é um 
atributo apenas dos adultos, uma vez que entre as crianças e os adolescente os 
dados também são alarmantes e vêm ganhando terreno nos EUA, Europa e América 
Latina. Um problema de extrema importância é que, quando surge na infância, a 
obesidade terá grande chance de persistir na idade adulta. É exatamente nesse 
ponto que o profissional da Educação Física deve agir, visto que seu trabalho será 
fundamental na prevenção. O trabalho poderá ser executado em clubes, praças, 
academias, porém o grande impacto para os resultados duradouros para a vida das 
pessoas será aquele que se torne hábito desde as idades precoces. E é nas escolas 
que ele deve acontecer. Pense em quantos anos os jovens frequentam a escola. 
Ao menos quatro? Nove, talvez? Onze? De qualquer maneira, é muito tempo (o 
suficiente) para que hábitos (bons ou não) sejam adquiridos. A conscientização de 
serem ativos fisicamente, de se alimentarem corretamente, começa nos bancos 
escolares, ou melhor, no espaço escolar como um todo. A educação física vai muito 
além de movimentos corporais, tendo, portanto, um lado formativo, informativo, 
em conjunto às vivências corporais e esportivas, para que o indivíduo leve para 
a vida adulta hábitos saudáveis e possa encontrar a melhor atividade física para 
se manter ativo fisicamente no futuro. No período da infância e da adolescência, 
a educação física é essencial para que no futuro seja adotado um estilo de vida 
saudável (FERNANDES et al., 2012).
2.4 Avaliação da atividade física habitual 
Diante das evidências apresentadas, o professor de Educação Física tem papel 
fundamental no desenvolvimento de conteúdos que possam transmitir não apenas 
os conhecimentos mas também o incentivo aos hábitos de atividades físicas. 
Para isso, os recursos utilizados no meio escolar, que objetivam a verificação da 
atividade física habitual dos jovens, são os mais valiosos.
Na sequência, serão apresentados alguns dos instrumentos utilizados com 
frequência em estudos que objetivam avaliar a atividade física habitual dos jovens 
em idade escolar. 
Para realização dessa investigação, os questionários são de menor custo, são 
de fácil aplicação e têm apresentação de resultado rápido, motivos pelos quais são 
aplicáveis ao meio escolar (GUEDES et al., 2006).
O questionário apresentado a seguir foi idealizado por Baecke, Burema e Frijters 
(1982), vale dizer, direcionado à população adulta. O Baecke Questionnaire of 
Habitual Physical Activity é um instrumento de medida da atividade física habitual, 
com origem na Holanda, composto por dezesseis questões com respostas em 
escala Lickert de cinco pontos, que procura oferecer informações associadas a 
três dimensões da atividade física. A primeira dimensão, que compõe a primeira 
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31
parte do questionário, refere-se à atividade física realizada no trabalho e/ou escola; 
a segunda dimensão compõe a segunda parte, que contempla as atividades 
esportivas, os programas de exercício físico e os momentos de lazer ativo; a 
terceira e última dimensão compõe a terceira parte, que é dedicada às atividades 
relacionadas à ocupação do tempo livre (GUEDES et al., 2006).
O Questionário Baecke para a população jovem brasileira foi validado por 
Guedes et al. (2006), que a ele atribuem a vantagem de ser curto, de ser de fácil 
aplicação e de trazer questões apropriadas aos jovens. Afirmam, ainda, com base 
nos procedimentos estatísticos utilizados, que apresentam resultados satisfatórios 
de concordância entre as réplicas efetuadas. Em relação aos indicadores de 
validade, o Questionário Baecke se mostrou válido para a investigação da atividade 
física habitual, principalmente para as idades acima dos 14 anos.
Para atender aos propósitos desta unidade, a seguir será apresentado o 
Questionário Baecke, direcionado a avaliar a atividade física habitual dos jovens, 
bem como, na sequência, serão apresentados os cálculos que devem ser realizados 
para análise do resultado.
Nome: Série:
Questionário atividade física proposto por Baecke
Seção 1 – Atividades na escola 
Questão 1 – Sua principal ocupação na escola: _______________________
________________________________________________________________
Questão 2 – Para realizar as atividades na escola, você permanece sentado: 
 (1) (2) (3) (4) (5) 
Nunca Raramente Algumas vezes Frequentemente Sempre 
Questão 3 – Para realizar as atividades na escola, você fica em pé: 
 (1) (2) (3) (4) (5) 
Nunca Raramente Algumas vezes Frequentemente Sempre 
Questão 4 – Para realizar as atividades na escola, você necessita caminhar: 
 (1) (2) (3) (4) (5) 
Nunca Raramente Algumas vezes Frequentemente Sempre 
Quadro 1.3 | Questionário Baecke - versão jovens
Histórico da questão ambiental e sua relação com a população
U1
32
Questão 5 – Para realizar as atividades na escola, você necessita carregar 
cargas: 
 (1) (2) (3) (4) (5) 
Nunca Raramente Algumas vezes Frequentemente Sempre 
Questão 6 – Após um dia na escola, você se sente cansado ou fatigado: 
(5) (4) (3) (2) (1) 
Muito frequentemente Frequentemente Algumas vezes Raramente Nunca 
Questão 7 – Para realizar as atividades na escola, você transpira: 
(5)(4) (3) (2) (1) 
Muito frequentemente Frequentemente Algumas vezes Raramente Nunca 
Questão 8 – Ao comparar a sua rotina na escola com a de outras pessoas da 
mesma idade, você acredita que seu dia é fisicamente: 
 (5) (4) (3) (2) (1) 
Muito intenso Intenso Moderado Leve Muito leve 
Seção 2 - Atividades esportivas, programas de exercícios físicos e lazer ativo 
Questão 9 – Você pratica algum tipo de esporte ou está envolvido em 
programas de exercícios físicos? 
( ) Sim ( ) Não 
Caso não pratique algum tipo de esporte/programa de exercícios físicos, vá 
para a questão 10. 
Questão 9.1 – Como primeira opção, o esporte/programa de exercícios 
físicos que você mais frequentemente pratica apresenta intensidade: 
( ) Baixa ( ) Moderada ( ) Elevada 
Questão 9.2 – Durante quantas horas/semana você pratica este esporte/
programa de exercícios físicos? 
( ) < 1 hora ( ) 1-2 horas ( ) 2-3 horas ( ) 3-4 horas ( ) > 4 horas 
Questão 9.3 – Durante quantos meses/ano você pratica este esporte/
programa de exercícios físicos? 
( ) Menos de 1 mês ( ) 1-3 meses ( ) 4-6 meses ( ) 7-9 meses ( ) Mais 
de 9 meses 
Histórico da questão ambiental e sua relação com a população
U1
33
Questão 9.4 – Caso você apresente uma segunda opção quanto à prática de 
esporte/programa de exercícios físicos, esta é de intensidade: 
( ) Baixa ( ) Moderada ( ) Elevada 
Caso não exista uma segunda opção quanto à prática de esporte/programa de 
exercícios físicos, vá para a questão 10. 
Questão 9.5 – Durante quantas horas/semana você pratica este esporte/
programa de exercícios físicos? 
( ) < 1 hora ( ) 1-2 horas ( ) 2-3 horas ( ) 3-4 horas ( ) > 4 horas 
Questão 9.6 – Durante quantos meses/ano você pratica este esporte/
programa de exercícios físicos? 
( ) Menos de 1 mês ( ) 1-3 meses ( ) 4-6 meses ( ) 7-9 meses ( ) Mais de 9 meses 
 Questão 10 – Em comparação com outras pessoas de mesma idade, você 
acredita que as atividades que realiza durante seu tempo livre são fisicamente: 
 (5) (4) (3) (2) (1) 
Muito elevadas Elevadas Iguais Baixas Muito baixas 
Questão 11 – Nas atividades de lazer e de ocupação do tempo livre, você 
transpira: 
 (5) (4) (3) (2) (1) 
Muito frequentemente Frequentemente Algumas vezes Raramente Nunca
Questão 12 – Nas atividades de lazer e de ocupação do tempo livre, você 
pratica esportes: 
 (1) (2) (3) (4) (5) 
Nunca Raramente Algumas vezes Frequentemente Sempre 
Seção 3 – Atividades de ocupação do tempo livre
 Questão 13 – Nas atividades de lazer e de ocupação do tempo livre, você 
assiste à TV: 
 (1) (2) (3) (4) (5) 
Nunca Raramente Algumas vezes Frequentemente Sempre 
Questão 14 – Nas atividades de lazer e de ocupação do tempo livre, você 
caminha: 
 (1) (2) (3) (4) (5) 
Nunca Raramente Algumas vezes Frequentemente Sempre 
Histórico da questão ambiental e sua relação com a população
U1
34
Questão 15 – Nas atividades de lazer e de ocupação do tempo livre, você 
anda de bicicleta: 
 (1) (2) (3) (4) (5) 
Nunca Raramente Algumas vezes Frequentemente Sempre 
Questão 16 – Durante quanto tempo por dia você caminha e/ou anda de 
bicicleta para ir ao trabalho, à escola e às compras? 
 (1) (2) (3) (4) (5) 
< 5 minutos 5-15 minutos 15-30 minutos 30-45 minutos > 45 minutos 
Fonte: adaptado de Guedes e Guedes (2006).
Agora que você tem em mãos o questionário, suponhamos que seu aluno tenha 
preenchido as questões. Resta, portanto, realizar os cálculos. Os procedimentos 
matemáticos apresentados a seguir são descritos por Guedes e Guedes (2006).
A primeira seção, Atividades na Escola, resulta da média das questões marcadas, 
em escala Lickert de cinco pontos, equivalentes às respostas observadas das 
questões de 1 a 8. O resultado dessa seção vai indicar o Índice de Atividade Física 
no Trabalho/na Escola (IAFT) calculada através da seguinte fórmula:
Questão 1+(6-Questão 2)+Questão 3+Questão 4+ 
Questão 5+Questão 6+Questão 7+Questão 8 
8
IAFT =
Para a Questão 1, deve ser atribuído o valor 1 quando a ocupação na escola 
for a de um estudante, semelhante às ocupações relacionadas ao trabalho em 
escritório, clínicas, de motoristas, professores, lojistas, entre outras. Para seu 
conhecimento, quando realizado o questionário voltado aos adultos, há, ainda, 
a possibilidade de ser atribuído, à Questão 1, o valor 3 para as ocupações como 
trabalhos realizados em fábricas, de encanador, de eletricistas, de marceneiros, de 
mecânicos etc., assim como também pode ser atribuído valor 5 para as ocupações 
que exigem mais do trabalho braçal pesado, como em construção civil, trabalhos 
rurais, carregadores de cargas etc. Tais atividades não poderiam ser atribuídas à 
rotina de um estudante. 
Para o cálculo da seção dois, Atividades esportivas, programas de exercícios 
físicos e lazer ativo, que recebe abreviatura para Índice de Atividades Físicas 
Esportivas (IAFE), o procedimento inicial é calcular a questão nove. Para isso, 
deve haver interação das informações associadas à intensidade e ao volume dos 
esforços físicos envolvidos com o esporte praticado, mediante o seguinte cálculo:
Histórico da questão ambiental e sua relação com a população
U1
35
(Questão 9.1 x Questão 9.2 x Questão 9.3)
+(Questão 9.4 x Questão 9.5 x Questão 9.6)
Para os itens 9.1 e 9.4 devem ser considerados os valores prefixados:
• 0,76 – Prática de esportes e/ou exercícios físicos que exigem esforços físicos 
de baixa intensidade.
• 1,26 – Prática de esportes e/ou exercícios físicos que exigem esforços físicos 
de moderada intensidade.
• 1,76 – Prática de esportes e/ou exercícios físicos que exigem esforços físicos 
de elevada intensidade.
Para os itens 9.2 e 9.5, devem ser considerados os valores prefixados:
• 0,5 para menos que 1 hora por semana.
• 1,5 para 1 a 2 horas por semana.
• 2,5 para 2 a 3 horas por semana.
• 3,5 para 3 a 4 horas por semana.
• 4,5 para mais que 1 hora por semana.
Para os itens 9.1 e 9.4, devem ser considerados os valores prefixados:
• 0,04 para menos de 1 mês por ano.
• 0,17 para 1 a 3 meses por ano.
• 0,42 para 4 a 6 meses por ano.
• 0,67 para 7 a 9 meses por ano.
• 0,92 para mais de 9 meses por ano.
Na sequência, o IAFE é obtido pela média dos valores assinalados nas respostas 
de 9 a 12, mediante a seguinte fórmula:
Questão 9 +Questão 10 +Questão 11+Questão 12
4
IAFT =
Histórico da questão ambiental e sua relação com a população
U1
36
E para calcular a seção 3, Atividades de Ocupação do Tempo Livre (IAFL), 
considerada lazer, faz-se uso da média das respostas marcadas das questões 13 a 
16, através da fórmula:
(6-Questão 13)+(Questão 14)+(Questão 15)+(Questão 16) 
4
IAFT =
É importante destacar que, para as questões 2 e 13, os valores das respostas da 
escala Lickert são subtraídos de 6 unidades (- 6).
Após os cálculos realizados, o Questionário Baecke oferece a estimativa do 
nível deprática da atividade física habitual (IAFH), alcançado pela somatória dos 
índices obtidos nas três seções, com a seguinte fórmula:
IAFH=IAFT+IAFE+IAFL
Agora se torna importante apresentar um exemplo dos cálculos. Vamos supor 
que um(a) aluno(a) tenha acabado de preencher o questionário, marcando as 
seguintes alternativas, conforme compilado e adaptado de Guedes e Guedes 
(2006):
Seção 1 – Atividades na escola 
Questão 1 – Sua principal ocupação na escola: Estudante
Questão 2 – Para realizar as atividades na escola, você permanece sentado: 
 (1) (2) (3) (4) (5) 
Nunca Raramente Algumas vezes Frequentemente Sempre 
Questão 3 – Para realizar as atividades na escola, você fica em pé: 
 (1) (2) (3) (4) (5) 
Nunca Raramente Algumas vezes Frequentemente Sempre 
Questão 4 – Para realizar as atividades na escola, você necessita caminhar: 
 (1) (2) (3) (4) (5) 
Nunca Raramente Algumas vezes Frequentemente Sempre 
Questão 5 – Para realizar as atividades na escola, você necessita carregar 
cargas: 
 (1) (2) (3) (4) (5) 
Nunca Raramente Algumas vezes Frequentemente Sempre 
Questão 6 – Após um dia na escola, você se sente cansado ou fatigado: 
Quadro 1.4 | Questionário Baecke –versão jovens – preenchido
Histórico da questão ambiental e sua relação com a população
U1
37
 (5) (4) (3) (2) (1) 
Muito frequentemente Frequentemente Algumas vezes Raramente Nunca 
Questão 7 – Para realizar as atividades na escola, você transpira: 
 (5) (4) (3) (2) (1) 
Muito frequentemente Frequentemente Algumas vezes Raramente Nunca 
Questão 8 – Ao comparar a sua rotina na escola com a de outras pessoas da 
mesma idade, você acredita que seu dia é fisicamente: 
 (5) (4) (3) (2) (1) 
Muito intenso Intenso Moderado Leve Muito leve 
Seção 2 – Atividades esportivas, programas de exercícios físicos e lazer ativo 
Questão 9 – Você pratica algum tipo de esporte ou está envolvido em 
programas de exercícios físicos? 
( ) Sim ( ) Não 
Caso não pratique algum tipo de esporte/programa de exercícios físicos, vá 
para a questão 10. 
Questão 9.1 – Como primeira opção, o esporte/programa de exercícios 
físicos que você mais frequentemente pratica apresenta intensidade: 
( ) Baixa ( ) Moderada ( ) Elevada 
Questão 9.2 – Durante quantas horas/semana você pratica este esporte/
programa de exercícios físicos? 
( ) < 1 hora ( ) 1-2 horas ( ) 2-3 horas ( ) 3-4 horas ( ) > 4 horas 
Questão 9.3 – Durante quantos meses/ano você pratica este esporte/
programa de exercícios físicos? 
( ) Menos de 1 mês ( ) 1-3 meses ( ) 4-6 meses ( ) 7-9 meses ( ) Mais de 9 meses 
Questão 9.4 – Caso você apresente uma segunda opção quanto à prática de 
esporte/programa de exercícios físicos, esta é de intensidade: 
( ) Baixa ( ) Moderada ( ) Elevada 
Caso não exista uma segunda opção quanto à prática de esporte/programa de 
exercícios físicos, vá para a questão 10. 
Histórico da questão ambiental e sua relação com a população
U1
38
Questão 9.5 – Durante quantas horas/semana você pratica este esporte/
programa de exercícios físicos? 
( ) < 1 hora ( ) 1-2 horas ( ) 2-3 horas ( ) 3-4 horas ( ) > 4 horas 
Questão 9.6 – Durante quantos meses/ano você pratica este esporte/
programa de exercícios físicos? 
( ) Menos de 1 mês ( ) 1-3 meses ( ) 4-6 meses ( ) 7-9 meses ( ) Mais 
de 9 meses 
Questão 10 – Em comparação com outras pessoas de mesma idade, você 
acredita que as atividades que realiza durante seu tempo livre são fisicamente: 
 (5) (4) (3) (2) (1) 
Muito elevadas Elevadas Iguais Baixas Muito baixas 
Questão 11 – Nas atividades de lazer e de ocupação do tempo livre, você 
transpira: 
 (5) (4) (3) (2) (1) 
Muito frequentemente Frequentemente Algumas vezes Raramente Nunca
Questão 12 – Nas atividades de lazer e de ocupação do tempo livre, você 
pratica esportes: 
 (1) (2) (3) (4) (5) 
Nunca Raramente Algumas vezes Frequentemente Sempre 
Seção 3 – Atividades de ocupação do tempo livre 
Questão 13 – Nas atividades de lazer e de ocupação do tempo livre, você 
assiste à TV: 
 (1) (2) (3) (4) (5) 
Nunca Raramente Algumas vezes Frequentemente Sempre 
Questão 14 – Nas atividades de lazer e de ocupação do tempo livre, você 
caminha: 
 (1) (2) (3) (4) (5) 
Nunca Raramente Algumas vezes Frequentemente Sempre 
Questão 15 – Nas atividades de lazer e de ocupação do tempo livre, você 
anda de bicicleta: 
 (1) (2) (3) (4) (5) 
Nunca Raramente Algumas vezes Frequentemente Sempre 
Histórico da questão ambiental e sua relação com a população
U1
39
Questão 16 – Durante quanto tempo por dia você caminha e/ou anda de 
bicicleta para ir ao trabalho, à escola e às compras? 
 (1) (2) (3) (4) (5) 
< 5 minutos 5-15 minutos 15-30 minutos 30-45 minutos > 45 minutos 
Fonte: adaptado de Guedes e Guedes (2006).
Então, com as alternativas assinaladas, procede-se aos cálculos, descritos a 
seguir.
Questão 1+(6-Questão 2)+Questão 3+Questão 4+ Questão 5+Questão 6+Questão 7+Questão 8
8
IAFT =
1+(6-3)+4+3+1+2+1+2 
8
IAFT = 17
8
= = 2,13
Questão 9
(Questão 9.1 x Questão 9.2 x Questão 9.3)
+(Questão 9.4 x Questão 9.5 x Questão 9.6)
(1,26 x 3,5 x 0,92)+(0 x 0 x 0)=4,06
4,06+4 +4+4 
4
(6-4)+5+3+2
4
IAFT =
IAFT =
16,6
12
4
4
= 4,15
= 3,00
=
=
(6-Questão 13)+(Questão 14)+(Questão 15)+(Questão 16)
4
IAFT =
IAFH = IAFT + IAFE + IAFL
IAFH = 2,13 + 4,15 + 3,00 = 9,28
Com a obtenção do resultado, o professor de Educação Física deve simplesmente 
observar o valor em relação aos demais alunos, o que significa que o resultado, 
por si só, não oferece indicador do quão é fisicamente ativo o aluno. Se o aluno 
1 (o do exemplo anterior) for comparado a um aluno 2 (um outro colega) com 
valor hipotético de 8,45 no Questionário de Baecke, isso significa que o aluno 1 do 
exemplo é mais ativo fisicamente. Calculando-se a média aritmética, os resultados 
Histórico da questão ambiental e sua relação com a população
U1
40
também podem ser utilizados para uma turma, a qual pode ser comparada a outras 
turmas, bem como a momentos diferentes dela mesma, por exemplo, o do início 
do ano letivo com o do final do ano. 
Outro questionário amplamente utilizado é o International Physical Activity 
Questionnaire (IPAQ), que visa avaliaro nível de atividade física. Ele existe em dois 
formatos: a versão longa, composta por 27 questões, e a versão curta, composta 
por oito questões. A de formato longo é validada para a população adulta, em 
sua versão impressa e eletrônica. Por sua vez, a versão curta é validada para a 
população adulta e para os jovens, entretanto, apenas no formato impresso. 
Ambos os formatos procuram investigar a frequência e a duração de caminhadas, 
atividades do cotidiano com esforços físicos moderados e intensos, bem como o 
tempo dispendido na posição sentada, em dias do meio da semana e de final de 
semana, tendo como referência os últimos sete dias (PIRES; PIRES JR.; OLIVEIRA, 
2014; GUEDES; LOPES; GUEDES, 2005).
Para conhecer seu nível de atividade física através do IPAQ de versão 
longa, no formato eletrônico, acesse o link disponível em: <http://www.
webipaq.com.br/index_quest_inicio.php>. Acesso em: 28 jul. 2016.
Segue o questionário IPAQ de versão curta, também destinado à população 
jovem (MATSUDO et al., 2001).
Nome:_______________________________________________________
Data: ______/ _______ / ______ Idade: ______ Sexo: F ( ) M ( )
Nós estamos interessados em saber que tipos de atividade física as pessoas 
fazem como parte do seu dia a dia. Este projeto faz parte de um grande estudo 
que está sendo feito em diferentes países ao redor do mundo. Suas respostas nos 
ajudarão a entender quão ativos nós somos em relação às pessoas de outros países. 
As perguntas estão relacionadas ao tempo que você gasta fazendo atividade física 
na ÚLTIMA semana. As perguntas incluem as atividades que você faz no trabalho, 
para ir de um lugar a outro, por lazer, por esporte, por exercício ou como parte das 
suas atividades em casa ou no jardim. Suas respostas são MUITO importantes. Por 
favor, responda cada questão mesmo que considere que não seja ativo. Obrigado 
pela sua participação!
Para responder às questões, lembre-se de que:
Quadro 1.5 | Questionário IPAQ – versão curta
Histórico da questão ambiental e sua relação com a população
U1
41
• Atividades físicas VIGOROSAS são aquelas que precisam de um grande esforço 
físico e que fazem respirar MUITO mais forte que o normal.
• Atividades físicas MODERADAS são aquelas que precisam de algum esforço 
físico e que fazem respirar UM POUCO mais forte que o normal.
Para responder às perguntas, pense somente nas atividades que você realiza 
por pelo menos 10 minutos contínuos de cada vez.
1a Em quantos dias da última semana você CAMINHOU por pelo menos 10 
minutos contínuos, em casa ou no trabalho, como forma de transporte para ir de 
um lugar para outro, por lazer, por prazer ou como forma de exercício?
Dias: _____ por SEMANA ( ) Nenhum
1b Nos dias em que você caminhou por pelo menos 10 minutos contínuos, 
quanto tempo, no total, você gastou caminhando por dia?
Horas: ______ Minutos: _____
2a Em quantos dias da última semana, você realizou atividades MODERADAS por 
pelo menos 10 minutos contínuos, por exemplo, pedalar leve na bicicleta, nadar, 
dançar, fazer ginástica aeróbica leve, jogar vôlei recreativo, carregar pesos leves, 
fazer serviços domésticos na casa, no quintal ou no jardim como varrer, aspirar, 
cuidar do jardim, ou qualquer atividade que fez aumentar moderadamente sua 
respiração ou batimentos do coração? (POR FAVOR NÃO, INCLUA CAMINHADA)
Dias: _____ por SEMANA ( ) Nenhum
2b Nos dias em que você fez essas atividades moderadas por pelo menos 10 
minutos contínuos, quanto tempo, no total, você gastou fazendo essas atividades 
por dia?
Horas: ______ Minutos: _____
3a Em quantos dias da última semana você realizou atividades VIGOROSAS por 
pelo menos 10 minutos contínuos, por exemplo, correr, fazer ginástica aeróbica, 
jogar futebol, pedalar rápido na bicicleta, jogar basquete, fazer serviços domésticos 
pesados em casa, no quintal ou cavoucar no jardim, carregar pesos elevados ou 
qualquer atividade que fez aumentar MUITO sua respiração ou batimentos do 
coração?
Dias: _____ por SEMANA ( ) Nenhum
3b Nos dias em que você fez essas atividades vigorosas por pelo menos 10 
minutos contínuos, quanto tempo, no total, você gastou fazendo essas atividades 
por dia?
Histórico da questão ambiental e sua relação com a população
U1
42
Horas: ______ Minutos: _____
Estas últimas questões são sobre o tempo que você permanece sentado todo 
dia, no trabalho, na escola ou na faculdade, em casa e durante seu tempo livre. 
Isso inclui o tempo sentado estudando, sentado enquanto descansa, fazendo lição 
de casa visitando um amigo, lendo, sentado ou deitado assistindo TV. Não inclua 
o tempo gasto sentando durante o transporte em ônibus, trem, metrô ou carro.
4a Quanto tempo, no total, você gasta sentado durante um dia de semana?
______horas ____minutos
4b Quanto tempo, no total, você gasta sentado durante um dia de final de 
semana?
______horas ____minutos
Após o preenchimento do questionário, são somadas as questões referentes 
às diferentes intensidades – caminhada, moderada e vigorosa – classificadas da 
seguinte forma, conforme o Guia de Processamento de Dados e Análise do Ipaq 
(versões curtas e longa) (2004):
Muito ativo: aquele que atingiu as recomendações de atividade física:
a. VIGOROSA: ≥ 5 dias na semana e ≥ 30 minutos por sessão.
b. VIGOROSA: ≥ 3 dias na semana e ≥ 20 minutos por sessão + Atividade 
MODERADA e/ou CAMINHADA: ≥ 5 dias na semana e ≥ 30 minutos por sessão.
Ativo: aquele que atingiu as recomendações de atividade física:
a. VIGOROSA: ≥ 3 dias na semana e ≥ 20 minutos por sessão.
b. MODERADA ou CAMINHADA: ≥ 5 dias na semana e ≥ 30 minutos por sessão.
c. Qualquer atividade somada: ≥ 5 dias na semana e ≥ 150 minutos na semana 
(caminhada + atividade moderada + atividade vigorosa).
Irregularmente Ativo: aquele que realiza atividade física, porém insuficiente 
para ser classificado como ativo, pois não cumpre as recomendações quanto à 
frequência ou à duração. Para realizar essa classificação, somam-se a frequência 
e a duração dos diferentes tipos de atividades (caminhada + atividade moderada 
+ atividade vigorosa). Este grupo foi dividido em dois subgrupos de acordo com o 
cumprimento ou não de alguns dos critérios de recomendação:
Irregularmente Ativo A: aquele que atinge pelo menos um dos critérios da 
recomendação quanto à frequência ou quanto à duração da atividade: 
Histórico da questão ambiental e sua relação com a população
U1
43
a. Frequência: 5 dias na semana.
b. Duração: 150 minutos na semana.
Irregularmente Ativo B: aquele que não atingiu nenhum dos critérios da 
recomendação nem quanto à frequência, nem quanto à duração.
Sedentário: aquele que não realizou nenhuma atividade física por pelo menos 
10 minutos contínuos durante a semana.
Fonte: adaptado de Matsudo et al. (2001).
1. Por um lado, a modernidade trouxe melhoria nas condições 
de vida em geral, por outro, porém, trouxe modificações 
negativas ao estilo de vida. Como explicar o contraponto que 
acaba por prejudicar a saúde?
2. Diante dos levantamentos científicos que mostram o efeito 
nocivo da inatividade física, decorrente da modernidade, 
o professor de Educação Física tem papel fundamental no 
desenvolvimento de conteúdos e ações para tentar incentivar 
hábitos de atividades físicas. Dentre as estratégias, a avaliação 
da atividade física habitual dos jovens, mediante questionários, 
é recurso dos mais valiosos. Aponte as vantagens da utilização 
desse tipo de instrumento.
Histórico da questão ambiental e sua relação com a população
U1
44
Esta seção teve por objetivo levar você a compreender os 
mecanismos para a realização da avaliação da atividade física 
habitual, voltados ao meio escolar, bem como demonstrar os 
instrumentos que possibilitam a investigação para essa finalidade.
Para chegar à utilização do instrumento de medida da atividade 
física habitual, foi apresentada, nesta seção, a relação entre os 
efeitos da modernidade no que diz respeito à redução da atividade 
física ao longo dos anos e, consequentemente,

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