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1 AULA 5A. Resistência ao Cisalhamento dos solos 1. Introdução 2. Mecanismos de resistência ao cisalhamento dos solos 3. Critérios de ruptura 4. Resistência ao cisalhamento dos solos 5. Medidas de resistência dos solos em ensaios de laboratório 6. Medidas de resistência dos solos em campo 1. Introdução • Importância do estudo da resistência ao cisalhamento dos solos no contexto da Engenharia Ambiental: – Estudo da estabilidade e colapso de obras tais como Aterros Sanitários, Barragens de Rejeito, Estação de Tratamento de Esgoto e de Águas 2 A resistência ao cisalhamento entre dois corpos, devido ao atrito, é proporcional à força normal atuante e independente das dimensões do corpo. = T = tg N Ângulo de atrito 2.1. Mecanismos de atrito T = N tg T = força necessária para fazer o corpo deslizar 2. Mecanismos de resistência ao cisalhamento dos solos Faixas de valores de ’ para alguns solos c’ e ’: variam em função do tipo de solo, mas também em função da tensão de sobreadensamento de argilas e densidade das areias 3 2.2. Intercepto de Coesão Faixa de tensão de interesse para obra Valores medidos Tensão Normal R es ist ên ci a ao C isa lh am en to c = intercepto de coesão 3.1. Ruptura de um solo Aumentando-se a tensão aplicada, o material pode se “partir”, ou seja, romper sob uma deformação de ruptura (F). P = deformação plástica e = deformação elástica F = ruptura F = deformação na ruptura F RUPTURA 4 Não há ruptura para tensões cisalhantes () abaixo do valor c + tg, onde c e são constantes do material e é a tensão normal. Ou seja: a envoltória de ruptura de Coulomb é definida por uma reta. 3.2. Critério de ruptura de Coulomb = c + sen 5. Medidas de resistência de solos em ensaios de laboratório 5.1. Ensaio de cisalhamento direto Movimento deslocamento reação Superfície de deslizamento Corpo de prova Força aplicada Comprimento L Superfície de ruptura A força normal aplicada é conhecida (calcula-se ) e mede-se a reação com um anel dinamométrico (calcula-se ). Os deslocamentos horizontais e verticais são medidos. 5 Exemplo de resultado de um ensaio de cisalhamento direto No ensaio são fixos: • N • velocidade de deslocamento o ensaio é rápido e simples e a preparação de amostras é simples; Vantagens do ensaio de cisalhamento direto Ex: concreto Superfície de deslizamento Corpo de prova de solo ensaio pode ser executado em solos de granulometria grossa, a exemplo de brita. O atrito entre rochas e o ângulo de atrito entre solos e outros materiais de engenharia pode ser medido; O equipamento pode ser utilizado para estimativa da resistência ao cisalhamento residual, com inversão do sentido do deslocamento da parte superior do corpo de prova várias vezes. 6 AULA 5B. Resistência ao cisalhamento de areias 1. Introdução 2. Compacidade inicial 3. Fatores que influenciam o ângulo de atrito medido 4. Comentários finais 1. Introdução • A resistência ao cisalhamento das areias é, em geral, definida em termos de tensões efetivas, já que a permeabilidade das areias é elevada e os carregamentos, em geral, são drenados. Exceção: casos de liquefação devido a terremotos. • A resistência ao cisalhamento das areias é função de : compacidade inicial, tensão confinante, tipos de carregamento, composição da areia 7 Ensaios de cisalhamento direto em areias fofas e compactas Diferença entre as tensões cisalhantes máximas (E) : movimento vertical devido à dilatância Variação de volume aumenta diminui D = compacta L = fofa Deslocamento horizontal pico Tensão cisalhante Rearranjo inicial dos grãos Dilatância Comportamento friável Comportamento dúctil Resultados típicos de ensaios triaxiais drenados executados em areias fofas e compactas Souza Pinto, 2000 fofas compactas Deformação volumétrica: areias compactas expandem e areias fofas se comprimem. Para baixos níveis de tensão areias apresentam comportamento dilatante dilatância 8 3. Principais fatores que influenciam o valor do ângulo de atrito medido Compacidade Tensão confinante Distribuição granulométrica Formato e tamanho e composição mineralógica dos grãos Presença de água 3.1 Compacidade inicial (a)areia fofa apresentam maiores deformações e menor resistência (b) Areia compacta menores recalques e maior resistência (c) areia no estado mais compacto - idealizada Quanto mais bem graduada é a areia – melhor é a compactação. 9 Quanto melhor graduada é a areia, maior é o ângulo de atrito. 3.3. Distribuição Granulométrica Areias com grão irregulares apresentarão maior ângulo de atrito. O tamanho dos grãos ou sua composição mineralógica são menos relevantes. 3.4. Formato e tamanho e composição mineralógica dos grãos Ângulo de atrito de areia saturada é aprox. igual ao de areia seca. O ângulo de atrito de areia não saturada (0<S<100) é maior devido a fenômenos capilares discutidos anteriormente. 3.5. Presença de água 10 4. Comentários Finais É difícil a amostragem de areias, de forma a manter a estrutura e índice de vazios de campo. Em geral tenta-se reproduzir em laboratório por pluviação o estado in situ (índice de vazios). Entretanto, com este processo não há como reproduzir a estrutura. Em função disto a avaliação de risco de liquefação, por exemplo, pode ser feita in situ, através de ensaios com dinamite (ciclos de carga induzidos) e através de verificação dos valores de SPT. Exercícios Propostos Capítulo 13 13.3, 13.5, 13.6, 13.7, 13.10 e 13.12 11 AULA 5. Resistência não drenada (Su) de argilas saturadas 1. Introdução 2. Determinação do valor de Su 3. Comentários finais 1. Introdução • A resistência não drenada (Su) é a resistência do solo quando este é submetido a um carregamento sem que haja tempo de haver drenagem; • Para argilas, que têm a permeabilidade baixa, a resistência não drenada é mais relevante que nas areias. 12 2. Determinação do valor de Su 2.1. Ensaio UU e Tensões principais Tensão cisalhante Tensões efetivas Tensões totais Su Ensaio UU- Não importa o valor da tensão confinante do ensaio pois como não ocorre acréscimo de tensões efetivas durante todo o ensaio, só há um círculo efetivo. e 2.2. Ensaio de Palheta NBR10905 H D/2 Hipóteses: ensaio não drenado, superfície de ruptura é um cilindro de mesmas dimensões da palheta, solo isotrópico e distribuição uniforme de tensões, desprezado o amolgamento no entorno da palheta. Su = 0,86 T D3 13 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 0 5 10 15 20 Su (kPa) Pr of un di da de (m ) Su intacto Su amolgado 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 0 10 20 30 40 50 Ângulo de rotação da palheta (graus) S u in ta ct o (k Pa ) 2,0m 2,5m 3,0m 3,5m 4,5m 5,0m 8,0m Argila muito mole do Recreio, RJ Exemplo de resultado de ensaios de palheta em várias profundidades 3. Comentários Finais O comportamento de argilas é em geral não drenado, caracterizado pela resistência não drenada Su medida em ensaios UU em laboratório e em ensaios de palheta em campo. Argilas saturadas quando submetidas a ensaios drenados exibem ângulo de atrito ´ ≠ 0 e c´ ≈ 0 (para níveis de tensões elevados). 14 Exercícios Propostos Capítulos 14 e 15 14.10, 15.2, 15.3 e 15.8
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