DIREITO ADMINISTRATIVO 05 - OAB

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Administração direta e indireta

ADMINISTRAÇÃO DIRETA

Segundo Carvalho Filho (2019) \u201cAdministração Direta é o conjunto de órgãos que integram as pessoas federativas, aos quais foi atribuída a competência para o exercício, de forma centralizada, das atividades administrativas pelo estado\u201d.

A Administração Direta é composta pelos entes políticos que integram a forma federativa de Estado, que são a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.

Os entes da Administração Central são dotados de capacidade legislativa, política e possuem personalidade jurídica de direito público. Todos os entes políticos são dotados de personalidade jurídica de direito público, não podendo esquecer do pacto federativo, que é a nossa forma de estado, sendo uma cláusula pétrea, marcado por uma divisão em regra equilibrada de competências entre União, Estados, Municípios e DF (art. 60 CF).

Obs.: Quando se faz menção aos entes políticos (entes federativos), administração pública direta, deve-se lembrar que eles são dotados de autonomia (autogoverno, auto-organização, autoadministração e autolegislação), que é a capacidade de auto- governo, auto-organização, auto-administração, auto-legislação. Estas são as características dos entes políticos, que é uma cláusula pétrea nos termos do art. 60, § 4º.

ÓRGÃOS PÚBLICOS

Os órgãos públicos são apenas componentes, ou seja, partes do todo que é a entidade a qual eles integram. Por essa razão, não possuem personalidade jurídica própria. A esse fenômeno (criação de órgãos) convencionou-se chamar de desconcentração.

Alguns órgãos, embora desprovidos de personalidade jurídica própria, podem estar em juízo (propor ações judiciais) na defesa de suas prerrogativas institucionais. É a chamada personalidade judiciária.

Obs.: Dentro de uma escala hierárquica, há quatro tipos de órgãos públicos: independentes, autônomos, superiores e subalternos. Os dois primeiros, por exemplo, Presidência da República (autônomo) e todos os Ministérios (subalternos), embora não possuam personalidade jurídica, possuem personalidade judiciária. A personalidade judiciária é exatamente a capacidade postulatória de figurar no polo passivo ou ativo das relações processuais.

Desconcentração \u2192 Órgãos Públicos Independentes > autônomos > superiores > subalternos.

Nenhum deles é dotado de personalidade jurídica, mas os dois primeiros têm personalidade judiciária (podem figurar no polo ativo ou passivo de uma ação judiciária), atribuindo capacidade postulatória.

Súmula 525 do STJ: A Câmara de Vereadores não possui personalidade jurídica, apenas personalidade judiciária, somente podendo demandar em juízo para defender os seus direitos institucionais.

Classificação dos Órgãos quanto à Posição Estatal I) Independentes: são os Poderes do Estado, por exemplo: Presidência da República, Assembleia Legislativa etc. Obs.: todos os tribunais são órgãos independentes, figuram no topo da hierarquia estatal.

II) Autônomos: possuem autonomia administrativa, técnica e financeira, por exemplo: ministérios, secretarias, AGU.

III) Superiores: detêm poder de direção em relação aos assuntos de sua competência, por exemplo: departamento de Polícia Federal, procuradorias jurídicas.

IV) Subalternos: possuem atribuições de mera execução, por exemplo: zeladoria, departamento de recursos humanos, entre outros. Obs.: a subordinação é característica da desconcentração.

Controle interno: é o controle administrativo, de acordo com o princípio da autotutela. Teorias da Manifestação da Vontade do Órgão: a) Teoria do mandato: o agente público é um simples mandatário da vontade do Estado. Esta teoria foi superada; b) Teoria da representação: o agente público é representante do poder público. Essa teoria foi superada; c) Teoria do órgão (imputação volitiva): a vontade do Estado se exterioriza pela atuação do agente, ou seja, a vontade do agente se confunde com a vontade do ente estatal. Essa é a teoria adotada pelo Brasil.

A consequência óbvia disso é a responsabilidade civil do Estado, porque, em regra, no Brasil, adotamos a responsabilidade civil objetiva. Se um delegado da Polícia Federal está sendo responsabilizado, não há que se falar em responsabilidade objetiva, mas subjetiva, porque não é ele quem está atuando, mas a Polícia Federal. A responsabilidade é da Polícia Federal. Isso tem relação direta com o princípio da impessoalidade.

Obs.: o princípio da impessoalidade traz consigo a finalidade (interesse público) e a isonomia (igualdade material). Fazemos aqui menção a teoria do órgão, licitações, concurso público, pagamento por precatórios e responsabilidade objetiva do Estado.

Se quando o agente atua não é em nome próprio, ele não atua, então, em causa pessoal. Uma eventual responsabilização vai recair sobre o poder público. Se a ação for declaradamente culposa ou dolosa, a responsabilidade poderá recair sobre o agente.

ADMINISTRAÇÃO INDIRETA

A administração indireta é o conjunto de pessoas jurídicas vinculadas à administração direta e que realizam atividades administrativas de maneira descentralizada. Integram a administração indireta: autarquias, inclusive as associações públicas - Obs.: aqui vamos buscar a matriz, que é o consórcio público. Consórcio público demanda uma previsão específica.

Quando aparece a expressão \u201cdescentralização\u201d, devemos dividi-la em duas correntes: por outorga e por delegação. A divisão por outorga ocorre por meio de lei e, de acordo com a doutrina, é para as pessoas jurídicas de direito público; divisão por delegação é para os casos de concessões, permissões e autorizações.

As concessões se dividem em comuns e especiais. As especiais são as PPPs (parcerias público-privadas), Lei n. 11.079/2004. As comuns são regulamentadas pela Lei n. 8987/1995 - Obs.: sobre consórcios públicos, o professor recomenda a leitura da Lei n. 11.107/2005. Esta lei divide consórcio público em consórcio público de direito público e consórcio público de direito privado. Quando nos depararmos com um consórcio público de direito público, vamos chamá-los de associações públicas. Da mesma forma que as fundações públicas de direito público são tratadas com natureza de autarquia, os consórcios públicos de direito público também o são, porque têm natureza autárquica.

Fundações públicas - De direito público: criada por lei. De direito privado: autorizadas por lei e dependem de lei para definir sua área de atuação; Empresas públicas; e Sociedades de economia mista. Essas duas últimas devem ser autorizadas por lei.

As entidades da Administração Indireta possuem as seguintes características:

a) Criação (art. 37, XIX, CF): somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação.

Obs.: somente autarquias e o que for \u201cigual\u201d à autarquia terá criação por meio de lei. Todas as demais deverão ter criação autorizada por lei. As fundações públicas de direito privado vão necessitar, ainda, de lei complementar para ter sua área de atuação definida.

Se na sua prova aparecer apenas \u201cas fundações\u201d, a banca está se referindo às fundações públicas de direito privado. No entanto, o termo \u201cfundação\u201d também pode estar na esfera para além dos limites da Administração Pública. As fundações privadas pertencem ao terceiro setor. Não se confundem com as fundações públicas de direito privado. Primeiro setor: é formado pelo Estado em sentido amplo. Segundo setor: iniciativa privada. Terceiro setor: parcela da iniciativa privada que colabora com o Estado sem fins lucrativos, exemplo: Sistema S.

b) Personalidade própria;

c) Patrimônio próprio;

d) Autonomia técnica e administrativa;

e) Vinculação à entidade da Administração Indireta: cuida-se apenas de controle finalístico ou supervisão ministerial. Não há hierarquia ou subordinação. Exemplo: o Ibama não está subordinado à administração direta, mas está vinculado, é fiscalizado e controlado pela administração direta. Exemplo: não há subordinação da EBSERH ao Ministério da Educação, o que existe é a fiscalização e controle pelo Ministério da Educação.

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