Buscar

4 Contabilidade Societaria

Prévia do material em texto

e-Book 4
Hamilton Moura
CONTABILIDADE 
SOCIETÁRIA
Sumário
INTRODUÇÃO ������������������������������������������������� 3
CONTABILIZAÇÃO DE RESULTADOS 
NÃO REALIZADOS E PARTICIPAÇÃO DE 
ACIONISTAS MINORITÁRIOS ������������������������ 4
Resultados não realizados ��������������������������������������������������� 4
Participação de acionistas minoritários ����������������������������� 9
EFEITOS DA CONSOLIDAÇÃO DAS 
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ������������������14
DEMONSTRAÇÕES SEPARADAS �����������������21
Demonstrações contábeis separadas ������������������������������� 21
DEMONSTRAÇÕES SEPARADAS 
VERSUS DEMONSTRAÇÕES INDIVIDUAIS �� 26
Demonstrações contábeis separadas ������������������������������� 26
Demonstrações contábeis individuais ������������������������������ 29
CONSIDERAÇÕES FINAIS ����������������������������32
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS & 
CONSULTADAS ��������������������������������������������33
3
INTRODUÇÃO
As normas internacionais de contabilidade já estão 
sedimentadas tanto na formação dos contadores 
como na prática contábil� No entanto, ainda existem 
temas que deixam dúvidas em muito profissionais 
experientes�
Neste módulo, vamos tratar de um desses temas: 
as demonstrações separadas, procurando resumir o 
que é abordado nas normas contábeis, e apresentar 
alguns exemplos para melhorar o entendimento�
Ao final, esperamos que você consiga compreender 
a contabilização dos resultados não realizados, bem 
como a participação de acionistas minoritários�
Você poderá apropriar-se do entendimento dos efei-
tos da consolidação financeira para controladores 
e controladas, conhecer as demonstrações separa-
das, e diferenciar das demonstrações individuais�
É um bom desafio, não acha? Vamos juntos!
44
CONTABILIZAÇÃO 
DE RESULTADOS 
NÃO REALIZADOS E 
PARTICIPAÇÃO DE 
ACIONISTAS MINORITÁRIOS
RESULTADOS NÃO REALIZADOS
O resultado não realizado ocorre quando uma em-
presa A vende um bem com lucro ou prejuízo para 
uma empresa B; esse bem permanece no ativo da 
empresa B, na data-base do ajuste de equivalência 
patrimonial, e ambas as empresas fazem parte de 
uma mesma entidade ou grupo de sociedades� 
O resultado (lucro ou prejuízo) será considerado 
realizado quando a empresa B vender o referido 
bem para terceiros ou baixá-lo por algum motivo 
para as contas de resultado (imprestável, obsoleto, 
depreciação etc�)�
Sociedades coligadas
O tratamento contábil para resultados não realiza-
dos em operações com coligadas está previsto no 
pronunciamento técnico de interpretação ICPC 09�
Pontos relevantes:
55
a) São eliminados os lucros não realizados na 
venda de ativos da investidora e suas controladas 
para a coligada, bem como os lucros não realizados 
na venda de ativos da coligada para a investidora 
e suas controladas�
b) As transações com ativos que gerem prejuízos 
não são eliminadas�
O professor Mário Jorge explica no vídeo Lucro não 
realizado na Consolidação de Balanços o que é o lucro 
não realizado e como é feito o tratamento desse item 
na consolidação das demonstrações contábeis�
Clique no link e assista, são apenas 15 minutos: https://
www.youtube.com/watch?v=Isons8nbFnM.
Exemplo
A empresa Controladora tem 20% das ações do 
capital de Alfa e significativa influência em sua 
administração, sendo essa investida considerada 
coligada e esse investimento avaliado pelo método 
de equivalência patrimonial. Para tornar o exemplo 
mais transparente, não consideraremos os efeitos 
tributários�
FIQUE ATENTO
66
Tabela 1: Exemplo�
Controladora - Inicial
Caixa 3�000 Capital social 3�600
Investimento 
em Alfa
2�000 Reserva de 
lucros
1�400
5�000 5�000
Alfa - Inicial
Caixa 9�200 Capital social 8.100
Imóvel 800 Reserva de 
lucros
1�900
10�000 10�000
Fonte: Elaboração própria
A empresa Alfa efetuou as seguintes transações:
(a) prestou serviços à vista a terceiros no montante 
de R$ 3�700 e incorreu em despesas também à 
vista no valor de R$ 1�300; e
(b) vendeu à vista o imóvel para a Controladora 
por R$ 1�200�
Tabela 2: Registro contábil em Alfa:
Débito Crédito
Pelo registro do recebimento 
do serviço prestado
Caixa 3�700
Receita de prestação de 
serviços
3�700
Pelo registro do pagamento 
das despesas
Despesa 1�300
Caixa 1�300
77
Débito Crédito
Pelo registro da venda à vista 
do imóvel
Caixa 1�200
Imóvel 800
Ganho na venda do imóvel 400
Fonte: Elaboração própria
Tabela 3: Alfa – momento II
Caixa 12.800 Capital social 8.100
Reservas de 
lucros
1�900
Lucro do 
período
2.800
12.800 12.800
Fonte: Elaboração própria
Tabela 4: Resultado de Alfa – II
Receita de Serviços 3�700
Despesas -1.300
Lucro de prestação de serviços 2�400
Ganho na venda de imóvel 400
Lucro do período 2.800
Fonte: Elaboração própria
Tabela 5: Cálculo do ajuste de equivalência patrimonial – Contro-
ladora II
Valor inicial da equivalência patrimonial (R$ 
2.800 x 20%)
560
Resultado não realizado (R$ 400 x 20%) -80
Valor final da equivalência patrimonial 480
Fonte: Elaboração própria
88
Tabela 6: Registro contábil na Controladora:
Débito Crédito
Pelo registro da compra à vista 
do imóvel
Imóvel 1�200
Caixa 1�200
Pelo ajuste do investimento 
pelo MEP
Investimento em Alfa 480
Receita de equivalência 
patrimonial
480
Fonte: Elaboração própria�
Tabela 7: Controladora – momento II
Caixa 1.800 Capital social 3�600
Investimento 
em Alfa
2.480 Reservas de 
lucros
1�400
Imóvel 1�200 Lucro do 
período
480
5.480 5.480
Fonte: Elaboração própria
Observações:
 y Na operação de venda da coligada para a in-
vestidora, o lucro não realizado é eliminado quando 
do cálculo da equivalência patrimonial.
 y Observe que o resultado de equivalência pa-
trimonial corresponde apenas ao percentual de 
participação aplicado sobre o resultado de Alfa 
sem o lucro na venda do imóvel (R$ 2�400 × 20% 
= R$ 480).
99
 y Reconciliação entre o patrimônio líquido da 
coligada e o investimento pelos registros da con-
tabilidade da investidora: R$ 12.800 (patrimônio 
líquido de Alfa) × 20% = R$ 2.560 – 80 (resultado 
não realizado) = R$ 2.480 (valor do investimento).
PARTICIPAÇÃO DE ACIONISTAS 
MINORITÁRIOS
Existe uma participação minoritária sempre que 
uma empresa controladora possui o controle de 
uma subsidiária, mas não possui 100%� Os demais 
acionistas da subsidiária constituem a participa-
ção minoritária� Esses (os acionistas minoritários) 
têm direitos sobre os lucros e ativos líquidos da 
subsidiária�
O balanço patrimonial consolidado inclui todos os 
ativos e passivos de uma subsidiária, não apenas 
um valor igual à porcentagem de propriedade da 
controladora� Da mesma forma, a demonstração 
do resultado da consolidada inclui todas as recei-
tas e despesas de uma subsidiária, não apenas 
um valor igual à porcentagem de propriedade da 
controladora�
O controle permite gerenciar todos os ativos líqui-
dos de uma subsidiária, justificando a inclusão 
de cem por cento dos ativos, passivos, receitas 
1010
e despesas da subsidiária nas demonstrações 
financeiras consolidadas.
A empresa, entretanto, não tem direito a 100% 
dos ativos líquidos ou ganhos� A consolidação 
das demonstrações financeiras deve, portanto, 
reconhecer a reivindicação dos acionistas minori-
tários� Ilustramos, a seguir, os procedimentos para 
preparar uma planilha de consolidação quando 
houver uma participação minoritária�
O vídeo O TAG ALONG não vai te proteger��� explica 
o que é tag along e como funciona, bem como sua 
importância, para proteção ao investidor minoritário, 
dando alguns exemplos dessa proteção� Clique no link 
e assista, são apenas 8 minutos de vídeo que podem 
acrescentar mais um conhecimento a você.
https://www.youtube.com/watch?v=ushew_esDDU�
Reconhecimento da participação 
minoritária na data da aquisição
A Empresa Controladora adquiriu 100% das ações 
em circulação da Empresa Alfa por R$ 650�000, 
em 1º de janeiro, Ano 1�
SAIBA MAIS
https://www.youtube.com/watch?v=ushew_esDDU
1111
No momento da aquisição, o valor contábil do pa-
trimônio líquido da Empresa Controladoraera de 
R$ 650�000, compreendendo os seguintes saldos 
de contas:
Empresa Alfa, 1 de janeiro, Ano 1
Ação ordinária ���������������������������������������������� R$ 500�000
Lucros acumulados �������������������������������������� R$ 150�000
Patrimônio líquido total ������������������������������� R$ 650�000
Suponha agora que a Empresa Controladora adquiriu 
apenas 80% das ações ordinárias em circulação da 
Empresa Alfa e pagou R$ 520�000� O quadro abaixo 
mostra as reivindicações da Empresa Controladora 
e a participação dos acionistas minoritários da 
Empresa Alfa na data de aquisição�
Alocação do patrimônio líquido da Empresa Alfa 
para a Empresa Controladora e os acionistas mi-
noritários na data de aquisição�
Tabela 8: Exemplo
Total Empresa 
Controladora 
(80%)
Acionistas 
Minoritários 
(20%)
(1) (2) (3)
Ação 
ordinária
 
R$500�000
 R$400�000 R$100�000
Lucros 
acumula-
dos
 
R$150�000
 R$120�000 R$30�000
1212
Total Empresa 
Controladora 
(80%)
Acionistas 
Minoritários 
(20%)
Patri-
mônio 
líquido 
total
 
R$650�000
 R$ 520�000,00 R$ 130�000,00
Fonte: Elaboração própria
Para eliminar o investimento na conta da Empresa 
Alfa, que aparece nos livros de Empresa Controla-
dora, é feito o seguinte:
Tabela 9: Exemplo�
Ações ordinárias (Alfa) R$ 400�000
Lucros retidos (Alfa) R$ 120�000
Investimento em Alfa (empresa Controladora) R$ 520�000
Fonte: Elaboração própria
O cálculo para reconhecer a reivindicação de 
interesse minoritário sobre os ativos líquidos da 
Empresa Alfa é a seguinte:
Tabela 10: 
Ações ordinárias (Alfa) R$100�000
Lucros retidos (Alfa) R$30�000
Participação minoritária nos ativos líquidos de 
Alfa (balanço consolidado)
 R$130�000
Fonte: Elaboração própria
A conta Interesses Minoritários nos ativos líquidos 
de Alfa não aparece nos livros de nenhuma das 
empresas�
1313
Em vez disso, a entrada da planilha acima cria 
essa conta� O balanço patrimonial consolidado 
inclui todos os ativos e passivos da Controladora 
(exceto a conta do Investimento em Alfa, eliminada 
na primeira entrada acima) e da Empresa Alfa� A 
reivindicação de 20% dos acionistas minoritários 
contra os ativos líquidos de Alfa de R$ 130�000 
normalmente aparece entre passivos e patrimônio 
líquido, no balanço patrimonial consolidado�
14
EFEITOS DA 
CONSOLIDAÇÃO DAS 
DEMONSTRAÇÕES 
CONTÁBEIS
As demonstrações financeiras consolidadas são 
a principal fonte de informação usada por várias 
partes interessadas para tomar decisões sobre 
grupos econômicos. As demonstrações financeiras 
consolidadas são mais úteis para os acionistas do 
que as demonstrações financeiras não consolidadas.
Na base da preparação das demonstrações finan-
ceiras consolidadas estão as normas contábeis 
que estabelecem a definição de “controle”, que 
constitui a base para a identificação de entidades 
controladas e, portanto, agregadas ao grupo, cujas 
informações financeiras constituem as demons-
trações financeiras consolidadas.
A aplicação correta da definição de controle é 
fundamental, uma vez que as informações finan-
ceiras apresentadas nessas demonstrações são 
fortemente influenciadas pela decisão de incluir 
ou excluir entidades� Portanto, garantir o reco-
nhecimento adequado de entidades controladas 
nas demonstrações financeiras consolidadas é 
essencial, especialmente porque essas são as 
únicas demonstrações que devem ser divulgadas 
15
publicamente e são amplamente usadas para 
fins de tomada de decisão por várias das partes 
interessadas externas – por exemplo, fundos de 
aposentadoria, ao tomar decisões de investimento�
Enquanto a Lei 6�404/76 foi vista como uma me-
lhoria dos requisitos anteriores aplicados, também 
foi criticada por aplicar uma definição de controle 
que, sem dúvida, fornecia às empresas a discrição 
para incluir oportunamente (excluir) entidades 
particulares. Em particular, o controle; a definição, 
segundo o CPC 35 (R2), exige que a controladora 
tenha o “poder de governar” sobre e de receber 
“benefícios” da subsidiária, sugerindo que a proprie-
dade do acionista majoritário e retornos positivos 
são condições necessárias, respectivamente�
O CPC 36 (R3) aplica uma definição de controle 
baseada em princípios que exige que as empresas 
consolidem outras entidades para as quais recebem 
“retornos variáveis”, incorporando retornos positivos 
e negativos, e eles têm o “poder” de afetar seus 
retornos. Como tal, a definição de controle limita 
a capacidade das empresas de omitir prejuízos e 
incapacidade de “governar” entidades controladas 
nos relatórios financeiros consolidados.
No entanto, levantaram-se preocupações de que o 
uso contínuo de uma definição de controle baseada 
em princípios sob o CPC 36 (R3) fornece complexi-
16
dade desnecessária e permite mais subjetividade 
na aplicação para investimentos de propriedade 
não majoritária, ou uma dependência de limites 
baseados em propriedade tradicional usados sob 
o CPC 35 (R2)�
Por que tantas contas?
Diferentes conjuntos de contas são usados para 
diferentes propósitos� As contas individuais mos-
tram a posição e o desempenho de cada empresa 
individualmente, mas não do grupo como um todo�
As contas consolidadas combinam todas as 
informações das subsidiárias sob o controle da 
controladora� As contas do grupo relatam a rea-
lidade comercial subjacente do controle efetivo 
da controladora� Isso torna os grupos facilmente 
comparáveis, mesmo que suas estruturas legais e 
de propriedade sejam bastante diferentes� Porém, 
é importante ressaltar que o grupo contábil não é 
uma entidade legal por si só�
Três conceitos muito importantes na contabilida-
de de grupo são goodwill, transações internas e 
participação de não controladores�
Goodwill – qualquer excesso de:
O valor pago para adquirir um negócio, sobre:
O valor dos ativos líquidos adquiridos�
17
É qualquer excesso do valor pago por uma aquisição 
sobre o valor dos ativos líquidos adquiridos� Ele 
reflete o valor de todo o negócio adquirido, sendo 
maior do que a soma de suas partes�
Por exemplo, se ativos líquidos com um valor de 
R$ 100 milhões foram adquiridos por um preço de 
compra de R$ 120 milhões, então o goodwill seria: 
R$ 120 milhões – R$ 100 milhões = R$ 20 milhões.
O goodwill é apresentado separadamente na de-
monstração da posição financeira do grupo.
Vejamos um exemplo:
Holding é uma empresa controladora de uma 
Subsidiária� A Holding comprou a Subsidiária há 
alguns anos por R$ 1 milhão, que também era o 
valor dos ativos líquidos da Subsidiária, na época� 
Não houve diferença entre o valor pago e o valor 
dos ativos líquidos adquiridos. Isso significa que 
o goodwill nas contas do Grupo Holding é zero�
Tabela 11: Resumo do Balanço Patrimonial Consolidado (em R$ 
milhões)
Holding Subsidiária Ajustes Grupo
Ativos
Investi-
mentos 
em 
subsidiária
1 - -1 -
outros 
ativos
4 200 204
18
Holding Subsidiária Ajustes Grupo
5 200 204
Passivo 3 120 123
Patrimônio 
Líquido
2 80 -1 81
5 200 204
Fonte: Elaboração própria
Os ativos e passivos individuais da Holding e Subsi-
diária hoje são definidos acima, juntamente com os 
números consolidados do grupo� A demonstração 
consolidada do grupo mostra que o grupo Holding 
controla uma quantidade muito maior de ativos 
(R$ 204 milhões) do que as contas individuais da 
Holding podem sugerir (apenas R$ 4 milhões)� 
O grupo também está mais endividado do que 
divulgam as contas individuais da Holding� Seu 
passivo total é de R$ 123 milhões, não apenas os 
R$ 3 milhões divulgados nas contas individuais 
da Holding�
Transações internas
Normalmente, as transações internas não são 
informações relevantes para os usuários externos 
de contas de grupo� Os itens internos são aqueles 
entre membros do mesmo grupo, por exemplo, 
quaisquer vendas e compras entre Holding e 
Subsidiária�
19
Por esse motivo, um princípio fundamental de con-
solidação é remover itens internos dos números 
do grupo� Isso evita que contas de grupo mostrem 
níveis enganosamente altos de atividadesou ativos�
Remover informações irrelevantes
Vamos construir a demonstração do resultado 
para o Grupo Holding� As vendas totais da Hol-
ding foram de R$ 90 milhões e as vendas totais 
da Subsidiária foram de R$ 50 milhões� A primeira 
etapa da consolidação desses resultados consiste 
simplesmente em somá-los. Isso é feito nas duas 
primeiras colunas da tabela a seguir�
Mas R$ 40 milhões das vendas totais da Subsidiária 
foram vendas internas do grupo para a Holding�
Precisamos excluir as vendas e compras internas 
dos números do grupo� Isso também é feito na 
coluna de ajustes a seguir�
As vendas totais do grupo para clientes externos 
são de apenas R$ 100 milhões, em vez do total das 
vendas individuais de cada empresa do grupo (R$ 
90 milhões + R$ 50 milhões = R$ 140 milhões).
Nossos ajustes de consolidação para remover 
transferências internas (de R$ 40 milhões) garan-
tem que as vendas consolidadas do grupo não 
sejam exageradas�
20
Tabela 12: Demonstração do Resultado Consolidado (em R$ 
milhões)
Holding Subsidiária Ajustes Grupo
Vendas Externas 90 10 100
Vendas Internas 40 -40
Total das vendas 90 50 -40 100
Compras Internas -40 40
Custos externos -38 -32 -70
Lucro antes dos 
impostos
12 18 30
Fonte: Elaboração própria�
2121
DEMONSTRAÇÕES 
SEPARADAS
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 
SEPARADAS
Demonstrações contábeis separadas são aquelas 
que avaliam as participações societárias em coli-
gadas, em controladas ou em empreendimentos 
controlados em conjunto pelo valor justo, ou até 
pelo custo, e não pela equivalência patrimonial e 
sem a utilização da técnica da consolidação�
Demonstrações contábeis separadas são apresen-
tadas por um investidor em coligada, controlada 
ou em entidades controladas em conjunto (joint 
ventures), nas quais a contabilização dos investi-
mentos é baseada no valor justo da participação 
direta no capital, ou ao seu custo, em vez de nos 
resultados divulgados com base nos ativos líquidos 
contábeis das investidas ou sua consolidação� Não 
se confundem com as demonstrações individuais, 
nas quais esses investimentos têm outra base de 
mensuração�
As demonstrações separadas são apresentadas 
adicionalmente às demonstrações consolidadas 
ou adicionalmente às demonstrações contábeis 
de investidor que não possui investimentos em 
2222
controlada, mas possui investimentos em coligada 
ou em empreendimento controlado em conjunto, 
em que os investimentos em coligada ou em em-
preendimento controlado em conjunto – conforme 
requerido pelo Pronunciamento Técnico CPC 18 – 
devem ser contabilizados com base no método da 
equivalência patrimonial, exceto nas circunstâncias 
previstas nos itens 8 e 8A.
As demonstrações contábeis em que a entidade não 
possui investimentos em controlada, em coligada 
ou em empreendimento controlado em conjunto 
não são consideradas demonstrações separadas�
De acordo com o CPC 35, a elaboração de demons-
trações separadas é uma opção da entidade� Não 
obstante, a entidade é requerida pela lei societária 
a apresentar demonstrações contábeis individuais�
Quem pode divulgar demonstrações 
contábeis separadas?
 y A entidade que está dispensada, de acordo 
com CPC 36– Demonstrações Consolidadas, de 
consolidar suas demonstrações contábeis, ou 
que está dispensada, de acordo com CPC 18, de 
aplicar o método da equivalência patrimonial, se 
permitido legalmente�
 y A entidade de investimento que seja obrigada, 
durante todo o período atual e todos os períodos 
comparativos apresentados, a aplicar a exceção à 
2323
consolidação para todas as suas controladas de 
acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 36, 
se for permitido legalmente�
Neste vídeo, a professora Vânia Borgerth explica as 
demonstrações intermediárias, objeto da NBC TG 21 
(R4) e as demonstrações separadas, tratadas na NBC 
35 (R2)� É uma palestra que pode enriquecer ainda mais 
seus conhecimentos sobre o tema�
Clique no link e aproveite!
https://www.youtube.com/watch?v=kBR-pqVeGIc�
Como deve contabilizar seus 
investimentos?
Quando a entidade elaborar demonstrações separa-
das, ela deve contabilizar os seus investimentos em 
controladas, em coligadas e em empreendimentos 
controlados em conjunto com base em uma das 
seguintes alternativas, obedecida a legislação em 
vigor:
a) ao custo histórico;
b) em consonância com o Pronunciamento Téc-
nico CPC 38; ou
FIQUE ATENTO
https://www.youtube.com/watch?v=kBR-pqVeGIc
2424
c) utilizando o método da equivalência patrimonial, 
conforme descrito no Pronunciamento Técnico 
CPC 18.
A entidade deve aplicar as mesmas práticas con-
tábeis para cada categoria de investimentos�
Investimentos contabilizados ao custo ou pelo mé-
todo da equivalência patrimonial devem observar 
o Pronunciamento Técnico CPC 31, quando forem 
classificados como mantidos para venda ou para 
distribuição (ou incluídos em grupo de ativos a ser 
alienado que seja classificado como mantido para 
venda ou para distribuição)�
A mensuração de investimentos contabilizados, de 
acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 38, 
não deve ser modificada nessas circunstâncias.
Se a entidade eleger – de acordo com o CPC 18 – 
mensurar seus investimentos em controladas, em 
coligadas e em empreendimentos controlados em 
conjunto ao valor justo por meio do resultado, de 
acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 38, 
ela deve contabilizá-los nos mesmos moldes em 
suas demonstrações separadas�
Se a controladora for obrigada – de acordo com 
o item 31 do Pronunciamento Técnico CPC 36 – 
a mensurar seu investimento em controlada ao 
valor justo por meio do resultado, de acordo com 
2525
o Pronunciamento Técnico CPC 38, ela também 
deve contabilizar seu investimento em controlada, 
da mesma forma em suas demonstrações contá-
beis individuais e separadas (esta última, se for 
apresentada, de forma voluntária)�
E quanto aos dividendos?
Dividendos de controladas, coligadas ou empre-
endimentos controlados em conjunto devem ser 
reconhecidos nas demonstrações separadas da 
entidade, quando o direito ao seu recebimento 
pela entidade for estabelecido� O dividendo deve 
ser reconhecido no resultado do período, a menos 
que a entidade opte por usar o método da equiva-
lência patrimonial, caso em que o dividendo deve 
ser reconhecido como redução do valor contábil 
do investimento�
26
DEMONSTRAÇÕES 
SEPARADAS VERSUS 
DEMONSTRAÇÕES 
INDIVIDUAIS
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 
SEPARADAS
Demonstrações contábeis separadas são as de-
monstrações contábeis apresentadas por uma 
controladora, um investidor em uma coligada, ou 
um empreendedor em uma joint venture (entidade 
controlada em conjunto), em que os investimentos 
são contabilizados com base na participação direta 
no patrimônio líquido, ao invés de ser contabili-
zados com base nos resultados contabilizados e 
patrimônio líquido das empresas investidas�
Dá-se o nome de demonstrações contábeis separadas 
às demonstrações que avaliam as participações 
societárias em coligadas, em controladas ou em 
empreendimentos controlados em conjunto pelo 
valor justo, ou até pelo custo, e não pela equiva-
lência patrimonial e sem a utilização da técnica da 
consolidação. A equivalência patrimonial, portanto, 
é uma técnica incompatível com a demonstração 
separada e nela não pode ser utilizada�
27
O CPC 35 especifica as circunstâncias em que a 
entidade deve elaborar e apresentar as demons-
trações contábeis separadas; como devem ser 
contabilizados os investimentos em controladas, 
controladas em conjunto () e coligadas; e como a 
entidade deve divulgar a informação para permitir 
que os usuários das demonstrações contábeis 
avaliem a natureza da relação entre a entidade e 
suas investidas e os motivos pelos quais estão 
apresentando essas demonstrações separadas�
A apresentação das demonstrações separadas não 
exime a entidade da obrigação de apresentação de 
suas demonstrações individuais e consolidadas, ou 
da aplicação da equivalência patrimonial, quando 
determinado pelas normas emitidas pelo Conselho 
Federal de Contabilidadeou pela legislação.
Segundo o Conselho Federal de Contabilidade, a 
faculdade de apresentação de demonstrações con-
tábeis separadas foi introduzida em alinhamento 
à previsão existente nas normas internacionais 
de contabilidade, não existindo obrigatoriedade 
de sua apresentação�
Conceitualmente, as demonstrações contábeis 
separadas só deveriam ser apresentadas nas cir-
cunstâncias em que os investimentos societários 
mensurados pela equivalência patrimonial, ou 
apresentados na forma de demonstrações con-
28
solidadas, não representem de forma completa a 
razão e a destinação desses investimentos� Mas 
são raros os casos em que essa situação justifique 
sua apresentação�
De acordo com as normas internacionais, existem 
três situações que levariam à divulgação das de-
monstrações separadas:
a) Por opção da entidade;
b) Por exigência legal local;
c) Por ter sido dispensada da aplicação do método 
de equivalência patrimonial ou da consolidação.
Pelo que sabemos, a legislação brasileira não exige 
a apresentação e a divulgação de demonstrações 
separadas, nem dispensa a aplicação de equiva-
lência patrimonial ou consolidação.
Em determinadas circunstâncias – muito especí-
ficas –, pode o investidor entender ser relevante 
informar os investidores, credores e público em 
geral de outra forma que não pela equivalência 
patrimonial ou pela consolidação das demonstra-
ções contábeis�
O investidor pode entender de utilidade reportar 
seus investimentos avaliados aos respectivos va-
lores justos e reportar como resultado a mutação 
desses valores justos� Ou pode concluir que esses 
29
investimentos seriam mais bem apresentados se 
avaliados ao custo�
Os resultados nas demonstrações separadas são 
reconhecidos e mensurados conforme a avaliação 
dos investimentos; se avaliados ao custo, só haverá 
receitas quando do recebimento dos dividendos 
ou outra forma de distribuição de resultados e es-
tão sujeitos ao teste periódico de impairment� Se 
avaliados pelo valor justo, o resultado é apurado 
pela variação do valor justo, e os dividendos ou 
outras formas de distribuição de resultado são 
reconhecidos como redução do investimento�
A entidade deve divulgar que as demonstrações 
apresentadas são demonstrações contábeis se-
paradas e divulgar os motivos pelos quais elas 
foram preparadas, quando não exigido por lei ou 
regularmente; a lista dos investimentos relevan-
tes em coligadas, controladas e controladas em 
conjunto; o método utilizado para contabilizar tais 
investimentos; e a razão da escolha desse método�
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 
INDIVIDUAIS
As demonstrações contábeis individuais são a 
representação estruturada da posição patrimonial 
e financeira e do desempenho da entidade. O ob-
jetivo das demonstrações contábeis individuais é 
o de proporcionar informação acerca da posição 
30
patrimonial e financeira, do desempenho e dos 
fluxos de caixa da entidade que seja útil a um 
grande número de usuários em suas avaliações e 
tomada de decisões econômicas�
Esses demonstrativos também objetivam apre-
sentar os resultados da atuação da administra-
ção na gestão da entidade e sua capacitação na 
prestação de contas quanto aos recursos que lhe 
foram confiados.
Essas informações – juntamente com outras 
informações constantes das notas explicativas – 
ajudam os usuários das demonstrações contábeis 
na previsão dos futuros fluxos de caixa da entidade 
e, em particular, a época e o grau de certeza de 
sua geração�
O CPC 26 ainda traz um outro conceito intitulado 
“Demonstrações Contábeis de Propósito Geral” e 
explica como sendo aquelas cujo propósito reside 
no atendimento das necessidades informacionais 
de usuários externos que não se encontram em 
condições de requerer relatórios especificamente 
planejados para atender às suas necessidades 
peculiares�
Conceitualmente, as demonstrações individuais 
só deveriam ser divulgadas publicamente para o 
caso de entidades que não tivessem investimentos 
em controladas� No caso de existir esses investi-
31
mentos, as entidades deveriam divulgar somente 
as demonstrações consolidadas, conforme esta-
belecido pelas normas internacionais�
No entanto, a legislação societária brasileira e 
alguns órgãos reguladores exigem a divulgação 
pública das demonstrações contábeis individuais 
de entidades que têm investimentos em controla-
das, mesmo com a divulgação das demonstrações 
consolidadas� A legislação societária brasileira 
requer que as demonstrações individuais sejam a 
base de diversos cálculos com efeitos societários�
Ainda de acordo com a legislação brasileira, as 
demonstrações individuais das entidades que têm 
investimentos em controladas devem ser divulgadas 
em conjunto com as demonstrações consolidadas� 
Essa obrigação não implica divulgar em colunas 
lado a lado, podendo ser uma demonstração con-
tábil a seguir da outra�
3232
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Na primeira seção deste módulo, estudamos os 
resultados não realizados na consolidação das de-
monstrações contábeis e também da participação 
de acionistas minoritários�
Em seguida, abordamos os efeitos da consolidação 
das demonstrações contábeis, afinal por que e 
para quem é importante a consolidação financeira? 
Verificamos a vantagem, para o investidor, de ter 
uma visão financeira integrada de um grupo.
Então, estudamos as demonstrações contábeis 
separadas, algo que não é exigido pela nossa le-
gislação brasileira, mas que pode haver a exigência 
de um investidor para dar maior transparência a 
certas operações�
Na última seção, tratamos das diferenças entre as 
demonstrações separadas e as demonstrações 
individuais� Vimos a não obrigatoriedade de uma 
e a obrigatoriedade da outra e, também, vários 
aspectos à luz dos pronunciamentos técnicos 
específicos.
Referências Bibliográficas 
& Consultadas
ALMEIDA, M� C� Contabilidade avançada� 3� ed� 
São Paulo: Atlas, 2013� [Minha Biblioteca]
ALMEIDA, M� C� Contabilidade avançada: textos, 
exemplos e exercícios resolvidos� 3� ed� São 
Paulo: Atlas, 2013� [Minha Biblioteca]
ALMEIDA, M� C� Manual prático de interpretação 
contábil da Lei Societária� 2� ed� São Paulo: 
Atlas, 2012� [Minha Biblioteca]
CARDOSO, R. L.; SZUSTER, F. R.; SZUSTER, N. 
Contabilidade geral: introdução à contabilidade 
societária� 4� ed� São Paulo: Atlas, 2013� [Minha 
Biblioteca]
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTO CONTÁBEIS. 
CPC 18, 26, 31, 35 (R2), 36 (R3)� Disponíveis 
em: http://static�cpc�aatb�com�br/
Documentos/27_CPC_01_R1_rev%2012.pdf. 
Acesso em: 08 mar. 2021.
MARTINS, E� et al� Manual de contabilidade 
societária: aplicável a todas as sociedades: de 
acordo com as normas internacionais e do CPC� 
São Paulo: Atlas, 3. ed. São Paulo: Atlas, 2018. 
[Minha Biblioteca]
NEVES, S� Contabilidade avançada� 17� ed� São 
Paulo: Saraiva, 2011� [Minha Biblioteca]
PADOVEZE, C� L� Contabilidade geral facilitada� 
Rio de Janeiro: Método, 2017� [Minha Biblioteca]
VICECONTI, P� Contabilidade básica� 16� ed� São 
Paulo: Atlas, 2013� [Minha Biblioteca]
	Introdução
	Contabilização de resultados não realizados e participação de acionistas minoritários
	Resultados não realizados
	Participação de acionistas minoritários
	Efeitos da consolidação das demonstrações contábeis
	Demonstrações separadas
	Demonstrações contábeis separadas
	Demonstrações separadas versus demonstrações individuais
	Demonstrações contábeis separadas
	Demonstrações contábeis individuais
	Considerações finais
	Referências Bibliográficas & Consultadas

Continue navegando

Outros materiais