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1 AULA 02– CODIFICAÇÃO E COLETA DE DADOS Professor: Alessandro Gomes, Dr. Eng. Email: eng.mec.alegomes@gmail.com FACULDADE DE ENGENHARIA MECÂNICA DISCIPLINA: ENGENHARIA DE MANUTENÇÃO mailto:eng.mec.alegomes@gmail.com CODIFICAÇÃO A necessidade de condensar e agrupar informações em um número reduzido de símbolos, além de padronizar uma forma de expressão, torna-se um excelente meio de comunicação, ocupando menor espaço nos processos usuais de recepção, tratamento e emissão de dados. Como exemplo tem-se o ($), código usado para expressar unidade monetária em vários países e reconhecido até por analfabetos. Portanto, a codificação só é válida quando atende seus usuários, facilitando a identificação do que se propõe expressar, ou quando correlaciona informações já difundidas com outras que lhes serão associadas, segundo a mesma simbologia. 2 Para efeito de controle histórico de manutenção, a identificação dos equipamentos exige o desenvolvimento de um sistema de codificação simples, claro e conciso, porém completo, em função dos níveis de detalhamento desejados para efeito de análise de resultados, além das correlações entre os respectivos sistemas operacionais, posições físicas ou geográficas e importâncias operacionais. A utilização de computador no processo, permite complementar o código com informações relativas às atividades programadas, interdependência para desligamento, equipes distintas em trabalho simultâneo, além de outras correlações válidas no atendimento entre usuários. 3 CODIFICAÇÃO Código de Equipamento, instrumento utilizado para correlação das posições operacionais dos equipamentos com os respectivos registros históricos. Se compõe de várias partes, chamadas "células", que associam o equipamento aos Sistemas Produtivo e Operacional. Sistema Produtivo, é a estação, planta, fábrica ou qualquer outro tipo de instalação industrial ou de serviços. Sistema Operacional, conjunto de equipamentos que realizam uma função de uma instalação. 4 CODIFICAÇÃO Em função das características do Sistema Produtivo, o Código de Equipamento pode caracterizar os Subsistemas, para Sistemas Operacionais de grande porte e componentes de equipamentos prioritários, caso queira isolar o histórico de componentes e dos equipamentos. Para instalações que ocupam vasta área, o código pode conter em suas células, a localização física do equipamento em relação ao sistema Operacional ou sua Posição Geográfica na área de produção. Visando permitir uma sequência hierárquica do código de equipamento, que possibilite a obtenção de relatórios em diversos níveis gerenciais, se recomenda seguir a composição: 5 CODIFICAÇÃO 1) Sistema Produtivo 2) Sistema Operacional 3) Equipamento 4) Classe Classe, indica a importância operacional do equipamento no processo produtivo. 6 CODIFICAÇÃO É recomendável evitar o desmembramento excessivo de Classes: Classe A - Equipamento cuja parada interrompe o processo produtivo, sua programação de manutenção preventiva deve ser rigorosamente cumprida. Classe B - Equipamento que participa do processo produtivo e sua parada não interrompe a produção, sua programação de manutenção preventiva deve ser executada dentro de uma determinada faixa de tempo. Classe C - Equipamento que não interfere no processo produtivo, sua programação de manutenção preventiva pode deixar de ser executada. O projeto do Código de Equipamento deve facilitar ao máximo sua identificação, como está ilustrado a seguir, composto de sete células com critério misto de identificação. 7 CODIFICAÇÃO 1) * Unidade de Produção (1 dígito numérico); 2) Localização Geográfica, se constatada a necessidade (2 dígitos alfabéticos); 3) * Sistema Operacional (2 dígitos alfabéticos); 4) Subsistema Operacional, se necessário (2 dígitos alfanuméricos); 5) * Equipamento (2 dígitos alfanuméricos); 6) Consecutivo de Equipamento de mesma espécie num Sistema ou Subsistema Operacional (2 dígitos numéricos); 7) * Classe do Equipamento (1 dígito alfabético). 8 CODIFICAÇÃO Código de Manutenção, informações complementares que visam atender especificamente a programação e reprogramação de manutenção, devem ser de uso exclusivo dos sistemas que utilizam o computador no processo. No caso do controle manual, devem compor colunas próprias do Programa Mestre de Manutenção. As células complementares de composição do Código de Manutenção, devem indicar o Componente do Equipamento, a Unidade de Manutenção, o Setor responsável pela manutenção e o Tipo de atividade de manutenção programada. 9 CODIFICAÇÃO Unidade de Manutenção, identifica o conjunto de equipamentos com desligamento simultâneo. Trata-se de parâmetro fundamental, uma vez que identifica para o computador, o conjunto de equipamentos cujas manutenções preventivas devem ser agrupadas dentro de um mesmo período, evitando-se desligamentos do conjunto em épocas distintas para intervenções em cada um de seus elementos. 10 CODIFICAÇÃO Para cada célula do Código de Equipamento ou Código de Manutenção, pode ser usado um critério de codificação independente, lembrando que o numérico é o de mais fácil correlação sequencial ou consecutiva para pequenos grupos, o alfabético é de mais fácil correlação mnemônica para grandes grupos, ou seja, a correlação entre nomes e códigos, e o alfanumérico, usado quando existe a possibilidade em um campo de célula ocorrer à presença de letra ou número para melhor identificação mnemônica (qualquer sistema de ajuda artificial a memória e/ou arte de facilitar as operações da memória). 11 CODIFICAÇÃO Para o Código de Manutenção deverão ser estudadas as dimensões máximas, lembrando que quanto mais amplo for, mais espaço será ocupado na memória do computador e mais tempo será gasto na pesquisa de informações, no caso de sistemas automatizados. 1) Código do Equipamento; 2) Componente (3 dígitos alfanuméricos); 3) Tipo da Atividade de Manutenção (2 dígitos alfabéticos); 4) Setor responsável pela Manutenção - Simples ou Combinado (2 dígitos alfabéticos); 5) Unidade de Manutenção (1 dígito alfanumérico). 12 CODIFICAÇÃO 1) Ampliação - Aumento dos campos de código para melhor identificação ou correlação do equipamento. 2) Redução - Caso inverso do anterior. 3) Mudança de Sistema de Codificação - Passagem de sistema numérico para alfabético ou alfanumérico; ou de alfabético para numérico ou alfanumérico; ou de alfanumérico para numérico ou alfabético. 4) Desmembramento - Utilizando o mesmo sistema, subdividir o equipamento em nível de componentes. 5) Compactação - Caso inverso do anterior. 6) Substituição - Modificação dentro do mesmo sistema, de caracteres para melhoria de correlação mnemônica. 7) Misto - Duas ou mais alterações simultâneas. 13 CODIFICAÇÃO Dentre os prejuízos que essas alterações podem acarretar, tem-se: a) Sistema de Controle Manual - substituição dos códigos no cartão de dados históricos; necessidade de reimpressão tipográfica dos documentos; alterações em relatórios e mapas; reorganização dos arquivos e treinamento de pessoal. b) Sistemas de Controle por Computador - inter-relação entre códigos antigos e novos (por programa ou manualmente); mudanças nos programas, criação de novos arquivos; mudanças na disposição dos dados dos relatórios, gráficos e tabelas; alterações nos formulários ou telas de entrada; erros de interpretação; treinamento de pessoal. 14 CODIFICAÇÃO 15 CODIFICAÇÃO CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS 16 COLETA DE DADOS COLETA DE DADOS A atividade de Manutenção pode ser encarada sob dois aspectos: Como atividade fim, quando o conjunto de ações, previamente planejadas ou não, requeridas dentro de um determinado processo produtivo, visa diminuir o tempo médio de imobilização dos sistemas ou equipamentos envolvidos no processo; Como atividade meio, quando através de dados convenientemente coletados, em decorrência das rotinas ou ações de manutenção, visa estabelecer um acompanhamento cronológico do desempenho dossistemas e equipamentos, além de poder avaliar a distribuição dos serviços em função da mão-de-obra disponível, bem como, otimizar em nível de sobressalentes, ferramentas e instrumentos de ensaio da empresa alocados à manutenção, e, finalmente, efetuar o levantamento, avaliação e controle de custos diretos e indiretos da área. 17 Para definir as informações a serem coletadas, algumas recomendações fundamentais devem ser consideradas, para se poder confiar nos dados obtidos: 1. Esclarecimento do pessoal de execução quanto à finalidade da coleta de dados. É importante que o projeto e desenvolvimento dos mecanismos de coleta de dados seja feito com o envolvimento direto do pessoal de execução em todos os níveis, tanto sob o aspecto de exposição, quanto de captação de idéias sobre o processo a ser utilizado e os resultados pretendidos. 18 COLETA DE DADOS COLETA DE DADOS 2. Simplicidade de preenchimento dos documentos ou "telas" na coleta de dados. 2.1. Registro em Formulários, fazer com que as informações estejam pré-impressas de forma que o registro seja feito marcando a lacuna escolhida com um "X". 2.2. Registro em computador ou Terminal, com auxilio do próprio computador, registrar através de "telas" de consulta e utilização de cursor movido através das setas de movimento desse cursor. 19 COLETA DE DADOS 3. Estabelecimento do que deve ser analisado antes de se implementar o processo. Visa evitar que sejam feitas coletas de dados supérfluos, onerando o trabalho de sua obtenção sem finalidade definida ou com detalhamento desnecessário. Os dados coletados e processados, devem ser analisados visando melhorar as condições de trabalho humana e dos equipamentos e a redução de gastos. 4. Reduzir ao mínimo, os modelos de formulários a serem preenchidos. Padronizar as informações nos setores de manutenção para evitar que cada pessoa crie seus próprios formulários, onerando o processamento tanto no sistema de controle manual quanto automatizado. 20 COLETA DE DADOS 5. Evitar que a coleta de dados implique em interrupção dos serviços ou de trabalho adicional excessivo para o pessoal de execução da manutenção. É importante o "apontador" participar do processo de coleta de dados e do processamento dos registros, obtidos através de informações verbais, como também, da distribuição das atividades programadas e recolhimento dos formulários necessariamente preenchidos pelos executantes, que devem estar conscientes da importância dos dados. 21 COLETA DE DADOS 6. Orientar cuidadosamente os responsáveis pela coleta de dados. O "apontador" e os demais responsáveis pelos registros devem ser orientados quanto ao preenchimento das informações nos lugares corretos, para facilitar o trabalho dos digitadores e reduzir os erros de transcrição dos dados. No caso de transferência direta da informação através do terminal ou microcomputador, orientar quanto ao tamanho dos campos e ao uso de caracteres. Não se deve usar a "letra Z" e o “número 0", para não serem confundidos com o “número 2" e com a "letra O". 22 COLETA DE DADOS 7. Não processar relatórios no computador logo após a implantação do sistema automatizado. Na passagem do Sistema de Controle Manual para o Automatizado, analisar com cuidado o preenchimento dos primeiros formulários antes de encaminhá-los para digitação e solicitar a emissão de listagens de conferência de dados, até ter segurança de que estão sendo corretamente preenchidos e digitados. 23 COLETA DE DADOS 8. Estruturar-se convenientemente de modo a poder analisar os dados coletados e os relatórios emitidos. Como toda mudança cria reações, é fundamental para o sucesso do Sistema, que os dados processados tragam benefícios aos responsáveis pelo envio das informações e não trabalho adicional de análise, particularmente no caso das análises serem similares às praticadas antes da implantação do novo Sistema. 24 COLETA DE DADOS Durante o desenvolvimento do Projeto, consultar os órgãos internos e externos à área de Produção, para estabelecer responsabilidades quanto ao fornecimento e alimentação das informações do Sistema. Dentre os órgãos internos deverão participar pessoas com delegação para responder pelas áreas de Operação, Planejamento e Controle, Engenharia de Manutenção e Execução. Pelas outras áreas deverão ser ouvidas pessoas dos órgãos de Administração de Material, Engenharia de Projetos, Recursos Humanos, Controle de Custos, Segurança Industrial e Bens Patrimoniais. 25 COLETA DE DADOS Elaborar previamente um questionário, facilita o desenvolvimento das reuniões para definição dos dados a serem coletados, bem como, estabelece o nível de detalhamento dos formulários a serem utilizados e que formarão a base dos relatórios para melhoria dos padrões de manutenção da empresa. Algumas questões não podem ser omitidas nas reuniões com os órgãos citados: a) Deve-se elaborar o histórico e cadastro dos equipamentos desde sua aquisição/instalação ou a partir da implantação do novo Sistema? b) Deve-se determinar o tempo médio entre falhas e o tempo médio para reparos, para se implementar o controle preditivo de manutenção pelo método estatístico, no caso de se ter equipamentos similares instalados em grande quantidade? c) Deve-se determinar o tempo médio de execução da manutenção e o tempo de espera, para comparar com o tempo de indisponibilidade? d) Deve-se controlar a mão-de-obra efetivamente empregada nas ações de manutenção, visando sua otimização? 26 COLETA DE DADOS e) Deve-se definir o responsável pela coleta de dados de H/H disponíveis, perda de produção, quantidade e código de material e sobressalentes retirados do almoxarifado para a manutenção? f) Pelas características da instalação, os dados coletados devem a médio ou longo prazo serem processados em computador central ou computador? g) Quanto pode-se investir e quais os benefícios desejados com o Sistema de Controle de Manutenção que será implantado? h) Quantas pessoas, e com que nível de informação, serão necessárias à composição do Órgão de Planejamento e Controle de Manutenção para trabalhar no projeto, avaliação e análise das informações processadas? 27 COLETA DE DADOS Produtos que podem ser obtidos para gerenciamento de manutenção: a avaliação seletiva do comportamento das unidades de produção, sistemas operacionais e equipamentos; os procedimentos adotados pela manutenção; os procedimentos adotados na aquisição e reposição de material e peças sobressalentes; os critérios de recrutamento, seleção e treinamento de pessoal; a política de dispensa e férias de pessoal; a contratação de serviços e a empreitada de mão-de-obra. 28 COLETA DE DADOS A proliferação de formulários e particularmente sua multiplicidade com mesma função deve ser evitado. Outras recomendações: redução dos encargos burocráticos dos executantes de manutenção; padronização de informações; coleta de dados administrativos em suas origens e inter-relacionamento de Bancos de Dados, para evitar choques entre fontes de informações. Para obtenção de relatórios gerenciais de Equipamentos, Custos de Mão-de-obra e Controle Preditivo de Manutenção, recomendam-se seis fontes de coleta de dados: 29 COLETA DE DADOS 1) Formulário (ou tela) para Inventário e Cadastro do Equipamento. É recomendável que essa informação seja feita durante o período de montagem dos equipamentos, quando se torna mais fácil obter os dados referenciais e as recomendações dos fabricantes. Pode ser utilizado o próprio pessoal de operação e manutenção nessa tarefa como parte do treinamento pré-operacional. 2) Formulário para Solicitação e Acompanhamento dos Serviços. Chamado de "Ordem de Serviço" e que, no caso de atividades programadas pode ser emitida pelo computador nos sistemas automatizados. Utilizar o "apontador técnico", para poder desonerar os executantes das tarefas burocráticas, padronizar os registros e reduzir o número de pessoas a serem treinadas. 30 COLETA DE DADOS 3) Cartãode Tempo. Serve para apuração de mão-de-obra trabalhada, mas pode ser dispensado no caso da informação estar inserida na Ordem de Serviço. Caso seja implementado, cada executante será responsável pelo registro do início e término de sua atividade em cada serviço que participa. Como variante, pode ser criado o Cartão de Material, para apuração dos sobressalentes utilizados em cada atividade do pessoal de execução de manutenção. 31 COLETA DE DADOS 4) Formulário (ou tela) para apuração de mão-de-obra disponível, própria e de reforço (contratada ou de outra área da empresa). Deve ser coletada pelo pessoal administrativo da unidade industrial a partir do cartão de ponto ou pelo computador, no caso de Bancos de Dados integrados dos sistemas automatizados, a partir da interação entre o de Controle de Manutenção e o de Controle de Pessoal. 32 COLETA DE DADOS 5) Formulário (ou tela) de dados de operação relativos a intervenções da manutenção. Informações de responsabilidade da própria operação e que podem ser dispensadas no caso, de integração dos Bancos de Dados de Operação e Manutenção. 33 COLETA DE DADOS 6) Formulário de dados de medições ou variação de especificações de origem. Responsabilidade do próprio executante de manutenção, podendo ser utilizado o apoio do "apontador técnico" na transferência dos dados para o computador (sistema automatizado). Essas informações são fundamentais para a formação do acervo de dados para o controle preditivo de manutenção e por essa razão é recomendável que sejam coletadas, mesmo que ainda não exista intenção de automatizar o sistema. 34 35 Exemplo Interface de abertura de solicitação de serviço 36 Exemplo Interface de cadastro 37 Exemplo Interface de Programação 38 Exemplo Ordem de serviço gerada
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