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DIDÁTICA PEDAGOGIA – 2020 PROFESSOR: KALHIL G. M. LUCENA Mestre em História Social da Cultura Especialista em Gestão da Educação Professor: Kalhil Lucena. Slide 2 Retrospectiva Histórica da Didática e do Educador (Marluce Jacques de Albuquerque) CURSO: LICENCIATURA EM PEDAGOGIA. DISCIPLINA: DIDÁTICA. PROFESSOR: KALHIL G. M. LUCENA. Professor: Kalhil Lucena. O artigo tem como objetivo refletir sobre a trajetória histórica da Didática. Educação – Pedagogia – Didática: são produtos de seu tempo, do espaço (local) ao qual está sendo executado e dos sujeitos políticos que as constroem. Professor: Kalhil Lucena. DIDÁTICA Nascimento da Didática • Século XVII (época em a burguesia atuava como classe emergente) • Século XV ao XVII - Reforma / Contra-Reforma / Imprensa) • Comenius (precursor) • Didática Magna: duas características principais – 1) preocupação com a reforma da fé cristã; 2) influência do surgimento do tempo moderno. Professor: Kalhil Lucena. Nascimento da Didática • Principal meta da “Didática Magna” ensinar tudo a todos com o mínimo de tempo possível (preocupação com o Juízo Final – Pensamento Escatológico). • A burguesia se apropriou dos procedimentos didático-metodológicos da Didática de Comenius (racionalidade, eficiência, metas), porém abandonou a fundamentação teológica. Professor: Kalhil Lucena. Didática - Século XVIII • Século XVIII (a burguesia atuava como classe revolucionária – Revolução Francesa 1789) Rousseau – conceito de educação individualista e laica (negação total a Didática de Comenius). • Para Rousseau a educação vem da natureza (desenvolvimento dos órgãos), dos homens (aprender a desenvolver-se intelectualmente) e das coisas (a experiência no uso dos objetos). Professor: Kalhil Lucena. Didática - Século XIX • Século XIX – consolida-se o modo de produção capitalista; se edifica uma sociedade industrial. • Pedagogia científica (pseudodemocrática) sua intenção era preparar a elite para os avanços tecnológicos. Surge, então, a Pedagogia de Herbart - alicerçada na Ética e na Psicologia. • Nesse cenário, a burguesia não conseguiu manter o fornecimento de educação em “doses homeopáticas” e alguns filhos de trabalhadores, que experimentaram da Pedagogia de Herbart, passaram a reivindicar um lugar social mais significativo (inclusive com acesso a Universidade). Professor: Kalhil Lucena. Surge, também no cenário do século XIX, o movimento da Escola Nova (escolanovismo) representado por John Dewey. Tal movimento acreditava que era necessário construir um novo homem, uma nova sociedade, a partir de uma nova escola, exterminando-se o método herbartiano e o modelo escolar tradicional e medievalista. No Brasil a Escola Nova vai se difundir nas ideias de muitos pensadores, como Anísio Teixeira. (Vídeo) Pode-se observar que sempre um marco/momento histórico da Didática/Educação procura negar o anterior. Didática - Século XIX Professor: Kalhil Lucena. • Brasil Colônia – Educação Jesuítica (catequese) de ideologia católica e com objetivo colonizador / homogeneizador. Ratio Studiorum - escola de ler e escrever (ditadura da língua portuguesa). Acreditava-se que a aprendizagem só se dava com a memorização/repetição constante de conteúdos (métodos de motivação: recompensas e castigos). O Sistema Educacional no Brasil e a Didática Professor: Kalhil Lucena. A Didática no Império (ainda havia forte influência da Igreja) e na Primeira República (separação da Igreja e do Estado). Economia agroexportadora – fim da escravidão início da imigração (italianos, alemães, etc). A Didática no Império e na Primeira República Professor: Kalhil Lucena. Durante a República (imigração e êxodo rural), cenário de crescente urbanização do Brasil, passou-se a exigir uma maior demanda por escolas públicas, gratuitas e de qualidade. São Paulo foi o Estado pioneiro na preocupação com a educação pública (adotava-se a pedagogia herbartiana). A Didática no Império e na Primeira República Professor: Kalhil Lucena. Na década de 1920 houve crise da hegemonia das oligarquias nacionais, intensificou-se a urbanização, e na educação houve destaque para os trabalhos de Lourenço Filho (no Ceará), Anísio Teixeira (na Bahia) e Carneiro Leão (em Pernambuco). Iniciou-se a difusão das ideias da Escola Nova. A Didática após a 1ª Guerra Mundial Professor: Kalhil Lucena. 1) Criação do Ministério da Educação e Saúde Pública 2) Em 1932 é lançado o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova – em defesa do ensino público e gratuito 3) Constituição de 1934 4) O Ensino Religioso passa a ser facultativo nas escolas públicas. 5) Entre os anos de 1931 e 1932 efetiva-se a Reforma Francisco Campos (Introdução ao Ensino Profissionalizante) Nova fase da Educação e a construção da concepção da Didática (a agitada década de 1930) Professor: Kalhil Lucena. 1) De 1937 a 1945 (Ditadura Varguista) – entra em cena o ministro da Educação Gustavo Capanema (Escolas e Universidade para as elites; Escolas técnicas para as forças de trabalho – para os menos abastados) 2) Criação do INEP (Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos) 3) Instituição da Didática como curso e disciplina (artigo 20 do decreto de lei nº 1190/39). Didática: Década de 1930 Professor: Kalhil Lucena. De 1937 a 1945 (Ditadura Varguista): No Estado Novo os debates educacionais ficam estagnados, condicionados às posições ditatoriais do Estado. Em 1946 com a Redemocratização do Estado brasileiro iniciou-se a discussão da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que só será sancionada em 1961. Didática: Década de 1930 Professor: Kalhil Lucena. A Didática e o Golpe Militar (1964-1985) • A Educação passa a estar condicionada à Segurança Nacional. • Há controle, repressão e autoritarismo principalmente em relação às disciplinas que constroem reflexão nos sujeitos sociais, como: História, Filosofia, etc. • Adota-se no campo educacional uma visão empresarial. Assim, o educador e o educando deixam de ser o centro do ensino, sendo este lugar ocupado por técnicas engessadas. Professor: Kalhil Lucena. A Didática e o Golpe Militar (1964-1985) Esta é uma época em que prevalece “o silenciar da dimensão política da educação”. Tudo isso contribuía para a formação acrítica do aluno. Os professores chegaram a um pessimismo didático, acreditava-se que não era válido o esforço de se melhorar a educação/didática, pois a escola era um aparelho ideológico do Estado. Professor: Kalhil Lucena. Fase “Fênix” da Didática Durante os anos 1980 o povo brasileiro vivia diante de uma enorme crise socioeconômica: inflação, alto índice de desemprego e etc. Porém, em 1982 ocorre na PUC-RJ um Seminário, coordenado pela professora e pesquisadora Vera Candau, intitulado “A didática em questão”, que teve como objetivo promover uma revisão crítica do ensino e da pesquisa em Didática. Este evento foi de extrema relevância para uma (re)elaboração e (re)estruturação da educação e da Didática no país. Professor: Kalhil Lucena. Perspectivas atuais da Educação e da Didática Hoje estamos norteados pela LDB (Lei 9394/96), que está comprometida com uma educação e uma aprendizagem de qualidade. A intenção é atingir todos os brasileiros, e não parte deles. Assim, o objeto da Didática passa o ser o de “como ensinar”, sendo o professor o mediador na construção do saber do estudante. Professor: Kalhil Lucena. Perspectivas atuais da Educação e da Didática Nesse cenário, a prática pedagógica tem como meta o desenvolvimento intelectual/cognitivo pleno do aluno. Os professores devem se preparar para saber lidar com as desigualdades sociais e as pluralidades/diversidades do universo escolar. No processo de ensino e aprendizagem da atualidade é preciso considerar as diversas realidades socioculturais do aluno, respeitando-as democraticamente. Professor: Kalhil Lucena. BIBLIOGRAFIA• RODRIGUES, Neidson. Por uma Nova Escola: o transitório e o permanente na educação. 2ª ed. São Paulo: Cortez Editora, 1985. • SAVIANI, Dermeval. Escola e Democracia. 36ª Edição. Campinas, SP: Autores Associados, 2003. • SAVIANI, Dermeval. Trabalho didático e história da educação: enfoque histórico- pedagógico. In: BRITO; CENTENO; LOMBARDI; SAVIANI (orgs.). A Organização do Trabalho Didático na História da Educação. Coleção Memória da Educação. Campinas, SP: Autores Associados, 2010. • SELBACH, Simone (org.). História e Didática. Coleção como Bem Ensinar. Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 2010. • VEIGA, Ilma Passos Alencastro (org.). Técnicas de ensino: Por que não? Campinas, SP: Papirus Editora, 1991, • ZABALA, Antoni. A prática educativa: como ensinar. Porto Alegre: ArtMed, 1998. • ______. Enfoque globalizador e pensamento complexo: uma proposta para o currículo escolar. Porto Alegre: Artmed, 2002. • ZABALA, Antoni; ARNAU, Laia. Como aprender e ensinar competências. Porto Alegre: Artmed, 2010. Professor: Kalhil Lucena. Obrigado pela atenção! Professor: Kalhil Lucena.
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