Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Bioética e Legislação em Vigilância Sanitária Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof.ª Esp. Milena Vicário Perez Revisão Textual: Prof. Esp. Claudio Pereira do Nascimento Bioética • Conceito de Bioética. • Abordar a importância de agir com ética no ambiente de trabalho e no dia a dia, com ênfase na profi ssão de estética. OBJETIVO DE APRENDIZADO Bioética Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como seu “momento do estudo”; Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo; No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam- bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados; Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus- são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e de se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE Bioética Conceito de Bioética A palavra ética é definida por propriedade de caráter, hábito e costume. Ética profissional é a somatória de normas éticas que formam a consciência do profissional, representando a conduta tomada por ele. A ética se dá pelo compor- tamento de cada indivíduo, é cumprir os valores da sociedade em que se vive, é agir sem prejudicar o próximo e se responsabilizar pelas consequências de suas ações. Age sabendo que terá que assumir os resultados dos seus feitos. Ser ético é agir dentro dos padrões convencionais. Para que a ética seja empre- gada aos profissionais, é essencial a existência de regras a serem cumpridas e no caso do desrespeito destas, serão tomadas algumas penalidades. Através de regras impostas, o profissional se torna responsável pelos seus atos, sofrendo as consequências de não cumprimento. Importante! Podemos definir ética como uma estrutura global, que representa como exemplo uma casa, feita de paredes e vigas e os costumes representam os alicerces da casa, sendo assim, se os costumes se perderem, a estrutura enfraquece e a casa é destruída. Importante! Ética está relacionada com o caráter. MORALÉTICA Figura 1 – Ética ou moral Fonte: Getty Images Ética e Moral Qual a diferença? Moral se submete ao valor da ética, pois envolve regras impostas no cotidiano, ne- las estão impostas regras que os indivíduos devem seguir para conviver em sociedade. 8 9 A ética é definida por autonomia, percepção dos conflitos, agindo de acordo com a consciência e coerência. As consequências de um comportamento antiético afrontam os valores, caráter e o principio de uma pessoa, enquanto que a quebra de um valor moral é punida e justificada de acordo com a lei que rege o meio. Ética é a teoria moral do comportamento do indivíduo em sociedade, é a ciência de uma maneira específica de comportamento humano, isso mostra que não existe um único conjunto absoluto de regras ou de agir do homem que possa ser conside- rado a verdadeira ética. Bioética A palavra grega bioética vem de (bios=vida e ethike=ética), sendo definida como o estudo da conduta humana no âmbito da ciência da vida e da saúde, utilizando metodologias éticas. O fundamento entre a vida e a relação entre pessoas e sociedade são pontos de referências para a bioética. Um dos princípios básicos da bioética envolvem autonomia, benefício e justiça. • Autônima: refere-se ao respeito devido aos direitos fundamentais do homem, inclusive o da autodeterminação. • Benefício: fazer o bem e até prevenir o mal. • Justiça: obrigação de igualdade. Importante! É fundamental que os profi ssionais da área da saúde incorporem às suas práticas os be- nefícios e os protocolos éticos e legais que norteiam a profi ssão, certifi cando que o pa- ciente receba apenas cuidados seguros e apropriados (NETTINA, 2014). Importante! Ética Profissional É o conjunto de valores, normas e condutas que conscientizam as atitudes e o comportamento de um profissional. No âmbito dos deveres e responsabilidades, ela precisa ser coerente com as fina- lidades interna de sua profissão e com os valores universais próprios de uma ética geral, válida para todas as pessoas, dando sentido e legitimidade às práticas profis- sionais. Com esses aspectos agregados conferem excelência ao exercício profissional. A ética profissional é de interesse e importância do profissional que busca o me- lhor desenvolvimento de sua carreira. O profissional que apresenta conduta ética conquista mais credibilidade, confiança e reconhecimento. 9 UNIDADE Bioética Figura 2 – Relacionamento profissional Fonte: Getty Images O esteticista que tem como opção o trabalho na área da estética não deve se afastar da sua formação básica, nem do código de ética da classe, o qual aponta os seus direitos e deveres. Também deve observar o código de ética da classe de acordo com o seu município. De acordo com PEREIRA (2012), a associação dos profissionais de cosmetolo- gia, estética e maquiagem do estado de São Paulo, o código de ética Art. 3° inciso I diz: “realizar seu trabalho ou atividade com responsabilidade e comprometimento promovendo seu desempenho pessoal, profissional, cientifica e ético”. E no Art. 3° inciso II: “preservar em sua conduta a honra, a lealdade, a nobreza, e a dignidade da profissão, zelando pela moral e o caráter de essencialidade a toda sociedade”. Se não houver o cumprimento da lei ética, dispõe sobre a infração à legislação sanitária federal na Lei n° 6.437 de 20 de agosto de 1977 no Art. 2: “sem pre- juízo das sanções de natureza civil ou penal cabíveis, as infrações sanitárias serão punidas, alternativas ou cumulativamente, com as penalidades de: I – advertência; II – multa; III - apreensão do produto; IV – inutilização de produto; V – interdição de produto; VI – suspensão de vendas e/ou fabricação de produtos; VII – cancela- mento de registro de produto; VIII – interdição parcial ou total do estabelecimento; IX – proibição de propaganda; X – cancelamento de autorização para funciona- mento de empresa; XI – cancelamento do alvará de licenciamento”. Figura 3 – Agir certo ou errado Fonte: Adaptado de Getty Images 10 11 O profissional deve fornecer ao paciente todas as informações referentes ao tra- tamento estabelecido, possíveis resultados sem ludibriar ou mentir a respeito, expli- car possíveis riscos, tempo aproximado do tratamento e esclarecer qualquer dúvida. Segundo o código de ética, FEBRAPE (2003), dos esteticistas, são de responsa- bilidades fundamentais: Art. 2º – O esteticista deve prestar assistência, sem restrições de ordem racial, religiosa, política ou social, promovendo procedimentos estéticos específicos que beneficiem a saúde, higiene e beleza do Homem. I – o esteticista presta serviços deestética facial, corporal e capilar, progra- mando e coordenando todas as atividades correlatas; II – o esteticista deve auto avaliar periodicamente sua competência, aceitando e assumin- do procedimentos somente quando capaz do desempenho seguro para o cliente; III – ao esteticista cabe a atualização e aperfeiçoamento contínuos de seus conhecimentos técnicos, científicos e culturais, visando o benefí- cio de seus clientes, bem como o progresso de sua profissão; A ética no âmbito profissional diz que procedimentos aplicados por profissionais de forma incorreta/inapropriada, ou que não sejam pertinentes a classe, ou que usem títulos que não possuam, ou anunciam especialidades nas quais não estão habilitadas, vai contra o código de ética e o profissional que atuar dessa forma será punido pelo órgão competente. Além de estar atuando de forma irregular, ainda coloca a vida do paciente em risco. Existe a problemática do profissional que atua apenas visando o lucro, essa pos- tura de má fé pode levar o profissional a enganar o paciente. É de sumo importân- cia que o profissional se identifique com a área de atuação. Importante! O homem sem a capacidade de decisão torna-se pequeno diante da sociedade. Para de- cidir de forma efi caz e efi ciente é preciso analisar o que é necessário para cada situação, por isso toda forma de decisão tem um comprometimento ético. Importante! Antes de iniciar o tratamento, o paciente deve passar pela avaliação para que sejam colhidos todos os dados pessoais, a qual é realizada através da ficha de ana- mnese para investigar se o paciente está apto a receber o tratamento. Em seguida, o paciente deverá ser informado sobre o procedimento que irá se submeter, os possíveis riscos, cuidados e o resultado esperado. A avaliação é necessária para que haja um tratamento eficaz, com o mínimo de risco possível e alcançando o melhor objetivo. As informações colhidas deverão ser respeitadas e somente utilizadas para o propósito para o qual foi revelada. As informações compartilhadas são instrumentais, sendo apenas servido a um propósito específico e a uma única justificativa, que é atingir o melhor objetivo. O profissional tem o dever de formular contrato de prestação de serviço adquirido 11 UNIDADE Bioética pelo paciente, identificando o tratamento e regras a serem seguidos, na qual deverá ser assinado pelas partes. Um profissional comprometido com a boa ética não se deixa corromper em nenhum ambiente, ainda que seja obrigado a conviver com outros indivíduos que praticam a má ética. O profissional tem o dever de ser honesto integralmente, pois transgredindo os princípios da honestidade, não prejudica somente a si, mas toda uma classe e até uma sociedade. As leis de cada profissão são elaboradas com o intuito de proteger os profissionais da categoria como um todo e os indivíduos que dependem desse profissional, assim, a ética é um conjunto de normas de condutas que regem a prática de qualquer profissão. O código de ética da estética, capitulo 1, parte do principio que: Art. 1° – o código de ética do esteticista tem por objetivo estabelecer normas de conduta do profissional de estética. Art. 2° – considera-se esteticista o portador de diploma tecnólogo, de graduação ou de Pós-graduação em estética, expedido por instituição de ensino superior, bem como o portador de diploma de habilitação profis- sional técnica de estética em nível médio, expedido por instituições de cursos de nível médio, devidamente autorizada ou conforme lei vigente. Art. 3° VII – realizar apenas os procedimentos permitidos ao seu nível de competência. VIII – indicar, sempre que necessário ou quando detectar uma patologia que não seja ao alcance de seus conhecimentos técnicos e científicos, o serviço de profissionais especializados. Importante! O sigilo de informações é valido pelo código penal 154, decreto lei n° 2.848, de 07 de Dezembro de 1940, que determina: Art. 154 – Revelar alguém, sem justa causa, segredo, de que tem ciência em razão de função, ministério, ofício ou profissão, e cuja revelação possa produzir dano a outrem. Pena – detenção, de três meses a um ano, ou multa. Importante! E o código de ética ainda diz que: Art. 11° – o esteticista, no exercício de sua profissão: IV – não deve divulgar informações confidências sobre cliente ou empresa que exerça suas funções. Você considera importante a existência do código de ética na estética? Ex pl or 12 13 Figura 4 – Qual caminho seguir? Fonte: Adaptado de Getty Images A mentira demonstra uma postura antiética, uma vez que quem elaborou a mentira conhece a verdade e a efetua para atingir seu objetivo, formas que possam prejudicar os colegas de profissão, e prometer um resultado inexistente a fim de ganhar o cliente ou obter lucro de forma desonesta e antiética. De acordo com Pereira (2012) o Capitulo 2, Art. 6° inciso IV – divulgar resulta- dos e métodos de pesquisas não realizadas por si. Inciso V – atrair clientes mediante a pesquisa falsa, que ponha em risco a credibilidade da classe. Essas atitudes são consequências de uma ambição humana de querer sempre mais do que se tem e de nunca estar contente com a sua situação, fazendo com que a pessoa não pense o que pode estar causando na hora de ultrapassar certos limites, por isso, há a necessidade de normas, que trata de uma questão legal e ética, pois a ética precede do legal e tanto o conteúdo justo e injusto das leis, como o respeito e o acatamento que são de natureza ética. Por isso, é importante que o espaço de trabalho possua um código de conduta ética criada para orientar o comportamento de seus colaboradores de acordo com as normas e posturas da organização. Caráter, disponível em: https://goo.gl/MA5bc1. Ex pl or Importante! Os dilemas éticos estão presentes em todas as profi ssões da área da saúde, por se tratar de um segmento que lida com a vida. Importante! 13 UNIDADE Bioética Deontologia O termo “Deo” vem da palavra grega dever e “logos” vem de discurso ou tratado. Deontologia: é o conjunto de deveres, princípios e normas adotadas, é uma disciplina que trata da ética adaptada ao exercício da profissão. É um conjunto de comportamentos exigí- veis aos profissionais. Ex pl or Sendo assim, a deontologia é uma ética profissional das obrigações práticas, baseada na livre ação da pessoa e no seu caráter moral. A busca e respeito aos princípios deontológicos significa dirigir-se pelo caminho da perfeição pessoal e profissional. Existem inúmeros códigos de deontologia de responsabilidade de associações ou ordens profissionais, criado e adaptado para traduzir o sentimento ético expresso nestas. Esses códigos propõem sanções para seus infratores. Na estética, os códigos apresentam uma função reguladora da profissão, que se expressa sob a forma de leis, preceitos e mandamentos que condiz com os procedi- mentos éticos e jurídicos. As regras de comportamentos são reunidas em códigos, conhecidas como código de ética profissional. Quando um grupo de profissionais da mesma área de atuação passa a ter os mesmos valores estabelecidos e agindo com a mesma consciência, forma-se então a ciência deontológica, ou seja, a consciência profissional. Para os profissionais, a deontologia são normas estabelecidas não pela moral e sim para a correção de suas intenções, ações, direitos, deveres e princípios. A ética profissional está presente em todas as profissões e abrange questões morais, normativas e jurídicas, a partir de estatutos e códigos específicos. Em toda ação humana, o fazer e o agir estão diretamente ligados, ou seja, o pri- meiro diz respeito à competência e eficiência pertinente ao profissional, o segundo refere-se à sua conduta e às atitudes que ele deve assumir no desempenho de sua atividade, contribuindo de maneira positiva para a construção de sua imagem no mercado profissional. Importante! É muito importante que o profissional da estética tenha conhecimento da lei que apro- vamas diretrizes e normas, sendo essa lei nº 13.643/2018 (LEI ORDINÁRIA) de 03/04/2018. Importante! “É necessário cuidar da ética para não anestesiarmos a nossa consciência e acharmos tudo normal.” (MARIO SÉRGIO CORTELA) 14 15 Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Vídeos Em Foco: Ética Pessoal e Profissional https://youtu.be/CMbXcFdODSg Leitura Lei nº 13.643, de 3 de Abril de 2018 https://goo.gl/LN1VC5 Código de Ética e Disciplina dos Profissionais de Estética https://goo.gl/GbE2tB Ética Profissional: O que é e qual a sua importância (Guia Completo) https://goo.gl/aiCCX5 A humanização hospitalar como expressão da ética https://goo.gl/sk8XDK 15 UNIDADE Bioética Referências AMENDOEIRA, João. A ética das profissões. Lisboa, 2008. BOFF, Leonardo. Ética e Moral: A Busca dos Fundamentos. São Paulo, 2014. BARSANO, Paulo. Biossegurança: Ações fundamentais para promoção da saúde. São Paulo, 2016. CARVALHO, Adriany. Postura profissional e normas técnicas. Sebrae, Recife, 2010. FREITAS, Ludemeia. Código de ética e disciplina da estética. São Paulo, 2012. NETTINA, Sandra. Brunner – Pratica de enfermagem. São Paulo, 2007. PEREIRA, Fernando. Manual de orientação para instalação e funcionamento de instituto da beleza sem responsabilidade medica. São Paulo, 2012. PORTAL EDUCAÇÃO. Definição de ética, moral e deontologia e bioética. Disponível em: <http://portaleducacao.com.br/enfermagem/artigos/33305/ definicao-e-etica#ixzz34IJTKXi7>. Acesso em: 20 de julho de 2018. RAMOS, Janine. Biossegurança em estabelecimento de beleza e afins. São Paulo, 2009. SANTOS, Nivea. Legislação Profissional em Saúde. São Paulo, 2016. VAZQUEZ, Adolfo. Ética, Rio de Janeiro, 2006. 16 Bioética e Legislação em Vigilância Sanitária Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof.ª Esp. Milena Vicário Perez Revisão Textual: Prof. Me. Luciano Vieira Francisco Biossegurança e Doenças Infectocontagiantes • Importância da Biossegurança na Estética; • Via de Transmissão; • Riscos e Perigos no Ambiente de Trabalho; • Doenças Infecciosas Transmitidas; • Proteção Individual do Profissional; • Higienização das Mãos; • Cuidados Básicos no Ambiente de Trabalho. • Aprender a importância da biossegurança nos consultórios de estética, prevenindo doen- ças infectocontagiosas instaladas no dia a dia do ambiente de trabalho; • Prevenir a transmissão de um cliente a outro, protegendo-os contra esses agentes infec- ciosos e evitando a disseminação dos mesmos; • Aprender como higienizar corretamente as mãos, conforme determinam os regulamentos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). OBJETIVOS DE APRENDIZADO Biossegurança e Doenças Infectocontagiantes Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como seu “momento do estudo”; Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo; No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam- bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados; Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus- são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e de se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE Biossegurança e Doenças Infectocontagiantes Importância da Biossegurança na Estética Trata-se de assunto importante, porém, alguns profissionais ainda o desconhe- cem, ficando expostos a riscos no próprio ambiente de trabalho, expondo também o seu paciente a esse risco. A biossegurança na estética precisa de consciência e atenção do profissional para a prevenção de doenças no ambiente de trabalho, cobrando redobrados cui- dados. Assim, é de suma importância a conscientização no que se refere aos ris- cos potenciais inerentes ao exercício da profissão – tanto ao profissional, quanto ao cliente. Para tanto, são estabelecidas normas pela Agência Nacional de Vigilância Sani- tária (Anvisa) aos profissionais que atuam na estética, as quais consistidas em um documento elaborado como referência para que Estados e municípios instituam legislações locais aos estabelecimentos. O documento da Anvisa é referência técnica ao funcionamento dos serviços de estética e embelezamento sem responsabilidade médica, criado em Brasília, DF, em dezembro de 2009. É aplicável a todo estabelecimento que inclua atividades de ca- beleireiro, barbearia, depilação – exceto a laser –, manicure e pedicure, podologia, estética facial, estética corporal, massagem relaxante, banho de ofurô, massagem estética e outras atividades similares. A biossegurança tem como objetivo prevenir doenças nesse ambiente de traba- lho, pois a relação entre profissional e cliente pode estar sujeita a riscos, seja pela proximidade, seja pelo próprio contato físico. Assim, a norma da Vigilância Sanitária estabelece que os artigos descartáveis não devem ser reutilizados, pois perdem as suas características originais, podendo contaminar outro cliente. Ademais, todo profissional que atua na estética tem como dever utilizar Equipamentos de Proteção Individual (EPI) durante o procedimento de manicure, pedicure, podologia, depilação, limpeza de pele, retirada de barba e/ ou aplicação de produtos químicos, pois permanecem expostos a patógenos que causam doenças, tais como hepatite B e C, herpes, gripe, tuberculose, micose, Sín- drome de Imunodeficiência Adquirida (Aids); além de produtos que exalam odores tóxicos e que podem causar lesões. A Lei n.º 12.592/2012 preconiza que os profissionais sigam as normas e regras sanitárias, evitando, assim, maior risco de doenças infecciosas e dermatoses, pois podem ser causadas pelo uso compartilhado de toucas de banho e grampos, sendo obrigatória a esterilização de materiais e objetos utilizados nos atendimentos, assim como o descarte dos itens dessa destinação – tal lei é obrigatória para todos os profissionais da estética. 8 9 Via de Transmissão A transmissão de agentes infecciosos ocorre de forma direta e indireta, sendo que a primeira corresponde ao contato físico entre transmissor e receptor por via cutânea ou secreção; já a forma indireta se dá por meio de materiais contami- nados, ou pela transferência de microrganismos de uma pessoa, ou de materiais para outras, ou ainda de um paciente a outro – contaminação cruzada –, resul- tando em infecção. Figura 1 Fonte: Getty Images Algumas infecções ocorrem pelo manuseio de materiais contaminados com san- gue, secreções provenientes da extração de acne, meio de contato onde a pele não está íntegra, mucosa, ou pelo contato das mãos do profissional com o cliente. A vigilância sanitária aponta queinstrumentos da estética, tais como pinças, agulhas, extratores de comedões, eletrodos, pincéis, espátulas, toalhas, lençóis de tecido e tapetes para enfeitar a sala, servem de colonização e disseminação de doenças, necessitando de processos de limpeza, desinfecção e esterilização adequa- das para não ficarem contaminados. Riscos e Perigos no Ambiente de Trabalho Risco é aquilo que há como prevenir; é o resultado ou a consequência do perigo, de modo que não existiriam riscos se não houvessem perigos. 9 UNIDADE Biossegurança e Doenças Infectocontagiantes Por sua vez, perigo é uma condição ou um conjunto de circunstâncias com po- tencial de causar ou contribuir para uma lesão ou morte. Risco é uma função da natureza do perigo, acessibilidade ou acesso de contato, características da população exposta, probabilidade de ocorrência e das consequências. Perigo é um agente químico, biológico ou físico – incluindo a radiação eletro- magnética –, ou um conjunto de condições que apresentam uma fonte de risco. Risco é o resultado medido do efeito potencial do perigo. Perigo é a situação que contém uma fonte de energia ou de fatores fisiológicos e de conduta que, quando não controlada, conduz a ocorrências prejudiciais. Figura 2 Fonte: Getty Images Perigo Relacionado ao Trabalho É definido como o conjunto de propriedades inerentes a um processo que em determinada condição pode causar efeitos adversos à saúde ou ao meio ambiente, dependendo do grau de exposição. Ademais, perigo pode ser qualquer elemento potencialmente causador de danos, tais como: • Materiais: substâncias tóxicas – solventes, ácidos, álcalis, metais, gases, plásti- cos, resinas, material particulado sólido, perfurocortantes etc.; • Equipamentos: partes móveis sem dispositivo de proteção, condições de uso – defeituoso, má conservação, impróprio ao serviço, uso incorreto, guarda em local inseguro e/ou inadequado; • Ambientes de trabalho: áreas de local de trabalho significativamente quentes, frias, empoeiradas, sujas, ruidosas e/ou escuras, com a presença de gases, vapores, fumos etc.; • Sistema de trabalho: fatores relacionados aos sistemas de trabalho, conteúdo e organização do trabalho, gerenciamento, cultura organizacional. 10 11 Risco Relacionado ao Trabalho Risco ocupacional é a possibilidade de consequências negativas ou danos à saúde e integridade física e/ou moral do profissional, condições estas relacionadas ao trabalho. O nível de risco é determinado pela combinação da severidade dos possíveis danos e da probabilidade ou chance de sua ocorrência. Figura 3 Fonte: UNIFAL/MG Figura 4 – Tipos de risco Fonte: Acervo do Conteudista 11 UNIDADE Biossegurança e Doenças Infectocontagiantes Riscos físicos: São definidos como formas de energia a que possa estar exposto o profissional, cujos agentes mais comuns são a má iluminação do ambiente, sensação térmica dessa área – frio, calor ou umidade –, radiação solar, as pressões e os ruídos. Ruídos intensos acarretam reflexos em todo o organismo – e não somente no apa- relho auditivo, mas também na capacidade de concentração e humor. A Organização Mundial da Saúde (OMS) indica que 55 decibéis correspondem ao início do estresse auditivo. Exemplo: o profissional pode ficar exposto a um nível de 85 decibéis por, no máximo, oito horas diárias. O calor pode provocar desidratação, fadiga física, problemas cardiocirculatórios, entre outros; já as baixas temperaturas podem ocasionar feridas, rachaduras e/ou a predisposição para doenças respiratórias. Em atividades relacionadas à estética temos como exemplo o uso da autoclave, a qual gera calor, de modo que o ambiente precisa ser climatizado para não provocar calor extremo às pessoas envolvidas. Riscos de acidente: São os fatores que colocam o profissional em situação vulnerável, podendo afe- tar a sua integridade, o seu bem-estar físico e psíquico. Exemplos: máquinas e equi- pamentos sem proteção, probabilidade de incêndio e explosão com fios elétricos, armazenamentos inadequados etc. Os pontos de transmissão de força, bem como a projeção de peças das máqui- nas e dos equipamentos podem ser fontes de acidentes. Riscos químicos: Estão associados a substâncias químicas, oferecendo perigo à vida dos profissionais. Nas atividades estéticas nos deparamos com a aplicação de cosméticos na pele e nos cabelos. A aquisição, o transporte, manuseio e descarte de substâncias químicas são regu- lamentados por diversos órgãos nacionais, tais como a Anvisa, Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). Produtos contendo amônia, peróxidos, hidróxidos, tioglicolatos, substâncias al- calinas, álcool e acetona constituem as principais fontes de risco químico em esta- belecimentos de beleza. Riscos ergonômicos: São os fatores que podem interferir nas características psicofisiológicas do pro- fissional, causando desconforto ou afetando a sua saúde. Exemplos: má postura nos atendimentos, repetitividade nos movimentos, ritmo excessivo de trabalho e levantamento de peso. 12 13 Riscos biológicos: São causados por fungos, bactérias, vírus, parasitas, protozoários e insetos. Na área da Saúde incluem qualquer elemento que esteja contaminado com se- creções, sangue, anexo cutâneo e pele não íntegra. As vias de transmissão por contaminação dos microrganismos são as seguintes: • Aéreas: ocorrem pela inalação presente nas partículas de aerossóis – que são dispersos para longe – e gotículas – requerendo o contato próximo entre os indivíduos –, alcançando as mucosas da boca e do nariz; • Cutâneas: ocorrem pelo contato das secreções ou do sangue, ambos contami- nados, com a pele íntegra, sendo que as mãos representam importantes fontes de transmissão de microrganismos. Outra forma dessa transmissão é a picada com agulha contaminada. Segundo Marziale (2004), os acidentes ocasionados por agulhas infectadas representam entre 80% e 90% das transmissões de doenças infecciosas entre os trabalhadores da área da Saúde; • Oculares: ocorrem pelo lançamento de gotículas ou aerossóis de material in- fectante nos olhos – dado que a mucosa dos olhos é uma barreira menos efi- ciente se comparada à pele. Exposição ao Risco no Local de Trabalho O tempo de contato com o perigo, ou seja, a duração em que o profissional fica exposto ao agente físico aumenta as chances de risco para esse indivíduo. A con- centração e capacidade agressiva também são determinantes para tal risco. Assim, a exposição pode ser apresentada de duas formas: 1. Crônica: signifi ca exposição a doses menores por um período maior, em lon- ga duração. Quando aplicada a materiais que podem ser inalados ou absorvi- dos através da pele, refere-se a períodos prolongados ou repetitivos de exposi- ção de duração medida em dias, meses ou anos. Quando aplicada a materiais que são ingeridos, refere-se a doses repetitivas com períodos de dias, meses ou anos. O termo crônico não se refere ao grau mais severo dos sintomas, mas à implicação de exposições ou doses que podem ser relativamente perigosas; 2. Aguda: é a exposição de curta duração. Quando aplicada para materiais que podem ser inalados ou absorvidos através da pele, será a exposição de duração medida em segundos, minutos ou horas. Doenças Infecciosas Transmitidas • Aids: é uma moléstia infectocontagiosa, provocada pelo retrovírus humano HIV, subtipos 1 e 2, caracterizada pela imunodepressão e pela destruição dos linfócitos T4. O vírus do HIV sobrevive por até quinze minutos em um instru- mento que tenha sido contaminado; 13 UNIDADE Biossegurança e Doenças Infectocontagiantes • Hepatite B: é causada pelo vírus HBV e transmitida através de instrumentos perfurocortantes contaminados, sendo o sangue o principal veículo de sua transmissão – embora a saliva, as lágrimas e o suor possam contribuir para a sua disseminação; o risco de contágio é de até 40%. O HBV permanece por até duas semanas em um instrumento infectado seco e amaioria dos infectantes não exerce função sobre o qual. Dada a sua resistência aos agentes químicos, deve-se utilizar métodos adequados de esterilização para eliminá-los; • Hepatite C: além do sangue, o vírus pode estar presente em qualquer secre- ção orgânica. É altamente resistente, sobrevivendo por até três dias em instru- mento seco contaminado, o qual deve ser devidamente esterilizado, pois nem álcool ou água fervente é suficiente para eliminar o risco; • Onicomicoses: são caracterizadas por fungos nas unhas pela levedura albicans. As fontes de infecção são basicamente o solo, os animais, as pes- soas, os cortadores de unha, as espátulas, os alicates e as toalhas úmidas. Proteção Individual do Profissional O EPI é todo dispositivo ou produto de uso individual, com o objetivo de prote- ger cada profissional contra riscos capazes de ameaçar a sua segurança e saúde. O uso desse tipo de equipamento deverá se dar quando houver contato com sangue, fluido corporal ou pele não íntegra, assim como no manuseio de materiais de superfícies sujas com sangue e fluidos, ou ainda em casos de risco do ambiente em que se desenvolve a atividade, o qual não ofereça completa proteção contra os potenciais acidentes de trabalho ou doenças profissionais e do trabalho. Já os Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC) são utilizados no ambiente de trabalho com o objetivo de proteger os profissionais dos riscos internos, tais como acústicos de fontes de ruído, ventilação, proteção de partes móveis de máquinas e equipamentos, entre outros. Portanto, o EPI será obrigatório somente se o EPC não atenuar os riscos com- pletamente, ou se oferecer proteção parcialmente. Conforme dispõe a Norma Regulamentadora (NR) 6, do Ministério do Trabalho, a empresa é obrigada a fornecer aos colaboradores, gratuitamente, EPI adequado ao risco, em perfeito estado de conservação e funcionamento, com a finalidade de proteger a saúde e integridade física do profissional no ambiente de trabalho, sendo exemplos dos quais: • Óculos: para a proteção dos olhos contra impactos de partículas e respin- gos de produtos químicos ou determinados objetos e produtos que ofereçam riscos oculares; • Máscaras: utilizadas quando houver risco de respingo em mucosa oral e/ou nasal, protegendo as vias aéreas superiores de microrganismos contidos nas partículas de produtos de tosses, espirros e da própria fala de outrem. Não se 14 15 deve puxar a máscara ao pescoço, assim como não pode ser reutilizada se estiver úmida – devendo ser descartada no lixo de infectante após o seu uso; • Touca descartável: previne a contaminação do profissional e paciente por microrganismos e piolhos. Trata-se de item obrigatório a ambos, sendo trocada por uma nova a cada ocasião – devendo ser descartada no lixo de infectante após o seu uso; • Avental: utilizado para prevenir o contato de respingos de material orgânico ou de líquidos, sangue, fluido corporal etc. É desaconselhado utilizar avental em locais que não seja o seu ambiente de trabalho, devendo ser trocado se apresentar sujidade; • Sapatos fechados: são utilizados com o intuito de prevenir, aos pés, materiais orgânicos e de trabalho, evitando acidentes e a transmissão de doenças. Após o uso dos EPI, tais materiais devem ser realmente descartados – e não reutilizados no próximo paciente. Figura 5 Fonte: Getty Images O uso de jaleco deve ser contínuo durante o procedimento e somente para esse fim, não se estendendo aos ambientes externos, tais como a rua e os restaurantes. Figura 6 Fonte: Getty Images 15 UNIDADE Biossegurança e Doenças Infectocontagiantes A OMS recomenda o uso de luvas a fim de se prevenir dos riscos de contamina- ção das mãos com sangue e outros fluidos corporais, assim como da disseminação de germes ao ambiente e da transmissão do profissional ao paciente e vice-versa – ou entre pacientes, ou entre profissionais. Há outro fator relevante, a correta higie- nização das mãos antes de colocar as luvas. A OMS alerta que também pode haver riscos de contaminação mesmo com o uso de luvas, pois estas, se defeituosas ou mal utilizadas, podem provocar igual contaminação, tornando-se necessário lavar as mãos após a retirada das quais. Figura 7 Fonte: prefeitura.sp.gov.br 16 17 Higienização das Mãos É a medida mais simples e eficaz para prevenir a propagação e manifestação de infecção, sendo reconhecida como uma das principais técnicas para a prevenção das infecções relacionadas à assistência à saúde. O modo de higienizá-las engloba as formas simples, antisséptica e antisséptica cirúrgica – pré-cirúrgica. Em 2010, a Anvisa publicou a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) n.º 42, que dispõe sobre a obrigatoriedade da disponibilização de preparação alcoólica para higienizar as mãos nos pontos de assistência em serviços de saúde, pois foi considerada baixa a prática de higienização das mãos. Cabe, segundo esse documento , a higieni- zação a partir de produtos apropriados em cinco momentos, vejamos: 1. Antes de tocar o paciente; 2. Antes de realizar o procedimento; 3. Após riscos de exposição a fl uidos corporais; 4. Após tocar o paciente; 5. Após contato com superfícies próximas ao paciente. A capacitação desses profissionais para os cinco momentos, mais lembretes e cartazes no local de trabalho – com apontamentos de segurança –, intensificam ainda mais essas estratégias para a prevenção de doenças. Trata-se do ato de higienizar as mãos com água e sabão, removendo bactérias, suji- dade, oleosidade da pele e suor. Com essa prática evitamos a transmissão de doenças. Ademais, na Nota Técnica n.º 1/2018, a Anvisa fornece orientações gerais para a higienização das mãos em serviços de Saúde com o objetivo de conscientizar os profissionais quanto à promoção das boas práticas, esclarecendo sobre os requisitos básicos e necessários para a seleção de produtos e da aprimorada técnica. Os requisitos básicos para a higienização antisséptica correspondem a utilizar solução adequada, averiguando se o produto possui o devido registro ou a notifica- ção na Anvisa. Para averiguação do produto higienizador antisséptico entre no site da Anvisa, dispo- nível em: https://bit.ly/2VvHmVv e preencha o formulário de pesquisa com o nome do referido produto. Ex pl or 17 UNIDADE Biossegurança e Doenças Infectocontagiantes A concentração ideal da preparação alcoólica para a fricção antisséptica das mãos a ser utilizada em serviços de Saúde deve cumprir o estabelecido na RDC n.º 42/2010, contendo entre 60% e 80% na forma líquida e 70% na forma de gel e espuma. O tempo recomendado para a higienização corresponde de vinte a trinta segundos friccionando uma mão na outra. Já no preparo pré-operatório das mãos, as unhas devem ser mantidas curtas, evitando, assim, o uso de unhas postiças; ademais, todos os objetos utilizados nas mãos e antebraços, tais como anéis, relógios e pulseiras, deverão ser removidos antes de cada procedimento. A duração e técnica da higienização pré-operatória da aplicação podem ser acessadas em: https://bit.ly/2zVPlBT.Ex pl or Figura 8 Fonte: anvisa.gov.br Importante! Deve-se fazer a assepsia das mãos do cliente antes do procedimento para evitar infecções. Importante! A higienização das mãos do profissional é tão importante quanto o uso do EPI, afinal, trata-se de atitude básica para a biossegurança na estética. 18 19 Cuidados Básicos no Ambiente de Trabalho Durante a prestação de serviço alguns cuidados básicos devem ser tomados, vejamos: • Usar EPI adequado para cada atividade; • Lembrar-se de que a utilização do jaleco deve ser restrita ao ambiente de trabalho; • Manter as unhas cortadas; • Evitar anéis, pulseiras e relógios durante o período de atendimento; • Manter os cabelos presos; • Usar sapatos fechados; • Não comer na sala de atendimento; • Observar sempre as regras de higiene e segurança do trabalho; • Implementar normas de biossegurança com o objetivo de prevenir riscos para colaboradores,alunos, pacientes e ambiente de trabalho. Figura 9 – “Qualidade signifi ca fazer certo quando ninguém está olhando” (Henry Ford, 1863-1947) Fonte: Wikimedia Commons 19 UNIDADE Biossegurança e Doenças Infectocontagiantes Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Vídeos Biossegurança na estética segundo Ana Claudia Petkevicius e Débora Sozzo https://youtu.be/bx60AAaI_6M Leitura Lei n.º 12.592, de 18 de janeiro de 2012 Dispõe sobre o exercício das atividades profissionais de cabeleireiro, barbeiro, esteticista, manicure, pedicure, depilador e maquiador. http://bit.ly/2vLfnmb Nota Técnica n.º 1/2018 – GVIMS/GGTES/Anvisa: orientações gerais para higiene das mãos em serviços de Saúde http://bit.ly/2vKkBih Cadeia de transmissão dos agentes infecciosos http://bit.ly/2vLfk9Z Biossegurança e risco ocupacional entre os profissionais do segmento de beleza e estética: revisão integrativa https://bit.ly/2TQUHXN 20 21 Referências BRASIL. Lei n.º 12.592 – dispõe sobre o exercício das atividades profissionais de cabeleireiro, barbeiro, esteticista, pedicure, depilador e maquiador. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 2012a. ________. Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) n.º 306, de 7 de dezembro de 2004. Dispõe sobre o regulamento técnico para gerenciamento de resíduos de serviços de Saúde. Brasília, DF, 2004. ________. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Higie- nização das mãos em serviços de Saúde. Brasília, DF, 2018. Disponível em: <https://www20.anvisa.gov.br/segurancadopaciente/index.php/publicacoes/cate- gory/higienizacao-das-maos>. Acesso em: 31 dez. 2018. ________. Manual de orientação para instalação e funcionamento de institu- tos de beleza sem responsabilidade médica. São Paulo, 2012b. ________. Referência técnica para o funcionamento dos serviços de estética e embelezamento sem responsabilidade médica. Brasília, DF, 2009. BARSANO, P. Biossegurança: ações fundamentais para a promoção da saúde. São Paulo: Érica, 2014. CARVALHO, A. Posturas profissionais e normas técnicas. Recife, PE: Sebrae, 2010. MARZIALE, M. H. P. Riscos de contaminação ocasionados por acidentes de tra- balho com material perfurocortantes entre trabalhadores de Enfermagem. Rev. Latino-Am. Enfermagem., São Paulo, 2004. MORENO, P. Biossegurança em estética. Mundo da Estética, 19 mar. 2015. Dis- ponível em: <https://www.mundoestetica.com.br/dicas/a-biosseguranca-em-esteti- ca>. Acesso em: set. 2018. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Salve vidas: higienize suas mãos. Brasília, DF, 2014. PIATTI, I. Biossegurança estética e imagem corporal. Curitiba, PR: Editora do Autor, 2013. RAMOS, J. Biossegurança em estabelecimento de estética e afins. São Paulo: Atheneu, 2009. SANTOS, N. C. M. Legislação profissional em saúde. São Paulo: Érica, 2014. 21 Bioética e Legislação em Vigilância Sanitária Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof.ª Esp. Milena Vicário Revisão Textual: Prof. Me. Luciano Vieira Francisco Limpeza, Desinfecção e Esterilização dos Materiais e Ambiente de Trabalho e Gerenciamento de Resíduos • Limpeza; • Gerenciamento de Resíduos. • Prevenir a ocorrência de infecções que nos deparamos no cotidiano das clínicas de estéti- ca e saúde, sendo utilizadas técnicas efi cazes no combate à contaminação do ambiente e dos utensílios e o correto gerenciamento dos resíduos, evitando a contaminação do am- biente e levando os resíduos ao destino certo, ajudando na saúde humana e ambiental. OBJETIVO DE APRENDIZADO Limpeza, Desinfecção e Esterilização dos Materiais e Ambiente de Trabalho e Gerenciamento de Resíduos Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como seu “momento do estudo”; Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo; No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam- bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados; Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus- são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e de se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE Limpeza, Desinfecção e Esterilização dos Materiais e Ambiente de Trabalho e Gerenciamento de Resíduos Limpeza Nos serviços de saúde, a limpeza e desinfecção de superfícies são essenciais, pois tratam-se de elementos primordiais e eficazes nas medidas de controle de infecção. Ademais, a higiene e ordem são elementos decisivos no controle de infec- ções cruzadas. Além disso, trazem ao paciente e profissional confiança e bem-estar no ambiente de trabalho. A limpeza tem como objetivo preparar e organizar um ambiente de trabalho, man- tendo a ordem e conservando os equipamentos, as instalações e, principalmente, evitando a disseminação de microrganismos. A transmissão de microrganismos nesses ambientes está ligada à falta de rotina nos procedimentos de limpeza e desinfecção de utensílios, sendo de ex- trema importância o aperfeiçoamento dessas técnicas para garantir proteção ao profissional e cliente. Importante! Em estabelecimentos da área da saúde e beleza, a forma de matéria orgânica mais crí- tica é a que contém secreções e sangue, afinal, uma porção dessa matéria orgânica, que pode passar despercebida ao olho humano, é suficiente para conter um foco infeccioso com milhares de bactérias. Importante! São tipos de limpeza: • Concorrente: realizada diariamente no estabelecimento com o objetivo de organizar o ambiente e repor os materiais diários de consumo como, por exemplo, papel toalha, papel higiênico, sabonete líquido etc. Nesse procedi- mento está incluída a limpeza de todas as superfícies horizontais de mobiliá- rio, tais como piso, instalações sanitárias e equipamentos; • Terminal: é a técnica mais completa de desinfecção, consistindo na limpeza de todas as superfícies horizontais, verticais, internas e externas como, por exem- plo, ar condicionado, maca, vidros, armários etc. É realizada mensal, quinzenal ou semanalmente, conforme a necessidade do ambiente. Métodos de Limpeza As formas de limpeza mais utilizadas são: • Úmida: consiste em passar a esponja ou o pano umedecido em solução de- tergente/desinfetante/enxaguante, sucedido por outro pano, este umedecido em água limpa; • Molhada: consiste em limpezas de pisos e outra superfície fixa de mobiliários por meio de esfregação e enxague com água; 8 9 • Seca: é a técnica de limpeza mais simples, consistindo na remoção de sujidade, pó ou poeira por meio da utilização de vavssoura, pano seco – sendo estes dois recursos pouco indicados, pois podem disseminar a poeira pelo ar –,ou aspirador. Os principais produtos uti- lizados na desinfecção de superfícies são: sabão, de- tergente, álcool, hipoclorito de sódio e ácido peracético. Métodos de Higienização As substâncias que apresentam como finalidade a limpeza e conservação são os detergentes, alvejantes, desincrustantes, limpa-móveis e limpa-vidros, sabões, saponáceos e outros. Quadro 1 – Métodos de higienização Processo Objetivo Procedimento Limpeza Eliminação de sujidade em superfícies e objetos Técnica manual com ação de sabão e detergentes Desinfecção Redução dos microrganismos em objetos e superfícies – não necessariamente ocorre a destruição de alguns vírus Ação de agentes desinfetantes ou processos físicos, tais como o calor e a radiação Assepsia Redução de microrganismos na pele Ação de agentes químicos antissépticos Sanitização Redução de microrganismos em ambientes de trabalho Ação de agentes químicos desinfetantes, ou processo físico, tais como radiações Esterilização Destruição de todas as formas microbianas, incluindo vírus, bactérias e fungos Ação de agentes químicos esterilizantes, ou processo físico como o calor, gases, plasma de peróxido de hidrogênio, radiações, entre outros Agentes Químicos Utilizados na Limpeza Álcool É empregado o álcool etílico e isopropílico, bactericida, pois age contra fungos, vírus e bacilos da tuberculose; porém, não elimina o esporo – que tem a capacidade de gerar uma nova bactéria. A concentração ideal utilizada é entre 60% e 90% por volume. Os alcoóis não devem ser empregados em materiais de borracha e em certos tipos de plástico, pois podem danificá-los. Compostos Biclorados Comumente, usa-se os hipocloritos de sódio ou cálcio. Agem por inibição, provocando reações enzimáticas dentro das células microbia- nas, seja por desnaturação de proteínas, seja atuando contra bacilos de tuberculose, vírus e fungos. 9 UNIDADE Limpeza, Desinfecção e Esterilização dos Materiais e Ambiente de Trabalho e Gerenciamento de Resíduos Peróxido de Hidrogênio É um composto que elimina fungos, vírus, bactérias e esporos, pois age pro- duzindo radicais livres que atacam a membrana lipídica; porém, não é empregado como esterilizador por ter atividade inferior à do glutaraldeído, em concentração a 3%, sendo, então, utilizado como desinfetante. Compostos Iodados São compostos combinados de iodo, além de agentes solubilizantes, sendo exemplo mais recorrente a Polivinilpirrolidona Iodada (PVPI), a qual mantém as propriedades desinfetantes do iodo sem a toxicidade e os irritantes. O composto iodado penetra na parede da célula, rompendo a estrutura e sín- tese das proteínas. É bactericida, fungicida e vuricida; porém, necessita de contato prolongado para eliminar o bacilo de tuberculose e os esporos bacterianos. É utilizado também como antisséptico e desinfetante, sendo inadequado para a desinfecção de superfícies devido à sua coloração. Glutaraldeídos São desinfetantes de alto nível e quimioesterelizadores, mas utilizados em equi- pamentos médicos, os quais não podem ser autoclavados. Precisam ser retirados do equipamento com água purificada após a sua esterili- zação; por causarem toxicidade, tornaram-se pouco práticos quando aplicados na área estética. Derivados dos Fenóis Agem penetrando e rompendo a parede celular da bactéria, sendo utilizados em ambiente hospitalar e artigos médicos não críticos. Os exemplos mais comuns e utilizados são o hexaclorofeno e a clorhexidina. Compostos de Quaternários de Amônia São bons agentes de limpeza, utilizados para a sanitização em superfícies não críticas, tais como chão, móveis e paredes. Têm ação antimicrobiana, fazendo a inativação de enzimas produtoras de ener- gia, desnaturando proteínas essenciais das células e rompendo a membrana celular. Limpeza e Armazenamento das Toalhas e Lençóis de Tecidos As toalhas e os lençóis devem estar limpos, podendo ser lavados de forma doméstica ou em lavanderias. 10 11 Na primeira lavagem, deve-se deixar por dez minutos em solução com água sanitária na proporção de 100 ml para 10 L de água, ou realizar a última lava- gem em ácido peracético a 0,03% e passar a ferro quente. As toalhas e os lençóis devem ser guardados de forma organizada em local limpo, seco e arejado, sendo o ideal embalá-los e selá-los, individualmente, em sacos plásticos. Importante! As toalhas e os lençóis devem ser de uso exclusivo do cliente durante o tratamento; as- sim, depois de finalizado – o tratamento –, os mesmos deverão ser trocados – e em hipótese alguma reutilizados. Importante! Limpeza de Acessórios de Equipamentos Os equipamentos de estética que entram em contato com a pele do paciente, tais como corrente russa, ultrassom, acessórios que contêm cabo, eletrodos, ca- beçotes, roletes e/ou ponteiras, necessitam passar pelo processo de desinfecção após o uso em cada cliente; se ao acessório for cabível, deve-se imergi-lo em água e sabão neutro; caso o acessório não possa ser imerso em água, deve ser higienizado com pano limpo e úmido em água e, em seguida, seco com outro pano também limpo e friccionado em álcool 70% com o auxílio de gaze e papel absorvente. Ademais, deve ser segregado em local fechado, seco e limpo, evitando a deposi- ção de poeira, podendo-se embalar os artigos em sacos plásticos vedados, abrindo- -os na frente do cliente. Limpeza e Desinfecção de Superfícies Fixas A limpeza deve ser realizada utilizando água, sabão e ação mecânica, sendo aplicada de duas maneiras: • Concorrente: realizada diariamente e logo após a exposição de sujidade, in- cluindo recolhimento de lixo, limpeza do piso e das superfícies do mobiliário; • Terminal: inclui escovação do piso, limpeza do teto, paredes, luminárias e janelas, sendo realizada semanal ou quinzenalmente. Importante! Áreas críticas, sendo locais de procedimentos cirúrgicos ou invasivos, tais como as áreas de Podologia e as semicríticas, regiões essas de depilação, estética corporal e facial, devem receber maior atenção, sendo necessárias a limpeza e desinfecção uma vez ao dia. Importante! 11 UNIDADE Limpeza, Desinfecção e Esterilização dos Materiais e Ambiente de Trabalho e Gerenciamento de Resíduos Técnicas de Limpeza do Ambiente Como primeiro passo, deverá ser recolhido o lixo, dando início à limpeza do local mais alto – próximo ao teto – ao mais baixo; na sequência, higieniza-se da área mais limpa à mais contaminada. Técnica dos Dois Baldes Inicia-se preparando um balde com água e detergente, ou solução equivalente, sendo uma colher de sopa para cada litro de água; em seguida, prepara-se outro balde somente com a água para o enxágue – água que deve ser trocada quando estiver suja. Aplica-se o pano com solução de água e sabão na superfície, friccionando com força mecânica para soltar a sujeira; enxagua-se o pano na água limpa, sendo apli- cado na superfície a fim de remover o sabão e a sujeira; enxagua-se o pano nova- mente para remover o excesso de umidade, podendo ser utilizados dois panos, um para cada balde. Técnica de Descontaminação Localizada Com o uso de luvas, retirar o excesso de contaminação com papel absorvente, desprezando-o no lixo contaminado; aplicar hipoclorito a 1% sobre a área, deixan- do-o agir por dez minutos; remover o desinfetante com pano úmido e proceder com a limpeza utilizando água e sabão. Limpeza da Área de Superfícies Fixas Piso Recolher – e depositar em cada lixeira adequada – os resíduos encontrados, reti- rando o lixo e o substituindo por um novo saco de lixo. Retirar mobiliários tais como cadeiras, mesas, macas etc., iniciando a técnica dos dois baldes, obedecendo sempre uma sequência; secar o piso com um pano seco envolvido em um rodo. Paredes e Teto Inicia-se pelo teto e depois nas paredes, com movimentos de cima para baixo e auxílio de sabão, água e panos – obedecendo sempre a técnica dos dois panos. Limpeza e Desinfecção dos Mobiliários Guardar todos os objetos em bandeja que fique na superfície a ser limpa– se metálica, plástica, fórmica ou de granito, utilizar álcool 70%. 12 13 Limpeza dos Armários, das Vitrines, Mesas, dos Balcões, das Bancadas, Cadeiras e Macas Iniciar utilizando as técnicas dos dois baldes; caso haja resíduos, empregar esponja; em seguida, secar com pano limpo e borrifar álcool 70%, friccionando a superfície com um pano seco. Limpeza do Aparelho de Autoclave • Externa: utilizar um pano úmido em mistura de água e detergente; em segui- da, secar e passar um pano limpo borrifando álcool 70%; • Interna: lavar a câmara de alumínio com uma esponja de fibra sintética macia, sabão neutro e água destilada; em seguida, fazer a limpeza da câmara com pano macio e álcool 70%. Limpeza dos Equipamentos de Estética Facial e Corporal A parte externa e fiação podem ser limpas com pano úmido em água morna e, quando necessário, sabão neutro não abrasivo. Limpeza de Escovas e Pentes de Cabelos Por serem de uso individual, a cada atendimento é necessário utilizar a devida limpeza e desinfecção desses itens, removendo os fios de cabelo da escova após cada uso; lavar com água e detergente neutro, formando espuma na proporção de uma colher de sopa de detergente para um litro de água, deixando de molho por dez minutos; enxaguar abundantemente com água corrente e deixar secar naturalmente, com um secador de cabelo, ou utilizar estufa em temperatura máxima de 50°C; em seguida, borrifar álcool 70% e deixar secar novamente, guardar em local fechado, limpo e seco. Ademais, a utilização dos produtos de limpeza precisa estar de acordo com a legislação vigente, devendo ser observadas as recomendações apresentadas pelo fabricante. Importante! Os produtos mais utilizados para a limpeza e desinfecção das superfícies fixas, dos mobili- ários e equipamentos são os detergentes neutros, hipoclorito de sódio a 1% e álcool 70%. Você Sabia? Tratamentos dos Artigos Os utensílios utilizados na estética podem ser classificados em artigos: • Críticos: utilizados de modo invasivo, ou denominados perfurocortantes, cujos materiais penetram na pele, mucosa, tecido subepitelial e sistema vascular, 13 UNIDADE Limpeza, Desinfecção e Esterilização dos Materiais e Ambiente de Trabalho e Gerenciamento de Resíduos submetendo-os ao contato direto com sangue e fluidos contaminantes. Exem- plos na estética são os alicates, as navalhas, os extratores de comedões e ou- tros instrumentos metálicos; • Semicríticos: utensílios que estabelecem contato direto com a pele e/ou mu- cosa não íntegras, estas que devem passar por limpeza e desinfecção de alto nível, ou mesmo esterilização. São exemplos os pincéis, as toalhas, os eletro- dos e as ponteiras de eletroterapia; • Não críticos: são aqueles que entram em contato apenas com a pele ínte- gra; para esses utensílios é empregada a limpeza e desinfecção de médio a baixo nível para que tais artigos não se tornem fontes de colonizadores de microrganismos. Exemplos são as macas, lupas, espátulas, cubetas e os equi- pamentos externos. Gerenciamento de Resíduos Os resíduos gerados em atividades humanas são motivos de preocupação, pois representam riscos à saúde e ao meio ambiente. Quando não tomados os cuidados essenciais, tais resíduos contribuem para as poluições biológica, física e química do solo, da água e do ar. Comumente, os resíduos gerados em estabelecimentos de estética são classifica- dos como comuns, recicláveis, infectantes, químicos e perfurocortantes. Nesse sentido, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) elaborou a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) n.º 306/2004, que dispõe sobre o regu- lamento técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde, na qual estão dispostos os princípios da biossegurança para empregar medidas técnicas, administrativas e normativas a fim de prevenir acidentes, preservando a saúde pú- blica e o meio ambiente. Considerando que os serviços de saúde são os responsáveis pelo correto gerencia- mento de todos os resíduos gerados pelos quais, atendendo às normas e exigências legais, desde o momento de sua geração à sua destinação final, é recomendado que cada estabelecimento determine espaços adequados para a localização das lixeiras de coleta dos resíduos produzidos. Assim, o correto gerenciamento tem início na separação dos resíduos no mo- mento do uso e cada lixeira deve conter a identificação com etiqueta adesiva rela- cionada ao tipo de resíduo. 14 15 VIDRO PLÁSTICO METAL ORGÂNICOMADEIRAPAPEL Figura 1 – Identifi cação de resíduos Fonte: Adaptado de iStock/GettyImages Classificação dos Resíduos Grupo A – Resíduos Biológicos São resíduos que entram em contato com material biológico, microrganismos e que podem apresentar risco de infecção; esses resíduos devem ser acondicio- nados em saco branco leitoso, o qual deve ser substi- tuído quando atingir dois terços de sua capacidade ou, pelo menos, ser trocado uma vez a cada 24 horas, evitando, assim, riscos de contágio. Exemplos desses materiais são luvas, algodão, gazes e lençóis descartáveis contaminados com resí- duos biológicos. Grupo B – Resíduos Químicos São aqueles que possuem características inflamáveis, corrosivas, reativas e/ou tóxicas, podendo apresentar risco à saúde pública e ao meio ambiente. Os resíduos de produtos cosméticos po- dem ser descartados por farmácias, drogarias e distribuidoras. Exemplos desses materiais são ácidos esfo- liantes, devendo ser identificados pelo símbolo característico de risco químico. Figura 3 – Símbolo de resíduos químicos Fonte: Adaptado de iStock/GettyImages Figura 2 – Símbolo de resíduos biológicos Fonte: iStock/GettyImages 15 UNIDADE Limpeza, Desinfecção e Esterilização dos Materiais e Ambiente de Trabalho e Gerenciamento de Resíduos Grupo C – Resíduos Radioativos Quaisquer materiais resultantes de atividade humana e que contenham radio- nuclídeos. Esse tipo não faz parte dos resíduos gerados em estabelecimento estético. Grupo D – Resíduos Reciclados e Comuns São resíduos domiciliares, tais como sobras de alimento, flores, podas de jardim, resultantes de varrição, gesso proveniente de assistência à área da saúde, papel de uso sanitário, absorventes higiênicos, materiais utilizados em antissepsia etc. Podem ser também resíduos reaproveitados/reciclados, tais como plástico, vidro, papel e metal que não contenham sujidades. Entretanto, os lixos considerados comuns devem ser armazenados em sacos pretos e separados dos reciclados. Símbolo de resíduos reciclados ou comuns. Acesse: https://goo.gl/rv8SDb Ex pl or Grupo E – Resíduos Perfurocortantes Tratam-se de materiais perfurocortantes, tais como lâ- minas de barbear, de bisturis, agulhas, canetas de micro- agulhamento, utensílios de vidro quebrados na clínica etc. Ao término do tratamento, devem ser acondicionados em caixa de descarte perfurocortante, em recipiente rígido. Etapas do Gerenciamento de Resíduos O gerenciamento de resíduos é de extrema importân- cia, pois não visa apenas à segregação correta dos quais, mas também a separação e o destino, fazendo com que a saúde humana e o meio ambiente sejam preservados. Segundo a RDC n.º 306, o manejo dos resíduos é compreendido como a ação de gerenciar os quais em seus aspectos infra e extraestabelecimento. Ademais, são etapas no gerenciamento de resíduos: • Segregação: separação dos resíduos no momento e local de sua geração, de acordo com as suas carac- terísticas físicas, químicas e biológicas, considerando o seu estado e os riscos envolvidos, podendo reciclar partes dos resíduos comuns; Figura 4 – Símbolo de resíduos perfurocortantes Fonte: iStock/GettyImages INFECTANTE Figura 5 – Modelo de lixeira com pedal Fonte: Adaptado de iStock/GettyImages 16 17 • Acondicionamento: trata-se de embalar os resíduos segregados em invólucros que evitem vazamentos, reduzindo o risco de contaminação e facilitando a co- leta, o armazenamento e transporte. Os sacos devem ser alocados em lixeiras com tampas e pedaissem contato manual. • Identificação: permite o reconhecimento dos resíduos contidos nos sacos e nas lixeiras, sendo identificados em locais de fácil visualização, utilizando sím- bolos e cores, atendendo aos parâmetros da Norma Brasileira (NBR) 7500; • Armazenamento temporário interno: consiste na guarda dos recipientes conten- do os resíduos já acondicionados nos estabelecimentos onde esses materiais preci- sam ter uma área específica para tal, ficando ali acondicionados até a retirada pela coleta e o transporte na condição de resíduos especiais; • Coleta e transporte dos resíduos: é a remoção dos resíduos presentes no estabelecimento, transportando-os até a unidade de tratamento, isto por meio de técnicas que garantam a preservação das condições de acondicionamento de tais resíduos; • Tratamento e destino: os resíduos comuns são descartados diretamente em aterros sanitários, enquanto que os resíduos da área da saúde devem passar por tratamentos como esterilização ou incineração antes de serem encaminha- dos aos seus destinos. Ademais, a disposição final dos resíduos após a coleta deve ser fiscalizada e co- brada pelos estabelecimentos geradores dos quais. ORGÂNICO PAPEL PLÁSTICO VIDRO METAL MISTOE-WASTE LIXO TECNOLÓGICO Figura 6 – Gerenciamento de resíduos Fonte: Adaptado de iStock/GettyImages Figura 7 Fonte: iStock/GettyImages 17 UNIDADE Limpeza, Desinfecção e Esterilização dos Materiais e Ambiente de Trabalho e Gerenciamento de Resíduos Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Vídeos Panorama dos resíduos sólidos 2016 https://youtu.be/By2PpicqjMY Terror! O lixo espalhado nos oceanos! https://youtu.be/MPE74QNvzp8 Leitura Classificação dos artigos e métodos de limpeza http://bit.ly/2FQIJEm Gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde: uma questão de biossegurança http://bit.ly/2FO6f4P Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) n.º 222, de 28 de março de 2018, regulamenta as boas práticas de gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde e dá outras providências http://bit.ly/2FPDEw4 Verificação da eficácia de desinfetantes de superfícies em uma clínica de estética utilizando metodologia de contagem total de bactérias heterotróficas e de bolores e leveduras http://bit.ly/2FPWYti 18 19 Referências BRASIL. Lei n.º 12.592 – dispõe sobre o exercício das atividades profissionais de cabeleireiro, barbeiro, esteticista, pedicure, depilador e maquiador. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 2012a. ________. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Regulamentação das boas práticas de gerenciamento dos resíduos de servi- ços de saúde. Brasília, DF, 2018. ________. Manual de orientação para instalação e funcionamento de institu- tos de beleza sem responsabilidade médica. São Paulo, 2012b. ________. Referência técnica para o funcionamento dos serviços de estética e embelezamento sem responsabilidade médica. Brasília, DF, 2009. CARVALHO, A. Posturas profissionais e normas técnicas. Recife, PE: Sebrae, 2010. COSTA, L. Reprocessamento de artigos críticos em unidades básicas de saú- de. Campinas, SP: [s.n.], 2009. GARCIA, L. Gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde: uma questão de biossegurança. Florianópolis, SC: [s.n.], 2003. MARZIALE, M. H. P. Riscos de contaminação ocasionados por acidentes de tra- balho com material perfurocortantes entre trabalhadores de Enfermagem. Rev. Latino-Am. Enfermagem., São Paulo, 2004. MORENO, P. Biossegurança em estética. Mundo da Estética, 19 mar. 2015. Dis- ponível em: <https://www.mundoestetica.com.br/dicas/a-biosseguranca-em-esteti- ca>. Acesso em: set. 2018. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Salve vidas: higienize suas mãos. Brasília, DF, 2014. PIATTI, I. Biossegurança estética e imagem corporal. Curitiba, PR: Editora do Autor, 2013. RAMOS, J. Biossegurança em estabelecimento de estética e afins. São Paulo: Atheneu, 2009. TAKEDA, A. Q. Verificação da eficácia de desinfetantes de superfícies em uma clínica de estética utilizando metodologia de contagem total de bactérias hetero- tróficas e de bolores e leveduras. Revista Saúde e Desenvolvimento, v. 11, n. 9, 2017. Disponível em: <https://www.uninter.com/revistasaude/index.php/saude- Desenvolvimento/article/view/777/461>. Acesso em: set. 2018. 19 Bioética e Legislação em Vigilância Sanitária Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Profª. Esp. Milena Vicário Revisão Textual: Prof.ª Me. Sandra Regina Fonseca Moreira Infraestrutura Física Funcional do Estabelecimento de Estética • Edificação / Instalações Necessárias; • Estrutura Física do Estabelecimento; • Abastecimento, Uso e Limpeza da Caixa de Água; • Esgotamento Sanitário; • Saúde Ocupacional; • Organização; • Equipamentos e Aparelhos. • Mostrar estrutura adequada do estabelecimento de estética, conforme a ANVISA preconiza, como manter o estabelecimento organizado e em dia com a manutenção em todas as áreas. OBJETIVO DE APRENDIZADO Infraestrutura Física Funcional do Estabelecimento de Estética Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como seu “momento do estudo”; Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo; No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam- bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados; Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus- são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e de se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE Infraestrutura Física Funcional do Estabelecimento de Estética Edificação / Instalações Necessárias Projeto de estabelecimento de clínica de estética: http://bit.ly/2DBrEhv Ex pl or O espaço físico das clínicas de estética deve respeitar e se enquadrar à legislação sanitária, seguindo as normas práticas, para garantir ao profissional e cliente segu- rança e qualidade nos serviços prestados, evitando riscos à saúde. O estabelecimento deve ser planejado e arquitetado levando em consideração as normas e práticas de biossegurança. O ambiente deve possuir dimensões compatíveis com as atividades propostas e possuir espaço para organização da clínica. No projeto arquitetônico da clínica, deve ser feita uma análise criteriosa de or- ganização do ambiente, por meio de um fluxograma, para verificar o tamanho do metro quadrado para o setor de funcionamento, sendo importante também distin- guir entre áreas limpas e contaminadas. Figura 1 Fonte: Getty Images Arquitetura Consiste na definição gráfica do partido arquitetônico através de plantas, cortes e fachadas (opcional) em escala livre,e que contenha graficamente: a implantação da edificação e seu relacionamento com o local escolhido, se o estabelecimento apresenta acessos, estacionamentos, entre outros. 8 9 Estrutura Física do Estabelecimento A ANVISA faz referência técnica para o funcionamento dos serviços de estética e embelezamento sem responsabilidade médica. Os serviços de estética e embelezamento não poderão utilizar suas dependências para outros fins, e nem servirem de passagem para outro local. As instalações devem estar livres de trincas, rachaduras e infiltrações, o estabe- lecimento deve estar pintado, em boas condições, sem sujidade nas paredes. As paredes e pisos tem que ser lisos, impermeáveis, resistentes, antiderrapantes e de cor clara. A iluminação deve proporcionar conforto e boa visibilidade. As instalações elétricas têm que ser suficientes para o número de equipamentos, pois o uso de extensões pode ocasionar sobrecarga na tomada e causar curto-cir- cuito, os fios elétricos precisam estar embutidos e com apresentação de voltagem. O quadro de força deve estar identificado com acesso desobstruído. QUADRO DE FORÇA Figura 2 – Exemplifi cação da sinalização do quadro de força A ventilação, tanto natural quanto artificial, deve adequada, o aparelho de ar condicionado precisa apresentar boa funcionalidade e que seja realizada sua limpeza regulamente, pois a temperatura do ambiente deve ser agradável. O ambiente e os equipamentos devem apresentar boa higiene. Os móveis e os utensílios precisam ser resistentes à limpeza e desinfecção. Os estabelecimentos deverão ter identificação externa visível, a entrada deve possuir fácil acesso e as portas de entrada devem possuir, no mínimo, 0.80m de vão livre. 9 UNIDADE Infraestrutura Física Funcional do Estabelecimento de Estética Porta de acesso à recepção, exemplo de projeto: http://bit.ly/2GHDlVD Ex pl or Recepção A sala de recepção deve possuir água potável e copos descartáveis com coletor para lixo. O ambiente deverá ser de fácil acesso, com ventilação e iluminação que garan- tam conforto ao cliente. O estabelecimento deverá possuir equipamento contra incêndio dentro do prazo de validade e estar em local visível. A sala deve conter área mínima de 5,5 m². Sanitários As instalações dos banheiros devem ser separadas por gênero, contendo pia de lavatório com suporte para toalha de papel e dispensador de sabão líquido, vaso sanitário com tampa, coletor de lixo com saco plástico e acionamento por pedal. Figura 3 – Modelo de instalação de banheiro Fonte: Reprodução Quando o estabelecimento estiver em centro comercial ou shopping, as instala- ções sanitárias destinadas ao público poderão ser compartilhadas em outras áreas. Todos os ralos instalados nos estabelecimentos deverão ser de fecho hídrico e tampa escamoteável (abre e fecha) para impedir a entrada de insetos e roedores. 10 11 Vestiário e Sanitário para Funcionários Deverão ser separados por gênero, providos de vaso sanitários com tampa, pia lavatório com dispensador de sabão liquido e suporte para papel toalha, lixeira com tampa e acionamento em pedal e armário para guardar os pertences. Sala de Atendimento A sala para realização dos procedimentos deverá possuir área mínima de 10 m², com largura mínima de 2,50m. Figura 4 – Modelo de sala de atendimento Fonte: Reprodução Nela, o cliente deverá ter garantia de privacidade, havendo sala ou box individual, se houver compartimentos por divisórias, deverá possuir no mínimo 2m. de altura. As salas destinadas ao atendimento deverão dispor de pia lavatório adequada para higienização das mãos, dispensador de sabão líquido e suporte de papel toa- lha, lixo com acionamento por pedal, bancada fixa para apoio das atividades com acabamento liso, impermeável, lavável e de fácil higienização. A área destinada ao processamento de artigos deverá dispor de pia com bancada para limpeza, desinfecção e esterilização dos materiais. Caso essa atividade esteja localizada dentro da sala de atendimento, deverá ser estabelecida uma barreira. O estabelecimento deve dispor de área fechada, limpa e livre da umidade para guar- dar materiais esterilizados, bem como área para materiais limpos não esterilizados. Recomenda-se não utilizar cortinas, estantes com livros e objetos grandes e pesa- dos, vasos com plantas, aquários abertos e outros que sejam de difícil higienização na área de atendimento. 11 UNIDADE Infraestrutura Física Funcional do Estabelecimento de Estética Sala de Depilação A dimensão mínima para a cabine é de 4,50 m². As cabines deverão ser individuais e possuir acomodação confortável para o cliente. Cozinha O estabelecimento deverá disponibilizar local adequado para refeições, não po- dendo ter comunicação direta com os postos de trabalho ou instalações sanitárias. Deverá possuir piso liso, pia com bancada, geladeira e equipamento para aqueci- mento de alimentos. Depósito de Material de Limpeza A área para materiais de limpeza deverá possuir tanque com profundidade su- perior a 35cm para a higienização de materiais usados no processo de limpeza dos ambientes. Os produtos químicos e saneantes utilizados na limpeza deverão ter registro no Ministério da Saúde e estar dentro do prazo de validade. Armazenamento de Resíduos Sólidos Área compatível para guardar os resíduos sólidos. As paredes devem possuir revestimentos de azulejos até a junção com o teto e possuir ponto de água; o piso deve ser lavável e de fácil higienização. Essa área deve possuir porta, dispositivo que impeça a entrada de insetos, roe- dores e animais, e janela telada para ventilar a área. Abastecimento, Uso e Limpeza da Caixa de Água O reservatório de água deverá ser provido de água potável, com capacidade suficiente à sua demanda diária. A limpeza e desinfecção do reservatório deverá ocorrer a cada seis meses, sendo registrada em formulário específico que contenha data, método de lavagem, produto utilizado e assinatura. 12 13 Esgotamento Sanitário O esgotamento sanitário e as águas residuárias deverão ter como destinação final a rede coletora de esgotos. O sistema de caixas de gorduras e de passagem deverão ter manutenção perió- dica para evitar incrustações ou extravasamentos. Saúde Ocupacional Os profissionais que realizam procedimentos em que são utilizados materiais perfurocortantes devem ser vacinados contra hepatite B e tétano. Figura 5 – Importância da vacinação para os profi ssionais da área da saúde Fonte: Getty Images Os estabelecimentos deverão elaborar e tornar disponível aos funcionários o manual de procedimentos operacionais padrão (POP) do estabelecimento (nas pró- ximas unidades vamos aprender a formular o POP). Os profissionais dos estabelecimentos devem comprovar conhecimento básico em controle de infecção, processamento de artigos, biossegurança e gerenciamento de resíduos com carga horária mínima de 20 horas. Organização Para o momento dos atendimentos a sala tem que estar disposta, sempre limpa e organizada. Não deixe aparelhos amontoados na sala isso pode parecer desorganizado. 13 UNIDADE Infraestrutura Física Funcional do Estabelecimento de Estética Os produtos para uso que forem utilizados de forma fracionada deverão estar identificados, etiquetados com nome do produto, marca, lote e prazo de validade. Fazer a utilização de EPIs de acordo com os procedimentos realizados, Os resíduos perfurocortantes devem estar acondicionados em recipientes Os produtos utilizados nos procedimentos deverão ter registro no Ministério da Saúde, ou ter a indicação de isenção, e deverão estar no prazo de validade. Sala apropriada para limpeza, desinfecção ou esterilização de artigos, provida de pia exclusiva e equipamento de esterilização, se necessário. Se o estabelecimento for fazer o manuseio de produtos químicos como colo- ração ou alisamento capilar, deve existir um local apropriado para o manuseio, o ambiente deve ser ventilado, iluminado e provido de EPIs. Para armazenamento de
Compartilhar