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Habeas Corpus e seu processo

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Aula 15
Direito Processual Penal p/ TJ-RJ
(Analista - Sem Especialidade) -
Pós-Edital
Autores:
Renan Araujo, Paulo Guimarães
Aula 15
6 de Abril de 2020
08757222703 - CARLOS ANTONIO DE ARAUJO BARAUNA PASSOS
 
1 
Sumário 
HABEAS CORPUS ............................................................................................................................ 3 
1 Conceito e natureza ............................................................................................................... 3 
2 Classificação ........................................................................................................................... 3 
3 Sujeitos do HC ....................................................................................................................... 5 
4 Cabimento e processamento ................................................................................................. 6 
RELAÇÕES JURISDICIONAIS COM AUTORIDADES ESTRANGEIRAS .......................................... 13 
1 Considerações gerais ........................................................................................................... 13 
2 Cartas Rogatórias ................................................................................................................. 13 
3 Homologação de sentença estrangeira ............................................................................... 16 
DISPOSIÇÕES GERAIS DO CPP .................................................................................................... 19 
DISPOSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES ......................................................................................... 24 
SÚMULAS PERTINENTES ............................................................................................................... 28 
1 Súmulas do STF .................................................................................................................... 28 
JURISPRUDÊNCIA CORRELATA .................................................................................................... 29 
EXERCÍCIOS COMENTADOS ........................................................................................................ 30 
EXERCÍCIOS PARA PRATICAR ....................................................................................................... 45 
GABARITO ..................................................................................................................................... 49 
 
 
Olá, meu povo! 
Hoje vamos estudar aquele que é o principal meio externo de impugnação às decisões judiciais: o 
habeas corpus. Trata-se de um meio “externo” porque não faz parte da mesma relação jurídico-
processual, como veremos. 
Renan Araujo, Paulo Guimarães
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08757222703 - CARLOS ANTONIO DE ARAUJO BARAUNA PASSOS
 
2 
Além disso, estudaremos as relações jurisdicionais com autoridade estrangeira e as disposições 
gerais do Código de Processo Penal. 
Nossa aula já está atualizada de acordo com a Lei 13.964/19 (chamado “pacote anticrime”). 
Bons estudos! 
Prof. Renan Araujo 
Renan Araujo, Paulo Guimarães
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3 
 HABEAS CORPUS 
1 Conceito e natureza 
Habeas Corpus significa, em bom português, “Tome o corpo”, que significa, em linhas gerais, 
que a pessoa presa é apresentada ao Juiz para que analise se mantém ou não a prisão. 
Trata-se de um sucedâneo recursal externo. O quê? Isso mesmo, trata-se de um instrumento 
“similar” a um recurso, mas que com ele não se confunde. O HC, assim como os recursos, é um 
meio de impugnação a uma decisão judicial, mas NÃO É UM RECURSO. 
O HC é uma AÇÃO AUTÔNOMA DE IMPUGNAÇÃO, cuja finalidade é preservar a liberdade 
de qualquer pessoa, quando ameaçada (HC preventivo) ou conceder a liberdade a uma pessoa 
que está presa (HC repressivo). 
O HC possui fundamento na própria Constituição da República, estando previsto no art. 5°, 
LXVIII. Vejamos: 
LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou se achar 
ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por 
ilegalidade ou abuso de poder; 
O HC está previsto no CPP, no Título referente aos recursos, MAS NÃO POSSUI NATUREZA 
RECURSAL. No CPP está previsto em seu art. 647: 
Art. 647. Dar-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar na 
iminência de sofrer violência ou coação ilegal na sua liberdade de ir e vir, salvo nos 
casos de punição disciplinar. 
2 Classificação 
O HC, como dito anteriormente, pode ser: 
 Repressivo (ou liberatório) – Quando visa a devolver a liberdade a alguma pessoa que se 
encontra presa. Nesse caso, será expedido alvará de soltura. Nos termos do art. 660, §1° 
do CPP: 
Art. 660. Efetuadas as diligências, e interrogado o paciente, o juiz decidirá, 
fundamentadamente, dentro de 24 (vinte e quatro) horas. 
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§ 1º Se a decisão for favorável ao paciente, será logo posto em liberdade, salvo se 
por outro motivo dever ser mantido na prisão. 
 Preventivo – Aqui o HC é utilizado quando a pessoa se encontra ameaçada em sua 
liberdade de locomoção, ou seja, ainda não houve a violação à liberdade de locomoção. É 
necessário que esse risco de vir a ser privada de sua liberdade seja CONCRETO, não 
bastando mera suspeita ou mero temor de que isso possa vir a acontecer um dia. Sendo 
procedente o pedido de HC preventivo, o Juiz expedirá SALVO-CONDUTO, impedindo-se 
que a pessoa venha a ser privada de sua liberdade, EM RAZÃO DOS FATOS OBJETOS DO 
HC. Nos termos do §4° do art. 660 do CPP: 
Art. 660 
(...) § 4º Se a ordem de habeas corpus for concedida para evitar ameaça de 
violência ou coação ilegal, dar-se-á ao paciente salvo-conduto assinado pelo juiz. 
A Doutrina vem admitindo, ainda, uma terceira modalidade de HC, cuja finalidade é obter o 
encerramento forçado de inquérito policial ou de ação penal, em casos excepcionais, como 
atipicidade da conduta, já ter havido extinção da punibilidade, etc. É o chamado “HC 
TRANCATIVO”. Nesse caso, é legítima a impetração de HC para que seja trancado o inquérito 
policial ou a ação penal, já que a tramitação do IP ou da ação penal configura evidente 
constrangimento ilegal ao indivíduo. 
 
 
Importante ressaltar que o STF só admite o manejo de HC para impugnar decisões judiciais no bojo 
do processo relativo a crime punido com PRIVAÇÃO DA LIBERDADE. Se a pena cominada é apenas 
a multa, não há possibilidade de, no futuro, vir a acontecer a privação ilegal da liberdade do 
acusado, de forma que o remédio correto, nesse caso, seria um MANDADO DE SEGURANÇA.1 
 
 
 
1 O mesmo se aplica no caso de já estar extinta a punibilidade. Já estando extinta a pena privativa de liberdade, não 
cabe HC, nos termos da súmula 695 do STF: 
Súmula 695 
Não é cabível Habeas Corpus quando já extinta a pena privativa de liberdade. 
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5 
3 Sujeitos do HC 
O HC possui três sujeitos: 
 Impetrante – É aquele que ajuíza o HC. Qualquer pessoa pode impetrar um HC em seu 
favor ou em favor de outra pessoa. Inclusive o MP pode impetrar o HC em favor de alguém. 
NÃO SE EXIGE CAPACIDADE POSTULATÓRIA (Não é necessária a presença de 
advogado). A PESSOA JURÍDICA PODE IMPETRAR HC. Os inimputáveis e doentes mentais 
TAMBÉM PODEM IMPETRAR HC (Trata-se da maior legitimidade ativa do nosso 
ordenamento jurídico). Nostermos do art. 654 do CPP: 
Art. 654. O habeas corpus poderá ser impetrado por qualquer pessoa, em seu 
favor ou de outrem, bem como pelo Ministério Público. 
Inclusive o ANALFABETO poderá IMPETRAR HC. É o que podemos extrair do art. 654, §1°, c 
do CPP: 
§ 1º A petição de habeas corpus conterá: 
a) o nome da pessoa que sofre ou está ameaçada de sofrer violência ou coação e 
o de quem exercer a violência, coação ou ameaça; 
b) a declaração da espécie de constrangimento ou, em caso de simples ameaça 
de coação, as razões em que funda o seu temor; 
c) a assinatura do impetrante, ou de alguém a seu rogo, quando não souber ou 
não puder escrever, e a designação das respectivas residências. 
 
CUIDADO! O Juiz não pode impetrar HC, mas pode concedê-lo sem que haja pedido (de ofício). 
São coisas parecidas, mas são diferentes. Nos termos do §2° do art. 654 do CPP: 
§ 2º Os juízes e os tribunais têm competência para expedir de ofício ordem de 
habeas corpus, quando no curso de processo verificarem que alguém sofre ou está 
na iminência de sofrer coação ilegal. 
Além do impetrante, temos ainda duas outras figuras: 
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6 
 Paciente – É aquela pessoa em favor da qual se impetra o HC (Impetrante e paciente 
podem ser, portanto, a mesma pessoa). CUIDADO! A pessoa jurídica, por não possuir 
liberdade de locomoção, não pode ser paciente do HC, podendo, no entanto, 
impetrá-lo em favor de terceira pessoa. 
 Coator – É a autoridade (ou o particular) que privou a liberdade de locomoção da 
pessoa ou que está ameaçando privar a liberdade da pessoa. Parte da Doutrina 
entende que somente a autoridade pública pode ser coator. Mas a maioria da 
Doutrina entende que o particular também pode ser coator, quando, por exemplo, 
impede a liberação de um interno de uma clínica hospitalar. 
 
 
4 Cabimento e processamento 
Como disse a vocês, o HC é cabível para fazer cessar coação à liberdade da pessoa, ou para 
impedir que a ameaça de coação da liberdade se concretize. Mas em que situações se considera 
ilegal a privação da liberdade? O art. 648 do CPP dispõe: 
Art. 648. A coação considerar-se-á ilegal: 
I - quando não houver justa causa; 
II - quando alguém estiver preso por mais tempo do que determina a lei; 
HABEAS CORPUS
Impetrante Quem impetra o HC
Qualquer pessoa 
pode impetrar 
(inclusive pessoa 
jurídica)
Paciente
Quem está sofrendo a 
ameaça ou coação em 
sua liberdade de 
locomoção
Somente PESSOA 
FÍSICA. Pessoa jurídica 
não pode ser paciente 
em HC.
Coator
Aquele que pratica a 
ameaça ou coação à 
liberdade de locomoção 
do paciente
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III - quando quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo; 
IV - quando houver cessado o motivo que autorizou a coação; 
V - quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos em que a lei a 
autoriza; 
VI - quando o processo for manifestamente nulo; 
VII - quando extinta a punibilidade. 
Estando presentes quaisquer destas situações, a privação da liberdade, ou a ameaça dessa 
privação SERÁ ILEGAL. 
A competência para a apreciação do pedido de HC é, em regra, do Juiz de primeira instância, 
mas cessará a partir do momento em que a coação passar a ser praticada por autoridade 
hierarquicamente superior a ele. Nos termos do art. 650, §1° do CPP: 
§ 1º A competência do juiz cessará sempre que a violência ou coação provier de 
autoridade judiciária de igual ou superior jurisdição. 
Existem casos nos quais a competência é originária de um Tribunal. Esses casos de 
competência originária estão previstos na própria Constituição. Vejamos as principais regras2 de 
competência dos Tribunais previstas na Constituição Federal: 
 
 
TRIBUNAL 
COMPETENTE 
HIPÓTESE CONSTITUCIONALMENTE 
PREVISTA 
EMBASAMENTO 
CONSTITUCIONAL 
STF 
Quando forem pacientes o Presidente da 
República, o Vice-Presidente, os Membros do 
Congresso Nacional, os Ministros do Estado, o 
Procurador-Geral da República, os 
Comandantes da Marinha, do Exército e da 
Aeronáutica, os membros dos Tribunais 
Art. 102, I, “d” 
 
2 A título de complementação, o STF possui entendimento no sentido de que “em matéria de competência para o 
habeas corpus, o sistema da Constituição Federal - com a única exceção daqueles em que o coator seja Ministro de 
Estado (CF, arts. 105, I, c, e 102, I, e) -, é o de conferi-la originariamente ao Tribunal a que caiba julgar os crimes da 
autoridade que a impetração situe como coator ou paciente (CF, arts. 102, I, d; 105, I, c)." (STF - RMS 27872). 
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Superiores, do Tribunal de Contas da União e os 
chefes de missão diplomática de caráter 
permanente. 
Quando forem coatores Tribunais Superiores. Art. 102, I, “i” 
Quando forem coatores ou pacientes 
autoridades ou funcionários cujos atos estejam 
sujeitos diretamente à jurisdição do Supremo 
Tribunal Federal. 
Art. 102, I, “i” 
Quando se tratar de crime sujeito à jurisdição 
do Supremo Tribunal Federal, em uma única 
instância. 
Art. 102, I, “i” 
STJ 
 
Quando forem coatores ou pacientes os 
Governadores dos Estados e do Distrito Federal, 
os Desembargadores dos Tribunais de Justiça 
dos Estados e do Distrito Federal, os membros 
dos Tribunais de Contas dos Estados e do 
Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais 
Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do 
Trabalho, os membros dos Conselhos ou 
Tribunais de Contas do s Municípios e os do 
Ministério Público da União que oficiarem 
perante os Tribunais. 
Art. 105, I, “c” 
Quando for coator tribunal sujeito à jurisdição do 
Superior Tribunal de Justiça, Ministro de Estado 
ou Comandante da Marinha, do Exército ou da 
Aeronáutica, ressalvada a competência da 
Justiça Eleitoral. 
Art. 105, I, “c” 
TRF Quando a autoridade coatora for Juiz Federal3. Art. 108, I, “d” 
Juízes Federais 
Quando o constrangimento provier de 
autoridade cujos atos não estejam diretamente 
sujeitos a outra jurisdição. 
Art. 109, I, VII 
Justiça do 
Trabalho 
Quando o ato questionado envolver matéria 
sujeita à sua jurisdição. 
Art. 114, I, IV 
Impetrado o HC, cumpridas as poucas formalidades previstas no §1° do art. 654, o Juiz 
poderá determinar que o paciente seja colocado em sua presença (art. 656 do CPP), caso esteja 
preso. 
 
3 Entende-se que o TRF é competente, também, para julgar os HCs impetrados quando a autoridade coatora for 
membro do MPU. 
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No caso de o Juiz determinar a apresentação do preso, aquele que está mantendo o paciente 
preso não poderá negar a apresentação deste ao Juiz, salvo em alguns casos específicos. Vejamos: 
Art. 657. Se o paciente estiver preso, nenhum motivo escusará a sua apresentação, 
salvo: 
I - grave enfermidade do paciente; 
Il - não estar ele sob a guarda da pessoa a quem se atribui a detenção; 
III - se o comparecimento não tiver sido determinado pelo juiz ou pelo tribunal. 
O Juiz, entretanto, no caso do inciso I (doença), poderá se dirigir até o local onde o paciente 
se encontra. 
Caso o Juiz verifique que a ameaça ou coação já cessou quando do recebimento do HC, 
declarará este prejudicado (art. 659 do CPP). 
 
EXEMPLO: José é preso preventivamente e impetra HC, questionando no Tribunal de Justiça a 
prisão. Quando oTJ se prepara para analisar o pedido de HC, verifica que o Juízo de primeira 
instância já havia revogado a prisão. Neste caso, o HC perdeu o objeto, pois já cessou a coação à 
liberdade de locomoção apontada. 
 
Após efetuadas todas as diligências e ouvido o paciente, o Juiz decidirá, em 24h, se concede 
ou não a ordem de HC (art. 660 do CPP). 
No que tange à decisão, é importante destacar que esta será tomada por maioria de votos. 
Caso haja empate, se o presidente não tiver votado ainda, proferirá voto de desempate, caso 
contrário, prevalecerá a decisão mais favorável ao paciente. 
 
EXEMPLO: José impetra HC perante o TJ local, alegando ilegalidade em sua 
prisão cautelar. No julgamento pelo plenário, há empate por 06 votos a 06, mas o 
presidente já votou. Neste caso, prevalece a solução mais favorável ao paciente 
dentre aquelas que empataram. 
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Caso se trate de HC repressivo, e sendo concedida a ordem, como disse antes, será expedido 
alvará de soltura4 (§1° do art. 660). Caso se trate de HC preventivo, será expedido SALVO-
CONDUTO (§4° do art. 660 do CPP). 
Em qualquer dos dois casos (Já ter havido a prisão ou estar na iminência de ocorrer), sendo 
concedida a ordem de HC, será imediatamente enviada cópia à autoridade coatora, nos termos 
do §5° do art. 660 do CPP. 
CUIDADO! Embora não haja previsão expressa na lei nesse sentido, a Doutrina e 
a Jurisprudência entendem ser plenamente cabível a concessão de liminar em HC. 
É importante destacar que a concessão do habeas corpus não impedirá o curso normal do 
processo nem porá termo ao processo (não encerrará), desde que este não esteja em conflito com 
os fundamentos da decisão. 
Vejamos: 
Art. 651 A concessão do habeas corpus não obstará, nem porá termo ao processo, 
desde que este não esteja em conflito com os fundamentos daquela. 
Art. 652. Se o habeas corpus for concedido em virtude de nulidade do processo, 
este será renovado. 
Assim, se alguém impetra HC impugnando alguma decisão judicial proferida no bojo do 
processo, isso em nada atrapalha o andamento normal do processo, nem eventual decisão 
favorável no HC gera extinção do processo. Todavia, caso o HC tenha por objeto o 
reconhecimento da nulidade do processo, em sendo concedido o pedido (procedência do HC) o 
processo deverá ser renovado (refeito). 
 
Mas, é cabível recurso contra a decisão no habeas corpus? Sim. Em sendo proferida a decisão 
pelo Juízo singular (não por Tribunal ou órgão fracionário de Tribunal), cabe recurso em sentido 
estrito (art. 581, X do CPP). 
 
Importante destacar, ainda, que nos termos do art. 574, I, do CPP, quando se tratar de sentença 
concessiva de habeas corpus, caberá o chamado “recurso de ofício”, ou seja, a chamada “remessa 
necessária”, de forma que a decisão está sujeita a reexame pelo Tribunal ao qual está vinculado o 
Juiz. 
 
4 Podemos ter um alvará de soltura “clausulado”, que é a hipótese em que o Juiz expede o alvará determinando a 
colocação do preso em liberdade, a menos que haja outro motivo pelo qual deva continuar preso. 
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No caso de decisão em habeas corpus proferida por Tribunal, caberá Recurso Ordinário 
Constitucional, para o STF ou para o STJ, a depender do caso. Vejamos os arts. 102 e 105 da 
CF/88: 
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da 
Constituição, cabendo-lhe: 
(...) 
II - julgar, em recurso ordinário: 
a) o habeas corpus, o mandado de segurança, o habeas data e o mandado de 
injunção decididos em única instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória 
a decisão; 
[...] 
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: 
(...) 
II - julgar, em recurso ordinário: 
a) os habeas corpus decididos em única ou última instância pelos Tribunais 
Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e 
Territórios, quando a decisão for denegatória; 
b) os mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais 
Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e 
Territórios, quando denegatória a decisão; 
Como se vê, podemos resumir da seguinte forma: 
• ROC5 para o STF – Quando a decisão em habeas corpus for denegatória e proferida 
em ÚNICA instância pelos Tribunais Superiores (ex.: STM). 
• ROC para o STJ – Quando a decisão em habeas corpus for denegatória e proferida 
em ÚNICA (o HC se iniciou no Tribunal) ou ÚLTIMA (o HC não se iniciou no Tribunal) 
instância pelos TJs e TRFs. 
No caso de decisão concessiva de HC por Tribunal, a parte que se sentir prejudicada deverá 
manejar, se for o caso, o Recurso Especial (para o STJ) ou o Recurso Extraordinário (para o STF). 
 
5 Recurso Ordinário Constitucional 
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Vamos ver algumas questões relevantes acerca do HC: 
 
 A Doutrina e a Jurisprudência NÃO admitem mais a utilização do HC como substituto 
recursal, ou seja, sua utilização ao invés da utilização do recurso cabível6. 
 A Jurisprudência não tem admitido a impetração de HC contra ato de indeferimento de 
liminar em HC, salvo em casos de flagrante ilegalidade ou teratologia da decisão que 
indefere a liminar.7 
 O Assistente de acusação não pode intervir no HC. 
 O HC não comporta dilação probatória, ou seja, o impetrante deve provar, DE PLANO, a 
ilegalidade da coação. 
 É incabível o HC para impugnar decisão que defere a intervenção do assistente de acusação 
na ação penal.8 
 A prisão administrativa (aquela que não foi determinada pelo Judiciário), à exceção do 
flagrante delito, foi abolida do nosso ordenamento jurídico. Caso seja praticada, poderá ser 
impetrado HC em face dessa ilegalidade. 
 É possível a impetração de HC para evitar que o paciente seja algemado, ou para que cesse 
o ato, quando esta medida seja ilegal (não esteja dentre as exceções previstas na súmula 
vinculante n° 11 do STF). 
 É incabível a utilização do HC para atacar ato de punição disciplinar militar (prisão do 
militar), salvo se a prisão foi determinada de maneira ilegal (por autoridade incompetente, 
etc.), mas não o mérito da medida. 
 O STJ entende ser cabível a impetração de HC para discutir aplicação de prisão domiciliar, 
 Não é cabível o manejo de HC para discutir a aplicação de pena acessória de perda de 
cargo público (pois não há violação ou ameaça à liberdade de locomoção). 
 O HC é cabível tanto para reexame do regime inicial de cumprimento de pena quanto para 
reexame de dosimetria da pena (apenas se não for necessária uma análise aprofundada do 
 
6 Ver, por todos: (HC 258.954/RJ, Rel. Ministra MARILZA MAYNARD (DESEMBARGADORA CONVOCADA DO TJ/SE), 
SEXTA TURMA, julgado em 27/05/2014, DJe 10/11/2014) 
7 “(...) 1. Nos termos do Enunciado n. 691 da Súmula do Supremo Tribunal Federal, não é cabível habeas corpus contra 
indeferimento de pedido de liminar em outro writ, salvo em casos de flagrante ilegalidade ou teratologia da decisão 
singular, sob pena de indevida supressão de instância. No caso, observa-se flagrante ilegalidade a permitir a superação 
do referido óbice sumular. 
(...) 
(HC 436.993/SP, Rel. Ministro RIBEIRO DANTAS, QUINTA TURMA, julgado em 12/06/2018, DJe 20/06/2018) 
8 Ver, por todos: (RHC 31.667/ES, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 28/05/2013, DJe 
11/06/2013) 
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conjunto probatório e caso se trate de flagrante ilegalidade), pois em ambos os casos há 
interferência na liberdade de locomoção do indivíduo.9 
 O HC é cabível tanto para revogar a prisão preventiva quanto para revogação de fiança 
arbitrada, pois neste último caso também há interferência direta na liberdade de locomoção 
do agente. 
 RELAÇÕES JURISDICIONAIS COM 
AUTORIDADES ESTRANGEIRAS 
1 Considerações gerais 
Este tema pode ser dividido, basicamente, em dois grandes tópicos: Cartas Rogatórias e 
homologação de sentença estrangeira, que são as duas hipóteses de relações jurisdicionais com 
autoridades estrangeiras previstas no CPP. 
2 Cartas Rogatórias 
Aqui temos que analisar duas situações distintas: a carta rogatória expedida pela autoridade 
brasileira à autoridade estrangeira e vice-versa. 
Quem expede a carta rogatória é chamado de Juízo Rogante e quem recebe a carta rogatória 
é chamado de Juízo Rogado. 
Quando a carta rogatória é remetida pela autoridade brasileira, ela deve ser remetida ao 
Ministro da Justiça, que pedirá seu cumprimento à autoridade estrangeira, pela via diplomática. 
Vejamos: 
Art. 783. As cartas rogatórias serão, pelo respectivo juiz, remetidas ao Ministro da 
Justiça, a fim de ser pedido o seu cumprimento, por via diplomática, às 
autoridades estrangeiras competentes. 
 
9 “(...) II - Inicialmente, cumpre asseverar que a via do writ somente se mostra adequada para a análise da dosimetria 
da pena se não for necessária uma análise aprofundada do conjunto probatório e caso se trate de flagrante ilegalidade. 
Vale dizer, o entendimento deste Tribunal firmou-se no sentido de que a "dosimetria da pena insere-se dentro de um 
juízo de discricionariedade do julgador, atrelado às particularidades fáticas do caso concreto e subjetivas do agente, 
somente passível de revisão por esta Corte no caso de inobservância dos parâmetros legais ou de flagrante 
desproporcionalidade" (HC n. 400.119/RJ, Quinta Turma, Rel. Min. 
Reynaldo Soares da Fonseca, DJe de 1º/8/2017). 
(...) 
(HC 441.178/SP, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em 19/06/2018, DJe 28/06/2018) 
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Segundo o art. 222-A do CPP, se a carta rogatória (tendo o Brasil como Juízo Rogante) tiver 
como finalidade a inquirição de testemunha, esta só será deferida se for imprescindível, devendo 
a parte que a requerer, arcar com os custos do envio. Vejamos: 
Art. 222-A. As cartas rogatórias só serão expedidas se demonstrada previamente 
a sua imprescindibilidade, arcando a parte requerente com os custos de envio. 
(Incluído pela Lei nº 11.900, de 2009) 
Deve ser lembrado, ainda, que a expedição de carta rogatória não suspende o processo, de 
forma que a instrução criminal seguirá normalmente, podendo, inclusive, a testemunha a ser ouvida 
mediante rogatória, ser ouvida após as demais testemunhas, mesmo sendo testemunha da 
acusação (o que em regra é vedado, pois as testemunhas da defesa devem ser ouvidas após as da 
acusação). Vejamos: 
Art. 222-A. (...) 
Parágrafo único. Aplica-se às cartas rogatórias o disposto nos §§ 1o e 2o do art. 
222 deste Código. (Incluído pela Lei nº 11.900, de 2009) 
(...) 
Art. 222. A testemunha que morar fora da jurisdição do juiz será inquirida pelo juiz 
do lugar de sua residência, expedindo-se, para esse fim, carta precatória, com 
prazo razoável, intimadas as partes. 
§ 1o A expedição da precatória não suspenderá a instrução criminal. 
No entanto, a principal regulamentação do CPP se refere à concessão de exequatur às cartas 
rogatórias recebidas pelo Brasil. 
Segundo o art. 105, I, i da CRFB/88, a competência para a concessão de exequatur às cartas 
rogatórias, bem como a homologação de sentenças estrangeiras passou a ser competência do STJ, 
e não mais do STF: 
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: 
I - processar e julgar, originariamente: 
(...) 
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i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas 
rogatórias;(Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
 
Vejam, assim, que as normas previstas no CPP, referentes à competência do STF para estas 
atividades, NÃO FORAM RECEPCIONADAS PELA CONSTITUIÇÃO DE 1988. 
Após a concessão do exequatur pelo STJ, a carta rogatória deverá ser cumprida pelo JUIZ 
FEDERAL com competência territorial sobre o local em que as diligências devam ser cumpridas. 
Isso mesmo, o art. 784, §1º, que fala em “Juiz Criminal”, também não foi recepcionado. Vejamos: 
Art. 784. (...) 
§ 1o As rogatórias, acompanhadas de tradução em língua nacional, feita por 
tradutor oficial ou juramentado, serão, após exequatur do presidente do Supremo 
Tribunal Federal, cumpridas pelo juiz criminal do lugar onde as diligências tenham 
de efetuar-se, observadas as formalidades prescritas neste Código. 
Esse dispositivo não foi recepcionado, pois a Constituição determina que a competência para 
executar a carta rogatória (após a concessão do exequatur pelo STJ) é da Justiça Federal. Vejamos 
o art. 109, X da CRFB/88: 
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: 
(...) 
X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de 
carta rogatória, após o "exequatur", e de sentença estrangeira, após a 
homologação, as causas referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, 
e à naturalização; 
Uma vez cumprida a carta rogatória pelo Juiz Federal competente, ela será devolvida ao STJ, 
que a remeterá ao Ministério das Relações Exteriores para que a encaminhe à autoridade 
estrangeira. 
Apesar desta regulamentação acerca do cumprimento das rogatórias, estas não serão 
cumpridas, nem serão homologadas as sentenças estrangeiras, QUANDO CONTRÁRIAS À 
ORDEM PÚBLICA OU AOS BONS COSTUMES. Vejamos: 
Art. 781. As sentenças estrangeiras não serão homologadas, nem as cartas 
rogatórias cumpridas, se contrárias à ordem pública e aos bons costumes. 
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3 Homologação de sentença estrangeira 
Em regra, as sentenças proferidas pelo Judiciário de um Estado soberano só possuem eficácia 
dentro do território do referido Estado. No entanto, nada impede que um Estado requeira à outro 
que homologue determinada sentença e dê a ela cumprimento. 
A sentença estrangeira pode ser homologada para produção de efeitos no Brasil quando 
tenha por finalidade a sujeição do condenado à reparação do dano e outras restituições, aplicação 
de medidas de segurança e a outros efeitos civis. Vejamos o art. 9º do CP: 
Art. 9º - A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na 
espécie as mesmas conseqüências, pode ser homologada no Brasil para: (Redação 
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
I - obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos civis; 
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
II - sujeitá-lo a medida de segurança.(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
De qualquer forma, à semelhança do que ocorre com as cartas rogatórias, as sentenças 
estrangeiras somente serão homologadas caso não ofendam a ordem pública e os bons costumes. 
Vejamos: 
Art. 781. As sentenças estrangeiras não serão homologadas, nem as cartas 
rogatórias cumpridas, se contrárias à ordem pública e aos bons costumes. 
A homologação de sentença estrangeira, contudo, só poderá ocorrer se presentes alguns 
requisitos, previstosno art. 788 do CPP: 
Art. 788. A sentença penal estrangeira será homologada, quando a aplicação da 
lei brasileira produzir na espécie as mesmas conseqüências e concorrem os 
seguintes requisitos: 
I - estar revestida das formalidades externas necessárias, segundo a legislação do 
país de origem; 
II - haver sido proferida por juiz competente, mediante citação regular, segundo a 
mesma legislação; 
III - ter passado em julgado; 
IV - estar devidamente autenticada por cônsul brasileiro; 
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V - estar acompanhada de tradução, feita por tradutor público. 
Interessante notar que somente será homologada a sentença que JÁ TENHA TRANSITADO 
EM JULGADO. 
O STJ já decidiu que a sentença estrangeira contra pessoa residente no Brasil só será 
homologada se a citação fora realizada regularmente mediante CARTA ROGATÓRIA. Vejamos: 
SENTENÇA ESTRANGEIRA. HOMOLOGAÇÃO. DIVÓRCIO. CITAÇÃO INVÁLIDA. 
1. Para homologação de sentença estrangeira de divórcio proferida em processo 
que tramitou contra pessoa residente no Brasil, indispensável que a citação tenha 
sido regular, assim considerada a que fora efetivada mediante carta rogatória. 
2. Homologação indeferida. 
(SEC 4.611/FR, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, CORTE ESPECIAL) 
 A legitimidade para requerer a homologação de sentença estrangeira varia de acordo com 
a finalidade: 
• Finalidade de reparação do dano – Legitimidade da vítima ou seu representante legal; 
• Finalidade de aplicação de medida de segurança – Legitimidade do Procurador-Geral 
da República, caso o Estado que proferiu a sentença tenha firmado tratado de 
extradição com o Brasil. Caso não tenha firmado este tratado, será necessária 
requisição do Ministro da Justiça. 
Vejamos o que dispõem os arts. 789 do CPP e 9º, § único do CP: 
Art. 789. O procurador-geral da República, sempre que tiver conhecimento da 
existência de sentença penal estrangeira, emanada de Estado que tenha com o 
Brasil tratado de extradição e que haja imposto medida de segurança pessoal ou 
pena acessória que deva ser cumprida no Brasil, pedirá ao Ministro da Justiça 
providências para obtenção de elementos que o habilitem a requerer a 
homologação da sentença. 
§ 1o A homologação de sentença emanada de autoridade judiciária de Estado, 
que não tiver tratado de extradição com o Brasil, dependerá de requisição do 
Ministro da Justiça. 
__________ 
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Art. 9º - A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na 
espécie as mesmas conseqüências, pode ser homologada no Brasil para: (Redação 
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
(...) 
Parágrafo único - A homologação depende: (Incluído pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte interessada; (Incluído 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
b) para os outros efeitos, da existência de tratado de extradição com o país de 
cuja autoridade judiciária emanou a sentença, ou, na falta de tratado, de requisição 
do Ministro da Justiça. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Embora a parte final do art. 789 fale em “pena acessória”, esta parte perdeu sentido, pois 
essa espécie de pena não existe mais no Brasil. 
Recebido o pedido de homologação no STJ (de acordo com o art. 105, I, i da CRFB/88), será 
distribuído a um relator, que mandará citar a parte interessada (aquela contra quem se pretende 
aplicar os efeitos da sentença a ser homologada) para que apresente CONTESTAÇÃO NO PRAZO 
DE 15 DIAS. Isso mesmo, essa previsão está na Resolução nº 09/2005 do STJ, tendo perdido a 
eficácia o art. 789, §2º do CPP, que trata do prazo para defesa. 
Após esse prazo, havendo contestação, o pedido de homologação será julgado pela CORTE 
ESPECIAL DO STJ. Caso não haja contestação, será julgado pelo PRESIDENTE DO STJ. 
Sendo homologada a sentença, será expedida carta de sentença ao TRF da região 
correspondente, que a remeterá ao Juiz Federal competente para proceder à execução da 
sentença, nos termos do art. 789, §§ 6º e 7º do CPP: 
Art. 789. (...) 
(...) 
§ 6o Homologada a sentença, a respectiva carta será remetida ao presidente do 
Tribunal de Apelação do Distrito Federal, do Estado, ou do Território. 
§ 7o Recebida a carta de sentença, o presidente do Tribunal de Apelação a 
remeterá ao juiz do lugar de residência do condenado, para a aplicação da medida 
de segurança ou da pena acessória, observadas as disposições do Título II, 
Capítulo III, e Título V do Livro IV deste Código. 
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==169de0==
 
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CUIDADO! Embora o artigo fale em “Tribunal de Apelação”, este termo é antigo (da redação 
original do CPP). Atualmente vocês devem entender que, neste contexto, significa TRIBUNAL 
REGIONAL FEDERAL. 
 DISPOSIÇÕES GERAIS DO CPP 
Este Livro do CPP é um livro que contém diversos artigos que, na verdade, não constituem 
um regramento autônomo, próprio, mas que se aplicam a diversos tópicos do CPP, em geral. 
EXEMPLO: Os arts. 798 a 801 tratam do regramento dos prazos, o que já foi 
abordado na aula sobre prazos processuais. De toda sorte, estes artigos sempre 
são abordados no decorrer do curso, nunca sendo abordados isoladamente, 
conforme sua posição topográfica no CPP. 
Não há propriamente uma Doutrina, teses, correntes, etc., a respeito dos dispositivos deste 
livro, que são bastante simples. Vejamos o art. 793 do CPP: 
Art. 793. Nas audiências e nas sessões, os advogados, as partes, os escrivães e os 
espectadores poderão estar sentados. Todos, porém, se levantarão quando se 
dirigirem aos juízes ou quando estes se levantarem para qualquer ato do processo. 
Não há posição doutrinária, jurisprudencial, nem nada sobre isso. É algo completamente 
desnecessário de estar no CPP (deveria estar em Portarias, Resoluções dos Tribunais, etc.). 
Desta forma, e considerando a pouca probabilidade de cair alguma coisa destas na prova, 
recomendo apenas a leitura en passant destes artigos, de forma a não perder tempo de estudo 
com isso. 
CUIDADO: A única parte importante deste “seleto” grupo de artigos é a parte 
referente aos atos e prazos processuais, cujas linhas estão definidas na nossa aula 
sobre ATOS E PRAZOS PROCESSUAIS. Assim, com relação estes pontos, que são 
importantes, remeto a vocês à nossa aula sobre ATOS E PRAZOS PROCESSUAIS, 
na qual abordamos esse assunto. 
Seguem os artigos: 
Art. 791. Em todos os juízos e tribunais do crime, além das audiências e sessões 
ordinárias, haverá as extraordinárias, de acordo com as necessidades do rápido 
andamento dos feitos. 
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Art. 792. As audiências, sessões e os atos processuais serão, em regra, públicos e 
se realizarão nas sedes dos juízos e tribunais, com assistência dos escrivães, do 
secretário, do oficial de justiça que servir de porteiro, em dia e hora certos, ou 
previamente designados. 
§ 1o Se da publicidade da audiência, da sessão ou do ato processual, puder resultar 
escândalo, inconveniente grave ou perigo de perturbação da ordem, o juiz, ou o 
tribunal, câmara, ou turma, poderá, de ofício ou a requerimento da parte ou do 
Ministério Público, determinar que o ato seja realizado a portas fechadas, 
limitando o número de pessoas que possam estar presentes. 
§2o As audiências, as sessões e os atos processuais, em caso de necessidade, 
poderão realizar-se na residência do juiz, ou em outra casa por ele especialmente 
designada. 
Art. 793. Nas audiências e nas sessões, os advogados, as partes, os escrivães e os 
espectadores poderão estar sentados. Todos, porém, se levantarão quando se 
dirigirem aos juízes ou quando estes se levantarem para qualquer ato do processo. 
Parágrafo único. Nos atos da instrução criminal, perante os juízes singulares, os 
advogados poderão requerer sentados. 
Art. 794. A polícia das audiências e das sessões compete aos respectivos juízes ou 
ao presidente do tribunal, câmara, ou turma, que poderão determinar o que for 
conveniente à manutenção da ordem. Para tal fim, requisitarão força pública, que 
ficará exclusivamente à sua disposição. 
Art. 795. Os espectadores das audiências ou das sessões não poderão manifestar-
se. 
Parágrafo único. O juiz ou o presidente fará retirar da sala os desobedientes, que, 
em caso de resistência, serão presos e autuados. 
Art. 796. Os atos de instrução ou julgamento prosseguirão com a assistência do 
defensor, se o réu se portar inconvenientemente. 
Art. 797. Excetuadas as sessões de julgamento, que não serão marcadas para 
domingo ou dia feriado, os demais atos do processo poderão ser praticados em 
período de férias, em domingos e dias feriados. Todavia, os julgamentos iniciados 
em dia útil não se interromperão pela superveniência de feriado ou domingo. 
Art. 798. Todos os prazos correrão em cartório e serão contínuos e peremptórios, 
não se interrompendo por férias, domingo ou dia feriado. 
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§ 1o Não se computará no prazo o dia do começo, incluindo-se, porém, o do 
vencimento. 
§ 2o A terminação dos prazos será certificada nos autos pelo escrivão; será, porém, 
considerado findo o prazo, ainda que omitida aquela formalidade, se feita a prova 
do dia em que começou a correr. 
§ 3o O prazo que terminar em domingo ou dia feriado considerar-se-á prorrogado 
até o dia útil imediato. 
§ 4o Não correrão os prazos, se houver impedimento do juiz, força maior, ou 
obstáculo judicial oposto pela parte contrária. 
§ 5o Salvo os casos expressos, os prazos correrão: 
a) da intimação; 
b) da audiência ou sessão em que for proferida a decisão, se a ela estiver presente 
a parte; 
c) do dia em que a parte manifestar nos autos ciência inequívoca da sentença ou 
despacho. 
Art. 799. O escrivão, sob pena de multa de cinqüenta a quinhentos mil-réis e, na 
reincidência, suspensão até 30 (trinta) dias, executará dentro do prazo de dois dias 
os atos determinados em lei ou ordenados pelo juiz. 
Art. 800. Os juízes singulares darão seus despachos e decisões dentro dos prazos 
seguintes, quando outros não estiverem estabelecidos: 
I - de dez dias, se a decisão for definitiva, ou interlocutória mista; 
II - de cinco dias, se for interlocutória simples; 
III - de um dia, se se tratar de despacho de expediente. 
§ 1o Os prazos para o juiz contar-se-ão do termo de conclusão. 
§ 2o Os prazos do Ministério Público contar-se-ão do termo de vista, salvo para a 
interposição do recurso (art. 798, § 5o). 
§ 3o Em qualquer instância, declarando motivo justo, poderá o juiz exceder por 
igual tempo os prazos a ele fixados neste Código. 
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§ 4o O escrivão que não enviar os autos ao juiz ou ao órgão do Ministério Público 
no dia em que assinar termo de conclusão ou de vista estará sujeito à sanção 
estabelecida no art. 799. 
Art. 801. Findos os respectivos prazos, os juízes e os órgãos do Ministério Público, 
responsáveis pelo retardamento, perderão tantos dias de vencimentos quantos 
forem os excedidos. Na contagem do tempo de serviço, para o efeito de 
promoção e aposentadoria, a perda será do dobro dos dias excedidos. 
Art. 802. O desconto referido no artigo antecedente far-se-á à vista da certidão 
do escrivão do processo ou do secretário do tribunal, que deverão, de ofício, ou 
a requerimento de qualquer interessado, remetê-la às repartições encarregadas 
do pagamento e da contagem do tempo de serviço, sob pena de incorrerem, de 
pleno direito, na multa de quinhentos mil-réis, imposta por autoridade fiscal. 
Art. 803. Salvo nos casos expressos em lei, é proibida a retirada de autos do 
cartório, ainda que em confiança, sob pena de responsabilidade do escrivão. 
Art. 804. A sentença ou o acórdão, que julgar a ação, qualquer incidente ou 
recurso, condenará nas custas o vencido. 
Art. 805. As custas serão contadas e cobradas de acordo com os regulamentos 
expedidos pela União e pelos Estados. 
Art. 806. Salvo o caso do art. 32, nas ações intentadas mediante queixa, nenhum 
ato ou diligência se realizará, sem que seja depositada em cartório a importância 
das custas. 
§ 1o Igualmente, nenhum ato requerido no interesse da defesa será realizado, sem 
o prévio pagamento das custas, salvo se o acusado for pobre. 
§ 2o A falta do pagamento das custas, nos prazos fixados em lei, ou marcados pelo 
juiz, importará renúncia à diligência requerida ou deserção do recurso interposto. 
§ 3o A falta de qualquer prova ou diligência que deixe de realizar-se em virtude do 
não-pagamento de custas não implicará a nulidade do processo, se a prova de 
pobreza do acusado só posteriormente foi feita. 
Art. 807. O disposto no artigo anterior não obstará à faculdade atribuída ao juiz 
de determinar de ofício inquirição de testemunhas ou outras diligências. 
Art. 808. Na falta ou impedimento do escrivão e seu substituto, servirá pessoa 
idônea, nomeada pela autoridade, perante quem prestará compromisso, lavrando 
o respectivo termo. 
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Art. 809. A estatística judiciária criminal, a cargo do Instituto de Identificação e 
Estatística ou repartições congêneres, terá por base o boletim individual, que é 
parte integrante dos processos e versará sobre: 
I - os crimes e as contravenções praticados durante o trimestre, com especificação 
da natureza de cada um, meios utilizados e circunstâncias de tempo e lugar; 
II - as armas proibidas que tenham sido apreendidas; 
III - o número de delinqüentes, mencionadas as infrações que praticaram, sua 
nacionalidade, sexo, idade, filiação, estado civil, prole, residência, meios de vida e 
condições econômicas, grau de instrução, religião, e condições de saúde física e 
psíquica; 
IV - o número dos casos de co-delinqüência; 
V - a reincidência e os antecedentes judiciários; 
VI - as sentenças condenatórias ou absolutórias, bem como as de pronúncia ou de 
impronúncia; 
VII - a natureza das penas impostas; 
VIII - a natureza das medidas de segurança aplicadas; 
IX - a suspensão condicional da execução da pena, quando concedida; 
X - as concessões ou denegações de habeas corpus. 
§ 1o Os dados acima enumerados constituem o mínimo exigível, podendo ser 
acrescidos de outros elementos úteis ao serviço da estatística criminal. 
§ 2o Esses dados serão lançados semestralmente em mapa e remetidos ao Serviço 
de Estatística Demográfica Moral e Política do Ministério da Justiça. (Redação 
dada pela Lei nº 9.061, de 14.6.1995) 
§ 3o O boletim individual a que se refere este artigo é dividido em três partes 
destacáveis, conforme modelo anexo a este Código, e será adotado nos Estados, 
no Distrito Federal e nos Territórios. A primeira parte ficará arquivada no cartório 
policial; a segunda será remetida ao Instituto de Identificaçãoe Estatística, ou 
repartição congênere; e a terceira acompanhará o processo, e, depois de passar 
em julgado a sentença definitiva, lançados os dados finais, será enviada ao referido 
Instituto ou repartição congênere. 
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 DISPOSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES 
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL 
 Arts. 647 a 667 do CPP – Regulamentam o Habeas Corpus no CPP: 
CAPÍTULO X 
DO HABEAS CORPUS E SEU PROCESSO 
Art. 647. Dar-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar na 
iminência de sofrer violência ou coação ilegal na sua liberdade de ir e vir, salvo nos 
casos de punição disciplinar. 
Art. 648. A coação considerar-se-á ilegal: 
I - quando não houver justa causa; 
II - quando alguém estiver preso por mais tempo do que determina a lei; 
III - quando quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo; 
IV - quando houver cessado o motivo que autorizou a coação; 
V - quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos em que a lei a 
autoriza; 
VI - quando o processo for manifestamente nulo; 
VII - quando extinta a punibilidade. 
Art. 649. O juiz ou o tribunal, dentro dos limites da sua jurisdição, fará passar 
imediatamente a ordem impetrada, nos casos em que tenha cabimento, seja qual 
for a autoridade coatora. 
Art. 650. Competirá conhecer, originariamente, do pedido de habeas corpus: 
I - ao Supremo Tribunal Federal, nos casos previstos no Art. 101, I, g, da 
Constituição; 
II - aos Tribunais de Apelação, sempre que os atos de violência ou coação forem 
atribuídos aos governadores ou interventores dos Estados ou Territórios e ao 
prefeito do Distrito Federal, ou a seus secretários, ou aos chefes de Polícia. 
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§ 1º A competência do juiz cessará sempre que a violência ou coação provier de 
autoridade judiciária de igual ou superior jurisdição. 
§ 2º Não cabe o habeas corpus contra a prisão administrativa, atual ou iminente, 
dos responsáveis por dinheiro ou valor pertencente à Fazenda Pública, alcançados 
ou omissos em fazer o seu recolhimento nos prazos legais, salvo se o pedido for 
acompanhado de prova de quitação ou de depósito do alcance verificado, ou se 
a prisão exceder o prazo legal. 
Art. 651. A concessão do habeas corpus não obstará, nem porá termo ao processo, 
desde que este não esteja em conflito com os fundamentos daquela. 
Art. 652. Se o habeas corpus for concedido em virtude de nulidade do processo, 
este será renovado. 
Art. 653. Ordenada a soltura do paciente em virtude de habeas corpus, será 
condenada nas custas a autoridade que, por má-fé ou evidente abuso de poder, 
tiver determinado a coação. 
Parágrafo único. Neste caso, será remetida ao Ministério Público cópia das peças 
necessárias para ser promovida a responsabilidade da autoridade. 
Art. 654. O habeas corpus poderá ser impetrado por qualquer pessoa, em seu 
favor ou de outrem, bem como pelo Ministério Público. 
§ 1º A petição de habeas corpus conterá: 
a) o nome da pessoa que sofre ou está ameaçada de sofrer violência ou coação e 
o de quem exercer a violência, coação ou ameaça; 
b) a declaração da espécie de constrangimento ou, em caso de simples ameaça 
de coação, as razões em que funda o seu temor; 
c) a assinatura do impetrante, ou de alguém a seu rogo, quando não souber ou 
não puder escrever, e a designação das respectivas residências. 
§ 2º Os juízes e os tribunais têm competência para expedir de ofício ordem de 
habeas corpus, quando no curso de processo verificarem que alguém sofre ou está 
na iminência de sofrer coação ilegal. 
Art. 655. O carcereiro ou o diretor da prisão, o escrivão, o oficial de justiça ou a 
autoridade judiciária ou policial que embaraçar ou procrastinar a expedição de 
ordem de habeas corpus, as informações sobre a causa da prisão, a condução e 
apresentação do paciente, ou a sua soltura, será multado na quantia de duzentos 
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mil-réis a um conto de réis, sem prejuízo das penas em que incorrer. As multas 
serão impostas pelo juiz do tribunal que julgar o habeas corpus, salvo quando se 
tratar de autoridade judiciária, caso em que caberá ao Supremo Tribunal Federal 
ou ao Tribunal de Apelação impor as multas. 
Art. 656. Recebida a petição de habeas corpus, o juiz, se julgar necessário, e 
estiver preso o paciente, mandará que este Ihe seja imediatamente apresentado 
em dia e hora que designar. 
Parágrafo único. Em caso de desobediência, será expedido mandado de prisão 
contra o detentor, que será processado na forma da lei, e o juiz providenciará para 
que o paciente seja tirado da prisão e apresentado em juízo. 
Art. 657. Se o paciente estiver preso, nenhum motivo escusará a sua apresentação, 
salvo: 
I - grave enfermidade do paciente; 
Il - não estar ele sob a guarda da pessoa a quem se atribui a detenção; 
III - se o comparecimento não tiver sido determinado pelo juiz ou pelo tribunal. 
Parágrafo único. O juiz poderá ir ao local em que o paciente se encontrar, se este 
não puder ser apresentado por motivo de doença. 
Art. 658. O detentor declarará à ordem de quem o paciente estiver preso. 
Art. 659. Se o juiz ou o tribunal verificar que já cessou a violência ou coação ilegal, 
julgará prejudicado o pedido. 
Art. 660. Efetuadas as diligências, e interrogado o paciente, o juiz decidirá, 
fundamentadamente, dentro de 24 (vinte e quatro) horas. 
§ 1º Se a decisão for favorável ao paciente, será logo posto em liberdade, salvo se 
por outro motivo dever ser mantido na prisão. 
§ 2º Se os documentos que instruírem a petição evidenciarem a ilegalidade da 
coação, o juiz ou o tribunal ordenará que cesse imediatamente o constrangimento. 
§ 3º Se a ilegalidade decorrer do fato de não ter sido o paciente admitido a prestar 
fiança, o juiz arbitrará o valor desta, que poderá ser prestada perante ele, 
remetendo, neste caso, à autoridade os respectivos autos, para serem anexados 
aos do inquérito policial ou aos do processo judicial. 
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§ 4º Se a ordem de habeas corpus for concedida para evitar ameaça de violência 
ou coação ilegal, dar-se-á ao paciente salvo-conduto assinado pelo juiz. 
§ 5º Será incontinenti enviada cópia da decisão à autoridade que tiver ordenado 
a prisão ou tiver o paciente à sua disposição, a fim de juntar-se aos autos do 
processo. 
§ 6º Quando o paciente estiver preso em lugar que não seja o da sede do juízo ou 
do tribunal que conceder a ordem, o alvará de soltura será expedido pelo 
telégrafo, se houver, observadas as formalidades estabelecidas no art. 289, 
parágrafo único, in fine, ou por via postal. 
Art. 661. Em caso de competência originária do Tribunal de Apelação, a petição 
de habeas corpus será apresentada ao secretário, que a enviará imediatamente ao 
presidente do tribunal, ou da câmara criminal, ou da turma, que estiver reunida, 
ou primeiro tiver de reunir-se. 
Art. 662. Se a petição contiver os requisitos do art. 654, § 1º, o presidente, se 
necessário, requisitará da autoridade indicada como coatora informações por 
escrito. Faltando, porém, qualquer daqueles requisitos, o presidente mandará 
preenchê-lo, logo que Ihe for apresentada a petição. 
Art. 663. As diligências do artigo anterior não serão ordenadas, se o presidente 
entenderque o habeas corpus deva ser indeferido in limine. Nesse caso, levará a 
petição ao tribunal, câmara ou turma, para que delibere a respeito. 
Art. 664. Recebidas as informações, ou dispensadas, o habeas corpus será julgado 
na primeira sessão, podendo, entretanto, adiar-se o julgamento para a sessão 
seguinte. 
Parágrafo único. A decisão será tomada por maioria de votos. Havendo empate, 
se o presidente não tiver tomado parte na votação, proferirá voto de desempate; 
no caso contrário, prevalecerá a decisão mais favorável ao paciente. 
Art. 665. O secretário do tribunal lavrará a ordem que, assinada pelo presidente 
do tribunal, câmara ou turma, será dirigida, por ofício ou telegrama, ao detentor, 
ao carcereiro ou autoridade que exercer ou ameaçar exercer o constrangimento. 
Parágrafo único. A ordem transmitida por telegrama obedecerá ao disposto no 
art. 289, parágrafo único, in fine. 
Art. 666. Os regimentos dos Tribunais de Apelação estabelecerão as normas 
complementares para o processo e julgamento do pedido de habeas corpus de 
sua competência originária. 
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Art. 667. No processo e julgamento do habeas corpus de competência originária 
do Supremo Tribunal Federal, bem como nos de recurso das decisões de última 
ou única instância, denegatórias de habeas corpus, observar-se-á, no que Ihes for 
aplicável, o disposto nos artigos anteriores, devendo o regimento interno do 
tribunal estabelecer as regras complementares. 
 SÚMULAS PERTINENTES 
1 Súmulas do STF 
 Súmula 695 do STF – O STF sumulou entendimento no sentido de que, já estando extinta a 
pena privativa de liberdade, não cabe HC, nos termos da súmula 695 do STF: 
Súmula 695 
Não é cabível Habeas Corpus quando já extinta a pena privativa de liberdade. 
 Súmula 693 do STF – O STF sumulou entendimento no sentido de que não cabe HC para 
impugnar decisão condenatória à pena de multa ou referente à processo no qual não há 
possibilidade de aplicação da pena privativa de liberdade: 
Súmula 693 do STF 
"Não cabe habeas corpus contra decisão condenatória à pena de multa, ou 
relativo a processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a 
única cominada." 
 Súmula 691 do STF – O STF sumulou entendimento no sentido de que não cabe HC para 
impugnar decisão do relator que, anteriormente, em sede de HC, indeferiu o pedido de medida 
liminar: 
Súmula 691 do STF 
Não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer de habeas corpus impetrado 
contra decisão do relator que, em habeas corpus requerido a Tribunal Superior, 
indefere a liminar. 
Todavia, o próprio STF vem relativizando o teor da súmula, admitindo, excepcionalmente, o 
manejo do HC nestes casos, quando a decisão impugnada for teratológica, flagrantemente ilegal, 
abusiva ou manifestamente contrária ao entendimento jurisprudencial do STF. Nestes casos, para 
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evitar a manutenção da situação de constrangimento ilegal, poderia o STF conceder de ofício a 
ordem de HC. 
 Súmula 690 do STF – SÚMULA SUPERADA. O STF havia sumulado entendimento no sentido de 
que competia a ele, STF, o julgamento de habeas corpus contra decisão de turma recursal de 
juizados especiais criminais. Contudo, a Doutrina entende que esta súmula perdeu sua razão de 
existir, pois o entendimento Jurisprudencial do STF se modificou, cabendo ao Tribunal de Justiça, 
ou TRF, o julgamento do HC em nesses casos: 
Súmula 690 do STF 
“Compete originariamente ao Supremo Tribunal Federal o julgamento de habeas 
corpus contra decisão de turma recursal de juizados especiais criminais” 
 Súmula 606 do STF – O STF sumulou entendimento no sentido de que não é cabível o manejo 
de HC originário para o Tribunal Pleno de decisão de Turma, ou do Plenário, proferida em habeas 
corpus ou no respectivo recurso: 
Súmula 606 do STF 
Não cabe habeas corpus originário para o Tribunal Pleno de decisão de Turma, ou 
do Plenário, proferida em habeas corpus ou no respectivo recurso. 
 JURISPRUDÊNCIA CORRELATA 
 STJ - AgRg no HC 545.110/MG – O STJ, seguindo o entendimento do STF, passou a entender 
que não cabe utilização do HC como substitutivo recursal, sob pena de violação ao sistema recursal 
pátrio: 
(...) A Terceira Seção desta Corte, seguindo entendimento firmado pela Primeira 
Turma do col. Pretório Excelso, firmou orientação no sentido de não admitir a 
impetração de habeas corpus em substituição ao recurso adequado, situação que 
implica o não-conhecimento da impetração, ressalvados casos excepcionais em 
que, configurada flagrante ilegalidade apta a gerar constrangimento ilegal, seja 
possível a concessão da ordem de ofício. (...) 
(AgRg no HC 545.110/MG, Rel. Ministro LEOPOLDO DE ARRUDA RAPOSO 
(DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/PE), QUINTA TURMA, julgado em 
17/12/2019, DJe 19/12/2019) 
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 STJ - RHC 58.622/SC – O STJ firmou entendimento no sentido de que só é possível falar em 
nulidade pela ausência de intimação da defesa para o julgamento do HC quando houve 
requerimento de intimação para a sustentação oral: 
1. "O Superior Tribunal de Justiça tem jurisprudência pacífica no sentido de 
que, para a configuração da nulidade de ausência de intimação da defesa para 
o julgamento de habeas corpus, cujo reconhecimento a impetração ora sustenta, 
é necessário que a defesa, de fato, requeira a sua intimação para a sustentação 
oral" (HC 289.477/GO, Rel. Ministro Rogério Schietti Cruz, DJe de 06/06/2014). 
2. A ausência de manifestação da Corte de origem quanto à alegada participação 
do assistente de acusação impede a sua apreciação diretamente por esta Corte, 
sob pena de indevida supressão de instância. 
(...) 4. Recurso ordinário parcialmente conhecido e, nesta parte, desprovido. 
(RHC 58.622/SC, Rel. Ministro LÁZARO GUIMARÃES (DESEMBARGADOR 
CONVOCADO DO TRF 5ª REGIÃO), QUINTA TURMA, julgado em 10/03/2016, 
DJe 16/03/2016) 
 STJ - RHC 31.062/DF – O STJ firmou entendimento no sentido de que, embora cabível, o 
trancamento de inquérito policial (que pode ser requerido mediante HC) é medida excepcional, 
só sendo admitido quando restar comprovada, de plano (sem necessidade de dilação probatória), 
a ausência de justa causa, a atipicidade do fato ou a extinção da punibilidade: 
Nos termos do entendimento consolidado desta Corte, o trancamento da ação 
penal ou inquérito policial/procedimento investigativo por meio do habeas corpus 
é medida excepcional. Por isso, só é cabível quando houver inequívoca 
comprovação da atipicidade da conduta, da incidência de causa de extinção da 
punibilidade ou da ausência de indícios de autoria ou de prova sobre a 
materialidade do delito. (...) 
(AgRg no RHC 118.075/SC, Rel. Ministro RIBEIRO DANTAS, QUINTA TURMA, 
julgado em 17/12/2019, DJe 19/12/2019) 
 EXERCÍCIOS COMENTADOS 
01. (CESPE – 2017 – DPE-AC – DEFENSOR PÚBLICO) É cabível habeas corpus 
a) contra decisão que condene, unicamente, a pena pecuniária. 
b) contra decisão que tenha indeferido liminar em outro habeas corpus. 
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c) caso se busque o reconhecimento da decadência. 
d) quando já extinta a pena privativa de liberdade. 
e) contra decisão ofensiva à legislação federal nos fundamentos dacondenação criminal com pena 
privativa de liberdade. 
COMENTÁRIOS 
a) ERRADA: Item errado, pois neste caso não há qualquer ameaça, nem mesmo potencial, à 
liberdade de locomoção. Este é o entendimento sumulado do STF (súmula 693 do STF). 
b) ERRADA: Item errado, pois os Tribunais Superiores entendem que não cabe habeas corpus para 
impugnar decisão que indefere pedido liminar, salvo em casos de flagrante ilegalidade ou 
teratologia da decisão impugnada, sob pena de indevida supressão de instância. A questão está 
incompleta, mas ainda assim está errada. 
c) CORRETA: Item correto, pois se já houve a decadência, já se extinguiu a punibilidade, de 
maneira que é perfeitamente cabível o manejo do HC, seja para trancar o IP ou para trancar a ação 
penal, na forma do art. 648, VII do CPP, pois neste caso haverá constrangimento ilegal ao acusado 
ou indiciado, materializado pela ameaça potencial à sua liberdade de locomoção. 
d) ERRADA: Item errado, pois se já está extinta a pena privativa de liberdade, não há mais qualquer 
risco à liberdade de locomoção do indivíduo (súmula 695 do STF). 
e) ERRADA: Item errado, pois neste caso seria cabível o manejo do RECURSO ESPECIAL, e os 
Tribunais Superiores vêm entendendo que não é cabível o manejo do HC como substituto recursal, 
quando há recurso cabível para a hipótese. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C. 
02. (CESPE – 2016 – PC-PE – AGENTE DE POLÍCIA – ADAPTADA) Qualquer pessoa tem 
legitimidade para impetrar habeas corpus, mas só o advogado regularmente inscrito na Ordem 
dos Advogados do Brasil tem capacidade postulatória para fazê-lo perante os tribunais superiores. 
COMENTÁRIOS 
Item errado, pois qualquer pessoa tem legitimidade para impetrar habeas corpus, ainda que 
perante os tribunais superiores, não sendo necessário estar patrocinado por advogado 
devidamente inscrito nos quadros da OAB, nos termos do art. 654 do CPP. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
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03. (CESPE – 2016 – PC-PE – AGENTE DE POLÍCIA – ADAPTADA) No caso de suspeito preso 
em flagrante delito, o Ministério Público, como titular da ação penal, está impedido de impetrar 
habeas corpus, pois é sua a obrigação de iniciar o processo persecutório. 
COMENTÁRIOS 
Item errado, pois o MP também pode impetrar habeas corpus, nos termos do art. 654 do CPP: 
Art. 654. O habeas corpus poderá ser impetrado por qualquer pessoa, em seu 
favor ou de outrem, bem como pelo Ministério Público. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
04. (CESPE – 2016 – TRE-PI – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIO – ADAPTADA) Na 
qualidade de titulares de seus cargos, o delegado de polícia, o promotor de justiça e o juiz de 
direito podem impetrar habeas corpus em favor de terceiros. 
COMENTÁRIOS 
Item errado, pois apesar de qualquer pessoa poder impetrar HC, na forma do art. 654 do CPP, o 
delegado de polícia e o Juiz não poderão fazê-lo NA QUALIDADE DE TITULARES DE SEUS 
CARGOS. Ou seja, eles podem impetrar HC como particulares, como qualquer pessoa pode fazer, 
mas não podem impetrar HC no exercício de suas funções. O Juiz até pode conceder “de ofício”, 
a ordem de HC, mas isso não se confunde com “impetrar o HC”. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
05. (CESPE – 2016 – TRE-PI – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIO – ADAPTADA) 
Conforme a lei e a jurisprudência, não se admite liminar em habeas corpus, ainda que presentes 
o fumus boni iuris e o periculum in mora. 
COMENTÁRIOS 
Item errado, pois embora não haja previsão legal, a jurisprudência admite, pacificamente, a 
concessão de liminar em habeas corpus. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
06. (CESPE – 2016 – TRE-PI – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIO – ADAPTADA) 
Qualquer pessoa, quer se trate de brasileiro, quer de estrangeiro não residente no país, pode 
impetrar habeas corpus, devendo o writ ser redigido em português. 
COMENTÁRIOS 
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Item correto, pois o HC é um remédio constitucional cuja legitimidade para impetração é universal, 
concedida a qualquer pessoa. 
A utilização do idioma nacional é imposição que se faz a toda e qualquer manifestação processual, 
inclusive às peças iniciais, como é o habeas corpus. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 
07. (CESPE – 2015 – DPE-PE – DEFENSOR PÚBLICO) Com relação a habeas corpus e nulidades, 
julgue o item a seguir. 
Os tribunais superiores não mais têm admitido o manejo do habeas corpus originário como meio 
de impugnação substitutivo da interposição de recurso ordinário constitucional. 
COMENTÁRIOS 
Item correto, pois o STF e o STJ passaram a não mais admitir o manejo do HC como substituto ao 
recurso ordinário constitucional (Ver, por todos, HC 258.954/RJ – STJ). 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 
08. (CESPE – 2014 – TJ-SE – TITULAR NOTARIAL – ADAPTADA) É possível a utilização de 
habeas corpus para questionar a condenação do acusado ao pagamento de multa, mesmo que 
não tenha sido imposta pena privativa de liberdade. 
COMENTÁRIOS 
Item errado, pois não cabe utilização do HC para questionar pena exclusivamente de multa, pois 
não há violação ou ameaça de violação à liberdade de locomoção. Entendimento já sumulado pelo 
STF: 
SÚMULA 693: "Não cabe habeas corpus contra decisão condenatória a pena de 
multa, ou relativo a processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária 
seja a única cominada." 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
09. (CESPE – 2014 – TJ-SE – TITULAR NOTARIAL – ADAPTADA) Em caso de empate na votação 
acerca da concessão da ordem de habeas corpus pelo órgão julgador, após a colheita de todos 
os votos dos seus integrantes presentes, prevalecerá o ato impugnado, mesmo que desfavorável 
ao paciente. 
COMENTÁRIOS 
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Item errado, pois em caso de empate na votação acerca da concessão da ordem de habeas corpus, 
após o voto de todos os membros, se o presidente não tiver votado, proferirá voto de desempate. 
Caso já tenha votado, prevalecerá a decisão mais favorável ao paciente, nos termos do art. 664, § 
único do CPP: 
Art. 664. (...) Parágrafo único. A decisão será tomada por maioria de votos. 
Havendo empate, se o presidente não tiver tomado parte na votação, proferirá 
voto de desempate; no caso contrário, prevalecerá a decisão mais favorável ao 
paciente. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
10. (CESPE - 2010 - DETRAN-ES - ADVOGADO) Não cabe habeas corpus quando já extinta a 
pena privativa de liberdade. 
COMENTÁRIOS 
O HC não é o remédio adequado para casos em que não há possibilidade de restrição da 
liberdade do indivíduo. Assim, não havendo possibilidade de prisão, e já tendo o processo 
transitado em julgado, a ação mais indicada seria a ação revisória. 
Portanto, A AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 
11. (CESPE - 2011 - PC-ES - ESCRIVÃO DE POLÍCIA - ESPECÍFICOS) A ação penal constitucional 
não condenatória de habeas corpus tem por finalidade evitar ou interromper violência à liberdade 
de locomoção por ato ilegal ou com abuso de poder perpetrado por agente público ou particular. 
COMENTÁRIOS 
O HC é uma ação autônoma de impugnação, não possuindo natureza condenatória, cuja 
finalidade é assegurar a liberdade de locomoção da pessoa, que esteja privada de sua liberdade 
ou sob ameaça de sê-lo. Está previsto no art. 5°, LXVIII da Constituição e no art. 647 do CPP. Nos 
termos do CPP: 
Art. 647. Dar-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar na 
iminênciade sofrer violência ou coação ilegal na sua liberdade de ir e vir, salvo nos 
casos de punição disciplinar. 
Portanto, A AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 
12. (CESPE - 2004 - POLÍCIA FEDERAL - DELEGADO DE POLÍCIA - REGIONAL) É incabível 
habeas corpus em relação a decisão condenatória a pena exclusivamente de multa. 
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COMENTÁRIOS 
O HC não é o remédio adequado para casos em que não há possibilidade de restrição da 
liberdade do indivíduo. Nos termos da súmula n° 693 do STF: 
Súmula 693 
NÃO CABE "HABEAS CORPUS" CONTRA DECISÃO CONDENATÓRIA A PENA 
DE MULTA, OU RELATIVO A PROCESSO EM CURSO POR INFRAÇÃO PENAL A 
QUE A PENA PECUNIÁRIA SEJA A ÚNICA COMINADA. 
Assim, A AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 
13. (CESPE - 2004 - POLÍCIA FEDERAL - AGENTE FEDERAL DA POLÍCIA FEDERAL - 
NACIONAL) Se o habeas corpus for concedido em virtude de nulidade do processo, este será 
renovado. 
COMENTÁRIOS 
Quando o HC é concedido em razão de nulidade do processo, o art. 652 do CPP determina que 
este (o processo) seja renovado: 
Art. 652. Se o habeas corpus for concedido em virtude de nulidade do processo, 
este será renovado. 
Portanto, A AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 
14. (CESPE - 2004 - POLÍCIA FEDERAL - AGENTE FEDERAL DA POLÍCIA FEDERAL - 
NACIONAL) Considera-se coação ilegal, passível de habeas corpus, a manutenção do acusado em 
cárcere quando houver cessado o motivo que autorizou a coação. 
COMENTÁRIOS 
As situações consideradas como coação ilegal, para fins de concessão de HC, estão previstas no 
art. 648 do CPP. Vejamos: 
Art. 648. A coação considerar-se-á ilegal: 
I - quando não houver justa causa; 
II - quando alguém estiver preso por mais tempo do que determina a lei; 
III - quando quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo; 
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IV - quando houver cessado o motivo que autorizou a coação; 
V - quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos em que a lei a 
autoriza; 
VI - quando o processo for manifestamente nulo; 
VII - quando extinta a punibilidade. 
Assim, perceba que a manutenção de pessoa presa mesmo após a cessação do motivo que 
determinou a prisão é causa que permite a impetração de HC, nos termos do art. 648, IV do CPP. 
Logo, A AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 
15. (CESPE - 2008 - TJ-DF - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA) No caso de habeas 
corpus repressivo, se o juiz verificar, antes do julgamento do pedido de liminar, que a coação 
ilegal já cessou, não poderá julgar prejudicado o pedido, devendo enfrentar o mérito, tendo em 
vista que a coação ilegal representa violação a direito humano fundamental e pode vir a se repetir. 
COMENTÁRIOS 
Caso o Juiz verifique que a ameaça ou coação já cessou quando do recebimento do HC, declarará 
este prejudicado, NÃO JULGANDO O MÉRITO DO HC. Nos termos do art. 659 do CPP: 
Art. 659. Se o juiz ou o tribunal verificar que já cessou a violência ou coação ilegal, 
julgará prejudicado o pedido. 
Assim, A AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
16. (CESPE - 2003 – DPE/AM – DEFENSOR) Após envolvimento em infração penal de menor 
potencial ofensivo, Tício foi encaminhado ao juizado especial criminal, onde o promotor de justiça 
requereu a abertura de inquérito policial em face da complexidade do caso, o que impediu a 
formulação imediata da denúncia. Posteriormente, foi oferecida, perante o juízo criminal da 
comarca, denúncia, que tramitou pelo rito sumário, findando pela absolvição. O assistente de 
acusação recorreu, e o recurso foi distribuído à turma recursal, que lhe deu provimento e 
condenou Tício a dois meses de detenção, pena substituída por prestação pecuniária à vítima. 
Com base nessa situação hipotética, julgue o item que se segue. 
Se for impetrado habeas corpus contra a decisão condenatória, a competência para conhecer da 
ordem será do STJ. 
COMENTÁRIOS 
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O item está errado, pois o STJ firmou entendimento de que compete ao Tribunal de Justiça julgar 
habeas corpus contra decisão da Turma Recursal a ele vinculada. Vejamos: 
RECURSO ORINÁRIO EM HABEAS CORPUS. WRIT NÃO CONHECIDO PELO 
TRIBUNAL A QUO. REMÉDIO CONSTITUCIONAL AJUIZADO EM FACE DE 
DECISÃO ORIUNDA DE TURMA RECURSAL. CANCELAMENTO DO 
ENUNCIADO N.º 690 DA SÚMULA DO STF. COMPETÊNCIA DA CORTE 
ESTADUAL PARA APRECIAR O MANDAMUS. 
1. Diante do cancelamento do enunciado n.º 690 da Súmula do Supremo Tribunal 
Federal, compete ao Tribunal de Justiça do Estado apreciar e julgar ato acoimado 
de ilegal oriundo de Turma Recursal. 
2. Recurso provido para determinar que o Tribunal de Justiça do Estado de São 
Paulo aprecie o mérito da impetração registrada sob o nº 0302936-
42.2011.8.26.0000. 
(RHC 33.018/SP, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 
09/10/2012, DJe 05/11/2012) 
Portanto, A AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
17. (CESPE - 2003 – DPE/AM – DEFENSOR) Após envolvimento em infração penal de menor 
potencial ofensivo, Tício foi encaminhado ao juizado especial criminal, onde o promotor de justiça 
requereu a abertura de inquérito policial em face da complexidade do caso, o que impediu a 
formulação imediata da denúncia. Posteriormente, foi oferecida, perante o juízo criminal da 
comarca, denúncia, que tramitou pelo rito sumário, findando pela absolvição. O assistente de 
acusação recorreu, e o recurso foi distribuído à turma recursal, que lhe deu provimento e 
condenou Tício a dois meses de detenção, pena substituída por prestação pecuniária à vítima. 
Com base nessa situação hipotética, julgue o item que se segue. 
Não deve ser conhecida ordem de habeas corpus que venha a ser impetrada já que, com a 
substituição da pena privativa de liberdade por prestação pecuniária, cessou o dano potencial à 
liberdade de locomoção. 
COMENTÁRIOS 
Embora a jurisprudência do STJ seja pacífica no sentido de que não cabe HC quando não for 
cominada pena privativa de liberdade ao delito, bem como quando a pena privativa de liberdade 
não mais puder ser aplicada ao caso, no presente caso não ocorre esta situação, uma vez que a 
pena de prestação pecuniária é pena restritiva de direitos, aplicada em substituição à pena 
privativa de liberdade, e caso não cumprida ensejará a reversão à pena privativa de liberdade. 
Renan Araujo, Paulo Guimarães
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Desta forma, ainda há risco de dano à liberdade de locomoção do indivíduo, motivo pelo qual 
ainda é possível o manejo do HC. Vejamos: 
HABEAS CORPUS. PENA RESTRITIVA DE DIREITOS. DESCUMPRIMENTO. 
CONVERSÃO EM PRIVATIVA DE LIBERDADE. POSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE 
AMEAÇA AO DIREITO DE LOCOMOÇÃO DO PACIENTE. IMPROPRIEDADE DA 
VIA ELEITA. ANÁLISE DE MATÉRIA NÃO DEBATIDA NA ORIGEM. OCORRÊNCIA 
DE SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. PRECEDENTES. NÃO CONHECIMENTO. 
1. É possível a conversão da prestação pecuniária em pena privativa de liberdade, 
nos termos do art. 44, § 4º, do Código Penal. 
Precedentes do STJ. 
2. Incabível o habeas corpus se não houver risco à liberdade de locomoção do 
paciente. 
 (...) 
 (HC 133.942/MG, Rel. Ministro ADILSON VIEIRA MACABU (DESEMBARGADOR 
CONVOCADO DO TJ/RJ), QUINTA TURMA, julgado em 28/02/2012, DJe 
20/03/2012) 
Portanto, A AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
18. (CESPE - 2012 – PC/CE – INSPETOR) Julgue o item que se segue, em relação ao habeas 
corpus e aos entendimentos do STF a

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